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Universidade Federal de Pelotas

Centro de Engenharias

Fundamentos de cultivos agrícolas

Plasticultura
&
Hidroponia

Rafael De Lima Rodrigues Chiquine

Rodrigo da Costa Cardoso

Pelotas - RS
Novembro de 2022
Sumário

Introdução.............................................................................................................3

Hidroponia............................................................................................................4

Vantagens / Viabilidade.......................................................................................5

Diferencial do Sistema Hidropônico...................................................................6

Cultura do Alface.................................................................................................6

Cultura da Rúcula................................................................................................7

Mercado de produtos hidropônicos....................................................................8

Caracterização da Área.......................................................................................9

Escolha do sistema...............................................................................................9

Doenças e pragas na Hidroponia.......................................................................10

A água..................................................................................................................15

Solução Nutritiva de cultivo...............................................................................16

Cultivares para o sistema hidropônico..............................................................18

Planta do projeto.................................................................................................19

Implantação do projeto.......................................................................................20

Conclusão.............................................................................................................24

Bibliografia..........................................................................................................25

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Introdução

O consumo de hortaliças vem aumentando não só pelo crescimento populacional,


mas também pela tendência de mudança no hábito alimentar do consumidor, tornando-se
inevitável o aumento da produção. Esta crescente demanda mundial em alimentos
associada à má distribuição das chuvas está exigindo, cada vez mais, a utilização de água,
antes considerada restritiva ou imprópria para a agricultura.
Além disso, a destruição do meio ambiente tem causado preocupação sobre a
sustentabilidade das atividades humanas. Uma parcela considerável dos ecossistemas
terrestres vem sendo alterada de forma intensiva pelo homem e o ritmo de exploração dos
recursos naturais parece ultrapassar a capacidade de regeneração de muitos desses
ecossistemas.
Nesse contexto a hidroponia se constitui uma alternativa, quando viável de ser
implementada, para a conservação do solo e preservação dos mananciais de água.
Segundo RESH (1997), a hidroponia é uma técnica alternativa na qual o solo é substituído
por uma solução aquosa, contendo apenas os elementos minerais necessários aos vegetais.
O objetivo geral deste trabalho foi demostrar a viabilidade econômica da
implementação de um sistema de cultivo hidropônico para produção de alface e rúcula na
zona rural do município de Canguçu - RS. A partir desses resultados, busca provar que é
possível exercer uma atividade rentável, onde o produtor consiga produzir com qualidade
e vender seu produto a um preço atrativo. Esta estratégia baseia se no esforço cada vez
maior, em encontrar alternativas eficazes para superar o desafio de produzir hortaliças em
qualquer época do ano.

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Hidroponia

A hidroponia é uma técnica na qual o solo é substituído por uma solução aquosa
contendo apenas os elementos minerais indispensáveis aos vegetais. (FURLANI et al.
1999). É um modelo de produção de grande destaque em todo o mundo e em diversos
países esta técnica vem sendo aprimorada. Sua importância se dá não só por ser uma
técnica diferenciada no meio hortícola, más também pelo fato de contribuir como
ferramenta de apoio ao combate à contaminação do solo, água subterrânea, e manipulação
de nutrientes das plantas.
Staff (1998) declara que a técnica mais utilizada se denomina Fluxo Laminar de
Nutrientes (NFT), nela a solução aquosa contendo os nutrientes essenciais, flui pelos
canais de cultivo e são absorvidos pelas raízes da planta.
No ramo da hidroponia, utilizando os melhores sistemas e com foco no manejo dos
mesmos, as expectativas de produção, qualidade e segurança são maiores do que nas
culturas tradicionais. Uma vez que na hidroponia a planta encontra excelentes condições.

Figura 1: Demonstração de um sistema hidropônico para o cultivo de alface.

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Vantagens / Viabilidade

Rover (2014) descreve a viabilidade econômica da implantação de um sistema


hidropônico, por possuírem características próprias, normalmente a alface cultivada em
hidroponia alcança preços de venda 35 a 50% superiores aos da alface convencional.
Para Santos (2012), a hidroponia se destaca em relação à economia de água, por
exemplo, estima – se economizar de 50 a 70% de água em relação ao cultivo tradicional
de hortaliças, uma vez que as taxas de evaporação, escoamento superficial e percolação
são significativamente reduzidas. Também pelo fato que o movimento cíclico da água
(quando há um tanque com solução nutritiva e um sistema de bombeamento onde essa
solução passa de forma cíclica pelos canais de cultivo, formando uma lâmina de solução),
evita o desperdício da mesma. Ainda sendo possível, a utilização do descarte da água,
para irrigação de meios de cultivo convencionais, já que a mesma é nutritiva.
De acordo com Genúncio et al, (2011), o uso de agrotóxico é reduzido
consideravelmente, já que o cultivo é realizado acima do solo, assim, a fauna edáfica,
micro-organismo, nematoides e as plantas daninhas não atacam, dispensando o uso de
defensivos.
Rover (2014) também destacou a vantagem da hidroponia em relação ao tempo de
prateleira. Os produtos hidropônicos são colhidos com raiz, com isso podem durar mais
na geladeira.

