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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação

Conservação e Reabilitação de Construções


CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM
Módulo 1 - Betão Armado

CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO DE CONSTRUÇÕES

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I


Módulo 1 – Betão armado

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

DIAPOSITIVOS ELABORADOS COM BASE NO GUIA TÉCNICO


“MANUTENÇÃO E REPARAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE
TRANSPORTES”

PROJECTO DURATINET
Breysse D., Salta M., Daly A. – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Deterioration, Vol.
2, Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 74 p..

Dérobert X., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Testing techniques, Vol. 3,
Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 132 p..

Daly A., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Repair Methods, Vol. 4, Duratinet
Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal, ISBN: 978-
972-49-2237-9, 2012, 126 p.,

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CAPÍTULO 3 - ANOMALIAS

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INTRODUÇÃO

SUB-CAPÍTULOS

3.1 vazios superficiais


3.2 Fissuras
3.3 flexão
3.4 Descoloração
3.5 Eflorescências
3.6 translação ou rotação de elementos
3.7 Betão erodido
3.8 Ninhos de pedras
3.9 contaminação inorgânica/organica/biologica
3.10 “pop-outs”
3.11 destacamento
3.12 Fractura do aço
3.13 Perdas de secção do aço

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ANOMALIAS vazios superficiais

1 - Classificação do dano
Descontinuidade na superfície do elemento de betão

2 - Descrição

Os vazios superficiais são vazios na superfície que resultam da


evaporação do ar retido na interface betão fresco - cofragem.

Estes defeitos superficiais manifestam-se principalmente em


superfícies verticais. Na maioria dos casos, os vazios superficiais não
provocam problemas estruturais mas podem prejudicar a aparência
visual do betão.

Quando a espessura de recobrimento do betão é pequena, este


defeito pode acelerar significativamente o início da corrosão.

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ANOMALIAS vazios superficiais


3 - Deficiências de projecto ou construtivas
BETÃO:
Qualidade insuficiente – retenção de ar no betão fresco e/ou
elevada razão A/C;

Compactação inadequada – procedimentos e/ou equipamento


inadequados;

Material e tipo / forma da superfície da cofragem inadequada ou de


qualidade insuficiente.

4 – Técnicas de ensaio
A forma mais comum de avaliar esta anomalia é a inspecção visual.

5 - Métodos de reparação/protecção
Sistemas de protecção da superfície - Revestimento; Sistemas de protecção da superfície -
Impregnação; Injecção do betão

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ANOMALIAS Fissuras

1 - Classificação do dano
Descontinuidade na superfície do elemento
de betão
2 - Descrição

Tipos de fissuras

Fissuras tipo (I) - Formação em idades jovens

Fissuras tipo (II) - Estruturais

Fissuras tipo (III) - Corrosão

Fissuras tipo (IV) – Processos Expansivos

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ANOMALIAS Fissuras tipo (I) - Formação em idades jovens

2 - Descrição
Assentamento plástico

Em idades jovens (primeiras horas e meses após a Retracção plástica


betonagem) as fissuras no betão podem dever-se a: Retracção por secagem
Fissuração térmica
Assentamento plástico

As fissuras podem aparecer entre 30 minutos a 6 horas


após betonagem do betão dependendo das condições
locais e das características da composição. Tipicamente as
fissuras aparecem em secções espessas, tais como
paredes, pilares e vigas espessas, onde o betão está em
contacto com a cofragem. As fissuras apresentam
tipicamente 1 mm de largura e seguem a orientação das
armaduras a partir da superfície.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (I) - Formação em idades jovens

Retracção plástica

As fissuras formam-se entre 1 a 6 horas após a betonagem, apesar de poderem não ser notadas
durante alguns dias.

A aparência típica da fissura pode ir até 3 mm de largura e de 50 mm a 3 m de comprimento.

