Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE TECNOLOGIA
APROVADA POR:
------------------------------------------------------------
PEDRO MURRIETA SANTOS NETO, DSc. (UnB)
(ORIENTADOR)
----------------------------------------------------------
NEWTON MOREIRA DE SOUZA, DSc. (UnB)
(EXAMINADOR INTERNO)
----------------------------------------------------------
MÍRIAM DE FÁTIMA CARVALHO, DSc. (UCSAL/GEOAMB-UFBA)
(EXAMINADOR EXTERNO)
ii
FICHA CATALOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CESSÃO DE DIREITOS
GRAU/ANO: Mestre/2002
-------------------------------------------------
David Américo Fortuna Oliveira
R. Clemente Ferreira nº 105, aptº 022, Canela
CEP: 40110-200 Salvador /BA – Brasil
iii
DEDICATÓRIA
A DEUS
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Pedro Murrieta dos Santos Neto pelos ensinamentos ministrados durante todo o
período do mestrado mas principalmente pe la confiança, incentivo e estí mulo.
A VEGA Tratamento de Resíduos S.A. pelo apoio imprescindível na execução dos trabalhos
no Aterro Metropolitano Centro e pelo interesse em entender o comportamento dos resíduos
domiciliares para melhor operar o aterro sanitário. Ao Dr. Tanuri, Dr. Florent Mailly, Dr.
Joselito, Engº João Fortuna, Engº Fábio, Ordélio, Pierre, Orlando (da OVS) e demais
funcionários.
A LCL Consultoria e Engenharia LTDA. pelo constante apoio nas pesquisas realizadas em
conjunto com o Laboratório de Geotecnia da Universidade Federal da Bahia , buscando
sempre o aprimoramento dos seus trabalhos. Sem o apoio desta empresa, nos ensaios de
campos, este estudo não teria se concretizado. Ao Dr. Luís Carlos Lacrose, Engº Marcos,
Sales e em especialao amigo e Engº Marcelo Avena .
A JSE Fundações LTDA. que me apoiou em um dos momentos críticos do trabalho. A amiga
e colega de pós-graduação Silvana Foá e a minha querida amiga e comadre Eliana Foá.
v
A todos os professores da pós-graduação em Geotecnia da Universidade de Brasília pelos
ensinamentos ministrados no curso.
A querida amiga Clarice Romariz pela presença e apoio em momentos difíceis. De igual
forma os grandes amigos Adolfo Duarte e Rodrigo Tejo.
Aos amigos Dorival Pedroso, John Eloi, Márcia Mascarenha, Maruska Tatiana, José Allan,
Jairo Furtado, Carlos Caldas Adriano Frutuoso, Luciana Medeiros, Anna Karina e Renato
Apolinário por todos os momentos de convivência em Brasília. A minha namorada Paula pelo
apoio, preocupação e carinho principalmente no final desta fase da minha vida.
vi
ESTABILIDADE DE TALUDES DE MACIÇOS
DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
RESUMO
No atual estágio da “mecânica dos resíduos” ainda não existem teorias e modelos que
representem de forma realista o comportamento dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Desta
forma, têm sido comum a adoção das teorias clássicas de solos para representá -los. Isso pode
conduzir a situações conservadoras ou de instabilidade dos taludes dos aterros sanitários.
Assim esta pesquisa tem como objetivo principal avaliar a estabilidade de taludes de maciços
de resíduos sólidos urbanos.
A variação da resistência ao cisalhamento com o tempo foi avaliada por meio de ensaios
SPT realizados no decorrer de 1 ano e meio, realizados em células experimentais com
sistemas de aceleração da degradação.
Após a análise de todos os resultados obtidos são sugeridas geometrias para taludes de
aterros sanitários, tipo células escavadas / trincheira, de até 30 m de altura.
vii
SLOPE STABILITY OF MUNICIPAL SOLID WASTE LANDFILLS
ABSTRACT
In the actual stage of “waste mechanics” it is common the use of classics principles of soil
mechanics to simulate the comportment of municipal solid waste. This can conduct to
conservative or critical situations of slope stability in sanitary landfills. This research
discusses lessons learned in evaluation of slope stability of municipal solid waste landfills.
The heterogeneity and complexity structure of MSW lead the study of the mechanical
comportment using field tests. The results are analyzed and compared to existing documents
on properties of refuse.
Results of standard penetration tests, cone penetration test, plate load tests and
characterizations were used to evaluate the comportment and parameters of the MSW. Back-
analyses of a slope failure, occurred in a sanitary landfill in Salvador (BA), and a
experimental section were carried out in order to obtain the mobilized shear strength and
parameters of the local refuse comparing to suggested parameters in international literature.
Standards penetrations tests were done along one year and a half, in experimental cells
with accelerated degradation systems, trying to evaluate changes in the shear strength with
time.
After all analyses suggestions of slope and geometry of municipal solid waste landfill,
with maximum height of 30 m, are given.
Keywords : Municipal Solid Waste, slope stability, shear strength, field tests.
viii
SUMÁRIO
CAPÍTULO PÁGINA
1- INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
ix
3- METODOLOGIA............................................................................................................. 61
3.2.3 - POÇO PARA COLETA DE AMOSTRAS E DETERMINAÇÃO DE PESO ESPECÍFICO IN SITU ................ 65
3.3 - ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DOS RESÍDUOS COLETADOS .......................68
3.3.1 - T EOR DE UMIDADE ............................................................................................................ 69
3.3.2 - COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRI CA .............................................................................................69
3.3.3 - E STIMATIVA DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS E DI STRIBUIÇÃO DOS COMPONENTES.................70
3.4 - ENSAIOS DE CARREGAMENTO DE PLACA – PLT ...........................................................70
3.5 - ANÁLISES DE ESTABILIDADE DE MACIÇOS DE RSU .................................................... 73
3.5.1 - ANÁLISES DE ESTABILIDADE DO ATERRO METROPOLITANO CENTRO .................................... 73
3.5.2 - ANÁLISE DA RUPTURA DO TALUDE DE RSU DO ATERRO DE CANABRAVA .............................76
5.1 - CONCLUSÕES..................................................................................................................113
5.2 - SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS .................................................................... 115
x
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 117
APÊNDICES
xi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA PÁGINA
Figura 2.1 - Métodos de aterros sanitários. (TCHOBANOGLOUS et al. 1993) ........................9
Figura 2.2 – Considerações para aterros de RSU em condições hidrológicas favoráveis.
Critérios para a não impermeabilização do terreno de fundação, (CETESB, 1993).........14
Figura 2.3 – Cons iderações para aterros de RSU em condições hidrológicas desfavoráveis.
Critérios para a impermeabilização do terreno de fundação ( CETESB, 1993). ...............15
Figura 2.4 - Critério de aceitação de compactação de liners argilosos. (USEPA, 1994) ..........16
Figura 2.5 – Sistemas de impermeabilização requeridas para aterros sanitários em diversos
países.( KNOCHENMUS et al, 1998) ..............................................................................16
Figura 2.6 –Detalhes típicos de drenagem de nascentes utilizados no aterro sanitário
Bandeirantes. (ENGECORPS, 1996)................................................................................17
Figura 2.7 - Sistema de drenagem de fundação. (TCHOBANOUGLOS et al., 1993) .............18
Figura 2.8 - Drenos de fundação e drenos horizontais (modificado ENGECORPS, 1996). .....18
Figura 2.9 - Sobreposição das zonas de influência dos drenos de gás......................................19
Figura 2.10 - Drenos Verticais de concreto (ENGECORPS, 1996) ..........................................20
Figura 2.11 - Elementos de drenagem superficial (apud CARVALHO, 1999). .......................21
Figura 2.12 - Camadas do recobrimento final de um aterro sanitário (apud CARVALHO,
1999)..................................................................................................................................23
Figura 2.13 - Instrumentação (ENGECORPS, 1996). ..............................................................25
Figura 2.14 - Influência do teor de umidade no peso específico seco do RSU. (MARQUES,
2001)..................................................................................................................................27
Figura 2.15 - Influência da espessura da camada no peso específico em profundidade
(MARQUES, 2001)...........................................................................................................27
Figura 2.16 - Influência do número de passadas do equipamento no peso específico em
profundida de (MARQUES, 2001). ...................................................................................27
Figura 2.17 - Relação entre o peso específico dos resíduos e o número de passadas do
equipamento e espessura das camadas (Schomaker, 1972 citado por MARQUES, 2001).
...........................................................................................................................................28
Figura 2.18 - Fases de estabilização de um aterro (ENGECORPS, 1996). ...............................31
Figura 2.19 - Composição Gravimétrica do RSU de Brasília (JUNQUEIRA, 2000). ..............32
Figura 2.20 – Classificação do RSU pela carta de Schmertman (PALMA, 1995). ..................34
Figura 2.21 – Classificação do RSU através do CPT segundo MANASSERO et al (1996). ...34
xii
Figura 2.22 - Classificação pelo Diagrama Triangular. (GRISOLIA et al, 1995) ....................35
Figura 2.23 - Distribuição granulométrica do RSU. (JEEBERGER, 1994 apud
KNOCHENMUS et al, 1998)............................................................................................35
Figura 2.24 – Variação do Teor de Umidade do RSU com a profundidade (apud
CARVALHO, 1999). ........................................................................................................36
Figura 2.25 – Variaçã o do Teor de Umidade dos RSU com a matéria orgânica. (LANDVA &
CLARK, 1990) ..................................................................................................................37
Figura 2.26 - Peso específico para o RSU. (apud CARVALHO, 1999)...................................38
Figura 2.27 - Coeficientes de Permeabilidade medidos em poços de reconhecimento por
ensaio de infiltração (LANDVA & CLARK, 1990) .........................................................39
Figura 2.28 - Curvas de compactação para diferentes tipos de resíduos (modificado de
MARQUES, 2001). ...........................................................................................................40
Figura 2.29 - Parâmetros de resistência obtidos por retro-análises (SINGH&MUPHY, 1990).
...........................................................................................................................................47
Figura 2.30 - Ensaios de SPT realizado por diversos autores. (apud CARVALHO, 1999) .....48
Figura 2.31 - Ensaios de CPT por diversos autores. (apud CARVALHO, 1999) ....................49
Figura 2.32 - Curvas tensão x deformação típicas dos RSU. (apud CARVALHO, 1999) .......50
Figura 2.33 - Modelo do RSU. (KOCKEL, 1995 apud KÖNIG & JESSEBERGER, 1997) ...50
Figura 2.34 - Mobilização do angulo de atrito e do intercepto de coesão com a deformação.
(KOCKEL & JESSEBERGER, 1995, apud KÖNIG & JESSEBERGER, 1997) ............51
Figura 2.35 - Modelo de interação das forças de atrito e de tração dos RSU. (KÖLSCH, 1993)
...........................................................................................................................................51
Figura 2.36 - Envoltórias de cisalhamento direto de RSU. (apud KÖLSCH, 1993) ................52
Figura 2.37 - (a) Variação da resistência com o tempo (KÖNIG & JESSEBERGER, 1997).
(b) Proposta de WALTER (1992) apud PALMA (1995) .................................................53
Figura 2.38 - Envoltória de parametros proposta por SINGH & MURPHY (1990). ...............53
Figura 2.39 - Apresentação dos parametros de resistência e área recomendada. (CARVALHO,
1999, modificado de SINGH & MURPHY, 1990) ...........................................................54
Figura 2.40 - Área recomendada para projetos. (PALMA, 1995) .............................................54
Figura 2.41 - Superposição das faixas de parâmetros propostas...............................................55
Figura 2.42 - Envoltórias de ruptura. (apud CARVALHO, 1999) ............................................55
Figura 2.43 - Mecanismos de ruptura em aterros sanitários (SOWERS, 1968). .......................57
Figura 3.1 - Lavage m por circulação de água no ensaio SPT. ..................................................64
Figura 3.2 – Amostra recuperada pelo ensaio SPT. ..................................................................64
xiii
Figura 3.3 - Equipamento de cravação do piezocone................................................................66
Figura 3.4 - Retirada da camada de cobertura antes da execução do poço de inspeção. ..........66
Figura 3.5 - Coleta de amostra do RSU. ...................................................................................67
Figura 3.6 - Quarteamento da amostra coletada........................................................................67
Figura 3.7 - Determinação do peso específico in situ. ..............................................................68
Figura 3.8 - Armazenamento dos diversos componentes da amostra de RSU..........................69
Figura 3.9 - Sistema de reação do ensaio de carregamento de placa. .......................................71
Figura 3.10 - Sistema de aquisição de dados do ensaio de carregamento de placa. .................72
Figura 3.11 - Modelado do terreno do antes da terraplenagem.................................................73
Figura 3.12 - Modelado do terreno após a terraplenagem e esquema dos marcos e aplicação da
sobrecarga..........................................................................................................................74
Figura 3.13 - Vista geral do corte subvertical realizado no talude do aterro. ...........................74
Figura 3.14 - Marco superficial instalado na crista do corte realizado no aterro. .....................75
Figura 3.15 - Seção central do corte realizado no AMC e configuração das superfícies de
rupturas analisadas (centros e raios) no programa SLOPE/W. .........................................76
Figura 3.16 - Vista aérea do escorregamento da massa de lixo no Aterro de Canabrava.........77
Figura 3.17 - Seção anterior a ruptura no Aterro de Canabrava utilizada nas análises de
estabilidade. .......................................................................................................................78
Figura 3.18 - Seção utilizada nas análises da ruptura do Aterro de Canabrava e configuração
das superfícies de rupturas no programa SLOPE/W.........................................................78
Figura 4.1 - Perfil de sondagem SPT do AMC. ........................................................................80
Figura 4.2 - Número de golpes das sondagens nas Células experimentais do Aterro do Jóquei
Clube de Brasília. ..............................................................................................................81
Figura 4.3 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-01 (topo da célula 01/02, ao
lado dos ensaios PLT-01 e PLT-02)..................................................................................84
Figura 4.4 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-02 (topo da célula 01/02, ao
lado da sobrecarga da seção experimental).......................................................................85
Figura 4.5 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-03 (berma da célula 01/02, ao
lado do SPT)......................................................................................................................86
Figura 4.6 - Histograma de resistência de ponta obtido nos três ensaios CPTU.......................88
Figura 4.7 - Histograma de razão de atrito obtido nos três ensaios CPTU ...............................88
Figura 4.8 - Dados dos ensaios CPTU plotados na carta de Schmertmann ..............................89
Figura 4.9 - Correlação entre qc x N obtida por CARVALHO (1999).....................................89
xiv
Figura 4.10 - Valores de resistência a penetração N obtidos no ensaio SPT versus os valores
da tendência de crescimento da resistência de ponta do ensaios CPTU-03. .....................90
Figura 4.11 - Composição do RSU coletado.............................................................................92
Figura 4.12 - Composição gravimétrica média dos municípios de Salvador, Lauro de Freitas e
Simões Filhos (modificado de SANTOS & PRESA, 1995). ............................................93
Figura 4.13 - Descarga de caminhão contendo somente material plástico. ..............................93
Figura 4.14 - Curva granulométrica de cada componente da amostra de RSU coletada ..........94
Figura 4.15 - Curva granulométrica total da amostra de RSU coletada, com e sem plásticos..95
Figura 4.16 - Curva carga x recalque do ensaio PLT-01 ..........................................................96
Figura 4.17 - Curva carga x recalque do ensaio PLT -02 ..........................................................96
Figura 4.18 - Curva carga x recalque do ensaio PLT -03 ..........................................................97
Figura 4.19 - Curvas carga x recalque dos três ensaios PLT. ...................................................99
Figura 4.20 - Provas de carga sobre placa realizados no Aterro da Muribeca (SANTOS et al,
1998)................................................................................................................................101
Figura 4.21 - Desenvolvimento dos recalques da seção experimental. ...................................103
Figura 4.22 - Resultado da análise de estabilidade da seção experimental utilizando para o
RSU a envoltória de resistência bi-linear proposta por KAVAZANJIAN et al (1995). .105
Figura 4.23 – Avaliação das faixas de parâmetros de resistência propostas para RSU. .........106
Figura 4.24 - Parâmetros de resistência dos diversos ensaios e análises e área sugerida de
parâmetros. ......................................................................................................................107
Figura 4.25 - Fator de segurança obtido (FS = 1,067) para rupturas internas no maciço RSU
com angulo de atrito de 15º e coesão de 1,5 kPa. ...........................................................108
Figura 4.26 - Resultado da retro-análise da ruptura do Aterro de Canabrava. FS=0,996 C=0
kPa e φ = 20 º...................................................................................................................109
Figura 4.27 - Parâmetros de resistência obtidos por análise paramétrica para as geometrias
propostas. .........................................................................................................................112
xv
LISTA DE TABELAS
TABELA PÁGINA
Tabela 2.1 - Restrições para locação de aterros sanitários (EPA apud ENGECORPS, 1996)..11
Tabela 2.2 - Critérios para avaliação das áreas para instalação de aterro sanitário, (IPT, 1995).
