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DE PERNAMBUCO
2015-2020
Março, 2022
Atualizado em Maio, 2022
Paulo Henrique Saraiva Câmara
Governador do Estado de Pernambuco
1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................... 4
2. CARACTERÍSTICAS DE PERNAMBUCO .............................................................................5
3. SETOR AGRICULTURA, PECUÁRIA E OUTROS USOS DO SOLO (AFOLU) ..............................6
3.1. Pecuária ...................................................................................................................... 6
3.2. Mudança de Uso da Terra .............................................................................................9
4. SETOR ENERGIA ESTACIONÁRIA .................................................................................. 14
5. SETOR TRANSPORTES ................................................................................................. 19
6. SETOR PROCESSOS INDUSTRIAIS – IPPU .......................................................................24
7. SETOR RESÍDUOS ........................................................................................................28
8. CONSOLIDAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS ...................................................................33
9. EXCLUSÃO DAS EMISSÕES ...........................................................................................36
10. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 38
1. APRESENTAÇÃO
Pernambuco tem sua política de mudança do clima desde 2010, e desde então tem
desenvolvido diversas ações buscando a mitigação de emissão de gases de efeito estufa (GEE)
e a adaptação aos efeitos da mudança climática. Em 2019, foi elaborado o primeiro inventário
de GEE do Estado. Durante 2020, mesmo em meio à crise pandêmica do Covid-19,
Pernambuco construiu, com o apoio de quatro câmaras técnicas do Fórum Pernambucano de
Mudança Climática, uma lista de ações para a redução de emissões de GEE, nos setores de
Resíduos, Energia, AFOLU (agricultura, floresta e outros usos do solo) e Transporte, visando a
redução de emissões. Iniciou em 2021 a elaboração de sua trajetória de descarbonização, com
o apoio técnico da União Europeia, do governo alemão e participação do Fórum
Pernambucano de Mudança do Clima, lançando em março de 2022, seu Plano de
Descarbonização para que o Estado seja neutro em emissões de gases de efeito estufa até
2050. O inventário de 2019 foi base para toda essa construção.
Agora inicia-se uma etapa de implementação de ações e de monitoramento da
redução de emissões, na qual o inventário de emissões de GEE constitui uma ferramenta
importante no acompanhamento do progresso das metas de redução de emissões.
O presente inventário reanalisa os dados de 2015 a 2018 e acrescenta informações de
2019 e 2020, sobre emissões de GEE. Este documento traz um resumo das informações
obtidas para o Estado, suas Regiões de Desenvolvimento e Municípios, apresentando a
metodologia e os principais resultados divididos pelos setores emissores: AFOLU, Energia
Estacionária, Transporte, Indústria e Resíduos.
Buscando a melhoria contínua, este trabalho representa mais uma etapa para a
implementação de um sistema de monitoramento, reporte e verificação a fim de apoiar o
Estado de Pernambuco na busca por um 2050 carbono neutro.
2. CARACTERÍSTICAS DE PERNAMBUCO
3.1.Pecuária
Com destaque para o município de São Bento do Una, localizado no Agreste Central,
que emitiu em média 85.281,4 tCO2e por ano no período de 2015 a 2020. A Figura 3 abaixo
apresenta as emissões de GEE em 5 municípios que tiveram as maiores contribuições no
subsetor da pecuária no período estudado.
Figura 3. Emissões de GEE provenientes da pecuária nos municípios de São Bento do Una, Petrolina,
Itaíba, Serra Talhada e Bom Conselho no período de 2015 a 2020.
3.2. Transição de Uso da Terra
A estimativa das emissões e remoções por transição do uso da terra é realizada por
meio da associação dos estoques de carbono da cobertura da terra com a estimativa da área
das coberturas. A metodologia utilizada está de acordo com as Diretrizes do Painel
Intergovernamental de Mudanças Climáticas - IPCC para Inventários Nacionais de Gases de
Efeito Estufa de 2006 (IPCC, 2006).
Em Pernambuco é importante considerar a ocorrência de dois grandes biomas: Mata
Atlântica e Caatinga. O bioma Mata Atlântica é caracterizado pela ocorrência de formações
florestais nativas, composto predominantemente por espécies ombrófilas ou semideciduais,
enquanto a Caatinga é caracterizada por uma vegetação tropical sazonalmente seca,
predominantemente caducifólia (RODAL; MARTINS; SAMPAIO, 2008). Em razão desta
heterogeneidade, foram conduzidas revisões dos estoques de carbono das fitofisionomias,
com a regionalização para os biomas.
