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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

unesp FACULDADE DE ENGENHARIA


Departamento de Engenharia Civil
Campus de Bauru

Relatório Final de iniciação científica apresentado à FAPESP


Processo Nº 06/55019-4

PATOLOGIAS EM ESTRUTURAS DE MADEIRA

PARA TELHADOS, SUAS IMPLICAÇÕES

E PROPOSTAS DE SOLUÇÕES

CANDIDATO: Leandro Parras Meleiro

ORIENTADOR: Carlos Eduardo Javaroni

Bauru, Julho de 2007.


LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................................................ i

LISTA DE TABELAS .......................................................................................................................................... iii

RESUMO .............................................................................................................................................................. iv

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................ 1

1.1 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA ..................................................................................................................... 1


1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................................................................... 3
1.3 CONTEÚDO DO TRABALHO ............................................................................................................................ 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................................... 4

2.1 O MATERIAL MADEIRA................................................................................................................................... 4


2.1.1 As árvores ............................................................................................................................................. 5
2.1.2 Propriedades da madeira...................................................................................................................... 5
2.1.2.1 Propriedades físicas da madeira ......................................................................................................................6
2.1.2.2 Propriedades mecânicas da madeira ................................................................................................................9
2.1.3 O emprego da madeira na construção civil ........................................................................................ 10
2.1.4 Defeitos da madeira ............................................................................................................................ 12
2.2 VALORES DE RESISTÊNCIA DA MADEIRA ...................................................................................................... 16
2.3 TRELIÇAS DE MADEIRA PARA TELHADOS ..................................................................................................... 18
2.3.1 Terminologia das peças da tesoura .................................................................................................... 18
2.3.2 Tipos de tesoura .................................................................................................................................. 20
2.4 LIGAÇÕES .................................................................................................................................................... 23
2.5 ALGUMAS PATOLOGIAS COMUNS EM TELHADOS .......................................................................................... 24

3. ESTUDOS DE CASO ................................................................................................................................ 28

3.1 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL 1 .......................................................................................................... 28


3.2 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL 2 .......................................................................................................... 33
3.3 ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL 3 .......................................................................................................... 33
3.4 GALPÃO PARA FESTAS ................................................................................................................................. 36

4. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES E CONTINUIDADE DO TRABALHO ................................ 69

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................................... 71


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. i

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Direções principais da madeira. ............................................................................................................. 4

Figura 2 – Umidade na madeira (CALIL apud RITTER, 1990).............................................................................. 6

Figura 3 – Madeira carbonizada (CALIL et al., 2000). ........................................................................................... 9

Figura 4 –Defeitos de crescimento (MAINIERI, 1983). ....................................................................................... 13

Figura 5 – Defeitos de produção............................................................................................................................ 14

Figura 6 – Defeitos de secagem (DURANTE, 2003). ........................................................................................... 15

Figura 7 –Defeitos causados por ataque de fungos (MAINIERI, 1983). ............................................................... 15

Figura 8 –Defeitos causados por ataque de insetos (MAINIERI, 1983). .............................................................. 16

Figura 9 – Tesoura e trama (MOLITERNO, 1992). .............................................................................................. 19

Figura 10 – Tesoura tipo Howe (diagonais normais). ........................................................................................... 21

Figura 11 – Tesoura tipo Pratt. .............................................................................................................................. 21

Figura 12 – Tesoura tipo Belga. ............................................................................................................................ 22

Figura 13 – Tesoura tipo Fink. .............................................................................................................................. 22

Figura 14 – Tesoura tipo Bowstring. ..................................................................................................................... 23

Figura 15 – Anomalias observadas em tesoura tipo Howe. ................................................................................... 25

Figura 16 – Estrutura de telhado comprometida. ................................................................................................... 26

Figura 17 – Excesso de deslocamento em caibros. ................................................................................................ 26

Figura 18 – Planta da cobertura da EEF 1. ............................................................................................................ 29

Figura 19 – Defasagem entre banzos superior e inferior, devido à flambagem do banzo superior. ...................... 30

Figura 20 – Ligação dos nós centrais das tesouras do pátio e da sala de aula. ...................................................... 31

Figura 21 – (a) Má execução do encaixe das diagonais no montante central. (b) Má execução do encaixe da

diagonal com o banzo inferior. .................................................................................................................... 31

Figura 22 – Falta de apoio para as terças e desnivelamento das tesouras. ............................................................. 32

Figura 23 – Nova tesoura do pátio em execução. .................................................................................................. 32

Figura 24 – (a) Detalhe do nó central. (b) Emenda do banzo inferior. .................................................................. 33

Figura 25 – Planta de cobertura da EEF 3. ............................................................................................................ 34

Figura 26 – Vista geral da estrutura. ...................................................................................................................... 34

Figura 27 – (a) Estrutura com reforço. (b) Vista longitudinal da estrutura. .......................................................... 35
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. ii

Figura 28 – Reforço executado na estrutura. ......................................................................................................... 36

Figura 29 – Vista frontal do galpão. ...................................................................................................................... 36

Figura 30 – Planta da cobertura do galpão de festas. ............................................................................................. 37

Figura 31 – Vista frontal do galpão. ...................................................................................................................... 38

Figura 32 – Deterioração por ataque de fungos e insetos. ..................................................................................... 38

Figura 33 – Flambagem da treliça. ........................................................................................................................ 38

Figura 34 – Defeitos encontrados nas ligações. ..................................................................................................... 39

Figura 35 – Excentricidade das terças. .................................................................................................................. 39

Figura 36 – Apoios intermediários e contraventamentos. ..................................................................................... 40


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. iii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Classe de resistência das coníferas (NBR 7190/97)............................................................................. 10

Tabela 2 – Classe de resistência das dicotiledôneas (NBR 7190/97). ................................................................... 10

Tabela 3 – Madeira Serrada (CALIL, 1998) ......................................................................................................... 12

Tabela 4 – Valores de K mod1 (NBR 7190/97)...................................................................................................... 17

Tabela 5 – Classes de umidade (NBR 7190/97). ................................................................................................... 17

Tabela 6 – Valores de K mod 2 (NBR 7190/97). .................................................................................................... 17

Tabela 7 – Valores de K mod 3 (NBR 7190/97). .................................................................................................... 18

Tabela 8 – Origem das patologias nas fases de construção (DÓREA e SILVA). ................................................. 25
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. iv

RESUMO

A madeira é amplamente utilizada como elemento estrutural em telhados para os mais


diversos fins. Os procedimentos de projeto e cálculo para estruturas de madeiras estão muitos
bem definidos, entretanto, observa-se que as essas estruturas têm apresentados
sistematicamente diversas anomalias que prejudicam seu uso e a sua segurança. Tem-se
observado que a execução deste tipo de estrutura é muitas vezes denegada ao oficial
carpinteiro, profissional não habilitado para tal tarefa.
Esta pesquisa procura identificar os erros normalmente cometidos nas estruturas de
madeira para telhados, suas origens e propor mecanismos para evitá-los.
Neste relatório parcial faz-se uma apresentação qualitativa das principais propriedades
do material madeira para o emprego em estruturas na construção civil e sua aplicação a alguns
tipos de treliças normalmente empregadas nos telhados.
São apresentadas algumas estruturas onde se identificaram vários tipos de patologias e
que servirão para análises mais detalhadas em continuidade aos estudos até aqui
desenvolvidos. Essas patologias já indicam como origem a falta de projeto (insuficiência de
seção transversal, ligações deficientes); a mão-de-obra desqualificada e a ausência de
manutenção nas estruturas.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 1

1. INTRODUÇÃO

1.1 Importância e Justificativa

Esta pesquisa compreende estudos sobre as patologias que se encontram usualmente


em telhados em estruturas de madeiras, quer sejam oriundas de falhas de execução, quer
sejam por falhas de projeto, ou até mesmo falta do projeto estrutural. Experiências anteriores
têm demonstrado que as falhas encontradas são perfeitamente previsíveis, portanto, podem ser
evitadas desde que se tenha o acompanhamento de um profissional habilitado, o Engenheiro
Civil.
A madeira como elemento estrutural é empregada para as mais diversas finalidades.
No Brasil, pode-se destacar o seu uso em fôrmas para estruturas de concreto armado e no
projeto de telhados (residenciais, comerciais, construções rurais, etc.). Atualmente, ainda
existe um grande preconceito em relação ao emprego da madeira. Isto se deve ao
desconhecimento do material e a falta de projetos específicos e bem elaborados.
As construções de madeira geralmente são idealizadas por carpinteiros que não são
preparados para projetar, mas apenas para executar. Consequentemente as construções de
madeiras são vulneráveis aos mais diversos tipos de problema, o que gera uma mentalidade
equivocada sobre o material madeira. Ao mesmo tempo, outras idéias errôneas são
divulgadas, como a que associa o uso da madeira a devastação de florestas fazendo parecer
que seu emprego se constitui numa perigosa ameaça ecológica. No entanto, é esquecido que,
em primeiro lugar, a madeira é um material renovável e que durante sua produção
(crescimento) a árvore consome impurezas da natureza. Em segundo lugar não se deve
esquecer jamais que a extração da árvore e o seu desdobro (corte das toras), envolvem baixo
consumo de energia além de não provocarem maiores danos ao meio ambiente, desde que
providenciada a respectiva reposição.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 2

Materiais estruturais como o aço e o concreto armado, são produzidos por processos
altamente poluentes, antecedidos por agressões ambientais consideráveis para obtenção da
matéria-prima. Os referidos processos requerem alto consumo energético e a matéria prima
retirada da natureza jamais será reposta.
Com a aplicação correta da madeira, através da escolha adequada da espécie na
classificação e do sistema estrutural apropriado, pode-se equipará-la e até avantaja-la em
relação ao concreto e o aço em suas aplicações. Além disso, a madeira ainda permite
variações em sua aplicação como, por exemplo, a madeira laminada colada e o compensado,
que permitem a execução de estruturas com características diferenciadas em relação a outros
materiais.
Em geral, os telhados em estruturas de madeira estão associados a vãos pequenos a
médios (10 a 15 metros) e tem-se notado que o projeto da cobertura não recebe a importância
devida dos Engenheiros Civis, ficando esta tarefa para os oficiais carpinteiros. Estes
profissionais muitas vezes não estão preparados para esta tarefa e por questões de tradição e
falta de conhecimento executam estruturas que não atendem aos requisitos técnicos exigidos.
Tal fato resulta em estruturas que podem apresentar-se super dimensionadas, porém,
com ligações não condizentes com os esforços existentes. Isto acarreta desperdícios de
madeira e prejuízos para a segurança da estrutura.
Não raro, problemas como ligações deficientes, deslocamentos excessivos e até
mesmo ruptura têm sido verificados nesses telhados.
O estudo de alguns desses problemas indica algumas causas recorrentes, tais como:
ausência de projeto estrutural; ausência de acompanhamento de profissional habilitado
durante a execução da estrutura; desconhecimento dos preceitos técnicos sobre o
comportamento estrutural da madeira e de suas ligações; desqualificação da mão-de-obra;
falta de manutenção e reparos periódicos.
Como conseqüência, ações corretivas são exigidas posteriormente, trazendo prejuízos
financeiros, interrupções do uso da edificação e quase sempre prejudicando o aspecto estético
inicialmente desejado para a obra.
A investigação destes problemas, as suas implicações no comportamento da estrutura,
propostas para correções necessárias e a divulgação dos resultados só têm a contribuir na
conscientização dos profissionais envolvidos e no uso correto das técnicas e procedimentos da
concepção, análise e dimensionamento, detalhamento e execução das estruturas de madeiras.
Nesta pesquisa são selecionados estudos de casos e posteriormente observadas as
situações de erros in loco, para serem analisados em vista dos esforços e deslocamentos
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 3

adicionais que provocam e, então, serão apresentadas e discutidas soluções técnicas


pertinentes, à luz dos procedimentos e recomendações da norma brasileira NBR 7190,
(ABNT, 1997).

