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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação

Conservação e Reabilitação de Construções


CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO EM
Módulo 1 - Betão Armado

CONSERVAÇÃO E REABILITAÇÃO DE CONSTRUÇÕES

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I


Módulo 1 – Betão armado

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

DIAPOSITIVOS ELABORADOS COM BASE NO GUIA TÉCNICO “MANUTENÇÃO E


REPARAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE TRANSPORTES”

PROJECTO DURATINET
Breysse D., Salta M., Daly A. – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Deterioration, Vol.
2, Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 74 p..

Dérobert X., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Testing techniques, Vol. 3,
Duratinet Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal,
ISBN: 978-972-49-2237-9, 2012, 132 p..

Daly A., et al – Concrete Strucures – Technical Guide, Part IV, Repair Methods, Vol. 4, Duratinet
Project, 2008-1/049, Laboratório Nacional de Engenharia Civil I.P., Lisboa, Portugal, ISBN: 978-
972-49-2237-9, 2012, 126 p..

Brito, Jorge de – Técnicas de Demolição de Edifícios Correntes, Mestrado em Construção,


Tecnologia da Construção de Edifícios, IST, 2004.

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CAPÍTULO 5 - METODOLOGIAS DE INTERVENÇÃO, continuação …

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INTRODUÇÃO
SUB-CAPÍTULOS

5 METODOLOGIAS DE INTERVENÇÃO
5.1 Introdução
5.2 Organização da NP EN 1504
5.3 preparação da superfície
5.3.1 limpeza
5.3.1.1 Química
5.3.1.2 Mecânica
5.3.1.3 "Shot blasting"
5.3.1.4 Jacto de água
5.3.1.5 Jacto de ar
5.3.1.6 Jacto de areia
5.3.1.7 Ataque ácido
5.3.1.8 Limpeza das armaduras

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INTRODUÇÃO
SUB-CAPÍTULOS
5.3.2 Remoção / demolição
5.3.2.1 Manual
5.3.2.2 Explosão
5.3.2.3 Esmagamento
5.3.2.4 Corte
5.3.2.5 Impacto
5.3.2.6 Abrasão
5.3.2.7 "Pre-splitting"
5.4 Métodos de reparação
5.4.1 Protecção Catódica
5.4.2 Extracção electroquímica de cloretos
5.4.3 Injecção do betão
5.4.4 Reposição do betão
5.4.5 Inibidores de corrosão
5.4.6 Realcalinização do betão
5.4.7 Reforço
5.4.8 Sistemas de protecção da superfície
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE

LIMPEZA Química
Mecânica
"Shot blasting"
Jacto de água
Jacto de ar
Jacto de areia
Ataque ácido
Limpeza das armaduras

REMOÇÃO Manual
Explosão
Esmagamento
Corte
Impacto
Abrasão
"Pre-splitting"
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA QUÍMICA

Com recurso a detergentes do tipo fosfato trissódico. Outras propriedades


múltiplas de agentes de limpeza do betão estão disponíveis. Todos os vestígios
do agente de limpeza devem ser removidos.

LIMPEZA MECÂNICA
Existe uma variedade de dispositivos mecânicos
disponíveis para a limpeza de superfícies de betão:
"scabblers", escarificadores, e ferramentas de
impacto.
- Por vezes é removido mais betão do que o
desejado.
- Dependendo dos martelos utilizados ou da
natureza do material abrasivo, pode atingir-se
uma variedade de graus de limpeza da
superfície.
- Pode ser necessária a utilização de outro
método complementar para limpeza final da
superfície.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA "SHOT BLASTING"


projecção de granalha
Um perfil quase uniforme pode ser produzido.

Ideal para reparação de revestimentos finos.

Deixa a superfície seca para aplicação imediata de um agente de


colagem, tintas, ou revestimentos.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE JACTO DE ÁGUA

Equipamento de jacto de água com uma pressão que


varia de 40 a 70 MPa.

A água pode ser aquecida ou incluir aditivos para


maximizar os efeitos e deve ser muita limpa.

Muito eficaz quando utilizada como última fase de


preparação da superfície.

- Requer pessoal experiente.


- Incompatível com argamassas epóxidicas.
- Método rápido e barato.

Nos casos de obras de reabilitação nas quais se utilize o


método 3.3, com projecção de betão por via seca, alguns
equipamentos utilizados para a projecção do betão são
também adequados para o jacto de água.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE JACTO DE ÁGUA

O jacto de água a mais alta pressão é utilizado para


limpeza ou remoção superficial de betão até uma
profundidade de 2 mm.

As membranas, resíduos de asfalto, marcações coloridas e


“leitada” superficial são outros exemplos de materiais que
podem ser removidos por este processo.

Normalmente, os jactos são de água fria. Todavia, no caso de superfícies com contaminações
superficiais pode-se recorrer a jacto de água quente, normalmente adicionando-se detergentes
biodegradáveis. Neste caso, o equipamento tem uma resistência eléctrica que permite o
aquecimento da água e um depósito adicional para o detergente. O desgaste das mangueiras é
mínimo, quando comparado com os equipamentos de jacto de areia.

No caso de superfícies verticais, as operações de limpeza devem ser realizadas de cima para
baixo, para evitar sujar as zonas já limpas.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE JACTO DE ÁGUA

O jacto de vapor é uma técnica utilizada para limpeza de superfícies em grandes


áreas, para remoção de contaminantes superficiais, quando a lavagem por jacto
de água não seja suficiente.

O jacto de vapor remove sais, óleos, pós fortemente aderentes, alguns tipos de
tinta, e é adequado para a limpeza de metais não ferrosos. Não deve ser
utilizado para limpeza das armaduras de aço.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE JACTO DE AR

Nos métodos 3.1, 3.2 e 3.3, a limpeza com jactos de ar comprimido é utilizada principalmente
para a remoção da poeira e das partículas menores que ficam na superfície a ser recuperada,
após os trabalhos de corte e limpeza mecânica de betão danificado, particularmente nos pontos
de mais difícil acesso.

Equipamento é o tradicional para outras utilizações de ar


comprimido.

O bico de jacto de ar deve ser fino para o caso de limpeza de


cavidades na superfície do betão.

O sopro deve ser realizado do interior para o exterior,


devendo estas, no caso de existirem, serem as primeiras a ser
limpas, sendo, em seguida, convenientemente protegidas.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE JACTO DE AR

A decapagem das superfícies pela aplicação de jacto de ar e areia sob pressão


controlada, com ou sem água, é uma das técnicas mais utilizada na limpeza das
superfícies para a recepção dos materiais de revestimento, ou imediatamente após as
operações de remoção de betão, com vista a proporcionar uma rugosidade adequada e a
remover o betão deteriorado.

Também pode ser utilizada para limpeza das armaduras oxidadas.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE JACTO DE AREIA

A aplicação do jacto de areia deve ser realizada em aplicações sucessivas, em movimentos


circulares, garantindo-se assim a remoção dos resíduos do betão.

É um processo algo poluente, que liberta partículas para a atmosfera, principalmente no


caso do jacto de ar e areia sem adição de água.