Os dados de uso e cobertura da terra foram obtidos através da plataforma do
MapBiomas, em sua coleção 6.0 para os anos de 2015 a 2020. O projeto realiza o mapeamento
anual da cobertura e uso da terra no Brasil (SOUZA et al., 2020). O sistema de classificação do
MapBiomas para o estado de Pernambuco categoriza o uso e cobertura da terra em 20 classes,
são elas: Formação Florestal, Formação Savânica, Formação Campestre, Mangue, Áreas
úmidas, Salinas, Afloramento Rochoso, Pastagem, Cana-de-açúcar, Floresta Plantada, Outras
Culturas Temporárias, Outras Culturas Perenes, Mosaico de Agricultura e Pastagem, Praia e
Dunas, Infraestrutura Urbana, Mineração, Outras Áreas não Vegetadas, Rios, Lagos e Oceano,
Aquicultura e Não Observado.
Para o cálculo, a classe de “Mosaico de Agricultura e Pastagem” foi considerada como
pastagem, visto que são áreas de uso agropecuário nos quais não é possível distinguir entre
pastagem e agricultura. Nesse sentido, a classificação como pastagem foi feita apenas de
forma conservadora, pois sua transição representa maior perda no estoque de biomassa. A
classe “Formação Campestre” que é descrita pelo MapBiomas como vegetação com
predominância de espécies herbáceas, também foi considerada como pastagem por
apresentar características semelhantes. Ainda, a classe de “Áreas Úmidas” também foi
considerada como pastagem, pois compreendem as áreas de influências de rios e reservatórios
caracterizadas por uma vegetação herbácea.
Para quantificar o estoque de carbono dos usos e coberturas da terra foram estimados
os valores de biomassa acima e abaixo do solo, utilizaram-se os dados da Tabela 4.4 e 4.7 das
diretrizes do IPCC (IPCC, 2006). Para outros usos não apresentados, os valores do estoque de
biomassa foram obtidos através de revisão bibliográfica, como descrito no Quadro 1.
Nota-se um aumento das emissões no ano de 2017, que pode estar associado ao
período de seca prolongada na região semiárida de 2010 a 2017 (Martins et al., 2017).
Também se nota um aumento das emissões por transição de uso da terra em relação ao
inventário anterior (SEMAS, 2019) que pode ser em razão da atualização dos dados da
plataforma do MapBiomas e da atualização dos fatores de emissão de estudos regionalizados
nos cálculos realizados para este inventário.
Em contraposição a pecuária, que registrou a maior emissão no ano de 2020, a
estimativa de remoções por transição do uso da terra foi a maior neste ano. Isto pode estar
associado à pandemia do COVID-19 que pode ter interferido nas atividades econômicas na
região, baseadas maioritariamente na pecuária, na agricultura de sequeiro e na extração de
lenha da caatinga. Mais estudos precisam ser conduzidos para entender o comportamento do
setor. Na Figura 5 são apresentadas as emissões e remoções em Pernambuco no período
estudado.
Figura 5. Emissões e Remoções de GEE em Pernambuco no subsetor de transições de uso da terra no
período de 2015 a 2020.
Figura 6. Total líquido de emissões de gases de efeito estufa do setor de AFOLU de Pernambuco no
período de 2015 a 2020.
Figura 7. Total de emissões e remoções de GEE dos subsetores de AFOLU em Pernambuco no período de
2015 a 2020.
Salienta-se que as emissões de transição de uso da terra são mais expressivas nos
municípios de Floresta e Petrolina (Figura 8), que são os municípios que possuem maior área
no estado.
Figura 8. Emissões de GEE provenientes da transição de uso da terra nos municípios de Floresta,
Petrolina, Serra Talhada, Ouricuri, Bodocó e Parnamirim no período de 2015 a 2020.