1.2 Objetivos

Este projeto de pesquisa tem como objetivo o estudo das principais falhas encontradas
em estruturas de madeira para telhados através de coleta de exemplos práticos em estruturas já
executadas.
Os tipos dos erros mais comuns serão analisados através da Teoria das Estruturas,
discutindo-se os acréscimos dos esforços deles decorrentes e suas implicações no
dimensionamento dos elementos estruturais (barras e ligações).
Os resultados finais serão publicados através de relatórios técnicos e deverão servir de
base para uma futura publicação didática sobre os procedimentos adequados à prática de
projeto e execução das estruturas de madeira para telhados tendo-se em vista as poucas
publicações brasileiras para o projeto de tais estruturas.

1.3 Conteúdo do Trabalho

O Relatório Parcial desta pesquisa é estruturado em 4 capítulos, nos quais são


demonstrados conhecimentos obtidos por pesquisa bibliográfica em dissertações e teses,
livros da área e artigos nacionais e internacionais.
O Capítulo 1 busca relevar a importância e justificativa do tema e também apresenta
os objetivos propostos na pesquisa.
No Capítulo 2, faz-se uma revisão bibliográfica abordando os principais aspectos do
material madeira, relevando suas propriedades físicas e mecânicas; seu emprego na
construção civil; alguns defeitos da madeira; os tipos de treliças de madeiras utilizadas em
telhados; os principais tipos de ligações e as patologias comumente encontradas nas
coberturas.
O Capítulo 3 destina-se a apresentação de algumas estruturas selecionadas para a
pesquisa, destacando-se as principais patologias observadas in loco.
No Capítulo 4 fazem-se algumas considerações preliminares a respeito das estruturas
em estudo e apresenta-se as próximas etapas para a continuidade da pesquisa.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O material madeira

A madeira é um material natural, não poluente, com resíduos biodegradáveis em curto


prazo, de baixo custo, fácil aquisição, boa trabalhabilidade, e fonte facilmente renovável. Está
disponível naturalmente em grandes dimensões, inviáveis para sua utilização imediata,
devendo ser cortada em vigas, pranchas e tábuas para permitir o seu transporte para os locais
de utilização. Foi o primeiro material utilizado pelo homem como material de construção e
que apresenta resistência à flexão, o que permite que vença grandes vãos com vigas de baixo
peso próprio (ARAÚJO, 2003).
Trata-se de um material anisotrópico, ou seja, apresenta diferentes propriedades físicas
e mecânicas, dependendo do plano que se considera. São três os planos de observação que
devem ser considerados em uma peça de madeira: longitudinal ou axial, radial e tangencial,
conforme Figura 1.

Figura 1 – Direções principais da madeira.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 5

2.1.1 As árvores

Botanicamente as árvores são classificadas como Fanerógamas que constituem um


grupo de plantas superiores, de elevada complexibilidade anatômica e fisiológica. O grupo
das Fanerógamas se subdivide em Gimnospermas e Angiospermas.
Nas Gimnospermas, destacam-se as Coníferas também designadas internacionalmente
como softwood, ou seja, madeiras moles devido a sua menor resistência e menor densidade
comparadas as Angiospermas. Tem como características folhas perenes com formato de
escamas ou agulhas e são típica de regiões de clima frio. Segundo HARLOW & HARRAR
(1958) apud CALIL (2003) existem mais de quinhentas espécies que já foram classificadas.
Na América do Sul destacam-se os Pinus e a Araucaria. As principais espécies de Pinus
encontradas no Brasil são Pinus taeda, o Pinus elliottii, o Pinus oocarpa e algumas das
variedades do Pinus caribaea. A espécie mais importante de Araucaria encontrada no Brasil é
o Pinho-do-Paraná (Araucaria angustifólia).
Nas Angiospermas destacam-se as dicotiledôneas usualmente designadas na literatura
internacional como “hard woods”, ou seja, madeira dura. Nesta categoria encontram-se as
principais espécies utilizadas na construção civil no Brasil. Podemos citar como exemplo
praticamente todas as espécies de madeira da região Amazônica entre as quais se destacam:
Peroba Rosa (Aspidosperma polyneuron); Aroeira do Sertão (Astronium urundeuva); Garapa
(Apuleia leiocarpa); Imbuia (Ocotéia porosa); Mogno (Swietenia macrophylla); Angelim
Vermelho (Dinizia excelsa) e Cambará (Erisma uncinatum).
O gênero Eucalyptus também pertence às dicotiledôneas e possui centenas de espécies
sendo muito utilizada no Brasil como madeira de reflorestamento. Podemos destacar as
seguintes espécies: Eucalyptus citriodora, Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna,
Eucalyptus maculata, Eucalyptus punctata, Eucalyptus tereticornis e Eucalyptus deglupta.

2.1.2 Propriedades da madeira

A madeira pode ser considerada um excelente material estrutural, reconhecida por sua
resistência mecânica elevada e baixa densidade quando comparado com outros materiais,
como o aço para construção (RODRIGUES, 2002).
Segundo BAUER (1979), o emprego da madeira de uma determinada espécie numa
determinada obra somente poderá ser conduzido, com economia e segurança, se forem
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 6

conhecidos e levados em conta os valores estatísticos e a dispersão que definem a


variabilidade de suas propriedades.
Esse conhecimento indispensável é adquirido dos resultados de numerosos ensaios de
qualificação do material sobre amostras representativas do lote de madeira, da espécie ou do
gênero.
As características da madeira são fortemente influenciadas por numerosos fatores,
podendo ser citados entre eles as diferentes condições de temperaturas, composição e umidade
do solo no local de crescimento da árvore, densidade do povoamento e tipo de manejo a ele
aplicado, posição da árvore no talhão (terreno de cultura), incidência de chuvas. Tais fatores
provocam variações significativas na madeira formada mesmo em se tratando de árvores da
mesma espécie (MATEUS, 1961).

2.1.2.1 Propriedades físicas da madeira

Conhecer as propriedades físicas da madeira é de grande importância porque estas


propriedades podem influenciar significativamente no desempenho e resistência da madeira
utilizada estruturalmente. Entre as características físicas da madeira, cujo conhecimento é
importante para sua utilização como material de construção, destacam-se: umidade,
densidade, retratibilidade, resistência ao fogo, durabilidade natural e resistência química
(SZÜCS et al., 2006).
A umidade é um importante índice para qualificar a madeira no sentido de verificar a
uniformidade de um lote de madeira que está sendo comercializado (HELLMEISTER, 1973).
A água é importante para o crescimento e desenvolvimento da árvore, constituindo
uma grande porção da madeira verde. Na madeira, a água apresenta-se de duas formas: como
água livre contida nas cavidades das células (lumens), e como água impregnada contida nas
paredes das células como ilustrado na Figura 2.

Figura 2 – Umidade na madeira (CALIL apud RITTER, 1990).


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 7

Quando a árvore é cortada, ela tende a perder rapidamente a água livre existente em
seu interior para, a seguir, perder a água de impregnação mais lentamente. A umidade na
madeira tende a um equilíbrio em função da umidade e temperatura do ambiente em que se
encontra.
O teor de umidade correspondente ao mínimo de água livre e ao máximo de água de
impregnação é denominado de ponto de saturação das fibras (PSF). Para as madeiras
brasileiras esta umidade encontra-se em torno de 25%. A perda de água na madeira até o
ponto de saturação das fibras se dá sem a ocorrência de problemas para a estrutura da
madeira. A partir deste ponto a perda de umidade é acompanhada pela retração (redução das
dimensões) e aumento da resistência, por isso a secagem deve ser executada com cuidado para
se evitarem problemas na madeira.
Para fins de aplicação estrutural da madeira e para classificação de espécies, a NBR
7190 (ABNT, 1997) especifica a umidade de 12% como de referência a realização de ensaios
e valores de resistência nos cálculos.
É importante destacar ainda que a umidade apresenta grande influência na densidade
da madeira.
A transformação da madeira em produtos próprios para emprego na construção civil
requer prévia secagem por diversas razões entre as quais destacam-se:

 redução da movimentação dimensional, permitindo a obtenção de peças cujo


desempenho, nas condições de uso será potencialmente mais adequada;
 possibilidade de melhor desempenho de acabamentos aplicados nas superfícies das
peças;
 redução da probabilidade de ataque de fungos;
 aumento dos valores numéricos correspondentes as propriedades de resistência e
elasticidade.

Dentre as propriedades da madeira a densidade se destaca como o melhor índice para


qualificar a madeira, pois se correlaciona com várias outras características e segundo
HELLMEISTER (1983), é a propriedade mais significativa para caracterizar madeiras
destinadas à construção civil. A NBR 7190 (ABNT, 1997) apresenta duas definições de
densidade a serem utilizadas em estruturas de madeira. A primeira é a densidade básica,
definida como a massa específica convencional obtida pelo quociente da massa seca pelo
volume saturado e pode ser utilizada para comparação com valores apresentados na literatura
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 8

internacional. A segunda definida como densidade aparente, determinada para umidade


padrão de referência de 12%, pode ser utilizada para classificação da madeira e nos cálculos
de estruturas.
A estabilidade dimensional esta diretamente relacionada à presença de água no interior
da madeira. Define-se retração como sendo a redução das dimensões de uma peça de madeira
pela saída de água de impregnação. O processo inverso é denominado inchamento e pode
ocorrer quando a madeira fica exposta a condições de alta umidade absorvendo água e
provocando um aumento nas dimensões da peça. Estas propriedades podem viabilizar ou não
o uso de determinado tipo de madeira para aplicações nas quais a estabilidade dimensional
seja um dos requisitos prioritários (CALIL, 2003).
A durabilidade da madeira, com relação à biodeterioração, depende da espécie e das
características anatômicas. Certas espécies apresentam alta resistência natural ao ataque
biológico enquanto outras são menos resistentes.
Outro ponto importante que deve ser destacado é a diferença na durabilidade da
madeira de acordo com a região da tora da qual a peça de madeira foi extraída, pois o cerne e
o alburno apresentam características diferentes, incluindo-se aqui a durabilidade natural, com
o alburno sendo muito mais vulnerável ao ataque biológico.
A baixa durabilidade natural de algumas espécies pode ser compensada por um
tratamento preservativo adequado às peças, alcançando-se assim melhores níveis de
durabilidade, próximos dos apresentados pelas espécies naturalmente resistentes.
A madeira, em linhas gerais, apresenta boa resistência a ataques químicos. Em muitas
indústrias, ela é preferida em lugar de outros materiais que sofrem mais facilmente o ataque
de agentes químicos. Em alguns casos, a madeira pode sofrer danos devidos ao ataque de
ácidos ou bases fortes. O ataque das bases provoca aparecimento de manchas esbranquiçadas
decorrentes da ação sobre a lignina e a hemicelulose da madeira. Os ácidos também atacam a
madeira causando uma redução no seu peso e na sua resistência.
Erroneamente, a madeira é considerada um material de baixa resistência ao fogo. Isto
se deve, principalmente, à falta de conhecimento das suas propriedades de resistência quando
submetida a altas temperaturas e quando exposta à chama, pois, sendo bem dimensionada ela
apresenta resistência ao fogo superior à de outros materiais estruturais.
Uma peça de madeira exposta ao fogo torna-se um combustível para a propagação das
chamas, porém, após alguns minutos, uma camada mais externa da madeira se carboniza
tornando-se um isolante térmico, que retém o calor, auxiliando, assim, na contenção do
incêndio, evitando que toda a peça seja destruída. A proporção da madeira carbonizada com o
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 9

tempo varia de acordo com a espécie e as condições de exposição ao fogo. Entre a porção
carbonizada e a madeira sã encontra-se uma região intermediária afetada pelo fogo, mas, não
carbonizada, porção esta que não deve ser levada em consideração na resistência.