As fissuras originadas pela retracção plástica têm geralmente uma orientação paralela umas às
outras e aproximadamente 45º em relação à direcção da betonagem. No entanto, também se
podem formar com um padrão aleatório.
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ANOMALIAS Fissuras tipo (I) - Formação em idades jovens

Retracção por secagem

A formação destas fissuras irá depender da velocidade de


secagem provocada pelas condições ambientais durante a
cura e as fissuras podem levar vários meses ou anos a
formarem-se após a betonagem.

Não existe nenhum padrão típico deste tipo de fissuração


uma vez que a fissura se forma em qualquer local onde
exista uma restrição à retracção.

Estas fissuras apresentam geralmente e aproximadamente


um ângulo recto com a direcção da restrição.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (I) - Formação em idades jovens

Fissuração térmica

Estas fissuras ocorrem devido à libertação


de calor da reacção de hidratação do
cimento (reacção exotérmica).

O aumento da temperatura depende do


tipo e dosagem de cimento, da
temperatura inicial dos constituintes, das
condições ambientais de cura, da
geometria do elemento e do tipo de
cofragem.
À medida que o betão aquece expande-se e se existe qualquer restrição a esta expansão, irão
gerar-se tensões de compressão no interior do betão endurecido. Uma vez atingida a
temperatura máxima (12-18 horas após a betonagem), o betão começa a arrefecer e a reduzir
consequentemente o seu volume.

A restrição a esta contracção térmica irá resultar no desenvolvimento de tensões de tração que
podem levar à fissuração.
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ANOMALIAS Fissuras tipo (I) - Formação em idades jovens

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo físico por deformação condicionada (retracção ou
fissuração térmica).

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, composição inadequada,
elevada relação A/C ou elevado teor de cimento. Por cura inadequada
(velocidade de evaporação e temperatura de hidratação).

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visual; índice de fissuração;
TND – Pulse echo; UPV; Transmissão de ondas de superfície; Impacto-
eco; emissão acústica";
TD – Amostragem; Resistência à compressão.

6 - Métodos de reparação / protecção


Injecção do betão; Sistemas de protecção da superfície – Impregnação e
/ou revestimento.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (II) - Estruturais

2 - Descrição

As fissuras do tipo estrutural não são muito comuns, mas podem


ocorrer devido a projecto inadequado ou sobrecarga da estrutura.

Para além disso, uma desadequada composição ou deficiências


construtivas (como por exemplo: congestionamento de armaduras,
betão mal compactado, ancoragens inadequadas, falta de
recobrimento e utilização de uma mistura de betão inadequada) pode
levar à fissuração durante a vida útil dos elementos estruturais.

Nota: o aparecimento de fissuras no betão pré-


esforçado, pode ser um sinal de um problema
estrutural grave.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (II) - Estruturais

Estas fissuras podem classificar-se de acordo com a sua aparência

Fissuras de flexão começam na face tencionada da viga ou pilar, propagando-se através da sua linha neutra

são provocadas por cargas estruturais ou deslocamentos dos suportes (por exemplo,
Fissuras de corte devido a assentamentos de fundações) ou deslocamentos laterais dos elementos
reticulados
são provocadas por retracção do betão, contracção térmica e excesso de carga, e são
transversais às armaduras principais. Em elementos onde existe distribuição de
Fissuras transversais armadura em duas direcções - lajes - as fissuras que são transversais às armaduras
secundárias irão tender a coincidir com a direcção principal do reforço

aparecem em vigas com elevada


Fissuras oblíquas concentração de tensões devido a pré-
esforço

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ANOMALIAS Fissuras tipo (II) - Estruturais

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo físico por concentração de esforços; fadiga.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas Cracks due to


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, resistência inadequadado betão. increased column load
OUTRO: Condições das cofragens inadequadas ou remoção prematura das
mesmas; Detalhes de projecto; Efeitos de fluência no betão.
ARMADURAS: Resistência insuficiente – armaduras incorrectas e/ou
inexistência de armaduras ou estribos.