...........................................................................................................................................11
Tabela 2.3 - Constituição típica de Biogás formado em aterros sanitários...............................30
Tabela 2.4 - Composição (em volume) do resíduo sólido urbano para diferentes cidades
(modificado CARVALHO, 1999).....................................................................................33
Tabela 2.5 - Peso específico do RSU segundo diversos autores (ENGECORPS, 1996)..........38
Tabela 4.1 - Umidade dos componentes do RSU coletado .......................................................91
Tabela 4.2 - Valores de coesão obtidos nas retro-aná lises paramétricas das provas de carga.
.........................................................................................................................................100
Tabela 4.3 -Recalques dos marcos da seção experimental pelo levantamento topográfico....103
Tabela 4.4 - Resultados das análises paramétricas da seção experimental desconsiderando a
sobrecarga (Q = 0 kPa)....................................................................................................104
Tabela 4.5 -Resultados das análises paramétricas da seção experimental considerando a
sobrecarga (Q = 20 kPa). .................................................................................................104
Tabela 4.6 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para geometria
01 (1V:1H e H=20m). .....................................................................................................110
Tabela 4.7 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para geometria
02 (1V:1H e H=30m). .....................................................................................................111
Tabela 4.8 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para geometria
03 (1V:1,5H e H=30m). ..................................................................................................111
xvi
LISTA DE SIMBOLOS
xvii
COD =quantidade de matéria orgânica biodegradável presente nos resíduos por ano
CPTU = piezocone penetration test (ensaio penetrométrico com medida de
poropressão)
D = profundidade da fundação
DQO = demanda química de oxigênio
e = índice de vazios
E = módulo de Young
e0 = índice de vazios inicial
e100 = índice de vazios final dos recalques primários
EV = evapotranspiração
fs = atrito lateral
H = altura inicial do aterro
H0 = espessura da camada inicial dos recalques primários
H100 = espessura da camada final dos recalques primários
k = coeficiente de condutividade hidráulica
Kh = coeficiente de hidrolisação (dia -1 )
kv = módulo de reação vertical
m = compressibilidade de referência
m = taxa de recalque
N = número de golpes para penetrar os 30 últimos cm no ensaio SPT
n = taxa de compressão
Nc = coeficiente de capacidade de carga
Nq = coeficiente de capacidade de carga
Nγ = coeficiente de capacidade de carga
P = precipitação
PLT = plate load test – prova de carga sobre placa
q = pressão aplicada
qc = resistência de ponta
xviii
SPT = Standard penetration test
t = tempo
t = tempo de ínicio da construção à leitura
t1 = tempo inicial do período para obtenção do recalque secundário
t2 = tempo final do período para obtenção do recalque secundário
tc = tempo de construção do aterro
u = poropressão
w = recalque
w = umidade gravimétrica %
φ* = ângulo de atrito considerado para ruptura localizada
xix
1 - INTRODUÇÃO
Aliado a este quadro, fica cada vez mais difícil encontrar novas áreas adequadas, próximas
aos centros geradores, devido às regulamentações ambientais restritivas para este tipo de
obras. Além disso há grande resistência por parte da população na aceitação de depósitos de
resíduos próximos às residências, existindo nos Estados Unidos uma expressão bastante
interessante que representa esta recusa: “NIMBY – Not in My Back Yard” que significa “não
no meu quintal”.
Desta forma têm sido comum a tentativa de solucionar esse problema aumentando-se a
capacidade de deposição dos locais já em operação ou reutilizando-se locais antigos
encerrados. Os novos projetos e os projetos de alteamento de aterros sanitários existentes têm
sido desenvolvidos com alturas sem precedentes.
Essa situação tem conduzido diversos geotécnicos a avaliar a estabilidade de taludes dos
maciços dos aterros sanitários e a resistência do RSU. Como resultado têm-se publicações
diversas que apresentam dados muitas vezes contraditórios. Isto acontece devido a
complexidade e heterogeneidade da estrutura do RSU e a dificuldade de se adaptar métodos
convencionais de ensaios, tanto de laboratório como de campo. Assim questões básicas sobre
o valor da resistência, dos parâmetros dos resíduos e sobre a aplicabilidade de certas técnicas
de análises de estabilidade, comuns na geotecnia clássica, ainda permanecem.
É importante frisar que os projetos e cons truções de aterros sanitários no Brasil têm sido
caracterizados pela adoção de critérios e parâmetros internacionais. Isto pode conduzir a
problemas de estabilidade e operação, visto que a composição dos resíduos é diferente em
1
Capítulo 01 - Introdução
cada país. Desta forma, torna-se necessário também a validação destes parâmetros para as
condições locais.
Neste contexto, este trabalho tem como objetivo geral o estudo da resistência dos resíduos
sólidos urbanos, com foco principal nas análises de estabilidades de taludes dos aterros
sanitários. Constituem objetivos específicos desta pesquisa: a) determinação do perfil de
resistência à penetração in situ, com uso de ensaios SPT e CPTU; b) determinação de
poropressões no interior dos maciços de lixo, com uso dos ensaios CPTU; c) determinação da
variação de resistência à penetração in situ ao longo do tempo, com uso de ensaios SPT; d)
caracterização física dos resíduos domiciliares aterrados; e) determinação de parâmetros de
resistência ao cisalhamento, por retro-análises; f) determinação do comportamento tensão
deformação in situ, através de ensaios de prova de carga sobre placa; g) verificação da
aplicação das faixas de parâmetros recomendadas na literatura para os resíduos brasileiros,
por análise dos dados obtidos; h) recomendação de configurações geométricas seguras para
aterros sanitários, principalmente do tipo trincheira / células escavadas.
2
Capítulo 01 - Introdução
parâmetros propostas na literatura são avaliadas. É proposta também uma geometria, para
aterros de até 30 m de altura, de forma a otimizar a capacidade de deposição.
3
2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 - INTRODUÇÃO
O constante crescimento econômico e demográfico dos grandes centros urbanos tem como
uma de suas conseqüências maior produção de resíduos sólidos. Paralelo a esse crescimento
aumenta também a preocupação da disposição adequada dos mesmos em condições que
minimizem os impactos ao meio ambiente
Os dados de 1990 da situação brasileira de saneamento básico (IPT, 1995) mostram que
76% do lixo urbano gerado são dispostos a céu aberto e apenas 24% recebe disposição com
algum controle. Destes, 13% vão para aterros controlados, 10% para aterros sanitários, 0,9%
para usinas de compostagem e 0,1% para usinas de incineração. Segundo BOSCOV &
ABREU (2001), o estado de São Paulo apresenta melhores estatísticas. São gerados 18.223
ton/dia de resíduos domiciliares em 643 municípios, onde 59,3% do total dos resíduos do
estado são dispostos em condições adequadas, 17,9% em condições controladas e 22,7% em
condições inadequadas. Porém os autores alertam que em relação ao percentual de municípios
apenas 28,4% desses dispõem seus resíduos em condições adequadas, 21,2% em condições
controladas e 50,4% em condições inadequadas.
Como uma das formas adequadas de disposição dos resíduos, o aterro sanitário se
apresenta como solução necessária, mesmos nos países de mais alto nível de gerenciamento
de resíduos. Todo processo tecnológico, quer sejam processos que visam a recuperação da
matéria, como por exemplo, os sistemas de triagem, reciclagem e compostagem, como
aqueles que visam a eliminação da mesma através de processos térmicos (incineração), geram
resíduos. Tal constatação faz com que os aterros sanitários se apresentem como a forma
principal, mais usual e econômica para disposição final dos resíduos no Brasil e em grande
parte do mundo.
Porém, aliado ao aumento da produção de resíduos sólidos urbanos (RSU), ficam cada vez
mais escassos locais adequados próximos aos centros geradores, devido às regulamentações
ambientais restritivas para este tipo de obras. Desta forma, este quadro induz a necessidade da
otimização da capacidade dos locais já em operação.
4
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
A demanda de maiores capacidades tem sido resolvida, na maioria das vezes, com a
construção de aterros mais altos, o que tem levado a projetos com alturas sem precedentes e
ampliações dos aterros existentes. Como exemplo temos o aterro sanitário dos Bandeirantes
(SP) que já supera os 100 metros de altura.
Desta forma, com o objetivo de se obter conhecimento mínimo para o entendimento das
propriedades mecânicas dos maciços de RSU, diferentes técnicas de disposição e elementos
estruturais, será apresentada a seguir uma revisão de trabalhos anteriores.
Esta situação tem levado o engenheiro geotécnico a analisar as condições de operação dos
aterros de RSU se deparando com dois problemas principais: o primeiro, de trabalhar com um
“solo” incomum (altamente heterogêneo e de comportamento mecânico complexo), sem
equipamentos adequados, e o segundo, que o material é degradável, tópico incomum na
geotecnia clássica. A obtenção de parâmetros e leis de comportamento para os resíduos
sólidos urbanos em laboratório, ou mesmo em células experimentais de maior porte, podem
conduzir a resultados insatisfatórios, quer pelas características do material quer pela
impossibilidade da simulação das mesmas condições presentes nos locais de disposição
(fatores ambientais, histórico de carregamento, drenagem de gases e líquidos, etc). A
realização de ensaios in situ e a monitoração de aterros sanitários apresentam-se como formas
para contornar as limitações mencionadas, podendo ser utilizadas para o estudo de certas
características e mecanismos dos resíduos sólidos urbanos.
5
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Desta forma algumas dúvidas ainda devem ser respondidas para o desenvolvimento das
análises, projetos e construção de aterros sanitários seguros e de grande capacidade de
disposição, tais como:
§ Parâmetros confiáveis para o RSU.
§ Método de análise de estabilidade adequado para taludes de RSU.
§ Consideração do comportamento do RSU semelhante ao de solos (critérios de
ruptura, modelos de recalque, etc.).
Vale ainda ressaltar que os projetos de construção de aterros sanitários no Brasil têm sido
caracterizados pela adoção de critérios e parâmetros de projetos “importados”, ou seja,
baseados na literatura internacional. Assim torna-se necessário validar estes parâmetros para o
tipo de resíduo local, pois as propriedades mecânicas do mesmo variam com sua composição,
teor de umidade, etc..
A ABNT (87), na norma NBR - 10.004, define resíduos sólidos como: “resíduos no estado
sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviço de varrição, etc. Ficam incluídos os
lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades
tornam inviáveis o seu lançamento na rede de esgoto ou em corpos d’água, ou exijam para
isso soluções técnicas economicamente inviáveis, face a melhor tecnologia disponível”.
§ classe II: abrange os resíduos não inertes, ou seja, todos aqueles não incluídos nas
classes I e III, podendo apresentar propriedades como combustibilidade,
biodegradabilidade ou solubilidade em água;
§ classe III: abrange os resíduos inertes e não perigosos (rochas, tijolos, vidros, etc).
6
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
BOSCOV & ABREU (2001) definem resíduos sólidos urbanos como os resíduos gerados
por um aglomerado urbano, exceto os resíduos industriais perigosos, hospitalares sépticos e
de aeroportos e portos, ou ainda, como os resíduos gerados nas residências, no comércio ou
em outras atividades desenvolvidas nas cidades, excetuado os de indústria e de serviços de
saúde.
a) Aterros Sanitários
b) Compostagem – reciclagem
A reciclagem é definida como ato ou ação de recuperar os resíduos e transformá -los por
meio de processos físicos como peneiramento, lavagem, prensagem, enfardamento, etc.,
em produtos capazes de serem reutilizados. Têm como objetivo, além da recuperação, o
preparo da fração orgânica, favorecendo a ação biológica.
c) Incineração
A incine ração é definida como um processo de redução de peso e volume do lixo através
de combustão controlada.
A disposição dos RSU sobre o terreno é o destino mais usual em todo o mundo e algumas
características dos locais de deposição podem ser classificadas:
7
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
a) Lixões ou Vazadouros
Os lixões ou vazadouros são caracterizados pela ausência de controle sobre tipo, volume e
periculosidade dos resíduos depositados. O resíduo permanece a céu aberto sem nenhum
tipo de proteção. Não é realizado nenhum tipo de compactação com o objetivo de
minimizar o volume, sendo os resíduos despejados sobre o solo natural. Não há também
nenhum controle de entrada de pessoas ou animais.
b) Aterros Controlados
c) Aterros Sanitários
8
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
9
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
brejosos não são propícios a áreas residenciais, eram utilizados também como área de
deposição de resíduos. Por estes motivos a maioria dos antigos lixões encontra-se em uma das
duas situações.
A escolha de novas áreas não envolve apenas condicionantes ambientais, mas também
aspectos legais, econômicos, técnicos e sociais. Conforme a NBR 13896, os aspectos a serem
verificados são a minimização do impacto ambiental, maximização da aceitação da
população, estar de acordo com o zoneamento da região e a utilização por longo período com
necessidade mínima de obras para início de operação.