Figura 3 – Madeira carbonizada (CALIL et al., 2000).

2.1.2.2 Propriedades mecânicas da madeira

As propriedades mecânicas são as responsáveis pela resposta da madeira quando


solicitada por forças externas. São divididas em propriedades de resistência e elasticidade.
Grande número de aplicações da madeira na Engenharia Civil exige perfeito conhecimento
destas características que são adquiridas através de ensaios de compressão, flexão, tração,
cisalhamento e outros.
As propriedades de resistência e elasticidade são influenciadas pela disposição dos
elementos anatômicos responsáveis pela resistência mecânica e são sobretudo as fibras no
caso das dicotiledôneas, e os traqueídeos no caso das coníferas. A direção paralela às fibras
coincidente com a direção longitudinal (ou axial) das peças é aquela que apresenta maiores
valores de resistência e rigidez. As direções radial e tangencial das peças, também
denominadas direção normal (ou perpendicular às fibras) apresenta valores próximos de
resistência e rigidez, muito inferiores ao da direção paralela às fibras.
A resistência é determinada pela máxima tensão que pode ser aplicada a corpos de
prova isentos de defeitos do material considerado. A tensão máxima é definida quando do
aparecimento de fenômenos particulares de comportamento. Além dos quais há restrição de
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 10

emprego do material em elementos estruturais. De modo geral estes fenômenos são os de


ruptura ou de deformação específica excessiva (NBR 7190/97).
As propriedades de resistência e rigidez na direção paralela às fibras são caracterizadas
pelo índice “0”, enquanto que o índice “90” caracteriza as da direção normal às fibras. Estes
índices indicam o ângulo entre a direção do esforço aplicado e a direção das fibras.
A rigidez é a capacidade do material de retornar à sua forma inicial depois de retirada
a ação externa que o solicitava, sem apresentar deformação residual. Apesar de não ser um
material elástico ideal, pois apresenta uma deformação residual após a solicitação, a madeira
pode ser considerada como tal para a maioria das aplicações estruturais.
Visando a padronização das propriedades da madeira, a NBR 7190/97 adota o conceito
de classes de resistência, propiciando assim, a utilização de várias espécies com propriedades
similares em um mesmo projeto. As Tabelas 1 e 2 apresentam respectivamente as classes de
resistência das coníferas e das dicotiledôneas para a umidade de referência de 12%.

Tabela 1 – Classe de resistência das coníferas (NBR 7190/97).


Classe fc0k (MPa) fvk (MPa) Eco,m (MPa) ρbas,m (kg/m3) ρap (kg/m3)
C20 20 4 3.500 400 500
C25 25 5 8.500 450 550
C30 30 6 14.500 500 600

Tabela 2 – Classe de resistência das dicotiledôneas (NBR 7190/97).


Classe fc0k (MPa) fvk (MPa) Eco,m (MPa) ρbas,m (kg/m3) ρap (kg/m3)
C20 20 4 9.500 500 650
C30 30 5 14.500 650 800
C40 40 6 19.500 750 950
C60 60 8 24.500 800 1.000

2.1.3 O emprego da madeira na construção civil

O uso da madeira se dá das mais variadas formas. Na construção civil pode ser
destacado o seu emprego em estruturas de telhados, em pontes, linhas de transmissão, além de
outros componentes para a edificação como forros, caixilhos e portas.
No Brasil, a madeira é ainda muito utilizada na construção civil de forma temporária
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 11

(andaimes e fôrmas) - um preconceito generalizado ao seu uso. O desconhecimento de suas


propriedades por muitos usuários e a insistência de métodos de construção antiquados são as
maiores causas do seu desempenho insatisfatório frente a outros materiais, apesar do grande
potencial para o uso mais intenso em produtos da construção civil de maior valor agregado
(ZENID, 2002). Porém, o maior entrave na utilização da madeira como material construtivo é
a desinformação a respeito de suas características e potencialidades.
A madeira apresenta as seguintes vantagens, como material de construção:
 grande resistência à tração e compressão em relação ao peso próprio (peso
específico da madeira chega a ser 1/3 do concreto e 1/8 do aço);
 rapidez de execução e trabalhabilidade;
 não é afetada por variações de temperatura;
 grande durabilidade sem perda de resistência, desde que não sofra variações de
umidade (ambiente seco e submerso);
 resistente a agentes químicos contidos em gases industriais;
 não exige mão-de-obra especializada, o que baixa o custo da obra pronta;
 pode ser reempregada várias vezes, sendo portanto reciclável;
 permite fáceis ligações e emendas entre elementos estruturais.

Suas principais desvantagens são:


 material não homogêneo cuja resistência varia de acordo com a disposição das
fibras;
 sensível às variações de umidade, sofrendo inchamento e retração, as quais podem
ser reduzidas pela secagem e impermeabilização;
 facilmente deteriorável por ataque de fungos e insetos, podendo ser reduzido por
tratamentos de preservação;
 material inflamável, mas com carbonização lenta;
 dimensões limitadas de acordo com a origem da árvore, porém com a
industrialização, dimensões maiores podem ser obtidas;
 apresenta grande variedade, não podendo ter sua qualidade controlada, o que obriga
a altos coeficientes de segurança;
 perde suas qualidades estéticas quando exposta às intempéries.

As dimensões e as nomenclaturas das madeiras serradas encontradas comercialmente


no Brasil são apresentadas na Tabela 3.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 12

Tabela 3 – Madeira Serrada (CALIL, 1998).


Nomenclatura Seção transversal nominal (cm)
Ripas 1,2 x 5,0 ; 1,5 x 5,0
Ripões 2,0 x 5,0 ; 2,5 x 6,0
Sarrafos 2,0 x 10,0 ; 3,0 x 12,0 ; 3,0 x 16,0
Caibros 5,0 x 6,0 ; 6,0 x 6,0
Caibrões 5,0 x 8,0 ; 6,0 x 8,0
Pontaletes 7,5 x 7,5 ; 10,0 x 10,0
Vigotas, Vigas 6,0 x 12,0 ; 6,0 x 16,0
Tábuas 2,0 x 22,0 ; 2,5 x 30,0
Pranchas 4,0 x 20,0 ; 4,0 x 30,0
Pranchões 6,0 x 20,0 ; 6,0 x 30,0
Postes 12,0 x 12,0 ; 15,0 x 15,0

Ainda, a madeira pode ser empregada em sua forma natural, como por exemplo, poste
de seção circular.
Quanto ao projeto e execução, as estruturas de madeira devem atender às
recomendações da NBR 7190 (ABNT, 1997), que fixa as condições que devem ser seguidas
no projeto, na execução e no controle dessas estruturas.

2.1.4 Defeitos da madeira

Quando se trata da madeira, é pouco provável a obtenção da matéria-prima isenta de


defeitos, que por fim possa ser aproveitada em sua totalidade. Por ser um material biológico,
este guarda consigo uma carga genética que determina suas características físicas e mecânicas
e, como muitos seres vivos, possui particularidades que são acentuadas ou abrandadas
conforme as condições ambientais (SZÜCS et al., 2006). Esta sujeita a variações em sua
estrutura o que pode acarretar mudanças em suas propriedades. Os defeitos da madeira podem
ser de diversas origens:
 Defeitos de crescimento
 Defeitos de produção
 Defeitos de secagem
 Defeitos de conservação.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 13

Defeitos de crescimento
Os nós ocorrem como resultado do desenvolvimento natural de ramos ao longo da
existência da árvore. A presença de nós na madeira constitui um defeito por alterar as
características físicas e mecânicas em função do tipo, quantidade, dimensão e localização.
Quando o tecido do nó não apresenta alteração, ele é chamado de nó seco e sua
presença não chega a diminuir exageradamente a resistência à compressão da madeira, mas a
resistência à tração fica muito comprometida. Por este motivo, nas peças que trabalham à
flexão, a peça de madeira deve ser posicionada de modo que os nós fiquem localizados na
zona comprimida.
Podem ocorrer ainda, desvios de veio ou fibras torcidas, ao longo do eixo longitudinal
da árvore, devido ao crescimento das fibras periféricas enquanto que as mais internas ficam
estacionárias.
Outro defeito é caracterizado por separações entre fibras ou anéis de crescimento e
conhecido como Greta. As gretas são causadas por tensões internas devido ao crescimento
lateral da árvore, ou por ações externas, como flexão devido ao vento (DURANTE, 2003).
Na Figura 4 estão ilustrado os defeitos ocasionados pelo crescimento da árvore.

(a) presença de nó (b) presença de alburno

(c) presença de medula (d) faixas de parênquimas


Figura 4 –Defeitos de crescimento (MAINIERI, 1983).
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 14

Defeitos de produção
São defeitos originados na manipulação, transporte, no armazenamento e desdobro da
madeira.
Dentre os defeitos de produção estão: fraturas, fendas e danos do abate, cantos
quebrados e fibras reversas. As fibras reversas decorrem de causas naturais, proximidade com
nós, ou serragem da peça em plano inadequado, produzindo peças com fibras inclinadas em
relação ao eixo. Este defeito reduz a resistência da madeira. Na Figura 5 ilustram-se dois tipos
de defeitos ocasionados pela produção da madeira serrada.

(a) arestas quebradas (b) variação da seção transversal


Figura 5 – Defeitos de produção.

Defeitos de secagem
Estes defeitos decorrem da retração da madeira pela perda de umidade (abaixo do
PSF), durante o processo de secagem e se manifesta de diversas formas:

 Rachaduras: grandes aberturas nas extremidades das peças;


 Fendas: pequenas aberturas no topo das peças;
 Fendas ou Fendilhamento: pequenas aberturas ao longo das peças;
 Abaulamento: empenamento no sentido da largura da peça, expresso pelo
comprimento da flecha do arco respectivo;
 Arqueamento: empenamento no sentido do comprimento da peça, expresso pela
flecha do arco respectivo;
 Curvatura: ligeiro empenamento longitudinal;
 Curvatura lateral: ligeiro empenamento transversal.