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visual; índice de fissuração;
TND – Pulse echo; UPV; Transmissão de ondas de superfície;
Impacto-eco; emissão acústica;
TD – Amostragem; Resistência à compressão.

6 - Métodos de reparação / protecção


Injecção do betão; reforço . Cracks due to increased load on the slab

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ANOMALIAS Fissuras tipo (III) - Corrosão

2 - Descrição
A natureza expansiva dos produtos de corrosão origina forças que
tensionam o betão do recobrimento e levam à sua fissuração, delaminação
e eventual destacamento.

As fissuras de corrosão geralmente identificam-se devido à presença


de coloração dos produtos de corrosão em torno das fissuras que
provêm das armaduras corroídas. As fissuras resultante da corrosão
são geralmente alinhadas com as armaduras

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ANOMALIAS Fissuras tipo (III) - Corrosão

3 - Processo de deterioração
ARMADURAS: processo químico e biológico – corrosão das armaduras.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, qualidade inadequada do betão (elevada porosidade,
baixo teor de ligante, elevada razão A/C); recobrimento insuficiente das armaduras; cura
inadequada do betão.
OUTRO: erros de projecto; defeitos construtivos; pormenorização inadequada e fissuras tipo II.
ARMADURAS: posição inadequada das armaduras (provocando um recobrimento insuficiente).
5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visual (Localização, distribuição e largura das
fissuras); índice de fissuração;
TND – Pulse echo; UPV; Transmissão de ondas de superfície; Impacto-
eco; emissão acústica; Velocidade de corrosão; Potencial de meia-
célula; Resistividade eléctrica.
TD – Amostragem; Resistência à compressão; Profundidade de
carbonatação; Perfil de carbonatação; Perfil de cloretos (cloretos livres
e totais); Teor em cloretos totais e livres.
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ANOMALIAS Fissuras tipo (III) - Corrosão

6 - Métodos de reparação / protecção


A estratégia de reparação depende de circunstâncias particulares, e pode incluir uma ou mais
das seguintes técnicas:
Injecção do betão;
Reposição do betão;
Protecção Catódica;
Extracção electroquímica de cloretos;
Realcalinização do betão;
Inibidores de corrosão;
Sistemas à prova de água.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (IV) – Processos expansivos

2 - Descrição
A fissuração provocada por processos de deterioração expansivos manifesta-se geralmente
como uma fissuração em rede (craquelé).

A fissuração em rede (craquelé) tem principalmente origem em tensões internas e pode levar à
perda de resistência e rotura do betão.

A fissuração provocada por reacções expansivas internas (por exemplo, RAA ou DEF) durante um
longo período de tempo. As fissuras geralmente exibem géis ou manchas de humidade que
exsudam do betão.

As fissuras em pavimentos de betão, provocadas


pela acção do gelo-degelo são estreitamente
espaçadas e paralelas às juntas transversais e
longitudinais, podendo com o decorrer do tempo
multiplicar-se a partir das juntas em direcção à
zona central dos painéis do pavimento.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (IV) – Processos expansivos

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – reacção álcalis-
agregado ou reacção sulfática interna (RSI).
Processo físico – acção gelo-degelo.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, Utilização
inadequada de agregados reactivos na mistura de
betão, ausência de adições minerais e inexistência da
introdução de ar.

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visual (Localização, distribuição e largura das fissuras); índice de
fissuração;
TND – UPV; Transmissão de ondas de superfície; Impacto-eco; emissão acústica.
TD – Amostragem; Resistência à compressão; Módulo de elasticidade; Teor em álcalis solúveis;
Teor em sulfatos; Exames microscópicos; Reactividade residual aos álcalis internos; Reactividade
residual aos sulfatos internos.

