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MATERIAL DIDÁTICO
TÉCNICAS DE PAVIMENTAÇÃO
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
UNIDADE 1 – TÉCNICAS DE REVESTIMENTO................................................... 8
1.1 Misturas asfálticas usinadas a quente ............................................................ 12
1.2 Misturas usinadas mornas.............................................................................. 14
1.3 Misturas asfálticas usinadas a frio .................................................................. 15
1.4 Recomendações para aderência em pavimentos molhados .......................... 15
1.5 Recomendações para redução de ruídos ao rolamento pneu-pavimento ...... 16
UNIDADE 2 – TÉCNICAS DE MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO .................. 20
2.1 Terminologia básica ....................................................................................... 20
2.2 Problemas relacionados à manutenção rodoviária ......................................... 23
2.3 Conservação preventiva periódica ................................................................. 24
2.4 Conservação corretiva rotineira ...................................................................... 25
UNIDADE 3 – TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO ................................................. 28
3.1 Técnicas de restauração de pavimentos com problemas funcionais ............. 29
3.2 Técnicas de restauração de pavimentos com problemas estruturais ............. 31
3.3 Trincamento por reflexão................................................................................ 32
UNIDADE 4 – PAVIMENTAÇÃO DE VIAS URBANAS ....................................... 36
4.1 Pavimentação flexível para vias públicas ....................................................... 37
4.2 Pavimentação semirrígida para vias urbanas................................................. 38
4.3 Pavimentação rígida para vias urbanas ......................................................... 38
4.4 Pisos intertravados e acesso a cadeirantes ................................................... 38
4.5 Sinalização viária ........................................................................................... 39
4.6 Os sistemas de drenagem urbana ................................................................. 40
UNIDADE 5 – PAVIMENTAÇÃO DE AEROPORTOS ......................................... 44
5.1 Agências que regulamentam o setor aeroportuário ........................................ 46
5.2 Pavimentos de aeroportos.............................................................................. 46
5.3 Dimensionamento dos pavimentos ................................................................ 48
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 54
3
INTRODUÇÃO
Figura 1: Rodovias.
Fonte: https://pt.pngtree.com/freepng/highway-road-road_129992.html
Desempenho de um pavimento
1
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.
2
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
7
com misturador externo tipo pugmil ou rotativo. Ambas as usinas de asfalto podem
ser estacionárias ou móveis (CERATTI; BERNUCCI; SOARES, 2015).
Senço (2007, p. 20-1) explica com muita propriedade que o revestimento ou
capa de rolamento, é a camada, tanto quanto possível impermeável, que recebe
diretamente a ação do tráfego e destinada a melhorar a superfície de rolamento
quanto às condições de conforto e segurança, além de resistir ao desgaste, ou seja,
aumentando a durabilidade da estrutura.
No dimensionamento dos pavimentos, serão fixadas as camadas que devem
ser construídas, sendo lógico que subleitos de boa qualidade exigem pavimentos
menos espessos e, em consequência, poderão dispensar a construção de camadas
como reforço ou sub-base.
Em todos os métodos de dimensionamento, a camada de revestimento tem
espessura adotada, seja em função de critérios próprios, seja em função do tráfego
previsto. Para vias simples – duas faixas de tráfego e duas mãos de direção –
espessuras de 3 a 5 cm são habituais. Para autoestradas, chega-se a revestimentos
mais espessos, entre 7,5 e 10,0 cm.
Sendo o revestimento a camada mais nobre do pavimento, é evidente que a
adoção da espessura não pode servir como medida que venha a reduzir sua
resistência, pois representa uma parte do pavimento que é constituída de material
mais apto a garantir eficiência no seu comportamento.
Dessa maneira, nenhum problema técnico deve ser proveniente do fato de
fixar-se à espessura do revestimento para, em seguida, calcular as espessuras das
demais camadas. O problema a ser examinado e resolvido é, sim, econômico, pois,
sendo o revestimento a camada de maior custo unitário, com grande margem de
diferença em relação às demais camadas, é necessário todo o cuidado na fixação
de sua espessura e, consequentemente, do volume de cada quilômetro de pista.
Assim, os métodos de dimensionamento de pavimentos que resultam
facilmente em espessos revestimentos não têm grande correspondência com a
realidade econômica brasileira. A liberdade de escolha da espessura às vezes pode
estar cerceada em limites muito estreitos e levar a revestimentos com espessuras
que podem resultar na inviabilidade econômica do pavimento.