O jacto de ar e areia para preparação de superfícies tende a deixar sempre partículas de areia
soltas sobre a superfície a reparar, devendo ser seguido de aplicação de jactos de ar
comprimido e/ou de água, antes da aplicação do material de substituição.
O jacto de ar e areia é essencialmente utilizado como método de limpeza, mas também pode
ser utilizado como método de desbaste ou de remoção.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE ATAQUE ÁCIDO

Utilizado para remover calda de cimento e quantidades normais de sujidade

O ácido irá remover cimento suficiente para proporcionar uma superfície rugosa.
Se for utilizado ácido, a superfície deve ser limpa de gorduras e de óleos com agentes
apropriados.

Quando a espuma pára o ácido deve ser removido, e escovas utilizadas para remover os
produtos de reacção.

A superfície deve ser verificada com papel de pH


para determinar que todo o ácido foi removido.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA DE ARMADURAS

O método 7.2 requer limpeza de armaduras, que deve satisfazer os seguintes requisitos

Deve remover-se a ferrugem, argamassa, betão, poeira e outro material não


ligado que reduza a colagem do material de reparação que vai ser aplicado
seguidamente e contribua para evitar a corrosão futura;
A limpeza das armaduras com vestígios de corrosão deverá ser realizada ao
longo de cada varão, até que em cada extremidade surja um troço são,
estendendo-se depois pelo menos mais 50 mm, para além da zona com
corrosão;
Há o risco de promover reacções electroquímicas se a nova armadura for
colocada em estruturas infectadas com cloretos;

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA DE ARMADURAS

A menos que a limpeza seja feita imediatamente antes da aplicação dos produtos e sistemas
de protecção, os substratos limpos devem ser protegidos da contaminação;
As armaduras devem ser limpas sem lhes causar danos ou danificar ou contaminar o betão
ou o ambiente adjacente;
Quando as armaduras expostas estão contaminadas com cloretos ou outro material que
cause corrosão, toda a superfície exposta das armaduras contaminadas deve ser limpa com
jacto de água, não excedendo a pressão de 18 MPa para remover os cloretos e outros
contaminantes.

Os processos utilizados para a remoção da corrosão das armaduras são os seguintes:

Escovagem manual;
Escovagem mecânica;
Decapagem com jacto de ar e areia;
Decapagem com jacto de água de alta pressão.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA DE ARMADURAS


Escovagem manual A escovagem manual é uma técnica que se deve aplicar exclusivamente
em pequenas superfícies e, muito particularmente, no caso de pequenas
extensões de varões de aço que estejam com evidências de corrosão ou
mesmo que simplesmente careçam de limpeza para implementação das
suas capacidades aderentes.

Escovagem mecânica - Bom para pequenas áreas.


A escovagem mecânica apresenta melhor rendimento.

eventualmente pode manter-se a escovagem manual para


zonas menos acessíveis.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA DE ARMADURAS


jacto de ar e areia - É um processo mais indicado para grandes áreas de reparação.

A decapagem de varões com jacto de ar e areia é feita por um processo


semelhante ao já indicado para a limpeza do betão, utilizando-se, neste
caso, e de preferência, uma areia mais fina e mais rija.

Qualquer que seja o processo de limpeza das armaduras, há que


verificar a sua secção, devendo-se verificar se a área de um varão
sofreu uma redução apreciável, procedendo-se seguidamente à
substituição ou complementação dos varões corroídos que
apresentem uma perda de secção considerada significativa pelo
projectista.

Segundo alguns autores, considera-se perda significativa


aquela que excede mais de 25 % da secção transversal
da armadura (ou mais de 20 % no caso de estarem
afectados dois ou mais varões adjacentes).
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE LIMPEZA DE ARMADURAS

jacto de água

Útil para grandes áreas;

A água não é recomendada se materiais epóxicos forem utilizados como primário;

Um compressor isento de óleo deve ser usado para evitar que o aço ou o betão fiquem
contaminados com gotas de óleo;

Se a corrosão foi iniciada por cloretos um jacto de água deve seguir-se à remoção da
ferrugem.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

MANUAL

Técnica que recorre a força braçal e a equipamento rudimentar.


Equipamento: martelo; escopro; marreta; picareta; pé-de-cabra.

EXPLOSÃO
Emprega uma expansão rápida do gás confinado dentro de uma
série de furos de sondagem para a produção de fracturas
controladas e remoção de betão.

Método expedito e muito rentável para remover grandes volumes


onde é necessário remover 250 mm ou mais da face do
elemento.
Pessoal altamente especializado;
Regulamentos de segurança rigorosos;
Controlo da explosão para limitar os prejuízos no betão
que permanece e meio ambiente.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

EXPLOSÃO

VANTAGENS
- Rapidez;
- economia global;
- eficácia.

DESVANTAGENS
- Provoca projecção de materiais e vibrações no terreno;
- provoca ruído muito grande na detonação e no impacto da estrutura no terreno;
- é uma técnica perigosa para pessoas e bens nas proximidades e para o pessoal, que
tem de ser especializado;
- pode provocar gases (sulfurosos e nitrosos) perigosos para a saúde.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

Emprega mandíbulas accionadas hidraulicamente para ESMAGAMENTO


esmagar e remover o betão.
TRITURADOR MECÂNICO
Método para remover o betão dos tabuleiros, paredes,
pilares, e outros elementos de betão onde a profundidade
de corte depende da máquina (geralmente 1,8 m ou
menos).

Mais aplicável a demolição total;


As armaduras podem ser cortadas e ficar danificadas
sem possibilidade de reutilização;
Ruído e vibração produzida.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

TRITURADOR MECÂNICO PORTÁTIL ESMAGAMENTO

Método para remover o betão dos tabuleiros, paredes, pilares,


e outros elementos de betão onde a profundidade de corte
depende da máquina (geralmente 300 mm ou menos).

Exige dois homens para utilização (pesa


aproximadamente 45 kg);
As armaduras podem ser cortadas e ficar danificadas
sem possibilidade de reutilização;
Ruído limitado e vibração produzida;
As taxas de produção são baixas.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

TRITURADORES MECÂNICOS ESMAGAMENTO

VANTAGENS
- Equipamento versátil;
- não provoca ruído, vibração ou poeiras;
- equipamento de simples manutenção.
DESVANTAGENS
- Baixo rendimento;
- espessura a demolir deve ser inferior a 30 cm (podendo atingir os 50 cm com um
adaptador especial);
- necessidade de cortar as armaduras para prosseguir o trabalho;
- superfícies de corte muito irregulares;
- necessidade de remover constantemente os produtos de demolição;
- relação custo de aquisição / produtividade muito elevada.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

CORTE

CORTE POR JACTO DE ÁGUA ABRASIVO


Método que faz cortes em lajes, paredes e outros
elementos de betão, onde o acesso se dá apenas por uma
face e a profundidade de corte depende da máquina
(normalmente 500 mm ou menos).

Fluxos de águas residuais devem ser controladas;


Elevados níveis de ruído;
Não existe produção de calor, vibração e poeiras;
Precauções de segurança adicionais são necessárias
(alta pressão da água 200-340 MPa).

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

SERRA DE LÂMINA DIAMANTADA CORTE


Método que faz cortes em lajes, paredes e outros elementos de betão, onde o acesso se dá
apenas por uma face e a profundidade de corte depende do diâmetro da lâmina (normalmente
600 mm ou menos).

