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CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA

PORTARIA Nº 1.004 DO DIA 17/08/2017

MATERIAL DIDÁTICO

PATOLOGIAS DO CONCRETO

0800 283 8380


www.faculdadeunica.com.br
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
UNIDADE 1 – ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E ENGENHARIA PREVENTIVA ....... 8
1.1 Engenharia Diagnóstica ........................................................................................ 8
1.2 Engenharia Preventiva/Manutenção ................................................................... 13
1.3 A inspeção predial ............................................................................................... 19
UNIDADE 2 – CAUSAS DA DETERIORAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE
CONCRETO .............................................................................................................. 21
2.1 Causas intrínsecas .............................................................................................. 26
2.2 Causas extrínsecas ............................................................................................. 27
UNIDADE 3 – DANOS COMUNS EM ESTRUTURAS DE CONCRETO .................. 29
3.1 Carbonatação ...................................................................................................... 29
3.2 Desagregação ..................................................................................................... 29
3.3 Disgregação ........................................................................................................ 30
3.4 Segregação ......................................................................................................... 30
3.5 Perda de aderência ............................................................................................. 30
3.6 Corrosão das armaduras ..................................................................................... 31
3.7 Corrosão do concreto .......................................................................................... 32
3.8 Calcinação........................................................................................................... 32
3.9 Reatividade álcali-agregado álcali sílica (RAS) ................................................... 32
UNIDADE 4 – PATOLOGIAS DAS FUNDAÇÕES ................................................... 35
4.1 Causas de recalque em fundações ..................................................................... 37
UNIDADE 5 – PATOLOGIAS DAS ALVENARIAS ................................................... 41
5.1 Fissuras, trincas e rachaduras ............................................................................ 43
5.2 Eflorescências ..................................................................................................... 48
5.3 Infiltração de água ............................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 53

Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.
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INTRODUÇÃO

O estudo das patologias de concreto armado é de extrema complexidade,


uma vez serem diversos os fatores que causam as manifestações patológicas, indo
desde ataques de agentes químicos até a própria sobrecarga imprevista numa
estrutura.
Segundo os dicionários, Patologia é a parte da medicina que estuda as
doenças. A palavra patologia tem origem grega de phatos, que significa sofrimento,
doença, e de logia, que é ciência, estudo. Sendo assim, podemos definir patologia
como a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças.
Sim, nós podemos, por analogia, transportar esse conceito para a
Engenharia Civil! Essa área usa o termo patologia para estudar, nas construções, as
manifestações, suas origens, seus mecanismos de ocorrência das falhas e seus
defeitos que alteram o aspecto estrutural e visual de uma edificação.
A Patologia das Estruturas é o campo da Engenharia das Construções que
se ocupa do estudo das origens, formas de manifestações, consequências e
mecanismos de ocorrência das falhas e dos sistemas de degradação das estruturas,
sendo as patologias em edificações os principais problemas que comprometem a
vida útil das construções (SOUZA; RIPPER, 2009).
Nessa direção, o estudo das patologias nas construções é de grande
importância na busca de qualidade e para que esses problemas possam ser
evitados, é necessário fazer um estudo detalhado das origens para eliminar as
manifestações existentes que leva à degradação das edificações.
Segundo norma do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de
Engenharia – IBAPE/SP –, nos trabalhos de inspeção, as anomalias e falhas são
separadas, já que, as anomalias estão relacionadas às deficiências de ordem
construtiva ou funcional, e as falhas possuem origem em atividade de manutenção,
uso e operação inadequada ou inexistente (NAZÁRIO; ZANCAN, 2011).
De maneira generalizada, essas causas e/ou agentes levam, dentre outros,
aos acidentes estruturais, os quais por sua vez, podem ter origens em qualquer uma
das atividades inerentes ao processo genérico da construção civil (concepção,
execução e utilização da obra).

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Igualmente, esses acidentes e patologias podem ser decorrentes e


consequentes às ações humanas, como, por exemplo, falta de capacitação técnica
da mão de obra, utilização de materiais de baixa qualidade ou ainda envelhecimento
dos materiais componentes das estruturas e ações externas, tais como choques,
ataques químicos, físicos e biológicos.

Figura 1: Exemplo de patologias em estruturas de concreto.


Fonte: Foto – Kirsanov Valeriy Vladimirovich / shutterstock.com. Disponível em:
https://www.aecweb.com.br/cont/m/rev/patologias-de-estruturas-de-concreto-identificacao-e-
tratamento_14342_10_0

Figura 2: Exemplo de patologias em estruturas de concreto.


Fonte: http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/146/concreto-reparo-reforco-e-recuperacao-de-
concreto-285462-1.aspx

Sucintamente, podemos dizer que o envelhecimento das estruturas,


especialmente aquelas de concreto armado ou protendido; deterioração das
mesmas devido à poluição atmosférica; irresponsabilidades em não atender às
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normas regulamentares são as causas mais contundentes para os problemas


estruturais.
Enfim, essas são justificativas mais que cabíveis para estudarmos as
patologias do concreto, uma vez que, projetar uma estrutura significa resolver seu
trinômio fundamental: a) segurança; b) funcionalidade; e, c) durabilidade; sendo
que todos os termos são igualmente prioritários. Qualquer deles é indispensável ao
sucesso do empreendimento. Todos são importantes para assegurar a qualidade
final da obra. Negligenciar, que seja parcialmente, um qualquer significa
comprometer, com toda a certeza, o resultado final da empreitada. Aos engenheiros
que atuam no projeto e na execução de estruturas cabe responsabilidade
indeclinável sobre a qualidade da resposta que sua obra dará a este trinômio
fundamental (MARTINS, 1996).
Também não é de se estranhar relacionarmos acidentes com patologias.
Muitas vezes os acidentes caminham pari passu às patologias. Certo é que: quando
o projeto de Engenharia for mal detalhado, a construção for realizada com
insuficientes planejamento e controle, os técnicos e operários não forem dotados da
qualificação adequada e os prazos de execução forem excessivamente curtos, a
estrutura de concreto resultante será quase certamente de má qualidade e irá se
deteriorar de modo prematuro, absorvendo gastos de recuperação e de reforço
exagerados para ser mantida em condições de uso. Como as estruturas de concreto
existentes estão envelhecendo, muitas já estão com dezenas de anos, os problemas
de deterioração estão cada vez mais acentuados, exigindo com frequência trabalhos
de recuperação e de reforço estrutural e, mesmo em casos mais graves, sua
demolição (LIMA, 1998).
Pois bem, vamos começar o módulo com noções básicas de Engenharia
Diagnóstica e Preventiva. Passaremos pela degradação do concreto, ou seja, os
danos mais comuns em estruturas de concreto; patologias de fundações, de
estruturas e de alvenarias.
Desejamos boa leitura e bons estudos, mas antes algumas observações se
fazem necessárias:
1) Ao final do módulo, encontram-se muitas referências utilizadas
efetivamente e outras somente consultadas, principalmente artigos retirados da

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World Wide Web (www), conhecida popularmente como Internet, que devido ao
acesso facilitado na atualidade e até mesmo democrático, ajudam sobremaneira
para enriquecimentos, para sanar questionamentos que por ventura surjam ao longo
da leitura e, mais, para manterem-se atualizados.
2) Deixamos bem claro que esta composição não se trata de um artigo
original1, pelo contrário, é uma compilação do pensamento de vários estudiosos que
têm muito a contribuir para a ampliação dos nossos conhecimentos. Também
reforçamos que existem autores considerados clássicos que não podem ser
deixados de lado, apesar de parecer (pela data da publicação) que seus escritos
estão ultrapassados, afinal de contas, uma obra clássica é aquela capaz de
comunicar-se com o presente, mesmo que seu passado datável esteja separado
pela cronologia que lhe é exterior por milênios de distância.
3) Em se tratando de Jurisprudência, entendida como “Interpretação
reiterada que os tribunais dão à lei, nos casos concretos submetidos ao seu
julgamento” (FERREIRA, 2005)2, ou conjunto de soluções dadas às questões de
direito pelos tribunais superiores, algumas delas poderão constar em nota de rodapé
ou em anexo, a título apenas de exemplo e enriquecimento.
4) Por uma questão ética, a empresa/instituto não defende posições
ideológico-partidária, priorizando o estímulo ao conhecimento e ao pensamento
crítico.
5) Pedimos compreensão por usar a lógica ocidental tradicional que funciona
como uma divisão binária: masculino x feminino, macho x fêmea ou homem x
mulher, mas na medida do possível iremos nos adequando à identidade de gênero,
cientes de que no mundo atual as pessoas tem liberdade de se expressarem de
forma tão diversa e plural e que o respeito à singularidade e a tolerância de cada
indivíduo torna-se fator de extrema importância.
6) Sabemos que a escrita acadêmica tem como premissa ser científica, ou
seja, baseada em normas e padrões da academia, portanto, pedimos licença para
fugir um pouco às regras com o objetivo de nos aproximarmos de vocês e para que

1
Trabalho inédito de opinião ou pesquisa que nunca foi publicado em revista, anais de congresso ou
similares.
2
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Eletrônico Aurélio. Versão 5.0. Editora
Positivo, 2005.
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os temas abordados cheguem de maneira clara e objetiva, mas não menos


científicos.
Por fim:
7) Deixaremos em nota de rodapé, sempre que necessário, o link para
consulta de documentos e legislação pertinente ao assunto, visto que esta última
está em constante atualização. Caso esteja com material digital, basta dar um Ctrl +
clique que chegará ao documento original e ali encontrará possíveis leis
complementares e/ou outras informações atualizadas. Caso esteja com material
impresso e tendo acesso à Internet, basta digitar o link e chegará ao mesmo local.

