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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO

CEARÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM


ENGENHARIA CIVIL

LARA PINHEIRO DIÓGENES

PATOLOGIAS EM PAVIMENTO ASFÁLTICO

FORTALEZA/CE
2022
LARA PINHEIRO DIÓGENES

PATOLOGIAS EM PAVIMENTO ASFÁLTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao colegiado do Curso de Engenharia Civil do
Centro Universitário Estácio do Ceará, como
requisito parcial para a obtenção do título de
Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. David Correia dos


Anjos.

FORTALEZA/CE
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
2. JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 5
3. OBJETIVOS ................................................................................................................. 5
3.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 6
3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 6
4. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................... 6
4.1 PAVIMENTAÇÃO .................................................................................................... 6
4.2 REVESTIMENTO ASFÁLTICO .............................................................................. 7
4.2.1 Pavimento flexível ................................................................................................... 7
4.2.2 Pavimento semirrígido............................................................................................. 8
4.3 REVESTIENTO DE CONCRETO ............................................................................ 8
4.3.1 Pavimento de concreto simples ............................................................................... 8
4.3.2 Pavimento de concreto armado.................................................................................9
4.4 PATOLOGIAS ................................................................................ ...........................9
4.4.1DEFORMAÇÃO DA SUPERFÍCIE........................................................................10
4.4.1.1 Corrugação...........................................................................................................10
4.4.1.2 Afundamento/Deformação permanente...............................................................11

4.4.2 DEFEITOS DA SUPERFÍCIE...............................................................................12


4.4.2.1 Exsudação............................................................................................................12
4.4.2.2 Desgaste...............................................................................................................12
4.4.2.3 Panela...................................................................................................................13
4.4.3.4 Remendo..............................................................................................................14

4.4.3 TRINCAS E FISSURAS (FENDAS).....................................................................15


4.4.3.1 Trincas por reflexão.............................................................................................15
4.4.3.2 Trincas de bordo..................................................................................................16
4.4.3.3 Trincas por fadiga................................................................................................17
4.4.3.4Bombeamento.......................................................................................................17

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 19
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1. INTRODUÇÃO

Pavimento é o nome referido ao revestimento empregue para cobrir uma superfície


terraplanada. São estruturas profundam, que sustentam cargas variadas e estão reféns ao atrito
constante e às intempéries. (ANDRADE, 2012), Patologias, são falhas nas estruturas
ocasionados por erros no momento da construção ou por diversos fatores que decorrem ao longo
do tempo em que tal estrutura está sendo utilizada (MARQUES, 2015).
No Brasil, o uso de rodovias expõe grande parcela do tráfego tanto de cargas quanto
de pessoas e a tecnologia empregue na pavimentação dessas rodovias não tem evoluído nas
últimas décadas de maneira correspondente ao crescimento de seu uso. Conforme os dados do
boletim estatístico de 2016 da Confederação Nacional de Transporte, a malha rodoviária em
extensão (km) no território é: A. Federal – 64.804,7 km (pavimentada) / 11.4998,2 km (não
pavimentada) B. Estadual – 119.747,0 km (pavimentada) / 105.600,6 km (não pavimentada) C.
Municipal – 26.826,7 km (pavimentada) / 1.234.918,3 km (não pavimentada) enquanto a frota
de veículos é: A. Caminhão – 2.675.213 B. Cavalo Mecânico – 603.857 C. Reboque – 1.373.744
D. Semirreboque – 89.469 E. Ônibus interestaduais, internacionais, intermunicipais,
fretamentos e urbanos – 209.128
No decorrer do regime militar houve um ampliamento da malha rodoviária
asfaltada de 3000 km para 45000 km, tendo em vista que parte dos pavimentos rodoviários
foram construídos na década de 70 pelos próprios militares. A cidade de Fortaleza iniciou seu
processo de pavimentação asfáltica antes do regime militar.
Para Fernandes Jr (2018), uma das propriedades desse tipo de pavimentação, é o
fato de se danificar de maneira mais lenta nos primeiros anos e à proporção em que sua vida de
serviço vai chegando ao fim, sua taxa de deterioração vai se elevando cada vez mais. Com isso
é necessário efetivar os tipos de patologias que podemos encontrar em pavimentos e os quais
serão abordados nesse trabalho, tais como: A. Trincas por fadiga; B. Trincas nos bordos; C.
Trincas por reflexão; D. Remendos; E. Panelas; F. Escorregamento do revestimento
betuminoso; G. Corrugação; H. Exsudação I. Desgaste; J. Bombeamento;
Em resumo, o presente estudo busca compreender o comportamento dos
pavimentos em frente às falhas que causam patologias, entender seus processos de degradação
e reconhecê-las na prática, para propor uma solução plausível, em meio às possibilidades.
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2 JUSTIFICATIVA

O presente trabalho se justifica com o propósito de determinar processos de


manutenção e reabilitação, contudo, mais do que escolher a intervenção ideal, é primordial
garantir a perfeita execução dos serviços.