Fluxos de águas residuais devem ser controladas;


Não é produzida vibração e poeira;
Cortes precisos.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

SERRA DE LÂMINA DIAMANTADA CORTE

VANTAGENS DESVANTAGENS

- Corta facilmente betão armado; - Exige experiência na utilização do


- elevado rendimento de corte (reduzido equipamento;
pela existência de armaduras); - espessura de corte limitada pelo raio do
- manipulação simples (na versão disco;
compacta); - processo de instalação moroso na versão
- secção de corte muito lisa, sem mais robusta (superfície de suporte
necessidade de trabalhos adicionais e sem adequada);
afectar o betão adjacente; - necessidade de evacuar líquido refrigerante -
- grande precisão do corte (com adaptação custo elevado do equipamento e consumíveis;
de calha); - produz algum ruído e poeiras.
- sem riscos de fissuração;
- seguro para o pessoal.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO


FIO DE CORTE CORTE
Método que faz cortes em betão, onde a profundidade de corte é maior e economicamente
mais viável do que o corte efectuado com a Serra de lâmina diamantada.
Fluxos de águas residuais devem ser controladas;
Não é produzida vibração e poeira;
Não vai ser tão dispendioso como a possível aplicação
de outras técnicas (explosão, impacto e "pre-splitting").

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

CORTE
VANTAGENS
- Corta facilmente betão armado;
- elevado rendimento de corte (reduzido pela
existência de armaduras);
- elevada versatilidade de adaptação ao uso e a DESVANTAGENS
ambientes de trabalho;
- Exige experiência na utilização do
- equipamento silencioso, não provoca vibrações
equipamento;
nem poeiras (devido à água de arrefecimento);
- exige equipamento auxiliar de corte
- superfície de corte lisa, sem necessidade de
para passagem do cabo;
trabalhos adicionais e sem afectar o betão
- processo de instalação moroso ;
adjacente;
- custo elevado dos consumíveis;
- rigor e precisão de corte;
- necessário evacuar o líquido
- permite cortes em todas as direcções numa
refrigerante.
amplitude de 360º;
- sem riscos de fissuração;
- seguro para o pessoal;
- preço competitivo para grandes áreas de corte.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

PONTO DE CORTE CORTE


Utilização de cortes profundos do perímetro para
desmembrar o betão como unidades. O tamanho máximo
da unidade é determinado pela capacidade de elevação de
carga e transporte dos equipamentos disponíveis.

Método que faz cortes em betão, onde a profundidade de


corte é maior e economicamente mais viável do que o
corte efectuado com a Serra de lâmina diamantada.
- Fluxos de águas residuais devem ser controladas.
- Quanto mais profundo o corte, maior o diâmetro do furo.
- Elevados níveis de ruído produzidos.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

PONTO DE CORTE CORTE

VANTAGENS
- Não tem riscos de fissuração;
- manipulação simples;
- equipamento silencioso não causando vibrações;
- grande precisão de corte.

DESVANTAGENS
- Furação limitada pelo comprimento e diâmetro da broca;
- baixo rendimento / preço elevado;
- processo moroso;
- necessidade de evacuar o líquido refrigerante.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

CORTE TÉRMICO CORTE


Método que faz cortes em elementos muito reforçados
(tabuleiros, vigas, paredes) e outros elementos quando as
condições do local permitem cortes eficiente no betão
através do corte térmico do betão.

Níveis mínimos de vibração e poeira são produzidos;


Ruído e fumos;
O pessoal deve ser protegido;
Precauções de segurança adicionais são necessárias.

Aplicação nas secções a cortar da extremidade em


brasa de uma barra de ferro ou alumínio em cujo
interior é enviado um jacto de oxigénio;

Derreter, perfurar ou cortar aço ou betão.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

CORTE TÉRMICO CORTE

MAÇARICO
- oxigénio;
pólvora; plasma;

LANÇA TÉRMICA
- oxigénio;
pólvora.
Tripla acção:
- Térmica (temperaturas de 2000 a
2500 ºC);
realização de - Química (combinação de óxidos
grandes aberturas de ferro com
ou em reabilitação componentes do betão , que
acabam por fundir);
- Cinética (pressão do jacto de
oxigénio).
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

PROCESSOS TÉRMICOS CORTE

VANTAGENS DESVANTAGENS
- Possibilidade de cortar peças de grande - Pequena precisão no corte;
espessura; - origina escorrimento da escória de
- aplicável quer em betão armado quer em combustão;
pré-esforçado; - superfícies de betão em contacto com
- não provoca vibrações e é silenciosa; escória ficam marcadas;
- o pessoal aprende facilmente a técnica; - necessária boa ventilação para trabalhar no
- o material é simples e ligeiro (excepto as interior (provoca fumos);
reservas das garrafas de oxigénio); - risco de incêndio devido à projecção de
- permite trabalhar ao ar livre, no interior e materiais em fusão;
até debaixo de água; - necessidade de vestuário especial de
- permite trabalhar em locais de difícil protecção do manobrador;
acesso; - custo bastante elevado.
- altera pouco as propriedades do betão nas
proximidades do rasgo.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

LASER CORTE
Técnica que consiste na emissão de um feixe de luz
“coerente” e monocromática;

Onda única de grande densidade de energia; Irradiação
encontra o betão - parte da energia é absorvida - aumento
de temperatura da zona afectada; Concentração de energia
numa área muito pequena;

Choque térmico do betão;

Fragmentação.
VANTAGENS DESVANTAGENS
- Corte muito preciso; - Necessidade de combinar esta técnica com outras para o corte de
- ausência de ruído, armaduras;
vibrações, fumos, gases - o raio é invisível, logo perigoso, podendo causar queimaduras;
tóxicos e poeiras; - necessidade de protecções eléctricas e de isolamento do aparelho;
- rapidez na execução. - muito onerosa.
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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

Geralmente utilizam o impacto repetido de uma massa na IMPACTO


superfície de betão até à sua fractura e destacamento. Os
métodos de impacto são por vezes, utilizados de forma
semelhante aos métodos de corte.

"BOOM-MOUNTED BREAKERS"
Remoções totais e parciais em profundidade são
economicamente mais vantajosas com este método, do
que com recurso a martelos pneumáticos.

Produz-se poeira;
O betão que permanece pode ser
danificado (microfissuras;
Elevados níveis de ruído
produzido.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

MARTELOS PNEUMÁTICOS, HIDRÁULICOS E ELÉCTRICOS IMPACTO


Método que deve ser utilizado, quando o trabalho envolve
volumes limitados de betão e em áreas de acesso limitado.
O betão que permanece pode ser
danificado (microfissuras);
Os martelos podem ser operados por
trabalhadores não qualificados;
Produz-se poeira;
Elevados níveis de ruído produzido.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 38/96

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Módulo 1 - Betão Armado Conservação e Reabilitação de Construções

PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

MARTELOS PNEUMÁTICOS, HIDRÁULICOS E ELÉCTRICOS IMPACTO

VANTAGENS
- Possantes e eficazes;
- não necessitam de mão-de-obra especializada;
- portáteis (com algum esforço);
- económicos, pouca manutenção, duráveis;
- relativamente seguros;
- limpeza e precisão.
DESVANTAGENS
- Ruidosos;
- introduzem grandes vibrações;
- equipamentos manuais - grande exigência física do manobrador;
- originam poeiras e fumos;
- propagação de fendas;
- descasque de arestas e cantos em elementos de betão;
- rendimento muito baixo em estruturas fortemente armadas;
- trabalho lento (peças pequenas).
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

Geralmente empregam-se técnicas de impacto-abrasão ou ABRASÃO


cavitação-erosão para remover as superfícies de betão.
HIDRO-DEMOLIÇÃO
Remoção do betão deteriorado da superfície de tabuleiros
e paredes e onde a profundidade de remoção depende da
máquina (geralmente é 150 mm ou menos).