Na Figura 6 estão ilustrado os defeitos acima mencionados.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 15

A) Fendas: 1- fendas periféricas; 2- fendas no cerne. Nas peças de pequena seção as fendas podem atravessar a
seção separando-a em duas partes; B) Gretas: 1- greta parcial; 2- greta completa; C) Quina morta; D)
Abaulamento; E) Fibras reversas; F) Empenamento; G) Arqueamento.

Figura 6 – Defeitos de secagem (DURANTE, 2003).

Defeitos de conservação
Estes defeitos são provocados por agentes de deterioração como fungos e insetos. Os
fungos causam manchas (bolor), que se desenvolvem na superfície da madeira sob ação de
umidade e calor, e podridões que é a decomposição da madeira por ação desses agentes
biológicos.

(a) manchas (b) podridões


Figura 7 –Defeitos causados por ataque de fungos (MAINIERI, 1983).

Os insetos causam perfurações na madeira que podem ser pequenas ou grandes. A


Figura 8 apresenta um exemplo de ataque de insetos.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 16

Figura 8 –Defeitos causados por ataque de insetos (MAINIERI, 1983).

2.2 Valores de resistência da madeira

Os valores característicos  f wk  das propriedades de resistência da madeira permitem

que se obtenham os valores de cálculo  f wd  , empregando-se o coeficiente de modificação

K mod  e o coeficiente de minoração das propriedades da madeira  w  .


Os valores de cálculos das resistências são dados por:

f wk
f wd  k mod 
w

Os coeficientes de modificação K mod  afetam os valores de cálculo das propriedades


da madeira em função da classe de carregamento da estrutura, da classe de umidade admitida,
e do eventual emprego de madeira de 2ª qualidade.

O coeficiente de modificação K mod  é formado pelo produto:

K mod  K mod1  K mod 2  K mod 3

O coeficiente parcial de modificação K mod1 , que leva em conta a classe de


carregamento e o tipo de material empregado, é dado pela Tabela 4, devendo ser escolhido
conforme a situação de projeto em que se estiver fazendo a comprovação da segurança.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 17

Tabela 4 – Valores de K mod1 (NBR 7190/97).

Tipos de Madeira
Madeira serrada
Classes de carregamento Madeira
Madeira laminada colada
recomposta
Madeira compensada
Permanente 0,60 0,30
Longa duração 0,70 0,45
Média duração 0,80 0,65
Curta duração 0,90 0,90
Instantânea 1,10 1,10

Segundo CALIL et al. (2003) a umidade presente na madeira pode alterar suas
propriedades de resistência e elasticidade. A Tabela 5 apresenta a classificação em classes de
umidade definida pela NBR 7190/97.

Tabela 5 – Classes de umidade (NBR 7190/97).


Umidade relativa do Umidade de equilíbrio da
Classes de umidade
ambiente Uamb madeira Ucq
1 ≤ 65% 12%
2 65% < Uamb ≤ 75% 15%
3 75% < Uamb ≤ 85% 18%
Uamb > 85%
4 ≥ 25%
durante longos períodos

O coeficiente parcial de modificação K mod 2 , que leva em conta a classe de umidade e


o tipo de material empregado, é dado na Tabela 6.

Tabela 6 – Valores de K mod 2 (NBR 7190/97).

Madeira serrada
Madeira
Classes de umidade Madeira laminada colada
recomposta
Madeira compensada
(1) e (2) 1,0 1,0
(3) e (4) 0,8 0,9
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 18

O coeficiente parcial de modificação K mod 3 , que leva em conta a qualidade da madeira


quanto a presença de defeitos, é dado na Tabela 7.

Tabela 7 – Valores de K mod 3 (NBR 7190/97).

Classes 1º Categoria 2º Categoria


Coníferas 0,8 0,8
Dicotiledôneas 1,0 0,8

Os coeficientes de ponderação nos estados limites últimos, de acordo com a


solicitação são:

  wc  1,4 para tensões de compressão paralelas às fibras;


  wt  1,8 para tensões de tração paralelas às fibras e

  wv  1,8 para tensões de cisalhamento paralelas às fibras.

Nos estados limites de utilização, os coeficientes de ponderação possuem o valor


básico de  w  1,0 .

2.3 Treliças de madeira para telhados

A estrutura usual de telhados é composta por uma armação principal e outra


secundária, também conhecida por trama. A estrutura principal pode ser constituída por
treliças de madeira ou pontaletes e vigas principais, sendo a trama constituída pelas ripas,
pelos caibros e pelas terças.
Tradicionalmente, a treliça é o sistema estrutural mais utilizado nos telhados em
estruturas de madeiras. Deve se observar que o termo tesoura é comumente empregado para
designar as treliças em estruturas de madeira.

2.3.1 Terminologia das peças da tesoura

A denominação das peças que compõem os elementos estruturais de um telhado é


muito diversa nas várias regiões do Brasil. Isto se deve, provavelmente, a herança dos
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 19

primeiros carpinteiros oriundos de várias partes de Portugal e outros países da Europa Central
(ARAÚJO, 2003).

Figura 9 – Tesoura e trama (MOLITERNO, 1992).

Com referência à Figura 9, os seguintes termos são empregados:

1. Ripas - peças de madeira, de pequena esquadria, pregadas sobre os caibros, para


sustentação das telhas;

2. Caibros - peças de madeira, de pequena esquadria, apoiadas sobre as terças, para


sustentação das ripas;

3. Cumeeira - terça da parte mais alta do telhado;

4. Terças - peças horizontais de madeira colocadas na direção perpendicular à estrutura de


apoio. Elas apóiam-se geralmente sobre tesouras, pontaletes, oitões, ou paredes
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 20

intermediárias, com a função de sustentar os caibros;

5. Contrafrechal - terça da parte inferior do telhado;

6. Frechal - viga de madeira colocada em todo o perímetro superior da parede de alvenaria,


para amarração e distribuição da carga concentrada da tesoura;

7. Chapuz - pedaço de madeira, em geral de forma triangular, pregado na asna da tesoura,


que sustenta ou apóia a terça;

8. Banzo superior (Perna ou empena);

9. Banzo inferior (Linha, tensor ou tirante);

10. Montante principal (Pendural ou pendural central);

11. Diagonal (Escora);

12. Montante (Pontalete ou pendural);

13. Ferragem ou estribo;

14. Ferragem ou cobrejunta;

15. Testeira ou aba;

16. Mão francesa - escora empregada para aliviar a flexão das terças, servindo também como
elemento de travejamento dos nós inferiores da tesoura.

2.3.2 Tipos de tesoura

Entre os muitos tipos de treliças (ou tesouras) existentes, (CALIL, 1996;


GESUALDO, 2003), a que mais se emprega é a treliça Howe, na qual as diagonais, para
carregamentos gravitacionais, estão comprimidas. Isto permite que a ligação das diagonais
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 21

com os banzos da treliça seja feita através de entalhe, processo econômico e de fácil
execução. Esta tesoura também é conhecida como tesoura de diagonais normais, sendo muito
empregada para vencer vão de até 18m, aproximadamente. Nesta configuração, os montantes
são executados em peças duplas, facilitando sua ligação com os banzos através de pinos
metálicos, dispensando o uso de cobrejuntas. A Figura 10 esquematiza uma tesoura do tipo
Howe.

Figura 10 – Tesoura tipo Howe (diagonais normais).

Segundo GESUALDO (2003), a relação mais conveniente para a distância entre


banzos (h) no ponto central e vão livre (L), situa-se no intervalo: 1 / 7  h / L  1 / 4.

Para vãos maiores, as diagonais passam a ter comprimentos maiores, e, portanto,


sendo comprimidas, resistência menor. Invertendo-se a posição das diagonais, o esforço passa
a ser de tração ficando os montantes, elementos mais curtos, comprimidos. Esta treliça, com
as diagonais invertidas em relação à treliça Howe, é a chamada tesoura Pratt, Figura 11.
A relação h/L deve estar no intervalo: 1 / 7  h / L  1 / 4 .

Figura 11 – Tesoura tipo Pratt.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 22

Outro tipo de treliça encontrada é a tesoura Belga, que nada mais é que uma variante
da tesoura Pratt. Neste tipo de tesoura os montantes são posicionados perpendicularmente ao
banzo superior. Desta forma tem-se uma melhor distribuição de esforços entre os montantes e
as diagonais pela posição mais adequada destas peças, com sua inclinação tendendo aos 45º
em relação ao banzo inferior. A colocação dos montantes perpendicularmente ao banzo
superior facilita o apoio das terças. Este tipo de treliça é recomendado para vão entre 18 e 25
m e a relação h/L deve estar no intervalo: 1 / 8  h / L  1 / 6 (GESUALDO, 2003).

Figura 12 – Tesoura tipo Belga.

A treliça tipo Fink (ou Polonceau) é uma variante da treliça Belga, recomendada para
vãos entre 20 e 30 m. Possui a conveniência de reduzir o comprimento das barras das
diagonais e montantes mais centrais.

Figura 13 – Tesoura tipo Fink.

A treliça Bowstring possui a particularidade de apresentar a parte superior com


aspecto de arco, embora o banzo inferior seja horizontal. A inclinação do banzo superior
ajusta-se a um eixo curvo, normalmente parabólico ou circular através de trechos retos. A
mudança de inclinação das barras do banzo superior favorece a distribuição dos esforços
internos. Na região dos apoios tem-se maior inclinação, adequada para absorver esforços de
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 23

força cortante enquanto que na parte central do vão tem-se uma diminuição da inclinação e
aumento da distância entre banzos, propício para combater momentos causados por forças
externas. Essas estruturas são recomendadas para vãos entre 15 e 25 m, com a relação h/L em
torno de 1/6. Apresenta como desvantagens, alguns problemas construtivos, como por
exemplo a fixação das telhas nos pontos onde ocorrem a mudança de inclinação é dificultada.
O número de ligações das peças do banzo superior também aumenta acarretando maior mão-
de-obra e maior consumo de material (GESUALDO, 2003).

Figura 14 – Tesoura tipo Bowstring.

2.4 Ligações

As peças de madeira, em função da estrutura anatômica do material e das limitações


de comprimento, principalmente da madeira serrada, exigem o uso de ligações para
composição de elementos estruturais.
As ligações são todos os dispositivos que permitem assegurar a ligação e a transmissão
de esforços entre os elementos de uma estrutura. Podem ser considerados pontos
fundamentais na segurança das estruturas de madeira. A falha de uma conexão poderá ser
responsável pelo colapso de uma estrutura (CALIL, 2003).
As ligações nas estruturas de madeira podem ser feitas com o uso de conectores, pinos
metálicos, encaixes na madeira ou adesivos, que são utilizados de forma simultânea ou
individual. Considerando a forma pela qual os esforços são transmitidos entre as ligações,
essas são classificadas em três grupos:

 Transmissão direta ou por contato direto: não possuem dispositivos intermediários


entre as peças de madeira. É o caso dos entalhes ou sambladuras. Transmitem
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 24

esforços normais ou cortantes, desde que a resultante possua a tendência de


aproximar as peças entre si;
 Transmissão por justaposição: neste tipo existe uma superfície de traspasse comum
às peças ligadas. São feitas com o uso de conectores ou adesivos. Podem transmitir
esforços normais (de tração ou compressão), cortantes ou momentos;
 Transmissão indireta: As peças não possuem superfície de traspasse e os esforços
são transmitidos por elementos intermediários. Esses elementos podem ser
metálicos ou adesivos. Assim como na transmissão por justaposição, podem
transmitir esforços normais (de tração ou compressão), cortantes ou momentos.