4. SETOR ENERGIA ESTACIONÁRIA
a) Residencial
b) Comercial
c) Industrial
d) Poderes públicos
e) Agricultura e pecuária
f) Outras fontes não especificadas
Para o cálculo das emissões pelo uso de energia elétrica, o fator de emissão para cada
ano é dado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), visto que a energia
utilizada é ligada ao Sistema Nacional (SIN), e possui um fator único para todo o país. Calculou-
se também as emissões oriundas das perdas na transmissão e distribuição de energia. Os
dados de consumo de energia elétrica foram fornecidos pela Companhia Energética de
Pernambuco (CELPE). Dados de consumo de GLP, diesel, óleo combustível e querosene
iluminante foram cedidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
(ANP). Já o consumo de gás natural foi informado pela Companhia Pernambucana de Gás
(COPERGÁS). O Quadro 2 a seguir aborda os parâmetros, valores e fontes utilizadas para o
cálculo das emissões de GEE deste setor.
Quadro 2. Parâmetros fixos utilizados para o cálculo das emissões de GEE do setor de energia
estacionária.
A Figura 10 apresenta a proporção de cada subsetor nas emissões de GEE por fontes
de energia estacionária. Pode-se observar que 80% do total de emissões está relacionado com
o consumo de energia nos setores residencial, industrial e comercial.
Figura 11. Participação dos subsetores residencial, industrial e comercial nas emissões de energia
estacionária nas mesorregiões de Pernambuco no período de 2015 a 2020.
Figura 12. Participação percentual das emissões de GEE por energia elétrica, diesel, GLP e GNV em
Pernambuco no período de 2015 a 2020.
5. SETOR TRANSPORTES
O cálculo das emissões de GEE para o setor de transportes, assim como o de energia,
foi baseado na quantidade de combustíveis comercializados em Pernambuco entre 2015 e
2020. Desta forma, assume-se que todo combustível comercializado é queimado para
locomoção dos veículos que circulam no Estado. Foram analisados os dados dos seguintes
combustíveis:
a) Gasolina comum
b) Diesel
c) Etanol hidratado
d) Gás natural veicular (GNV)
1
Etanol anidro é aquele que é componente da gasolina comum do Brasil. De acordo com a ANP, o
percentual desse biocombustível misturado à gasolina foi de 27% entre 2015 e 2018.
2
Misturado ao diesel. Segundo a ANP, o diesel comum comercializado possuía 7% de biodiesel em 2015
e 2016, 8% em 2017 e 10% em 2018.
Quadro 3. Parâmetros fixos utilizados para o cálculo das emissões de GEE do setor de
transportes.
Figura 13. Total de emissões de gases de efeito estufa do setor de transportes de Pernambuco no
período de 2015 a 2020.
Como pode ser observado na Figura 14, o Diesel e a gasolina comum são os
combustíveis mais consumidos e os mais emissores ao longo dos anos analisados, mostrando
uma certa estabilidade das emissões de cada tipo de combustível. Tal comportamento está
diretamente ligado à manutenção de seu padrão de consumo no Estado, que permanece
tendo o diesel e a gasolina como as principais fontes energéticas veiculares. O GVN e o etanol
tiveram baixas emissões quando se comparado com os demais combustíveis, apesar de serem
mais baratos ainda são pouco consumidos.
Figura 14. Total de emissões por uso de combustíveis no setor de transportes em Pernambuco no
período de 2015 a 2020.
As emissões por consumo de diesel entre os anos 2015 e 2020 foram bastante
expressivas nos municípios de Caruaru (756.107,58 tCO2e) e São Caetano (291.5416,03 tCO2e),
no Agreste Central. Pode-se considerar que estes municípios estão na rota de áreas de
desenvolvimento importantes no estado, e que o combustível adquirido nestes municípios
tenha sido utilizado para deslocamento de automóveis trafegando nesta rota. O diesel
também foi bastante consumido e teve alta de emissões na Região Metropolitana de Recife
nos municípios de Recife (1.917.644,17 tCO2e) e Jaboatão dos Guararapes (1.390.881,84 tCO2e)
entre os anos de 2015 e 2020.
Como citado anteriormente, as emissões do transporte aéreo, aqui denominadas
como bunker, não são contabilizadas no total do setor e do ano. Contudo, seu comportamento
pode ser observado através da Figura 16. O crescimento das emissões desse segmento entre
2017 e 2018 reflete os dados da Empresa Brasileira de Estrutura Aeroportuária (Infraero), os
quais mostram o aumento no número de passageiros nacionais e estrangeiros no Estado.