Custo elevado;
Betão e o aço que permanecem não são danificados;
Requer uma grande fonte de água potável;
Elevados níveis de ruído produzidos;
Produz-se projecção de material;
Precauções de segurança adicionais são necessárias
(elevada pressão da água 100-300 MPa).

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

HIDRO-DEMOLIÇÃO ABRASÃO

VANTAGENS
- Ausência quase total de poeiras e vibrações;
- corte relativamente preciso;
- betão adjacente ao corte é pouco afectado.

DESVANTAGENS
- Equipamento caro;
- corte difícil de peças armadas;
- lentidão;
- necessidade de evacuar água e detritos;
- o pessoal deve estar protegido contra a projecção de detritos;
- grandes fendas nos elementos a demolir podem causar perdas de rendimento
consideráveis;
- necessidade de produzir in situ uma grande pressão.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

ABRASÃO
CABEÇA ROTATIVA DE DEMOLIÇÃO
Remoção do betão deteriorado de estruturas de massa elevada e
remoção do recobrimento de elementos de betão reforçados como
pavimentos, tabuleiros, onde o seu contacto com as armaduras é
improvável.

O betão que permanece pode ser danificado (microfissuras);


Limitado ao betão fora da zona das armaduras estruturais;
Produção de ruído, vibração e poeira.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

Emprego de forças em cunha num padrão de furos de 'PRE-SPLITING'


sondagem para produzir uma fissuração controlada do
betão e para facilitar a sua remoção por outros meios.

"PRE-SPLITTING" QUÍMICO (AGENTES EXPANSIVOS)


Remoção de lajes, paredes e outros elementos de betão
onde a profundidade dos furos de sondagem são 10 vezes
superiores ao seu diâmetro.

Sem produção de ruído, vibração ou material projectado;


Para protecção do pessoal a área deve estar restrita durante
as horas inicias de hidratação do produto.

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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

"PRE-SPLITTING" MECÂNICO ("PISTON JACK SPLITTER") 'PRE-SPLITING'


Estruturas de betão mais maciças, onde 250 mm da face ou
mais devem ser removidas e o "pre-splitting" requer furos
de uma profundidade maior do que pode ser usado pelo
"plug-feather splitter".

Sem produção de ruído, vibração ou material projectado;


Pode ser utilizada em áreas de difícil acesso.

Vocacionados para betão simples e armado (espessuras


entre 20 cm e 80 cm);
Sequência e localização dos furos é fundamental.

Cilindro equipado com pistões hidráulicos radiais;



Fractura do betão em planos perpendiculares aos pistões;
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO

"PRE-SPLITTING" MECÂNICO ("PLUG-FEATHER SPLITTER") 'PRE-SPLITING'


Lajes, paredes e outros elementos de betão onde a
profundidade depende da máquina (geralmente 1,20 m ou
menos).

Sem produção de ruído, vibração ou material


projectado;
O operador pode não ser qualificado;
Tipicamente é menos dispendioso que os métodos de
corte.
Aplicação de duas contra-cunhas
metálicas
num furo previamente executado;
Pistão força a cunha a afastar as
contra-cunhas;

Rebentar o betão por tracção.
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PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE REMOÇÃO/DEMOLIÇÃO


"PRE-SPLITTING" MECÂNICO ("PISTON JACK SPLITTER") 'PRE-SPLITING'
"PRE-SPLITTING" MECÂNICO ("PLUG-FEATHER SPLITTER")

VANTAGENS - Demolição controlável;


- silencioso, seguro e económico;
- não provoca poeira ou vibrações;
- boa relação custo / produtividade;
- grande eficácia na demolição;
- boa adaptação a grandes volumes de betão;
- facilidade de manuseamento do equipamento (sem
necessidade de mão de obra especializada);
DESVANTAGENS - boa adaptação a locais exíguos ou de difícil acesso.

- Grande dificuldade no controlo de fendilhação e fissuração;


- necessidade de efectuar “negativo” para colocar equipamento em tensão;
- superfície de corte irregular;
- mau funcionamento em volumes com baixa compacidade;
- espessura máxima de 60 cm;
- requer equipamento auxiliar para prosseguir a demolição (seccionamento dos volumes, corte
a maçarico das armaduras) o que torna a utilização difícil em betão muito armado.
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO PROTECÇÃO CATÓDICA

Prevenção da corrosão do aço. Deterioração do betão por corrosão


das armaduras, carbonatação e contaminação por cloretos

A Protecção Catódica (PC) é uma técnica electroquímica instalada


permanentemente sobre a estrutura para prevenir a corrosão das
armaduras resultante da contaminação por cloretos e carbonatação.

O método baseia-se na mudança de potencial do aço das armaduras


para valores mais negativos, reduzindo desse modo as diferenças de
potencial entre as zona anódicas e catódicas, assim como a corrente
de corrosão para valores insignificantes.

A polarização negativa imposta também limita ou impede a


migração dos iões cloreto para o betão impedindo-os de
despassivarem o aço.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO PROTECÇÃO CATÓDICA

Existem dois sistemas principais para aplicação deste método


Protecção Catódica por Corrente Impressa (PCCI): Uma corrente contínua é forçada a fluir
entre um ânodo, colocado sobre a superfície externa de betão (por exemplo, uma grelha de
titânio ou um revestimento electricamente condutor) e as armaduras (cátodo) que são
ligadas ao pólo negativo de uma fonte de alimentação DC;
Protecção Catódica por ânodos de Sacrifício (PCS): As armaduras estão ligadas
electricamente com um ânodo de sacrifício, por exemplo, magnésio ou zinco, colocado no
meio electrolítico em contacto com as armaduras. A dissolução do metal do ânodo ligado às
armaduras fornece a corrente necessária para o abaixamento do potencial das armaduras
substituindo assim a fonte de energia externa.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO PROTECÇÃO CATÓDICA

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P10- Protecção catódica
A PC pode ser aplicada a estruturas novas e existentes que estão em risco de contaminação
por cloretos ou carbonatação do betão;
Pode ser utilizada para prevenir a iniciação da corrosão das armaduras ou, onde a corrosão já
se iniciou, para parar o processo de corrosão e proteger as armaduras da contínua perda de
seção do aço;
A PC é particularmente efectiva contra a corrosão devido a contaminação por cloretos e em
casos onde os danos resultantes da corrosão das armaduras ainda não é tão extensa que seja
necessário remover o betão e substituir as armaduras.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO PROTECÇÃO CATÓDICA


VANTAGENS DESVANTAGENS
Uma vez aplicada, a protecção catódica e a prevenção catódica devem ser mantidas e
monitorizadas continuamente para a restante vida útil da estrutura.
São necessários cuidados especiais para a aplicação de protecção catódica no aço pré-
esforçado, devido à possível ocorrência de fragilização por hidrogénio devendo ser feita uma
avaliação especializada sem a qual não deve ser visada esta opção de reparação.
Para estruturas afectadas por RAA, a PC pode afectar negativamente a progressão dos danos.
É recomendado que o potencial residual de expansão da estrutura seja avaliado.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO EXTRACÇÃO ELECTROQUÍMICA


A extracção Electroquímica de Cloretos DE CLORETOS
(EC), às vezes denominada dessalinização,
é um processo electroquímico para
remover os iões cloreto do betão
contaminado por cloretos através da
migração destes iões.