Está por dentro dos conceitos das patologias e saber como saná-las de maneira
eficiente é o que certificará a melhor aplicação do tempo e dos recursos. Posto isso, a escolha
do tema busca então representar os mais variados tipos de patologias, apresentando suas causas
possíveis e suas principais consequências, além das formas mais assertivas de tratá-las,
identificando com precisão sua aplicabilidade conforme o caso.
O método de gerenciamento do projeto, execução e manutenção do pavimento é tão
relevante quanto o resultado final da pavimentação. É a manutenção quem vai certificar a maior
prevençãode problemas e vai apontar prazos em que necessitam ser executados os processos de
manutenção.
Em encargo da crise do petróleo, da extinção do FRN (Fundo Rodoviário Nacional)
e dos progressivos cortes de investimentos na área da expansão rodoviária, o desgaste foi
gradualmente deslocado da construção para as atividades de recuperação e restauração, que
seriam mais autossustentáveis (Manual de Restauração de Pavimentos DNIT 2006).
Logo, é extrema importância entender os tipos possíveis de patologias que necessita
ocorrer no pavimento, suas causas, suas soluções e especialmente, como podem ser evitadas.

3. OBJETIVO

Este tópico do trabalho trará os principais objetivos que se busca atingir com a
elaboração desta pesquisa, sendo constituído por objetivo geral e específicos.

3.1 Objetivo geral

O objetivo geral desse trabalho busca esclarecer a problemática a respeito de


pavimentação, tratando de problemas oriundos de fatores ligados ao uso (cargas, atrito e
pressão) e de fatores ligados às variações climáticas.
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3.2 Objetivos Específicos

• Avaliar as condições dos pavimentos por características específicas;

• Delimitar todos os aspectos causadores de patologias levantados antes de apresentar um


laudo das patologias;

• Apresentar as principais patologias causadas nas estradas;

4. REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta parte do trabalho será desenvolvido o referencial teórico om base em


materiais bibliográficos de alguns autores que abordam a temática desta pesquisa de maneira
direta ou indireta.

4.1 PAVIMENTAÇÃO

O pavimento é composto de camadas preparada com agregados que, conforme


DNER (2016) tem que haver particularidades tecnológicas que certifique a fácil distinção dos
materiais, que compactados uniformemente nas camadas inferiores, consigam garantir a
resistência de forma eficiente às cargas que o pavimento precisará suportar. As óticas a serem
observados em relação aos agregados são: Granulometria, forma, absorção de água, resistência
ao choque e ao desgaste, durabilidade, limpeza, adesividade, massa específica aparente,
densidade real e aparente do grão.
O DNER, (2016) padroniza um ensaio de avaliação granulométrica do agregado
com um índice chamado Índice de Forma, esse ensaio exibirá, conforme as formas e
características do grão dos agregados, os índices de permanência em consequência do maior
atrito interno obtido pelo entrosamento das partículas, partindo da mais graúda à mais fina.
Ainda será avaliado nesse ensaio o índice de absorção, a firmeza ao choque e ao
desgaste e a durabilidade dos agregados em tarefas das intempéries. Os testes são efetivados
também nos componentes da massa betuminosa, para certificar a boa adesividade entre as
camadas, ou seja, certificar que não haja deslocamento da película betuminosa pela ação da
água.
7

4.2 REVESTIMENTO ASFÁLTICO

Para Nakamura (2019) o revestimento asfáltico em pavimentos flexíveis é uma das


chaves mais empregues na construção e manutenção de vias urbanas, vicinais e de rodovias. De
acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas distribuidoras de asfalto (ABEDA),
o percentual está acima de 90% das estradas pavimentadas no Brasil são de revestimento
asfáltico. O sistema de pavimentação é composto por quatro camadas principais: revestimento
de base asfáltica, base, sub-base e reforço do subleito.
Conforme a intensidade e do tipo de tráfego, do solo presente e da vida útil do
projeto, com o revestimento há possibilidade de ser composto por uma camada de rolamento e
camadas intermediárias ou de ligação. Entretanto nos casos mais comuns, é utilizado uma única
camada de mistura asfáltica como revestimento. (NAKAMURA, 2019) A figura 1 exibe como
são dispostas as camadas desse pavimento.
Figura 1 - Camadas do pavimento

Fonte: http://asfaltodequalidade.blogspot.com.br (2022).

