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Universidade Jean Piaget de Moçambique

Curso:
2º Ano Engenharia Civil

Cadeira:
Geologia das Engenharia

Tema:
Obras Rodoviárias e Hidráulicas
Aproveitamento Hidráulico

Docente:
Ernesto Victorino
12 de Abril de 2023
Universidade Jean Piaget de Moçambique

Nome:
Aline Osman;
Chico Balança;
Herson David;
Iracema Naca;
Muhammad Hassam

Docente:
Ernesto Victorino
12 de Abril de 2023
Índice
1. Introdução ............................................................................................................................. 1
2. Objectivos ............................................................................................................................. 2
2.1. Objectivos gerais ........................................................................................................... 2
2.2. Objectivos específicos ................................................................................................... 2
3. Metodologia .......................................................................................................................... 3
4. Obras rodoviárias e hidráulicas ............................................................................................. 4
4.1. Fases da construção de uma rodovia ............................................................................. 4
5. Factores que influenciam o traçado geométrico de obras rodoviárias................................... 7
6. Elementos constituintes do traçado ....................................................................................... 8
7. Aspectos geológicos e geotécnicos a considerar: .................................................................. 8
7.1. Aterros ........................................................................................................................... 8
8. Obras hidráulicas ................................................................................................................. 13
8.1. Infra-estruturas hidráulicas .......................................................................................... 13
9. Aproveitamento hidráulico .................................................................................................. 16
9.1. Aproveitamento hidráulico do Gove ........................................................................... 16
10. Conclusão ........................................................................................................................ 18
11. Referências bibliográficas ............................................................................................... 19
1. Introdução

O presente trabalho aborda assuntos relacionados às obras rodoviárias e hidráulicas, e


aos aproveitamentos hidráulicos, concretamente os factores que influenciam o traçado
geométrico de obras rodoviárias e os seus elementos constituintes, o estudo da
topografia antes da execução de obras rodoviárias, aspectos geológicos e geotécnicos a
ter em conta.

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2. Objectivos
2.1.Objectivos gerais
 Identificar os tipos de obras rodoviárias e hidráulicas;
 Conhecer as diversas áreas do aproveitamento hidráulico.

2.2.Objectivos específicos
 Conhecer as diferentes fases das obras rodoviárias e hidráulicas;
 Analisar os factores que influenciam no traçado geométrico das obras
rodoviárias;
 Indicar as diferentes infra-estruturas hidráulicas.

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3. Metodologia

Para a realização deste trabalho utilizou-se o método de pesquisa bibliográfica.

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4. Obras rodoviárias e hidráulicas

Obras rodoviárias são intervenções da engenharia que têm como objectivo construção
de novas vias de acesso (rodovias) e a ampliação e manutenção das já existentes.

Obras hidráulicas, também chamadas de infra-estruturas hidráulicas são aquelas


desenvolvidas no âmbito da engenharia civil que têm como principal função controlar a
água, buscando principalmente seu uso e defesa contra seus excessos.

As obras rodoviárias precisam de grandes quantidades de materiais naturais para a sua


execução (solos e rochas). Estas quando enfrentam relevos adversos, exigem escavações
(cortes) e aterros expressivos, lidando com potenciais movimentos de encostas.

Sendo a hidráulica a aplicação prática da ciência que estuda os movimentos dos líquidos
à engenharia, as obras relacionadas à esta área requerem maior atenção, pois, exigem
um conhecimento mais aprofundado sobre a hidrodinâmica.

4.1.Fases da construção de uma rodovia

A construção de uma rodovia requer estudo, planeamento, organização e uma boa


execução para chegar ao resultado final com sucesso, garantindo que esta possa ser
utilizada por muitos anos sem grandes intervenções.

i. 1ª Fase: Estudo e planeamento

Nesta fase são definidos os primeiros aspectos do empreendimento. É preciso fazer


cálculos, análises e definições para que se decida qual será a principal função da rodovia
(comercial, turístico ou militar).