2.5 Algumas patologias comuns em telhados

Embora os procedimentos de projeto e cálculo estejam muito bem definidos, observa-


se que, ou por desconhecimento, ou pela falta de acompanhamento de profissional habilitado,
as estruturas de madeira para telhados têm apresentado sistematicamente diversas anomalias
que prejudicam seu uso e a sua segurança.
Estas falhas podem acarretar em desperdício de madeira e falha na segurança da
estrutura. São decorrentes da falta de projeto estrutural, falta de conhecimento sobre as
normas técnicas para a execução de telhados, ausência de profissional para orientação, mão-
de-obra desqualificada e falta de manutenção.
O desconhecimento ou negligência em um dos processos construtivos seja no projeto
ou na execução, pode acarretar em prejuízos oriundos da manutenção ou recuperação das
estruturas com defeitos. Prejuízos estes que podem ser estéticos, financeiro ou ainda de
utilização da edificação.
O registro e a divulgação dos erros de construção, bem como a análise dos casos de
patologia, são importantes contribuições na prevenção de problema e, conseqüentemente, na
melhoria da qualidade dos serviços dentro da construção civil.
Durante as etapas do processo de construção, vários fatores interferem na qualidade
final do produto, são eles: projeto, execução, materiais e uso. Segundo DÓREA e SILVA
(1999), para se obter a diminuição de problemas patológicos deve haver maior controle de
qualidade nestas etapas. Na Europa, o maior percentual da origem das patologias se dá na fase
de projeto, enquanto que no Brasil, esse percentual se dá mais na fase de execução, conforme
demonstra a Tabela 8.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 25

Tabela 8 – Origem das patologias nas fases de construção (DÓREA e SILVA).


Etapas Brasil (%) Europa (%)
Projeto 18 43
Materiais 6 38
Execução 52 14
Uso 14 5
Outros 16 -

Nota-se que no Brasil o percentual de 52% de erros na execução é um número


significativo, o que nos chama atenção para a qualidade da mão-de-obra. O ramo da
construção civil é um dos setores que mais emprega pessoas com baixo nível de instrução. Do
ponto de vista da construção civil, segundo PINHEIRO e ROCCO (1997), as patologias
causadas pela concepção errônea do projeto e/ou planejamento, falhas construtivas, ou até
mesmo ausência de manutenções periódicas podem ser contornadas com possíveis
investimentos na mão-de-obra, em equipamentos, na qualidade dos materiais, em reparos
periódicos, etc.
Na Figura 15 dois problemas são identificados na mesma treliça. O nó central da
treliça Howe apresenta grande excentricidade e a emenda das barras do banzo inferior é
deficiente. A treliça tem um vão de 10,5 metros, suportando telhas cerâmicas.

a) Detalhe do nó central. b) Falha da emenda do banzo inferior.


Figura 15 – Anomalias observadas em tesoura tipo Howe.

Problema similar pode ser observado em outra estrutura, apresentada na Figura 16.
Novamente pode-se observar a excentricidade do nó central da tesoura, tendo como agravante
a emenda do banzo inferior executada no mesmo nó. Dadas as circunstancias da estrutura, a
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 26

mesma foi demolida e executada novamente, de acordo com os procedimentos e


recomendações da NBR 7190 (ABNT, 1997).

a) Vista da estrutura escorada. b) Falha da emenda do banzo inferior.


Figura 16 – Estrutura de telhado comprometida.

Outro erro freqüente nas coberturas é o excesso de deslocamento que ocorrem em


elementos como terças, caibros e ripas. A Figura 17 ilustra esse tipo de ocorrência.

a) Vista inferior (caibro) b) Vista superior (desalinhamento das telhas)


Figura 17 – Excesso de deslocamento em caibros.

Os casos acima exemplificam algumas ocorrências que são muito observadas na


prática das estruturas de madeira: nós excêntricos, ligações insuficientes e deslocamentos
excessivos. Outras ocorrências que podem ser citadas são: terças fora dos nós, falta de
manutenção e falta de contraventamento.
O detalhe do nó central como apresentado nos exemplos anteriores é executado
normalmente nas treliças de cobertura, inclusive sendo apresentado em livros técnicos com o
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 27

argumento de que este erro é tolerável para treliças com vãos de até 10 m (MOLITERNO,
1992).
Nota-se que essas patologias podem ser perfeitamente evitadas, e o estudo e
documentação delas contribuiriam para a melhor utilização da madeira como elemento
estrutural, incentivando os profissionais habilitados a se preocuparem com o desenvolvimento
de projetos estruturais específicos para cada obra.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 28

3. ESTUDOS DE CASO

Neste capítulo são apresentadas algumas estruturas selecionadas até o presente


momento para esta pesquisa. Estas estruturas são representativas de vários tipos de patologias
encontradas, algumas presentes em todas as estruturas, e que são objetos de estudos mais
detalhados, os quais serão apresentados no relatório final.
A devida localização destas estruturas e dados referentes ao direito de propriedade
estão sendo omitidos para que não haja desdobramentos legais quanto aos resultados aqui
apresentados.

3.1 Escola de ensino fundamental 1

A construção a ser analisada é a cobertura de uma edificação destinada ao


funcionamento de uma escola de ensino fundamental (EEF).
Neste caso, trata-se de uma cobertura de um pátio escolar, com intersecção das
coberturas das salas de aulas, sanitários e parte administrativa. A planta do telhado e suas
dimensões principais estão apresentadas na Figura 18. O espaçamento entre tesouras é de 2,60
metros para todas as partes da cobertura. A inclinação do telhado é de 35% e utiliza-se telha
cerâmica tipo romana.
O pátio apresenta vão de 10,20 metros, com estrutura principal em treliças tipo Howe,
executadas com peças de madeira do tipo Peroba-do-Norte, com dimensões das seções
transversais de 2x(3 x 12) cm2 para os montantes, (6 x 12) cm2 para as diagonais e (6 x 16)
cm2 para os banzos superior e inferior.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 29

10,20m 10,20m
(Salas de aula, sanitários e (Salas de aula)
administração)

10,20m
(Pátio)

Figura 18 – Planta da cobertura da EEF 1.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 30

Para as coberturas da outras áreas (salas de aulas, sanitários e administração), dado a


existência de corredores laterais, a treliça, também tipo Howe, possui apoios intermediários,
ficando com um vão interno de 6,70 metros e dois vãos laterais de 1,70 metros.
Quando do funcionamento inadequado da estrutura, observado por funcionários da
própria escola e por funcionários de empresa de construção civil que fazia ampliação na obra
(quadra poli-esportiva), pode-se constatar, com visita in-loco, diversas patologias abaixo
indicadas:

 Flambagem da peça do banzo superior: este fato foi observado em todas as


treliças (pátio e demais áreas) e ocorreu pelo fato de não se ter a devida fixação da
terça com o banzo superior, portanto, não limitando o seu comprimento de
flambagem. Pelos vãos envolvidos, a situação mais critica ocorreu nas tesouras do
pátio. A Figura 19 ilustra esta patologia.

Banzo superior
Banzo inferior

Figura 19 – Defasagem entre banzos superior e inferior, devido à flambagem do banzo


superior.

 Deficiência das ligações: as ligações estavam nitidamente comprometidas, como


ilustra a Figura 20.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 31

Figura 20 – Ligação dos nós centrais das tesouras do pátio e da sala de aula.

 Má qualidade de mão-de-obra: a execução das tesouras foi feita com qualidade


inferior ao que se espera na execução de qualquer estrutura. Os gabaritos de ligação
foram feitos de maneira displicente comprometendo principalmente as ligação por
encaixe. Também, o nivelamento das treliças não foi feito, pois em vários locais, as
terças não se apoiavam no banzo superior da treliça. As Figuras 21 e 22 ilustram a
má execução da estrutura.

(a) (b)
Figura 21 – (a) Má execução do encaixe das diagonais no montante central. (b) Má execução
do encaixe da diagonal com o banzo inferior.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 32

(a) (b)
Figura 22 – Falta de apoio para as terças e desnivelamento das tesouras.

Dada às condições encontradas, a tesoura do pátio foi demolida e refeita, ressaltando-


se que as dimensões das peças foram mantidas e as ligações todas projetadas de acordo com a
NBR 7190/97 e executadas com parafusos. O detalhe do nó central da tesoura também foi
alterado, passando-se a emenda do banzo inferior para outra posição e eliminando-se a
excentricidade das diagonais.
Na Figura 23 pode-se observar a execução da nova estrutura do pátio.

(a) Vista geral. (b) Região central.


Figura 23 – Nova tesoura do pátio em execução.

Quanto às treliças das coberturas das outras áreas, devido ao menor vão, foi possível a
execução de reforços das ligações sem necessidade de demolição.
Para esta escola, a análise e dimensionamento da peças e ligações foram executadas e
serão devidamente apresentados no relatório final.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 33

3.2 Escola de ensino fundamental 2

A construção a ser analisada é a cobertura de uma edificação destinada ao


funcionamento de uma escola de ensino fundamental, cujo projeto é o mesmo utilizado na
EEF 1, porém executado por outra construtora.
Neste caso, verificou-se como principal patologia a deficiência das ligações dos nós
das treliças.
Diferentemente da anterior, a mão-de-obra utilizada foi de melhor qualidade e detalhes
críticos como a emenda do banzo inferior foi realizada fora do nó central da treliça.
Na Figura 24 apresenta-se o detalhe do nó central da treliça e a emenda do banzo já
comprometida.

(a) (b)
Figura 24 – (a) Detalhe do nó central. (b) Emenda do banzo inferior.

Como solução do problema foi realizado o reforço em todas as ligações, com projeto
realizado de acordo com a NBR7190/97.

3.3 Escola de ensino fundamental 3

Esta estrutura é a cobertura de um pátio escolar, também de uma EEF, executada com
madeira do tipo Peroba Rosa, com vão de 15,80 metros.
A planta do telhado e suas dimensões principais estão apresentadas na Figura 25. O
espaçamento entre tesouras é de 2,25 metros. A inclinação do telhado é de 38% e utiliza-se
telha cerâmica tipo paulista.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 34

2,25 m
2,25 m
2,25 m
2,25 m
2,25 m
2,25 m
2,25 m
2,25 m

15,80 m

Figura 25 – Planta de cobertura da EEF 3.

Na Figura 26 tem-se uma vista geral do pátio e da tesoura em duas águas destinada à
sua cobertura.

Figura 26 – Vista geral da estrutura.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 35

Como pode-se observar a treliça é do tipo Howe e foi executada inicialmente com
peças cuja dimensões das seções transversais são: 2x(3 x 12) cm2 para os montantes, (6 x 12)
cm2 para as diagonais e (6 x 16) cm2 para os banzos superior e inferior.
O que se pode observar nesta obra foi a execução de praticamente outras treliças ao
lado das já existentes, demonstrando clara falta de projeto estrutural. Este fato fica
evidenciado pela foto apresentada na Figura 27.

