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Aço inoxidável:
Cobre e suas ligas: o cobre sem elementos de liga é tão macio e dúctil que é
muito difícil de ser usinado; além disso, ele tem capacidade quase ilimitada de
ser trabalhado a frio. Adicionalmente, ele é altamente resistente à corrosão em
diversos ambientes, que incluem a atmosfera ambiente, a água do mar e
alguns produtos químicos industriais. As propriedades mecânicas e de
resistência à corrosão do cobre podem ser melhoradas pela formação de ligas.
Bronze: O bronze é uma liga de cobre com adição de estanho, podendo conter
outros elementos, como alumínio, fósforo e silício. É conhecido por sua alta
resistência, boa condutividade elétrica e capacidade de resistir à corrosão. O
bronze é usado em aplicações como engrenagens, mancais, instrumentos
musicais, peças de arte e moedas.
Latão: O latão é uma liga de cobre e zinco. É valorizado por sua aparência
dourada, boa usinabilidade e resistência à corrosão. O latão é amplamente
utilizado em aplicações como torneiras, válvulas, conectores elétricos,
componentes de máquinas e decoração.
Cobre Berílio: O cobre berílio é uma liga de cobre com adição de berílio, o que
confere excelente resistência mecânica, dureza e condutividade elétrica. É
utilizado em aplicações que exigem alta resistência, como molas, contatos
elétricos, ferramentas de corte e componentes eletrônicos.
Cuproníquel: O cuproníquel é uma liga de cobre e níquel, com teor de níquel
variando geralmente entre 10% e 30%. Possui boa resistência à corrosão,
especialmente em ambientes marítimos, e é usado em tubulações de água
salgada, trocadores de calor, moedas e componentes eletrônicos.
Cobre eletrolítico: O cobre eletrolítico é um cobre refinado e puro, com baixos
teores de impurezas. É conhecido por sua alta condutividade elétrica e térmica,
sendo utilizado em fios e cabos, componentes eletrônicos, geradores e motores
elétricos.
Alumínio:
O alumínio e suas ligas: são caracterizados por uma massa específica
relativamente baixa (2,7 g/cm3 , em comparação com 7,9 g/cm3 para o aço),
condutividades elétrica e térmica elevadas, e resistência à corrosão em alguns
ambientes comuns, incluindo a atmosfera ambiente. Muitas dessas ligas são
conformadas com facilidade, em virtude de sua elevada ductilidade; isso fica
evidenciado nas finas folhas de papel-alumínio nas quais o material
relativamente puro pode ser laminado. Uma vez que o alumínio tem estrutura
cristalina CFC, sua ductilidade é mantida, mesmo em temperaturas muito
baixas. A principal limitação do alumínio é sua baixa temperatura de fusão
660°C , o que restringe a temperatura máxima na qual ele pode ser utilizado.
A resistência mecânica do alumínio pode ser aumentada por trabalho a frio e
pela formação de ligas; entretanto, ambos os processos tendem a diminuir a
resistência à corrosão. Os principais elementos de liga incluem cobre,
magnésio, silício, manganês e zinco. As ligas que não são tratáveis
termicamente consistem em uma única fase, e um aumento na resistência é
obtido por endurecimento por solução sólida ou encruamento. Outras ligas
tornam-se termicamente tratáveis (capazes de serem endurecidas por
precipitação) como resultado da adição de elementos de ligas.
(consultar as bibliografias para mais detalhes de outras ligas como as de Mg e
Ti)
As superligas: são consideradas materiais de engenharia avançados e são
desenvolvidas constantemente para atender às demandas de aplicações cada
vez mais desafiadoras. Elas desempenham um papel crucial em setores de alta
tecnologia.
As superligas são ligas de metais que possuem uma combinação excepcional
de propriedades mecânicas, resistência à temperatura, resistência à corrosão e
capacidade de suportar ambientes extremos. Elas são amplamente utilizadas
em aplicações que requerem alta resistência a altas temperaturas, como
turbinas a gás, motores de avião, indústria aeroespacial, petroquímica e setor
de energia.
Essas ligas são geralmente compostas de uma base de níquel, cobalto ou ferro,
com a adição de elementos de liga, como cromo, molibdênio, tungstênio,
alumínio e titânio. A combinação desses elementos de liga permite que as
superligas mantenham sua resistência mecânica e estrutural em temperaturas
elevadas, resistam à oxidação, corrosão e fadiga.