Um ânodo, incorporado num electrólito, é temporariamente aplicado sobre a superfície do


betão. Uma densidade de corrente relativamente alta, é aplicada entre o ânodo e as armaduras
obriga os iões cloreto a migrar das armaduras do betão para o ânodo.
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO EXTRACÇÃO ELECTROQUÍMICA


DE CLORETOS

Com esta técnica, conseguem-se remover quantidades relativamente elevadas de iões


cloreto num período de tempo relativamente curto, geralmente 6 a 10 semanas;

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P7- Preservação ou restauração da passividade

A EC não é recomendada em betão pré-esforçado com


armaduras aderentes não embainhadas ou embainhadas
particularmente metálicas onde pode não estar assegurada o
isolamento eléctrico do aço de pré-esforço, uma vez que pode
ocorrer fragilização por hidrogénio dos cabos de pré-esforço
durante a aplicação da extracção electroquímica de cloretos;
O método também não é aplicável em betão que contem
revestimentos epóxicos ou armaduras galvanizadas.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 52/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO EXTRACÇÃO ELECTROQUÍMICA


DE CLORETOS
VANTAGENS DESVANTAGENS
A aplicação da EC deve realizar-se preferencialmente antes de se iniciar a corrosão.
Zonas de delaminações e ninhos de pedra do betão e materiais de reparação com
resistividade eléctrica inaceitavelmente alta e/ou contenham quaisquer outros materiais que
possam prejudicar a aplicação eficaz da extracção electroquímica de cloretos devendo ser
tratadas previamente.
Onde estiverem presentes agregados reactivos, o aumento da alcalinidade do betão pode
aumentar a probabilidade de reacção álcalis-agregado (RAA).
A EC não é recomendada em betão que contenha aço pré-esforçado uma vez que a
fragilização por hidrogénio pode ocorrer.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INJECÇÃO DO BETÃO

O objectivo da injecção é recriar as propriedades monolíticas


e as características do betão nas condições originais ou o
mais aproximado possível, ou seja, a resistência, rigidez e
densidade e restaurar o efeito de barreira do betão aos
agentes agressivos.

Os produtos que são utilizados na injecção de fissuras e


vazios podem classificar-se em três categorias:

preenchimento com transmissão de forças (produtos que


são capazes de ligar as superfícies do betão e transmitir
esforços através deles);
preenchimento dúctil (produtos flexíveis que podem
acompanhar pequenos movimentos subsequentes);
preenchimento por dilatação (produtos activos que
dilatam repetidamente por absorção de água).

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INJECÇÃO DO BETÃO

Preferencialmente podem ser utilizados dois tipos de materiais para injecção:


hidráulicos (HIM) que são adequados para a primeira categoria.
poliméricos (PIM) que dependendo do tipo de material utilizado podem ser utilizados para
as três categorias.
Na injecção de fissuras podemos identificar
diferentes procedimentos:
injecção pressurizada onde o fluído é
inserido sob pressão na fissura através de
tubos de injecção inseridos no betão.
preenchimento de fissuras onde a fissura é
preenchida por gravidade.
injecção da superfície que está fora do
âmbito da norma NP EN 1504.

O método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-


9:2009: P1– Protecção contra o ingresso e P4- Restauração do betão

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INJECÇÃO DO BETÃO


VANTAGENS DESVANTAGENS
Desvantagens:
A injecção de fissuras per si não é efectiva para a reparação de RAA, RSI ou corrosão que
afectam o betão.

As propriedades e as características dos materiais de injecção devem cumprir os requisitos


mínimos e os limites de tolerância admissíveis declarados pelos fabricantes, indicados na NP EN
1504-5.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REPOSIÇÃO DO BETÃO


A reposição do betão é o método que permite o restauro e/ou
aumento da capacidade de carga original do betão danificado.
Utiliza betão ou argamassas poliméricas e pode ser aplicada de
diferentes maneiras:
aplicação à mão de argamassas;
aplicação de betão moldado;
Aplicação de betão projectado;
Pré-colocação de agregados.
Geralmente as seguintes acções são
necessárias:
remoção do betão contaminado,
fissurado ou com defeitos -
preparação da superfície;
limpeza das armaduras - remoção e
substituição das armaduras
corroídas;
aumentar a quantidade de armaduras se necessário;
adicionar proteção anti-corrosiva nas armaduras;
betonagem de novo betão.
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REPOSIÇÃO DO BETÃO

Pré-colocação de agregados

aplicação de
betão moldado

Aplicação de betão
projectado

aplicação manual de argamassas


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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REPOSIÇÃO DO BETÃO

Pré-colocação de agregados e injectar Betão ou argamassa

Variante aos processos referidos é a de injecção de argamassas em cavidades nas quais tenham
sido colocados agregados de granulometria conhecida, bem lavados, secos e isentos de
qualquer material que possa inibir a sua perfeita aderência ao material a ser injectado e não
contendo finos.

Os agregados deverão ocupar, à partida, 40% a 50% do volume da


cavidade.

A injecção do material de substituição deverá ser feita de baixo


para cima, a uma velocidade de 0,5 a 1,0 m/minuto, garantindo-se
o perfeito envolvimento de todos os agregados.

A pressão do material de substituição contra o


substrato é garantida pela própria pressão de injecção.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REPOSIÇÃO DO BETÃO

Para aplicação de betão moldado


A cofragem, deve ser fixada logo após a preparação do substrato, deverá ser rígida, estanque e
muito bem fixada, para se garantir a necessária pressão do betão de substituição de encontro
ao substrato. Não deve, em qualquer caso, impedir o livre lançamento e vibração do betão.

A aplicação de agentes de colagem torna-se mais problemática nos sistemas com cofragem e
pode ser desnecessária. Em superfícies com cofragem vertical pode ser difícil preencher todo o
espaço. As zonas remanescentes superiores podem ser tratadas pelo método de aplicação a
seco.

VANTAGENS DESVANTAGENS
A durabilidade depende do processo e causa de deterioração. A
adopção deste método de reparação pode ter algumas implicações
relacionadas com a sustentabilidade da construção e com o impacto
ambiental.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REPOSIÇÃO DO BETÃO

Uma aplicação efectiva depende principalmente de uma boa ligação entre o


betão existente e o que é aplicado durante a reparação - ADERÊNCIA

Onde existe a substituição do recobrimento por um novo betão, devem ser considerados os
requisitos das normas: NP EN 206-1, NP EN 1992-1-1 e EN 10080.

