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UEM – Universidade Estadual de Maringá

Profa. Aline do Vale


Rodovias

Estudo do Traçado

Aula 3
INTRODUÇÃO

• Que tipo de rodovia


deve ser projetada?
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
• O produto final deve atender as expectativas
do consumidor (condutor) quanto a:

Segurança Segurança

& X
Conforto Conforto
INTRODUÇÃO
• De acordo com a Lei N° 9.503, de 23/09/1997 (Código de
Trânsito Brasileiro) que entrou em vigor em 08/01/1998,
utilizam-se as seguintes definições:
• Estrada: via rural não pavimentada;
• Rodovia: via rural pavimentada;
• Via rural: são estradas e rodovias
INTRODUÇÃO
• À forma (composição espacial) assumida por uma via rural dá-
se o nome de corpo estradal.

• O corpo estradal está posicionado sobre a superfície


topográfica (relevo), podendo cortar e/ou aterrar a mesma.
INTRODUÇÃO
• A caracterização (modelagem e projeto) do
corpo estradal (3D) é feita através de:

Modelagem
Vista planimétrica

Perfil longitudinal

Seções
Transversais
INTRODUÇÃO
• Função

Mobilidade Acessibilidade
INTRODUÇÃO
• Classificação Funcional

✓Arterial
✓Coletor
✓Local
INTRODUÇÃO
• Classificação técnica:

✓Classificação funcional -> classe de projeto;


✓Volume médio diário de tráfego (VMD);
✓Nível de serviço;
✓Natureza do terreno.
INTRODUÇÃO
Importante!!!

Estudos de Traçado bem realizados minimizam problemas de


projeto em diversas áreas (geométrico, terraplenagem,
interseções, drenagem, pavimentação, etc.)
Organização setor público

Níveis de Formulação da Execução da


Jurisdição política política
Federal Ministério da DNIT*
Infraestrutura
Estadual Secretarias de Estado DER e outras

Municipal Secretarias Municipais DMER e outras

• Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes


www.dnit.gov.br
NORMAS E MANUAIS
• O “Manual de projeto geométrico de rodovias rurais” (DNER, 1999) foi
lançado e aprovado pelo conselho Administrativo do DNER em 21 dez.
1999, por meio da resolução n° 15/99, com o objetivo de reunir as
informações essenciais pertinentes às normas para o projeto
geométrico de rodovias rurais em vigor no Brasil, incluindo
recomendações sobre aspectos não normatizados.
NORMAS E MANUAIS
• Desde a criação do já extinto DNER (atual DNIT) foram se formalizando no
Brasil as técnicas para execução de projetos e obras de rodovias através de
normas e manuais.

AUTOR PUBLICAÇÃO ANO TÍTULO


DNER 706 1999 Manual de Projeto Geométrico de Rodovias Rurais

DNIT 719 2006 Manual de Pavimentação


DNIT 723 2006 Estudo de Tráfego
DNIT 724 2006 Manual de Drenagens de Rodovias
CONDICIONANTES TRAÇADO
• Topografia
• Geologia e geotecnia
• Hidrologia e hidrografia
• Desapropriações
• Interferências no ecossistema
• Pontos obrigados de passagem
Topografia
• Relevo plano
✓Menor dificuldade na escolha do traçado
✓Pequeno movimento de terra
✓Menor custo de terraplanagem
✓Sem obras de arte de alto custo
Topografia
• Relevo ondulado
✓Razoável dificuldade na escolha do traçado
✓Razoável movimento de terra
✓Custo de terraplanagem maior que terrenos planos, porém
menor que terrenos montanhosos
✓Algumas obras de arte podem ser necessárias
Topografia
• Relevo montanhoso
✓Grandes dificuldades na escolha de traçado
✓Grandes movimentos de terra
✓Escavações em rochas
✓Necessidade de construção de obras de arte
✓Elevados custos de construção
Geologia e Geotecnia
• Presença de solos moles
• Escavação em rochas
• Estabilidade de taludes
• Permeabilidade dos solos
• Existência de erosão ativa
Hidrologia e Hidrografia
• Características da bacia hidrográfica
• Regime pluviométrico
• Obras de arte especiais
• Drenagem
Desapropriação
• Número e tipos de benfeitorias
Interferências no ecossistema
• Vegetação
• Nascente
• Fauna
• Sítios arqueológicos
• Estudo e relatório de impacto ambiental
Pontos de passagem obrigatórios
• Cidades intermediárias
• Ligar rodovias existentes
Acidentes Geográficos
Acidentes Geográficos
• Vale: é uma superfície côncava, formada por duas vertentes.

• Grota: é um vale apertado, profundo e pouco extenso.