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UNIDADE 1 – ENGENHARIA DIAGNÓSTICA E


ENGENHARIA PREVENTIVA

A prevenção das patologias no/do concreto certamente começa pela


elaboração de um bom projeto e especificações adequadas a cada ambiente,
portanto, vamos começar o módulo refletindo um pouco sobre a Engenharia
Diagnóstica e a Engenharia Preventiva.
Evidentemente que vamos nos deparar com a questão que envolve
qualidade total, afinal de contas ela vem sendo buscada degrau a degrau pelas
organizações que primam por manterem-se no mercado de maneira competitiva e
saudável, mas adiantamos que o último módulo ficou reservado justamente para
tratarmos dela e outros temas que consideramos especiais.
Por ora, centraremos nossos esforços na Engenharia Diagnóstica e na
Engenharia Preventiva.

1.1 Engenharia Diagnóstica


Na sua origem brasileira, em 2005, a Engenharia Diagnóstica (ED) foi
conceituada como a arte de criar ações proativas, por meio dos diagnósticos,
prognósticos e prescrições técnicas, visando à qualidade total. Mais adiante, em
2011, o conceito tratava a ED como sendo a arte de distinguir anomalias por meio
de procedimentos técnicos. Logo adiante, em 2013, o conceito voltou-se para a
investigação técnica de manifestações patológicas prediais (construção,
manutenção e uso), visando aprimorar a qualidade ou determinar responsabilidades.
Todos esses conceitos abordam visões técnicas voltadas para os diagnósticos que
indicam caminhos para ações corretivas, cada qual adaptado a seu tempo, na sua
realidade (GOMIDE, 2016).
Atualmente, com as vigências de novas normas da ABNT, dentre elas NBRs
5674/12 e 15.575/13, maior abrangência da ED nas construções em geral, além das
edificações, e novas necessidades de diagnósticos para o desempenho, além das
tradicionais manifestações patológicas, bem como pela própria evolução natural da
disciplina, cabem novos enfoques e conceitos, podendo-se sugerir o seguinte:
Engenharia Diagnóstica é a disciplina do processo de determinação dos
diagnósticos de manifestações patológicas e níveis de desempenho das
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construções, através de investigações técnicas Tetra “IN” (INiciação – INtuição –


INter-relação – INferência), visando reparações e aprimoramentos de Qualidade
Total, ou apurações de Responsabilidades.
O processo diagnóstico desse novo conceito pode ser ilustrado pelo quadro
Tetra “IN”, ilustrado abaixo:
Quadro Tetra IN

Figura 3: Quadro Tetra IN.


Fonte: Gomide (2016, p. 2).

Em resumo: a Engenharia Diagnóstica é o check up da construção, desde a


sua concepção até a sua desconstrução.
Os resultados dos diagnósticos das investigações seguem uma hierarquia
que também podemos chamar de ferramentas.
São elas:
1) Vistoria em Edificação
É a constatação técnica de determinado fato, condição ou direito relativo a
uma edificação, mediante verificação in loco, ou seja, ela acontece pela inspeção
tátil-visual das condições aparentes da edificação, podendo contar, eventualmente,

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com o uso de alguns equipamentos e ferramentas não invasivas. Ou seja, não é


capaz de detectar vícios, defeitos ou anomalias ocultas.
Dentro do escopo da vistoria, enquadra-se a constatação e registro em laudo
técnico das condições físicas aparentes da edificação, não englobando qualquer
análise ou classificação das anomalias e falhas, nem exames ou testes para
detecção de suas causas e origens, tampouco as recomendações técnicas para
solução do problema.

2) Inspeção em Edificação
Geralmente é feita de forma preventiva. Seria a análise técnica de fato,
condição ou direito relativo a uma edificação, com base na interpretação e
experiência do engenheiro diagnóstico.
O trabalho de inspeção, assim como a vistoria, possui caráter tátil-visual e
não emprega ensaios tecnológicos para sua realização de forma que não são
levantadas as causas e origens das anomalias e falhas constatadas nem prescritas
soluções para as mesmas.
A inspeção registra e analisa os problemas construtivos existentes em um
imóvel em uso, classificando-os de acordo com o grau de risco e determinando uma
ordem de reparos e intervenções adequada para que os problemas mais graves
sejam corrigidos com prioridade e os demais de acordo com o orçamento disponível.
Seu principal objetivo é avaliar e identificar o estado geral da edificação e de seus
sistemas construtivos, analisando seus aspectos de desempenho, funcionalidade,
vida útil, segurança, estado de conservação e manutenção, utilização e operação.

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Figura 4: Progressividade Diagnóstica.


Fonte: https://www.institutodeengenharia.org.br/site/2014/12/09/auditoria-de-manutencao-e-
desempenho-com-base-nas-normas-da-abnt/

3) Auditoria em Edificação
É o atestamento técnico, ou não, de conformidade de um fato, condição ou
direito relativo a uma edificação.
Geralmente é recomendado para a conclusão e entrega de uma obra,
acionamento de garantia para edificações em fase de garantia e edificações em uso
para manutenção e conservação dos mesmos.

4) Perícia em Edificação
É uma análise mais completa e detalhada se comparada aos trabalhos
anteriores. É a determinação da origem, causa e mecanismo de ação de um fato,
condição ou direito relativo a uma edificação.
O trabalho de perícia é empregado com evidente sucesso na determinação
das responsabilidades pelas falhas e anomalias estudadas.
Além disso, é amplamente utilizado nos processos de reparos, recuperações
e reforços nas edificações.

5) Consultoria em Edificação
É um trabalho de maior complexidade. Da mesma forma que ocorre na
perícia, a consultoria determina as causas e origens das falhas e anomalias de uma

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edificação através de estudo técnico minucioso utilizando ensaios e testes


tecnológicos como artifício.
No entanto, a consultoria vai além do escopo da perícia, prescrevendo as
recomendações técnicas para solução do problema.
Em termos práticos, além de diagnosticar o problema construtivo, prescreve
para o gestor ou usuários da edificação a forma tecnicamente adequada de
solucioná-lo. Dessa forma, é altamente recomendada para a correção dos
problemas construtivos de uma edificação ou imóvel (ZANDONELLO, 2016).
Enfim, os laudos de Engenharia Diagnóstica podem servir para diversas
finalidades, mas as duas principais estão relacionadas aos estudos da qualidade
técnica ou produção de provas periciais.
A qualidade construtiva pressupõe a ausência de problemas técnicos, sendo
fundamental se evitar ou minimizar as patologias prediais, motivo da importância dos
estudos diagnósticos das mesmas, quer para repará-las, quer para evitá-las.
Quanto às provas periciais de Engenharia Diagnóstica, as mesmas visam a
apuração da responsabilidade pela ocorrência da patologia predial, para que se
possa indenizar as pessoas prejudicadas pelas suas ocorrências (GOMIDE, 2013).

Guarde...
Etiologia técnica da edificação é a determinação dos efeitos, origens, causas
e mecanismos de ação, agentes e fatores de agravamento das anomalias
construtivas e falhas de manutenção.
Terapêutica da edificação se reporta aos estudos das reparações das
anomalias construtivas e falhas de manutenção.
Patologia da edificação é o estudo que se ocupa da natureza e das
modificações das condições físicas e/ou funcionais produzidas pelas
anomalias construtivas e falhas da edificações, através de auditorias, perícias
e ensaios técnicos.

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Figura 5: Fluxograma da Engenharia Diagnóstica.


Fonte: Fagundes Neto (2014, p. 6).

1.2 Engenharia Preventiva/Manutenção


Entende-se por manutenção de uma estrutura, o conjunto de atividades
necessárias à garantia do seu desempenho satisfatório ao longo do tempo, ou seja,
o conjunto de rotinas que tenham por finalidade o prolongamento da vida útil da
obra, a um custo compensador.
Um bom programa de manutenção implica definição de metodologias
adequadas de operação, controle e execução da obra, e na análise custo-benefício
desta manutenção.
O foco na manutenção não é uma atividade nova. Ela vem se
desenvolvendo desde o início do século XX e, mais recentemente, em termos de
responsabilidade, vimos surgir a presença do usuário como elemento participante da
última etapa de uma obra, a etapa da utilização da estrutura, a qual contribui para a
garantia de desempenho, ou para a durabilidade da construção.
Em termos de manutenção, fica clara a corresponsabilização, pois
proprietário, investidor e usuário deverão sempre estar dispostos a suportar o custo
com o sistema de manutenção concebido pelos projetistas, que deverá ter sido
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respeitado e viabilizado pelo construtor. A base desse sistema, aliás, será o conjunto
de inspeções rotineiras, em que o usuário será figura preponderante (SOUZA;
RIPPER, 2009).
Falar em prevenção nos leva a algumas características necessárias a uma
obra: vida útil, desempenho e durabilidade.
a) Vida útil de um material entende-se como o período durante o qual as
suas propriedades permanecem acima dos limites mínimos especificados. O
conhecimento da vida útil e da curva de deterioração de cada material ou estrutura
são fatores de fundamental importância para a confecção de orçamentos reais para
a obra, assim como de programas de manutenção adequados e realistas (SOUZA;
RIPPER, 2009).
De acordo com a ISO 13823:2008, vida útil é definida também

como o período efetivo de tempo durante o qual uma estrutura ou qualquer


de seus componentes satisfazem os requisitos de desempenho do projeto,
sem ações imprevistas de manutenção ou reparo.

A vida útil está ligada diretamente à durabilidade, se a edificação tiver seus


produtos ou sistemas prediais duráveis, consequentemente, terá sua vida útil
prolongada (POSSAN; DEMOLINER, 2013).
“Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às
atividades para as quais foram projetados e construídos (...).” (NBR 15575:2013, p.
34).
O estudo da vida útil das estruturas está ligado ao que é tecnicamente
ponderável, e a sua evolução deve necessariamente passar por maior conhecimento
de durabilidade dos materiais, dos componentes e dos vários sistemas estruturais,
assim como pelo aperfeiçoamento dos processos construtivos, dos programas e das
técnicas de manutenção (SOUZA; RIPPER, 2009).
No passado, as normas brasileiras deixavam subentendido que 50 anos era
o prazo de vida útil especificada em projeto (HELENE, 2013).
Após a NBR 15575, a norma brasileira de desempenho especifica que a vida
útil de projeto da estrutura de concreto é no mínimo 50 anos, já os ingleses adotam
que a estrutura deverá ter vida útil de no mínimo 60 anos, o que representa projetos
de estruturas mais duráveis. Vejam os quadros abaixo:
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Exemplos de Vida Útil de Projeto aplicando os conceitos da NBR 15575

Parte da edificação Exemplos VUP em anos


Mín. Interm. Sup.