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Diferencial do Sistema Hidropônico

O principal diferencial observado no sistema hidropônico é o investimento inicial,


devido à necessidade de construção de estufas, mesas, bancadas, e todo sistema
hidráulico. A atividade também exige conhecimento técnico e de fisiologia vegetal.

Cultura do Alface

A alface (Lactuca sativa L.) é uma folhosa comum na mesa do brasileiro, sua
importância está nos valores nutricionais que possui e nos valores econômicos, já que é
consumida em grande escala. (BEZERRA NETO et al.,2005).
A alface é pertencente à família Asteraceae, sua origem vem de espécies silvestres
da Europa e na Ásia Ocidental (FILGUEIRA, 2008). É a hortaliça folhosa mais
consumida no Brasil e ocupa a 3ª posição em volume de produção, atrás apenas das
culturas de melancia e tomate, movimentando anualmente, em média, R$ 8 bilhões, com
uma produção de mais de 1,5 milhões de toneladas ao ano (ABCSEM, 2012).
Em 2018, as principais regiões brasileiras líderes na produção de alface cultivaram
juntas a área de 22.873 há somente na safra de verão. Em destaque está o estado de Minas
Gerais, que ocupou as quatro primeiras colocações na produção de alface, com as regiões
de Ibiúna, Mogi das Cruzes, Mario Campos e Caeté, sendo que em Mogi das Cruzes 8%
da área total ocupada é pelo sistema hidropônico (HORTIFRUTI BRASIL, 2018).

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Cultura da Rúcula

A rúcula (Eruca sativa M.) é uma hortaliça folhosa herbácea pertencente à família
Brassicaceae, de rápido crescimento vegetativo, ciclo curto, porte baixo e folhas espessas
(ALMEIDA et al., 2009), é rica em vitamina A e C, e em minerais como, potássio, enxofre
e ferro. Ainda contém vários fitoquímicas, que desempenham um papel antioxidante vital
no corpo.
Apesar da sua importância nutricional, a rúcula é uma planta sensível às condições
de campo, sendo sua produção baixa (ANDRIOLO, 2013). Por isso a rúcula é uma opção
interessante para o cultivo em hidroponia. Ela possui folhas de sabor picante, muito
utilizada inatura em saladas e lanches. Essa hortaliça, desde o final da década de 1990,
vem conquistando seu espaço gradativamente. Em 2013, foram ofertadas 64,8 toneladas
pelas unidades Centrais de Abastecimento do Espírito Santo, enquanto em 2015
observou-se um aumento de oferta de 70,2%, sendo ofertadas cerca de 110,3 toneladas
de rúcula (CEASA, 2016).
A rúcula e a alface apresentam ciclos vegetativos parecidos, obtendo-se plantas
comerciais aproximadamente trinta dias após o transplanto. Por ser uma planta anual, sua
oferta é constante para o mercado e possuem preço relativamente baixo se comparada a
outras hortaliças.

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Mercado de produtos hidropônicos

A Cadeia produtiva de hortaliças é composta por diferentes setores como por


exemplo: a indústria de apoio, produção, transformação, comercialização e consumo, e
também pelas características de seus produtos que logo depois da colheita eles já são a
mercadoria a ser transacionada, permitindo assim vários canais de distribuição entre a
produção e o consumo (SILVA, 2005).
O modelo tradicional de abastecimento hortícolas nos grandes centros é conduzido
pelo segmento atacadista, através das grandes distribuidoras. Porém, empresas do setor
varejista de alimentos, buscam desenvolver modelos de compras diretas junto ao produtor
rural, em busca de preços competitivos (SOUZA et al., 1998).
Grande parte da produção hidropônica do país vem de empresas familiares, que
enfrentam grandes problemas na hora de colocar seu produto no mercado. A agricultura
familiar responde por 38% do valor da produção nacional (IBGE, 2015), demostrando
assim a importância de estudos que viabilizam esse segmento.
Mas recentemente, a preferência de produtos frescos, e de procedência conhecida,
está em avanço. Os consumidores têm conferido um maior valor ao produto artesanal e
familiar, levando em consideração sua forma, local de produção e apresentação (CUNHA,
2015).
O mercado para os produtos hidropônicos é grande, justamente por ser mais
saudável, já que não se usa agrotóxicos na sua produção, ideal para agradar consumidores
preocupados com a qualidade de vida.

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Caracterização da área

O município de Canguçu pertence à região sul do estado do Rio Grande do Sul.


Segundo estimativas de 2018, sua população é de 56.370 habitantes, ocupando assim
o 42° lugar no ranking populacional dos municípios do RS. Com PIB per capita
(2019) de R$ 23.159,16, o município ocupa a 69º colocação no ranking estadual. A
média salarial dos habitantes é 2,2 salários mínimos (IBGE, 2020).
Canguçu se destaca como município com maior número de minifúndios da
américa latina, possuindo cerca de 14 mil propriedades, sendo assim, reconhecida
como a Capital da Agricultura Familiar.
Posterior ao levantamento dos dados foi elaborada uma tabela de custos, a fim
de processar informações e possibilitar as análises acerca dos valores envolvidos no
processo de implantação do modelo hidropônico. O orçamento para implantação da
estufa foi realizado na empresa Hidrogood Horticultura moderna. Os valores são

referentes a uma estufa de 147m2 com capacidade para produção de 1.100 pés/mês
de alface e 2.700 pés/mês de rúcula.