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ANOMALIAS Fissuras tipo (IV) – Processos expansivos

6 - Métodos de reparação / protecção

A estratégia de reparação depende de circunstâncias particulares,


nomeadamente o potencial residual expansivo do betão e pode
incluir uma ou mais das seguintes técnicas de reparação/protecção:

- RAA/RSI:
Reposição do betão; Encamisamento; Sistemas de protecção da
superfície - Impregnação ou Sistemas de protecção da superfície -
Revestimento apenas se a reacção expansiva estiver finalizada.

- Gelo-Degelo:
Reposição do betão; Sistemas de protecção da superfície -
Impregnação ou Sistemas de protecção da superfície -
Revestimento.

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ANOMALIAS Flexão
1 - Classificação do dano
Deformação

2 - Descrição
A flexão excessiva na estrutura pode resultar em aspectos estéticos pouco aceitáveis, bem como
levar a problemas nos seus estados limites de utilização.

A flexão excessiva pode funcionar como aviso antecipado de colapso catastrófico, devendo por
isso ser avaliada e a sua origem identificada com a maior brevidade possível. Tal flexão pode ter
uma natureza permanente, estática ou dinâmica.

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ANOMALIAS Flexão

A flexão permanente pode resultar de assentamentos de apoio, deficiências


construtivas, fluência, fogo ou outros processos de deterioração.

A flexão estática pode atribuir-se ao subdimensionamento estrutural, excesso de carga, perda


de rigidez e resistência (devido a deterioração, impacto ou fogo), perda de pré-esforço,
problemas nos elementos.

A flexão dinâmica excessiva pode resultar da acção do vento, acção sísmica ou de vibrações
transmitidas pelo solo, ou a excitação induzida por trafégo de veículos ou pedestre pode levar à
fadiga, falha dos elementos ou até colapso progressivo.

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ANOMALIAS Flexão

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – reacção álcalis-agregado
ou reacção sulfática interna (RSI). Processo físico – fluência.
ARMADURAS: deterioração física.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente;
ARMADURAS: por resistência insuficiente.

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TND – Monitorização da evolução da fissuração.
TD – Amostragem; Resistência à compressão.

6 - Métodos de reparação / protecção


Uma avaliação estrutural deve ser levada a cabo com o objectivo de identificar as principais
causas de defeitos, antes de seleccionar as diferentes opções das técnicas de reparação (Reforço
- FRP exterior e Reforço - Pré-esforço exterior).
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ANOMALIAS Descoloração

1 - Classificação do dano
Contaminação
2 - Descrição

A descoloração da superfície conduz à falta de uniformidade da cor


da superfície de betão e pode tomar a forma de manchas escuras ou
mosqueadas.

As alterações macroscópicas das cores em grandes áreas de betão


pode ser causada por uma alteração da composição de betão, ou
manchas claras de descoloração. Pode ser causada pela dispersão de
outros processos de deterioração específicos, ou pela interacção
entre o betão e o sistema de cofragem.

As manchas de oxidação podem aparecer na superfície de betão


devido à corrosão das armaduras.

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ANOMALIAS Descoloração

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – Ataque por ácidos; Deterioração
biológica; Reacção álcalis-agregado; Reacção sulfática interna (RSI).
OUTROS: fogo e acumulação de água.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente - Elevada porosidade do betão;
Mudanças na composição do betão;

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão; Sistemas de
protecção da superfície - Revestimento.

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ANOMALIAS Eflorescências

1 - Classificação do dano
Deterioração

2 - Descrição
Eflorescências em geral são constituídas por depósitos brancos de
sais ou hidróxido de sódio que se formam geralmente na face
inferior das lajes ou em faces verticais de pilares, estacas e paredes
de contenção.

São causadas pela passagem de água através do betão


provocando a lixiviação da parte cimentícia ou pela passagem de
água existente no subsolo através das fissuras e poros do betão.

A água dissolve o hidróxido de sódio e outros sais do betão e as


substâncias dissolvidas são depositadas constituindo um produto
branco sobre a superfície de betão, depois da evaporação da água.