Estrutura principal Fundações, elementos estruturais (pilares,


vigas, lajes, e outros), paredes estruturais, ≥50 ≥63 ≥75
estruturas periféricas, contenções e arrimos.

Estruturas Muro divisórias, estrutura de escadas ≥20 ≥25 ≥30


auxiliares externas.
Vedação externa Paredes de vedação externas, painéis de ≥40 ≥50 ≥60
fachada, fachada-cortina.
Vedação interna Paredes e divisórias leves internas, escadas ≥20 ≥25 ≥30
internas, guarda-corpo.
Fonte: ABNT NBR 15575:2013.

Vida Útil de Projetos recomendada pelos ingleses


BS 7543, 1992 - Guia para Durabilidade de Edifícios, elementos dos edifícios,
produtos e componentes
Vida útil Tipo de estrutura

< 10 anos Temporárias.

> 10 anos Substituíveis.

> 30 anos Edifícios industriais e reformas.

> 60 anos Edifícios novos e reformas de edifícios públicos.

> 120 anos Obras de arte e edifícios públicos novos.

Fonte: Helene (2003, p.10).

b) Desempenho é “o comportamento em uso de uma edificação e de seus


sistemas” (NBR 15575, 2013, p. 30) e só poderá ser considerado satisfatório se
atender às exigências do usuário daquela edificação (RAMOS, 2010).
Numa edificação, o desempenho pode ser entendido como as condições
mínimas de habitabilidade (como conforto térmico, higiene, entre outros) necessárias
para a utilização dos indivíduos durante determinado período de tempo (DEMOLIER;
POSSAN, 2013).
Segundo Souza (2015), o desempenho pode variar de um produto para o
outro, pois as edificações são compostas de diversos produtos que estão sujeitos a

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um conjunto de fenômeno durante a sua vida útil denominado condições de


exposições, causadas por ações de:
i) fenômenos naturais (variações de temperatura, umidade do ar, ação de
intempéries, ações externas da edificação, entre outros);
ii) cuidados no uso (manutenção);
iii) concepção (exigências do usuário, acomodação da estrutura, ação de
carga permanente).
Frise-se que para a análise do desempenho desses produtos na edificação,
deve-se considerar também a finalidade a qual foi projetada, e o atendimento aos
usuários, independente do material utilizado na fase de concepção (JONH; SATTO,
2006 apud MATTOS JUNIOR, 2013).
Para atingir a finalidade de se verificar o desempenho dos materiais,

(...) é realizada uma investigação sistemática baseada em métodos


consistentes, capazes de produzir uma interpretação objetiva sobre o
comportamento esperado do sistema nas condições de uso definidas (NBR
15575:2013).

c) A durabilidade é a capacidade da edificação ou de seus sistemas de


desempenhar suas funções ao longo do tempo, sob condições de uso (...) (NBR
15575:2013).
A durabilidade não é apenas a propriedade em si do material, mas sim a
função relacionada a ele, no qual está exposta e submetida à condição de utilização,
as suas características e/ou componentes, durante a vida útil da edificação
(DEMOLINER; POSSAN, 2013).
De acordo com John e Satto (2006 apud MATTOS JUNIOR, 2013), para
análise de durabilidade de um material, deve-se sempre considerar o ambiente que
ele está exposto, pois as condições de degradação do mesmo, afeta diretamente na
sua vida útil.
Focando nas estruturas de concreto, Souza e Ripper (2009, p. 19) explicam
que a associação entre vida útil e durabilidade é inevitável. Conhecidas ou
estimadas, as características de deterioração do material concreto e dos sistemas
estruturais, entende-se como durabilidade o parâmetro que relaciona a aplicação
dessas características a uma determinada construção, individualizando-a pela

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avaliação da resposta que dará aos efeitos da agressividade ambiental, e definindo,


então, a vida útil da mesma.
Deve-se entender que a concepção de uma construção durável implica a
adoção de um conjunto de decisões e procedimentos que garantam à estrutura e
aos materiais que a compõem um desempenho satisfatório ao longo da vida útil da
construção.
Em termos de durabilidade das estruturas de concreto, e para além das
questões ligadas à resistência mecânica propriamente dita, a palavra-chave
relacionada ao material concreto, como pseudossólido que é, é água.
Assim, serão a quantidade de água no concreto e a sua relação com a
quantidade de ligante, o elemento básico que irá reger características como
densidade, compacidade, porosidade, permeabilidade, capilaridade e fissuração,
além de sua resistência mecânica, que, em resumo, são os indicadores de qualidade
do material, passo primeiro para a classificação de uma estrutura como durável ou
não.
O outro lado da equação é justamente o que aborda a agressividade
ambiental, ou seja, a capacidade de transporte dos líquidos e gases contidos no
meio ambiente para o interior do concreto.
Portanto, a modelização do mecanismo de estudo da durabilidade passa
pela avaliação e compatibilização entre a agressão ambiental, por um lado, e a
“qualidade” do concreto e da estrutura, por outro, sendo este cenário definido à luz
do tempo e do custo da estrutura.
As normas e regulamentos seja em fase de produção, e as que já vigoram
desde o século XX, optaram por estabelecer os critérios que permitem aos
responsáveis individualizar, convenientemente, modelos duráveis para as suas
construções, a partir da definição de classes de exposição das estruturas e de seus
componentes em função da deterioração a que estarão submetidas, a partir de:
corrosão das armaduras, sob efeito da carbonatação e/ou dos cloretos, por
tipo de ambiente;
ação do frio e/ou do calor, também por tipo de ambiente;
agressividade química.

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18

Para cada caso ou combinação de casos, as classes de exposição indicarão


níveis de risco ou parâmetros mínimos a serem observados como condição primeira
para que se consiga uma construção durável. Assim, estarão definidos:
a) dosagem mínima de cimento;
b) fator água/cimento máximo;
c) classe de resistência mínima do concreto;
d) cobrimento mínimo das barras das armaduras;
e) método de cura (MAZER, 2008).

Guarde...
No Brasil, a Norma de Desempenho (NR 15575), lançada em 2013,
constitui-se no principal documento normativo voltado ao desempenho de
edificações habitacionais. Objetiva estabelecer uma sistemática de avaliação de
tecnologias e sistemas construtivos habitacionais, com base em requisitos e critérios
de desempenho expressos em normas técnicas brasileiras vigentes.
Essa norma definiu as condições mínimas de exposição (sobrecarga, peso
próprio, ação de intempéries, entre outros) que a estrutura de concreto deve atender
durante a vida útil e os seus requisitos mínimos:
não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes;
prover segurança aos usuários sob ação de impactos, vibrações e outras
solicitações decorrentes da utilização normal da edificação, previsíveis na
época do projeto;
não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deformações de
quaisquer elementos da edificação, admitindo-se tal requisito atendido, caso
as deformações se mantenham dentro dos limites estabelecidos nesta Norma;
não repercutir em estados inaceitáveis de fissuras de vedações e
acabamentos;
não prejudicar a manobra normal de partes como portas e janelas, nem
repercutir no funcionamento anormal das instalações em face das
deformações dos elementos estruturais;
atender às disposições das normas NBR 5629, NBR 11682 e NBR 6122
relativas às interações com o solo e com o entorno da edificação.

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19

Uma das formas de detectar e evitar o agravamento das patologias


presentes na estrutura é através da inspeção estrutural periódica para
monitoramento das patologias. Com isso, cria-se a possibilidade de proporcionar
maneiras de garantir maior vida útil e resistência à degradação da estrutura, além de
ser uma forma de economizar recursos com a prevenção (KRÜGER; MOREIRA;
BRIK, 2013).
Brandão (1999 apud CASTRO, 2016) relembra que durante anos, o concreto
foi considerado um material extremamente durável. E que atualmente a deterioração
precoce das estruturas estão ligadas diretamente a um somatório de fatores, dos
quais citam-se: inadequação dos materiais, má utilização da obra, agressividade do
meio ambiente, ineficiência e falta de manutenção.
Vale anotar que patologias em estruturas de concreto sempre existirão, seja
devido à dilatação dos materiais ou à ação de intempéries, entre outros, o problema
é a idade em que estão surgindo. Ocorre que, atualmente, antes dos 20 anos de
existência, as edificações já necessitam de manutenções corretivas para aumento
da vida útil (ANDRADE; COSTA; SILVA, 2008).
Pelos motivos acima e por ser um erro acharmos que uma construção seja
uma obra eterna sem necessidades de intervenções, as obras precisam de
avaliação periódica e criteriosa em todas as áreas e sistemas, o que ocorre
geralmente via inspeção predial.

1.3 A inspeção predial


Seja na prancheta, em erros de concepção, na execução da obra, por
causas extrínsecas, por falhas de manutenção, por mau uso, enfim, são várias as
possibilidades do surgimento de problemas em uma edificação e disso decorre a
importância da inspeção predial, ou seja, para detectar, monitorar e corrigir (quando
possível) as falhas e deficiências.
Na inspeção predial, avalia-se o real estado de conservação e manutenção
da edificação, bem como o grau de criticidade das deficiências constatadas.
Ressalte-se que existem diferentes tipos de inspeção que podem ser realizadas em
um edifício. A escolha entre um ou outro modelo depende de alguns fatores como,
por exemplo, o grau de profundidade e detalhamento desejado pelo inspetor, a

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20

finalidade da inspeção predial, as condições do imóvel e a complexidade dos


sistemas instalados, entre outros.
Depois de identificar as anomalias e falhas, as patologias são classificadas
quanto ao grau de urgência em relação à perda de desempenho e aos riscos aos
usuários com relação a algumas medidas de manutenção que devem ser tomadas,
tais como: substituição de peças e dispositivos que estão apresentando problemas,
bem como de componentes perto do fim de sua vida útil, realização de teste de
estanqueidade, limpeza, entre outros (CARVALHO JÚNIOR, 2013).

