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Análise Instrumental Aplicada a Farmácia

Curso: Farmácia 6º Semestre

HISTÓRICO DA CROMATOGRAFIA

A cromatografia líquida preparativa tradicional nasceu em 1903, quando o


botânico russo M. Twsett fez a primeira separação de pigmentos carotenos. As
colunas que ele usava eram de vidro, embaladas com cascalho e eram
basicamente operadas à pressão atmosférica.
Essa situação permaneceu inalterada por muitos anos, até a década de 1960,
quando os químicos orgânicos começaram a usar colunas de aço inoxidável
operadas em algumas barras.

Mikhail Semenovich Tswett (1872-1919) fonte: Wikipedia

A cromatografia é uma técnica de análise muito usada para separar mistura de


substâncias químicas. A origem do nome vem do grego chroma, que significa
cor e, graphein, escrever.

A técnica da cromatografia visa separar elementos químicos orgânicos e


bioquímicos familiarizados. Ela foi usada pela primeira vez como método
científico por volta de 1903, quando o cientista russo Mikhail Tsvet a aplicou
para separar pigmentos coloridos de plantas. Desde então, essa técnica auxilia
no processo de identificação dos componentes de uma mistura, servindo,
principalmente, para uso de separação laboratorial.
Desde o início da cromatografia líquida (CL), em 1950, até os dias atuais,
muitos avanços foram alcançados e todos eles foram impulsionados pelo
desenvolvimento contínuo de novas partículas de fases estacionárias (FE) que
fossem capazes de gerar colunas mais seletivas, eficientes e estáveis química
e mecanicamente. Nos últimos 40 anos, a cromatografia líquida de alta
eficiência (CLAE) tem sido a técnica analítica mais desenvolvida, difundida e
empregada em laboratórios de análise de indústrias químicas e farmacêuticas,
em áreas médicas e em muitos outros campos da ciência e até em órgãos
governamentais.
Associada a essa expansão, na última década, o desenvolvimento da CLAE
tem sido direcionado à necessidade de análises mais rápidas, porém sem o
comprometimento do desempenho cromatográfico. Para isso, a redução do
tamanho das partículas da FE e das colunas foi a alternativa mais atrativa,
porém ficou limitada por um período por causa da elevada pressão resultante
desta concomitante redução, que não é compatível com os sistemas
cromatográficos convencionais. Entretanto, o uso de partículas menores que 2
µm se tornou possível recentemente, com o desenvolvimento da cromatografia
líquida de ultra eficiência (CLUE).
A evolução dos equipamentos e a demanda da indústria, em especial a
química e a farmacêutica, de controle de qualidade cada dia mais exigente,
levou os sistemas cromatográficos CLAE a se tornarem a terceira maior força,
em presença nos laboratórios, perdendo apenas para balanças e pHmetros.
A cromatografia é dividida por tipos como líquida, gasosa, de troca iônica e de
afinidade, sendo que todos empregam os mesmos princípios básicos.
Independentemente do tipo, a cromatografia tem duas fases: móvel e
estacionária.
A fase móvel é aquela em que os componentes, quando ficam isolados,
movem-se por um solvente fluido, que pode ser líquido ou gasoso.
A fase estacionária é aquela em que o componente em seu processo de
separação ou identificação irá ficar fixo na superfície de outro material líquido
ou sólido.
Portanto, por meio dessa técnica, torna-se possível a identificação de
substâncias, purificação de compostos e separação de componentes de
misturas.

Princípios da cromatografia
O processo da cromatografia é feito pela passagem da fase móvel sobre a fase
estacionária, dentro de uma coluna ou sobre uma placa.
A partir dessa passagem, os componentes da mistura são separados pela
diferença de afinidade. Com isso, cada um dos componentes da mistura é
seletivamente retido pela fase estacionária, o que resulta em migrações
diferenciais destes componentes.
A força de adesão, também chamada de afinidades diferenciais, dos
componentes do analito (mistura cujos componentes individuais devem ser
separados e analisados) que se movem em direção às fases estacionária e
móvel resulta na separação diferencial dos componentes.
A afinidade é ditada por duas propriedades da molécula: "Adsorção" e
"Solubilidade". A adsorção é a propriedade em que um componente da mistura
adere à fase estacionária. Quanto maior for a adsorção à fase estacionária,
mais lentamente a molécula se moverá pela coluna. Já a solubilidade é a
propriedade em que um componente da mistura se dissolve na fase móvel.
Quanto maior for a solubilidade na fase móvel, mais rapidamente a molécula se
moverá pela coluna.
A adsorção e a solubilidade de uma molécula podem ser manipuladas
escolhendo a fase estacionária e a fase móvel apropriadas.
Nessa técnica, o analito é carregado sobre o leito de sílica (embalado na
coluna) e adere a ela. Assim, a sílica age como a fase estacionária, ou seja, a
substância fica fixa dentro da coluna.
Na separação das misturas, os diferentes componentes do analito têm vários
graus de adesão à sílica. Por isso, movem-se em diferentes velocidades
através da fase estacionária conforme o solvente flui através dela.
No entanto, os componentes que aderem mais fortemente à fase estacionária
movem-se com mais lentidão em comparação com aqueles que têm uma
adesão mais fraca.
Tipos de cromatografia

A cromatografia divide-se por tipos a partir da forma física do sistema e da fase


(móvel ou estacionária).

1. Formas físicas do sistema cromatográfico

Cromatografia em coluna: é a técnica mais antiga da cromatografia, cuja


aplicação serve para separar componentes em duas fases: sólida e líquida.
Com base na capacidade de adsorção e solubilidade, esse processo ocorre em
uma coluna de vidro ou metal, em que preenche-se o reservatório com um
adsorvente adequado que permitirá o fluxo do solvente.

Cromatografia planar: envolve a cromatografia em papel e a cromatografia


em camada delgada.
A cromatografia em papel é uma técnica líquido para líquido, em que um
deles é fixo a um suporte sólido. Nesse processo, a separação e identificação
dos componentes da mistura ocorre sobre a superfície de um papel filtro.

A cromatografia em camada delgada é uma técnica líquido para sólido, em


que a fase líquida ascende por uma camada fina de adsorvente sobre um
suporte, geralmente, uma placa de vidro colocada dentro de um recipiente
fechado.

2. Fase móvel empregada

Cromatografia gasosa: é um método que ocorre em um tubo estreito, por


onde os componentes da mistura irão passar por uma corrente de gás. Esse
processo visa separar componentes da mistura por meio de uma fase gasosa
móvel sobre um solvente.

Cromatografia líquida: envolve a cromatografia líquida clássica e


a cromatografia líquida de alta eficiência. Na cromatografia líquida clássica é
uma técnica muito utilizada para isolar produtos naturais e purificar produtos
de reações químicas. Essa técnica ocorre por meio de uma coluna constituída
por um tubo de vidro em posição vertical.
Nesse processo, adiciona-se à coluna uma pequena quantidade de solvente e
deposita-se um chumaço de algodão para impedir a passagem de partículas da
fase estacionária.
Já na cromatografia líquida de alta eficiência utiliza-se bombas de alta pressão
para dissolver a fase móvel. Com isso, pode-se realizar a análise de várias
amostras em pouco tempo.

3.Fase estacionária empregada

Fase estacionária líquida: nesse processo o líquido é adsorvido sobre um


suporte sólido ou imobilizado sobre ele.

Fase estacionária sólida: é quando a fase fixa trata-se de um sólido.

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