Tesoura original

Tesoura para reforço

(a) (b)
Figura 27 – (a) Estrutura com reforço. (b) Vista longitudinal da estrutura.

Pode-se observar também, que foram executados os reforços sem atendimento aos
critérios de segurança, pois tem-se soluções diferentes para a mesma situação, como ilustra as
fotos da Figura 28.
Na Figura 28.a, o reforço foi executado com peça de (3 x 16) cm2 ao lado dos banzos
superior e inferior.
Já na Figura 28.b, o reforço foi executado com peça de (6 x 16) cm2 ao lado dos
banzos superior e inferior.
Além disso, as diferenças de coloração das madeiras indicam que os reforços foram
executados em épocas diferentes.
Quanto às ligações, também pode se notar que são executadas com um parafuso, não
atendendo à exigência mínima de norma de dois parafusos por ligação.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 36

(a) (b)
Figura 28 – Reforço executado na estrutura.

3.4 Galpão para festas

Esta estrutura é a cobertura de um galpão utilizado para festas.


A estrutura principal é composta por treliças de madeira executadas com peças de
Peroba-do-Norte com dimensão de 6x12 cm e 6x16 cm. As treliças são apoiadas em pilares de
madeira roliça de eucalipto com diâmetro médio de 30 cm. A inclinação do telhado é de 30%
e utiliza-se telha de fibrocimento.
A Figura 29 mostra uma vista frontal do galpão, onde também pode-se notar a
deformação sofrida pela treliça.

Figura 29 – Vista frontal do galpão.

A planta do telhado e suas dimensões principais estão apresentadas na Figura 30.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 37

2,80 m
3,15 m
3,00 m
3,05 m
3,17 m
2,84 m
2,93 m

10,80 m

Figura 30 – Planta da cobertura do galpão de festas.

Nas Figuras 31 e 32 verificam-se algumas patologias encontradas, destacando-se a


excentricidade no nó central e partes da estrutura deteriorada pela ação de fungos e insetos
devido à ausência de medidas preventivas.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 38

Figura 31 – Excentricidade do nó central.

Figura 32 – Deterioração por ataque de fungos e insetos.

Pode-se observar pela Figura 33 a presença de flambagem global da treliça. Esta


patologia compromete a estabilidade da estrutura, prejudicando a segurança da mesma.
Observa-se ainda a insuficiência de seção dos banzos superiores.

Figura 33 – Flambagem da treliça.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 39

A Figura 34 ilustra as deformações excessivas sofridas pela treliça onde nota-se o


distanciamento das diagonais e dos montantes. Como a ligação foi realizada por contato, esta
perdeu sua eficiência.

Figura 34 – Defeitos encontrados nas ligações.

Nota-se ainda problemas relacionados a excentricidade dos nós pelo posicionamento


inadequado das terças, como ilustra a Figura 35.

Figura 35 – Excentricidade das terças.

Na Figura 36 nota-se os “apoios intermediários” e contraventamento utilizados como


tentativa de reforço para as treliças. Estes reforços foram executados posteriormente à falha
da estrutura.
Quanto aos apoios intermediários, eles podem ter invertido a solicitação de algumas
diagonais, passando estas a serem tracionadas e, portanto, a ligação por encaixe perdeu sua
eficiência, como apresentado na Figura 34.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 40

Figura 36 – Apoios intermediários e contraventamentos.

3.5 Cerâmica

A estrutura em estudo é a cobertura de uma indústria de tijolos e telhas cerâmicas. Esta


tem a finalidade de abrigar a argila que é utilizada como matéria prima. É composta por 7
treliças Howe, executadas em madeira do tipo Peroba Rosa, com vão livre de 11,20m e
espaçamento entre as treliças de 3,30m apoiadas em pilares de madeira de seção circular
(diâmetro de 30cm).
Os banzos, as diagonais e o montante principal apresentam seção de (6 x 16) cm2,
enquanto que os demais montantes são executados em peças de seção dupla (“sanduíche”)
com 2x(2,5 x 16) cm2. A trama é formada por caibros de seção (6 x 6) cm2 e ripas com seção
de (1,5 x 5,0) cm2, e é apoiado em terças de seção (6 x 16) cm2. A inclinação do telhado é de
40% e utiliza-se telha cerâmica francesa.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 41

Figura 37 – Cobertura da cerâmica.

A Figura 38 apresenta a planta de cobertura da cerâmica com suas dimensões


principais.

COLOCAR DESENHO DA PLANTA

Figura 38 – Planta de cobertura da cerâmica.

Esta estrutura apresenta algumas patologias comumente encontrada nas estruturas


correntes como por exemplo a excentricidade do nó central verificada na Figura 39.

Figura 39 – Detalhe do nó central.

Na Figura 40, observa-se a excentricidade da diagonal em relação ao banzo superior, o


que ocasiona esforços não previstos na estrutura. Isto se deve a falta de projeto e
acompanhamento de profissional qualificado.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 42

Figura 40 – Detalhe da diagonal.

Outra patologia é verificada na emenda do banzo inferior. A presença da “mão de


amigo” faz com que a região da ligação apresente seção reduzida, a qual é sujeita a grandes
esforços de cisalhamento não previstos para a estrutura. A Figura 41 ilustra a emenda do
banzo inferior, podendo-se notar que devido a esta patologia, a estrutura necessitou de
reparos.
Comentar sobre calço

Figura 41 – Ligação do banzo inferior.

Segundo a NBR 7190 não se utiliza ligações com um único pino, o que não é
observado na estrutura em estudo, como mostra a Figura 42.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 43

Figura 42 – Ligação insuficiente.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 44

4. ANÁLISE DAS ESTRUTURAS

Neste Capítulo são apresentados os resultados....


A análise das estruturas é realizada seguindo as recomendações da NBR 7190. Os
esforços solicitantes são calculados com o auxílio do programa computacional PPlan 4........

4.1 Escola de Ensino Fundamental 1

4.1.1 Ações na estrutura

 Permanente
Telha romana, i = 35% = 50 daN m 2

Terças/caibros/ripas = 20 daN m 2

Permanente Total  70 daN m 2

 Sobrecarga: 15 daN m 2

V0  40 m s
S  1,0
 1
 Vento:   (catIV , classeB, H  5m)  VK  30,4 m s ; q  57,8 m s
 S 2  0, 76
S3  1,0

Coeficientes de pressão
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 45

Externos:

-0,2
V90º -0,4 -0,4
-0,6

-0,7

V0º

Figura 43 – Coeficientes de pressão externo.

Internos:
C pi  0,3 ou C pi  0 (o mais nocivo)

Final: C pi  0,1

Portanto, para vento: 0,1  57 ,8  6,0 daN m 2 (usar 10 daN m 2 )

4.1.2 Carregamentos e esforços nas barras

N d  1,4  Permanente  1,4  Sobrec arg a  0,84  Vento

O
V ENT
DO
ÃO A
33 AÇ C ARG
R E
SOB TE
0 A NEN
33 5 M
PER
2 3 0
33 50
230
33 50 15
-29
230
33 50 22
-36
+1450

1,74 m

230
22
-9

50 -43
+495

78

-81
230 5
+260

95 -685
-49
0

+4725 Figura 44 – Carregamento


+4725 +4090 +3425 na tesoura.
e esforços
+ TRAÇÃO
1,35 m 1,25 m 1,25 m 1,25 m - COMPRESSÃO
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 46

OBS: Para tesoura com espaçamento de 3,20m, multiplicar os esforços pelo fator
2,9 2,6  1,12 .

4.1.3 Dimensionamento das Barras

 Banzo Inferior:
N d  4725 daN (tração); seção 6x16

f to,k 389,61
f to,d  k mod   0,56   f to,d  120 daN cm2
t 1,8
Nd 4725
 t 0 ,d   f to,d   t 0,d   50 daN cm2  OK!
A 6  16

 Banzo Supeiror:
N d  4995 daN (compressão); seção 6x16

Características da seção:
A  96cm 2
I min  288cm 4

W y  96cm 3

l fl  143 cm

ry  1,73cm

l fl 143
     82,6
ry 1,73

Como 80 <  = 87,3 < 140  Peça Esbelta.

 Para peças esbeltas:

 Nd   Md  f c 0,d

M d N d  e1,ef
 Md  
Wy Wy
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 47

 FE 
e1,ef  ei  ea  ec    
 FE  N d 
ei  0
l
ea   0,477cm
300

ec  (ei  ea )  ((exp) c  1)

 2  Eco,ef  I min
FE   FE  11287daN
l 2fl

  [ N gk  ( 1   2 )  N qk ] 0,8  [2810  (0,5)  590]


c   c  0,30
FE  [ N gk  ( 1   2 )  N qk ] 11287  [2810  (0,5)  590]

ec  (0  0,477 )  ((exp) 0,30  1)  ec  0,167

 
e1,ef  0  0,477  0,167  
11287
  e1,ef  1,16cm
 11287  4995 
N d  e1,ef 4995 1,16
 Md     Md  60,4daN / cm2
Wy 96

N d 4995
 Nd     Nd  52,0daN / cm2
A 96

f co,k 300
f c 0,d  k mod   0,56   120daN / cm2
c 1,4
 Nd  Md
   1,0  0,43  0,50  0,93  1,0(OK!)
f c 0 ,d f c 0 ,d

OBS: Para tesoura com l = 3,20m  0,93  1,12  1,04 (aceita  se!)

 Montantes:
N d  1450 daN (tração); seção 2x(2,5x12)

Nd 1450
 t 0 ,d    t 0 ,d   24 daN cm2  120 daN cm2 (OK!)
A 60

 Diagonais:
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 48

N d  980 daN (compressão); seção 6x12

Características da seção:
A  72cm 2
I min  216cm 4

W  72cm 3
l fl  180 cm

ry  1,73cm

l fl 180
     104,04
ry 1,73

Como 80 < = 104,04 < 140  Peça Esbelta.

 Para peças esbeltas:

 Nd   Md  f c 0,d

M d N d  e1,ef
 Md  
Wy Wy

 FE 
e1,ef  ei  ea  ec    
 FE  N d 
ei  0
l
ea   0,60cm
300

ec  (ei  ea )  ((exp) c  1)

 2  Eco,ef  I min
FE   FE  2820daN
l 2fl

ec  0,15

 2820 
e1,ef  0  0,60  0,15     e1,ef  1,15cm
 2820  980 
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 49

N d  e1,ef 980  1,15


 Md     Md  15,7daN / cm2
Wy 72

N d 980
 Nd     Nd  13,6daN / cm 2
A 72

f co,k 300
f c 0,d  k mod   0,56   120daN / cm 2
c 1,4

 Nd  md
   1,0  0,11  0,13  0,24  1,0(OK!)
f c 0,d f c 0, d

 Terças:
q  1,4  70  1,4  15  1,3  155 daN m
q y  155  cos 20º  146 daN m
q x  155  sen20º  53 daN m

Para vão de 2,60m:

M dx  123daN  m   Mx  85,4 daN cm2


M dy  45daN  m   My  62,5 daN cm2

  Mx  My 85,4 62,5
  km   1,0   0,5   0,97  1,0(OK !)
 f c 0,d f c 0,d 120 120

  My  k   Mx  1,0  0,5  85,4  62,5  0,87  1,0(OK !)
 f c 0,d m
f c 0,d 120 120

Para a flecha:

q y  85 daN m  f x  0,72cm
q x  31 daN m  f y  1,05cm

fT  f x2  f y2

fT  0,72 2  1,052  1,27cm


l
f máx   1,27(OK !)
205
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 50

Para vão de 3,20m:


M dx  158daN  m
M dy  68daN  m

 Mx  62 daN cm 2
Com seção 6x16: 
 My  71 daN cm
2

  Mx  My
  km   0,81  1,0(OK !)
 f c 0,d f c 0,d

  My  k   Mx  0,85  1,0(OK !)
 f c 0,d m
f c 0,d

Mantendo-se a seção 6x12 e reforçando:

6 cm

12 cm

2 cm
12 cm

Figura 45 – Seção com reforço.