Escolha do sistema

Nesse projeto, será utilizado o Sistema NFT (Técnica do Fluxo Laminar ou Nutrient
Film Technique). As instalações de um sistema NFT para cultivo de hortaliças folhosas
são compostas basicamente por uma casa de vegetação (estufa), contendo: bancada para
produção de mudas e de cultivo; canais de cultivo apoiados na bancada; reservatório para
solução nutritiva; conjunto moto bomba; temporizador (timer); e, encanamentos e
registros para distribuição e retorno de solução nutritiva, segundo FURLANI (1998). O
sistema NFT permite produzir alface durante todo o ano, no entanto, depende de
variedades apropriadas, acompanhamento técnico especializado, manejo, estruturas e
equipamentos adequados para minimizar as perdas.

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Doenças e pragas na Hidroponia

A incidência de pragas e doenças em cultivos hidropônicos geralmente é menor.


Isso se deve ao maior controle das condições climáticas, principalmente a ausência de
chuvas, a redução da entrada de insetos praga e a ausência de solo no cultivo das plantas.
Além disso, esse sistema de cultivo permite a limpeza de todas as estruturas e, com isso,
a eliminação de possíveis fontes de contaminação. O fácil manejo nutricional, também
proporcionado pelo cultivo hidropônico, permite a obtenção de plantas bem nutridas e
mais resistentes às pragas e doenças. Contudo, falhas no manejo do ambiente, na nutrição
das plantas e na fiscalização da entrada de materiais e pessoas no interior da estufa podem
favorecer a incidência de pragas e doenças e, consequentemente, comprometer
economicamente o cultivo (ZAMBOLIN, 2000).
Estufas mal projetadas ou um manejo inadequado do ambiente, como as cortinas
laterais podem favorecer a incidência de doenças. Uma altura do pé-direito reduzida
também favorece o aumento da temperatura do ar no interior da estufa e,
consequentemente a incidência de pragas e doenças. Em um ambiente que além de quente
e úmido é mal ventilado, a ocorrência de doenças é ainda maior. A temperatura da solução
nutritiva interfere na incidência de algumas doenças, como o Pythium, uma das principais
doenças de diversas espécies cultivadas em sistemas hidropônicos, que ocorre durante
todo o ano, mas que é agravada seriamente no verão devido ao aquecimento da solução
nutritiva.
Os tratos culturais, a movimentação de materiais, equipamentos e pessoas entre as
estufas e o monitoramento frequente das condições fitossanitária e nutricionais das
plantas também são aspectos muito importantes no controle de pragas e doenças em
cultivos hidropônicos. Na hidroponia, uma vez estabelecida a doença, a sua disseminação
é rápida na área de produção, pois a solução nutritiva é recirculante.
Para que uma doença ou praga ocorra em cultivos hidropônicos, deve haver a
presença do patógeno ou praga no ambiente, condições climáticas para o seu
desenvolvimento e reprodução e plantas susceptíveis. O uso de materiais resistentes e a
manutenção das condições climáticas não adequadas para os patógenos ou pragas nem
sempre são possíveis. Por esse motivo, evitar a introdução de patógenos e pragas nas
estufas é uma das melhores formas de controle fitossanitários das plantas. As principais
formas de introdução de alguns patógenos em cultivos hidropônicos e como solucioná-
las são apresentadas na Quadro 1.

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Quadro 1 – Formas de introdução de patógenos em cultivos hidropônicos
De onde podem
vir? Como evitá-las