Além disso, as superligas podem ser endurecidas através de tratamentos
térmicos especiais, como precipitação, solução sólida e envelhecimento. Isso
proporciona uma combinação única de alta resistência, tenacidade e
ductilidade mesmo em condições extremas.
(Extra) Ligas de Alta Entropia: As ligas de alta entropia (HEA) são um tipo
especial de liga metálica que se diferencia das ligas tradicionais pela presença
de múltiplos elementos de liga em proporções equimolares ou próximas disso.
Diferentemente das ligas convencionais, onde um ou dois elementos principais
são adicionados a uma matriz metálica, as HEAs incorporam pelo menos três
ou mais elementos em quantidades comparáveis.
Essa composição equimolar de múltiplos elementos cria uma estrutura
desordenada, chamada de solução sólida de alta entropia. Essa estrutura
desordenada contribui para propriedades únicas nas HEAs, como alta
resistência mecânica, dureza, tenacidade e estabilidade a altas temperaturas.
As ligas de alta entropia têm a capacidade de combinar as propriedades dos
diferentes elementos de liga, resultando em uma combinação sinérgica que
supera as limitações das ligas convencionais. Essas ligas têm sido amplamente
estudadas e exploradas em diversas áreas, como engenharia de materiais,
ciência dos materiais e aplicações industriais.
Alguns exemplos de ligas de alta entropia incluem ligas com base em níquel,
cobalto, ferro ou alumínio, combinadas com outros elementos, como cromo,
manganês, titânio e tungstênio. A combinação específica de elementos de liga
pode ser ajustada para atingir propriedades desejadas para diferentes
aplicações.
As ligas de alta entropia têm despertado grande interesse e estão sendo
exploradas em áreas como aeroespacial, automotiva, energia e aplicações
estruturais devido às suas propriedades excepcionais e ao potencial de
desenvolvimento de materiais avançados com desempenho superior. No
entanto, a pesquisa e o desenvolvimento contínuos são necessários para
aprofundar a compreensão das HEAs e explorar todo o seu potencial em
aplicações práticas.
Para saber mais:
M. Dada, P. Popoola, N. Mathe, Recent advances of high entropy alloys for
aerospace applications: a review, World J. Eng. (2021).
https://doi.org/10.1108/WJE-01-2021-0040.
Operações De Conformação
As operações de conformação são processos utilizados para dar forma e alterar
a geometria de um material por meio da aplicação de forças externas. Essas
operações podem ser realizadas a frio ou a quente, dependendo das
características do material e do resultado desejado. A maioria dos materiais
metálicos é especialmente suscetível a esses procedimentos, sendo pelo
menos moderadamente dúcteis e capazes de sofrer alguma deformação
permanente sem trincar ou fraturar.
Forjamento: É um processo de conformação a quente em que o material é
aquecido a uma temperatura elevada e moldado por compressão entre
matrizes. O forjamento é usado para produzir peças com alta resistência e
durabilidade, como componentes automotivos, ferramentas e peças
Figure 1: Forjamento
aeroespaciais.
Figure 3: Extrusão
Trefilação: (ou estiramento) consiste em puxar uma peça metálica através de
uma matriz dotada de um orifício cônico, pela aplicação de uma força de tração
pelo lado de saída do material. Tem-se como resultado uma redução na área de
seção transversal, com aumento correspondente no comprimento. A operação
completa de trefilação consiste em várias matrizes posicionadas em série.
Barras, arames e produtos tubulares são comumente fabricados dessa
maneira.
Figure 4: Trefilação
Fundição
Fundição é um processo de fabricação no qual um metal totalmente fundido é
derramado na cavidade de um molde que apresenta a forma desejada; com a
solidificação, o metal assume a forma do molde, mas sofre certa contração. As
técnicas de fundição são empregadas quando (1) a forma acabada é tão
grande ou complicada que qualquer outro método seria impraticável; (2) uma
liga específica tem ductilidade tão baixa que seria difícil a conformação por
meio de trabalho a quente ou a frio; e (3) em comparação com outros
processos de fabricação, a fundição é o processo mais econômico.
Soldagem
A soldagem é um processo de união de materiais em que duas ou mais peças
são fundidas e solidificadas para formar uma junta sólida. A soldagem é
amplamente utilizada na indústria para fabricação, reparo e manutenção de
estruturas metálicas, equipamentos e componentes.