A  96cm 2
y  6,25cm

Wxsup  139 ,9cm 3


I x  1084 ,5cm  inf
4

W y  173,5cm
3

I y  504 ,0cm 4  W y  84cm 3


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 51

15800
 Mx   119 daN cm2
0,95  139,9
6800
 My   85 daN cm2
0,95  84,0
  Mx  My
f  km   1,34  1,0
 c 0 ,d f c 0 ,d
 (Não Verifica!)
  My  k   Mx  1,20  1,0
 f c 0 ,d m
f c 0 ,d

 Espigão:

q  1,4  70  15  0,6  10   125 daN m 2

N d  750daN
M d  450daN  m

Adotando-se seção (6x20):


A  120cm²   Nd  6,25 daN cm²
W x  400cm   Md  112,50 daN cm²
 Nd   Md  118,70 daN cm²

4.1.4 Ligações

 Entalhe dos banzos:

f c 0,d  f c 90,d
f c 20,d 
f c 0,d  sen 19º  f c 90,d  cos 2  19º
2

300 
f c 0,d  0,7   150 daN cm² 
1,4  f c 20,d  114 daN cm²
f c 90,d  0,25  f c 0,d  37,5 daN cm² 
Nd 4995 782,2
 c10,d     114 daN cm²
Ac  e  e
 6
 cos 20 

e  6,96 cm
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 52

Usar dois dentes com e>3,5cm cada!

f vk 50
Para a folga: f v 0,d  k mod   f v 0,d  0,7   19,5 daN cm²
v 1,8

f  cos( ) 4725
d   f v 0.d   d   19,5 daN cm²  g  40,4cm
g b g 6

Verificou-se “in-loco” que a estrutura em estudo apresentava na ligação entre os


banzos apenas um dente com e=3,0cm, e folga com apenas 20cm, o que implica................

 Ligação Montante/Banzo:

t  2,5cm f yd  2182 daN cm ²

Para Banzo Inferior:

Utilizando-se parafusos com Ø12,5mm, tem-se:

f e90,d  0,25  f c 0,d   e  0,25  150  1,68  f e90,d  63 daN cm ²

f yd
 lim  1,25    lim  7,35
f e 90,d
t 2,5
     2,0
d 1,25
t2
Rv1,d  0,40   f e 90,d  Rv1,d  78 daN cm²

Nd 1450
n parafusos    n parafusos  10
2  Rv1,d 2  78

Constatou-se “in-loco” que a estrutura em estudo apresentava insuficiencia na ligação


do montante com o banzo......................
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 53

Para Banzo Superior:

f e 70,d  68 daN cm²


RV 1,d  85 daN cm²

Nd 1450
n parafusos    n parafusos  9
2  Rv1,d 2  85

Constatou-se “in-loco” que a estrutura em estudo apresentava insuficiencia na ligação


do montante com o banzo......................

 Ligações das diagonais / banzo superior

N d  980daN 
e  3,5cm
f e 64 d  44 daN cm² 

N d  815daN 
e  2,5cm
f e54 d  51daN cm² 

N d  685daN 
e  1,3cm
f e30 d  86 daN cm² 

 Ligações diagonais / banzo inferior

N d  980daN 
e  2,6cm Demais, adotar e=2,0cm
f e 45d  60 daN cm² 

Emendas do banzo inferior:

Adotando-se parafusos com Ø16mm e Cobrejuntas (3x15), tem-se


f e 0,d  150 daN cm ²

 lim  4,76
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 54

t  3cm
3
  1,875
1,6
32
RV 1d  0,40   150  288daN
1,875

3425
Com N d  3425daN  n paraf   6 parafusos
288  2

Constatou-se “in-loco” que a estrutura em estudo apresentava insuficiencia na ligação


do montante com o banzo...................... Além disso, EXPLICAR sobre “mão de amigo”

4.1.5 Reforço das tesouras

Considerando-se as mesmas ações atuantes como as consideradas para as tesouras do pátio, e


os apoios intermediários:

(6 x 16)cm²

2 x (2,5 x 12)cm²
2 x (2,5 x 12)cm² (6 x 16)cm²
-1200

1,74 m
-3
-140

30

+4
82
-860

+11
-1200

00

(6 x 16)cm² (6 x 12)cm²
+ TRAÇÃO
1,70 m - COMPRESSÃO

Figura 46 – Reforço das tesouras Páteo.

Para o banzo superior: N d max  1400 daN


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 55

Para o banzo inferior, sobre o apoio:

 N d max  1400daN

M d max  250daN  m

1550 25000
 c 0,d    8  114 daN cm²  f c 0,d (OK!!)
6  16 2048

A verificação dos montantes e diagonais fica dispensada em vista da verificação realizada nas
tesouras do pátio.

Para as ligações:

Emenda dos Banzos:

N d  1550 daN (tração)

t  3cm ;   12,5mm ; f c 0 d  150 daN cm ²

 lim  4,76 ;   2,40

32
RV 1d  0,40  150  225daN
2,40
1550
n paraf   3,4  4 parafusos
225  2

Ligação Montantes:

f e  0,25  150  1,68  63 daN cm ² (12,5mm)

2,50
 lim  7,35 ;   2
1,25
RV 1d  80 daN
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 56

Tendo-se em vista os esforços obtidos, será feita nova avaliação desconsiderando-se as barras
do 1º montante a 1ª diagonal.

.m

1,74 m
+796
1 9 0daN aN
= d

-6
Md -2530

+268

10
= +7
Nd 9
-775

Md = 260daN.m
Nd = +2315 daN + TRAÇÃO
- COMPRESSÃO
Figura 47 – XXXXXXXXXXXXXXXXXX.

Para o dimensionamento dos montantes → (OK!!)

Para o banzo inferior:

2315 26000
 c 0,d    8  126 daN cm²  f c 0,d
6  16 2048

Para o banzo superior:

l fl  175 cm

rmin  1,75cm

FE  7536 daN

  [ N gk  ( 1   2 )  N qk ]
c  c  0,167
FE  [ N gk  ( 1   2 )  N qk ]

ec  0,583  0,583  (1,18  1)  0,70 cm


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 57

19000
ei   7,51cm
2530
7536
ei  (7,51  0,70)   12,36cm
7536  2530
M d  N d  e f  2530  12,36  31270 daN  cm

2530 
 Nd   26,35 daN cm² 
96
 c 0,d  148,50 daN cm²
31270
 Md   8  122,15 daN cm² 
2048 

Para madeira de primeira, f c 0,d  150 daN cm ² (OK!!)

Reforço das Tesouras Salas de Aula:

DESENHO

Reforço nos Banzos:

Banzo superior (6x16)


N d ,max  1400 daN (OK!!)

Banzo inferior (6x16)


N d ,max  1550 daN (OK!!)

Para apoio:
N d  150 daN

M d  250 daN  m

A  96cm ²

6  16 3
I  2048cm³
12
150 25000
 c 0, d    8  100 daN cm²  f c 0,d
72 2043
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 58

Diagonais Montantes

DESENHO

Prego 17x27 Prego 19x27 Prego 22x27

  3,0mm  
l  6,21mm l l
t  2,0cm t  2,0cm t  2,0cm

 lim  10,66  lim   lim 


  5,9  
Rv1,d  20 daN Rv1,d  25,5daN Rv1,d  32 daN

Emendas Banzos

N d ,max  1550 daN

t  3cm ; d  12,5mm

f e  f c 0,d  120 daN cm ²

2400
f yd   2180 daN cm²
1,1

2180
 lim   4,26
120
t 3
   2,40   lim
d 1,25

Rv1,d  0,40   120  Rv1,d  180daN
2,4
1550
n paraf   4,3  5 parafusos
2  180

Desprezando 1º Montante e 1ª Diagonal

DESENHO
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 59

Dimensionamento dos Montantes e Diagonal – (OK!!)


Emenda  N d  2370 daN

2370
n paraf   6 parafusos
2  180

Para Banzo Inferior:

2315 26000
 c 0,d    8  125,7 daN cm²  f c 0,d
96 2048

Para o banzo superior:

l fl  175 cm

rmin  1,73cm

FE  7536 daN

  [ N gk  ( 1   2 )  N qk ]
c  c  0,167
FE  [ N gk  ( 1   2 )  N qk ]

 19000 175 
ec      1,18  9,54cm
 2530 300 
 2530 
M d  19000  2530  9,54     31198daN  cm
 7536  7530 
2530 
 Nd   26,35 daN cm² 
96
 c 0,d  148,22 daN cm²
31198
 Md   8  121,87 daN cm² 
2048 

Para Peroba do Norte – ACEITO!!

Parafusos:

Ø=12,5mm
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 60

f e  0,25  120  1,68  50,4 daN cm ²

f yd
 lim  1,25   8,22
fe

3,0
  2,4
1,25
Rv1,d  76 daN cm ²

f e  f c 0,d  120 daN cm ²

Rv1,d  180 daN

DÚVIDA: HÁ NECESSIDADEDE COLOCAR O CÁLCULO DO REFORÇO DA


ESTRUTURA DAS SALAS DE AULA, POIS AS TESOURAS SÃO IGUAIS AS DO PÁTIO?

4.2 Escola de Ensino Fundamental 2

4.3 Escola de Ensino Fundamental 3

4.3.1 Ações na estrutura

 Permanente
Telha paulista, i = 34% = 50 daN m 2

Terças/caibros/ripas = 20 daN m 2

Permanente Total  70 daN m 2

 Sobrecarga: 15 daN m 2

V0  40 m s
S  1,0
 1
 Vento:   (catIV , classeB, H  6,20m)  VK  33,2 m s ; q  67,6 m s
S 2  0,83
S 3  1,0
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 61

Coeficientes de pressão

Externos:

-0,2
V90º -0,4 -0,4
-0,6

-0,7

V0º

Figura 48 – Coeficientes de pressão externo.

Internos:
C pi  0,3 ou C pi  0 (o mais nocivo)

Final: C pi  0,1

Portanto, para vento: 0,1  67 ,6  7,0 daN m 2 (usar 10 daN m 2 )

4.3.2 Carregamentos e esforços nas barras

N d  1,4  Permanente  1,4  Sobrec arg a  0,84  Vento

COLOCAR DESENHO DOS CARREGAMENTOS

Figura 49 – Carregamento e esforços na tesoura.