A norma NBR 13896/97, Aterros de Resíduos Não Perigosos – Critérios para Projeto,
Implantação e Operação, recomenda locais com declividade superior a 1% e inferior a 30%. e
considera desejável a existência de um depósito extenso e homogêneo de materiais com
coeficiente de condutividade hidráulica inferior a 10-6cm/s e uma zona não saturada com
espessura superior a 3m, sendo recomendado coeficiente de condutividade hidráulica menor
10
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Tabela 2.1 - Restrições para locação de aterros sanitários (EPA apud ENGECORPS,
1996).
I NTERFERÊNCIA RESTRIÇÃO
3km de aeroportos com pouso e decolagem de
Aeroportos aeronaves de grande porte
1,5km de aeroportos com pouso e decolagens de
aeronaves de médio porte
Planícies Inundáveis Período de retorno superior a 100 anos
Evitado. Poderá ser utilizado em casos
Terrenos Brejosos particulares que estudo s de impacto ambiental
demonstrem a viabilidade
Os aterros e sistemas de infra-estrutura deverão
Áreas Sísmicas ser dimensionados para resistir a acelerações
horizontais máximas
Os aterros e sistemas de infra-estrutura deverão
ser projetados de maneira a assegurar a
Áreas de risco, em termos de estabilidade
estabilidade e integridade geral dos seus
componentes
Tabela 2.2 - Critérios para avaliação das áreas para instalação de aterro sanitário, (IPT,
1995).
Classificação das Áreas
Itens Analisados Recomendada com
Recomendada Não Recomendado
Restrições
Vida Útil > 10 anos 10 anos, a critério do órgão ambiental
Distância do centro
< 10km entre 10 e 20km > 20km
gerador
Densidade Populacional baixa média alta
unidades de conservação
Zoneamento Ambiental áreas sem restrição de zoneamento ambiental ambiental e correlatas
vetor de crescimento vetor de crescimento vetor de crescimento
Zoneamento Urbano
mínimo intermediário máximo
Uso e ocupação das
áreas devolutas ou pouco utilizadas ocupação intensa
terras
Valor da terra baixo médio alto
Aceitação popular e de
boa razoável inaceitável
suas entidades
Distância aos cursos < 200 m com aprovação do órgão de controle
> 200m
d’água ambiental responsável
Declividade de 1 a 20% menor que 1 e maior que 20%
Profundidade do nível
3m 1,5 a 3m < 1,5m
d’água
10-7cm/s (classe I) 5x10-5cm/s (classe I)
Condutividade hidráulica >5x10 -5cm/s
10-6cm/s (classe II) 5x10-5cm/s (classe II)
do subsolo (medidas de contenção)
(desejável) (mínimo)
11
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Condicionantes Geológicos:
§ Zonas de alto risco sísmico;
§ Zonas de falhamento regionais;
§ Zonas cársticas e de subsidência;
§ Estratigrafia, tipos litológicos, heterogeneidades e anisotropias dos maciços rochosos;
§ Estruturas geológicas, como planos de acamamento, fraturas, dobras e falhas;
§ Características do manto de alteração e dos solos superficiais, como capacidade de
troca catiônica, conteúdo de matéria orgânica, composição geoquímica,
(principalmente a presença de óxidos-hidróxidos, fosfatos e carbonatos), espessura,
granulometria e estrutura.
Condicionantes Hidrogeológicos:
§ Presença de aqüíferos regionais;
§ Zonas de recarga de aqüíferos regionais;
§ Cargas e gradientes hidráulicos, condutividade hidráulicas e transmissividades,
porosidades totais e efetivas, armazenamentos específicos e coeficientes de
armazenamento, velocidades e direções de fluxo regional e local da águas
subterrâneas, coeficientes de dispersão e retardamento;
§ A posição do nível d’água e suas variações em relação à base de disposição;
§ Qualidade e utilização das águas subterrâneas;
§ Proximidade, qualidade e utilização das águas superficiais
Condicionantes Geotécnicos:
§ Características granulométricas, porosidade, densidade e umidade;
§ Características de resistência, colapsibilidade e deformabilidade;
§ Localização e características de áreas de empréstimo.
Condicionantes Geomorfológicos:
§ Áreas sujeitas à inundação;
§ Áreas com declividades elevadas;
12
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
13
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Nos liners argilosos, além da dificuldade de se obter condições semelhantes em campo das
estudadas em laboratório, verifica-se como ponto desfavorável a possibilidade do
aparecimento de trincas, devido a contrações, que diminuem sua eficiência. Esse problema é
agravado ainda mais quando existe uma quebra da capilaridade por uma camada drenante
natural abaixo do liner ou por uma camada drenante de detecção de chorume. Essa quebra de
capilaridade impede que o liner argiloso reponha por capilaridade as perdas por evaporação.
Como ponto favorável desse sistema a argila pode atenuar alguns contaminantes por
processos de sorção e precipitação.
14
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
15
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
16
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
§ Coletor de área – Dreno que cobre totalmente a área do liner (camada drenante).
17
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Os coletores laterais (drenos de fundação) devem ser executados nas bases de diversos
planos inclinados de modo a formar divisores de água conforme apresentado a Figura 2.7.
Camada drenante
Tubo de concreto perfurado
(CA-3) Ø 200 a 600mm Rachão
0.60
0.60
A biodegradação dos resíduos nos aterros sanitários resulta na geração de gases que são
constituídos principalmente pelo metano (CH4) e gás carbônico (CO 2). Esses gases são
gerados em grandes volumes, podendo concentrar-se em bolsões e sair de forma
descontrolada do aterro.
18
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Dessa forma deve existir no aterro dispositivos apropriados para conduzir os gases,
principalmente o metano pois este pode provocar explosões.
O método mais comum de controle de movimentação dos gases é pelo alívio da pressão
interna do aterro com a instalação de drenos verticais que vão desde o fundo do aterro até a
camada de cobertura superficial. Esses drenos são executados concomitantemente com o
aterro ou são instalados após a conclusão de algumas células. Auxiliam também na drenagem
vertical do chorume sendo muitas vezes interligados a drenos horizontais implantados junto
ao topo da camada de solo da célula subjacente.
Os drenos deverão ser espaçados de forma que suas zonas de influência se sobreponham
como demonstra a Figura 2.9. Em geral os drenos de gases são instalados com espaçamentos
horizontais entre 30 e 50m.
Devido a alta compressibilidade dos aterros sanitários algumas soluções são adotadas
buscando garantir a integridade e continuidade destes elementos. No estado de São Paulo é
consagrada a adoção dos drenos verticais em concreto conforme as duas soluções
apresentadas na Figura 2.10. Também são utilizados tubos de PVC e/ou polietileno de alta
densidade (PEAD).
19
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
A maior preocupação com os elementos de drenagem é que estes devem manter sua
funcionalidade ao longo da vida do aterro.
Estes sistemas devem ser constituídos por canaletas de berma, descidas d’águas nos
taludes, caixas de passagem, bacias de dissipação, escadas hidráulicas, etc.
Atenção especial deve ser dada aos elementos que estarão instalados no corpo do aterro,
pois estarão sujeitos a recalques significativos. Assim as canaletas de berma devem ser
implantadas com declividades adequadas e as descidas d’água nos taludes devem ser
instaladas nas linhas de maior recalque (ENGECORPS, 1996).
20
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
A proteção final dos taludes é em geral feita com grama. O método mais efic iente de
plantio é com gramas em placa, porém é um dos mais dispendiosos. Alternativamente, têm
sido empregadas a semeadura direta ou hidrosemeadura.
Durante a operação, as cama das de solos de cobertura são pouco espessas o que, aliado às
grandes deformações devido a alta compressibilidade do RSU, ao tráfego de máquinas
pesadas e às chuvas intensas, resulta em constantes atolamentos. Esse problema é agravado
ainda mais na frente de serviço onde há a necessidade de manobra das carretas e caminhões
compactadores para a descarga do resíduo.
Uma das formas de melhoria destes acessos é a inclusão de reforços geossintéticos e/ou o
aumento da espessura do solo de cobertura.
21
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Diversos materiais podem ser empregados para a cobertura diária como solos, materiais
inertes, geossintéticos, etc. A escolha da melhor solução deve ser baseada em estudos técnicos
e econômicos. De forma geral a solução mais adotada é a de solo.
O segundo tipo de recobrimento é o final podendo-se destacar como funções, além das
citadas para o recobrimento diário, a minimização da infiltração de águas, provenientes de
precipitações, impedir o escape de gases, propiciar a plantação de vegetação.
Nos aterros modernos a cobertura final é constituída por diversas camadas (Figura 2.12).
A camada superficial é tipicamente composta por solo vegetal, não compactado com
espessura variando de 15 a 60 cm. Em seguida, uma camada de solo compactado para
proteção, uma camada para drenagem de águas pluviais, podendo ser de material granular ou
geossintéicos, uma camada impermeabilizante (barreira hidráulica), podendo ser um liner
argiloso e/ou geossintético, uma camada para a coleta de gás semelhante a camada drenante e
uma camada de regularização.
22
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
CAMADASUPERFICIAL Solo de
cobertura
CAMADA DE PROTEÇÃO
CAMADADRENANTE
BARREIRA HIDRÁULICA
SOLO DE REGULARIZAÇÃO
2.4.6 - INSTRUMENTAÇÃO
No caso dos aterros sanitários a instrumentação se apresenta como uma das melhores
formas de se conhecer o comportamento e funcionamento de maciços de resíduos sólidos
urbanos, frente a grande heterogeneidade, tamanho das partículas e condições específicas de
campo.
23
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Outro ponto importante na instrumentação diz respeito a periodicidade das leituras e sua
correlação com a estabilidade e segurança do aterro.
24
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
25
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Para aumentar ainda mais a vida útil dos aterros alguns processos são utilizados, tais
como, a trituração e o enfardamento. A trituração, como o próprio nome diz, consiste na
redução das dimensões dos resíduos, sendo necessária sua compactação posterior no aterro
sanitário. O enfardamento caracteriza-se pela compactação prévia, gerando fardos auto-
sustentáveis e amarrados, os quais são transportados e dispostos também no aterro sanitário.
26
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
27
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Outro trabalho onde foi apresentado a influência do número de passadas e espessura das
camadas foi o trabalho de Schomaker (1972) (citado por MARQUES, 2001). O trabalho
entretanto não menciona maiores detalhes relacionados à obtenção das curvas, dificultando
sua utilização prática.
8 8
6 6
4 4
2 2
0 0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Figura 2.17 - Relação entre o peso específico dos resíd uos e o número de passadas do
equipamento e espessura das camadas (Schomaker, 1972 citado por MARQUES, 2001).
28
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Geralmente os estudos de biodegradabilidade dos RSU, até hoje, tiveram como enfoque
principal a geração de gases pela possibilidade do seu aproveitamento como fonte de energia.
Assim, algumas formulações matemáticas para a representação da geração dos gases em
aterros sanitários foram desenvolvidas.
Segundo Bidone & Povinelli (1999) (citado por CARVALHO, 1999) o processo de
biodegradação e geração dos gases é assumida hoje como um processo de cinco fases. São
elas:
Fase I – Ajuste Inicial ou Fase Aeróbia: Nesta fase, ocorre a decomposição aeróbia da
matéria orgânica, devido a existência do oxigênio no resíduo recém depositado. Pode -se
verificar a produção de CO2 e o consumo de N2 e O2 , sem nenhuma geração de gás metano.
Ocorre cerca de 5 a 10% de degradação da matéria sólida passível de transformação em gases.
29
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
H2 em CH4 e CO2 irá aumentar o pH atingindo uma faixa entre 6.8 e 8, enquanto que as
concentrações de DBO e DQO sofrerão reduções significativas. Nestas condições (valores
neutros de pH) observar-se-á, ainda, a redução da solubilidade de compostos inorgânicos,
implicando uma menor quantidade de metais pesados contidos nos líquidos percolados. Uma
parcela adicional da matéria sólida é degradada e convertida nesta fase.
30
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Serão abordados, neste item, o teor de umidade, peso específico, composição e conteúdo
orgânico, tamanho de partícula e classificação.
2.7.1 - COMPOSIÇÃO
Os resíduos sólidos urbanos são admitidos como multifásicos constituído pelas fases
sólida, líquida e gasosa assim como os solos. Existe uma variação do percentual das fases
com o tempo, como dito anteriormente, devido a processos de biodegradação que estão
relacionados com teor de umidade, conteúdo orgânico do RSU e condições climáticas. A fase
sólida é composta de diversos materiais, os quais formam um arranjo poroso, com vazios
interpartículas e intrapartículas, que pode ou não estar preenchido por líquido percolado e/ou
biogás e ainda pode estar em processo de decomposição. Dessa forma, verifica-se que o ponto
básico para a compreensão do comportamento dos maciços de RSU é o conhecimento das
interações existentes entre as três fases e as alterações destas com o tempo (CARVALHO,
1999).
31
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Segundo GRISOLIA & NAPOLEONI (1996) existem algumas diferenças entre solos e
RSU como por exemplo, a fase sólida dos RSU, que pode ser dividida em três categorias:
materiais inertes estáveis, materiais altamente deformáveis e materiais orgânicos
biodegradáveis. A primeira categoria (vidros, cerâmicas, solos, entulhos, etc.) apresenta
comportamento semelhante a solos granulares muito heterogêneos, desenvolvendo forças de
atrito entre as partículas. A segunda categoria, englobando materiais como plásticos, papéis,
têxteis e borracha, possuem, além da deformabilidade, comportamento anisotrópico e a
possibilidade de absorver ou incorporar fluidos no interior de sua estrutura. Quando
submetidos a carregamentos, esses materiais sofrem deformações iniciais com mudança de
sua forma original, além da possibilidade de deformações de natureza viscosa. A terceira
categoria passa por transformações físico-químicas a curto prazo que geram líquidos e gases.
A composição física varia de uma região para a outra, estando relacionada com os níveis
de desenvolvimento econômico, tecnológico, sanitário e cultural. Na Figura 2.19 e tabela 2.4
são apresentadas composições de diferentes regiões.
Papel / Matéria
Papelão Orgânica
26% 49%
2.7.2 - CLASSIFICAÇÃO
De acordo com KÖNIG & JESSBERGER (1997), citando o GLR – Geotechnics of landfill
Recommendations, os resíduos podem ser classificados como: semelhantes a solos, nos quais
os princípios da mecânica dos solos podem ser aplicados e os não semelhantes, nos quais os
princípios da mecânica dos solos tem aplicação limitada ou nenhuma. Os resíduos sólidos
urbanos se enquadram nesta última categoria.
Os resíduos não semelhantes a solos podem ser descritos pelo teor de umidade, teor de
matéria orgânica, distribuição granulométrica das partículas e identificação das diferentes
32
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Tabela 2.4 - Composição (em volume) do resíduo sólido urbano para diferentes cidades
(modificado CARVALHO, 1999).