Parte disso deve-se ao estabelecimento de novas rotas e conexões no principal aeroporto de
Pernambuco, o Aeroporto Internacional dos Guararapes – Gilberto Freyre, além da instalação
de um hub de uma companhia aérea. A redução observada nos anos de 2019 e 2020 se deve
possivelmente à redução do fluxo de passageiros devido a pandemia da Covid-19.
Figura 16. Emissões de GEE pela utilização de combustíveis de aviação em Pernambuco no período de
2015 a 2020.
6. SETOR PROCESSOS INDUSTRIAIS – IPPU
Figura 17. Total de emissões de gases de efeito estufa do setor de IPPU de Pernambuco no período de
2015 a 2020.
Quadro 6. Total de emissões do setor industrial expressa em tCO2e.
Figura 18. Participação percentual das fontes de emissão de GEE no setor de IPPU em Pernambuco no
período de 2015 a 2020.
A Figura 19 apresenta as emissões do setor industrial por Região de Desenvolvimento
do estado. Observa-se uma concentração elevada de emissões na região do Sertão do São
Francisco, especificamente no município de Afrânio, que conta com quatro empresas
ceramistas responsáveis por 21,34% das emissões deste setor.
As indústrias localizadas na Região Metropolitana do Recife e a Zona da Mata (Mata
Norte e Sul) emitiram 68,10% do total de emissões do estado entre os anos de 2015 e 2020.
Nestas regiões estão localizadas as indústrias de cimento e vidro do estado, além de algumas
indústrias ceramistas, com destaque os municípios de Goiana (548.858,19 TCO2e) e Cabo de
Santo Agostinho (339.142,90 tCO2e) na RMR, Palmares (707.080,00 tCO2e) na Mata Sul e
Paudalho (437.610,37 tCO2e) na Mata Norte.
Figura 19. Representação gráfica do percentual de emissões do setor industrial para as Regiões de
Desenvolvimento de Pernambuco no período de 2015 a 2020.
7. SETOR RESÍDUOS
● Esgotamento sanitário:
a) Efluentes coletados e tratados;
b) Efluentes tratados por soluções individuais;
c) Efluentes não tratados.
Quadro 7. Parâmetros fixos utilizados para o cálculo das emissões de GEE do subsetor de tratamento de
efluentes.
0,005 kg N2O-N/kg
Fator de emissão de óxido nitroso
N
Fonte: MCTI (2016).
O cálculo das emissões de CH4 e N2O ocasionadas pelo tratamento de efluentes foi
feito com base na população atendida pelo serviço de coleta e tratamento de esgoto, nos
fatores de correção de metano respectivos a cada tratamento, e nos valores da demanda
bioquímica de oxigênio (DBO).
Em relação aos resíduos sólidos foi utilizado o modelo metodológico de
comprometimento de metano disponível no Global Protocol for Community-Scale Greenhouse
Gas Emissions Inventories (WRI et al., 2014), uma vez que para se obter as emissões pela
metodologia de decaimento de metano, aconselhado pelo IPCC, seria necessária uma grande
série histórica de volume de deposição de resíduos sólidos no estado, não disponível no
momento.
Os parâmetros específicos utilizados para o cálculo das emissões desse subsetor são do
MCTI (2016), conforme a Quadro 8.
Quadro 8. Parâmetros fixos utilizados para o cálculo das emissões de GEE do
subsetor de resíduos sólidos.
O total das emissões desse setor é apresentado na Figura 20. Destaca-se as emissões
de resíduos sólidos sobre as de efluentes em todos os anos analisados.
Figura 20. Percentual de emissões de GEE de resíduos sólidos e efluentes em Pernambuco no período de
2015 a 2020.
Houve um aumento anual das emissões dos resíduos sólidos que se deu pelo
crescimento gradativo de municípios que passaram a encaminhar seus resíduos aos aterros,
cujas emissões são mais intensas do que os lixões devido ao fator de correção do metano,
como exposto na Figura 21.
Figura 21. Contribuição de emissões oriundas de aterro sanitário e lixão em Pernambuco no período de
2015 a 2020.
