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E REMOÇÕES DE GASES
DE EFEITO ESTUFA NA
AGRICULTURA FAMILIAR
PROGRAMA
FLORESTAS DE VALOR
SÃO FÉLIX DO XINGU
pará
Dez | 2019
O Florestas de Valor é um programa do Imaflora, patrocinado pela Petrobras, que tem o objetivo de
fomentar atividades produtivas para a consolidação de áreas protegidas, conservar recursos naturais e
valorizar populações tradicionais e agricultores familiares.
Autores:
Revisores:
Marina Jordão
Eduardo Trevisan Gonçalves
Vitor França Lopes dos Santos
Patrocínio
SUMÁRIO
RESUMO 06
1. INTRODUÇÃO 07
2. METODOLOGIA 10
2.1 Área de estudo 10
2.2 Análise do balanço de gases de efeito estufa 12
2.3 Coleta de dados e parametrização da ferramenta de cálculo 15
3. RESULTADOS 20
3.1 Balanço de emissões de GEE 20
3.1.1 Pecuária 20
3.1.2. Cacau 23
3.2 Balanço de emissão de GEE das propriedades participantes
do Programa Florestas de Valor em São Felix do Xingu 25
4. Potencial do Programa 28
5. CONCLUSÕES 30
6. BIBLIOGRAFIA 32
Foto Rafael Salazar
RESUMO
Este estudo apresenta as estimativas do balanço de emissões de gases de efeito estufa (GEE) da produção
pecuária (extensiva e silvipastoril) e de cacau (convencional e orgânico) em propriedades da agricultura
familiar atendidas pelo Programa Florestas de Valor, localizadas na região do município de São Félix do Xin-
gu (Pará, Brasil). O balanço de GEE para os perfis analisados apresentaram média de -19,40 e -15,14 tCO2e
ha-1 ano-1 para o cultivo de cacau orgânico e convencional e de 7,14 e 5,24 tCO2e ha-1 ano-1 para sistemas com
pecuária extensiva e silvipastoril. Entretanto, a melhoria das pastagens extensivas (degradadas) com a in-
trodução de sistemas silvipastoris (10% da área inicial) e o enriquecimento do cacaueiro orgânico com árvo-
res de sombra revelou taxas de sequestro de carbono no solo e na biomassa aérea que reduziram o balanço
de emissão de GEE por hectare em 66,19% e de 28,17% por produto (unidade animal e amêndoas), respecti-
vamente. Não foi observado diferenças na produtividade de amêndoa nos diferentes tipos de produção de
cacau. Por outro lado, o sistema silvipastoril, mesmo implementado em apenas 10% da área total de pasta-
gem, permitiu aumentar a lotação animal em 120%, passando de 1,0 UA para 2,2 UA ha-1. Com esses núme-
ros, calcula-se que se o Programa Florestas de Valor fosse escalado para toda área de agricultura familiar do
município de São Félix do Xingu, existiria um potencial de reduzir aproximadamente 2,1 milhões de tCO2e
ao ano e aumentar a produção municipal de cacau em 50 vezes sem diminuição do rebanho bovino. Esses
volumes de emissão e produção poderiam abater cerca de 6% das emissões de GEE totais do setor agropecu-
ário do Estado do Pará (o maior estado emissor de GEE do Brasil – SEEG, 2019) e aumentar em aproximada-
mente 50% a produção de cacau do país sem redução da produção pecuária. Esses resultados indicam que as
ações do Programa Florestas de Valor, voltadas para a promoção de boas práticas de produção agropecuária
tem se mostrado essenciais para a redução das emissões de GEE em São Félix do Xingu e sugere que a agri-
cultura familiar pode ter importante papel para a redução das emissões nacionais.
6
1. INTRODUÇÃO
7
agropecuária e agroecológica como alternativa e Com isso, almeja-se que as famílias e comunidades
diversificação do sistema produtivo familiar, como com produção extrativista (povos indígenas e co-
é o caso do fortalecimento da cadeia produtiva do munidades tradicionais) e cacau (agricultores fa-
cacau com as entidades locais, agricultoras e agri- miliares) sejam beneficiadas e possuam acesso a
cultores participantes. Fazem parte das atividades mercados diferenciados e com maior valor agrega-
do programa, a realização de visitas periódicas de do. Possibilitando assim, melhorias na renda fami-
monitoramento e assistência técnica, juntamente liar e a manutenção e ampliação das atividades
com oficinas de capacitações práticas e teóricas. que contribuem para a conservação e proteção dos
Em todas as propriedades do programa há o cultivo recursos naturais, reduzindo a tendência de des-
de cacau, com duas diferentes formas de manejo, matamento e degradação destas áreas e evitando
com o cacau podendo ser manejado de forma orgâ- as emissões de gases de efeito estufa.