CIDADE / P AÍS
SÃO
C OMPONENTE BANGKOK PEKIN NEW Y ORK ISTAMBUL ATENAS COCHABAMBA R ECIFE
P AULO /
T AILÂNDIA CHINA USA T URQUIA GRÉCIA BOLÍVIA BRASIL
BRASIL
Metal 1 1 5 2 4 1 2 5
Papel 25 5 22 10 19 2 15 14
Plástico - 1 - 3 7 3 8 14
Borracha, couro e
madeira
7 1 3 6 4 1 - 7
Têxteis 3 - - 3 - - - 3
Mat. org. 44 45 20 61 59 71 60 51
Vidro 1 1 6 1 2 1 2 1
Outros 19 46 46 14 5 21 13 5
Segundo LANDVA & CLARK (1990) análises de diversos resíduos e uma ampla revisão
da literatura conduziram o Bur eau of Solid Waste Management a selecionar as seguintes
categorias como proposta de classificação: (i) resíduos de alimentos, (ii) de poda, (iii)
produtos de papel, (iv) plásticos, borracha e couro, (v) têxteis, (vi) madeira, (vii) produtos
metálicos, (viii) vidros e cerâmicas e (ix) cinzas e pedras. E para ser usada em engenharia,
algumas classes foram propostas: (O) orgânico, (OP) putrescível, (ON) não putrescível, (I)
inorgânicos, (ID) degradáveis e (IN) não degradáveis.
33
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
34
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
35
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Outra umidade bastante utilizada na área ambiental é a umidade volumétrica (θw ) que é
determinada em função dos volumes de água e sólidos em vez dos pesos.
36
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Figura 2.25 – Variação do Teor de Umidade dos RSU com a matéria orgânica.
(LANDVA & CLARK, 1990)
O peso específico dos RSU é geralmente difícil de se obter devido a sua natureza granular
e errática. A sua determinação é ainda mais complicada devido a presença de camadas de
“sujeira”, como por exemplo solos de cobertura. Os fatores principais que influenciam o peso
específico são: composição do resíduo, volume da cobertura diária e grau de compactação
durante a deposição.
Diversos autores propõem pes os específicos variando de 3kN/m3 , para resíduos pouco ou
nada compactados, a 14kN/m3, para resíduos com alto grau de compactação
(KNOCHENMUS et al, 1998). O peso específico médio dos diversos constituintes dos RSU
depende do peso específico da porção sólida de cada um, de sua porosidade e grau de
saturação (LANDVA & CLARK, 1990). Os autores consideram valores acima de 16kN/m3
impossíveis.
Várias técnicas podem ser usadas para a determinação do peso específico in situ, dentre
elas, poços (2 a 4m de profundidade) ou trincheira e radiação gama. Os ensaios em poços
consistem na pesagem do material e determinação do volume a partir do preenchimento da
cava (em geral com água) devidamente impermeabilizada com manta sintética. Não existem
métodos precisos.
Alguns valores de peso específico são apresentados na tabela 2.5 de acordo com o grau de
compactação.
37
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Tabela 2.5 - Peso específico do RSU segundo diversos autores (ENGECORPS, 1996).
DESCRIÇÃO PESO ESPECÍFICO ( K N/M3) AUTOR
RSU não compactado 2,4 a 2,7 Merz, R.C. (1962)
RSU medianamente compactado 4,7 a 6,3 Owers (1993)
RSU bem compactado 8,6 a 9,4 Owers (1993)
RSU bem compactado 7,0 a 14,0 Landva, A.O. (1990)
RSU bem compactado 8,0 a 12,0 Sowers (1968)
RSU enfardado 8,6 a 14,1 Owers (1993)
2.7.6 - PERMEABILIDADE
38
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Para SANTOS & PRESA (1995) isto configura que os RSU são “livres drenantes”
propensos a se comportarem de modo drenado, ou seja, a não desenvolverem excessos de
poropressão. Porém BOSCOV & ABREU (2001) questionam esta teoria visto que pressões de
gás de até 170kPa foram medidas em aterros sanitários brasileiros. Análises da ruptura do
sub-aterro AS-1 do aterro de Bandeirantes (SP) demonstraram que o fator deflagrador do
fenômeno foi a elevação das pressões neutras devido o acúmulo de chorume. Fatores ru de até
0,6 foram admitidos nas retro-análises para a obtenção de fatores de segurança de 1,0
(BENVENUTO & CUNHA, 1991).
2.7.7 - COMPACTAÇÃO
39
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
14
(kN/m³)
10
6
10 20 30 40 50 60 70 80
Umidade (%)
Lodos RSU
Papel Curva de índice de vazios zero
As diferenças entre as curvas de compactação observadas por GABR & VALERO (1995)
e as apresentadas por MARQUES (2001) podem ser explicadas pela utilização de resíduos
antigos, com alta percentagem de materiais particulados em sua composição e também as
limitações de representatividade de ensaios laboratoriais para o RSU.
2.8.1 - COMPRESSIBILIDADE
Os aterros sanitários sofrem reduções significativas durante sua vida útil devido à alta
compressibilidade dos resíduos sólidos urbanos. Os principais mecanismos que condicionam
os recalques observados podem ser resumidos como:
§ Ações mecânicas (peso próprio, sobrecargas, etc.);
§ Reorientação de partículas menores, devido à percolação de líquidos;
§ Transformações dos resíduos, por reações físico-químicas (colapsos tais como
corrosão, oxidação, etc.) e
§ Decomposição bioquímica, com conseqüente perda de massa através do escape de
gases, percolados, etc.
A magnitude e velocidade dos recalques, por sua vez está associada aos seguintes fatores:
40
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Cc C
Cc ' = e Cα ' = α (2.2)
1 + e0 1 + e0
O recalque final dos aterros sanitários apresenta-se como um valor de difícil avaliação. A
taxa de recalques diminui com o tempo e com o aumento da profundidade do resíduo em
relação a superfície. Sob o peso próprio, os aterros podem apresentar recalque que atingem de
5 a 40% de sua espessura original, sendo que a maior parte deste ocorre nos primeiros dois
anos.
41
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Trata-se da primeira proposta para avaliação dos recalques de aterros sanitários baseando-
se na teoria de adensamento da mecânica dos solos. Os recalque primários são relacionados
aos incrementos de carga e ocorrem de forma rápida (menos de 1 mês), sem acréscimo de
poropressão. Os recalques secundários, incluindo os fenômenos de fluência e biodegradação,
são admitidos com relação linear com o logaritmo do tempo.
Cc σ + ∆σ
∆H1 = H 0 log 0
1 + e0 σ0
(2.3)
Cα t
∆H 2 = H100 log 2
1 + e100 t1
onde:
∆H1 e ∆H2 = respectivamente os recalques primários e secundários
H0 e H100 = respectivamente a espessura da camada inicial e final dos recalques primários
e0 = índice de vazios inicial
e100 = índice de vazios final dos recalques primários
Cc = índice de compressão primária
42
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
∆H
m= ou m = a − b log t1
∆t (2.4)
t
t1 = t − c
2
onde:
m = taxa de recalque
∆H = recalques medidos
∆t = intervalo de tempo entre as medidas
t = tempo de ínicio da construção à leitura
tc = tempo de construção do aterro
a = parâmetro que varia com a espessura do aterro e com o tempo de construção,
podendo ser adotado como 0,00095Hf + 0,0985, com Hf (espessura final) em metros
b = parâmetro que varia com a espessura do aterro e com o tempo de construção,
podendo ser adotado como 0,00035Hf + 0,0509, com Hf em metros
Estudo de Edil et al. (1989, 1990) baseado no Modelo de Gibson & Lo (1961)
− t
λ
∆H = H σ v a + b 1 − e b (2.5)
onde:
∆H = recalque
σv = tensão vertical efetiva atuante
t = tempo a partir da aplicação da carga
43
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
n
t
∆H = H σv m (2.6)
tr
onde:
m = compressibilidade de referência com valor médio proposto de 2,5 x 10-5 kPa-1
n = taxa de compressão com valor médio proposto de 0,65
∆H σ + ∆σ t t
= Cc log 0 + Cα1 log 2 + Cα 2 log 3 (2.7)
H σ0 t1 t2
onde:
∆H = recalque
H = altura inicial da camada sob análise
Cc = índice de compressão primária
Cα1 = índice de compressão secundária intermediária variando entre 0,003 e 0,038
com valor médio de 0,019
Cα2 = índice de compressão secundária a longo prazo variando entre 0,017 e 0,51
com valor médio 0,125
σ0 = tensão vertical efetiva inicial atuante no meio da camada
∆σ = acréscimo de tensão vertical atuante no meio da camada em consideração
t1 = tempo em dias para a conclusão da compressão inicial
44
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Os autores observaram que a evolução dos recalques ocorre em três fases. A fase inicial é
dada por compressão mecânica e redução dos vazios existentes. A segunda fase (compressão
secundária intermediária) os recalques são dominados por interações mecânicas e na última
fase (compressão secundária a longo prazo) os efeitos da biodegradação são acrescidos aos
efeitos anteriores.
onde:
a’ e b’ = parâmetros do modelo
t = tempo decorrido dos recalques
t
∆H = (2.9)
1 t
ρ + ∆H
0 ult
onde:
ρ 0 = taxa de recalque inicial (∆H/∆t)
∆Hult = recalque final esperado (tempo infinito)
Este modelo é embasado no processo de perda de massa dos materiais degradáveis que
ocorre durante a fase anaeróbia, a qual é condicionada, por sua vez, pela taxa de hidrolisação
da matéria orgânica presente nos resíduos. A equação proposta então só é válida para previsão
de recalques em longo prazo sob ação dos processos de decomposição.
45
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
1 − K .( t −t ) −K
∆H = α .H .COD 1 − . e
K htc
( h
−e c h .t
) (2.10)
onde:
α = coeficiente de perda de massa
H = altura do aterro
COD =quantidade de matéria orgânica biodegradável presente nos resíduos por ano
tc = tempo de de construção em dias
Kh = coeficiente de hidrolisação (dia -1 )
t = tempo para o qual é realizada a previsão
46
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
80.00
Coesão em kN/m²
PRA (1987)
0.00
0.00 4.00 8.00 12.00 16.00 20.00 24.00 28.00 32.00
Angulo de Atrito em Graus
Tentativas de se avaliar a resistência dos RSU através de ensaios de campo, como SPT,
CPT (Fig. 2.30 e 2.31)e vane test, vem sendo realizadas por diversos autores (JUCÁ et al,
1997; PALMA, 1995; CARVALHO, 1999).
Para SINGH & MURPHY (1990) os resultados do ensaio de vane não são representativos
do RSU, pois as paletas são pequenas comparadas as dimensões das partículas dos RSU.
47
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Figura 2.30 - Ensaios de SPT realizado por diversos autores. (apud CARVALHO, 1999)
48
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Figura 2.31 - Ensaios de CPT por diversos autores. (apud CARVALHO, 1999)
49
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
são bastante úteis. Deve-se atentar a diferença das deformações que provocam a ruptura nos
solos e nos RSU.
Curvas tensão x deformação típicas são apresentadas por CARVALHO (1999). As curvas
exibem ganho contínuo de resistência (Figura 2.32) sem apresentar a ruptura. Nestes casos
tem sido comum a obtenção dos parâmetros para uma dada deformação (15 a 20%).
Figura 2.32 - Curvas tensão x deformação típicas dos RSU. (apud CARVALHO, 1999)
Figura 2.33 - Modelo do RSU. (KOCKEL, 1995 apud KÖNIG & JESSEBERGER, 1997)
50
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Figura 2.35 - Modelo de interação das forças de atrito e de tração dos RSU. (KÖLSCH,
1993)
51
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
KÖNIG & JESSEBERGER (1997) notaram que as envoltórias de ruptura dos RSU não
apresentavam uma envoltória bilinear como os solos reforçados, sendo explicado talvez pelos
diferentes comprimentos e propriedades de tensão deformação das fibras. Porém KÖLSCH
(1993) apresenta envoltórias com descontinuidades nas tensões normais onde foram
verificadas as rupturas das fibras (200 kPa).
52
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
(b)
(a)
Figura 2.37 - (a) Variação da resistência com o tempo (KÖNIG & JESSEBERGER,
1997). (b) Proposta de WALTER (1992) apud PALMA (1995)
SINGH & MURPHY (1990) apresentaram uma série de resultados encontrados, sugerindo
uma área de parâmetros para serem utilizados em projetos (ver Figura 2.38). Esta área tem
como enfoque principal os resultados de retro-análises, face a performance satisfatória de
taludes altos e íngrimes, mesmo após terremotos. A estes resultados CARVALHO (1999)
acrescentou os resultados obtidos nos ensaios do resíduo coletado no aterro Bandeirantes e
alguns outros encontrados na literatura (Figura 2.39).
120.00
Retro-análises
Ensaios de Laboratório
40.00
0.00
0.00 10.00 20.00 30.00 40.00 50.00
Ângulo de atrito (graus)
Figura 2.38 - Envoltória de parametros proposta por SINGH & MURPHY (1990).
53
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
120.00
Retro-análise (1)
Intercepto de Coesão (kPa)
Verifica -se que os valores dos parâmetros obtidos por ensaios de laboratório para os
resíduos do aterro sanitário Bandeirantes situaram-se fora da faixa recomendada. Observa-se
também uma grande dispersão dos resultados.
Sanchez – Alciturri et al. (1993) (citados por PALMA, 1995) analisando as tendências de
ensaios de laboratório e de retro-análises apresentam uma área recomendada para projetos
como a interseção de todas as tendências (Figura 2.40).
80
70
60
40
Análises de ensaios de
campo e retro-análises
30
20 Análise de resultados de
ensaios de laboratório
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Angulo de Atrito em Graus
54
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
MURPHY, 1990) verifica-se uma superposição pequena das áreas, sendo a faixa proposta por
Sanchez-Alciturri mais conservadora.
80
70
Área sugerida para projetos
Singh & Murphy (1990)
60
50
Coesão (kPa) Área recomendada para projetos
Sanchez - Aciturri et al (1993)
40
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Angulo de Atrito em Graus
SINGH & MURPHY (1990) rec omendam, como uma aproximação para análises de
maciços de RSU, que para aterros com alturas medianas em torno de 61 m e taludes 3H:1V,
55
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Para a última situação duas abordagens podem ser utilizadas: análises de estabilidade de
taludes convencionais e de capacidade de carga das fundações. Os autores consideram que a
resistência do aterro deve ser desconsiderada para se ter uma abordagem conservadora. Isto
significa que a ruptura pela fundação ocorre antes que pelo aterro.
56
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
Igualmente aos tópicos anteriores, a aplicação de métodos clássicos de solos deve ser feita
com precaução, tendo-se em mente as características específicas dos resíduos domiciliares.
Segundo SOWERS (1968) a capacidade de carga para aterros sanitários está entre 25 e 40
kPa.