Em muitos casos, é preferível, quando da execução original do pavimento,
sacrificar em parte a espessura do revestimento, em benefício de uma estrutura
mais resistente e estáveis das camadas inferiores. À medida que o tráfego for
12
pavimentos antigos, não apresentam efeito estrutural, sendo o seu papel garantir ou
restaurar as características superficiais como aderência, uniformidade e redução de
ruídos provenientes do contato pneu-pavimento.
geração de ruído dos veículos para as áreas lindeiras à via (CERATTI; BERNUCCI;
SOARES, 2015).
O projeto da mistura asfáltica pode ser realizado com foco em duas
características básicas que contribuem para a redução do ruído pneu-pavimento,
decorrente do rolamento: a superfície da camada de rolamento e os vazios
interligados (com ar) dessa camada. Na tabela abaixo, apresentam-se as sugestões
para a seleção de misturas asfálticas que podem contribuir para a redução do ruído
ao rolamento.
Trata-se de sugestão de seleção de uso e não assegura sucesso caso não sejam feitos os ensaios
de caracterização de materiais, dosagem e determinação de propriedades mecânicas e hidráulicas
indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mínimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e
que comprovem a eficiência de adoção de menores espessuras.
Obras de arte
corrente a) Bueiros obstruídos, fora do alinhamento ou com vazão insuficiente.
b) Aparecimento de trincas, selagem ou de outros sinais de defeitos nos
bueiros.
c) Bocas dos bueiros, assoreadas e mal posicionadas, alas quebradas,
falta de bacias de dissipação.
d) Processos erosivos e montante e a jusante.
e) Necessidade de estruturas adicionais de drenagem.
Obras de arte
especiais a) Estrutura, guarda-corpo e guarda-roda. danificados ou sem pintura.
b) Revestimento danificado, escamado, entre outros.
c) Deslocamento de pilares e vigas de apoio.
d) Aparecimento de trincas e escamas.
e) Defeitos nos aparelhos de apoio.
24
Obras de
proteção do a) Instabilidade.
corpo estradal b) Erosões.
Sinalização
a) Desgaste das tintas (faixas e placas).
b) Refletorização deficiente.
c) Depredação (roubo, estragos, pichação, entre outros).
d) Visibilidade deficiente.
e) Mensagens inadequadas.
Obras
complementares a) Falta de revestimento vegetal.
b) Árvores e arbustos, que representem perigo para a plataforma da
estrada ou interferência na distância de visibilidade nas curvas e na
sinalização.
c) Deficiência na irrigação das áreas recentemente plantadas e na
aplicação de fertilizantes.
d) Depredação de áreas plantadas, pragas e doenças.
e) Ausência de defensas.
f) Ausência de cercas, arames arrebentados e mourões danificados.
g) Uso da faixa para fins indevidos.
h) Existência de placas de propaganda comercial.
i) Acessos que representem perigo ao tráfego.
Fonte: Adaptado de Brasil (2005).
3
Disponível em: http://www.dnit.gov.br/custos-e-pagamentos/sicro/manuais-de-custos-de-
infraestrutura-de-transportes/volume-10-manuais-tecnicos/volume-10-manuais-tecnicos
27
4
Disponível em: http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/normas/DNER-ES314-97.pdf
5
Disponível em: http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/normas/DNER-ES308-97.pdf
6
Disponível em: http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/normas/DNER-ES309-97.pdf
7
Disponível em: http://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=002065
8
Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/normas/especificacao-de-servicos-
es/dnit035_2005_es.pdf
9
Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/normas/especificacao-de-servicos-es/dner-
es388-99.pdf
10
Disponível em:
http://www1.dnit.gov.br/arquivos_internet/ipr/ipr_new/normas/DNIT031_2004_ES.pdf
11
Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-manuais/normas/especificacao-de-servicos-es/dner-
es386-99.pdf
30
12
Encontra-se disponível em: http://www.sdh.gov.br/assuntos/bibliotecavirtual/pessoa-com-
deficiencia/publicacoes-2015/pdfs/norma-brasileira-abnt-nbr-9050-1
40
grau de canalização. Cada um desses fatores tem relação complexa, mas direta
com os requisitos de dimensionamento. Portanto, tal área deve ser escolhida como o
local de projeto para o qual se determina a espessura máxima de pavimento. É na
pista de rolamento ou taxiamento que se situa sempre o local de projeto. As
deformações específicas impostas ao pavimento são decorrentes do tipo de
aeronave, carga do trem-de-pouso, número de passagens da aeronave e a
distribuição transversal na área de projeto, ou seja, se o tráfego é canalizado ou não.
A espessura ótima ou de projeto é a espessura que permite ao pavimento ter
serventia, face às solicitações impostas pelo tráfego antecipado, durante seu
período de projeto.