4.2.1 Pavimento flexível

Os pavimentos flexíveis são aqueles em que todas as camadas estejam sujeitos a


deformação elástica significativa sob o carregamento aplicado e, por tanto, a carga se fracionam
em parcelas aproximadamente equivalentes entre as camadas. (NORMA DNIT, 2015).
Tais pavimentos de forma geral são composto de revestimentos betuminosos sobre
camadas granulares e são apontadas as características geotécnicas dos materiais empregues nas
camadas. Sua capacidade de suporte de carga se dá em função da distribuição em camadas
superpostas.
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4.2.2 Pavimento semirrígido


O pavimento semirrígido exibe em sua camada de revestimento o próprio asfalto,
composta por sua base de material cimentício e sua sub-base pode ser de material granular ou
pode ser o próprio solo. A resistência a compressão axial mínima da base cimentada tem de ser
de 4,6 MPa. (SILVA, 2008, p.13).

“Pavimento semirrígido é constituído por revestimento asfáltico e camadasde base


ou sub-base em material estabilizado com adição de cimento. O pavimento
semirrígido é conhecido como pavimento do tipo direto quando a camada de
revestimento asfáltico é executada sobre camada de base cimentada e do tipo
indiretoou invertido quando a camada de revestimento é executada sobre camada
de base granular e sub-base cimentada.” (DEP. ESTRADAS E RODAGENS -
DIRETORIA DE ENGENHARIA – SP, p. 21, 2016)

4.3 REVESTIMENTOS DE CONCRETO

Os pavimentos de concreto, também considerados como pavimentos rígidos, são


pavimentos que de acordo cm o que consta no Manual de Pavimentos Rígidos (DNIT 2016)
são executados com concreto de cimento Portland, agregados miúdos, agregados graúdos, água,
aditivos e selantes de junta e quanto a durabilidade, no mesmo momento em que a dos
pavimentos flexíveis é de 10 anos, os pavimentos rígidos duram 30 anos com a exigências de
intervenções mínimas demanutenção.

Conforme Silva (2018) uma das principais distinções tecnológicas entre pavimentos
rígidos e flexíveis, é durante o tempo em que os flexíveis propagam às camadas subjacentes a
carga de forma vertical e concentradas em um único ponto, os pavimentos rígidos, por causa da
configuração das placas de concreto, pretende operar como uma ponte sobre o subleito,
compartilhado dessa forma as cargas por uma área maior minimizando assim a responsabilidade
de absorção de impacto do solo.

4.3.1 Pavimento de concreto simples

O pavimento de concreto simples, é definido na Norma NBR 7583 – Execução de


pavimentos de concreto simples por meio mecânico, da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) é o pavimento de concreto de cimento Portland no qual as tensões solicitantes
são combatidas, apenas pelo próprio concreto e que não engloba nenhum tipo de armadura
distribuída, não se considerando como tal, eventuais sistemas de ligação, ou de transferência de
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carga entre as placas formadas pelas juntas longitudinais e transversais, nem armaduras de
retração, também casualmente exigidas pelo projeto e empregues em poucas placas isoladas de
forma, tamanho ou função não usuais.

4.3.2 Pavimento de concreto armado

Esse pavimento rígido de cimento Portland adquire armadura na parte inferior da


placapara sustentar tensões do tráfego e outra na parte superior da placa para combater esforços
de retração e empenamento.

Por ser uma tecnologia em pavimentação muito atual no Brasil, ainda é pouco
utilizada independente das vantagens que apresenta, como a redução a espessura da placa, o
maior espaçamento entre as juntas e maior durabilidade já que não está sujeito à fadiga.

4.4 PATOLOGIAS

Por conta da maior ocorrência no território brasileiro do pavimento de revestimento


asfáltico, esse tópico irá em apresentar nesse momento as possíveis patologias originária dessa
tipologia de pavimentação para que se torne viável a percepção e compreensão da problemática
existente no trecho da análise prática.

