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CURSO: TÉCNICO INTEGRADO EM QUÍMICA

QUÍMICA ORGÂNICA – Prof.ª QUELLI LARISSA O. DE SANTANA

NOME: DATA: __/____/____

Experimento 5: Cromatografia em camada delgada (CCD)


A cromatografia em camada delgada (TLC, do inglês thin layer cromotography) é uma técnica muito
importante para a separação rápida e a análise qualitativa de pequenas quantidades de material. Ela é
perfeitamente adequada para a análise de misturas e produtos de reação, em experimentos em macroescala e
microescala. A técnica está estritamente relacionada à cromatografia em coluna. Na verdade, a TLC pode ser
considerada a cromatografia em colunas ao contrário, com o solvente subindo pelo adsorvente, em vez de descer.

1. Princípios da Cromatografia em camada delgada

Assim como a cromatografia em colunas, a TLC é uma técnica de partição sólido-líquido. Contudo, a fase
móvel líquida não percola para baixo no adsorvente; ela sobe por uma fina camada a de adsorvente que reveste
um suporte de apoio. O tipo de suporte mais típico é um material plástico, mas outros materiais também são
utilizados. Uma camada fina de adsorvente é espalhada sobre a placa e, então, deixada para secar. Uma placa
seca e revestida é chamada placa de camada ou lâmina de camada delgada. Quando uma placa de camada
delgada é colocada na vertical em um recipiente que contém uma camada rasa de solvente, o solvente sobe pela
camada de adsorvente na placa, por meio de ação capilar.

Na TLC, a amostra é aplicada à placa antes que o solvente possa subir pela camada de adsorvente. A
amostra geralmente é aplicada na forma de uma pequena mancha perto da base da placa; essa técnica
normalmente é chamada aplicação de mancha. A placa é colocada por repetidas aplicações de uma solução da
amostra, usando-se uma pequena pipeta capilar. Quando a pipeta preenchida toca a placa, a ação capilar libera
seu conteúdo na placa, e uma pequena mancha é formada.

À medida que o solvente sobe pela placa, a amostra é particionada entre a fase líquida, móvel e a fase
sólida, estacionária. Durante esse processo, você está desenvolvendo, ou correndo, a placa de camada delgada.
Ao desenvolver a placa, você separará os vários componentes na mistura. A separação é baseada nos vários
processos de equilíbrio que os solutos experimentam entre a fase móvel e a fase estacionária. Assim como na
cromatografia em colunas, as substâncias menos polares avançam mais rapidamente que as substâncias
mais polares. Uma separação resulta das diferenças nas taxas com que os componentes individuais da mistura
avançam pela placa. Quando muitas substâncias estão presentes em uma mistura, cada uma tem suas próprias
propriedades características quanto à solubilidade e capacidade de adsorção, dependendo dos grupos funcionais
em sua estrutura. Em geral, a fase estacionária é muito polar e liga fortemente substâncias polares. A fase
móvel líquida geralmente é menos polar que o adsorvente e dissolve mais facilmente substâncias menos polares
ou, até mesmo, apolares. Portanto, as substâncias mais polares percorrem lentamente na vertical, ou nem
mesmo se movem, e substâncias apolares mais rapidamente.

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Após o desenvolvimento, a placa de camada delgada é removida do tanque de desenvolvimento e
deixada para secar, até que esteja livre de solvente. Se a mistura que foi originalmente aplicada na placa tiver
sido separada, haverá uma série vertical de manchas na placa. Cada mancha corresponde a um componente ou
composto separado da mistura original. Se os componentes da mistura forem substâncias coloridas, as várias
manchas serão claramente visíveis depois do desenvolvimento. Contudo, mais frequentemente, as "manchas"
não serão visíveis porque elas correspondem a substâncias incolores. Se não houver manchas aparentes, elas
poderão se tornar visíveis somente se for utilizado um método de visualização. Geralmente, manchas podem ser
vistas quando a placa de camada delgada for mantida sob luz ultravioleta; a lâmpada ultravioleta é um método
de visualização comum. Também é comum o uso de vapor de iodo. As placas são colocadas em uma câmara
contendo cristais de iodo e deixadas em repouso por pequeno período. O iodo reage com os vários compostos
adsorvidos na placa, formando complexos coloridos que são claramente visíveis. Uma vez que o iodo
geralmente altera os compostos por meio de uma reação, os componentes da mistura normalmente não podem
ser recuperados da placa quando é utilizado o método baseado em iodo.