Em sementes Muitas espécies de bactérias, fungos e vírus fitopatogênicos são transmitidas pela semente.
Por esse motivo, é essencial que as sementes usadas para a produção de mudas sejam de
boa qualidade. Elas devem ser obtidas de empresas idôneas, que garantem sua qualidade
através de testes de comprovação de sanidade. Pode ser comum uma doença aparecer
somente na fase adulta. Nesse caso, é mais difícil diagnosticar a sua origem.
Em mudas É cada vez mais comum a aquisição de mudas produzidas por produtores especializados.
Estes devem apresentar capacidade técnica e garantir a qualidade das mudas,
principalmente sanitária. Em caso de dúvida é recomendado visitas ao viveiro antes da
entrega das mudas.
No substrato Substratos agrícolas usados na produção de mudas podem ser fontes
de inóculo se não forem esterilizados ou forem contaminados durante o armazenamento
em condições inadequadas. Substratos infestados geralmente causam grandes perdas
porque permitem a infecção das plantas ainda muito jovens.
Na água A água utilizada no preparo da solução nutritiva deve estar livre de agentes patogênicos.
Caso contaminada, distribui os propágulos dos patógenos na solução circulante e pode
ter efeito devastador. Por isso, a água deve ser de boa qualidade química, física e
biologicamente. Preferencialmente, deve ser oriunda de poços artesianos ou ser filtrada
antes de entrar no sistema. É primordial também que a água seja armazenada em caixas
limpas e higienizadas regularmente.
Nas ferramentas As ferramentas usadas nos tratos culturais, como a desbrota, por exemplo, transmitem
principalmente vírus e bactérias após o contato com planta doente. Assim, devem ser
desinfestadas com solução de hipoclorito de sódio ou outro desinfetante toda vez que
plantas suspeitas de infecção forem tocadas.
Nas caixas Caixas utilizadas para a colheita podem ser infectadas durante o transporte, armazenamento
e/ou comercialização, causando riscos de contaminação se não forem limpas e
desinfestadas eficientemente antes de serem introduzidas novamente na estufa
Em calçados Partículas de solo, principalmente quando úmido, podem ser introduzidos no ambiente de
cultivo por meio de calçados sujos, liberando propágulos de patógenos que chegarão aos
tecidos, levados por correntes de vento ou respingos. Antes de entrar nas áreas de cultivos ou
estufas, os calçados devem ser limpos e desinfestados em caixa contendo cal virgem (pé de
lúvio). Pode-se também deixar um par de calçados para ser usado somente no interior da estufa.
De estufas ou Fungos que afetam a parte aérea das plantas, como Cercospora lactucae da alface e
campos vizinhos Phytophthora infestans do tomateiro, são facilmente carregados pelo vento para dentro da
estrutura a partir de fontes próximas de inóculo. As áreas de cultivo hidropônico devem ser
afastadas de campos de produção e de qualquer local que possa conter plantas mais
velhassendo cultivadas. Folhas velhas de alface descartadas durante a “toilete” são eficazes
fontes de inóculo de doenças foliares; devem, portanto, ser retiradas do ambiente e
destruídas por enterrio ou fogo. Embora devam ser evitadas, as pulverizações com
fungicidas especificados para cada doença podem ser usados, com os cuidados que a
aplicação deagrotóxicos requer, principalmente em ambientes fechados.
De plantas Muitos patógenos de hortaliças e vetores, principalmente de vírus, sobrevivem e
daninhas multiplicam-se em plantas daninhas. O interior da estrutura e os arredores devem ser
mantidos limpos e o ambiente deve ser mantido fechado e sem rasgos no plástico.
Do solo Inúmeros patógenos de solo podem contaminar o sistema através do respingo de água
nosolo ou por partículas levadas pelo vento. Para evitar esse problema, recomenda-se que o
solo seja coberto com cimento, ráfia de solo ou brita.

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Nas mãos Ao tocarem em plantas doentes, as mãos ficam contaminadas e podem espalhar diversas
doenças. Dessa forma, os funcionários devem-se periodicamente lavar as mãos com água e
detergente, principalmente após tocarem plantas doentes fora ou dentro da estufa.

Os principais problemas fitossanitários que ocorrem em cultivos hidropônicos


afetam principalmente as raízes (contaminação da fonte de água) e, uma vez introduzidas,
são altamente favorecidas pelo sistema, pelas seguintes razões:

▪ Cultivo adensado. A proximidade entre as plantas permite o contato das sadias com
as contaminadas.
▪ Temperatura e umidade favoráveis ao desenvolvimento do patógeno. A temperatura
da solução nutritiva pode aquecer com facilidade, principalmente no verão,
favorecendo o desenvolvimento dos patógenos.
▪ Facilidade de disseminação em todo o sistema, pois a solução é recirculante.
▪ As plantas liberação de exsudatos que são atrativos para os patógenos.

Quando a contaminação do sistema hidropônico ocorre, o controle é difícil, pois os


patógenos se disseminam rapidamente principalmente através da solução nutritiva. As
principais medidas recomendadas para evitar a incidência e o desenvolvimento de
doenças e pragas em cultivos hidropônicos são:

▪ manter toda a instalação limpa;


▪ controlar a temperatura da solução nutritiva (20 a 25 °C);
▪ retirar imediatamente as plantas contaminadas;
▪ identificar a doença ou praga incidente e pesquisá-las a fim de saber como
ocorrem, como evitá-las e como controlá-las.
▪ realizar a desinfecção dos reservatórios e tubulações periodicamente;
▪ utilizar mudas e sementes sadias;
▪ treinar os funcionários quanto à limpeza das mãos, ferramentas e movimentação
de materiais e equipamentos de uma estufa para outra;
▪ identificar o que pode ser melhorado nas estruturas, no manejo e na solução
nutritiva;
▪ registrar a época de ocorrência da contaminação para se prevenir no próximo ano;
▪ tentar evitar que as condições de cultivo fiquem ótimas para o desenvolvimento
do patógeno e ao mesmo tempo adequadas para a cultura;
▪ utilizar água de boa qualidade;
▪ utilizar variedades resistentes;

