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UFOB – Universidade Federal do Oeste da Bahia

Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias


Curso de Farmácia
Discente - Izabelle Ramos Pereira
Prof. Dr. Jonatas Gomes da Silva

2ª Lista de Cromatografia: Gasosa e Líquida

Barreiras - BA
2024
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA - CROMATOGRAFIA

Na literatura os primeiros relatos sobre o uso da cromatografia foram na


Antiguidade, sendo descrito que o feito foi realizado por um botânico russo chamado
Michael Semenovich Tswett, que apresentou um trabalho em 1903 à Sociedade de
Ciências de Varsóvia, onde descreveu os primeiros resultados de sua pesquisa que
utilizava extratos de folhas para estudar as estruturas químicas das clorofilas das
plantas, utilizando uma coluna de vidro recheada com carbonato de cálcio. A
utilização dos termos por Tswett teve seu significado na origem das palavras,
“cromo” do grego chroma, que significa cor, e “grafia” do grego graphe, que significa
escrever. Porém, em seu segundo artigo, o botânico explicou que a separação na
coluna não dependia da cor, mas das interações das substâncias, que podem ser
coloridas ou não, com o “recheio” da coluna (fase estacionária).
A cromatografia é um método físico-químico de separação dos componentes
de uma mistura, realizada através da distribuição desses componentes em duas
fases, que estão em contato íntimo. Uma das fases permanece estacionária,
enquanto outra se move através dela. Durante a passagem da fase móvel sobre a
estacionária, os componentes da mistura são distribuídos pelas duas fases de tal
forma que cada um deles é seletivamente retido pela fase estacionária, o que resulta
em migrações diferenciais desses componentes.
Toda cromatografia funciona, em sua grande maioria, com base no mesmo
princípio que a extração de solventes. Basicamente, os métodos dependem das
solubilidades ou capacidades de adsorção diferenciais das substâncias a serem
separadas com relação às duas fases entre as quais elas têm de ser particionadas.
Dessa forma, vários critérios são usados para a classificação das diferentes
modalidades de cromatografia, sendo comuns aqueles relacionados à técnica
empregada, ao mecanismo de separação envolvido e os diferentes tipos de fases
utilizadas. A forma física do sistema de cromatografia define a técnica geral: os
métodos cromatográficos sólido-líquido (em papel, em camada delgada, e em
coluna), líquido-líquido (líquido de alto desempenho) e gás-líquido (na fase de vapor)
são comuns.

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2. CROMATOGRAFIA GASOSA

A cromatografia gasosa se exalta por ser uma das ferramentas instrumentais


mais utilizadas para a separação e análises de compostos orgânicos. Os usos mais
comuns incluem a testagem da pureza em uma substância e a separação de
compostos em uma mistura. Em alguns casos, a cromatografia gasosa pode ser
empregada para identificar compostos.
Os processos para a separação dos compostos são desenvolvidos entre uma
fase gasosa e uma fase líquida estacionária. Após a separação, a temperatura do
sistema a gás pode ser controlada por forno isolado fazendo com que a coluna
observada obtenha os resultados mais fáceis.
A cromatografia gasosa também é conhecida como cromatografia em fase de
vapor e como cromatografia de partição gás-líquido.

2.1. ASPECTOS TEÓRICOS

O aparelho utilizado para a realização da separação gás líquido é chamado


de cromatógrafo a gás. Para utilizar o aparelho deve-se injetar a amostra no
cromatógrafo, e é imediatamente vaporizado em uma câmara de injeção aquecida,
sendo então introduzido em um fluxo de gás em movimento. Em seguida, a amostra
vaporizada é levada para uma coluna preenchida com partículas revestidas com
líquido absorvente. A medida que a amostra passa através da coluna, ela está
sujeita a muitos particionamento gás-líquido, os componentes são separados. A
medida que cada componente deixa a coluna, o detector eletrônico detecta o analito
e gera um sinal que é gravado em um registrador gráfico.
Para acompanhar a separação da mistura injetada no cromatógrafo a gás, é
necessário utilizar um dispositivo elétrico chamado detector. Dois tipos de detectores
são o detector de condutividade térmica e o detector de ionização de chamas.
O detector de condutividade térmica é simplesmente um fio aquecido
colocado no fluxo de gás, na saída da coluna. Quando um fluxo contínuo de um gás
de arraste passa pelo fio, a taxa na qual ele perde calor e sua condutância elétrica
tem valores constantes.
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Em um detector de ionização de chama, o efluente é dirigido para uma chama
produzida pela combustão do hidrogênio. A medida que compostos orgânicos
queimam na chama, fragmentos de íons são produzidos e coletados no anel acima
da chama. O sinal elétrico resultante é amplificado e enviado para um registrador. A
principal vantagem deste detector é que ele é mais sensível e pode ser utilizado
para analisar quantidades menores de amostras, como por exemplo a determinação
de cafeína em grãos. Além disso, um cromatógrafo a gás com esse detector pode
ser utilizado para analisar soluções aquosas.