Guarde...
A inspeção predial:
identifica necessidade de ações corretivas e preventivas;
fornece subsídios para implantação do programa de manutenção predial;
possibilita a classificação das anomalias e falhas quanto à ordem de
prioridade de ações reparadoras;
fornece recomendações técnicas quanto à necessidade de correções
prevenindo ações corretivas insatisfatórias que necessitarão de retrabalho e
possibilitarão o ressurgimento ou agravamento dos problemas; e,
dentro de certo nível, propicia a manutenção preditiva, uma vez que a
inspeção predial poderá fornecer prognóstico de ocorrência de anomalias e
também poderá conter sugestão de realização de testes e ensaios
tecnológicos para identificação de problemas (SILVA, 2016).

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UNIDADE 2 – CAUSAS DA DETERIORAÇÃO DAS


ESTRUTURAS DE CONCRETO

Numa estrutura, as manifestações patológicas comprometem a capacidade


mecânica, funcional e estética da construção, o que reforça a relação entre a
patologia e o desempenho da edificação conforme seu uso. Além do desempenho,
há outros dois aspectos essenciais, o tempo que está associado à vida útil, e a
condição de exposição que se entende como durabilidade (ANDRADE; COSTA e
SILVA, 2008).
Helene (1992) nos lembra que para um dano qualquer, existe a possiblidade
de vários fatores serem responsáveis. Esses danos podem vir apenas a causar
incômodos para aqueles que irão utilizar a obra segundo o fim para que foi feita, tais
como pequenas infiltrações até grandes problemas que podem levar a estrutura ao
colapso.
Também já sabemos que as manifestações patológicas podem surgir desde
a etapa de concepção da estrutura, na fase da construção propriamente dita ou na
fase de utilização que dependerá de uma boa manutenção.
Manifestações patológicas em estruturas de concreto armado que tenham
sua causa na concepção do projeto são aquelas que advêm de um mau
planejamento do mesmo ou falhas técnicas, sejam por desconhecimento ou
negligência. Podem se originar de um mau lançamento da estrutura, erro em
execução de anteprojeto ou até mesmo na elaboração do projeto de execução.
Podemos citar como exemplo as fissuras em uma viga devido ao erro de cálculo da
flecha, ou fissuras de elementos estruturais devido a não ser respeitado ou
negligenciado o Estado Limite Último3 (TRINDADE, 2015).
Na fase de execução do projeto, antes de qualquer processo de construção,
deve haver o planejamento do canteiro da obra para o bom andamento da mesma,
assim como a programação de todas as atividades e também o cronograma com o
tempo limite de cada parte a ser executada.
Os responsáveis técnicos da obra, juntamente com os mestres de obras,
devem estar totalmente atentos ao projeto e a todas as informações que o mesmo
3
Situação (limite) a partir da qual a estrutura deixa de atender a uma das finalidades de sua
construção.
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22

fornece, tais como escalas, dimensões e posições dos elementos estruturais e


demais medidas para que a execução ocorra da melhor maneira possível, evitando
que futuramente surjam manifestações patológicas. Outro fator que deve ser
analisado nesta etapa é a qualidade da mão de obra do quadro de funcionários. É
comum ocorrerem erros que geram patologias quando se usa mão de obra
desqualificada ou até mesmo mão de obra qualificada, que não esteja ambientada
para uma nova tecnologia, ou ainda usá-la fora de sua área de especialização.
A partir do instante em que é iniciada a construção, a mesma já está
suscetível à ocorrência de falhas das mais diversas naturezas, associadas a causas
variadas como (já dito) falta de mão de obra qualificada, controle de qualidade
praticamente inexistente, execução da obra com pouca qualidade, péssimas
condições de trabalhos para os funcionários, materiais de segunda linha com
qualidade péssima, irresponsabilidade técnica dos responsáveis e até mesmo
sabotagem. Pode-se citar como exemplos de patologias geradas por erros na
execução de estruturas de concreto armado, trincas em vigas devidas à falta de
barras de aço, trincas de elementos estruturais devido ao mau escoramento das
formas, falhas no concreto devido à precária vibração do concreto (TAKATA, 2009).
Por fim, na fase de utilização, dentre outros, o manuseio errôneo da
construção é um dos motivos de surgimento de patologias, além da falta e
manutenção.
Trindade (2015) explica que após a liberação da obra para o usuário, este
poderá causar danos na estrutura, seja por desleixo ou ignorância. O uso da
estrutura deve ser visto de maneira análoga a qualquer equipamento mecânico ou
elétrico, ou seja, deve-se usá-la respeitando o projeto e realizando as manutenções
necessárias indicadas pelos responsáveis técnicos.
Em especial, quando se fala em concreto, deve-se dar atenção para
produtos que venham a causar corrosão do mesmo e das armaduras de aço, assim
como para os valores de sobrecargas permitidos nos elementos estruturais. Alguns
exemplos de patologias geradas nesta fase são trincas devido à retirada de alguma
estrutura, portante para abrir vãos, seja para janelas, portas ou qualquer outra
finalidade.

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De todo modo, a formação das patologias está diretamente interligada à


durabilidade, ou seja, a qualidade dos materiais empregados que compõe a
estrutura de concreto e o desempenho ao longo do tempo está relacionado ao
atendimento às necessidades dos usuários e o fim para o qual foi projetado, e, que
juntos, atrelados a uma política de manutenção, garantem o prolongamento da vida
útil da estrutura até o fim da sua vida útil de serviço, conforme demonstrado nas
duas ilustrações abaixo:
Conceitos gerais correlatos à patologia das construções

Figura 6: Conceitos gerais correlatos à patologia das construções.


Fonte: Andrade; Costa e Silva (2008, p. 3).

Variação do desempenho de uma estrutura de concreto armado ao longo do tempo

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Figura 7: Variação do desempenho de uma estrutura de concreto armado ao longo do tempo.


Fonte: Medeiros, Andrade e Helene (2011, p.10).

Em se tratando de edifícios de múltiplos pavimentos em concreto armado no


Brasil, a manifestação patológica mais detectada é a corrosão de armadura, cujas
consequências estruturais podem ser muito graves, e suas origens são ocasionadas
por diversos fatores, como infiltrações de água e desplacamento em revestimentos
aderidos, principalmente em áreas externas (COSTA; SILVA, 2008).
O IBAPE (2012) complementa que são comuns nas estruturas de concreto,
patologias classificadas como fissuras, trincas, rachaduras e fenda, ocasionadas
pelo conflito da combinação química dos elementos ou execução, e a consequência
mais comum é o destacamento do concreto ou a perda de seção da peça.
Os principais sintomas das patologias em estruturas de concreto, suas
causas e configurações pode-se enumerá-los em oito:
1. eflorescência;
2. fissuração e perda de massa (resistência);
3. expansão e fissuração;
4. manchamento superficial;
5. expansão, fissuração e lascamentos da armadura;
6. fissuras, lascas da estrutura;
7. fissuras verticais em contato com o elemento que restringe a contração da
estrutura; e,

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8. fissuras da estrutura (PIANCASTELLI, 2005 p. 3 apud MATTOS JUNIOR,


2013).
Medeiros, Andrade e Helene (2011, p. 4) também afirmam que

não há limites explícitos para fissuras de corrosão, expansões por reações


álcali-agregados, lixiviação tipo eflorescências, fungos, manchas,
despassivação, carbonatação, perfil de cloretos e outras formas de
deterioração das estruturas de concreto.

Guarde...
As possíveis causas de falhas que podem ocorrer durante a etapa de estudo
da futura edificação são aquelas originadas de um estudo preliminar deficiente, ou
de anteprojetos equivocados, enquanto que as falhas geradas na realização do
projeto final, geralmente são as responsáveis pela implantação de problemas
patológicos sérios e podem ser por diversos fatores, tais como:
a) projetos inadequados (deficiência no cálculo da estrutura, avaliação da
resistência do solo, má definição do modelo analítico, entre outros);
b) falta de compatibilidade entre o projeto estrutural e o arquitetônico, bem como
os demais projetos civis;
c) especificação inadequada de materiais;
d) detalhamento insuficiente ou errado;
e) detalhes construtivos inexequíveis;
f) falta de padronização das representações (convenções);
g) erros de dimensionamento (SOUZA; RIPPER, 2009).
A sequência lógica do processo de construção civil indica que a etapa de
construção deva ser iniciada somente após o término da etapa de concepção, com a
conclusão de todos os estudos e projetos que lhe são inerentes.
As principais falhas que podem ocorrer durante a etapa de execução da
estrutura são:
a) deficiências de concretagem (transporte, lançamento, juntas de concretagem,
adensamento, cura, outros);
b) inadequação de escoramentos e fôrmas;
c) deficiência nas armaduras (estribos, ancoragem, emendas, cobrimento,
espaçamento, posicionamento);

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d) má utilização ou utilização incorreta dos materiais de construção (fck inferior


ao especificado, aço diferente do especificado, solo com características
diferentes, utilização inadequada de aditivos, dosagem inadequada do
concreto);
e) inexistência de controle de qualidade (SOUZA; RIPPER, 2009).