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ANOMALIAS Eflorescências
Dois tipos específicos de eflorescência podem aparecer também na
superfície do betão como resultado de migração de produtos de gel
formados na sequência de reacções químicas internas no betão, tais
como RAA e RSI, neste caso as eflorescências têm um aspecto
amarelado e gelatinoso.

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – Lixiviação; Reacção álcalis-
agregado; Reação Sulfática Interna (RSI) (cristalização de sais).

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ANOMALIAS Eflorescências
4 - Deficiências de projecto ou construtivas
BETÃO: por qualidade insuficiente - Elevada porosidade do betão; Falta de selagem nas juntas;
Fissuras.

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TD – Amostragem; teor de portlandite.

6 - Métodos de reparação / protecção


Injecção do betão; Sistemas de protecção da
superfície – Impregnação e/ou revestimento.

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ANOMALIAS Translação ou rotação de elementos

1 - Classificação do dano
Deslocamento

2 - Descrição
A translação ou rotação de elementos estruturais associa-se
geralmente a deslocamentos de apoios ou a processos de
deterioração de origem expansiva (por exemplo RAA, RSI).

O deslocamento de apoios pode resultar de assentamentos


diferenciais ou deslocamentos laterais induzidos por consolidação
do solo ou escavação sob pilares, paredes de contenção e estacas.

A translação ou rotação de elementos pode também ser induzida


por impactos acidentais ou carregamento excessivo da estrutura.
As deformações resultantes podem causar mudanças na
localização dos elementos estruturais sem indução de tensões nos
elementos.

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ANOMALIAS Translação ou rotação de elementos


3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – Reacção álcalis-agregado; Reacção Sulfática Interna (RSI).
Processo físico – Fluência; Assentamentos diferencias das fundações;
Escavamento sob fundações/pilares/paredes de contenção.
OUTRO: Provocado por impacto, sobrecarga e/ou vibrações excessivas.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente – mistura do betão inadequada. Pormenorização
desadequada da untas de dilatação.
ARMADURAS: por resistência insuficiente – projecto subdimensionado e/ou erros de
construção.
5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TD – Amostragem; resistência à compressão.

6 - Métodos de reparação / protecção


Uma avaliação estrutural deve ser levada a cabo com o objectivo de identificar as principais
causas de defeitos, antes de seleccionar as diferentes opções das técnicas de reparação. Em
alguns casos pode ser necessária a substituição do elemento.
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ANOMALIAS Betão erodido

1 - Classificação do dano
Perda de material

2 - Descrição
A superfície do betão apresenta perda da pasta por desgaste mecânico
ou químico com desintegração progressiva do betão.

A desintegração progressiva da superfície do betão deve-se ao efeito


abrasivo dos sólidos, líquidos ou bolhas de ar em movimento na água.

O ataque químico por ácidos ou sais também pode produzir


desintegração da superfície do betão e da pasta cimentícia.

A erosão pode ser acelerada devido a outros defeitos pré-existentes no


betão, tais como ninhos de pedra onde há falta de argamassa
enfraquecendo o betão.

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ANOMALIAS Betão erodido

3 - Processo de deterioração
BETÃO:
processo químico e biológico – ataque por ácidos.
Processo físico – abrasão erosão.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente – Baixa razão A/C; Porosidade elevada; Baixa dosagem de
cimento. Por compactação inadequada.

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TND – Pull-out; Pull-off;
TD – Amostragem; resistência à compressão; teor de portlandite.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão; Sistemas de protecção da superfície – Impregnação /ou revestimento.

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ANOMALIAS Ninhos de pedra

1 - Classificação do dano
Descontinuidade

2 - Descrição
Ninhos de pedra formam-se por falta de argamassa entre as partículas de agregado de
granulometria mais grosseira no betão.

