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Aços Inoxidáveis

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Os aços inoxidáveis são altamente resistentes à corrosão em uma
variedade de ambientes, especialmente a atmosfera ambiente.

Corrosão é a destruição ou inutilização para o uso de um material pela sua


interação eletroquímica com o meio em que se encontra.

Varia desde os casos de destruição total até simples manchas de


superfície (estética)

Os meios corrosivos são inúmeros e o tipo de corrosão mais comum é


a atmosférica.

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Geralmente a proteção contra a corrosão é feita criando-se sobre a
superfície do metal uma película protetora que separa o metal base do
meio corrosivo.

Esta película protetora pode ser criada de duas maneiras:


• artificialmente: depósito de uma outra substância-metálica ou orgânica-
sobre a superfície do metal a proteger;
• naturalmente: produção espontânea da película superficial, através da
formação de um composto químico.

Esse composto resulta da reação de certos elementos de liga,


introduzidos no metal, com o meio circunvizinho.

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Passividade: propriedade típica de certos metais e ligas metálicas de
permanecerem inalterados no meio circunvizinho.

A origem da passividade desses metais é ainda hoje objeto de


discussão.
Teoria original e ainda aceita: formação de uma camada ou película de
óxido, no momento que o material é exposto ao meio

O ferro ou o aço carbono não se caracterizam por serem “passivos”,


porém a condição de passividade pode ser conferida pela introdução de
elementos de liga.

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Os metais mais importantes que se ligam ao ferro para formar películas
protetoras são poucos: cromo, níquel e, em menor grau, o cobre, o silício, o
molibdênio e o alumínio.

Elemento de liga mais importante e o mais eficiente é o cromo, pelo


menos 11%; não resistentes a alguns meios, como ácido clorídrico.

O cromo é capaz de formar com o oxigênio uma camada impermeável


de óxido que é extremamente estável; esta camada, embora invisível, é
contínua.

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Composição química

O níquel segue ao cromo em importância: não só na resistência à


corrosão em alguns meios, como na melhoria das propriedades
mecânicas.

Essa influência é particularmente grande quando o teor de níquel é


superior a 6 ou 7%.

Na realidade, os aços que contém simultaneamente cromo e níquel


(austeníticos), são os melhores tipos de aços resistentes à corrosão.

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Classificação dos aços inoxidáveis (baseada na
microestrutura à temperatura ambiente)

Aços de uso mais generalizado:

• Aços inoxidáveis martensíticos (endurecíveis);


• Aços inoxidáveis ferríticos (não endurecíveis);
• Aços inoxidáveis austeníticos (não endurecíveis).

Aços para condições especiais:

• Aços inoxidáveis duplex

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Aços inoxidáveis martensíticos

Estes aços caracterizam-se por serem aços-cromo, contendo


cromo entre 11,5% e 18,0%; eles tornam-se martensíticos e
endurecem pela têmpera.

Dentro desse grupo podem ser consideradas três classes:

a) baixo carbono, também chamado tipo "turbina";

b) médio carbono, também chamado tipo "cutelaria";

c) alto carbono, também chamado tipo "resistente ao desgaste".

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Características mais importantes:

— são ferro-magnéticos;

— podem ser facilmente trabalhados, tanto a quente como a frio,


sobretudo quando o teor de carbono for baixo;

— apresentam boa resistência à corrosão quando expostos ao


tempo, à ação da água e de certas substâncias químicas;

— o níquel melhora a sua resistência à corrosão; o melhor aço


inoxidável martensítico, sob o ponto de vista de resistência à
corrosão, é o 431, devido ao baixo carbono, alto cromo e presença
de níquel.

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• Todos os aços inoxidáveis martensíticos são temperados e devido a alta
temperabilidade (alto teor de cromo) podem, geralmente, ser resfriados ao ar;
alguns são resfriados em óleo ou em água;

•Após a têmpera, aplica-se um revenido a baixa temperatura ( geralmente


entre 150°C e 400°C).

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Aplicações dos aços inoxidáveis martensíticos

Os de baixo carbono — "tipo turbina" — são utilizados pelas suas boas


propriedades mecânicas e resistência à corrosão relativamente elevada;

os tipos de médio carbono — "cutelaria" — são empregados onde se deseja


uma dureza satisfatória aliada a razoável ductilidade;

os tipos de alto carbono — "cutelaria e resistentes ao desgaste" são


utilizados devido sua alta dureza, a qual, entretanto, é conseguida com
sacrifício da ductilidade.