Na Figura 22 pode-se observar que houve pouca variação anual entre as Regiões de
Desenvolvimento do estado com relação a emissões de resíduos sólidos. Destaca-se
fortemente a Região Metropolitana do Recife (RMR). Esta região contempla dezesseis
municípios (incluindo Fernando de Noronha) altamente populosos, muitos com programas de
coleta seletiva implantados e todos os municípios encaminham os resíduos para aterros
sanitários. A cidade do Recife é responsável por cerca de 42% das emissões de resíduos sólidos
da Região Metropolitana do Recife.
Em relação aos efluentes sanitários, a RMR foi a região mais emissora, seguida do
Sertão de São Francisco e Agreste Central. Assim como nos resíduos sólidos, no tratamento de
efluentes não houve variação acentuada de emissão entre os anos analisados.
Figura 22. Total de emissões de resíduos sólidos e média de geração de resíduo per capita diário por
região de desenvolvimento em Pernambuco no período de 2015 a 2020.
8. CONSOLIDAÇÃO GERAL DOS RESULTADOS
Figura 23. Total de emissões de GEE distribuídos nos setores de AFOLU, Energia estacionária, Resíduos,
IPPU, Transportes em Pernambuco no período de 2015 a 2020.
A Figura 24 fornece uma visão subsetorial que permite identificar as principais fontes
de emissão do Estado, outras fontes como: gás natural, manejo de dejetos e gasolina de
aviação não foram incluídas no gráfico por não serem significativas para representação gráfica.
O subsetor de resíduos sólidos segue como maior emissor de CO2, como no último inventário
de GEE de Pernambuco (SEMAS, 2019). Com a atualização dos fatores de emissão no subsetor
de transição do uso da terra, este passou a ser o segundo maior emissor, seguido do subsetor
de fermentação entérica.
Figura 24. Participação subsetorial das principais fontes de emissão em Pernambuco no período de 2015
a 2020.
A Figura 25 apresenta as emissões dos setores e a média de emissão anual per capita
anual por região de desenvolvimento no ano de 2020. Isto permite identificar quais regiões de
Pernambuco mais contribuem com emissões de GEE e que setor é mais crítico dentro de cada
região. Nota-se que a Região Metropolitana se destaca na quantidade de CO2e emitido e com
grandes contribuições dos setores de resíduos (38,98%), transportes (34,44%) e energia
(20,64%).
e média de emissão per capita.
Figura 25. Emissões de GEE dos setores por região de desenvolvimento em Pernambuco no ano de 2020
9. EXCLUSÃO DAS EMISSÕES
Determinadas fontes de emissões não foram estimadas para este inventário devido à
indisponibilidade de informações e/ou baixa representatividade perante as emissões totais no
ano inventariado.
Atividades Industriais
De acordo com o Portal da Indústria, os principais segmentos do setor industrial no
Estado são os de construção, alimentos, serviços industriais de utilidade pública, produtos
químicos e derivados de petróleo e biocombustíveis. Contudo, dados de produção industrial,
necessários para o cálculo das emissões, não são de fácil acesso e muitas vezes não estão
disponíveis. Para este inventário, obteve-se informações da indústria mineral (Cimento CP II, III
e IV, vidro, cal e tijolos (cerâmica)). Os processos industriais envolvendo a indústria alimentícia
liberam os gases conhecidos como NMVOC (Non-Methane Volatile Organic Compounds), que
representam uma série de compostos orgânicos caracterizados pela ausência do metano.
Contudo, apesar de não possuírem metano, e mesmo não estando inclusos pesos que
determinam os potenciais de aquecimento global, os NMVOCs também causam o efeito estufa.
No entanto, os dados recebidos do setor alimentício não eram precisos e careciam de
informações vitais, como unidade de medida. Por esta razão, estes gases não foram incluídos
neste inventário. Devido à falta de informações específicas de produtos utilizados dos setores
de produção de plásticos, papel e celulose, produtos químicos e derivados de petróleo, estes
também não puderam ser contabilizados.
Uso de produtos
O uso de gases refrigerantes, lubrificantes e parafinas em processos de produção não
foram considerados neste inventário devido à ausência de dados disponíveis em fontes
públicas.
Incineração e compostagem
Dado a insignificância da contribuição das emissões provenientes da compostagem e
da incineração de resíduos (aqui inclui-se os resíduos especiais de saúde) no total inventariado,
aliada à indisponibilidade de dados, estas também não foram contabilizadas neste estudo.