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▪ utilizar substratos inertes;
▪ controlar a entrada de insetos, principalmente na área de produção de mudas;
▪ evitar ou controlar a entrada de pessoas externas na estufa;
▪ evitar que fumem no interior da estufa, pois o fumo pode conter vírus e contaminar
as plantas.
Recomenda-se que os produtores façam o manejo integrado de pragas e doenças
(MIPD) para atingir um alto nível de controle fitossanitário. O MIPD é uma técnica muito
eficiente e sustentável, que visa não somente ao controle químico do patógeno ou praga,
mas à utilização de diferentes métodos para evitar sua ocorrência e disseminação. O uso
de defensivos químicos deve ser bem planejado e utilizado somente quando outros
métodos de controle não puderem ser aplicados ou não sejam eficientes. Quando
necessário, a utilização desses produtos deve feita sob a orientação de um engenheiro
agrônomo. É fundamental o uso de produtos devidamente registrados para a espécie
cultivada, preferencialmente, com ação seletiva e menos tóxicos ao homem e ao ambiente.
Também é essencial aplicar os defensivos químicos de acordo com a dose recomendada
na bula do produto e respeitar o seu período de carência. Deve-se evitar o uso repetido de
produtos com o mesmo mecanismo de ação sobre o patógeno ou praga para que não
ocorra o surgimento de indivíduos resistentes.
Como alternativa complementar ou substituta a esse tipo de produto, pode-se usar
produtos alternativos e o controle biológico. Cabe ressaltar que as boas práticas culturais,
ou seja, o uso racional de insumos com fertilizantes, defensivos, água e outros materiais
devem ser aplicadas na produção hidropônica de hortaliças, pois é mais sustentável,
segura, econômica e contribui para a agregação de valor ao produto.
No Quadro 2, são apresentadas algumas das doenças que ocorrem em cultivos
hidropônicos. Entretanto, outros problemas fitossanitários, não citados abaixo, também
podem causar sérios danos econômicos. Apesar de não serem realizadas em solo, plantas
cultivadas em hidroponia estão sujeitas, praticamente, às mesmas doenças que ocorrem
tanto em cultivo protegido como no sistema convencional.

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Quadro 2 – Principais doenças observadas em cultivos hidropônicos.

Nome comum da doença Agente causal Época do ano de ocorrência

Queima da saia, rizoctoniose1 Rhizoctonia solani Kuhn Ano todo. Maior ocorrência na
primavera/outono/inverno.
Oídio Oidium sp., forma anamórfica de Ano todo. Maior ocorrência na
Erysiphe cichoracearum DC. primavera/verão.
Míldio Bremia lactucae Regel Ano todo. Maior ocorrência na
primavera/outono/início do inverno.
Podridão de esclerotínia, mofo Sclerotinia sclerotiorum (Lib.) De Bary. Maior ocorrência na primavera/
branco1 outono/inverno.
Podridão mole, podridão Pectobacterium carotovorum (Jones) Maior ocorrência na primavera/verão.
bacteriana1 Waldee = Erwinia carotovora pv.
carotovora
Espessamento clorótico das Vírus Mirafiori da alface (Mirafiori Maior ocorrência no outono/inverno.
nervuras (complexo) lettuce vírus, MiLV) e vírus associadodo
espessamento clorótico (Lettucebig
vein associated vírus, LBVAV)
Podridão radicular Pythium sp. Ano todo. Maior ocorrência no verão.

As principais pragas que afetam os cultivos protegidos são tripes, pulgões, moscas-
branca, ácaros, lagartas e brocas, sendo as três primeiras possíveis vetores de viroses em
hortaliças. Geralmente os cultivos hidropônicos são realizados em estufas, sendo menor
a incidência de pragas quando esse ambiente é fechado por tela antiafídeos, que impede
a entrada de praticamente todos os insetos, até mesmo tripes. Entretanto, pode haver a
entrada dessas pragas através de furos na tela e pela porta da estufa. Para evitar isso,
recomenda-se que seja feita a vistoria frequente da condição das telas laterais e a
construção de antecâmara na estufa.

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A Água
Ao elaborar uma solução nutritiva para cultivo de plantas no sistema hidropônico,
além de conhecer as exigências nutricionais das plantas, que pode ser obtida através de
marchas de acúmulo de nutrientes, de testes de soluções, da experiência de algum
produtor ou da literatura, deve-se, primeiramente, conhecer a água disponível na
propriedade.
Em cultivo sem o uso do solo, a qualidade da água é fundamental, sendo decisiva
para o sucesso ou o fracasso da atividade. O produtor deve conhecer as suas propriedades
físicas, químicas e microbiológicas e verificar se há algum fator que pode vir a limitar o
cultivo de plantas como pH, alcalinidade, sais solúveis, cálcio, magnésio, boro, flúor,
cloreto, sulfatos, sódio, bicarbonato, ferro, bactérias heterotróficas, coliformes fecais,
Escherichia coli, e materiais sólidos orgânicos e inorgânicos. Recomenda-se enviar
amostras de água para o laboratório para a sua caracterização. A Tabela 1 apresenta os
valores máximos de padrões de qualidade da água recomendado quanto a algumas
características químicas para os cultivos hidropônicos.

Tabela 1 – Valores máximos de padrões de qualidade da água recomendados para os


cultivos hidropônicos.