• Desfiladeiro: É uma passagem estreita entre duas montanhas,


entre uma montanha e um curso d’água ou entre uma
montanha e o mar.
Acidentes Geográficos
• Vale
Acidentes Geográficos
• Desfiladeiro
Acidentes Geográficos
• Montanha: é uma elevação considerável da crosta terrestre
• Cordilheira ou cadeia de montanhas: é uma sucessão de
montanhas ligadas todas entre si. Quando se estuda um
traçado ao longo de uma montanha é necessário sempre saber
se ela é isolada ou ligada a outra, formando uma cordilheira
Acidentes Geográficos
• Cordilheira
Acidentes Geográficos
• Cume ou ponto culminante: é o ponto mais
alto de uma montanha ou cadeia de
montanhas. É um acidente que é sempre
evitado num traçado.
Acidentes Geográficos
• Cumeada ou linha de cumeada: é a linha
formada pelos pontos mais altos da montanha
ou cordilheira, no sentido longitudinal
Acidentes Geográficos
• Serra: é a denominação genérica de todo
terreno acidentado, quer se trate de
montanha ou seus contrafortes acidentados
Serra da Canastra, MG
Acidentes Geográficos
• Contraforte: é uma ramificação mais ou menos elevada
de uma montanha ou cordilheira, em direção transversal
à mesma. É um acidente importante num traçado de
estrada, pois muitas vezes é por ele que o traçado galga a
montanha
Acidentes Geográficos
• Espigão: é um contraforte secundário que se liga ao
contraforte principal, do mesmo modo como este se
liga à cordilheira. Este acidente é, muitas vezes, um
obstáculo em um traçado de estradas, obrigando a
grandes cortes ou mesmo a túneis nas estradas que
sobem pelo contraforte
Acidentes Geográficos
• Garganta ou colo: é uma depressão acentuada da linha de
cumeada de uma montanha ou cordilheira
Acidentes Geográficos
• Assentada: é uma área quase plana em zona
montanhosa. Muitas vezes as assentadas existentes
em um contraforte ou no fundo de um vale são
utilizadas para se fazer a mudança de sentido nos
traçados das estradas
Acidentes Geográficos
• Encostas, flancos ou vertentes de uma montanha: são
as rampas que vão da linha de cumeada até a base da
montanha; são as superfícies laterais inclinadas das
montanhas. A uma encosta escarpada dá-se o nome de
despenhadeiro, ribanceira ou perambeira.
Acidentes Geográficos
• Encostas, flancos ou vertentes de uma
montanha
Acidentes Geográficos
• Encostas, flancos ou vertentes de uma
montanha
Acidentes Geográficos
• Morros: são elevações limitadas, íngremes,
mas terrosas.

• Colina ou outeiro: é um morro achatado

• Planalto ou chapadão: é uma região mais ou


menos plana e horizontal no conjunto, situada
a grande altura
Acidentes Geográficos
• Talvegue: é a linha formada pelos pontos mais
profundos de um curso d’água. Num vale seco
o talvegue é a linha do fundo do vale
Acidentes Geográficos
• Divisor de águas: é a parte mais saliente do terreno, que
separa as águas pluviais que correm para uma certa
bacia, também denominado linha das vertentes. O
divisor de águas pode ter formas variadas, podendo ser
uma crista quando o divisor for estreito, e dorso se for
arredondado. Os traçados rodoviários percorrem, muitas
vezes, essas lombadas.
Acidentes Geográficos
• Divisor de águas
Estudo do Traçado
• Em geral, a solução para ligar dois pontos através de
uma estrada consiste em seguir a diretriz geral se
não houvesse nenhum obstáculo ou ponto que
forçasse a desviar a estrada de sua trajetória original
Estudo do Traçado
• Diretriz geral:
✓ É definida como sendo a reta que liga os pontos
extremos do traçado
✓ Os pontos extremos do traçado são geralmente pré-
determinados levando em conta a situação da nova
estrada no contexto geral da região
✓ Os pontos extremos são definidos pelo planejamento
(pontos obrigados de condição)
Pontos obrigatórios de
condição e passagem
• Condição: pontos de passagens obrigatórios do
traçado, condicionados ao projetista pelo
planejamento. Ex.: pontos extremos da via de ligação
entre cidades A e B

• Passagem: são pontos em que a diretriz geral foi


obrigado a desviar dos obstáculos encontrados ao
longo do percurso. Ex.: garganta, rios, solos moles,
etc.
Pontos obrigatórios de
condição e passagem
Casos Básicos de Traçado
• Primeiro: pontos situados na mesma bacia hidrográfica

• Segundo: pontos situados em bacias hidrográficas diferentes


Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados na mesma bacia:
✓Os dois pontos acham-se situados no fundo do mesmo vale:
Se os pontos estão situados na mesma margem do rio, a ligação
destes pontos é feita diretamente, bastando apenas verificar se
esta linha pode ou não ser contornada por meio de curvas de
raios apropriados
Casos Básicos de Traçado
Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados na mesma bacia:
✓Os dois pontos acham-se situados no fundo do mesmo vale:
• Se os pontos se encontrarem em margens opostas ao talvegue,
a questão é escolher o local mais apropriado onde o traçado
atravessará o curso d’água.
Casos Básicos de Traçado
Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados na mesma bacia:
✓Os dois pontos estão situados um no fundo e o outro numa das
vertentes:

