Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Introdução
Segundo Betti et al, (2000), relata que o alto valor da terra e de mão-de-obra, e a dificuldade para o controle de
pragas e doenças como aspectos que culminaram em uma redução da produção do morango. No caso da
comercialização, o morango fresco é o principal mercado que a produção brasileira se destina, representando cerca de
90%. A parte comercializada que é o morango é o pseudofruto ou uma inflorescência (Antunes; Reisser Junior, 2008;
Branzanti, 1989; Ronque, 1998). O mesmo pode ser consumido tanto na forma in natura, como processada pelas
agroindústrias, culminando em produtos como iogurtes, doces, geléias, tortas, bolos, entre outros. O morangueiro é
cultivado principalmente, por agricultores familiares que produzem em pequenas áreas.
Segundo Hoffmann; Bernardi (2006), os produtores têm buscado novas maneiras de cultivo para dar continuidades
às suas atividades, pois a necessidade da rotação de culturas em plantios sucessivos, junto com a maior conscientização
do produtor aos possíveis ricos do uso inadequado e abusivo de agrotóxicos. Com a utilização do cultivo protegido na
produção do morango, é uma alternativa para reduzir a incidência de pragas e doenças da parte aérea. Sendo então de
grande importância para o produtor, no fato de assegurar o lucro da atividade, diminuindo a quantidade de agrotóxicos
na cultura, evitando também a ocorrência de chuvas, geadas e, em locais com invernos mais intensos, sobre a planta
(Hoffmann; Bernardi, 2006).
A implantação do projeto possui como objetivo geral realizar a produção de frutos de morango para venda e
consumo in natura, adotando-se o sistema de cultivo protegido semi-hidropônico, e atender redes de supermercados e
feiras livres do município de Garanhuns - PE. Deseja-se alcançar bons índices de produtividade, tentando minimizar ao
máximo a incidência de pragas e doenças na estufa, além de fazer uso de poucos defensivos agrícolas, garantindo dessa
forma a saúde do consumidor e não agredindo de forma irreversível o meio ambiente. A empresa pretende através da
prestação de serviço qualificado, oferecer frutos de boas qualidades organolépticas, vindo satisfazer as diferentes classes
de consumidores presentes no município em questão.
Material e métodos
A. Instalações, equipamentos e substrato
As estufas serão de alumínio do modelo arco. A área a ser instalada não apresenta problemas com declividade. A
estufa será construída na orientação leste-oeste e no sentido da direção dos ventos predominantes, isso para se ter um
melhor aproveitamento da radiação solar incidente e ocorra uma minimização no sombreamento das vigas estruturais,
tornando-as mais eficientes na interceptação da radiação solar. No cultivo que se convencionou chamar de semi-
hidropônico, têm sido utilizadas as estufas modelo túnel alto, na forma de arco, construídas com no máximo, 30 m de
comprimento e pé-direito não inferior a 3 m de altura. Esse formato de arco faz com que as estufas apresentem maior
resistência a ventos e intempéries.
Será utilizado sistema semi-hidropônico com bancadas em nível. Serão construídas seis bancadas levantadas sobre
palanques a cerca de 1m de altura da superfície do solo. Os palanques são os locais onde serão postas as travessas e
ripas, que formarão duas bancadas, cada uma com cerca de 20 cm de largura com espaçamentos entre si de 40 cm. A
construção dessas bancadas servirão de sustentação para as embalagens com os substratos, assim como também sistema
de gotejamento. As bancadas serão distanciadas entre si por 80 cm, no intuito de facilitar os tratos culturais. A casca de
arroz carbonizada (substrato) será posta em sacos de filme tubular brancos, evitando o super aquecimento da água, e que
as raízes sofram daos com alguma suposta elevação da temperatura.
1
Eng. Agrônomos e alunos da Pós-graduação (UAG/UFRPE – ESALQ/USP). Email: sheylla_cristiny@hotmail.com
2
Aluna do curso de Agronomia (UAG/UFRPE). Av. Bom Pastor, s/n, bairro Boa Vista, Garanhuns-PE, CEP 55290-000.
3
Professor Adjunto do curso de Agronomia (UAG/UFRPE). Av. Bom Pastor, s/n, bairro Boa Vista, Garanhuns-PE, CEP 55290-000.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
contém o substrato, com espaçamento de 10 cm entre si. O turno de rega nesse sistema varia de 7 a 8 minutos, sendo
fornecido cerca de 1,3 litros de água por embalagem.