1.1 O valor do Rf

Sob um conjunto de condições específicas, determinado composto sempre percorre uma distância fixa relativa
à distância que a frente de solvente percorre. A proporção entre a distância que o composto percorre e a distância
que a frente do solvente percorre é chamada valor de Rf. O símbolo Rf se refere a "retardation factor" ("fator
de atraso") ou "ratio to front" ("razão até a frente"), e é expresso como uma fração decimal:

𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑠𝑢𝑏𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎


𝑹𝒇 =
𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑑𝑎 𝑝𝑒𝑙𝑎 𝑓𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑜𝑙𝑣𝑒𝑛𝑡𝑒

A cromatografia em camada delgada tem diversos usos importantes na química orgânica. Ela pode ser
utilizada nas seguintes aplicações:
1. Para demonstrar que dois compostos são idênticos.
2. Para determinar o número de componentes em uma mistura.
3. Para determinar o solvente apropriado para uma separação por cromatografia em coluna.
4. Para monitorar uma separação cromatográfica em coluna.
5. Para verificar a efetividade de uma separação em uma coluna, por cristalização ou por extração.

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6. Para monitorar o progresso de uma reação.
Em todas essas aplicações, a TLC tem a vantagem de que são necessárias apenas pequenas quantidades
de material. Não há desperdício de material. Com muitos dos métodos de visualização, pode ser detectado menos
de um décimo de um micrograma (10 - 7 g) de material. Por outro lado, podem ser utilizadas amostras com um
miligrama.
A cromatografia em camada delgada pode demonstrar que dois compostos suspeitos de serem idênticos
são, de fato, idênticos. Simplesmente aplique uma mancha de cada composto, de lado a lado, em uma única
placa e corra a placa. Se ambos os compostos percorrerem a mesma distância na placa (eles têm o mesmo valor
de R;), e são provavelmente idênticos. Se as posições das manchas não forem as mesmas, os compostos
definitivamente não são idênticos. É importante aplicar as manchas dos compostos na mesma placa. Isso é
especialmente importante com lâminas e placas que você mesmo prepara. Como as placas variam muito de uma
amostra para outra, não existem duas placas com exatamente a mesma espessura de adsorvente. Se você utilizar
placas comerciais, essa precaução não é necessária, embora seja efetivamente recomendada.
A cromatografia em camada delgada também pode estabelecer se a amostra é uma única substância ou
uma mistura. Uma única substância resulta em uma única mancha, não importando qual seja o solvente utilizado
para correr a placa. Contudo, o número de componentes em uma mistura pode ser estabelecido experimentando-
se vários solventes em uma mistura. Entretanto, deve-se fazer uma advertência.
Pode ser difícil, ao lidar com compostos apresentando propriedades muito similares, como os isômeros,
encontrar um solvente que separe a mistura. A impossibilidade de conseguir a separação não é uma prova
absoluta de que se trata de uma única substância pura. Muitos compostos podem ser separados somente por
meio de várias corridas da lâmina de TLC com um solvente bastante apoiar. Nesse método, você remove a placa
após a primeira corrida e a deixa secar. Depois de seca, ela é colocada novamente na câmara e corrida mais uma
vez. Isso duplica, efetivamente, o comprimento da lâmina. Às vezes, podem ser necessárias várias corridas.
Quando uma mistura tiver de ser separada, você pode utilizar a TLC a fim de escolher o melhor solvente
para separá-la, se não for possível recorrer à cromatografia em coluna. Pode-se experimentar vários solventes
em uma placa revestida com o mesmo adsorvente utilizado na coluna. O solvente que resolver melhor os
componentes provavelmente funcionarão bem na coluna. Esses experimentos em escala pequena são rápidos,
utilizam muito pouco material e economizam o tempo que seria gasto na tentativa de separar toda a mistura na
coluna. De modo similar, as placas de TLC podem monitorar uma coluna.

