A Cromatografia em camada fina (TLC) a passou a ser uma técnica
instrumental como as demais formas de cromatografia, pois contém baixos custos e muitas vantagens. Embora a técnica permaneça fundamentalmente a mesma, o uso de instrumentação na aplicação da amostra, no desenvolvimento, na densitometria e no registro dos resultados ampliou em muito a utilidade da cromatografia em camada fina. A Cromatografia em camada fina (TLC) tem várias vantagens sobre outras formas de cromatografia: - Usualmente, a preparação da amostra é simples. - As amostras podem ser comparadas diretamente, frequentemente durante a corrida. - O desenvolvimento paralelo de amostras relacionadas e não relacionadas pode ser feito simultaneamente. - Vários procedimentos de detecção podem ser aplicados, frequentemente na mesma placa. - A separação pode ser acompanhada todo o tempo e interrompida quando desejado ou quando se troca o sistema de solventes. - O volume de solventes e outros reagentes é muito pequeno. A diferença importante entre a cromatografia em camada fina e outras formas de cromatografia é o lado prático e não o fenômeno físico envolvido (adsorção, partição etc.). Assim, na cromatografia em camada fina a fase estacionária é uma fina camada de um adsorvente (por exemplo, sílica gel, celulose em pó ou alumina) colocada sobre um material rígido e inerte, como uma placa de vidro ou uma folha de alumínio ou de plástico. Isto significa que o processo de separação ocorre em uma superfície plana e essencialmente em duas dimensões. As Técnicas de Cromatografia em camada fina são: - Preparação da placa As placas de TLC devem ser manuseadas cuidadosamente pelas bordas. Não se deve tocar a superfície da placa para evitar contaminação. É aconselhável limpar a placa antes de usá-la, de modo a remover eventuais impurezas do adsorvente
- Aplicação das amostras
É muito importante, quando se deseja fazer análise quantitativa, aplicar as “manchas” de amostra com acurácia e precisão. Usar volumes adequados, medidos em um instrumento de precisão, isto é, uma seringa ou uma micropipeta. Deve-se ter cuidado para não perturbar a superfície da camada de adsorvente porque isto distorce a forma das manchas no cromatograma desenvolvido e atrapalha a análise quantitativa.
- Desenvolvimento das placas
Colocam-se fitas de papel de filtro nas paredes da cuba, mergulhadas no solvente, para garantir que a cuba fique saturada com vapor de solvente (Fig. 7.2). Permite-se o desenvolvimento até que a frente de solvente atinja a distância necessária (usualmente 10 a 15 cm), remove-se a placa e marca-se a posição da frente de solvente com um objeto pontudo. Seca-se a placa em capela ou em estufa. Na secagem, deve-se levar em consideração a sensibilidade da amostra ao calor e à luz
- Medida e identificação de solutos
- Medidas Quantitativas
TLC em duas dimensões
Em muitos casos, mesmo usando diversas etapas de separação com solventes diferentes, a separação de misturas por TLC com o desenvolvimento em uma só direção não permite uma boa resolução dos componentes. Este problema pode ser superado com o uso da cromatografia em camada fina em duas dimensões. A técnica pode ser aplicada até mesmo para compostos estruturalmente muito relacionados. Neste procedimento, a separação é feita usando-se uma placa de TLC quadrada. A aplicação da amostra é feita perto de um dos vértices da placa e um primeiro desenvolvimento é feito usando um sistema de solventes . Quando o desenvolvimento se completar, a placa é retirada da cuba e seca. Gira-se a placa de 90° de modo a fazer com que a coluna de manchas separadas passe a ser a linha de partida. O cromatograma é desenvolvido novamente usando-se um segundo sistema de solventes. O resultado é uma separação efetiva que cobre uma boa área da placa de TLC. Uma das grandes vantagens da cromatografia em camada fina em duas dimensões é que é possível se obter separações efetivas de materiais estruturalmente muito semelhantes com placas quadradas de apenas 10 cm × 10 cm. Cromatografia em camada fina com alta resolução (HPTLC) A melhoria da qualidade dos adsorventes de TLC e dos procedimentos de aplicação das amostras aumentou de tal modo o desempenho da cromatografia em camada fina na separação de misturas, que a expressão “cromatografia em camada fina com alta resolução (HPTLC)” foi cunhada para descrever as separações em alta resolução que passaram a ser possíveis. Qualidade da camada adsorvente As camadas de adsorvente para HPTLC são preparadas com sílica gel especialmente purificada, com partículas de diâmetro médio de 3 a 5 μm e distribuição estreita de diâmetros. A sílica gel pode ser modificada, se necessário. As camadas feitas com estes adsorventes especiais têm cerca de 5000 pratos teóricos e são muito mais eficientes do que a cromatografia em camada fina convencional. Isto permite conseguir separações muito mais difíceis em menor tempo. Métodos de aplicação da amostra Como a camada de HPTLC tem menor capacidade, a quantidade de amostra aplicada é menor. Tipicamente, as amostras têm volume da ordem de 100 a 200 nl, com manchas de 1,0 a 1,5 mm de diâmetro inicial. Após o desenvolvimento por 3 a 6 cm, observam-se manchas compactas separadas cujo limite de detecção é cerca de 10 vezes melhor do que o da cromatografia em camada fina convencional. Outra vantagem é que manchas iniciais pequenas permitem o aumento do número de amostras que podem ser aplicadas na mesma placa. A colocação da amostra na camada adsorvente é um processo crítico em HPTLC. Para o trabalho quantitativo, o instrumento mais conveniente para colocar a amostra é um capilar de platina-irídio de volume constante (100 ou 200 nl), selado em um capilar de vidro de diâmetro maior como suporte. A cromatografia em camada fina pode ser uma técnica de análise muito trabalhosa porque muitas etapas estão necessariamente envolvidas: a preparação da amostra, frequentemente seguida por extração com solvente e concentração do extrato, a aplicação da amostra, o desenvolvimento do cromatograma e a revelação das manchas por fluorescência ou reação química. A análise quantitativa exige, ainda, outras etapas como a raspagem e a dissolução ou a leitura ótica Densitômetros de varredura Instrumentos comerciais para análise quantitativa in situ baseada em medidas fotométricas diretas são hoje muito usados em TLC. Existem instrumentos de feixe simples e de feixe duplo que são particularmente importantes em HPTLC devido à alta qualidade e homogeneidade da superfície das placas. Os densitômetros varrem as manchas uma a uma por reflexão ou absorção de um feixe de luz.
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