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Especificamente, as principais aplicações dos aços inoxidáveis
martensíticos são as seguintes:

— Tipo 403 — lâminas forjadas ou usinadas de turbinas e compressores e


outras peças que estão destinadas a suportar em serviço tensões elevadas,
como válvulas, anéis de segmento para motores a jato etc.

— Tipos 410 e 414 — no estado temperado em assentos de válvula,


carcaças de bombas, eixos, e hélices de bombas, peças de motores a jato,
parafusos e porcas, peças de fornos e aplicações para resistência ao calor
até 750°C;

— Tipo 416 — em parafusos, porcas, hastes de válvulas, etc; modificação


do 410;

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— Tipo 431 — peças de bombas, esteiras transportadoras, eixos de
hélices marítimas, peças para maquinário da indústria de laticínios, peças
para aviões, etc.

— Tipo 420 — cutelaria, molas temperadas, instrumentos cirúrgicos e


dentários, etc.

— Tipos 440A, 440B e 440C — instrumentos cirúrgicos, cutelaria, molas


temperadas e aplicações em que se exige alta dureza e satisfatória
resistência à corrosão.

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◼ Aços inoxidáveis ferríticos

• Características:
◼ ligas inoxidáveis com alto cromo (até 25%) e baixo
carbono (no máximo 0,20%);
◼ estrutura ferrítica em todas as temperaturas < Tf;
◼ não endurecem por tratamento térmico (teor de
carbono baixo e teor de cromo elevado: a faixa
austenítica é eliminada).

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Outros tipos de aços inoxidáveis ferríticos:

406 - com 0.15C max; 12,0-14,OCr; 3,50-4,50Al; não é endurecível devido a


presença do alumínio; resistente à oxidação a altas temperaturas;

434 - com 0,12C; 16,0-18,OCr; 1,OMn; 1,OSi; 0,75-1,25Mo; é uma modificação


do tipo 430;

436 - com 0,12C; 16,0-18,OCr; 1,OMn; 1,OSi; 1,25Mo; (Nb + Ta) = 5xC
min (0,70 max); semelhante aos tipos 430 e 434; um dos empregos é em
automóveis. 20
Aços inoxidáveis austeníticos

• Os mais importantes dentre os aços inoxidáveis;


• Apresentam simultaneamente cromo e níquel, o cromo variando de 16% a
26% e o níquel de 6% a 22%.
•Os mais conhecidos e populares são os 18-8, em que o teor médio de
cromo é 18% e o de níquel 8%.
•A introdução do níquel melhora consideravelmente a resistência à corrosão
do aço e a resistência à oxidação a alta temperatura, visto que, na maioria
dos reagentes, o níquel é mais nobre que o ferro e, além disso, forma uma
camada de óxido que protege o aço espontaneamente.
•A restauração da película inerte protetora que tenha sido retirada de um
aço inoxidável do tipo Cr-Ni é muito mais rápida do que a de um aço
inoxidável somente ao Cr.

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Esses aços podem ser divididos em dois grupos:
- aços ao cromo-níquel
- aços ao cromo-manganês-níquel

A maior parte dos aços austeníticos comumente empregados pertence ao


primeiro grupo.

O segundo grupo, menos importante, apareceu na década de 30 e o seu


desenvolvimento ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial, em razão
da menor disponibilidade de níquel.
Neles, parte do níquel (cerca de 4%) é substituído por outros elementos
de tendência austenitizante, como o manganês (em tomo de 7%) e o
nitrogênio (em teores não superiores a 0,25%).

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As propriedades mecânicas desses aços dependem essencialmente da
condição do material, ou seja se ele se
encontra no estado recozido ou encruado (um quarto duro, meio duro, três
quartos duro ou totalmente duro).

Essas propriedades dependem também da composição química.

Como esses aços não são endurecíveis por têmpera, o aumento da dureza
e resistência mecânica só pode ser obtido por encruamento.