2. Objetivos da prática:
▪ Identificar se foi possível isolar o óleo essencial puro.
▪ Verificar qual o melhor eluente para ter uma melhor separação e/ou identificação do composto de
interesse.
3. Materiais e reagentes:
3.1 Materiais: Placa TLC comercial, béquer, papel de filtro, pinça, vidro de relógio.
3.2 Reagentes: Óleo essencial isolado, acetato de etila, hexano, iodo.

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4. Procedimentos Experimental

4.1 Prepara o eluente


1. Com uma proveta cada grupo irá preparar uma das seguintes proporções de solventes:
9:1Hexano/EtOAc; 8:2 Hexano/EtOAc; 7:3 Hexano/EtOAc; 6:4 Hexano/EtOAc e 1:1 Hexano/EtOAc
2. E reserve em um béquer e identifique as proporções.

4.2 Aplicação da amostra

1. Com a ajuda de uma régua, marque com um


lápis uma linha na base e acima da plaquinha
TLC.
2. Marque com um ponto o local onde irá
realizar a aplicação da amostra e indique abaixo
com uma letra.
3. Aplique uma pouco da amostra como
demonstrado pela professora na hora da aula
experimental.
4. Após aplicação da amostra, como foi explicado pela professora na hora do experimento, coloque a placa com
a ajuda de uma pinça encostada dentro do béquer (o qual já deve estar com um pouco do eluente de escolha,
importante não colocar muito solvente ao ponto de chegar à linha de base).
5. Em seguida tampe o béquer com um vidro de relógio.
6. Espere “eluir” (o solvente correr sob a placa até chegar à marca de cima da placa);
7. Após atingir a marca, retire com a ajuda de uma pinça e deixe secar.
8. Repita o procedimento para as misturas de eluentes indicadas pela professora (uma placa diferente para cada
eluente, no total são 5).
9. Após secagem observar na câmara UV se é possível observar manchas. Marque-as com um lápis.
10. Após marcar com lápis. Adicione a placa na câmara de iodo e feche o sistema com o vidro de relógio.
Observe se é possível identificar manchas coloridas (amarelo ou marrom) sendo formadas.
11. Após observar a manchas, retire a plaquinha com a ajuda de uma pinça.

4.3 Apresentação dos resultados

1. Calcule o Rf para cada mancha que aparecer em todas as proporções de eluente. Qual a melhor faixa de
valor de Rf e por quê?
2. Indique qual foi o melhor eluente para a sua amostra.
3. Você considera que a sua amostra está pura?
4. Das técnicas de revelação utilizadas, qual delas mais ajudou a identificar a sua amostra?

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5. Um aluno aplica uma amostra desconhecida em uma placa de TLC e corre a placa no solvente pentano.
É observada somente uma mancha, para a qual o valor de Rf é 0,05. O material desconhecido é um
composto puro? O que pode ser feito para verificar a pureza da amostra utilizando a cromatografia em
camada delgada?
6. Um aluno aplica uma amostra desconhecida em uma placa de TLC, e a corre no solvente diclorometano.
Somente uma mancha, cujo valor de Rf é 0,95, é observada. Isso indica que o material desconhecido é um
composto puro? O que pode ser feito para verificar a pureza da amostra utilizando a cromatografia em camada
delgada?

5. Referências:

PAVIA,D.et al. Química Orgânica Experimental: Técnicas de Escala Pequena.3.ed. São Paulo,
CengageLearning, 2012.
SOLOMONS,T.W.Graham. QuímicaOrgânica.10.ed. Rio de Janeiro: LTC,2013.

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