57
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
As características tensão x deformação dos resíduos e dos solos de cobertura são tão
diferentes que, considerando-se uma parcela de contribuição dos resíduos, é difícil esperar
que a capacidade de carga seja obtida com deformações admissíveis para uma fundação.
As cargas de ruptura, estimadas pelo autor, são de : 360 kPa para uma cobertura de solo de
30 cm, 250 kPa para uma espessura de 20 cm e 180 kPa diretamente sobre os resíduos. Vale
ressaltar que o perfil típico do aterro de Meruelo segue um sistema multicamada com
espessuras médias de resíduos de 1,7 m intercaladas por solos de cobertura com espessuras
médias de 20 cm.
O mesmo autor relata que devido à característica multicamada dos resíduos, tratando-se de
fundações reais, não se deve empregar diretamente os valores obtidos por ensaios in situ e
portanto são necessárias formulações teóricas para determinar cargas admissíveis, propondo
os modelos apresentados a seguir.
D
ph = 4 c1 (2.11)
B
onde:
ph = tensão de ruptura da placa
D = espessura do solo de cobertura
B = diâmetro da placa
c1 = resistência ao cisalhamento não drenada do solo
58
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
A aplicação deste modelo é adequada para relações de D/B da ordem de 0,5. Para valores
maiores ou menores, o modelo não se adequa ao fenômeno físico que realmente ocorre. Para
relações de D/B maiores que 1,5 o mecanismo de ruptura afeta unicamente o solo de
cobertura, apresentando mecanismo de ruptura generalizada.
D
p h = p rs + 4c1 (2.12)
B
onde:
p rs = tensão atuante sobre os resíduos
onde:
q = sobrecarga
s’ = fator de forma (placa circular = 0,2)
c2 = resistência não drenada dos resíduos sólidos
Para alcançar a carga de ruptura segundo o modelo anterior, são requeridas grandes
deformações devido ao comportamento tensão x deformação observados nos resíduos.
Normalmente considerando-se uma limitação dos recalques esta condição de ruptura nunca é
alcançada (ruptura generalizada dos resíduos).
D
p punc = prs + 4c1 (2.14)
B
onde:
59
Capítulo 02 – Revisão Bibliográfica
pB 2
p rs = (2.15)
( B + 2tan α ) 2
onde:
p = tensão atuante na placa
onde:
Nc = coeficiente da carga de ruptura (≈6,05 para fundações circulares)
Comparações realizadas por PALMA (1995) entre análises por elementos finitos e os
resultados analíticos desta última equação demonstraram boa adequação deste modelo.
Comparações realizadas por PALMA (1995) entre análises por elementos finitos e os
resultados analíticos desta última equação demonstraram uma boa adequação deste modelo.
60
3 - METODOLOGIA
3.1 - INTRODUÇÃO
61
Capítulo 03 - Metodologia
As células experimentais foram construídas dentro da área cedida pelo SLU – Serviço de
Limpeza Urbana de Brasília para pesquisas da Universidade de Brasília (UnB) dentro do
Aterro do Jóquei Clube. Foram executadas cinco células com dimensões de 12m x 12m para o
nível do terreno e 4m x 4m para um nível 2m abaixo da cota do terreno, obtendo-se uma
geometria trapezoidal. Além da deposição dos resíduos na região de escavação das células
com a espessura de 2m atingiu-se uma cota 2m acima da cota do terreno, totalizando um
volume depositado de 160m3 por célula.
Todas as células são dotadas de sistema de impermeabilização por liner argiloso, camada
drenante de areia e um dreno coletor central que conduz o chorume até um poço de coleta e
remoção. A diferença das células consiste no sistema de tratamento adotado para acelerar o
processo de biodegradação dos resíduos sendo:
Estas células experimentais são objetos de estudos de outros trabalhos desenvolvidos pelo
grupo de resíduos sólidos do Programa de Pós Graduação em Geotecnia da UnB. Nesta
pesquisa apenas deu-se continuidade à execução de ensaios de sondagem a percussão,
iniciadas anteriormente, buscando avaliar, de maneira simples, variações na resistência dos
resíduos ao longo do tempo.
62
Capítulo 03 - Metodologia
A escolha da s diferentes áreas teve como objetivo avaliar de forma qualitativa todos os
dados disponíveis, mesmo que de diferentes regiões, para um melhor entendimento do
comportamento global de maciços de RSU.
A sondagem teve o furo revestido até uma profundidade de 2m e o avanço foi feito com
lavagem por circulação de água devido a dificuldade do avanço a trado (os plásticos
enroscavam no trado). Mesmo com a circulação de água, o tempo de avanço de um metro
variava de 1 a 2 horas. As dificuldades encontradas neste ensaio são devidas a presença de
materiais como madeiras e borracha que dificultam a penetração do amostrador. Caso fossem
encontrados materiais como chapas de aço ou ferro ou até mesmo enrocamento (rachão),
normalmente utilizado como material de drenos, seria necessário a relocação do furo.
63
Capítulo 03 - Metodologia
As medidas de SPT eram realizadas a cada metro segundo a norma NBR 6484, utilizando
amostrador tipo Terzaghi de diâmetros nominais interno e externo de 34,9mm e 50,8mm
respectivamente.
Em todo o furo foi recuperada, pelo amostrador, apenas uma amostra porém de quantidade
inferior à capacidade do mesmo.
64
Capítulo 03 - Metodologia
O ensaio foi encerado a uma profundidade de 15m, pois o furo começou a fechar
impossibilitando a manobra das hastes.
Por causa da dificuldade do avanço a trado e também pelas pequenas profundidades das
células, os furos de sondagem realizados nas células experimentais do Aterro do Jóquei Clube
de Brasília tiveram as medidas de SPT contínuas em toda sua profundidade, não havendo
avanço.
Os ensaios eram finalizados a uma profundidade pré definida de modo que não se
atingisse o sistema de drenagem nem de impermeabilização. Como as células foram
construídas em épocas diferentes, apresentando recalques também diferenciados, as
profundidades de ensaio variaram de 2,00 a 3,50m.
65
Capítulo 03 - Metodologia
Para não contaminar a amostra de RSU com solo a camada de cobertura foi retirada
manualmente. O resíduo foi escavado mecanicamente devido a grande dificuldade que os
materiais plásticos e têxteis impunham à escavação manual.
66
Capítulo 03 - Metodologia
A amostra coletada era colocada sobre uma manta plástica também com o intuito de evitar
a contaminação por solo e para a realização de homegeneização e quarteamento da amostra.
67
Capítulo 03 - Metodologia
§ composição gravimétrica
68
Capítulo 03 - Metodologia
O resíduo sólido urbano é composto por diversos materiais que apresentam diferentes
capacidades de retenção de fluidos.
Neste contexto, determinou-se dois tipos de umidade. A primeira definida como umidade
global, foi determinada por amostr as constituídas de todas as frações do resíduo com porções
de aproximadamente 1000g, descartando-se materiais com dimensões avantajadas. Foi
calculada a umidade tanto para base seca como para base úmida conforme apresentado no
capítulo 02. O segundo tipo de umidade foi determinado para cada componente do resíduo
resultante da segregação manual para determinação da composição gravimétrica.
As amostras eram mantidas em estufa a 70ºC, até que se observasse constância de peso
das mesmas. Esta temperatura foi adotada com o objetivo de evitar a queima da matéria
orgânica. Em média o tempo para determinação das umidades variava de 48 a 72 horas.
69
Capítulo 03 - Metodologia
Foram obtidas então as curvas granulométricas para cada componente, assim como do
resíduo global .
Como as células ainda estão em operação, as camadas de cobertura são executadas apenas
para o controle da proliferação de vetores e do odor de forma que o material terroso é
simplesmente lançado e espalhado com trator de esteira, não recebendo qualquer controle de
compactação. Por este motivo não foram executados ensaios sobre a camada de cobertura.
Para o final de operação das células está previsto a execução de camada de cobertura formada
por diversas camadas conforme apresentado no item 2.4.5 do capítulo anterior.
Dos três ensaios executados, dois foram sobre resíduos com aproximadamente 2 anos e
meio de idade (PLT-01 e PLT-02) e um sobre resíduo com menos de 3 meses de deposição
(PLT-03).
O sistema de reação para aplicação das cargas, foi cedido pela LCL Engenharia e
Consultoria e era formado por um “skid” metálico, composto por duas vigas de aço com 7 m
de comprimento cada e dispostas paralelamente; quatro vigas de 80cm dispostas
transversalmente as duas anteriores, servindo de travamento para as mesmas; um perfil de aço
retangular vazado colocado no centro e abaixo das duas vigas maiores, onde o macaco
hidráulico era apoiado; dois blocos de concreto com quatro tirantes em cada um para o
70
Capítulo 03 - Metodologia
travamento das vigas. Além deste sistema foram adicionados mais quatro blocos de concreto
totalizando um sistema de reação capaz de suportar 20 toneladas.
O sistema de referência para a leitura dos deslocamentos da placa era formado por um
tripé metálico (alumínio) com as sapatas apoiadas a uma distância mínima de 1,20m (1,5 φ da
placa) do centro da placa. A leitura era realizada por três sensores eletrônicos, conectados a
um receptor remoto para aquisição e transformação dos sinais em deslocamentos,
posteriormente enviados a um computador. O sistema de aquisição de dados foi cedido pelo
Laboratório de Geotecnia da UFBA, sendo o receptor de fabricação própria.
71
Capítulo 03 - Metodologia
Assim foi definido que o critério de estabilização dos recalques seria semelhante ao
prescrito na norma ASTM D1196, onde a aplicação de novas cargas é realizada após a
verificação da constância da diferença entre leituras suc essivas (a cada minuto) de 0,01mm
durante 3 minutos consecutivos. Em cada estágio era aplicado um incremento de carga de 2
toneladas.
72
Capítulo 03 - Metodologia
Para a verificação da estabilidade dos maciços de RSU do AMC foi executada uma seção
experimental em um talude do aterro, realizando-se corte subvertical (aproximadamente 90º)
com altura média de 4,50m e extensão de 10m.
Foram instalados três marcos superficiais na crista do corte: dois distanciados 2 m de cada
borda e um na seção central. As medidas de recalques foram realizadas por topografia, assim
como as medidas de deslocamentos horizontais. O monitoramento dos recalques teve duração
de 37 dias, sendo 19 dias antes da aplicação da sobrecarga e 18 dias após a aplicação da
mesma. A seção teve que ser reaterrada por causa da elevação do nível de chorume na célula.
61.50
61.00
60.50
60.00
59.50
59.00
Escala de Cotas
58.50
58.00
57.50
57.00
56.50
56.00
55.50
55.00
54.50
54.00
53.50
53.00
73
Capítulo 03 - Metodologia
Escala de Cotas
58.50
58.00
57.50
57.00
56.50
56.00
55.50
55.00
54.50
54.00
53.50
53.00
A sobrecarga foi aplicada por blocos de concreto sobre uma extensão de 6 m ao longo da
crista, sendo o centro da aplicação coincidente com a seção central do corte. Com esta
configuração atingiu-se uma sobrecarga de 20kPa sobre a crista do talude.
74
Capítulo 03 - Metodologia
Marco
Por não existir ainda métodos adequados para análises de estabilidade de maciços de
RSU, optou-se pela utilização do método, já consagrado, de equilíbrio limite Bishop
Simplificado. As análises foram realizadas no programa computacional SLOPE/W. Admitiu-
se, também, que o RSU obedece ao modelo de Mohr -Coulomb.
Como não foi verificada a ruptura do talude experimental, foram feitas retro-análises na
seção central do corte, com uma sobrecarga de 0 e de 20kPa, admitindo-se, de modo
conservador, valores de segurança FS = 1,0. Nas análises foram usados valores de ângulo de
atrito para o RSU entre 15º e 35º com variação de 5º e calculados os valores de coesão
necessários para se obter o fator de segurança desejado (FS = 1,0).
De forma também conservadora, não foi considerado nenhum tipo de linha piezométrica
ou poropressão para a obtenção dos parâmetros de resistência.
75
Capítulo 03 - Metodologia
Foi analisado também o fator de segurança obtido para mesma seção e configuração
considerando que o RSU segue a função de resistência bilinear, proposta por
KAVAZANJIAN et al (1995), apresentada no capítulo 02.
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
64
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
Figura 3.15 - Seção central do corte realizado no AMC e configuração das superfícies de
rupturas analisadas (centros e raios) no programa SLOPE/W.
A ruptura ocorreu no contato entre a massa de lixo e solo que após a ruptura apresentava-
se bastante úmido (ver figura 3.16).
76
Capítulo 03 - Metodologia
77
Capítulo 03 - Metodologia
para círculos de ruptura com fator de segurança menores ou iguais a 1 dentro da massa de
lixo.
66
Terreno Natural
64
62
60
RSU
58
56
C
54
52
50
48
-5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
DISTANCIA (m)
Figura 3.17 - Seção anterior a ruptura no Aterro de Canabrava utilizada nas análises de
estabilidade.
O
66
64 RSU
62 Interface
60
Solo Natural
58
Cota (m)
56
54
52
50
48
46
T
44
42
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Distancia (m)
78
A
4 - APRESENTAÇÃO E ANÁLISES DOS RESULTADOS
4.1 - INTRODUÇÃO
Neste capitulo serão apresentados os resultados dos ensaios realizados nas áreas
estudadas, bem como as análises de estabilidade dos maciços de RSU. Serão apresentadas,
também, as interpretações referentes aos resultados obtidos.
Vale ressaltar que no atual estágio das pesquisas realizadas com resíduos sólidos urbanos,
ainda não existem teorias e modelos capazes de representar de forma realista o complexo
comportamento dos mesmos. Desta forma, ainda é usual a utilização de conceitos da
Engenharia Geotécnica utilizados para solos.
Assim a adoção destes modelos teóricos e das técnicas operacionais de ensaios de campo
para solos, aliado à heterogeneidade e materiais de grandes dimensões, podem dar resultados
não confiáveis quando aplicados a resíduos sólidos urbanos. Isso impõe grande dificuldade na
interpretação dos resultados.
São apresentados nas figuras 4.1 e 4.2 os números de golpes obtidos nos ensaios
realizados no Aterro Metropolitano Centro e nas células experimentais do Aterro do Jóquei
Clube de Brasília.
Como explicado no capítulo anterior, nas sondagens realizadas nas células experimentais
foram medidos somente os números de golpes para a camada de RSU, tendo sido retirada a
camada de cobertura que variou de 40 a 60 cm. Os números de golpes do SPT foram medidos
de forma contínua, ou seja a cada 15 cm, tendo sido plotados os valores para os últimos 30 cm
(Nf) de cada 45cm. São apresentados os ensaios realizados a diferentes datas. Não foi
encontrado nível de percolado nas células.
79
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Para o ensaio realizado no Aterro Metropolitano Centro a camada de cobertura foi retirada
(50cm) e somente a uma profundidade de 15m foi encontrada outra camada de cobertura.