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 62

4.3.3 Dimensionamento das Barras

A configuração inicial da estrutura da cobertura apresentava as seguintes seções


transversais: 2x(3 x 12) cm2 para os montantes, (6 x 12) cm2 para as diagonais e (6 x 16) cm2
para os banzos superior e inferior.

 Banzo Inferior:
N d  6210 daN (tração); seção 6x16

 t 0,d  f to,d  64,7 0daN cm 2  120 daN / cm ²  OK!

 Banzo Supeiror:
N d  6634 daN (compressão); seção 6x16

l fl  190 cm

l fl 190
     109,7
ry 1,73

Como 80 <  = 109,7 < 140  Peça Esbelta.

 Para peças esbeltas:

 Nd   Md  f c 0,d

N d  e1,ef 6634  (74,54)


 Md     Md  5150,71daN / cm2
Wy 96

N d 6634
 Nd     Nd  69,10daN / cm2
A 96

 Nd  Md
   1,0  0,57  42,9  1,0(OK!) VALOR NEGATIVO (NÃO É MENOR Q 1)
f c 0,d f c 0 ,d

Após a execução do reforço da estrutura que consistiu na construção de uma nova


treliça paralela a existente conforme comentado no Capítulo 3, a seção transversal do banzo
inferior passou a ser formada por uma peça de seção (6 x 16)cm² e outra de seção (3 x
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 63

16)cm² espaçadas de 6 cm. Para esta nova configuração, são apresentados os cálculos a
seguir:

N d  6634 daN (compressão); seção (6x16)cm² + (3x16)cm²

I=Dúvida no cálculo
l fl  190 cm

l fl 190
     109,7
ry 1,73

Como 80 <  = 109,7 < 140  Peça Esbelta.

 Para peças esbeltas:

 Nd   Md  f c 0,d

N d  e1,ef 6634  (74,54)


 Md     Md  5150,71daN / cm2
Wy 96

N d 6634
 Nd     Nd  69,10daN / cm2
A 96

 Nd  Md
   1,0  0,57  42,9  1,0(OK!) VALOR NEGATIVO (NÃO É MENOR Q 1)
f c 0,d f c 0 ,d

 Montantes:
N d  775 daN (tração); seção 2x(3x12)

Nd 2030
 t 0,d    t 0 ,d   21,14 daN cm2  120 daN cm2 (OK!)
A 96

 Diagonais:
N d  1314 daN (compressão); seção 6x12

l fl  280 cm
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 64

l fl 280
     109,7
ry 1,73

Como 80 <  = 109,7 < 140  Peça Esbelta.

 Para peças esbeltas:

 Nd   Md  f c 0,d

N d  e1,ef 6634  (74,54)


 Md     Md  5150,71daN / cm2
Wy 96

N d 6634
 Nd     Nd  69,10daN / cm2
A 96

 Nd  Md
   1,0  0,57  42,9  1,0(OK!) VALOR NEGATIVO (NÃO É MENOR Q 1)
f c 0,d f c 0 ,d

Características da seção:
A  72cm 2
I min  216cm 4

W  72cm 3
l fl  180 cm

ry  1,73cm

l fl 180
     104,04
ry 1,73

Como 80 < = 104,04 < 140  Peça Esbelta.

 Para peças esbeltas:


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 65

 Nd   Md  f c 0,d

M d N d  e1,ef
 Md  
Wy Wy

 FE 
e1,ef  ei  ea  ec    
 FE  N d 
ei  0
l
ea   0,60cm
300

ec  (ei  ea )  ((exp) c  1)

 2  Eco,ef  I min
FE   FE  2820daN
l 2fl

ec  0,15

 2820 
e1,ef  0  0,60  0,15     e1,ef  1,15cm
 2820  980 
N d  e1,ef 980  1,15
 Md     Md  15,7daN / cm2
Wy 72

N d 980
 Nd     Nd  13,6daN / cm 2
A 72

f co,k 300
f c 0,d  k mod   0,56   120daN / cm 2
c 1,4

 Nd  md
   1,0  0,11  0,13  0,24  1,0(OK!)
f c 0,d f c 0, d

 Terças:
q  1,4  70  1,4  15  1,3  155 daN m
q y  155  cos 20º  146 daN m
q x  155  sen20º  53 daN m

Para vão de 2,60m:


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 66

M dx  123daN  m   Mx  85,4 daN cm2


M dy  45daN  m   My  62,5 daN cm2

  Mx  My 85,4 62,5
  km   1,0   0,5   0,97  1,0(OK !)
 f c 0,d f c 0,d 120 120

  My  k   Mx  1,0  0,5  85,4  62,5  0,87  1,0(OK !)
 f c 0,d m
f c 0,d 120 120

Para a flecha:

q y  85 daN m  f x  0,72cm
q x  31 daN m  f y  1,05cm

fT  f x2  f y2

fT  0,72 2  1,052  1,27cm


l
f máx   1,27(OK !)
205

Para vão de 3,20m:


M dx  158daN  m
M dy  68daN  m

 Mx  62 daN cm 2
Com seção 6x16: 
 My  71 daN cm
2

  Mx  My
  km   0,81  1,0(OK !)
 f c 0,d f c 0,d

  My  k   Mx  0,85  1,0(OK !)
 f c 0,d m
f c 0,d

Mantendo-se a seção 6x12 e reforçando:


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 67

6 cm

12 cm

2 cm
12 cm

Figura 45 – Seção com reforço.

A  96cm 2
y  6,25cm

Wxsup  139 ,9cm 3


I x  1084 ,5cm  inf
4

W y  173,5cm
3

I y  504 ,0cm 4  W y  84cm 3

15800
 Mx   119 daN cm2
0,95  139,9
6800
 My   85 daN cm2
0,95  84,0

  Mx  My
f  km   1,34  1,0
 c 0 ,d f c 0 ,d
 (Não Verifica!)
  My  k   Mx  1,20  1,0
 f c 0 ,d m
f c 0 ,d

 Espigão:

q  1,4  70  15  0,6  10   125 daN m 2

N d  750daN
M d  450daN  m

Adotando-se seção (6x20):


Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 68

A  120cm²   Nd  6,25 daN cm²


W x  400cm   Md  112,50 daN cm²
 Nd   Md  118,70 daN cm²

4.1.4 Ligações

 Entalhe dos banzos:

f c 0,d  f c 90,d
f c 20,d 
f c 0,d  sen 19º  f c 90,d  cos 2  19º
2

300 
f c 0,d  0,7   150 daN cm² 
1,4  f c 20,d  114 daN cm²
f c 90,d  0,25  f c 0,d  37,5 daN cm² 
Nd 4995 782,2
 c10,d     114 daN cm²
Ac  e  e
 6
 cos 20 

e  6,96 cm

Usar dois dentes com e>3,5cm cada!

f vk 50
Para a folga: f v 0,d  k mod   f v 0,d  0,7   19,5 daN cm²
v 1,8

f  cos( ) 4725
d   f v 0.d   d   19,5 daN cm²  g  40,4cm
g b g 6
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 69

5. CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES E CONTINUIDADE


DO TRABALHO

A utilização das construções com madeira requer certos cuidados com o manuseio e
manutenção do material. Apesar de a madeira ser um material estrutural de alto nível, suas
propriedades físicas podem ser diferentes de espécies para espécies. Com base nas exigências
do mercado consumidor no que diz respeito à qualidade da construção, esta pesquisa é
realizada com objetivo principal de alertar para as principais patologias encontradas em
treliças de madeira, bem como forma de prevenção ao aparecimento de problemas
perfeitamente previsíveis em fase de projeto e execução dessas estruturas.
A maioria das patologias encontrada nas estruturas em estudo deriva da falta de
conhecimento com relação às propriedades físicas e mecânicas da madeira, além da falta de
projeto e acompanhamento de profissional capacitado aliado a má qualidade da mão-de-obra
de execução.
Quanto à análise das estruturas até aqui consideradas, já foi realizado o estudo das
estruturas da EEF 1 e 2, tanto na configuração inicial quanto na configuração proposta após
novo projeto. O dimensionamento das peças permitiu concluir que, mesmo sem projeto, as
dimensões das peças utilizadas atendem aos critérios da NBR 7190/97. Entretanto, todas as
ligações demonstraram-se insuficientes.
Para a EEF 3, mesmo sem a análise estrutural, pode-se notar a falta de projeto, visto
pelos reforços executados de diversas maneiras e pela deformação permanente excessiva da
estrutura inicial, isto observado in-loco.
Para a cobertura do galpão de festa, dado ao estado em que se encontrava, foi sugerida
a sua demolição. Pode-se notar que aqui também, à medida que as treliças apresentavam
problemas, tentava-se alguma solução, sem consulta a profissional habilitado. Este fato fica
comprovado pela presença dos contraventamentos e dos “apoios intermediários” feitos a
posterior. A falta de manutenção é nítida neste caso.
Até o presente, pode-se notar que a falta do projeto estrutural e de um responsável
técnico pelo acompanhamento da execução das estruturas tem sido um fator determinante nas
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 70

causas dos problemas encontrados. Todos, sem exceção, poderiam ser evitados se houvesse
um projeto estrutural pertinente.
Também, a mão-de-obra mostrou-se um fator preocupante, o que sugere a falta de
treinamento para qualificar os profissionais carpinteiros.
Em continuidade aos estudos até aqui desenvolvidos, a fase seguinte compreenderá a
análise pormenorizada das estruturas já selecionadas (esforços, dimensionamento e soluções
propostas) e de outras que venham a complementa-lás. Estes estudos serão apresentados no
relatório final, a fim de concluir o projeto inicialmente proposto.
Patologia em estruturas de madeira para telhados, suas implicações e propostas de soluções. 71

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Ceará. Ceará, CE. 2003. 29p.

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Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1985. cap 14, p. 36-48.

CALIL JUNIOR, C. Roteiro de projetos de telhados com treliças de madeira. SET 112
Estruturas de Madeiras – Notas de aula. EESC-USP. São Carlos. 1996.

CALIL JUNIOR, C.; LAHR, F. A. R.; DIAS, A. A. Dimensionamento de elementos


estruturais de madeira. Barueri, SP. Manole. 2003. 152p.

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DURANTE, R. Madeiras – Notas de aula. CESET - Universidade de Campinas. Limeira,


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PINHEIRO, R. V.; ROCCO LAHAR, F. A., Patologias em estruturas de madeira. VI


Congresso Iberoamericano de patologias das construções. Porto Alegre, RS, 1997.

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madeira serrada de eucalipto para construção civil. 2002. 84p. Dissertação (Mestrado em
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SZÜCS, C. A.; TEREZO, R. F.; VALLE, A. do; MORAES, P. D. de. Estruturas de


Madeira. Florianópolis: UFSC – Departamento de Engenharia Civil, 2006. 186p.

ZENID, G.J. Madeira na Construção Civil. Workshop Madeira e Mobiliário. FEMADE


2002. Pinhais, PR. Setembro, 2002.

Leandro Parras Meleiro Carlos Eduardo Javaroni


Orientado Orientador

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