As soluções nutritivas utilizadas na produção seguirá a formulação proposta por Furlani (2001). O condutivímetro
adquirido servirá para realizar o controle da condutividade elétrica das soluções iniciais (fase vegetativa e frutificação),
no manejo da mesma não serão permitidas valores superiores da 1,5 mS/cm. A colheita será realizada quando os frutos
apresentarem coloração vermelha característica. A aferição do ºBRIX, a 20ºC também será realizada como ponto de
colheita, estarão aptos ao ato da colheita aqueles frutos que apresentarem por volta de 13 a 14 ºBRIX. A prática da
colheita será executada de forma manual de dois em dois dias, no período matutino. No ato da colheita, os frutos
retirados serão acomodados em cestas e seguirão para o processo de classificação.
Resultados e Discussão
Devido aos benefícios encontrados na produção em ambiente protegido de morangos e também a crescente demanda
desse produto nos mercados consumidores do município de Garanhuns - PE, torna-se uma alternativa rentável o cultivo
dessa frutífera na região citada. O município é conhecido nacionalmente através de suas festividades, isso torna a cultura
do morango como oferta de novos produtos de boa qualidade para vendas nessas festas e nas principais redes de
supermercados. Espera-se que os objetivos da empresa sejam alcançados com sucesso e que cada ano aumente a
aceitação dos produtos pelos consumidores. Ao se trabalhar com cultivo em ambiente protegido, diversas vantagens
podem ser obtidas em relação ao cultivo de plantas convencional.
Segundo Sganzerla (1997), a utilização de cultivos protegidos faz com quem sejam aplicados poucos ou quase
nenhuns defensivos, a planta não sofre com stress por períodos longos e possui todas as condições primordiais para o
seu desenvolvimento, seus frutos possuem elevada qualidade nutricional e fitossanitária, são sadios, mais adocicados e
com excelente forma de apresentação ao público consumidor. Devido ao fato de que as plantas cultivadas nesse sistema
serem mais vigorosas e o local ser totalmente protegido da entrada de insetos de solo e da parte aérea, a cultura sofre o
mínimo quando se fala em ataque de pragas e doenças. Por possuir condições favoráveis ao cultivo da cultura, a mesma
pode atingir produções de 4 a 5 vezes mais que o sistema de cultivo a céu aberto.
Além das citadas, ainda são vantagens do ambiente protegido: melhor aproveitamento da área; agregação de valor ao
produto; condições de trabalho favoráveis aos trabalhadores responsáveis; realizações de práticas em qualquer horário
do dia; fixação do homem do campo, diminuindo o êxodo rural. O sistema semi-hidropônico faz com que se tenha um
melhor uso do espaço presente na propriedade rural, não requer o uso de rotação de culturas; tem menor incidência de
pragas e doenças, visto que o substrato é trocado a cada 1 ou 2 anos de cultivo; baixo uso de defensivos (Bortolozzo et
al., 2006). O projeto de empresa com este tipo de cultivo torna-se uma alternativa viável, promovendo o escoamento da
produção e valorização da cultura do morangueiro, e a economia do município.
Referências
Antunes, L. C.; Reisser Junior, C. Produção Integrada de Morango: oportunidade de mercado. In: Simpósio Nacional
do Morango, 4.,; Encontro de Pequenas Frutas e Frutas Nativas do Mercosul, 3., 2008. Pelotas. Anais... Pelotas:
Embrapa Clima Temperado, 2008.1 CD- ROM.
Betti, J. A.; Passos, F. A.; Tanaka, M. A. S. Produção de mudas sadias de morangueiro. In: TRANI, P.E.; MACEDO
A.C. (Ed.). Manejo integrado de pragas e doenças do morangueiro. São Paulo: Secretaria da Agricultura e
Abastecimento, 2000. p. 55-61.
Bortolozzo, A. R.; Júnior, C. R. Produção de Morangos no Sistema Semi-hidropônico. Bento Gonçalves, Embrapa Uva
e Vinho - RS. Disponível em: http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/MorangoSemiHidroponico/irrigacao.htm
Acesso em 30 nov. 2013.
Furlani, P. Hidroponia vertical: nova opção para produção de morango no Brasil. O Agronômico, Campinas, v. 53, n.
2, p. 26-28, 2001.
Hoffmann, A.; Bernardi, J. Produção de Morangos no Sistema Semi Hidropônico. 2006. Bento Gonçalves, Embrapa
Uva e Vinho - RS. Disponível em: HOWARD, C.M.; ALBREGTS, E.E. ‘Dover’ stawberry. HortScience, Alexandria, v.
15, n. 4, p. 540, 1980. http://www.cnpuv.embrapa.br/publica/sprod/MorangoSemiHidroponico/introducao.htm Acesso
em: 30 nov. 2013.
Sganzerla, E. Nova Agricultura: A fascinante arte de cultivar com os plásticos. 6. ed. Livraria e Editora Agropecuária.,
1997. p. 51 - 58.
XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro.
Tabela 1. Fluxo de caixa do cultivo do morango em estufas tipo arco com 315 m², capacidade de 4.500 plantas,
utilizando o Sistema de Produção Semi-hidropônico.