Também não foi encontrado nível de líquido percolado devido ao processo de avanço por
lavagem com circulação de água.
1 RSU
0,50
0 0
1
2
5 / 43 6 / 39 Silte Argiloso
2
3 com areia e
17 14 com pedregulho
3
4
8 6
4
5
6 / 32 6 / 32
5
6
Não encontrado
4 / 34 5 / 34
6
7
10 20
7
8
6 6
8
9
9 12
9
10
9 11
10
11
8 9
11
12
77 / 28 39
12
13
15 16
13
14
27 18
14
15
12 15
15,00 15
16
15,45
14 16
16
80
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
0,50 0,50
0,50
Profundidade (m)
1,00 1,00
Profundidade (m)
Profundidade (m)
1,00
1,50 1,50
1,50
2,00 2,00
2,00
2,50 2,50
Nf (06/02/01)
Nf (26/04/00) Nf (06/02/01) Nf (07/02/01)
Nf (19/09/01) Nf (19/09/01) Nf (19/09/01)
0,50 0,50
1,00 1,00
Profundidade (m)
Profundidade (m)
1,50 1,50
2,00 2,00
2,50 2,50
3,00 3,00
3,50 3,50
Nf (07/02/01)
Nf (19/09/01) Nf (20/09/01)
Figura 4.2 - Número de golpes das sondagens nas Células experimentais do Aterro do
Jóquei Clube de Brasília.
81
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Para o ensaio realizado no AMC o valor médio de SPT, utiliza ndo os valores de
penetração para os últimos 30 cm (Nf) e excluindo valores maiores que 20 golpes, foi de 11
golpes. Para as camadas superiores (profundidades menores que 8 m) o valor médio de SPT
foi de 9 golpes e para as camadas inferiores foi de 14 golpes.
De forma intuitiva, por causa dos recalques e conseqüente aumento do peso específico dos
resíduos, é esperado que a resistência aumente com o tempo. Nas células CII e CIV, de forma
82
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
muito discreta, verificou-se este aumento pelo SPT. Verifica-se também que na célula CIV o
ganho de resistência foi maior, em torno de 70%, contra 45% da CII. Isto possivelmente
ocorreu por se tratar da única célula na qual o sistema de tratamento (cobertura granular) já
estava implantado no período de monitoramento, acelerando o processo de degradação e
recalques. Essa aceleração também foi confirmada por DELLABIANCA (2001) que
apresentou recalque em torno de 4% maior que as demais células para um período de 180
dias.
Os resultados dos ensaios de penetração contínua com medida de poropressão (CPTU) são
apresentados nas figuras 4.4 a 4.5.
O ensaio CPTU-01 foi executado próximo ao local dos ensaios de carregamento de placa
PLT-01 e PLT-02, no topo da célula 01/02. O ensaio CPTU-02 foi executado ao lado da
sobrecarga da seção experimental (corte de 4,5m) no topo da célula 01/02. A localização do
ensaio CPTU-03 é próximo ao ensaio SPT realizado no AMC na berma superior da célula
01/02. Todos os ensaios foram realizados em resíduos de aproximadamente 2 anos e meio.
De forma geral, foi possível executar os ensaios de sondagem, tanto a percussã o como de
penetração contínua, utilizando as técnicas consagradas pela mecânica dos solos, apesar das
dificuldades relacionadas à ultrapassagem de materiais de elevada resistência, deflexão das
hastes e baixo rendimento das perfurações.
83
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
qc (MPa) fs (kPa)
0 2,5 5 7,5 10 12,5 0 50 100 150 200 250
0 0
1 1
2 2
Profundidade (m)
Profundidade (m)
3 3
4 4 fs=6,6p+22,0
5 5
qc=0,06+2,7
6 6
7 7
8 8
9 9
f.ratio(%) u (kPa)
0% 5% 10% 15% 0 50 100 150 200 250
0 0
1 1
2 2
Profundidade (m)
3
Profundidade (m)
4 4
5 5
6 6
u = 11,3p+79
7 7
8 8
9 9
Figura 4.3 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-01 (topo da célula 01/02,
ao lado dos ensaios PLT-01 e PLT-02).
84
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
qc (MPa) fs (kPa)
-2 2 6 10 14 18 22 0 50 100 150 200 250
0,000 0,000
2,000 2,000
Profundidade (m)
6,000 6,000
8,000 8,000
10,000 10,000
12,000 12,000
14,000 14,000
16,000 16,000
18,000 18,000
2,000 2,000
4,000 4,000
Profundidade (m)
6,000
Profundidade (m)
6,000
8,000 8,000
10,000 10,000
12,000 12,000
14,000 14,000
16,000 16,000
u = 7,15p+69,3
18,000 18,000
Figura 4.4 - Resultado do ensaio de penetração contínua CPTU-02 (topo da célula 01/02,
ao lado da sobrecarga da seção experimental).
85
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
qc (MPa) fs (kPa)
0 4 8 12 16 20 0 50 100 150 200 250
0,000 0,000
2,000 2,000
qc=0,06p+2,88
Profundidade (m)
Profundidade (m)
4,000 4,000
fs = 3,31p+49,82
6,000 6,000
8,000 8,000
10,000 10,000
12,000 12,000
2,000 u=5,4p+90,1
2,000
Profundidade (m)
4,000
Profundidade (m)
4,000
6,000 6,000
8,000 8,000
10,000 10,000
12,000 12,000
Observa -se que o cone freqüentemente encontra objetos rígidos, os quais produzem picos
na resistência de ponta medida. Os resultados obtidos são altamente variáveis com resistências
86
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
de ponta variando de 43MPa a 100kPa e uma faixa de valores de 462kPa a 0kPa para o atrito
lateral. Valores negativos foram encontrados para a resistência de ponta, porém foram
desprezados. Notou-se que estes valores apareciam depois que o cone atravessava objetos
mais rígidos, o que possivelmente causava descompressão do equipamento levando o
transdutor de pressão a efetuar leituras negativas.
Verifica -se uma leve tendência do aumento da resistência de ponta com a profundidade
(linhas de tendência em preto nas figuras 4.3 a 4.5). Há também um aumento do atrito lateral
com a profundidade. Para o ensaio CPTU-02 essa tendência só se verificou até a profundidade
de 10,25m, pois a esta profundidade o cone atravessou um objeto de grande resistência (43
MPa), quase o limite de leitura do transdutor que era de 50MPa. Pelo motivo explicado no
parágrafo anterior as leituras posteriores foram afetadas. Com relação ao atrito lateral neste
mesmo ensaio, até a profundidade citada houve decréscimo das tensões medidas, aumentando
após a mesma.
Plotando-se tanto a faixa típica como os valores médios na carta de Schmertmann (figura
4.8) observa-se a maior concentração na região equivalente a areias, areias argilosas e siltes.
Verifica-se pela própria carta que os valores obtidos estão de acordo com os valores
encontrados na literatura porém com maior variação.
De forma semelhante a realizada para o ensaio SPT os valores de ângulo de atrito obtidos
por correlações (solos arenosos) variam de 27º a 38º e os valores de resistência não drenada
(φ=0) de 80 a 400kPa.
Os valores de ângulo de atrito estimados por correlações, para solos arenosos estão bem
próximos aos apresentados por CARVALHO (1999) em ensaios realizados no aterro sanitário
do Bandeirantes (SP). Porém o autor ressalta que os mesmos apresentaram-se maiores que os
87
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
obtidos por meio de ensaios triaxiais consolidados drenados para uma deformação axial dos
resíduos de 20%.
300 25%
250 20%
Freqüência
200
15%
150
10%
100
50 5%
0 0%
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Limite Superior das Classes - qc (MPa)
Freqüência %
Figura 4.6 - Histograma de resistência de ponta obtido nos três ensaios CPTU.
400 35%
350 30%
300 25%
Freqüência
250
20%
200
15%
150
100 10%
50 5%
0 0%
1%
2%
3%
4%
5%
6%
7%
8%
9%
10%
11%
12%
Freqüência %
Figura 4.7 - Histograma de razão de atrito obtido nos três ensaios CPTU
88
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
89
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
4,0
3,5
qc (MPa)
3,0
y = 0,008x + 3,1416
2,5 2
R = 0,0565
2,0
0 5 10 15 20 25
N (SPT)
Com relação aos valores de poropressão medidos verifica-se que, em média a uma
profundidade aproximada de 3,5m, há um crescimento linear dos valores. Esse aumento pode
ser ocasionado por um nível de chorume ou por pressão do biogás. Não é possível afirmar,
com certeza, que esse aumento corresponde somente a uma pressão do nível de chorume na
célula pois na realização do SPT não havia retorno da água de lavagem, indicando alta
permeabilidade do RSU na célula e também devido a possibilidade de influência de pressões
de gás. Porém vale ressaltar que o SPT foi realizado em um período seco, no qual
possivelmente o nível de chorume estava baixo e não sendo possível identificar também se na
profundidade existia algum dreno. Um indicativo da possibilidade desse crescimento
corresponder a presença de um elevado nível de chorume na célula é que a uma profundidade
de 4,5m em relação ao topo do ensaio CPTU-03 estava a cota inferior da seção experimental,
executada nas proximidades, e a mesma teve que ser reaterrada devido ao afloramento do
chorume na base do talude.
Como apresentado no item 3.2.3 foi executado um poço de inspeção para coleta de
amostras e determinação do peso específico in situ do resíduo.
O peso específico obtido foi 11,60kN/m3 e peso específico seco de 7,60kN/m3 (utilizando
a umidade global com base seca apresentada do item 4.3.1). Os valores obtidos por
acompanhamento topográfico, realizados após o encerramento da deposição de resíduos (2
anos e meio antes da realização dos ensaios) na célula 01/02, situavam-se entre os valores de
90
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Valores de até 17kN/m3 são apresentados para resíduos com alto grau de compactação e
após adensamento dos resíduos (KÖNIG & JESSBERGER, 1997). CARAVALHO (1999)
apresenta, para resíduos com cerca de 15 anos de idade obtidos no aterro do Bandeirantes
(SP), valores entre 8 e 15kN/m3. SANTOS et al (1998) obtiveram, para o resíduo do aterro de
Muribeca (PE), uma faixa de peso específico entre 14 e 19kN/m3 , porém os autores alertam
que os valores foram maiores que o esperado devido a mistura com solo de cobertura.
Dentre os valores apresentados na literatura (ver tabela 2.5) verifica-se que o resíduo
apresenta-se com valor razoável por ser relativamente novo e com bom grau de compactação.
O teor de umidade global para a amostra coletada foi determinado tanto em base seca
como em base úmida e os valores obtidos são 52,5% e 34,4%, respectivamente. Na tabela 4.1
é apresentado o teor de umidade de cada componente resultante da segregação manual
(composição gravimétrica). Pode -se observar a grande diferença dos valores de cada
constituinte, variando de 5% a 133% para o teor em base seca e de 5% a 57% para o teor em
base úmida.
91
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Vale frisar que o poço foi executado em um período seco, o que possibilita se encontrar
umidades mais elevadas em outras épocas.
Nesta figura pode -se observar a existência de grande quantidade de madeira e plásticos. A
fração pastosa, que representa a matéria orgânica e outros materiais inertes como solo, teve
um percentual de 30,7% que apesar de ser a maior fração, não caracteriza bem a quantidade
de matéria orgânica esperada para os resíduos sólidos da região. Isso pode ser um indicativo
de degradação acelerada. Pode se comparar com a composição apresentada na figura 4.12, por
SANTOS & PRESA (1995) para os três municípios que depositam seus resíduos no Aterro
Metropolitano Centro.
Ossos
Texteis Borrachas
Vidros 1,3% 1,0%
0,0% Metais
2,9%
3,8%
Plásticos
Pedras e Solo
27,3% 9,3%
Madeiras
19,7%
Fração Pastosa Papeis
30,7% 4,0%
92
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Papel /
Papelão 10,5%
Matéria
Orgânica
72,8%
Verifica -se também a grande fração de plásticos e madeira (somadas resultam em 47% do
peso), confirmando a não representatividade da composição obtida. Este fato motivou a não
realização de demais determinações da composição média do resíduo do aterro, pois
demandaria um número grande de coleta de amostras, inviabilizada pelo tempo disponível
para estudo. A composição gravimétrica do resíduo já aterrado é bastante pontual, ou seja, é
influenciada pelo tipo de resíduo depositado em uma determinada região. Isso pôde ser
verificado através do acompanhamento da operação da frente de deposição de resíduos (frente
de serviço), onde se verificou a deposição localizada de materiais como o apresentado na
figura 4.13.
93
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
70 30 Madeiras
60 40 Papéis
50 50 Têxteis
40 60 Borrachas
Metais
30 70
Ossos
20 80
Pedras e Solo
10 90
0 100
Pelas curvas de cada constituinte pode-se verificar que a fração pastosa é a que contém
maior quantidade de finos, vindo em seguida os vidros. Isso pode ser explicado pela presença
de solos em sua composição. Com relação à curva de distribuição global apresentada na figura
4.15, pode -se verificar a influência da quantidade da fração plástica, aumentando a quantidade
de material grosseiro.
Desconsiderando a fração plástica, cerca de 60% dos grãos são maiores que 20mm e cerca
de 30% estão compreendidos entre 20 mm e 2mm. Observa-se na figura 4.15 que o resíduo
estudado está dentro da faixa de variação típica proposta por JESSBERGER (1994).
94
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
80 20
70 30
60 40
50 50
40 60
30 70
20 80
10 90
0 100
Global
Global s/ plásticos
Figura 4.15 - Curva granulométrica total da amostra de RSU coletada, com e sem
plásticos.
O ensaio PLT-01 foi realizado diretamente sobre o resíduo, com idade aproximada 2 anos
e meio, tendo sido retirada a camada de solo de cobertura de aproximadamente 30 cm de
espessura. A escavação da camada de cobertura foi realizada por retro-escavadeira, uma vez
que não se tinha noção da profundidade do resíduo.
95
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Tensão (kPa)
0 40 80 120 160 200 240
0 0.00
20 1.25
40 2.50
60 3.75
80 5.00
Deformação (%)
Recalque (mm)
100 6.25
120 7.50
140 8.75
160 10.00
180 11.25
200 12.50
220 13.75
240 15.00
Tensão (kPa)
0 40 80 120 160 200 240
0 0.00
20 1.25
40 2.50
60 3.75
80 5.00
Defomação (%)
Recalque (mm)
100 6.25
120 7.50
140 8.75
160 10.00
180 11.25
200 12.50
220 13.75
240 15.00
96
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Tensão (kPa)
0 40 80 120 160 200 240
0 0.00
20 1.25
40 2.50
60 3.75
80 5.00
Defomação (%)
Recalque (mm)
100 6.25
120 7.50
140 8.75
160 10.00
180 11.25
200 12.50
220 13.75
240 15.00
Os ensaios PLT-02 e PLT-03 também foram realizados diretamente sobre o resíduo, com
idades de 2,5 anos e 3 meses, respectivamente. O ensaio PLT-02 foi realizado próximo ao
PLT-01, como contra prova, devido os problemas ocorridoss durante a realização do primeiro
ensaio e, também, para verificar se houve influência do processo de escavação da camada de
cobertura.