Durante o processo de soldagem, uma fonte de calor é aplicada às peças de
trabalho, que são levadas a temperaturas elevadas. Isso permite que o
material atinja o estado líquido ou semilíquido, formando uma poça de fusão. À
medida que a poça de fusão resfria, ela solidifica e forma uma junta soldada.
A zona termicamente afetada (ZTA) é a região adjacente à junta soldada que
sofre alterações em suas propriedades físicas e microestruturais devido ao
calor aplicado durante a soldagem. A ZTA é composta por diferentes sub-
regiões com características distintas:
1. Zona Fundida (ZF): É a região mais próxima à poça de fusão, onde o
material atinge temperaturas muito altas e sofre fusão parcial. A ZF é
caracterizada por uma microestrutura dendrítica ou equiaxial,
dependendo das taxas de resfriamento.
2. Zona Afetada pelo Calor (ZAC): É a região ao redor da ZF, onde o
material experimenta aquecimento significativo sem atingir o estado
líquido. A ZAC sofre uma série de transformações estruturais, como
recristalização, crescimento de grãos e precipitação de fases
indesejáveis.
3. Zona de Transição: É a região que conecta a ZAC ao material de base
não afetado pelo calor. Nessa região, as mudanças nas propriedades e
microestrutura são graduais à medida que a temperatura diminui.
Temperabilidade
A temperabilidade é uma propriedade dos metais e ligas que indica a
capacidade de um material endurecer ao ser submetido ao tratamento térmico
de têmpera. Ou seja: a temperabilidade está relacionada à profundidade e à
uniformidade da transformação estrutural que ocorre durante o resfriamento
rápido de uma peça de metal aquecida.
A curva de temperabilidade, por sua vez, é uma representação gráfica que
descreve a relação entre a dureza ou a microestrutura resultante e a
profundidade da peça após a têmpera. Essa curva é obtida por meio de ensaios
específicos, como o ensaio Jominy, em que um cilindro de metal é aquecido
uniformemente e, em seguida, resfriado rapidamente por jatos de água em
uma extremidade.
Cerâmicas Cristalinas:
Vitro-cerâmicos
A vitrocerâmica é um tipo especial de material que combina características de
vidro (cerâmica não cristalina) e cerâmica cristalina. Ela é produzida por um
processo de tratamento térmico controlado, chamado de cristalização
controlada, que transforma uma cerâmica vítria em uma estrutura
parcialmente cristalina.
A vitrocerâmica possui propriedades únicas que a tornam altamente desejável
em várias aplicações. Ela combina a transparência óptica do vidro com a
resistência mecânica, dureza e resistência térmica das cerâmicas cristalinas.
Essa combinação de propriedades permite que a vitrocerâmica seja utilizada
em uma ampla gama de setores, incluindo eletrônica, automotiva, energia e
aplicações domésticas.
A cristalização controlada da vitrocerâmica ocorre através do aquecimento do
material vítreo até uma temperatura específica, seguida de resfriamento
controlado. Esse processo permite o crescimento de pequenos cristais dentro
da matriz vítria, proporcionando um material com uma estrutura cristalina
parcialmente desenvolvida.
A vitrocerâmica apresenta benefícios notáveis, como alta resistência a altas
temperaturas, resistência química, baixa expansão térmica e excelente
isolamento elétrico. Além disso, sua capacidade de ser moldada em diferentes
formas e tamanhos a torna versátil para uso em aplicações como isoladores
elétricos, componentes de fogões, fornos e panelas, vidros para janelas,
displays de eletrônicos, entre outros.
Abrasivos
As cerâmicas abrasivas são usadas para desgastar, polir ou cortar outros
materiais, que têm obrigatoriamente menor dureza. Portanto, a exigência
principal para esse grupo de materiais é a dureza ou a resistência ao desgaste;
além disso, o alto grau de tenacidade é essencial para assegurar que as
partículas abrasivas não fraturem com facilidade. Adicionalmente, podem ser
produzidas temperaturas elevadas a partir das forças abrasivas de atrito, de
modo que também é desejável alguma característica refratária.
Os diamantes, tanto os naturais quanto os sintéticos, são empregados como
abrasivos; entretanto, eles são relativamente caros. Os materiais cerâmicos
abrasivos mais comuns incluem o carbeto de silício, o carbeto de tungstênio
(WC), o óxido de alumínio (ou coríndon) e a areia de sílica.