Elemento químico mg L–1


Sódio 11,50
Cloro 35,50
Cálcio 80,20
Magnésio 12,20
Sulfato 48,10
Bicarbonato 244,00
Ferro 0,03
Manganês 0,55
Cobre 0,06
Zinco 0,33
Boro 0,27
Flúor 0,48
Condutividade elétrica (dS m–1) a 25 oC 0,50

Quando a água contém teores de um ou mais nutrientes em quantidades não


desprezíveis, as concentrações deles devem ser levadas em consideração para a
elaboração da solução nutritiva. Recomenda-se considerar o teor de um macronutriente e

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de micronutriente quando o seu valor na água representar no mínimo 25% e 50%,
respectivamente, do teor a ser empregado para compor a solução.
A condutividade elétrica (CE) da água deve ser menor que 0,5 mS cm–1, com uma
concentração total de sais inferior a 350. Valores elevados de CE da água dificultará a
formulação de uma solução nutritiva, pois seu valor poderá exceder o ideal para a cultura
quando os fertilizantes forem adicionados.
Quando a água apresenta um teor elevado de íons bicarbonatos (água dura), o pH
será elevado, resultando em precipitação de nutrientes, que se tornam indisponíveis para
as plantas.

Solução Nutritiva de cultivo

A solução nutritiva que é fornecida às raízes das plantas, deve conter todos os
nutrientes, em concentrações e proporções ideias para cada estádio fenológico da planta.
O preparo e manejo da solução levam em consideração os custos dos fertilizantes
bem como da energia elétrica para circular a solução e para a sua substituição.
Os produtores podem preparar a solução final para nutrir as plantas nos canais de
cultivo de duas formas: a) dissolvendo todos os fertilizantes necessários para compor a
solução nutritiva final em um único reservatório; ou b) dissolvendo os fertilizantes
compatíveis entre si para compor as soluções concentradas, que serão utilizadas para a
confecção da solução nutritiva final. Para isso, há necessidade de, no mínimo, dois
reservatórios, uma vez que fertilizantes à base de Cálcio não podem ser misturados com
fertilizantes que contenham sulfato ou fosfato na sua composição, pois pode ocorrer a
formação de precipitados na forma de sulfato de cálcio ou fosfato de cálcio.
O manejo da solução em ambos os sistemas consiste na reposição de nutrientes que
foram consumidos durante o dia pelas plantas com base na leitura da condutividade
elétrica da solução no reservatório após a reposição da água. Para isso, diariamente a
medição da Condutividade Elétrica (CE) é realizada após reservatório ter sido completado
com água para retornar ao seu volume inicial. Em função da redução da CE, soluções
nutritivas concentradas são adicionadas em quantidades proporcionais à essa redução.
Entretanto, esse processo de reposição não leva em consideração as concentrações dos
nutrientes remanescentes na solução, o que gera, ao longo do tempo, acúmulo de
determinados nutrientes pela absorção diferenciada entre cátions e ânions pelas raízes.
Esse acúmulo pode ocasionar um desequilíbrio entre os nutrientes, diminuindo a absorção
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de determinados elementos pela presença de outros em elevadas concentrações ou pela
formação de precipitados. Para resolver esse problema, o produtor pode descartar a
solução nutritiva final a cada 40 ou 50 dias, em média.

Tabela 2 – Soluções nutritivas para o cultivo de alface e rúcula.

Cultura

Nutriente Alface1 Alface2 Rúcula3 Rúcula4

Fase de produção (mg L–1)


N 160,00 198,00 281,42 203,68
P 43,00 39,00 26,99 40,65
K 180,00 183,00 253,64 309,26
Ca 131,00 142,00 240,00 160,00
Mg 20,00 38,00 25,25 36,93
S 50,00 52,00 34,20 74,40
B 1,00 0,30 0,59 0,44
Cu 0,50 0,02 0,15 0,44
Fe 2,50 2,00 4,18 5,34
Mn 0,40 0,40 0,15 0,44
Mo 0,08 0,06 0,03 0,09
Zn 0,20 0,06 0,06 0,18
Ni 0,07 0,00 0,05 0,09

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Cultivares para o sistema hidropônico

Para a escolha da cultivar, precisamos ter o entendimento da


variação/adaptabilidade genética das plantas que iremos escolher para o cultivo
hidropônico e, principalmente, as suas inter-relações quanto ao crescimento em função
do microclima a que são expostas. Resumidamente, o que há de se entender é se a planta
é ou não adaptada às condições tropicais do Brasil.
Tais condições ou variáveis referem-se, principalmente, a dinâmica da temperatura
em seu estado no decorrer do ano (clima) e suas interações com o ambiente protegido
(microclima da estufa). Além disso, outra variável a ser monitorada é a umidade relativa
(UR%) que pode ser extremamente alta (acima de 80%) em determinadas regiões do
Brasil.
Outra variável relevante a ser monitorada ou compreendida é a irradiância
(quantidade de radiação disponível para as alfaces, determinante da temperatura,
inclusive), que pode ser muito baixa em períodos chuvosos.
Nesse caso, no cultivo de alface, usaremos a cultivar Alface Milena (Crespa),
desenvolvida pela Sakata sementes, suas plantas grandes e de formato cônico, apresentam
encaixe perfeito no sistema hidropônico e em embalagens plásticas.
Já no cultivo de rúcula, utilizaremos a cultivar Antonella (255), que é uma rúcula
tipo folha curta, de alto desempenho com excelente uniformidade no ponto de colheita.
Excelente material para cultivo em hidroponia. A Antonella é uma seleção especial
da ISLA que apresenta mais resistência e produtividade, mantendo as características de
consumo da Cultivada.