Nos dois ensaios (PLT -02 e PLT-03) o carregamento foi realizado até uma carga de 6
toneladas (tensão de 118kPa) quando os recalques atingiam aproximadamente 10cm
necessitando o descarregamento devido a abertura do pistão. A recuperação das deformações
foi de 3 e 4cm respectivamente e o recarregamento atingiu cargas de 10 toneladas. Os
recalques totais foram aproximadamente 20cm nos dois ensaios.
A curvas de estabilização dos recalques para cada estágio dos ensaios são apresentadas no
apêndice A.
97
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Analisando-se as curvas pressão x recalque pode-se observar que a obtida no ensaio PLT-
01 demonstrou-se com comportamento bastante irregular (ver figura 4.16). Provavelmente
isto aconteceu devido aos problemas ocorridos na execução do ensaio, o que como dito
anteriormente motivou a execução do ensaio PLT-02, verificando-se, na Figura 4.17, que o
comportamento foi bem mais regular.
Como era de se esperar não foi possível verificar nenhuma evidência de ruptura para o
RSU nos três ensaios executados. Observa-se também que o comportamento pressão x
recalque é praticamente linear. Como a faixa de carregamento também foi pequena (até 10
toneladas ≈ 196kPa) não foi observada nenhuma tendência de ganho de resistência como
verificado em alguns ensaios triaxiais.
Era esperado que os recalques do ensaio PLT-03 fossem maiores que os demais por este
ter sido executado em um resíduo de menor idade , passível de maiores recalques. Porém isso
não foi verificado, possivelmente pelo fato dos ensaios terem sido realizados em camadas
superficiais. Como os resíduos dos ensaios PLT-01 e PLT-02 são mais antigos, parte da
biodegradação já ocorreu, reduzindo matéria sólida (transformada em líquido e gás) e como
não existe nenhuma sobrecarga que provoque adensamento, os vazios inter-partículas podem
ter aumentado.
98
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Tensão (kPa)
0 40 80 120 160 200 240
0 0.00
20 1.25
PLT 01
40 2.50
PLT 02
60 PLT 03 3.75
80 5.00
Deformação (%)
Recalque (mm)
100 6.25
120 7.50
140 8.75
160 10.00
180 11.25
200 12.50
220 13.75
240 15.00
Para a teoria de Terzaghi foram feitas análises paramétricas, variando-se o ângulo de atrito
de 15º a 35º e calculando-se o valor de coesão necessária para uma carga de ruptura de 10
toneladas (98,1kN). Foram realizadas análises tanto considerando ruptura localizada como
generalizada. A ruptura generalizada é expressa pela equação:
onde:
Os valores dos coeficientes Nc , Nq e Nγ , considerando uma fundação com base lisa (sem
aderência), podem ser calculados pelas equações:
99
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Nγ = 2.( N q − 1) tg φ (4.2)
φ
N c = cotg (φ ) . aθ 2tg 2 45º + − 1 (4.3)
2
φ
N q = cotg (φ ). aθ 2tg 2 45º + (4.4)
2
π
.tg ( φ )
aθ = e 2 (4.5)
Para a ruptura localizada, Terzaghi sugere utilizar a mesma formulação porém adotar os
parâmetros do solo iguais a:
2
φ * = atg tg (φ )
3 (4.6)
2
c* = c
3
Os valores de coesão obtidos para a faixa de variação admitida são apresentados na tabela
4.2.
Tabela 4.2 - Valores de coesão obtidos nas retro -análises paramétricas das provas de
carga.
Ângulo de Valores de Coesão (kPa)
atrito Ruptura Localizada Ruptura Generalizada
15º 27 13
20º 22 10
25º 17 6
30º 14 4
35º 10 1
q
kv = (4.7)
w
Onde:
q = pressão aplicada
100
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Para as três provas de carga realizadas , utilizando a carga de 156 kPa e seu respectivo
recalque após 2 a 5 minutos de aplicação, obtém-se valores de kv 0,89 MPa/m, 1,08 MPa/m e
1,21 MPa/m, respectivamente.
Segundo LANDVA & CLARK (1990), para ensaios realizados sobre a camada de solo de
cobertura, valores de kv < 2 MPa/m estão associados a casos de baixa compactação da mesma
e valores de kv > 5 MPa/m estão associados a melhores compactações ou maiores espessuras.
SANTOS et al (1998) apresentaram resultados de provas de carga sobre placa realizadas (ver
figura 4.20) no Aterro da Muribeca (PE) sobre diferentes espessuras de solo de cobertura e
uma diretamente sobre o resíduo (PLT-N.1 = 0,82 m, PLT-N.2 = 0,60 m, PLT-N.3 = 0,80 m e
PLT-N.4 = 0 m). Os valores obtidos de kv foram respectivamente 9,09 MPa/m, 3,70 MPa/m,
7,93 MPa/m e 1,72 MPa/m. Os autores não apresentaram maiores informações sobre diâmetro
da placa utilizada nem sobre a idade do resíduo. Verifica-se que o módulo de reação obtido,
por estes autores, diretamente sobre o resíduo foi maior que os encontrados nas provas de
carga realizadas. Isto pode indicar uma maior compactação ou mesmo um maior adensamento
já ocorrido devido ao tempo e a degradação.
Figura 4.20 - Provas de carga sobre placa realizados no Aterro da Muribeca (SANTOS
et al, 1998).
101
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Onde
υ = coeficiente de poisson
D = diâmetro da placa
Como explicado no item 3.5.1 para a análise de estabilidade de taludes do AMC foi
executada uma seção experimental com altura média de 4,5 m e ângulo de 90º.
102
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Tabela 4.3 -Recalques dos marcos da seção experimental pelo levantamento topográfico.
DIAS CORRIDOS APÓS MARCO 01 MARCO 02 MARCO 03 MÉDIA MÉDIA ABSOLUTA
TERRAPLENAGEM (cm) (cm) (cm) (cm) (cm)
3 (referência) - - - - -
11 2,4 3,2 3,4 3,00 3,00
22 (sobrecarga c/ 19 dias) 3,4 5,2 5,3 4,63 7,63
28 2,6 1,8 2,0 2,13 9,86
37 2,0 1,0 2,5 1,83 11,69
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Tempo (dias)
Pode-se verificar que não houve aumento dos recalques após a instalação da sobrecarga
(Figura 4.21). É importante frisar que estes recalques não foram separados dos recalques
normais da célula, ou seja, os recalques medidos englobam também os recalques devido ao
adensamento normal dos resíduos na célula, independentes do corte realizado. Pela grandeza
dos recalques verifica-se que não houve indicativos de ruptura no talude experimental
confirmados pelo não aparecimento de trincas na camada de solo de cobertura, que tinha
espessura aproximada de 50 cm. Isso confirma que as rupturas de maciços de RSU, caso
aconteçam, ocorrem a grande deformações.
As tabelas 4.4 e 4.5 apresentam os resulta dos das análises paramétricas considerando
sobrecarga nula e de 20 kPa. Verifica-se pelos resultados pouca influência da sobrecarga
utilizada. Porém, como toda a análise foi realizada de forma conservadora os valores
apresentados na tabela 4.5 são mais coerentes.
103
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Foi realizada também uma análise de estabilidade da seção experimental considerando que
o RSU segue a envoltória de resistência proposta por KAVAZANJIAN et al (1995). A
envoltória proposta é bi-linear, tendo o RSU comportamento puramente coesivo (c=24kPa)
para tensões verticais menores que 30 kPa e para tensões maiores comportamento apenas
friccional com ângulo de atrito de 33º.
O fator de segurança obtido para esta análise foi FS=1,725. Este valor serve como um
indicativo a mais de que o talude experimental não estava próximo a ruptura. A superfície de
ruptura e as curvas de iso-fator de segurança obtidas são apresentadas na figura 4.22.
104
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
1.725
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Bilinear
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Cohesion: 24
Phi (graus): 28 Phi 1: 0
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
105
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
80
Envoltórias propostas por Sanchez-Alciturri
50
FS = 3.248
40
FS = 2.395 FS = 2.542
30
20 FS = 1.787
FS = 1.437
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Angulo de Atrito em Graus
Figura 4.23 – Avaliação das faixas de parâmetros de resistência propostas para RSU.
106
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
80
Envoltórias propostas por Sanchez-Alciturri
40
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Angulo de Atrito em Graus
Figura 4.24 - Parâmetros de resistência dos diversos ensaios e análises e área sugerida de
parâmetros.
BENVENUTO & CUNHA (1991) para justificar a ruptura, durante um período chuvoso,
acontecida no sub-aterro AS-1 do aterro do Bandeirantes (SP), com superfície de ruptura
passando pelo maciço de resíduos, admitiu coeficientes de poropressão ru da ordem de 0,6, o
que indica ineficiência ou inexistência do sistema de drenagem e/ou coleta de gás.
107
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Desta forma é bastante improvável que as rupturas aconteçam com superfícies passando
exclusivamente por maciços de RSU.
Através de retro-análises verifica-se que para que uma ruptura ocorra no interior da massa
de lixo (Figura 4.25) parâmetros de coesão menores que 2 kPa são necessários para uma faixa
de ângulo de atrito de 15º a 35º. Esses valores são muito inferiores aos apresentados
anteriormente.
66
64 1.067
62
60
58
56
Cota (m)
54
52
50
48
46
44
42
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Distancia (m)
Figura 4.25 - Fator de segurança obtido (FS = 1,067) para rupturas internas no maciço
RSU com angulo de atrito de 15º e coesão de 1,5 kPa.
108
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
66
64
62
60
58
56
Cota (m)
54
52
50
48
46
44
42
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Distancia (m)
Foram estabelecidas três conformações geométricas para estudo. A primeira possui altura
do maciço de RSU acima da superfície do terreno de 20 m, com inclinações de taludes 1V:1H
e bermas de 6 m de comprimento a cada 10 m de altura. A segunda possui 30 m de altura
acima da superfície, talude também 1V:1H e bermas com 6 m de comprimento também a cada
10 m. A terceira possui altura de 30 m acima da superfície, talude com inclinação 1V:1.5H e
bermas com configuração semelhante as anteriores.
109
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Para alturas superiores a 30 m novas análises devem ser realizadas. A inclinação máxima
operacional para taludes de RSU, simplesmente com o uso de tratores de esteira, é de 1V:1H.
Taludes mais íngremes necessitam de escavações durante a execução. Por isso essa inclinação
foi utilizada. As bermas de equilíbrio foram colocadas a cada 10 m de altura com o objetivo
de minimizar a sua utilização. Em cada berma é necessário implementar drenagem superficial
e, devido aos grandes recalques existentes principalmente diferenciais, necessitam
constantemente de reparos em suas declividades, além de limpeza devido a carreamento dos
materiais dos taludes.
Para o solo natural foi adotado um ângulo de atrito de 25º e coesão de 10 kPa, porém
como nenhum dos círculos de ruptura atingem essa camada, nada influenciou nas análises.
Os valores dos fatores de segurança e as coesões obtidos nas análises são apresentados nas
tabelas 4.6 a 4.8. Um valor mínimo de coesão de 5 kPa foi admitido.
Tabela 4.6 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para
geometria 01 (1V:1H e H=20m).
Ângulo de ru = 0,0 ru = 0,2
atrito Coesão (kPa) F.S. Coesão (kPa) F.S.
20º 18 1,317 24 1,302
25º 12 1,299 19 1,314
30º 7 1,300 14 1,301
35º 5 1,352 10 1,318
110
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
Tabela 4.7 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para
geometria 02 (1V:1H e H=30m).
Ângulo de ru = 0,0 ru = 0,2
atrito Coesão (kPa) F.S. Coesão (kPa) F.S.
20º 24 1,300 33 1,300
25º 16 1,310 27 1,330
30º 9 1,306 19 1,316
35º 5 1,389 13 1,329
Tabela 4.8 - Fatores de Segurança e Coesões obtidos nas análises paramétricas para
geometria 03 (1V:1,5H e H=30m).
Ângulo de ru = 0,0 ru = 0,2
atrito Coesão (kPa) F.S. Coesão (kPa) F.S.
20º 16 1,334 23 1,299
25º 7 1,307 16 1,311
30º 5 1,489 9 1,300
35º 5 1,764 5 1,381
Para estas inclinações uma atenção especial deve ser dada a problemas de erosão e
carreamento de finos, necessitando sistemas de proteção superficiais eficientes.
É importante frisar que as declividades dos taludes tendem a diminuir com o tempo
devido aos grandes recalques, o que possivelmente aumentem o fator de segurança.
111
Capítulo 04 – Apresentação e Análises dos Resultados
80
Envoltórias propostas por Sanchez-Alciturri
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45
Angulo de Atrito em Graus
Figura 4.27 - Parâmetros de resistência obtidos por análise paramétrica para as
geometrias propostas.
112
5 - CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA PESQUISAS FUTURAS
5.1 - CONCLUSÕES
113
Capítulo 05 – Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras
114
Capítulo 05 – Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras
115
Capítulo 05 – Conclusões e Sugestões para Pesquisas Futuras
116
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT - 1980. Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento dos solos. NBR 6484/80
ABNT - 1984. Prova de Carga Direta sobre Terreno de Fundação. NBR 6489/84
ABNT - 1991. Ensaio de Penetração do Cone "in situ" (CPT). NBR 3406/91.
ABNT - 1997. Aterros de Resíduos Não Perigosos - Critérios para Projeto, Implantação e
Operação. NBR 13896/97.
ASTM - 1964. Standart Method for Non Repetitive Static Plate Load Test of Soil in Flexible
Pavements Components for Use in Evaluation and Design of Airport and Highway
Pavements. D1196-64.
BIDONE, F.R.A. & POVINELLI, J. (1999). Conceitos Básicos de Resíduos Sólidos Urbanos.
São Carlos: EESC/USP, 120p.
CETESB (1993). Resíduos Sólidos Industriais. Trabalho elaborado pelo corpo técnico da
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. 2ª edição, São Paulo - 1993.
117
Referências Bibliográficas
IPT (1995). Manual de Gerenciamento Integrado do Lixo Municipal. 1a Edição, São Paulo,
CEMPRE, 1995, 278p.
KÖLSCH, F. (1993). The bearing Behaviour of Domestic Waste and Related Consequences
for Stability. Proceedings Sardinia 93, Fourth International Landfill Symposium, S.
Margherita di Pula, Cagliari, Italy, 11-15 october 1993, p.1393 - 1410.