• um caso já visto anteriormente;


• o outro como mostra a figura seguinte.
Casos Básicos de Traçado
Casos Básicos de Traçado
• Para ligar A com B, seguir exemplo anterior
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
1° Hipótese: Se i = H/D < imáx, temos 3 soluções:
imáx = inclinação
C máxima dentro do
limite permitido pela
norma
H
1° solução

D B
Casos Básicos de Traçado
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
1° Hipótese: Se i = H/D < imáx, temos 3 soluções:
imáx = inclinação
máxima dentro do
limite permitido pela
C norma

imáx
2° solução
H

B
D
Casos Básicos de Traçado
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
1° Hipótese: Se i = H/D < imáx, temos 3 soluções:
C Consiste em lançar o
imáx traçado a uma altura
superior à a enchente
máxima, prosseguir,
aproximadamente
H imáx com essa altura a
3° solução uma distância de C e,
posteriormente,
atingi-lo com uma
declividade máxima.
D B
Casos Básicos de Traçado
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
2° Hipótese: Se i = H/D > imáx

1° solução: desenvolvimento dentro do vale principal


Casos Básicos de Traçado
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
2° Hipótese: Se i = H/D > imáx

2° solução: desenvolvimento em ziguezague


Casos Básicos de Traçado
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
2° Hipótese: Se i = H/D > imáx

2° solução: desenvolvimento em ziguezague


Casos Básicos de Traçado
• Para ligar pontos B e C deve-se fazer:
2° Hipótese: Se i = H/D > imáx

2° solução: desenvolvimento em ziguezague

Quando o eixo da estrada acompanha as curvas de nível,


há uma redução do volume de material escavado. Esta
redução ocorre porque, ao se acompanhar as curvas de
nível, a plataforma da estrada cruzará menos com as
mesmas.
Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados em bacias diferentes:
Caso de transposição de gargantas

Quando o eixo da estrada tiver que cruzar um espigão, deve


fazê-lo nos seus pontos mais baixos, ou seja, nas gargantas.
Deste modo, as rampas das rodovias poderão ter declividades
menores, diminuindo os movimentos de terra.
Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados em bacias diferentes:
Caso de transposição de gargantas
Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados em bacias diferentes:
Caso de transposição de gargantas
Casos Básicos de Traçado
• Pontos situados em bacias diferentes:
Caso de transposição de gargantas

• Soluções:

𝐻
a) Se < 𝑖𝑚á𝑥 : não há necessidade de desenvolver o traçado, cortar
𝐿
ou aterrar.

𝐻
b) se > 𝑖𝑚á𝑥 : nesse caso é preciso verificar:
𝐿

(𝐻−2ℎ)
➢ Se < 𝑖𝑚á𝑥 : caso em que, aterrando em B e cortando em A,
𝐿
não haverá necessidade de desenvolver o traçado
(𝐻−2ℎ)
➢ Se > 𝑖𝑚á𝑥 : é necessário passar um túnel ou desenvolver o
𝐿
traçado.
Casos Básicos de Traçado
• Traçado de espigão:

• Declividade longitudinal favorável


• Terreno seco
• Baixos gastos com drenagem
Casos Básicos de Traçado
• Traçado de vale:

• Declividade longitudinal favorável


• Nível d’água
• Maiores gastos com drenagem
RECOMENDAÇÕES
• Definir a melhor direção a ser seguida pelo
traçado da estrada, isto é, orientar dentro do
possível, a melhor diretriz para o lançamento da
linha de ensaio, de modo que o futuro eixo seja
localizado próximo dela;

• Escolher os pontos obrigados do traçado,


principalmente, os relativos às travessias das
gargantas e dos curso d’água;

• Evitar o uso de rampa máxima para não


comprometer o nível de serviço;
RECOMENDAÇÕES
• Evitar ou minimizar cortes de rocha pois
encarecem o custo;
• Definir o eixo da rodovia de modo a minimizar
o custo de desapropriação;
• Definir o eixo da via de modo a minimizar
volumes de cortes e de aterro, para tanto,
seguir as curvas de nível sempre que possível;
• Evitar traçar o eixo da via transversalmente às
curvas de nível muito próximas para evitar o
efeito tobogã.
EXEMPLOS
EXEMPLOS
EXERCÍCIO
Dadas as curvas de nível e os pontos A e B, pede-se para
traçar o perfil longitudinal da estrada entre os pontos A e B
e determinar a inclinação.
km

km
EXERCÍCIO
Dadas as curvas de nível e os pontos A e B, pede-se para
traçar o perfil longitudinal da estrada entre os pontos A e B
e determinar a inclinação.

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