É causada pela pouca trabalhabilidade da mistura de betão, ou da compactação ou vibração


insuficientes durante a betonagem do betão, ou perdas na cofragem.
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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Ninhos de pedra


O resultado é uma zona de betão fraca e porosa, com baixa resistência
e que permite um caminho fácil para a penetração
por cloretos, carbonação ou outro contaminante.
Também providência um ponto fácil para outros processos de
deterioração se iniciarem (lixiviação, erosão, etc). Este tipo de defeito
é comum em situações em que é utilizada uma elevada densidade de
armaduras.
4 - Deficiências de projecto ou construtivas
BETÃO: por qualidade insuficiente e /ou por vibração (compactação)
inadequa.
ARMADURAS: por elevada densidade de armaduras

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TND – UPV; Eco pulsado - "Pulse echo“; Tomografia sísmica por
transmissão; Impacto-eco; Geo-radar - "GPR“.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão; injecção do betão.
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ANOMALIAS Contaminação inorgânica / orgânica / biológica


1 - Classificação do dano
Contaminação

2 - Descrição
O betão pode ser contaminado por vários materiais
inorgânicos ou orgânicos (biológicos) que podem alterar as
suas propriedades de uma forma mais ou menos extensa.

A contaminação pode resultar da contaminação dos materiais constituintes do betão (água,


areia, agregados) ou da deposição de materiais inorgânicos resultantes de uma fonte externa ou
de processos de deterioração internos (incrustações do processo de lixiviação, escorrimentos de
produtos de corrosão resultantes dos elementos metálicos ou manchas de óxidos provenientes
da corrosão das armaduras).
Deposição de materiais orgânicos ou
actividade biológica pode também
ocorrer na superfície de betão
(actividade biológica, crescimento de
vegetação).

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Contaminação inorgânica/orgânica/biológica

3 - Processo de deterioração
BETÃO:
processo químico e biológico – deterioração
biológica.
Acumulação de água

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TD – Amostragem; Exames microscópicos.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão; Sistemas de protecção
da superfície - Revestimento.

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS 'POP-OUTS'
1 - Classificação do dano
Perda de material
2 - Descrição
Os 'pop-outs' são pequenas, porções de argamassa que se soltam da
superfície de betão deixando um buraco pouco profundo ou fenda.

Os 'pop-outs' formam-se devido à expansão das partículas de agregado


de granulometria mais grosseira próximas da superfície do betão que
fissuram e fazem soltar o recobrimento do betão.
Os 'pop-outs' resultam da expansão de
determinadas partículas de agregado devido à
absorção de água ou devido ao congelamento
da água presente nos agregados.
Os agregados susceptíveis deste tipo de
comportamento incluem cherts de baixa
densidade específica, calcários que contêm
Chert é um tipo de rocha composta principalmente argilas e xistos são bem conhecidos por este
de sílica, onde os cristais de quartzo apresentam
tamanho submicroscópico (criptocristalino). comportamento.

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS 'POP-OUTS'

Os 'pop-outs' são normalmente evitados pela eliminação desses materiais dos agregados.

Os 'pop-outs' também podem resultar de outros tipos de agregados devido à exposição ao fogo.

Os 'pop-outs' são facilmente reconhecidos pela forma do buraco que fica na superfície e pela
presença de uma parte da partícula de agregado que geralmente fica visível no buraco.

3 - Processo de deterioração
BETÃO:
processo químico e biológico – reacção alcalis agregado.
Processo físico – acção gelo-degelo.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, Agregados
susceptíveis, inexistência de introdutores de ar e/ou betão
sem adições minerais.

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ANOMALIAS 'POP-OUTS'

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão. A combinação deste método com Sistemas
de protecção da superfície - Impregnação ou revestimento
podem ser utilizados para mitigar o processo de alguns processos
de deterioração subjacentes.

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Desintegração superficial


1 - Classificação do dano
Perda de material

2 - Descrição
A desintegração superficial ocorre onde as camadas superficiais de
betão não densas nem homogéneas. É definida como uma descamação
local ou como o descascamento de betão ou argamassa perto da
superfície.