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Planta do projeto

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Implantação do projeto

A implantação do projeto ocorreu em uma propriedade de área total de 5 hectares,


sendo que, a estrutura que suporta materiais, estufa e sistema de produção, ocupa uma
área de 2.000 m². O produtor possui 1 estufa geminada do tipo arco, com estrutura
composta de perfis de aço galvanizado e de eucalipto tratado. A cobertura da estufa foi
feita com filme plástico.
Para uma análise de custo de implantação, foi realizado orçamento junto a empresa
Hidrogood, empresa referência no mercado de hidropônicos no cenário nacional. Os
valores observados correspondem ao ano de 2020 e são listados abaixo.

Tabela 3: Material para bancadas de hidroponia

Material Permanente Quantidade Perfil PREMIUM


dupla camada
Perfis TP58 4,90m c/ furo 10cm (c/ bolsa) 18 352,80
Perfis R80 4,90m c/ furo 25cm (c/ bolsa) 42 1.399,44
Perfis R65 4,90m c/ furo 12,5cm (c/ bolsa) 72 1.887,48
Tampões de entrada para perfil TP58 14 18,20
Perfil de recolhimento de 0,75m x 9 encaixes TP58 1 21,00
Suportes para TP58 (não acompanha parafusos) 59 44,25
Tampões para R80 26 49,40
Perfil de recolhimento de 1,45m x 7 encaixes R80 3 121,80
Suportes para R80 (não acompanha parafusos) 110 99,00
Tampões para R65 41 67,65
Perfil de recolhimento de 1,80m x 12 encaixes R65 3 151,20
Suportes para R65 (não acompanha parafusos) 185 148,00
Sistema injetor de solução completo 71 170,40
Canos em PP especial 50 mm x 6m 4 140,00
Canos em PP especial 25 mm x 6m 4 80,00
Perfil de bancada barras de 0,70 m (Travessa de cavalete) 11 55,06
Perfil de bancada barras de 1,40 m (Travessa de cavalete) 24 240,24
Perfil de bancada barras de 1,75 m (Travessa de cavalete) 24 300,30
Pés de bancada de 1,20m (Pés de cavalete) 118 1.012,44
Sela calha acrílica 2 32,60
Custo Total das Bancadas de Hidroponia (R$) 6.391,26

20
Tabela 4: Equipamentos Elétricos e Aparelhos
Painel elétrico c/ relê, timer, liga-desliga 220V 1 700,00
Bomba centrifuga 1/4 H.P monofásica DANCOR 2 920,00
Sucção: 3/4” / Recalque: 3/4” / Vazão Máxima: 7,60 m³/h
(Alface)
Peagâmetro digital HM PH 80 1 220,00
Condutivímetro digital HM COM 80 1 165,00
Kit de soluções de calibração para aparelhos pH 4, pH 7 1 175,00
e condutividade(500 ml)
Venturi 3/4' 2 80,00
Custo Total dos Equipamentos (R$) 2260,00

Tabela 5: Insumos

Solução nutritiva Hidrogood Fert– sc de 25kg 1 152,50


Nitrato de Cálcio sc de 25kg 1 61,50
Ferro EDDHA 6% sc 1 kg 1 60,00
Espuma fenólica Green-up (caixa c/ 5.175 células) 1 70,00
Bandeja para espuma fenólica 3 39,00
Custo Total dos Insumos (R$) 383,00

Tabela 6: Orçamento Estufa

Material Permanente Quantidade Reforçada


Parte aérea de 7m x 21m com sistema de molas incluso 1 4.595,31
Pés metálicos centrais de 5,75m 2 414,00
Pés metálicos laterais de 3,80m 16 1.552,00
Cabeamento completo p/ reforço da estufa 1 919,55
Filme Ginegar (Israel) difusor 52% com 5 camadas, 1 777,35
antiestático (reduzpoeira) de 8,6 m x 23 m x 0,12 ou
11m x 23 m x 0,12 (1 rolo de 5m e 1
rolo de 6m)
Tela lateral Polysombra preta 35% de 4m x 100m 1 1.456,00
Porta de correr, metálica, vedada com tela, de 1,10 x 1 660,00
2,20m
Trilho de Alumínio 18 m e mola 1 150,24
Custo Total (R$) 10.524,45

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Tabela 7: Investimento total para implantação do Sistema Hidropônico

Itens Necessários
Bancadas de Hidroponia 6.391,26
Equipamentos elétricos e Aparelhos 2.260,00
Insumos 383,00
Estufa 10.524,45
Custo Total do Orçamento (R$) 19.558,71