2.1 Causas intrínsecas


Souza e Ripper (2009) classificam como causas intrínsecas aquelas em que
os processos de deterioração das estruturas são inerentes a elas mesmas, ou seja,
as que se originam dos materiais e das peças estruturais, durante as fases de
execução ou utilização, por falhas humanas, por questões próprias ao material
concreto e por ações externas, inclusive acidentes.
Mesmo parecendo e sendo redundantes devemos frisar que:
a) Falhas humanas durante a construção muitas vezes ocorrem devido à
baixa qualidade de mão de obra, dentre as quais podemos citar:
deficiências de concretagem – transporte, lançamento, juntas de
concretagem, adensamento e cura;
inadequação de escoramentos e formas;
deficiência nas armaduras – má interpretação dos projetos, insuficiência de
armaduras, mau posicionamento das armaduras, cobrimento de concreto
insuficiente, dobramento inadequado das barras; deficiência nas ancoragens;
utilização incorreta dos materiais de construção – fck inferior ao especificado,
aço diferente do especificado, utilização inadequada de aditivos;
inexistência de controle de qualidade.

b) Falhas humanas durante a utilização.

c) Causas naturais:
causas próprias à estrutura porosa do concreto;
causas químicas – reações internas ao concreto, presença de cloretos e
elevação interna da temperatura do concreto;
causas físicas – variação de temperatura, insolação, vento e água;

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causas biológicas – animais (insetos, roedores, pássaros, vermes) vegetais


(raízes trepadeiras, fungos, bolores).

2.2 Causas extrínsecas


As causas extrínsecas são classificadas, também por Souza e Ripper
(2009), como sendo aquelas que ocorrem independentemente da estrutura em si,
assim como da composição dos materiais como concreto e aço e de erros de
execução. De maneira geral, podem ser entendidas como os fatores que atacam a
estrutura de fora para dentro durante a concepção e a vida útil da estrutura.
Elas seriam:
a) Falhas humanas durante o projeto
Má avaliação de cargas – as cargas em uma construção qualquer devem ser
avaliadas corretamente a partir de Normas que regulamentam o valor que o
engenheiro calculista irá utilizar no projeto para dimensionar as estruturas.
Caso contrário, poderão ocasionar patologias nas estruturas de concreto
armado. São divididas em gravitacionais, climáticas e acidentais:
* podem ser cargas gravitacionais permanentes – aquelas que correspondem
ao peso próprio das estruturas somados ao peso da alvenaria, pisos e
revestimentos. Também podem ser gravitacionais variáveis, como aquelas
que consistem em cargas que variam com o tempo, por exemplo, caixas
d’agua;
* cargas climáticas, geralmente são vento, neve e ondas. As correspondentes
ao vento são as que recebem maior atenção no Brasil, devendo ser
consideradas juntamente ao peso próprio e sobrecarga nas combinações
para chegar aos momentos máximos para que assim o engenheiro calculista
dimensione a estrutura. Cargas de ondas agem e devem ser consideradas
em pilares de pontes devido à correnteza dos rios, e cargas devido à neve,
são desconsideradas no Brasil;
* cargas acidentais são aquelas que em geral são consideradas em situações
de risco, por exemplo, choques de aeronaves em prédios altos, fundações
calculadas para resistir ao máximo à ocorrência de abalos sísmicos, viadutos
calculados para resistir ao choque de veículos.

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Inadequação ao ambiente.
Incorreção não relação solo-estrutura.
Incorreção na consideração de juntas de dilatação.

b) Falhas humanas durante a utilização


Sobrecargas Exageradas.
Alteração das condições do terreno de fundação.

c) Ações mecânicas
Choques de Veículos.
Recalque de Fundações.
Acidentes (Ações Imprevisíveis).

d) Ações físicas
Variação de Temperatura.
Insolação.
Atuação da água.

d) Ações químicas

e) Ações biológicas

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UNIDADE 3 – DANOS COMUNS EM ESTRUTURAS DE


CONCRETO

3.1 Carbonatação
Uma das causas mais frequentes da corrosão em estruturas de concreto
armado, a carbonatação é a transformação do hidróxido de cálcio, com alto pH, em
carbonato de cálcio, que tem um PH mais neutro (VITÓRIO, 2003).
A perda de pH do concreto representa um problema, pois em seu ambiente
alcalino – pH variando de 12 a 13 -, as armaduras estão protegidas da corrosão,
mas, abaixo de 9,5, tem-se o início do processo de formação de células
eletroquímicas de corrosão, começando a surgir, depois de algum tempo, fissuras e
desprendimentos da camada de cobrimento.
A existência de umidade no concreto influencia bastante o avanço da
carbonatação. Outros fatores que também contribuem para que o fenômeno se
desenvolva com mais rapidez são: a quantidade de CO2 do meio ambiente, a
permeabilidade do concreto e a existência de fissuras (VITÓRIO, 2003).

Figura 8: Representação da frente de carbonatação ao longo do tempo.


Fonte: https://www.researchgate.net/figure/Figura-1-Representacao-da-frente-de-carbonatacao-ao-
longo-do-tempo_fig1_315036952

3.2 Desagregação
É a deterioração, por separação de partes do concreto, provocada, em geral,
pela expansão devido à oxidação ou dilatação das armaduras, e também pelo
aumento de volume do concreto quando este absorve água. Pode ocorrer também
devido às movimentações estruturais e aos choques.
Abrasão, erosão e cavitação levam à desagregação. Os agentes podem ser
gases, líquidos e partículas (VITÓRIO, 2003).

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3.3 Disgregação
Caracteriza-se pela ruptura do concreto, em especial nas partes salientes da
estrutura. O concreto disgregado geralmente apresenta as características originais
de resistência, porém não foi capaz de suportar a atuação de esforços anormais
(VITÓRIO, 2003).

3.4 Segregação
É a separação entre os elementos de concreto – a brita e a argamassa –
logo após o lançamento (VITÓRIO, 2003).
Na segregação interna, as partículas maiores e mais pesadas tendem a
assentar na parte inferior; já na segregação externa, as partículas maiores tendem a
separar da mistura durante o lançamento.
Consequências da segregação:
heterogeneidade do concreto endurecido;
alterações nas relações agregado/cimento e água/cimento dentro do material.

São fatores que afetam a segregação:


quantidade de água;
concretos muitos secos ou úmidos facilitam a segregação;
adições ou aditivos;
a adição de pozolanas, particularmente em misturas pobres reduz a
segregação;
a incorporação de ar tem efeito análogo – as bolhas de ar funcionam como
material fino;
aditivos superfluidificantes – produz-se concretos fluidos e não segregáveis
pela elevada redução da água de amassamento, especialmente nas misturas
ricas (GUERRA, 2013).

3.5 Perda de aderência


Pode ocorrer entre a armação e o concreto ou entre concretos. A perda de
aderência entre o concreto e o aço ocorre geralmente nos casos de oxidação ou
dilatação da ferragem (VITÓRIO, 2003).

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3.6 Corrosão das armaduras


A corrosão das armaduras pode-se originar por:
– uma ação química; ou,
– uma ação eletroquímica.
• O aço diminui sua seção, e se converte completamente em óxidos.
• O concreto pode fissurar ou delaminar-se devido às pressões de expansão
dos óxidos.
• A aderência da armadura diminui ou desaparece.
São principais manifestações patológicas no concreto armado:
– recobrimento das armaduras abaixo dos valores recomendados pelas
normas da ABNT;
– concreto executado com elevado fator água/cimento, acarretando elevada
porosidade do concreto e fissuras de retração;
– ausência ou deficiência de cura do concreto, propiciando a ocorrência de
fissuras, porosidade excessiva, diminuição da resistência, entre outros;
– segregação do concreto com formação de ninhos de concretagem;
– erros de traço;
– lançamento e vibração incorretos, formas inadequadas, entre outros
(UFOP, 2013).
Em resumo: a porosidade do concreto, a existência de trincas e a deficiência
no cobrimento fazem com que a armação seja atingida por elementos agressivos,
acarretando, dessa maneira, a sua oxidação. A parte oxidada aumenta o seu volume
em cerca de aproximadamente 8 vezes e a força da expansão expele o concreto do
cobrimento, expondo totalmente a armadura à ação agressiva do meio. A
continuidade desse fenômeno acarreta a total destruição da armação, conforme
ilustrado abaixo:

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Figura 9: Fissuras causadas pela corrosão das armaduras.


Fonte: Vitório (2003, p. 32).

3.7 Corrosão do concreto


O concreto, mesmo sendo bastante resistente quando de boa qualidade está
sujeito a sofrer danos em presença de agentes agressivos. Normalmente, o concreto
mais atacado é o de má qualidade, permeável, segregado, entre outros.
Os agentes ácidos, os sulfatos, o cloro e seus compostos, os nitratos e
nitritos são os principais fatores destrutivos do concreto.
Mesmo a água totalmente pura, como é o caso das águas de chuvas, pode
atacar o concreto através da infiltração e do acumulo ao longo do tempo (VITÓRIO,
2003).

3.8 Calcinação
É o ressecamento das camadas superficiais do concreto devido à ocorrência
de incêndios.

3.9 Reatividade álcali-agregado álcali sílica (RAS)


A reação álcali-agregado tem sido comumente dividida em três tipos:
Reação Álcali-Sílica (RAS), Reação Álcali-Silicato (RASS) e Reação Álcali-
Carbonato (RAC). Em todos os casos, a consequência principal é a expansão
continuada do concreto ao longo de 60 anos e sua consequente fissuração
(CICHINELLI, 2007).
a) Reação Álcali-Sílica: a RAS é uma reação química que ocorre entre a
sílica existente em determinados tipos de agregados utilizados no concreto e o álcali
(pode ser o de sódio ou de potássio) presente na parte de cimento, ou seja, a sílica
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reage com os álcalis sódio e potássio formando um gel sílico-alcalino, altamente


instável, que começa a absorver água e a se expandir, ocupando um volume maior
que os materiais que originaram a reação.
A RAS provoca trincas de grande magnitude na superfície das estruturas
que genericamente se dispõem no sentido longitudinal da peça, interconectadas por
finas trincas aleatórias transversais. Esse tipo de patologia foi identificado pela
primeira vez em 1937 como sendo um sério problema para barragens, pontes e
pavimentos de rodovias.
No Brasil, diversas barragens e pontes apresentam os sintomas da RAS,
algumas já em estágio avançado (VITÓRIO, 2003).
Detalhe de reação álcali-agregado: a seta indica a borda de reação circundando o
agregado graúdo

Figura 10: Detalhe de reação álcali-agregado.