Deve-se considerar o tipo e o número de veículos que passarão pela via, a densidade, o
peso e outros detalhes. De igual modo é feito um estudo da região, para aferir qual será
o volume do tráfego, se existe a possibilidade de acontecerem engarrafamentos, quais
são os riscos de acidentes, os custos envolvidos na construção da rodovia, em sua
operação e posterior manutenção.

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ii. 2ª Fase: Desenvolvimento do projecto

Na fase de desenvolvimento do projecto é feito todo o desenho de acordo com o local


por onde a rodovia deve passar. São realizados cálculos para elaborar o orçamento,
também é preciso traçar o perfil transversal e longitudinal da obra, suas dimensões,
entre outros aspectos referentes à arquitectura e engenharia.

iii. 3ª Fase: Construção

Depois de todo esse estudo, análise e cálculo é possível dar início à construção da
rodovia. O projecto será colocado em prática por uma equipe especializada, que terá em
suas mãos todas as informações sobre como conduzir o empreendimento, os tipos de
equipamentos, materiais e mão de obra que serão necessários para executá-lo.

A fase da construção é composta por diversas etapas que envolvem, por exemplo:

 Desmatamento;
 Fundação da estrutura;
 Terraplanagem de bueiros;
 Compactação do solo;
 Pavimentação.

iv. 4ª Fase: Compactação do solo

O processo de compactação tem como objectivo reduzir os espaços vazios, aumentar a


rigidez e a resistência do solo, assim como reduzir a permeabilidade. Através da
compactação o maciço se torna mais homogêneo, e com a redução dos espaços vazios o
peso específico aparente do solo aumenta.

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Figura 1.

v. 5ª Fase: Pavimentação rodoviária

É a área das vias de comunicação dedicada ao projecto e à construção doe pavimentos


de estradas. De uma forma geral, é tarefa do engenheiro civil projectista de pavimentos
rodoviários, dimensionar pavimentos betuminosos (pavimentos flexíveis) e pavimentos
de betão (pavimentos rígidos).

Figura 2.

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5. Factores que influenciam o traçado geométrico de obras rodoviárias

Dentre os factores que influenciam o traçado geométrico de obras rodoviárias, aplicam-


se a:

 Alinhamento horizontal;
 Alinhamento vertical
 Contribuem para a obtenção dos parâmetros do projecto.

Na mesma vertente distinguem-se:

a) Factores funcionais;
b) Factores físicos;
c) Custos;
d) Factores humanos e ambientais.

a) Factores funcionais- depende da:

 Utilização da estrada;
 Função que deve cumprir;
 Volume e características do tráfico;
 Velocidade de projecto e velocidade de operação desejável;
 Segurança para o utilizador e para a comunidade;
 Relação com outras vias.

b) Factores físicos- dependem das condições impostas pela natureza do local e impõem
restrições que o projecto deve considerar. As principais são:

 Relevo;
 Hidrografia;
 Geologia;
 Clima.

c) Custos associados à estrada:

 Os custos associados são consequência do projecto.


 Necessária a realização de estudos económicos de viabilidade.

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e) Factores humanos e ambientais

As decisões tecnológicas estão relacionadas com as características da comunidade a que


se pretende servir e do meio ambiente em que se insere. Alguns dos factores humanos e
ambientais que influenciam as decisões em relação a um projecto de estradas são:

 Indiosincrasia de utilizadores e peões.


 Uso da terra adjacente ao eixo da via.
 Actividade na zona de influência.
 Aspectos ambientais- impacto e mitigação.

6. Elementos constituintes do traçado


 Desmontes;
 Aterros;
 Fundações de estruturas;
 Túneis.
 Manchas de empréstimo, pedreira e escombreiras (depósito de resíduos de obra).
 Realização de ensaios in situ e de laboratório para caracterizar cada unidade
geológico-geotécnica.
 Instalações para tratamento de agregados, fabrico de misturas betuminosas e de
betão.