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Valores de propriedades mecânicas em função da intensidade de encruamento do aço inoxidável tipo AISI 301

Redução de Limite de Limite de Alongamento


Grau do secção resistência à escoamento mínimo, em
encruamento aproximada, % tração 25 mm %

kgf/mm2 MPa kgf/mm2 MPa

1/4 duro 10 a 15 88,0 860 53,0 520 25

1/2 duro 20 105,0 1030 77,0 760 15

3/4 duro 30 123,0 1210 95,0 930 10

totalmente

encruado (duro) 40 130,0 1280 98,0 960 8

Os valores de alongamento são para espessura superior a 0,38 mm.

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Empregos típicos dos aços inoxidáveis austeníticos

- tipo 301 - Este aço é, juntamente com os tipos 302, 304 e 302B,
o mais popular; possuí boa trabalhabilidade e é empregado em
ornamentação, utensílios domésticos, fins estruturais, equipamento
para a indústria química, naval, fabricação de alimentos, transporte
etc.

- tipo 302 - Características idênticas aos do tipo 301 e aplicações


semelhantes.

- tipo 302B - Devido à presença de silício, possui melhor


resistência à formação de casca de óxido a temperaturas mais
elevadas. Emprega-se em peças de fornos.

- tipo 303- Características de fácil usinabilidade: eixos, parafusos,


porcas, peças de carburador, buchas, válvulas etc.

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- tipo 304 - Menos suscetível à corrosão intercristalina, pelo teor
mais baixo de carbono; equipamento para processamento de
alimentos, recipientes criogênicos.

- tipo 308 - Maior resistência à corrosão que o 18-8 (Cr-Ni);


para eletrodos de solda, fornos industriais, etc.

- tipo 309 - Boas resistências mecânica e à oxidação a altas


temperaturas; para equipamento da indústria química, peças de
fornos, estufas, peças de bombas, etc.

- tipo 309S - devido ao baixo teor de carbono permite soldagem


com menor risco de corrosão intercristalina.

-tipo 310- Boa estabilidade à temperatura de soldagem;


eletrodos de solda, equipamento para indústria química, peças de
fornos, estufas. Resiste à oxidação até temperaturas de 1050°C
ou 1100°C.

- tipo 316 - Melhor resistência à corrosão química; para


equipamento da indústria química, de indústria de papel, etc.
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Fornos Eletrodos em Aço
Industriais Inox

Aço Inox em aplicações Industriais


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- tipo 317- Melhor resistência à corrosão que o 316; aplicações
idênticas.

- tipo 321 - Tipo 18-8 estabilizado contra corrosão intercristalina a


temperaturas elevadas para aplicações que exigem soldagem:
vasos de pressão, juntas de expansão, etc.

- tipo 347- Condições de aplicações idênticas ao tipo 321.

- tipos 201 e 202 - Resistência à corrosão inferior à dos tipos ao


Cr-Ni; contudo, apresentam, em geral, melhor resistência
mecânica a temperaturas elevadas.

- tipos 304N e 316N - Devido à presença de nitrogênio, possuem


melhores limites de escoamento, sem prejuízo à corrosão,
prestando-se, em conseqüência, a aplicações em estruturas muito
solicitadas como aparelhos de pressão na indústria química.

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-tipo 329 - Este é um aço de microestrutura mista dúplex
austenita-ferrita. Apresenta melhor resistência à corrosão sob
tensão que os aços austeníticos e são praticamente isentos
dos riscos de corrosão intercristalina.

Por isso, tem sido utilizados em aplicações sujeitas à corrosão


em ambientes marítimos e para o tratamento de substâncias
alimentícias salgadas.

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Aços inoxidáveis dúplex

O desenvolvimento dos aços inoxidáveis denominados "dúplex"


vem resultando, nos últimos anos, na sua crescente utilização,
principalmente em aplicações industriais que exigem maior
resistência à corrosão, maior resistência à oxidação e
tenacidade adequada, dos que as apresentadas pelos aços
inoxidáveis austeníticos.

São superiores também porque apresentam melhor resistência


à corrosão localizada e melhor resistência ao trincamento por
corrosão sob tensão.

Esses aços se caracterizam por ter uma estrutura bifásica


ferrítico-austenítica, determinada sobretudo pelos teores de
ferro, cromo e níquel.

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O aço inoxidável dúplex mais conhecido é o SAF 2205 (ou
UNS S31803), que possui ampla utilização nas indústrias
químicas, de óleo, gás, papel e celulose, aplicado
principalmente em evaporadores, dutos e tanques de
condução e armazenamento de material corrosivo.

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