Fonte: Cichinelli (2007).

b) Reação Álcali-Silicato (RASS): é o tipo de RAA mais encontrado em


barragens construídas no Brasil e em blocos de fundação na região do Grande
Recife. Consiste na reação entre álcalis disponíveis e alguns tipos de silicatos
eventualmente presentes em certas rochas sedimentares, rochas metamórficas e
ígneas. É uma reação que está basicamente relacionada à presença de quartzo
tensionado, quartzo microcristalino a criptocristalino e minerais expansivos do grupo
dos filossilicatos.
c) Reação Álcali-Carbonato (RAC): é a mais rara de todas e acontece
quando certos calcários dolomíticos são usados como agregado em concreto e são
atacados pelos álcalis do cimento, originando uma reação denominada

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desdolomitização. Trata-se de uma reação bem complexa, cujas consequências são


bem mais graves, mas ainda existem várias divergências sobre o provável
mecanismo da reação (IBRACON, 2005 apud CICHINELLI, 2007).

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UNIDADE 4 – PATOLOGIAS DAS FUNDAÇÕES

Fundações são os elementos estruturais cuja função é a transferência de


cargas da estrutura para a camada resistente de solo. Em palavras simples: as
fundações são as raízes da construção.
No momento de decidir a fundação a ser aplicada, é importante seguir as
etapas:
i. determinar o número de furos de sondagem, bem como a sua localização;
ii. analisar um perfil de sondagem;
iii. saber escolher a fundação ideal para uma determinada edificação;
iv. especificar corretamente o tipo de impermeabilização a ser utilizada em
alicerce;
v. especificar o tipo de dreno e a sua localização.

Assim, quando não realizadas com atenção as etapas acima, poderemos


encontrar as seguintes causas para as patologias em fundações:
a) Ausência ou falhas nas investigações dos solos:
número insuficiente de sondagens;
erro de localização;
procedimentos fraudulentos;
influência da vegetação;
presença de matacões.

b) Problemas envolvendo o comportamento do solo:


adoção de perfil de projeto otimista;
existência de aterro assimétrico;
falta de travamento em duas direções no topo das estacas;
não observação da flambagem das estacas muito esbeltas, dependendo das
cargas nominais da superestrutura.

c) Problemas envolvendo o desconhecimento do comportamento real das


fundações:
adoção de sistemas de fundações diferentes;
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recalques diferenciais;
adoção de fundações profundas para solos compactados assentes à camada
compressível;
elementos de fundação como reforço.

d) Problemas envolvendo a estrutura de fundação:


erro na determinação das cargas atuantes na fundação;
erros no dimensionamento de vigas de equilíbrio, entre outros;
armaduras densas;
armaduras das estacas tracionadas calculadas sem verificar a fissuração.

e) Problemas envolvendo as especificações construtivas:


cota de assentamento;
tipos e características do solo;
tensões admissíveis adotados;
características do concreto;
recobrimento da armadura.

f) Execuções-falha:
Envolvendo o elemento estrutural da fundação:
• adensamento deficiente e vibração inadequada do concreto;
• estrangulamento de seção de pilares enterrados;
• junta de dilatação mal executada.

Problemas genéricos:
• erros de locação;
• falta de limpeza da cabeça de estaca para vinculação ao bloco;
• flexão dos elementos cravados.

g) Eventos pós-conclusão da fundação:


carregamento próprio da superestrutura;
movimento da massa do solo;
vibrações ou choques (UFOP, 2013).
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Em fundações diretas vamos encontrar os seguintes problemas típicos:


tensões de contato excessivas, incompatíveis com as reais características do
solo, resultando em recalques inadmissíveis ou rupturas;
fundações sobre solos compressíveis sem estudo de recalques, resultando
grandes deformações;
fundações apoiadas em materiais de comportamento muito diferente sem
junta, ocasionando o aparecimento de recalques diferenciais;
fundações apoiadas em crosta dura sobre solos moles, sem análise de
recalques, ocasionando a ruptura ou grandes deslocamentos das fundações.

Já em fundações profundas os problemas típicos seriam:


estacas tipo inadequado ao subsolo, resultando mau comportamento;
geometria inadequada, comprimento ou diâmetro inferiores aos necessários;
estacas apoiadas em camadas resistentes sobre solos moles, com recalques
incompatíveis com a obra;
ocorrência de atrito negativo não previsto, reduzindo a carga admissível
nominal adotada para a estaca (MILITITSKY et al., 2005 apud RIBEIRO;
QUINTANA, 2014).

4.1 Causas de recalque em fundações


Recalque é “a deformação do solo quando submetido a cargas, provocando
movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em
sérios danos à estrutura” (REBELLO, 2008, p. 57).

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Figura 11: Exemplo de recalque do pilar central.


Fonte: Ferreira (2014, p. 56)

Segundo Velloso e Lopes (2004), os efeitos dos recalques nas estruturas


podem ser classificados em 3 grupos:
a) danos estruturais – são os danos causados à estrutura propriamente dita
(pilares, vigas e lajes);
b) danos arquitetônicos – são os danos causados à estética da construção, tais
como fissuras, trincas em paredes e acabamentos, rupturas de painéis de
vidro ou mármore, entre outros;
c) danos funcionais – são os causados à utilização da estrutura com refluxo ou
ruptura de esgotos e galerias, emperramento das portas e janelas, desgaste
excessivo de elevadores (desaprumo da estrutura), entre outros.

A grandeza dos recalques que podem ser tolerados por uma estrutura, irão
depender essencialmente dos seguintes fatores abaixo:
a) dos materiais constituintes da estrutura – quanto mais flexíveis os materiais,
tanto maiores as deformações toleráveis;
b) da velocidade de ocorrência do recalque – recalques lentos (devidos ao
adensamento de uma camada argilosa, por exemplo) permitem uma
acomodação da estrutura, e esta passa a suportar recalques diferenciais
maiores do que suportaria se os recalques ocorressem mais rapidamente;

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c) da finalidade da construção – um recalque de 30mm pode ser aceitável para


um piso de um galpão industrial, enquanto que 10mm pode ser exagerado
para um piso que suportar máquinas sensíveis a recalques;
d) da localização da construção – recalques totais normalmente admissíveis, por
exemplo, na cidade do México ou em Santos, seriam totalmente inaceitáveis
em São Paulo (FABRÍCIO; ROSSIGNOLO, s.d. apud RIBEIRO; QUINTANA,
2014).

Dentre as causas de um recalque, podemos citar:


rebaixamento do lençol freático – caso haja presença de solo compressível no
subsolo, ocorre aumento das pressões geostáticas nessa camada,
independente da aplicação de carregamentos externos;
solos colapsíveis – solos de elevadas porosidades, quando entram em
contato com a água, ocorre a destruição da cimentação intergranular,
resultando um colapso súbito deste solo;
escavações em áreas adjacentes à fundação – mesmo com paredes
ancoradas, podem ocorrer movimentos, ocasionando recalques nas
edificações vizinhas;
vibrações – oriundas da operação de equipamentos como bate-estacas, rolos
compactadores vibratórios, tráfego viário, entre outros;
escavação de túneis – qualquer que seja o método de execução, ocorrerão
recalques da superfície do terreno (RIBEIRO; QUINTANA, 2014).

Do exposto até o momento, fica clara a importância dos estudos geológicos,


sobre os quais falamos em módulos anteriores, para que as construções atinjam
seus objetivos, o que pode ser confirmado por Milititsky, Consoli e Schnaid (2005),
ao relacionarem as fundações com os estudos dos solos: as fundações são os
elementos estruturais que transmitem as cargas para o solo, portanto, seu
comportamento está inteiramente ligado com o que acontece com o solo, assim,
umas das principais consequências da origem desta patologia está vinculado a uma
ausência de investigação do subsolo, patologias decorrentes de incertezas quanto
às condições do subsolo podem ser resultado de: investigação insuficiente,

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investigações com falhas, interpretação inadequada dos dados do programa de


investigação e casos especiais.

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UNIDADE 5 – PATOLOGIAS DAS ALVENARIAS

Os problemas patológicos, chamados em linguagem jurídica de vícios ou


defeitos de construção, ocorrem a partir de um processo construtivo, o qual se divide
em cinco grandes etapas:
a) planejamento;
b) projetos;
c) fabricação de materiais e componentes/aquisição;
d) produção/execução propriamente dita; e,
e) uso (manutenção e operação).
Sua incidência está relacionada com o nível de controle de qualidade
realizado em cada uma das etapas do processo produtivo e também com a
compatibilidade entre elas. Um diagnóstico adequado deve indicar em que etapa
desse processo teve origem os sintomas, principalmente se a questão envolve a
necessidade de se estabelecer em que etapa do processo o vício ou defeito ocorreu
para dirimir dúvidas quanto à atribuição de responsabilidades em conflitos judiciais.
Assim, se o problema teve origem no projeto, o projetista falhou, se ocorreu
devido à ausência de um projeto, houve mal planejamento; quando a origem está na
qualidade da matéria, o fabricante errou; se na etapa de execução, a falha pode ser
de mão de obra ou até de fiscalização omissa; e, por fim, se na etapa de uso, a falha
pode ser de operação e manutenção.
Não se deve esquecer, no entanto, que o edifício e suas partes reagem com
o meio e em função das condições de exposição a que estão submetidos sofrem
uma série de fenômenos físicos, químicos e biológicos que podem provocar a queda
de desempenho. Essa interação pode vir a se tornar sintomas, e a situação tende a
se agravar com o passar do tempo (LIMA, 2015).
Em se tratando da alvenaria, com certeza, o problema que mais preocupa a
um leigo são as fissuras e com justiça, pois os usuários finais tendem a ser mais
exigentes com a qualidade e os empreendedores/engenheiros precisam entregar
obras com a devida qualidade, além de que reparos são dispendiosos. Enfim,
entregar obras sem problemas crônicos deveria fazer parte da missão das
construtoras, tanto que Santos e Klimpel (2010) afirmam que as melhores garantias
para a obtenção da qualidade estão no investimento em prevenção, verificação e
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controle de todas as etapas do trabalho, sendo que os investimentos em prevenção


se resumem em:
a) contratação de serviços com qualidade;
b) treinamento de pessoal;
c) utilização de normas e procedimentos técnicos;
d) adoção de técnicas racionalizadas;
e) estudo de medidas de segurança;
f) seleção de fornecedores;
g) preparação de planos de controle;
h) planificação e manutenção do material.