O Brasil contém hoje, além de inúmeros estudos realizados em âmbito acadêmico,


orientações para a identificação de patologias em pavimentos e as prováveis/ideais formas de
sana-ló, a exemplo tem-se o Manual de restauração de Pavimentos Asfálticos – DNIT (2016) em
tese baseia-se a pesquisa à cerca de dados e levantamentos e que demarca o programa de ações
baseado em normas técnicas brasileiras.
Ao se efetivar o levantamento “in loco”, questionamentos referentes à identificação
e a forma de medição dos defeitos podem surgir. Têm sido elaborados vários manuais na
intenção de criar um padrão de nomenclaturas, definições, conceitos e métodos de
levantamento das patologias.

Criado em 1987 pelo Congresso dos Estados Unidos, o SHRP – Programa


Estratégico de Pesquisas Rodoviárias, procura determinado esses parâmetros para possibilitar
a ação de profissionais da área, o programa foi desenvolvido de maneira colaborativa entre
mais de 20 paísesincluindo o Brasil.
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As patologias mais comuns a esse tipo de pavimento são divididas em:


• Defeitos de superfície (exsudação de asfalto e desgaste);
• Deformação de superfície (corrugações e afundamentos);
• Escorregamento do revestimento betuminoso;
• Panela;
• Trincas e fissuras (fendas);

4.4.1 Deformação da superfície

4.4.1.1 Corrugação

As principais características desse tipo de patologia “costela de vaca”, são


deformações plásticas que constituem ondulações intervaladas em menos de 3 metros,
transversais ao eixo na superfície do pavimento como exibe a figura 02, sua incidência é comum
em rampas, subidas, curvas e intersecções.

Já as principais causas dessa patologia estão relacionados à má efetivação e falha


estrutural, baixa resistência e/ou contaminação da massa asfáltica, instabilidade da mistura
betuminosa, tensões cisalhantes horizontais causadas pelas ações defrenagem e aceleração de
veículos na superfície, dosagem errada de elementos na preparação da mistura.

Figura 02 - Corrugação

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br (2022)


11

4.4.1.2 Afundamento/ Deformação permanente

Com essa patologia podemos listar como mostrado na figura 03, são mudanças
plásticas que formam depressões longitudinais da superfície do pavimento com maior
acontecimento nas trilhas de roda.
As principais causas que podem findar nessa patologia são deformações as quais
estão relacionadas a ação repetitiva da passagem das rodas de automóveis que desempenham
cargas compactuantes e endurecedoras da camada asfáltica, tais como: camada de revestimento
com espessuras insuficientes, cisalhamento causado pelo enfraquecimento do revestimento
devido à infiltração de água, compactação inadequada, no episódio de afundamentos plásticos
deformação de uma ou mais camadas do pavimento e/ou do subleito ocasionando elevações ao
longo dos lados do afundamento.
Para (SILVA, 2018) quando sua extensão for de até 6 metros é denominado:
afundamento Plástico Local – A.L.P. e nos casos onde a extensão for maior que 6 metros é
denominado: afundamento Plástico da Trilha- A.T.P no caso de afundamentos de consolidação,
acontece pela consolidação em camadas distintas do pavimento e/ou subleito, quando sua
extensão for de até 6 metros é chamado de: afundamento de Consolidação Local – A.L.C. e
quando maiores que 6 metros, são denominados: afundamento de Consolidação da Trilha –
A.T.C.

Figura 03 - Afundamento da trilha de roda

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br (2022)


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4.4.2 DEFEITOS DA SUPERFÍCIE

4.4.2.1 Exsudação

Como características primordiais da exsudação temos o excesso de ligante


betuminoso na superfície do pavimento, constituindo uma película ou filme as quais formam
manchas de dimensões variadas (comona figura 04), comprometendo de maneira rigorosa a
aderência do pavimento aos pneus.

As causas mais propícias da Exsudação sucedem em razão de temperaturas


elevadas e a ação repetitiva do tráfego, somando-se a erros na dosagem (excesso) de ligante
betuminoso e/ou índice mínimo de vazios da mistura, estabelecendo sua expansão, transpondo
o ligante para a superfície do revestimento onde se concentrará dando um aspecto brilhoso ao
asfalto.

Figura 04 - Exsudação

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br (2022)

4.4.2.2 Desgaste

Quando a superfície asfáltica expõe aspereza anormal, tornando-a polida e


concebendo riscos de derrapagem que implica a segurança de seu uso. Em idades elevadas,
pode suceder o arrancamento progressivo dos agregados onde pode ser visto na figura 05 em
um estágio avançado do desgaste superficial.
As causas constantes dessa patologia são a volatização e oxidação asfáltica devido
à ação abrasiva do tráfego, falta de ligante, frequência de água no interior do revestimento,
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execução da obra em clima úmido, problemas de execução como: ausência de compactação,


agregados inadequados (sujos, úmidos oucom baixa resistência).
Caso ocorra a perda gradual de agregados logo após a conclusão da obra, é capaz
que tenha sido ocasionado pelo superaquecimento da mistura na usina, ou pela falta do
elemento ligante.