O método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P3– Restauração do betão; P4- Reforço estrutural; P6- Resistência química e P7- Preservação
ou restauração da passividade
A extensão da remoção do substrato deve ser especificada de acordo com os princípios de
reparação adoptados de modo a mitigar as causas que originam a deterioração, e estão de
acordo com as indicações da NP EN 1504-10.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 61/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO

Um inibidor de corrosão define-se como uma substância


química que diminui a taxa de corrosão quando presente
no betão junto das armaduras numa concentração
adequada, sem que haja significativa alteração de
concentração dos agentes de corrosão

Os inibidores de corrosão são fornecidos em pó, gel ou


líquido e têm o efeito de diminuir a velocidade de corrosão.

Este efeito consegue-se através da formação de uma


camada muito fina de compostos químicos (filme), na
superfície das armaduras. Podem ser introduzidos na
mistura da argamassa / betão ou podem ser aplicados à
superfície do betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 62/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO

O inibidores de corrosão podem ser classificados de diferentes maneiras:

de acordo com os seus métodos de aplicação: de acordo com seu mecanismo de


adicionados ao betão fresco como mistura ou protecção:
aplicados sobre a superfície do betão endurecido anódica, se agir numa reacção
- podendo denominar-se inibidor de corrosão por anódica; catódica, se agir numa
migração ou inibidor de corrosão aplicado reacção catódica ou de acção mista se
superficialmente actuar em ambas as reacções

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO

Os inibidores de corrosão migratórios, quando eficazes, podem reabilitar estruturas de betão


existentes, desde que atinjam as distâncias de migração necessárias.

A utilização de inibidores de corrosão de migração aplicados na superfície não é recomendada


em situações em que a migração do inibidor para as armaduras é impedida ou inibida por
exemplo, reparação prévia de elementos com argamassas densas, pinturas impermeáveis, etc.

a verdade, quando introduzidos durante a betonagem, como aditivos, os inibidores de corrosão


estão em contacto directo com o aço pelo que a acção química se torna mais eficaz.

Quando aplicados na superfície do betão endurecido os


inibidores de corrosão devem migrar através da camada
de recobrimento do betão para chegar ao aço o que pode
limitar a sua eficiência, se as condições do betão
dificultarem a sua migração até à superfície do aço.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO


O betão novo pode estar sujeito a um ambiente Exemplo de aplicação
agressivo e ter pouco recobrimento. em Betão novo

Como objectivo, pode-se aumentar o


tempo de vida útil e proteger o betão
contra a corrosão prematura.

A introdução de um inibidor como


adjuvante pode duplicar o tempo
necessário para a ocorrência da corrosão.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO


Decorridos alguns anos após a construção, dá-se Exemplo de aplicação em Betão com
o início da corrosão, mas esta ainda não é visível, início do processo de corrosão
nem ocorreram fenómenos de delaminação.

Pretende-se retardar o ritmo


de corrosão, evitando a
delaminação do betão.

inibidor de
corrosão migratório

A aplicação de um inibidor de corrosão migratório na


superfície do betão poderá ser uma solução adequada,
desde que o produto utilizado tenha capacidade de
migrar até atingir as armaduras.
armaduras
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 66/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO


Os inibidores de corrosão que são aplicados à Exemplo de aplicação em Betão com
superfície de betão (migratórios) não se revelam início do processo de corrosão
eficazes nalguns casos, porque o seu coeficiente
de difusão através da superfície de betão é muito
baixo, pelo que o produto não atinge o nível das
armaduras que carecem de protecção.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO


Exemplo de aplicação em Betão
delaminado

Neste caso, já se iniciou a delaminação do


betão, e a corrosão das armaduras do betão é
já patente.

Os inibidores de corrosão estão presentes na


argamassa de reparação, e devem ser também
aplicados em toda a superfície do betão, para
criar um ambiente são e, tanto quanto
possível, homogéneo à volta das armaduras.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO INIBIDORES DE CORROSÃO

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P11- Controlo das áreas catódicas e anódicas
É muito importante utilizar a quantidade de inibidores recomendada pelo
fabricante/fornecedor porque a eficácia depende da concentração e para evitar os efeitos
colaterais indesejados.

Há um limite natural para a aplicação de certos inibidores,


uma vez que alguns são tóxicos e podem acumular-se na
natureza, como é o caso dos nitritos que estão banidos.

VANTAGENS DESVANTAGENS
A utilização de inibidores de corrosão no betão pode ajudar a retardar o
início da corrosão do aço exposto a contaminação por cloretos e
carbonatação. No entanto, após a iniciação da corrosão, a sua eficácia é
questionável. As informações sobre desempenho a longo prazo em
estruturas reais é limitado. Em algumas condições de exposição, os
inibidores podem ser lixiviadas do betão, o que reduz o seu efeito.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 69/96

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REALCALINIZAÇÃO DO BETÃO

A realcalinização do betão é um processo


electroquímico através do qual o passivação do
aço no betão carbonatado é restabelecida pela
penetração de um electrólito alcalino através
da superfície de betão e pela produção de iões
hidroxilo na superfície das armaduras.

Uma corrente contínua é aplicada entre as armaduras (cátodo) e um ânodo rodeado por uma
solução de carbonato de sódio (ou outro metal alcalino) temporariamente colocada sobre a
superfície exterior do betão.

Uma camada de recobrimento de betão carbonatado de vários


centímetros pode ser realcalinizada num prazo relativamente
curto, geralmente alguns dias a algumas semanas.

O ânodo e o eletrólito são então removidos da estrutura.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 70/96

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REALCALINIZAÇÃO DO BETÃO


Sistema anódico
O sistema anódico deverá ser polarizado
positivamente por meio de um conversor de
corrente alterna / corrente contínua.

O sistema anódico a montar consistirá


normalmente numa malha de ânodo de aço
electrossoldado com 5 a 10 mm e malha de
100 × 100 mm ou de 50 × 50 mm embebida
num reservatório alcalino na superfície do
betão armado.
A solução alcalina poderá ser feita adicionando carbonato de
sódio a água, através de um processo de mistura contínuo, até
se obter uma solução a 1 molar (cerca de 110 gramas de
carbonato de sódio por litro de água).

A fibra celulósica e a solução alcalina são introduzidas no


Projecção do electrólito
equipamento através de mangueiras separadas, são misturadas
e fibra celulósica, para num bocal e aplicadas por pulverização directamente na
obter a realcalinização
superfície do betão.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 71/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REALCALINIZAÇÃO DO BETÃO


Sistema catódico
O sistema catódico consiste na armadura
do betão armado existente e será
polarizado negativamente pelo conversor
de corrente alterna / corrente contínua.

Fornecimento de energia eléctrica


Os conversores de corrente alterna / corrente contínua
serão capazes de garantir uma corrente e voltagem para
assegurar os requisitos necessários, e operando
continuamente em output máximo em condições correntes
de temperatura e humidade do estaleiro da obra.

O conversor de corrente alterna / corrente contínua deverá


ser colocado em local adequado, com as ligações de terra
que forem necessárias.

O tratamento terá uma duração típica variável entre quatro e dez dias, consoante a
profundidade da carbonatação, densidade de armadura superficial, compacidade do betão,
espessura de recobrimento, revestimentos do betão, etc..
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REALCALINIZAÇÃO DO BETÃO

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P7- Preservação ou restauração da passividade
Este método é particularmente adequado antes
de ocorrência significativa de deterioração do
betão e perda de seção do açodas armaduras.