Mas o que vem a ser alvenaria?


Alvenaria consiste em um sistema construtivo formado por um conjunto de
blocos, unidos entre si, a fim de estabelecer a separação dos ambientes, obter
isolamento térmico e acústico e até mesmo resistir cargas e quando empregada na
construção para resistir cargas, além de seu peso próprio, dizemos que ela é
autoportante, mais conhecida como alvenaria estrutural (MARINOSKI, 2011).
A alvenaria estrutural é uma técnica bastante utilizada pelo homem desde a
antiguidade onde o principal elemento de alvenaria era a rocha, porém a partir de
4.000 a.C., a argila foi introduzida tornando possível a produção de tijolos, sendo
que hoje, podemos encontrar uma grande variabilidade de tijolos que apresentam
melhor resistência a determinadas situações (TAVARES, 2011 apud OLIVEIRA et
al., 2016).

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Exemplo de alvenaria estrutural

Figura 11: Exemplo de alvenaria estrutural.


Fonte: https://www.hometeka.com.br/aprenda/entenda-a-diferenca-entre-construcao-convencional-e-
alvenaria-estrutural/

É claro que os cuidados no projeto e na execução da obra são fundamentais


para evitar o surgimento de patologias, mas quando surgem precisam ser “tratados”.
Veremos a seguir algumas das principais patologias que acometem as
estruturas de alvenaria.

5.1 Fissuras, trincas e rachaduras


Em todas as construções, que têm sua estrutura executada em concreto,
fissuras podem surgir depois de anos, dias ou mesmo horas. As causas dessas
fissuras são várias e de diagnóstico difícil. O termo fissura é utilizado para designar
a ruptura ocorrida no concreto sob ações mecânicas ou físico-químicas
(FIGUEIREDO, 2005).
As fissuras apresentam-se como aberturas finas e compridas, mas de pouca
profundidade. Normalmente são superficiais atingindo a massa corrida ou a pintura.
Apresentam aberturas até 0,5mm (BRAGA, 2010).
De acordo com a ABNT NBR 6118:2014, a fissuração em elementos
estruturais de concreto armado é inevitável, devido à grande variabilidade e à baixa
resistência do concreto à tração; mesmo sob as ações de serviço (utilização),
valores críticos de tensões de tração são atingidos. Visando obter bom desempenho
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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relacionado à proteção das armaduras quanto à corrosão e à aceitabilidade


sensorial dos usuários, busca-se controlar a abertura dessas fissuras.
Nas estruturas com armaduras ativas (concreto protendido), existe também,
com menor probabilidade, a possibilidade de aparecimento de fissuras. Nesse caso,
as fissuras podem ser mais nocivas, pois existe a possibilidade de corrosão sob
tensão das armaduras.
De maneira geral, a presença de fissuras com aberturas que respeitem os
limites dados no item 13.4.2 – “Limites para fissuração e proteção das armaduras
quanto à durabilidade”, da norma citada acima, em estruturas bem projetadas,
construídas e submetidas às cargas previstas na normalização, não implicam em
perda de durabilidade ou perda de segurança quanto aos estados-limites últimos.
As fissuras podem ainda ocorrer por outras causas, como retração plástica
térmica ou devido a reações químicas internas do concreto nas primeiras idades,
devendo ser evitadas ou limitadas por cuidados tecnológicos, especialmente na
definição do traço e na cura do concreto.
Diz o item 13.4.2:

A abertura máxima característica wk das fissuras, desde que não exceda


valores da ordem de 0,2 mm a 0,4 mm, sob ação das combinações
frequentes, não tem importância significativa na corrosão das armaduras
passivas.
Como para as armaduras ativas existe a possibilidade de corrosão sob
tensão, esses limites devem ser mais restritos e função direta da
agressividade do ambiente, dada pela classe de agressividade ambiental.

Na tabela abaixo são dados valores-limites da abertura característica wk das


fissuras, assim como outras providências, visando garantir proteção adequada das
armaduras quanto à corrosão. Entretanto, devido ao estágio atual dos
conhecimentos e da alta variabilidade das grandezas envolvidas, esses limites
devem ser vistos apenas como critérios para um projeto adequado de estruturas.

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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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45

Tabela 13.4 – Exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da


armadura, em função das classes de agressividade ambiental
Classe de agressividade Exigências
Tipo de concreto Combinação de ações
ambiental (CAA) e tipo de Relativas à
estrutural em serviço a utilizar
protensão fissuração

Concreto simples CAA I a CAA IV Não há -


CAA I ELS-W wk ≤ 0,4 mm
Concreto armado CAA II e CAA III ELS-W wk≤0,3 mm Combinação frequente
CAA IV ELS-W wk ≤ 0,2 mm

Concreto Pré-tração com CAA I


protendido nível 1 ou ELS-W wk ≤ 0,2 mm Combinação frequente
(protensão parcial) Pós-tração com CAA I e II
Verificar as duas condições abaixo
Pré-tração com CAA II
Concreto ELS-F Combinação frequente
ou
protendido nível 2
Pós-tração com CAA III e ELS-D
a
Combinação quase
(protensão limitada)
IV permanente
Concreto Pré-tracao com CAA III Verificar as duas condições abaixo
protendido nível 3 e IV
(protensão ELS-F Combinação rara
completa) ELS-D
a
Combinação frequente
a
A critério do projetista, o ELS-D pode ser substituído pelo ELS-DP com ap = 50 mm.

NOTAS
4
1 As definições de ELS-W, ELS-F e ELS-D estão em nota de rodapé abaixo .
2 Para as classes de agressividade ambiental CAA-lll e IV, exige-se que as cordoalhas não
aderentes tenham proteção especial na região de suas ancoragens.
3 No projeto de lajes lisas e cogumelo protendidas, basta ser atendido o ELS-F para a
combinação frequente das ações, em todas as classes de agressividade ambiental.

Embora as estimativas de abertura de fissuras devam respeitar esses


limites, não se deve esperar que as aberturas de fissuras reais correspondam
estritamente aos valores estimados, isto é, fissuras reais podem eventualmente
ultrapassar esses limites.
Fato é que as fissuras são porta de entrada para diversos agentes
agressivos às estruturas e podem se apresentar nas direções horizontal, vertical,

4 ELS-W = estado-limite de abertura das fissuras.


ELS-F =estado em que se inicia a formação de fissuras. Admite-se que este estado-limite é atingido
quando a tensão de tração máxima na seção transversal for igual a fct,f.
ELS-D = estado no qual, em um ou mais pontos da seção transversal, a tensão normal é nula, não
havendo tração no restante da seção. Verificação usual no caso do concreto protendido.
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diagonal, ou em uma combinação dessas. Quando verticais ou diagonais, elas


podem ser retas, atravessando unidades e juntas, ou podem ter aspecto
escalonado, passando apenas pelas juntas. A forma da fissura é influenciada por
vários fatores, incluindo a rigidez relativa das juntas com relação às unidades, a
presença de aberturas ou outros pontos de fragilidade, as restrições da parede e a
causa da fissura.

Figura 12: Exemplo de fissura. Figura 13: Exemplo de trinca.


Fonte: https://www.soprojetos.com.br Fonte: https://www.soprojetos.com.br

No quadro abaixo teremos um resumo das causas técnicas de fissuras em


paredes de alvenaria não estrutural:
Causas de Aspectos presentes
fenômenos de
fissuração
Movimentos das - Acomodação diferenciais de fundações diretas.
fundações – recalques - Variação do teor de umidade dos solos argilosos.
diferenciais - Heterogeneidade e deficiente compactação de aterros.
Ação de cargas - Concentração de cargas e esforços.
externas – atuação de
sobrecargas
Deformação da - Pavimento inferior mais deformável que o superior.
parede devido à - Pavimento inferior menos deformável que o superior.
deformabilidade - Pavimento inferior e superior com deformação idêntica.
excessiva das - Fissuração devida à deformação de consolos.
estruturas - Fissuração devida à rotação do pavimento no apoio.
Variações térmicas - Fissuração devida aos movimentos das coberturas.
- Fissuração devida aos movimentos das estruturas reticuladas.
- Fissuração devida aos movimentos da própria parede.
Variações de umidade - Movimentos reversíveis e irreversíveis.
- Fissuração devido à variação do teor de umidade por causas externas.
- Fissuração devido à variação natural do teor de umidade dos
materiais.
- Fissuração devida à retração das argamassas.
- Fissuração devida à expansão irreversível do tijolo.
Alterações químicas - Hidratação retardada da cal.
- Expansão das argamassas por ação dos sulfatos.
- Corrosão de armaduras e outros elementos metálicos.
Ações do gelo - Fissuração devido a condições climáticas muito desfavoráveis.
- Fissuração devida à vulnerabilidade dos materiais.
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Outros casos de - Ações acidentais (sismo, incêndios e impactos fortuitos).


fissuração - Retração da argamassa e expansão irreversível do tijolo.
- Choque térmico.
- Envelhecimento e degradação natural dos materiais e das estruturas.
- Paredes de blocos de betão (situações particulares).
- Revestimentos.
- Paredes com funções estruturais.
Fonte: Valle (2008, p. 6).