7. Aspectos geológicos e geotécnicos a considerar:


7.1.Aterros
 Utilização de materiais adequados.
 O material dos terraplenos tende a consolidar-se.
 É necessária a compactação enérgica e sistemática.
 Importante analisar as propriedades do terreno natural de fundação.
 Estabilidade de taludes.
 Problemas de deslizamentos rotacionais.
 Nível freático e escorrência superficial.

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a. Cortes ou desmontes
 Reconhecimento geotécnico adequado.
 Estabilidade de taludes.
 Natureza dos materiais.

Figura 3.

b. Traçado corrente
 Fundação.
 O comportamento da fundação depende das características resistentes dos solos.
 Os materiais a utilizar devem ser cuidadosamente selecionados.

c. Outros problemas geotécnicos


 Zonas de solos moles ou de argilas compressíveis.
 Zonas de nível freático superficial.
 Zonas de rochas alteradas.
 Erosão e arraste de materiais nos taludes.
 Zonas inundáveis.
 Proximidade de rios e nascentes.
 Zonas de grande penetração de geada.

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 Falhas geológicas.

Os estudos geológicos e geotécnicos seguem uma metodologia:

i) Estudos prévios ou informativos.


ii) Ante-projecto.
iii) Projecto.

i. Estudos prévios ou informativos


 Permitem realizar uma avaliação económica preliminar.
 Estudar os possíveis problemas geológicos e avaliar de uma forma preliminar os
parâmetros geotécnicos das formações atravessadas.
 Manchas de empréstimo e escombreiras existentes na zona, assim como
pedreiras e matérias granulares: caracterização dos materiais, em qualidade e
quantidade e do ponto de vista ambiental.
 Comprovar a viabilidade técnica e discussão de possíveis soluções a problemas
estruturais.

ii. Ante-Projecto
 Estudo geológico e geotécnico, definindo as zonas homogêneas e diferenciando
as zonas singulares como:
 Terrenos perigosos.
 Importância das obras.
 Escassez ou dificuldades de material de construção, depósitos e
pedreiras.

a) Geologia da zona: morfologia, estratigrafia e litologia, tectónica, hidrologia.


b) Características geotécnicas gerais: Classificação qualitativa dos solos,
avaliação do terreno como fundação, problemas geotécnicos da zona.
c) Estudo de materiais: descrição geológica geral, localização, descrição e
características dos grupos litológicos, descrição e cortes de pedreiras e depósitos
granulares.

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Figura 4.

iii. Projecto

Determinam-se:

 A secção tipo do traçado


 Escorrências superficiais e drenagens subterrâneas.
 Prescrições técnicas particulares relativas ao emprego e colocação em obra dos
materiais em terraplanagens e camadas de pavimento.
 Fundações das obras especiais.
 Muros, túneis, etc.
 No projecto, também se elaboram e identificam: planos, mapas e cortes
geológicos e geotécnicos detalhados, memória de cálculo, reconhecimento
geológico e geotécnico detalhado.
 Pedreiras e manchas de empréstimos.
 Resistência e deformabilidade dos solos.
 Estudo hidrológico detalhado.
 Controlo de qualidade, segurança, higiene e medidas de protecção ambiental.

Nas obras rodoviárias:

 Determinam-se os materiais necessários para a obra, indicando-se os volumes de


cada tipo requerido.
 Analisa-se a possibilidade de aproveitar os materiais escavados ou a necessidade
de recorrer a pedreiras = compensação de volumes
 Indicam-se as unidades geológicas apropriadas para a obtenção de materiais.
 Definição do grau de dificuldade na execução de desmontes.

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 Capacidade de carga (qualidade) do maciço, incluindo grau de alteração,
descontinuidades, susceptibilidade à deterioração por alteração superficial
 Proposta de campanha de prospecção geotécnica, com reconhecimentos e
ensaios de campo e laboratório para caracterizar os terrenos, em especial de
fundação de estruturas e dos túneis.

Figura 5.

Figura 6.