118
Referências Bibliográficas
SANTOS, S.M.; JUCÁ, J.F.T. & ARAGÃO, J.M.S. (1998). Geotechnical Properties of a
Solid Waste Landfill: Muribeca's Case. In:Proc. of the Third International Congress on
Environmental Geotechnics, v.1, Lisboa, Portugal, Sêco e Pinto (eds), Balkema, Rotterdam,
ISBN 90 5809 006x, pp. 181-184
SOWERS, G.F. (1968). Foundation Problems in Sanitary Landfills. Journal of the Sanitary
Engineering Division, ASCE, v.4, pp. 103-116.
119
Referências Bibliográficas
120
APÊNDICE A
A-
CURVAS DE ESTABILIZAÇÃO DOS ESTÁGIOS
DAS PROVAS DE CARGA SOBRE PLACA
25
20
15
10
5
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (seg)
25
20
15
10
5
0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Tempo (seg)
121
Apêndice A
Deslocamento (mm)
60
40
20
0
0 2000 4000 6000 8000 10000
Tempo (seg)
50
48
46
44
42
40
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
50
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000
Tempo (seg)
122
Apêndice A
Deslocamento (mm)
40
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Tempo (seg)
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
50
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
123
Apêndice A
Deslocamento (mm)
25
20
15
10
5
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (seg)
50
49,5
49
48,5
48
47,5
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo (seg)
50
49
48
47
46
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo (seg)
124
Apêndice A
Deslocamento (mm)
60
40
20
0
0 100 200 300 400 500 600 700
Tempo (seg)
100
80
60
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
25
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (seg)
125
Apêndice A
Deslocamento (mm)
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (seg)
20
15
10
5
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (seg)
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000
Tempo (seg)
126
Apêndice A
Deslocamento (mm)
60
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Tempo (seg)
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (seg)
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
127
Apêndice A
Deslocamento (mm)
50
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
46
44
42
40
38
36
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (seg)
128
Apêndice A
Deslocamento (mm)
25
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (seg)
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Tempo (seg)
129
Apêndice A
Deslocamento (mm)
25
20
15
10
5
0
0 500 1000 1500 2000 2500
Tempo (seg)
50
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
50
40
30
20
10
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Tempo (seg)
130
Apêndice A
Deslocamento (mm)
50
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
50
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
131
Apêndice A
Deslocamento (mm)
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (seg)
Tempo (seg)
0 200 400 600 800 1000
Deslocamento (mm)
0
-10
-20
-30
-40
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Tempo (seg)
132
Apêndice A
Deslocamento (mm)
50
40
30
20
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (seg)
60
40
20
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Tempo (seg)
50
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
133
Apêndice A
Deslocamento (mm)
50
40
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (seg)
30
20
10
0
0 200 400 600 800 1000 1200
Tempo (seg)
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000
Tempo (seg)
134
Apêndice A
Deslocamento (mm)
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Tempo (seg)
25
20
15
10
5
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
Tempo (seg)
80
60
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Tempo (seg)
135
Apêndice A
Deslocamento (mm)
80
60
40
20
0
0 1000 2000 3000 4000 5000
Tempo (seg)
0
-0,5
-1
-1,5
-2
Tempo (seg)
0
-2
-4
-6
-8
Tempo (seg)
136
Apêndice A
Deslocamento (mm)
0
-5
-10
-15
Tempo (seg)
-10
-20
-30
Tempo (seg)
0
-10
-20
-30
-40
Tempo (seg)
137
APÊNDICE B
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 7.9
Phi (graus): 28 Phi (graus): 15
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
0.998
62
60 1
58
Cota (m)
56
54
52
2
50
48
-11 -9 -7 -5 -3 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 6.8
Phi (graus): 28 Phi (graus): 20
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
1.011
62
60 1
Cota (m)
58
56
54
52 2
50
48
-11 -9 -7 -5 -3 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
138
Apêndice B
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 5.9
Phi (graus): 28 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
1.025
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60 1
58
Cota (m)
56
54
52
2
50
48
-11 -9 -7 -5 -3 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 5.1
Phi (graus): 28 Phi (graus): 30
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 1.021 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60 1
Cota (m)
58
56
54
52 2
50
48
-11 -9 -7 -5 -3 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
139
Apêndice B
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 4.2
Phi (graus): 28 Phi (graus): 35
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 1.006 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60 1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-11 -9 -7 -5 -3 -1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
1.000 Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 9.7
Phi (graus): 28 Phi (graus): 15
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64
Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
140
Apêndice B
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
0.999 Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 8.5
Phi (graus): 28 Phi (graus): 20
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
1.003 Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 7.3
Phi (graus): 28 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
141
Apêndice B
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
1.002 Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 5.9
Phi (graus): 28 Phi (graus): 30
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
Material: 1 Material: 2
Descrição: Solo de Cobertura Descrição: Resíduos Sólidos Urbanos
0.997 Modelo: Mohr-Coulomb Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16 Peso Específico (kN/m³): 11
Coesão (kPa): 5 Coesão (kPa): 4.3
Phi (graus): 28 Phi (graus): 35
Linha Piezométrica#: 0 Linha Piezométrica#: 0
64 Poro Pressão de Ar: 0 Poro Pressão de Ar: 0
62
60
1
58
Cota (m)
56
54
52 2
50
48
-1 1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35
Distancia (m)
142
APÊNDICE C
C-
ANÁLISES PARAMÉTRICAS
PROPOSTA DE GEOMETRIA PARA TALUDES DE RSU
1.317
24
20
16
12
8
Elevação (m)
Material: 1
Descrição: RSU
4
Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
0
Coesão (kPa): 18
Material: 2 Phi (graus): 20
-4 Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
Modelo: Mohr-Coulomb
-8 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-12 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-16
-20
-24
-18 -14 -10 -6 -2 2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46 50 54
22
18
14
10
6 Solo: 1
Descrição: RSU
Elevação (m)
Modelo: Mohr-Coulomb
2
Peso Específico (kN/m³): 12
Coesão (kPa): 12
-2 Phi (graus): 25
Solo: 2 Linha Peizométrica #: 0
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16
-10 Coesão (kPa): 10
Phi (graus): 25
-14 Linha Peizométrica #: 0
-18
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.2 - Superfície de ruptura para talude s com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 25º e ru = 0. Obtidos c = 12 kPa e FS = 1,299.
143
Apêndice C
1.300
22
18
14
10
Material: 1
6 Descrição: RSU
Elevação (m)
Modelo: Mohr-Coulomb
2 Peso Específico (kNm³): 12
Coesão (kPa): 7
-2 Phi (graus): 30
Material: 2
Linha Piezométrica #: 0
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kNm³): 16
-10
Coesão (kPa): 10
Phi (graus): 25
-14 Linha Piezométrica #: 0
-18
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.3 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 30º e ru = 0. Obtidos c = 7 kPa e FS = 1,300.
1.352
22
18
14
10
Material: 1
6
Descrição: RSU
Elevação (m)
Modelo: Mohr-Coulomb
2 Peso Específico (kN/m³): 12
Coesão (kPa): 5
-2 Phi (graus): 35
Material: 2 Linha Piezométrica #: 0
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.4 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 35º e ru = 0. Obtidos c = 5 kPa e FS = 1,352.
144
Apêndice C
1.302
22
18
14
10
Material: 1
Descrição: RSU
6
Modelo: Mohr-Coulomb
Elevação (m)
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.5 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 20º e ru = 0,2. Obtidos c = 24 kPa e FS = 1,302.
1.314
22
18
14
10
Material: 1
Descrição: RSU
6
Modelo: Mohr-Coulomb
Elevação (m)
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.6 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 25º e ru = 0,2. Obtidos c = 19 kPa e FS = 1,314.
145
Apêndice C
1.301
22
18
14
10
Material: 1
Descrição: RSU
6
Modelo: Mohr-Coulomb
Elevação (m)
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.7 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 30º e ru = 0,2. Obtidos c = 14 kPa e FS = 1,301.
1.318
22
18
14
10 Material: 1
Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Elevação (m)
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52
Figura C.8 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 20 m, φ = 35º e ru = 0,2. Obtidos c = 10 kPa e FS = 1,318.
146
Apêndice C
1.300
26
22
18
14
10
Material: 1
Elevação (m)
6 Descrição: RSU
Modelo: Mohr-Coulomb
2 Peso Específico (kN/m³): 12
Coesão (kPa): 24
-2 Phi (graus): 20
Material: 2 Linha Piezométrica #: 0
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.9 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de aterro
de 30 m, φ = 20º e ru = 0. Obtidos c = 24 kPa e FS = 1,300.
1.310
30
26
22
18
14
10
Elevação (m)
Material: 1
6 Descrição: RSU
Modelo: Mohr-Coulomb
2 Peso Específico (kN/m³): 12
Coesão (kPa): 16
-2 Phi (graus): 25
Material: 2
Linha Piezométrica #: 0
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.10 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 25º e ru = 0. Obtidos c = 16 kPa e FS = 1,310.
147
Apêndice C
1.306
30
26
22
18
14
Material: 1
Elevação (m)
10
Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 9
Material: 2 Phi (graus): 30
-2
Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
-6 Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.11 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 30º e ru = 0. Obtidos c = 16 kPa e FS = 1,306.
1.389
30
26
22
18
14
Elevação (m)
10 Material: 1
Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
2 Peso Específico (kN/m³): 12
Coesão (kPa): 5
-2 Material: 2 Phi (graus): 35
Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
-6
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14
Phi (graus): 25
-18 Linha Piezométrica #: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.12 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 35º e ru = 0. Obtidos c = 5 kPa e FS = 1,389.
148
Apêndice C
1.300
30
26
22
18
14
Elevação (m)
10 Material: 1
Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 33
Phi (graus): 20
-2 Linha Piezométrica #: 0
Material: 2 Ru: 0.2
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.13 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 20º e ru = 0,2. Obtidos c = 33 kPa e FS = 1,300.
1.330
30
26
22
18
14
Elevação (m)
10
Material: 1
Descrição: RSU
6
Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2
Coesão (kPa): 27
Phi (graus): 25
-2
Material: 2 Linha Piezométrica #: 0
Descrição: Solo Ru: 0.2
-6
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.14 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 25º e ru = 0,2. Obtidos c = 27 kPa e FS = 1,330.
149
Apêndice C
1.316
30
26
22
18
14
Material: 1
Elevação (m)
10
Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 19
Phi (graus): 30
-2 Linha Piezométrico #: 0
Material: 2 Ru: 0.2
-6 Descrição: Solo
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrico #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.15 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 30º e ru = 0,2. Obtidos c = 19 kPa e FS = 1,316.
1.329
30
26
22
18
14
10 Material: 1
Elevação (m)
Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 13
Phi (graus): 35
-2 Material: 2
Linha Piezométrica #: 0
Descrição: Solo
Ru: 0.2
-6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16
-10 Coesão (kPa): 10
Phi (graus): 25
-14
Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.16 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1H, altura de
aterro de 30 m, φ = 35º e ru = 0,2. Obtidos c = 13 kPa e FS = 1,321.
150
Apêndice C
1.334
30
26
22
18
14
Material: 1
Elevação (m)
10 Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2
Coesão (kPa): 16
-2 Material: 2 Phi (graus): 20
Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
-6
Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
-14 Coesão (kPa): 10
Phi (graus): 25
-18
Linha Piezométrica #: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.17 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 20º e ru = 0. Obtidos c = 16 kPa e FS = 1,334.
1.307
30
26
22
18
14
Material: 1
Elevação (m)
10 Descrição: RSU
6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 7
-2 Material: 2 Phi (graus): 25
Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
-6 Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14
Phi (graus): 25
-18 Linha Piezométrica #: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.18 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 25º e ru = 0. Obtidos c = 7 kPa e FS = 1,307.
151
Apêndice C
1.489
30
26
22
18
14 Material: 1
Elevação (m)
10 Descrição: RSU
Modelo: Mohr-Coulomb
6
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 5
Material: 2
-2 Descrição: Solo Phi (graus): 30
Modelo: Mohr-Coulomb Linha Piezométrica #: 0
-6
Peso Específico (kN/m³): 16
-10
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
-18 Linha Piezométrica #: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.19 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 30º e ru = 0. Obtidos c = 5 kPa e FS = 1,489.
1.764
30
26
22
18
14 Material: 1
Elevação (m)
10 Descrição: RSU
Modelo: Mohr-Coulomb
6 Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 5
Material: 2
-2 Phi (graus): 35
Descrição: Solo
Linha Piezométrica #: 0
-6 Modelo: Mohr-Coulomb
-10 Peso Específico (kN/m³): 16
Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
-18 Linha Piezométrica #: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.20 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 35º e ru = 0. Obtidos c = 5 kPa e FS = 1,764.
152
Apêndice C
1.299
30
26
22
18
14
Material: 1
Elevação (m)
10 Descrição: RSU
Modelo: Mohr-Coulomb
6
Peso Específico (kN/m³): 12
2 Coesão (kPa): 23
Phi (graus): 20
-2 Material: 2 Linha Piezométrica #: 0
Descrição: Solo Ru: 0.2
-6 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 16
-10 Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.21 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 20º e ru = 0,2. Obtidos c = 23 kPa e FS = 1,299.
1.311
30
26
22
18
14 Material: 1
Elevação (m)
10 Descrição: RSU
Modelo: Mohr-Coulomb
6 Peso Específico: 12
2 Coesão (kPa): 16
Material: 2 Phi (graus): 25
-2 Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
Modelo: Mohr-Coulomb Ru: 0.2
-6
Peso Específico: 16
-10 Coesão (kPa): 10
-14 Phi (graus): 25
Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.22 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 25º e ru = 0,2. Obtidos c = 16 kPa e FS = 1,311.
153
Apêndice C
1.309
30
26
22
18
Material: 1
14
Descrição: RSU
Elevação (m)
10 Modelo: Mohr-Coulomb
Peso Específico (kN/m³): 12
6
Coesão (kPa): 9
2 Material: 2 Phi (graus): 30
Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
-2
Modelo: Mohr-Coulomb Ru: 0.2
-6 Peso Específico (kN/m³): 16
-10 Coesão (kPa): 10
Phi (graus): 25
-14 Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.23 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 30º e ru = 0,2. Obtidos c = 9 kPa e FS = 1,309.
1.381
30
26
22
18
Material: 1
14
Descrição: RSU
Elevação (m)
10 Modelo: Mohr-Coulomb
6 Peso Específico (kN/m³): 12
Coesão (kPa): 5
2 Material: 2 Phi (graus): 35
-2 Descrição: Solo Linha Piezométrica #: 0
Modelo: Mohr-Coulomb Ru: 0.2
-6 Peso Específico (kN/m³): 16
-10 Coesão (kPa): 10
Phi (graus): 25
-14
Linha Piezométrica #: 0
-18 Pore-Air Pressure: 0
-22
-16 -12 -8 -4 0 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60
Figura C.24 - Superfície de ruptura para taludes com inclinações 1V:1,5H, altura de
aterro de 30 m, φ = 35º e ru = 0,2. Obtidos c = 5 kPa e FS = 1,381.
154