Com o decorrer da deterioração, as partículas de agregado de


granulometria mais grosseira são expostas e eventualmente ao
soltarem-se são desalojadas. A desintegração superficial pode resultar
de certas formas de deterioração incluindo RAA, RSE e acção gelo-
degelo.

Práticas inadequadas de acabamento também podem ser inadequadas


para o acabamento do betão, bem como responsáveis por esse
fenómeno.

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Desintegração superficial


3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – Ataque ácido, Reacção álcalis-
agregado, Reacção sulfática externa (RSE).
Processo físico – abrsão-erosão.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, Elevada porosidade,
Inexistência ou inadequada introdução de ar, acabamento
inadequado e Contacto com sais de degelo.

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TND – Pull-out; Pull-off; UPV; Eco pulsado - "Pulse echo“;
TD – Amostragem; resistência à compressão.

6 - Métodos de reparação / protecção


As mais comuns são: Reposição do betão; Sistemas de proteção da
superfície por Impregnação o por revestimento.

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ANOMALIAS Destacamento
1 - Classificação do dano
Perda de material

2 - Descrição
O destacamento do betão de recobrimento deve-se a tensões
internas de expansão que são causadas por corrosão das armaduras,
impacto, fogo ou excesso de carga.

A principal causa de destacamento é a corrosão das armaduras. Os


produtos de corrosão têm um maior volume que o metal original do
qual eles derivam e conseguem gerar elevadas tensões no
recobrimento de betão provocando fissuração, delaminação e
destacamento.

O destacamento provocado por impactos acidentais pode


enfraquecer a estrutura localmente e expondo as armaduras à
corrosão, provocandoperda de seção do aço.

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ANOMALIAS Destacamento

3 - Processo de deterioração
ARMADURAS: Corrosão das armaduras devido a carbonatação ou
contaminação por cloretos.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente, isto é, Elevada porosidade
e/ou elevada razão a/c. por recobrimento insuficiente, isso é,
Recobrimento inadequado tendo em conta as condições
ambientais existentes.
ARMADURAS: por congestionamento das armaduras.

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ANOMALIAS Destacamento

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visuais;
TND – Recobrimento - "Covermeter“; Velocidade de corrosão;
Potencial de meia-célula;
TD – Amostragem, Resistência à tração, Profundidade de
carbonatação, Perfil de carbonatação, Perfil de cloretos (cloretos
livres e totais), Teor em cloretos totais e livres.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão.
Outras opções adicionais de métodos de reparação: Protecção
Catódica; Extracção electroquímica de cloretos; Realcalinização do
betão; Inibidores de corrosão podem ser associados com
Reposição do betão localizada dependendo do processo de
deterioração subjacente que provoca o destacamento.

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ANOMALIAS Fractura do aço


1 - Classificação do dano
Descontinuidade

2 - Descrição
A fractura das armaduras e do aço de pré-esforço pode ser
provocada por corrosão, carga excessiva, danos derivados de fogo
ou impacto, sendo a corrosão a causa principal.

A fractura das armaduras ou do aço de pré-esforço resulta numa


perda significativa de resistência que deve ser corrigida com a maior
celeridade possível, para evitar um colapso estrutural catastrófico.

A fractura das armaduras convencionais devido à corrosão geralmente


é precedida por uma perda de seção significativa e acompanhada por
sinais visíveis como manchas de oxidação, fissuras e delaminação.

No entanto, é possível que a corrosão ocorra sem esses sinais serem


visíveis na superfície.

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Fractura do aço

A corrosão de cabos de pré-esforço no interior das bainhas representa


um problema singular, uma vez que existem poucas evidências de
corrosão visíveis na superfície (tal é de particular preocupação na zona
das ancoragens, em que a penetração de água carregada de cloretos
pode ocorrer).