Trincas são mais acentuadas e profundas que as fissuras, provocando a


separação das partes. Podem indicar que algo grave está ocorrendo e, portanto,
requerem atenção. Apresentam aberturas de 0,5mm a 1,5mm.
As rachaduras têm abertura grande, acentuada e profunda, também com
divisão das partes e de gravidade acentuada uma vez que afetando a alvenaria e
elementos estruturais como vigas, colunas e laje, por exemplo, comprometem a
estabilidade da edificação, tornando-se um risco à segurança dos usuários.
Apresentam aberturas de 1,5mm a 5,0mm.
Exemplos de rachaduras: aleatória, horizontal e vertical em paredes

Figura 14: Exemplos de rachaduras.


Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2012/10/colapso-estrutural-decorrente-de.html

O aparecimento deste tipo de problema tem relação com a qualidade da


obra, tanto dos materiais quanto da dosagem de argamassa e concreto, aplicação e
a fatores externos como:
oscilação de temperatura;
infiltração;
fadiga por cargas repetitivas e temporárias e fatores estruturais.
Por apresentar causas diversas precisam de uma avaliação especializada
para a correta intervenção e solução do problema (BRAGA, 2010).

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Rachaduras em diagonal em grande número, de rápido desenvolvimento ou


em peças estruturais (vigas e pilares) indicam que algo grave está acontecendo,
sendo de extrema necessidade uma vistoria emergencial por equipe especializada e
de todo o cuidado por parte de todos os bombeiros presentes.

Figura 15: Rachaduras em diagonal.


Fonte: http://bombeiroswaldo.blogspot.com/2012/10/colapso-estrutural-decorrente-de.html

5.2 Eflorescências
A eflorescência é decorrente de depósitos salinos, principalmente de sais de
metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalinoterrosos (cálcio e magnésio) na
superfície de alvenarias, provenientes da migração de sais solúveis nos materiais e
componentes da alvenaria. Elas podem alterar a aparência da superfície sobre a
qual se depositam e em determinados casos seus sais constituintes podem ser
agressivos, causando desagregação profunda, como no caso dos compostos
expansivos.

Figura 16: Eflorescência em alvenaria.


Fonte: https://souzafilho.com.br/eflorescencia/
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Para a ocorrência da eflorescência devem existir, concomitantemente, três


condições:
a) existência de teor de sais solúveis nos materiais ou componentes;
b) presença de água; e,
c) pressão hidrostática necessária para que a solução migre para a
superfície. Portanto, para evitar esse fenômeno, deve-se eliminar uma das três
condições.
Com relação à origem dos sais, a tabela abaixo apresenta uma relação da
natureza química dos sais solúveis e suas prováveis fontes.

Natureza química das eflorescências


Composição química Fonte provável Solubilidade em água
Carbonato de cálcio. Carbonatação da cal lixiviada da Pouco solúvel.
argamassa ou concreto.
Carbonato de magnésio. Carbonatação da cal lixiviada da Pouco solúvel.
argamassa de cal não carbonatada.
Carbonato de potássio. Carbonatação dos hidróxidos alcalinos Muito solúvel.
de cimentos com elevado teor de
álcalis.
Carbonato de sódio. Carbonatação dos hidróxidos alcalinos Muito solúvel.
de cimentos com elevado teor de
álcalis.
Hidróxido de cálcio. Cal liberada na hidratação do cimento. Solúvel.
Sulfato de magnésio. Água de amassamento. Solúvel.
Sulfato de cálcio. Água de amassamento. Parcialmente solúvel.
Sulfato de potássio. Agregados, água de amassamento. Muito solúvel.
Sulfato de sódio. Agregados, água de amassamento. Muito solúvel.
Cloreto de cálcio. Água de amassamento, limpeza com Muito solúvel.
ácido muriático.
Cloreto de magnésio. Água de amassamento. Muito solúvel.
Cloreto de alumínio. Limpeza com ácido muriático. Solúvel.
Cloreto de ferro. Limpeza com ácido muriático. Solúvel.
Fonte: Bauer (2006, p. 37).

Com relação à segunda condição para existência de eflorescência, nota-se


que a água pode ser proveniente da umidade do solo; da água de chuva, acumulada
antes da cobertura da obra ou infiltrada por meio das alvenarias, aberturas ou
fissuras; de vazamentos de tubulações de água, esgoto ou águas pluviais; da água
utilizada na limpeza e de uso constante em determinados locais.
Por fim, com relação à pressão hidrostática, verifica-se que o transporte de
água por meio dos materiais e a consequente cristalização dos sais solúveis na
superfície ocorrem por capilaridade, infiltração em trincas e fissuras, percolação sob
Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de
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eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e
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50

o efeito da gravidade, percolação sob pressão por vazamentos de tubulações de


água ou de vapor, pela condensação de vapor de água dentro das paredes, ou pelo
efeito combinado de duas ou mais dessas causas. A remoção das eflorescências
sobre a superfície da alvenaria só poderá ser realizada após a eliminação da causa
da infiltração de água (umidade) e secagem do revestimento, sendo então procedida
escovação da superfície e, se necessário, reparo de eventual região com
pulverulência (BAUER, 2006).

5.3 Infiltração de água


Entre as manifestações mais comuns referentes aos problemas de umidade
em edificações, encontram-se mancha de umidade, corrosão, bolor, fungos, algas,
líquens, eflorescências, descolamentos de revestimentos, friabilidade da argamassa
por dissolução de compostos com propriedades cimentíceas, fissuras e mudança de
coloração dos revestimentos.
Segundo Bauer (2006), há uma série de mecanismos que podem gerar
umidade nos materiais de construção, sendo os mais importantes os relacionados a
seguir:
absorção capilar de água;
absorção de água de infiltração ou de fluxo superficial de água;
absorção higroscópica de água;
absorção de água por condensação capilar;
absorção de água por condensação.
Nos fenômenos de absorção capilar e por infiltração ou fluxo superficial de
água, a umidade chega aos materiais de construção na forma líquida; nos demais
casos, a umidade é absorvida na fase gasosa.
A infiltração de água pode ser agravada pela ação combinada do vento
(pressão), direção e intensidade tanto da chuva como do vento, e as condições de
exposição da alvenaria. Eventuais anomalias, principalmente fissuração da parede,
irão contribuir sobremaneira na gravidade das manifestações patológicas
decorrentes.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
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Se a infiltração se der pelos componentes da alvenaria, na fase de projeto é


necessário analisar os seguintes itens, visando a minimizar os efeitos advindos da
penetração de umidade:
orientação das fachadas em relação aos ventos predominantes;
detalhes arquitetônicos e técnicos das fachadas e muros, tais como frisos,
pingadeiras, rufos e contrarrufos, beirais, platibandas, tipo de cobertura e
respectivos detalhes, juntas de movimentação ou de controle em paredes e
muros externos e respectivos materiais de selagem das mesmas;
intensidade e duração das precipitações na região da edificação;
conhecimento das propriedades dos materiais constituintes das alvenarias,
quanto à higroscopicidade, porosidade e absorção d’água.

A infiltração de água pelas juntas de assentamento pode acontecer por


falhas na argamassa de assentamento, na interface argamassa/ bloco vazado de
concreto e pela própria argamassa de assentamento.
Por exemplo, a causa geradora de infiltração pela argamassa pode ser a
mesma ser preparada com excesso de água de amassamento (elevada porosidade
e permeabilidade à água).
Fissuras na interface argamassa de assentamento e bloco vazado de
concreto tem como causa geradora deficiência de execução (espessura elevada da
argamassa > 1,0 cm - blocos excessivamente secos ou com contaminação –
argamassa com baixa retenção de água).
Fissuras na própria argamassa de assentamento tem como causa a retração
hidráulica da argamassa: argamassa excessivamente rígida – baixa retenção de
água da argamassa.
Na fase de projeto devem ser adotados determinados cuidados, de modo a
minimizar as infiltrações de água. As chuvas, sob pressão do vento ou não,
provocam a formação de lâminas de água que irão escorrer sobre as fachadas.
Portanto, para garantir a estanqueidade e minimizar a deterioração do revestimento,
deverão ser adotados alguns detalhes construtivos, como pingadeiras, molduras,
cimalhas, peitoris e frisos, visando a dissipar concentrações de água.

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A geometria das fachadas deverá ser estudada de modo a evitar que o fluxo
de água se dirija para pontos vulneráveis, como juntas e caixilhos, permitindo que o
próprio fluxo de água faça a limpeza do paramento. Assim, evita-se a deposição de
fuligem e empoçamento de água.
As prumadas externas de águas pluviais, em tubo de PVC, galvanizado ou
zinco, em geral são fixadas da alvenaria. Caso a superfície da parede apresente
irregularidades, o que é normal, a prumada e a alvenaria se tocarão em certos locais
e a sujeira, como pó e folhas, se acumularão formando deposições que reterão
umidade proveniente de água da chuva.
Se a alvenaria estiver em uma fachada ensolarada pode ser que não
ocorram infiltrações. Porém, não é possível descobrir a tempo as infiltrações e
poderão ocorrer problemas sérios antes que se perceba a causa. A utilização de
espaçadores entre o parafuso de fixação e a prumada evitará possíveis pontos de
contato e, portanto, o acúmulo de sujeira e umidade.
Por fim, deve-se evitar que os parafusos de fixação sejam introduzidos
diretamente nas argamassas de assentamento dos blocos, a fim de impedir que
ocorram pontos preferenciais de penetração de umidade. É fundamental prever
verificações periódicas do estado da tubulação, quanto a eventuais entupimentos,
perfurações, corrosão e estado da pintura, se for o caso (BAUER, 2006).

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