De acordo com a média Cepea hortifruti (CEPEA, 2018), em outubro de 2018 a


alface crespa hidropônica saiu por R$ 18,90/cx com 24 unidades, o que equivale a R$
0,78/unidade. O orçamento apresentado equivale a uma produção de 1.100 pés de alface
por mês a um custo de produção de R$ 0,34/ unidade, o que equivale a um lucro de R$
0,44/unidade. Já a rúcula foi comercializada a R$ 0,68/unidade a um custo de produção
de R$ 0,38/unidade (DELAZERI, 2019), o que equivale a um lucro de R$ 0,30/unidade.
O orçamento apresentado comporta uma produção de 2.700 pés de rúcula por mês. O
fluxo de caixa para esses valores está representado na Tabela 8.
Tabela 8: Fluxo de caixa simples para os 1.100 pés de alface e 2.700 pés de rúcula

Intens Mês 0 Mês 1 Mês 2 Mês 3 Mês 4 Mês 5 Mês 6 Mês 7 Mês 8
Saídas
Total de 19.558,71
investimentos
Total de Custos Alface 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00
Total de Custos 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00
Rúcula
Total Geral 19.558,71 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00
Entradas
Receita com Alface 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00
Receita com Rúcula 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00
Total Geral de receitas 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00
Fluxo de Caixa - 19.558,71 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00

Intens Mês 9 Mês 10 Mês 11 Mês 12 Mês 13 Mês 14 Mês 15 Mês 16


Saídas
Total de
investimentos
Total de Custos Alface 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00 374,00
Total de Custos 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00 1.026,00
Rúcula
Total Geral de custos 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00 1.400,00
Entradas
Receita com Alface 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00 858,00
Receita com Rúcula 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00 1.836,00
Total Geral de receitas 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00 2.694,00
Fluxo de Caixa 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00 1.294,00

22
Utilizando-se uma taxa média de atratividade (TMA) de 0,5% a.m. foi possível
calcular o Valor Presente Líquido (VPL) do projeto hidropônico, que para o 16º mês foi
de R$291,15 conforme demonstrado na Tabela 9.
Tabela 9: Valor Presente Líquido (VPL) do projeto hidropônico para alface e rúcula.

mês Fluxo de Caixa VP do Fluxo de caixa VPL


mês 0 - 19.558,71 - - 19.558,71
mês 1 1.294,00 1.287,56 - 18.271,15
mês 2 1.294,00 1.281,16 - 16.989,99
mês 3 1.294,00 1.274,78 - 15.715,21
mês 4 1.294,00 1.268,44 - 14.446,77
mês 5 1.294,00 1.262,13 - 13.184,64
mês 6 1.294,00 1.255,85 - 11.928,79
mês 7 1.294,00 1.249,60 - 10.679,19
mês 8 1.294,00 1.243,39 - 9.435,80
mês 9 1.294,00 1.237,20 - 8.198,60
mês 10 1.294,00 1.231,04 - 6.967,56
mês 11 1.294,00 1.224,92 - 5.742,64
mês 12 1.294,00 1.218,83 - 4.523,81
mês 13 1.294,00 1.212,76 - 3.311,05
mês 14 1.294,00 1.206,73 - 2.104,32
mês 15 1.294,00 1.200,72 - 903,60
mês 16 1.294,00 1.194,75 291,15

A TIR do projeto hidropônico para alface e rúcula apresentou a


rentabilidade de 0,68% ao mês, demonstrando a viabilidade do projeto, pois está
acima do custo de oportunidade de 0,5% ao mês.
Isso demostra que apesar do investimento inicial, o retorno desse
investimento inicial pode ser conquistado em 16 meses de produção total, tornando
a hidroponia uma atividade lucrativa.

23
Conclusão

Foi possível demonstrar os pontos positivos do sistema hidropônico e


também o diferencial, que consiste em maior investimento para o inícioda
atividade.
Conforme Santos et. al, (2013), o consumo de água é reduzido em até 70%
quando se utiliza o sistema hidropônico. Isso porque o método fechado e o uso
racional impede o desperdício, lixiviação e evaporação que ocorre no sistema
tradicional cultivado no solo. Por se tratar de um cultivo fechado e protegido, a
menos incidência de pragas o que reduz drasticamente o uso de agrotóxicos na
produção tornando o produto mais saudável.
É necessário investimento inicial para a implantação do sistema
hidropônico, no entanto é possível obter retorno rápido com margem de lucro
razoável, desde que bem executada. Quanto ao tempo, são necessários apenas
16 meses para recuperar o investimento realizado.
Entretanto, cabe ao produtor analisar o ambiente ao qual está inserido bem
como qual será seu público consumidor, uma vez que devido aos custos maiores,
o método hidropônico é indicado aos produtores que buscam baixa produção e
boa rentabilidade.
Com a elaboração do projeto, foi possível observar também a necessidade
de qualificação técnica e mão de obra especializada, já que a ocorrência de
fitopatógenos pode resultar em perdas altas para o sistema se não forem
solucionadas em tempo hábil, assim treinamento e acompanhamento técnico é
indispensável ao produtor

24
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levantamento dos dados socioeconômicos da cadeia produtiva de hortaliças no Brasil,
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