Figura 05 - Desgaste

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br (2022)

4.4.2.3 Panela

Panela são cavidades ou buracos com dimensões e profundidades diferentes que se


constituem no revestimento do pavimento conseguindo acalcar sua base como mostra a figura
06. Essa patologia danifica de maneira severa a estrutura do pavimento e com isso as águas
superficiais dispõem de acesso ao interior da base. Da mesma maneira, é muito prejudicial em
associação ao ponto de vista funcional, uma vez que esse problema irá provocar uma
irregularidade longitudinal, intervindo na segurança do tráfego e no custo do transporte.

De forma básica as panelas (buracos) são produzidas pelos afundamentos, desgaste


e sobretudo pelo trincamento por fadiga em estágio terminal. Tendo em vista que as trincas de
fadiga se ampliam, elas vão se interligando formando placas que, em razão da junção de água
e tráfego, serão arrancadas findando em buracos no pavimento. Por isso são nos meses chuvosos
que as panelas tendem a se formar.

Essa patologia ainda ocorre em virtude da má execução da drenagem através da


construção, a falta de ligante, baixa resistência das camadas superiores e revestimento asfáltico
delgado.
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Figura 06- Panela

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br (2022).

4.4.2.3 Remendo

Segundo Bernucci (2014), remendo é um tipo de imperfeição ainda queesteja


referente a uma preservação da superfície e, como exibido na figura 07, está caracterizado pelo
preenchimento de panelas ou de qualquer outro orifício ou depressão com massa asfáltica.
Os remendos são conceituados pelos reparos de cunho local que tem que ser
executados em áreas determinadas por situações nitidamente diferenciadas em relação ao todo.
(DNIT, 2016).

Figura 07 - Remendo

Fonte: Antônio Trivelin – (2017).


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4.4.3 TRINCAS E FISSURAS (FENDAS)

As fendas são ranhuras ou rachaduras que ocorrem na superfície asfáltica


implicando sua qualidade em diferentes níveis. As trincas estão classificadas em trincas ou
fissuras em função de sua largura e podem ser produzidas por uma série de fatores. Para
compreender o comportamento dessas patologias, se faz necessário classificá-las por grupos
característicos,como segue abaixo:

4.4.3.1 Trincas por reflexão

O acontecimento da reflexão de trincas equivale na propagação de juntas e trincas


por intermédio da camada asfáltica, até que estas sucedam na superfície do pavimento como
apresenta a figura 08. Quando as trincas são refletidas, a sua resistência estrutural decresce,
possibilitando a entrada da água, que intensifica o processo de deterioração do pavimento e
aumenta os custos de manutenção (LYTTON,2017).

Conforme Fernandes (2019) as trincas por reflexão, são recorrentes em


recapeamentosou pavimentos novos devido à contração da base.
Prestes (2011) vai entender a patologia como uma consequência do trincamento
presente em uma das camadas subjacentes e se multiplica em dercurso à superfície até
alcançar a camada do revestimento asfáltico. Posto isso, esse tipo de trinca pode se desenvolver
de diferentes formatos como longitudinal, irregular ou interligada.
Para Ponniah (2010), a reflexão de uma trinca, pode ser ocasionada pela alternância
dos ciclos térmicos, pela repetição das cargas exercidas pelo tráfego ou pela combinação de
ambos. Já Medina (2011), considera que esse tipo de trinca possa ser causado também, por
falhas da construção e/ou movimentação irregular (horizontal e vertical) no soloe na camada do
subleito.

Figura 08 - Trincas por reflexão


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Fonte: Ponniah (2010).

4.4.3.2 Trincas de bordo

Essa patologia é um tipo de trinca a qual sucede de forma exclusiva em vias onde
o acostamento não é pavimentado como ocorre na figura 09. De acordo com o que consta no
Manual de Campo SHRP essas são trincas contínuas que tocam a borda do pavimento e ficam
localizadasnuma faixa de 0,6 m a partir da extremidade da borda.
São causas viáveis para a formação de trincas de bordo a compactação insuficiente
das camadas inferiores, deficiências na drenagem e excesso de umidade noacostamento.