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Durante o projecto de execução de obras rodoviárias ao longo do desmonte é necessário
que seja feita uma prospecção em rochas:

 Sondagens à rotação (diâmetro 86 mm) até abaixo da rasante


 O espaçamento depende da heterogeneidade.
 Valas na zona mais superficial.
 A escavabilidade é avaliada por métodos sísmicos durante o estudo geológico-
geotécnico.

8. Obras hidráulicas

Uma estrutura hidráulica é uma estrutura submersa ou parcialmente submersa em


qualquer corpo de água, que interrompe o fluxo natural da água. Elas podem ser usadas
para desviar, interromper ou interromper completamente o fluxo.

Estas estruturas tecnicamente muito complexas que exigem diversas soluções: estruturas
circulares de concreto, formas monoface, fôrmas trepantes, soluções de andaimes etc.
(Carvalho, 2009- Hidráulica de canais).

Como exemplos, pode-se citar a construção de barragens, canais, dutos, obras de


protecção de margens, estações de tratamento de água, estações de tratamento de águas
residuais, sistemas de irrigação, sistemas de drenagem, obras portuárias, entre outros.

8.1.Infra-estruturas hidráulicas
 Acéquia- comumente conhecida por aqueduto, é uma construção cujo objectivo
é permitir a passagem da água sobre arcadas ou por baixo das estradas ou
caminhos-de-ferro. Em geral as acéquias conduzem caudais de menor
importância, a sua principal finalidade é a rega.

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Figura 7.

 Albufeira- represa artificial em geral fechando a boca de um vale, mediante um


dique ou barragem e em que são armazenadas águas pluviais, dos rios, ou do
degelo a fim de as utilizar na rega.
 Bacia de dissipação- elemento que se situa no último troço dos dispositivos de
descarga constituído por lábio e canal de descarga, onde se produz o ressalto
hidráulico.

Figura 8.

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 Barragem- construção que tem por objectivo conter a água de um leito natural
ou armazenamento de diferentes materiais, como por exemplo escórias.

Figura 9.

 Bomba- dispositivo, em geral electromecânico ou hidropneumático, mediante o


qual se efectua a impulsão de fluídos.

Figura 10.
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 Canal- os canais podem ser classificados de diferentes maneiras: - Em função
do seu regime de funcionamento: abertos, fechados e cobertos.
 Central hidroeléctrica- instalação em que mediante o uso da força e velocidade
da água corrente, se fazem girar turbinas que, por seu turno, permitem gerar
energia eléctrica.

Figura 11.

9. Aproveitamento hidráulico

É conjunto de obras que tem por finalidade a captação, armazenamento e distribuição de


água para satisfazer as necessidades de água de uma ou mais atividades económicas ou
outros usos da água.

9.1.Aproveitamento hidráulico do Gove

O Aproveitamento Hidráulicos Gove – Aproveitamento Hidráulica do Gove, construído


na década de 70, constitui um dos mais importantes aproveitamentos hidráulicos da
bacia do Rio Cunene, pelo seu efeito regulador de caudais para jusante e pelo facto de
se encontrar situada na secção de influencia da três Rios caudalosos: Cunene, Etembo e
o Cunhangamua que, juntamente com os seus afluentes a montante, contribuem para a
bacia Hidrográfica do Cunene, que se desenvolve numa extensão de 1050 Km até ao

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Atlântico, dos quais 700 Km em território Nacional e os restantes 350 Km com a
mediana do rio a servir de fronteira natural entre Angola e a Namíbia.

O AH Gove localiza-se na Província do Huambo mais precisamente no Município da


Caála, estando a ser criadas as condições para o sector do Gove evolua para Município.

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10. Conclusão

Com o presente trabalho concluiu-se que as obras rodoviárias e hidráulicos e os seus


respectivos aproveitamentos são áreas de muita complexidade que requerem grande
uma vasta gama de análises geológicas e geotécnicas para que as estruturas tornem-se
resilientes às várias adversidades.

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11. Referências bibliográficas
1. Carvalho, J. Obras hidráulicas, UFLA editora- 2009, Minas Gerais.
2. Zaparrolli. A, Manual de instruções de obras hidráulicas, 2002, Goiânia

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