Cimento
O cimento é um aglomerante hidráulico utilizado na construção civil, e sua
hidratação envolve a reação química do clínquer de cimento com água,
resultando em produtos que conferem resistência e durabilidade ao concreto.
composto principalmente por clínquer de cimento, gesso e adições minerais. É
um aglomerante hidráulico que, quando misturado com água, passa por uma
reação química chamada hidratação.
A hidratação do cimento Portland ocorre quando a água reage com os
compostos presentes no clínquer de cimento, resultando na formação de
produtos químicos responsáveis pelo endurecimento e resistência do concreto.
A principal reação é a hidratação do silicato tricálcico (C3S), que produz gel de
silicato de cálcio hidratado (CSH) e hidróxido de cálcio (CH).
Essa reação é exotérmica, liberando calor à medida que o cimento endurece. A
hidratação também envolve outros compostos, como o silicato dicálcico (C2S)
e aluminato tricálcico (C3A), que contribuem para o desenvolvimento da
resistência do concreto ao longo do tempo.
Cerâmicas Avançadas
Embora as cerâmicas tradicionais discutidas anteriormente correspondam à
maior parte da produção, o desenvolvimento de novas cerâmicas,
denominadas cerâmicas avançadas, teve início e continuará a estabelecer um
nicho proeminente em nossas tecnologias de ponta. Em particular, as
propriedades elétricas, magnéticas e ópticas, assim como combinações de
propriedades exclusivas das cerâmicas, têm sido exploradas em uma gama de
novos produtos
Processamento do Vidro
A temperatura de transição vítrea é a temperatura em que um material
amorfo, como o vidro, passa de um estado rígido para um estado viscoso ou
super-resfriado. É um ponto crítico que marca a transição entre o
comportamento vítreo e o comportamento elástico.
No caso dos vidros, a temperatura de transição vítrea varia dependendo da
composição específica do vidro. Geralmente, a faixa de temperatura de
transição vítrea para vidros comuns está entre 500°C e 800°C.
A temperatura de transição vítrea é importante porque, acima dela, o vidro se
comporta de maneira semelhante a um líquido super-resfriado, tornando-se
mais maleável e suscetível a fluxo ou deformação. Abaixo dessa temperatura, o
vidro se torna mais rígido e possui comportamento elástico, mantendo sua
forma e resistindo a deformações.
É importante notar que a temperatura de transição vítrea é um ponto crítico e
não uma temperatura fixa. Ela pode variar de acordo com a composição
específica do vidro, a taxa de resfriamento e outros fatores.
Técnicas de Fabricação
As matérias-primas no estado em que são extraídas têm, em geral, que ser
submetidas a uma operação de moagem ou de trituração, na qual o tamanho
das partículas é reduzido; esse procedimento é seguido por peneiramento ou
classificação granulométrica, com o objetivo de produzir um produto
pulverizado com a faixa desejada de tamanho das partículas. Nos sistemas
multicomponentes, os pós devem ser completamente misturados com água e,
talvez, com outros componentes, para obter características de escoamento
compatíveis com a técnica de conformação específica. A peça conformada
deve ter resistência mecânica suficiente para permanecer intacta durante as
operações de transporte, secagem e queima. Duas técnicas usuais de
modelagem são utilizadas para a conformação de composições à base de
argila: a conformação hidroplástica e a colagem de barbotinas.
Conformação Hidroplástica: A técnica de conformação hidroplástica mais
comum é a extrusão, na qual uma massa cerâmica plástica rígida é forçada
pelo orifício de uma matriz que apresenta a geometria de seção transversal
desejada; essa técnica é semelhante à extrusão dos metais.
Colagem de Barbotinas:
As peças seguem para secagem e queima.
Prensagem de Pós
Algumas peças cerâmicas são conformadas por compactação de pós; são
possíveis técnicas de prensagem uniaxial, isostática e a quente. O aumento da
massa específica das peças prensadas ocorre por um mecanismo de
sinterização (Figura 13.21) durante o procedimento de queima a alta
temperatura.
Colagem de Fita (Tape Casting) Na colagem de fita, uma chapa fina de
cerâmica com espessura uniforme é conformada a partir de uma suspensão
espalhada sobre uma superfície plana utilizando-se uma lâmina afilada (Figura
13.23). Essa fita é então submetida a operações de secagem e de queima.