Medina e Motta (2015) relatam que no tocante a cargas de aviões têm-se
que o peso de uma aeronave se divide nas parcelas seguintes (exemplificadas para
um avião a jato de grande raio de ação):
a) peso vazio de operação (avião, tripulação e equipamento de voo) – 45%;
b) carga paga (passageiros, mala postal, carga) – 14%;
c) reserva de combustível – 6%;
d) combustível – 35%.
A soma dos itens (a), (b) e (c) constitui o peso de pouso, e a soma de todos
os itens é o peso bruto máximo de decolagem.
Esses autores citam que a diferenciação do dimensionamento no sentido
transversal em faixas contíguas de mesmo sentido de tráfego não é comum no
Brasil. Entretanto, no caso de pistas de pouso e decolagem de aeroportos, a
intensidade de solicitações variável longitudinal e transversalmente é levada em
conta no dimensionamento, através da definição de áreas críticas e não críticas. O
dimensionamento de pavimentos de aeroportos difere em relação ao de pavimentos
de rodovias, principalmente quanto às cargas atuantes. Porém, a evolução dos
métodos na direção de métodos mecanísticos é comum aos dois modos de
transporte.
O método de dimensionamento de pavimentos de aeroportos que é muito
usado no Brasil é o que recomenda a Federal Aviation Administration (FAA) dos
EUA, descrito na circular AC 150/5320-66, de 1978, com atualizações periódicas em
função de novas aeronaves que entram em serviço.
Veremos detalhes no item 5.2.
46
13
ORGANIZATION, International Civil Aviation. Aerodrome Design Manual, Part 3, Pavements. 2
edição, 1983, p. 85.
48
Sendo:
R1 = número equivalente anual de operação da aeronave de projeto.
R2 = número de operações da aeronave em questão.
R2 = decolagens da aeronave em questão x fator de conversão.
W1 = carga por roda da aeronave de projeto.
W2 = carga por roda da aeronave em questão, sendo:
Sendo:
PMD = Peso Máximo de Decolagem.
Nº de rodas = Número de Rodas do Trem de Pouso Principal.
Espessuras mínimas
Guarde...
Dimensionar um pavimento significa determinar a sua espessura total, bem
como as espessuras de cada uma de suas camadas e especificar de quais materiais
devem as mesmas ser constituídas.
Para aeronaves leves:
53
REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
BALBO, José Tadeu. Pavimentos de concreto. São Paulo: Oficina de Textos, 2009.
55
BRASIL. Manual de conservação rodoviária. 2 ed. Rio de Janeiro: DNIT, 2005. (IPR.
Publ.,710). Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/710_manual_de_conservacao_rodoviaria.pdf
BRASIL. Manual de gerência de pavimentos. Rio de Janeiro: DNIT, 2011. (IPR. Publ.
745). Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/normas-e-
manuais/manuais/documentos/745_manual_de_gerencia_de_pavimentos.pdf
CALLAI, S.C. Estudo do ruído causado pelo tráfego de veículos em rodovias com
diferentes tipos de revestimentos de pavimentos. São Paulo: USP, 2011.
Dissertação de mestrado.
FERREIRA, Efren de Moura; ANDRADE, Luiz Carlos Almeida. Avaliação Crítica dos
Procedimentos Metodológicos Empregados no Projeto e Dimensionamento de
56
MEDINA, Jacques; MOTTA, Laura Maria Goretti da. Mecânica dos pavimentos. 3 ed.
Interciência, 2015.
AVIMENTOS_FLEXIVEIS_DE_AEROPORTOS_APLICACOES_DO_METODO_DA_
FAA.pdf
MOURA, Edson de. Apostila de Projetos de pavimentos. São Paulo: Fatec-SP, 2014.
RAMOS, Carlos Lloret et al. Diretrizes básicas para projetos de drenagem urbana no
município de São Paulo. São Paulo: Prefeitura Municipal de São Paulo, 1999.
Disponível em:
http://www.fau.usp.br/docentes/deptecnologia/r_toledo/3textos/07drenag/dren-sp.pdf
ASTM E2883-13. Standard guide for the evaluation, and calibration, continuous
friction measurement equipment (CFME). American Society of Testing and Materials.
Estados Unidos, 2013.
ASTM E303 – 93. Standard test method for measuring surface frictional properties
using the British pendulum tester. American Society of Testing and Materials.
Estados Unidos, 2013.
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using a volumetric technique. American Society of Testing and Materials. Estados
Unidos, 2006.
ASTM E274/E274M-11. Standard test method for skid resistance of paved surfaces
using a full-scale tire. American Society of Testing and Materials. Estados Unidos,
2011.
ASTM E2793-10. Standard guide for the evaluation, calibration, and correlation of
E274 friction measurement systems and equipment. American Society of Testing and
Materials. Estados Unidos, 2010.