2.2. APLICAÇÕES

Frequentemente, é necessário consideráveis investigações antes que uma


mistura possa ser separada com sucesso pelo cromatógrafo a gás. Muitas misturas
podem ser separadas por essa técnica quando nenhum outro método de separação
for adequado, quantidades muito pequenas de uma mistura podem ser separadas
por essa técnica. Essa vantagem é particularmente importante quando se trabalha
com microescalas. Quando a cromatografia gasosa é acoplada a um dispositivo de
registro eletrônico a quantidade de cada componente presente na mistura separada
pode ser estimada quantitativamente.

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3. CROMATOGRAFIA LÍQUIDA

A cromatografia Líquida / HPLC é uma técnica utilizada na separação dos


componentes de uma amostra, os quais se distribuem em duas fases, uma
estacionária e a outra móvel. A fase estacionária pode ser um sólido, um líquido
retido sobre um sólido, ou um gel. A fase móvel pode ser líquida ou gasosa. O
objetivo da cromatografia é separar individualmente os diversos constituintes de uma
mistura de substâncias seja para identificação, quantificação ou obtenção da
substância pura para os mais diversos fins.
A Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC) é um método de
separação de compostos químicos em solução, para realização desta separação
necessitamos no processo cromatográfico da partição dos componentes de nossa
amostra entre a fase móvel (FM) e a fase estacionária (FE). No HPLC temos a
capacidade de realizar separações e análises quantitativas de uma grande
quantidade de compostos presentes em vários tipos de amostra, com alta resolução,
eficiência e sensibilidade, mas o sucesso desta separação cromatográfica só é
possível se for aplicada uma FM correta a uma FE conveniente.

3.1. ASPECTOS TEÓRICOS

Essa técnica se baseia nas bombas para passar um solvente líquido


pressurizado que contém a mistura de amostra por meio de uma coluna preenchida
com um material absorvente sólido. Cada componente da amostra interage, de
forma um pouco diferente, com o material absorvente, causando taxas de transporte
diferentes para os diferentes componentes e levando à separação de componentes
enquanto saem da coluna.
Assim as colunas usadas no HPLC são preenchidas com partículas de
pequena dimensão (2-50 micrométricas em tamanho médio de partícula) porosas ou
com núcleo sólido. Isto dá ao HPLC grande poder de resolução quando a separação
de misturas, o que torna uma técnica cromatográfica popular. Um HPLC inclui,
tipicamente, um amostrador, bombas, e um detector. O amostrador leva a mistura da

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amostra para o fluxo de fase móvel que a transporta na coluna. As bombas
fornecem o fluxo pretendido e a composição da fase móvel através da coluna.
Dessa forma, o detector gera um sinal proporcional à quantidade de
componente amostra emergentes da coluna, permitindo, uma análise quantitativa
dos componentes da amostra. A maioria dos instrumentos de HPLC também tem
um forno de coluna, que permite ajustar a temperatura influenciando na viscosidade
do solvente, sendo um importante instrumento para a separação dos constituintes da
amostra.

3.2. APLICAÇÕES

Essa técnica é utilizada em análises de compostos não voláteis ou instáveis


termicamente onde a cromatografia gasosa não pode ser utilizada. Cerca de 80%
dos compostos apresentam essas características, então, o campo de aplicação do
HPLC é extremamente vasto, principalmente para as análises realizadas nas
Indústrias Farmacêuticas, com a quantificação dos insumos farmacêuticos e
medicamentos, bem como o doseamento de impurezas e produtos de degradação
em matérias-primas e produtos acabados.
A cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE ou HPLC) é um método de
separação de compostos químicos em solução, onde o sucesso da separação
cromatográfica só é possível se for aplicada uma fase móvel (FM) correta a uma
fase estacionária (FE) conveniente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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uma atividade experimental para discussão do conceito de polaridade.
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Disponível em:
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7. Fitoquímica: potencialidades biológicas dos biomas brasileiros - ISBN 978-65-
5360-170-3 - Vol. 2 - Ano 2022 - Editora Científica Digital -
www.editoracientifica.org. (Cap. 12, Técnicas cromatográficas: princípios,
classificações e aplicações)
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quirais para cromatografia líquida de alta eficiência. Química Nova, v. 33, n.
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9. NASCIMENTO, R.F. DO et al. Cromatografia gasosa Aspectos teóricos e


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10. OLIVEIRA, E. M. DE. A COLUNA DE CROMATOGRAFIA LÍQUIDA: USO,
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[Digite o Local da Editora]: Cengage Learning Brasil, 2015. E-book. ISBN
9788522121373. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522121373/. Acesso
em: 25 jan. 2024.

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