VANTAGENS DESVANTAGENS
Onde estiverem presentes agregados reativos, o aumento da alcalinidade do betão pode
aumentar a probabilidade de reação álcalis-agregado (RAA).

A realcalinixação não é recomendada em betão que contenha aço pré-esforçado uma vez que a
fragilização por hidrogénio pode ocorrer. Também não é aplicável em betão que contem
revestimentos epóxicos ou armaduras galvanizadas ou se acontaminação por cloretos estiver a
contribuir para a corrosão das armaduras.

A aplicação deve realizar-se preferencialmente antes de se iniciar a corrosão. Se as armaduras já


estiverem corroídas e estiverem presentes fissuras, delaminção, etc. o betão danificado deve ser
removido e a superfície reparada antes da aplicação da realcalinização.
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO

Este método de reforço consiste na aplicação de placas de Placas externas de aço


aço de modo a aumentar a resistência da seção de betão.

Este método de reforço consiste na aplicação de materiais FRP exterior


compósitos à base de polímeros reforçados (Fibre
Reinforced Polymer - FRP) com o objectivo de aumentar a Pré-esforço exterior
resistência da seção de betão.

O pré-esforço exterior é um método utilizado para aplicar um sistema de pós-tensionamento


a uma viga de betão existente, a partir da instalação de um sistema de ancoragens,
desviadores e cabos de pré-esforço que actuam externamente na secção de betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 74/96

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Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO

Placas externas de aço


As placas de aço apenas devem ser utilizadas onde o betão tem uma
qualidade adequada, de modo a garantir uma ligação estrutural efectiva
entre o aço e a superfície de betão.

Os requisitos comuns são, a boa qualidade da superfície de betão, a


resistência do betão deverá ser superior a 30 MPa em compressão e 1,5
MPa em tração (ensaio "pull-off").

As placas de aço são


normalmente fixas com
parafusos bem como
coladas. A chave para uma
execução eficaz reside na
preparação cuidada da
superfície de betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 75/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO

Placas externas de aço


As placas de aço apenas devem ser utilizadas onde
está presente um betão de qualidade adequada e
onde não existem processos de deterioração em
evolução, incluindo corrosão, RAA, etc.

Geralmente apenas é aplicável para corrigir


problemas devido a sub-dimensionamento,
deficiências construtivas e aumento das cargas
actuantes sejam elas estáticas ou dinâmicas.

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P4- Reforço estrutural
Os produtos utilizados para as ligações deste método devem cumprir os requisitos da norma NP
EN 1504-4.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 76/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO

VANTAGENS Placas externas de aço


- Custo efectivo (o método é muito competitivo) quando comparado com outros métodos de
reforço devido aos baixos custos de instalação;
- O método pode ser aplicado com pequenas ou nenhumas interrupções de serviço.

DESVANTAGENS
- A aplicação do reforço com aço é sensível às condições ambientais, tais como a humidade
que afecta a qualidade da ligação e a temperatura que afecta o tempo de cura;
- Os elementos de aço necessitam de uma protecção anti corrosão.

Podem existir problemas estruturais associados com as tensões que levam


à descamação das extremidades das placas. Alguns códigos referem a
obrigatoriedade de aparafusamento das placas de aço ao betão (para
além da colagem), o que aumenta o tempo de construção e o custo.

A protecção contra o fogo deve ser considerada.


Qualidade do betão adequada para a ligação das placas.

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO


Objectivo: de aumentar a resistência da seção de betão FRP exterior

O FRP também pode ser utilizado para corrigir deformações excessivas.


Nesta situação, o FRP precisa de estar escorado de modo a que consiga
ter alguma resistência às cargas estáticas.
O FRP também pode ser utilizado para aumentar a resistência do
elemento ao impacto, confinamento de estacas e pilares o que
providência uma maior restrição ao betão bem como às armaduras
adicionais.

O FRP deve ser


protegido do fogo,
vandalismo e radiação
ultra-violeta

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO


FRP exterior

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P4- Reforço estrutural

O reforço com recurso a FRP exterior deve apenas ser considerado onde existe um betão de
qualidade adequada e onde não existem processos de deterioração em evolução,
incluindo corrosão, RAA, etc.

Geralmente apenas é aplicável para corrigir problemas devido a sub-dimensionamento,


deficiências construtivas e para aumentar a capacidade estrutural.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 79/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO


FRP exterior

VANTAGENS
- O FRP é muito leve e resistente, desse modo é fácil de aplicar em diversos elementos;
- O FRP é de rápida e fácil aplicação;
- Os custos são similares ao reforço com placas de aço, uma vez que o maior custo do FRP é
compensado pelo custo de instalação mais baixo;
- O FRP não sofre corrosão.

DESVANTAGENS
- O sistema é muito sensível a: preparação de superfície, temperatura e humidade durante a
aplicação;
- A utilização de mantas requere uma mão-de-obra mais especializada quando comparada
com a utilização de placas.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 80/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO


Esta técnica pode ser usada para restaurar e/ou aumentar a Pré-esforço exterior
capacidade resistente das vigas de betão armado ou pré-
esforçado.

O sistema é normalmente utilizado onde existe uma


capacidade de resistência à flexão insuficiente devido ao
sub-dimensionamento; deficiências construtivas e aumento
das cargas actuantes.

Deve prestar-se uma atenção particular quando estão


presentes processos de deterioração (fluência).

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO


Pré-esforço exterior

Betão de qualidade insuficiente não deve


ser pré-esforçado e os cabos exteriores
são mais susceptíveis a acidentes
resultantes de fogo, impactos e actos de
vandalismo

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 82/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO REFORÇO


Pré-esforço exterior

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P4- Reforço estrutural.
Os produtos utilizados para as ligações deste método devem cumprir os requisitos da norma NP
EN 1504-4.
O pré-esforço exterior apenas deve ser considerado onde existe um betão de qualidade
adequada e onde não existem processos de deterioração em evolução.

Geralmente apenas é mais aplicado para corrigir problemas devido a sub-dimensionamento,


deficiências construtivas e aumento das cargas actuantes sejam elas estáticas ou dinâmicas.

VANTAGENS DESVANTAGENS
- Tantos os estados limites últimos, bem como os
estados limites de serviço são melhorados; - Em alguns casos, problemas
- Tecnologia comprovada; estéticos;
- Fácil de inspeccionar e monitorizar; - É necessário uma execução dos
- Cabos podem ser e voltar a ser tensionados e trabalhos de uma forma precisa e
substituídos. cuidada.
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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE

Impregnação hidrofóbica Impregnação Revestimento por pintura

Estes tratamentos são aplicados na superfície de betão para prevenir o ingresso de água e
de substâncias agressivas associadas com os vários processos de deterioração

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Impregnação hidrofóbica

Estes tratamentos envolvem a aplicação de produtos de líquidos de baixa viscosidades, cremes e


géis que contêm componentes activos, tais como silanos e siloxanos, água ou solventes de base
aquosa.

O tratamento por impregnação hidrofóbica não preenche os poros e os capilares mas produz
umas superfície repelente à água, prevenindo o ingresso de líquidos que ocorre por acção
capilar. A aparência da superfícies de betão não se altera.