Figura 09 - Trincas de bordo

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br (2022)

4.4.3.3 Trincas por fadiga

De acordo com a norma (DNIT 005/2003) essas trincas, são as chamadas “couro de
jacaré” e são muito habituais na malha viária brasileira, são trincas entre ligadas de maneira
irregular e sem direções referenciais os quais formam uma aparência similar ao couro de jacaré
e também podem ou não ter em suas bordas a acentuação da erosão.
A fadiga provém num processo recorrente de carregamento e descarregamento,
dentro do limite elástico, a um nível de carga muito menor que aquele que o material pode
suportar. (SOARES, 2009). Toda vez que uma carga é posta no trecho acarretará uma
deformação elástica e uma recuperação total ou parcial desta deformação em razão ao
comportamento elástico de cada uma das camadas, a repetição deste processo leva a
deterioração e envelhecimento do trecho que não se apresenta mais da mesma forma, cedendo
inicialmente com trincas de forma transversal e futuramente com trincas no sentido contrário
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às existentes, interligando-se umas às outras deformando a camada asfáltica em formatos


mosaicos apontados como couro de jacaré.

Figura 10 - Trinca por fadiga tipo "couro de jacaré"

Fonte: http://ipr.dnit.gov.br – (2022)

4.4.3.4 Bombeamento

O bombeamento é uma ocorrência de saída de água pelas trincas do pavimento, sob


a ação das cargas do tráfego” (FERNANDES JR, 2019).
Com toda essa pressão exercida pelos pneus nas trincas é bombeado para a
superfície do pavimento, água e materiais finos que constituem uma espécie de lama fluida,
como se pode observar na figura 11. O bombeamento por sua vez causa recalque diferencial na
superfície formando novas trincas.
O bombeamento é ocasionado em função da deficiência da drenagem das camadas
inferiores do pavimento, onde o acúmulo de água reduz o teor de argila e causa a perda de coesão
do solo, quando existe a pré-existência de trincas na camada superior do pavimento, os atritos
e pressões realizados pelos automóveis pressionam o pavimento fazendo bombear a água
acumulada e os materiais finos que executam uma lama, essa patologia é identificável através
demanchas no asfalto.
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Figura 11 - Bombeamento

Fonte: Eng. Dutra (2016)


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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, MARIO HENRIQUE FURTADO, Pavimentação. Universidade Federal do


Paraná, 2012.

BIANCHI, FLÁVIA REGINA, Estudo comparativo entre pavimento rígido e flexível,


2014p.03 – 09.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTE (CNT), Boletim Estatístico de 2016.

DNER, Método de Projeto de Pavimentos Flexíveis, Rio de Janeiro 2015.

DNIT Norma 005/2003 – TER, Rio de Janeiro, 2003.

DNIT, Manual de pavimentação. Rio de janeiro, 2016.

FERNANDES JR., ODA, S & ZEBRINNI, L.F.. Defeitos e atividades de manutenção e


reabilitação em pavimentos asfálticos. Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia
de São Carlos. São Paulo, 2018.

HAAS, PONIAH DESIGN ORIENTED EVALUATION OF ALTERNATIVES FOR


REFLECTION CRACKINGTHROUNGH PAVIMENT OVERLAYS. 2010.

LYTTON, 2017; FHWA, 2002; PRIETO et al.2017 Comportamento de geotêxteis não


tecidos impregnados com emulsão asfáltica usados como sistema anti-reflexão de
trincas.

MARQUES, GERALDO LUCIANO DE OLIVEIRA, Pavimentação TRN032. 2015.

MEDINA, J. e MOTTA, L. M. G. 2011, patologias em pavimentos; trincas. 2ª edição, 570


p. Rio deJaneiro-RJ, Editora UFRJ.

NAKAMURA, infraestrutura urbana, P. 16, 2019.

Pavimentação Asfáltica – Formação básica para engenheiros, 3ºed, Rio de Janeiro – RJ,
2008.

PRESTES, Marilez Pôrto Métodos de avaliação visual de pavimentos flexíveis: um estudo


comparativo, 2011.

SILVA, PAULO FERNANDO A. S. 2018, Manual de patologia e manutenção de


pavimentos . 2ª edição. São Paulo – SP, Editora PINI.

SOARES, (2009) Jorge B.; MOTTA, Laura M.G.; BERNUCCI, Liedi B.; CERATTI, Jorge
A.P., Pavimentação Asfáltica – Formação básica para engenheiros, 3ºed, Rio de Janeiro –
RJ,2009.

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