A utilização de aço pré-esforçado pode ser susceptível a


fenómenos de corrosão sob tensão ou de fragilização por
hidrogénio que podem resultar numa rotura frágil e levar à
perda catastrófica de resistência estrutural.

Reacções expansivas internas no betão (por exemplo RAA)


podem levar à fractura dos estribos de aço.

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ANOMALIAS Fractura do aço

3 - Processo de deterioração
BETÃO: processo químico e biológico – Reacção álcalis-agregado;
ARMADURAS: processo químico e biológico – Corrosão das
armaduras ou corrosão do aço de pré-esforço.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: por qualidade insuficiente – betão com fraca qualidade; Recobrimento insuficiente –
Inadequado para a agressividade das condições ambientais; Compactação inadequada; Cura
inadequada; Defeitos na injecção dos sistemas de pré-esforço.
ARMADURAS: Resistência insuficiente - Quantidade de armaduras insuficientes para esforços de
flexão e corte; Utilização de aço de pré-esforço, sensível a corrosão sob tensão e fissuras
causadas pela corrosão.

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Fractura do aço

5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visual; Indicações de corrosão; danos
devido a impacto; fogo, etc;
TND – Tomografia sísmica por transmissão; Geo-radar - "GPR“;
Gamagrafia;
TD – Amostragem do aço.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão com adição de reforço. Dependendo das
condições e resistência do betão existente: Reforço - Placas
externas de aço; Reforço - FRP exterior ou Reforço - Pré-esforço
exterior.

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Perda de secção do aço


1 - Classificação do dano
Perda de material
2 - Descrição
A corrosão das armaduras devido à carbonatação do betão
ou à contaminação por cloretos leva à perda progressiva
de seção transversal do aço. A perda de seção transversal
do aço é geralmente indicada por manchas de oxidação na
superfície de betão e o aparecimento de fissuras que
seguem a direcção das armaduras.

Para perdas mais significativas de aço (acima de 3%), a


delaminação e o destacamento do recobrimento de betão
podem expor as armaduras corroídas. No entanto, dependendo
da pormenorização, condições de exposição e propriedades do
betão (porosidade, resistência mecânica e espessura do
recobrimento) pode ocorrer perda de seção do aço sem estarem
presentes quaisquer sinais visíveis.

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ANOMALIAS Perda de secção do aço

A corrosão de cabos de pré-esforço no interior das bainhas representa um problema singular,


uma vez que existem pouca evidências de corrosão visíveis na superfície (tal é de particular
preocupação na zona das ancoragens, em que a penetração de água carregada de cloretos pode
ocorrer).
3 - Processo de deterioração
ARMADURAS: Corrosão das armaduras devido a carbonatação ou
contaminação por cloretos.
A vibração inadequada do betão pode levar à corrosão das
armaduras.

4 - Deficiências de projecto ou construtivas


BETÃO: Qualidade insuficiente – betão com fraca qualidade e/ou
pormenorização inadequada; Recobrimento insuficiente - depende
da agressividade das condições ambientais; compactação
inadequada; cura inadequada; defeitos construtivos (por exemplo
pormenorização, fissuras, vazios ou ninhos de pedras).
ARMADURAS: pormenorização das armaduras inadequada (por
exemplo congestionamento de armaduras).
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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

ANOMALIAS Perda de secção do aço


5 - Técnicas de ensaio
Inspecção visual – Exame visual; Medição da seção transversal do aço
exposto;
TND – Recobrimento - "Covermeter" ; Velocidade de corrosão
Potencial de meia-célula; Geo-radar - "GPR";
TD – Medição da seção tranversal do aço após a remoção do
recobrimento do betão.

6 - Métodos de reparação / protecção


Reposição do betão com adição de reforço; Dependendo das
condições e resistência do betão existente: Reforço - Placas externas
de aço; Reforço - FRP exterior ou Reforço - Pré-esforço exterior.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 52/55

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

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Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 55/55

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