• é um tratamento do betão para produzir uma superfície repelente à água


• os poros e capilaridades são revestidos internamente, mas não são preenchidos
• não há formação de filme na superfície do betão
• existe pouca ou nenhuma alteração na aparência do betão
• os componentes activos podem ser, por exemplo silanos ou siloxanos
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 85/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Este método deve cumprir os princípios de
protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9: Impregnação hidrofóbica
P1- Protecção contra o ingresso; P2- Controlo da
humidade; P8- Aumento da resistividade

Os tratamentos podem ser aplicados a novas estruturas, ou seja antes


de se iniciarem os processos de deterioração, ou incluídos como parte
do sistema de reparação.

A penetração deve ser uniforme e pelo menos ter a espessura de 2 mm em toda a superfície. A
penetração é afectada pelas condições de humidade da camada de recobrimento do betão.
Numa estrutura nova é aconselhável esperar 2 ou 3 meses antes de aplicar estes produtos.
A aplicação apenas pode ter lugar quando a superfície de betão está seca e a humidade relativa
(HR) é baixa.

Inadequada para condições de pressão de água elevadas.

No caso de uma reparação localizada anterior com reposição de betão, estes sistemas de
protecção da superfície não corrigem aspectos estéticos da pintura.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 86/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
VANTAGENS DESVANTAGENS Impregnação hidrofóbica
Durabilidade reduzida quando comparada como tempo de vida útil da
estrutura e a necessidade de manutenção é muito comum.

Antes da aplicação deste tratamento o processo de deterioração que


induz dano no betão necessita de ser previamente reparado por
reposição do betão.
A penetração deve ser uniforme e pelo menos ter a espessura de 2 mm em toda a superfície. A
penetração é afectada pelas condições de humidade da camada de recobrimento do betão.
Numa estrutura nova é aconselhável esperar 2 ou 3 meses antes de aplicar estes produtos.
A aplicação apenas pode ter lugar quando a superfície de betão está seca e a humidade relativa
(HR) é baixa.

Inadequada para condições de pressão de água elevadas.

No caso de uma reparação localizada anterior com reposição de betão, estes sistemas de
protecção da superfície não corrigem aspectos estéticos da pintura.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 87/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Impregnação

Estes tratamentos envolvem a aplicação de produtos líquidos de baixa viscosidades, que contêm
componentes activos, tais como como polímeros orgânicos (acrílicos, resinas epóxi,
poliuretanos) água ou solventes de base aquosa; silicatos (sódio e potássio); fluoretos.

Os produtos são facilmente absorvidos e enchem os poros parcialmente, resultando um filme


fino e descontínuo (habitualmente 10-100 micrometros) na superfície de betão que reduz a
porosidade do betão e aumenta a resistência da superfície.

Também podem ser concebidos para endurecer a superfície de betão e aumentar a sua
resistência ao desgaste e limitar os efeitos da abrasão.

• é um tratamento do betão para reduzir a porosidade e reforçar a superfície;


• os poros e capilaridade são parcialmente ou totalmente preenchidos;
• o tratamento conduz normalmente à formação de um filme fino, descontínuo na superfície
• os ligantes podem ser, por exemplo, polímeros orgânicos.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 88/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Impregnação

Este método deve cumprir os princípios de protecção e reparação previstos na NP EN 1504-9:


P1- Protecção contra o ingresso; P5- Resistência física; P8- Aumento da resistividade

Este tratamento deve ser aplicado antes de se iniciarem processos de deterioração ou incluídos
como parte do sistema de reparação.

Pequenos defeitos no betão, tais como "pop-outs", desintegração superficial, eflorescências,


vazios superficiais, fissuras - tipo I podem não necessitar de tratamentos prévios.

A penetração é afectada pelas condições de humidade da camada


de recobrimento do betão. Numa estrutura nova é aconselhável
esperar 2 ou 3 meses antes de aplicar estes produtos.

No caso de uma reparação localizada anterior com reposição de


betão, devem ser tidos em conta os aspectos estéticos.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 89/96

Patologia, Diagnóstico e Metodologias de Intervenção I Pós Graduação


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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Impregnação

VANTAGENS DESVANTAGENS

Durabilidade reduzida quando comparada como tempo de vida útil da estrutura e a


necessidade de manutenção é muito comum.

Se o processo de deterioração já induziu dano no betão, a aplicação deste


tratamento pode necessitar de ser previamente reparado por injecção do betão ou
reposição do betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 90/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Revestimento por pintura

Os revestimentos podem ser: tintas e vernizes orgânicos; membranas; tintas de silicatos; tintas
polímero-cimentícias; argamassas poliméricas, tintas betuminosas; e podem ter vários
componentes activos, tais como polímeros orgânicos (acrílicos, epóxis, poliuretanos, vinil,
estirenos, butadienos, etc.) água ou solventes aquosos; cimentos com silicatos + polímeros;
betumes + polímeros.

Este tratamento pode formar um filme contínuo na superfície de betão. A espessura do filme
varia tipicamente de 100 micrometros a 5 mm. A reparação que involva revestimentos irá
sempre alterar a aparência estética da supefície reparada, desde que o betão não tenha sido
revestido previamente.
• é um tratamento para produzir uma camada protectora contínua sobre a superfície do
betão;
• a espessura é geralmente compreendida entre 0.1 e 5.0 mm;
• certas aplicações podem necessitar de uma espessura superior a 5 mm;
• os ligantes podem ser, por exemplo polímeros orgânicos, polímeros orgânicos contendo
cimento como carga ou cimento hidráulico modificado com uma dispersão de polímero.
Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 91/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Este método deve cumprir os princípios de
protecção e reparação previstos na Revestimento por pintura
NP EN 1504-9:
P1- Protecção contra o ingresso; P2- Controlo da Os revestimentos devem ser aplicados
humidade; P5- Resistência física; P6- Resistência antes de se iniciarem os processos de
química; P8- Aumento da resistividade deterioração ou incluídos como parte do
sistema de prevenção.
A aplicação de um revestimento orgânico deve ser evitado quando as condições ambientais são
muito desfavoráveis: temperatura muito baixa (inverno) e condições de humidade muito
elevadas podem ser perigosas para a cura e secagem do filme.

A humidade pode ficar presa no interior levando a problemas de adesão.

Numa estrutura nova é aconselhável esperar 2


ou 3 meses antes de aplicar estes produtos.
No caso de uma reparação localizada anterior
com reposição de betão, devem ser tidos em
conta os aspectos estéticos.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 92/96

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MÉTODOS DE REPARAÇÃO SISTEMAS DE PROTECÇÃO


DA SUPERFÍCIE
Revestimento por pintura
VANTAGENS DESVANTAGENS

Durabilidade reduzida quando comparada como tempo de vida útil da estrutura e a necessidade
de manutenção é muito comum.

Se o processo de deterioração já induziu danos no betão, a aplicação deste tratamento pode


necessitar de ser previamente reparado por reposição do betão.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 93/96

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Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 95/96

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USA, Developed by Committee E-701 - Materials for Concrete Construction, 2001, 25p.
ACI Education Bulletin E4-03 - Chemical admixtures for concrete, American Concrete Institute,
USA, Developed by Committee E-701 - Materials for Concrete Construction, 2003, 12p.

Área Departamental de Engenharia Civil Pedro Raposeiro da Silva 96/96

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