nica (com e sem certificação) e de forma conven-
cional. Entretanto, este cenário ainda enfrenta diversas
barreiras para o ganho de escala. Apesar das unida-
Adicionalmente, o Programa Florestas de Valor, vi- des agropecuárias de pequena escala representa-
sando a progressiva implantação e aperfeiçoamen- rem uma expressiva parcela das áreas rurais brasi-
to de práticas de uso e manejo do solo, também leiras, ainda há insuficiência de dados sobre
fomenta melhorias nos sistemas produtivos de pe- emissões e remoções de GEE pela agricultura fami-
cuária, realizando atividades que promoveram a liar. Dessa forma, a verificação e validação dos be-
adoção do manual de Boas Práticas Agropecuárias nefícios sociais, ambientais e econômicos gerados
(BPA), desenvolvido pela Embrapa (2011) e o Guia através de iniciativas como o programa Florestas
de Indicadores da Pecuária Sustentável (GIPS) do de Valor são fundamentais para uma maior mobili-
Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) zação de diversos atores visando à adoção das boas
(2016), ambos para a inserção dos Sistemas Silvo- práticas de produção agropecuária.
pastoris (SSP). Hoje, 6 propriedades piloto já con-
tam com sistemas Silvipastoris de produção pecuá- Nesse sentido, o objetivo deste estudo consiste em
ria, com um tempo médio de implantação de 4 calcular as estimativas do balanço de emissões de
anos. Além disso, este sistema de produção pecuá- gases de efeito estufa (GEE) e apresentar os im-
ria (SSP) está em processo de implementação em pactos positivos promovidos pelo incentivo nas ati-
mais 6 propriedades da região, juntamente com a vidades produtivas (produção de cacau e sistema
construção da Casa Familiar Rural, centro de capa- silvipastoril) de agricultores familiares em São Fé-
citação para novos agricultores familiares. lix do Xingu, Pará, Brasil, através do programa Flo-
restas de Valor.
Além disso, a exploração de produtos não madei-
reiros tem se tornado cada vez mais recorrente
entre os agricultores integrantes do programa,
com destaque para a produção de polpas de frutas,
a partir das áreas agroflorestais das unidades pro-
dutivas familiares.
8
2. METODOLOGIA
O município de São Félix do Xingu está localizado Valor tem fomentado um manejo produtivo basea-
no sul do estado do Pará, às margens do Rio Xingu do em maior número de indivíduos de sombra com-
e Rio Fresco, com uma área de aproximadamente parado ao convencional para um cultivo mais sus-
84 mil km² e uma população estimada de 124.763 tentável e diversidade de renda.
habitantes (IBGE, 2018a), contando com a presen-
ça de povos indígenas, seringueiros, pescadores e
coletores de castanha.
10
Tabela 1. Descrição das unidades produtivas familiares localizadas no município de São Félix do Xingu, Pará, Brasil.
Produção
Área de Número médio
Unidade Produtiva Área de de amêndoa
Pastagem de animais
Familiar Cacau (ha) (t amêndoa
(ha) (cabeça ha-1 ano-1)
ha-1 ano-1)
Com relação à pecuária, devido à extensa área de ção: implementar sistemas silvipastoris primeira-
pastagens degradadas no município, os diagnósti- mente em 6 propriedades (das quais 3 foram ava-
cos de todas as propriedades da agricultura fami- liadas nesse estudo), as quais possuem uma
liar assistidas pelo Programa Florestas de Valor variação de áreas de pastagem sob sistema silvi-
apontaram a necessidade de reforma ou recupera- pastoril de 4,3 a 69,1% dentro das propriedades,
ção de pastagem. Entretanto, pelo fato dessa ação representando uma média de 10% da área total de
ter um custo financeiro relativamente elevado, o pastagens dessas propriedades.
Programa Florestas de Valor encontrou uma solu-
11
Tabela 2. Perfis das propriedades participantes consideradas para o balanço de GEE.
Área de Área de
Tipo de Unidade Produtiva Quantidade
Pastagem Cacau
ha
12
Finalmente, as ferramentas calculam o balanço Balanço de emissões de GEE =
(soma) das emissões e remoções de GEE de todas as GEEEmissões + GEERemoções
fontes em escala agrícola (Figura 2) e as convertem
em equivalentes de CO2 (CO2e) usando os fatores de
Potencial de Aquecimento Global (GWP) fornecidos Os resultados foram ainda correlacionados com as
pelo IPCC (1995; 2007; 2013). Todas as fontes e re- variáveis de produção (Tabela 1), para estimar as
moções de GEE em escala agrícola listadas acima métricas de intensidade de emissão de GEE para os
para cada sistema produtivo avaliado são converti- sistemas em análise. O saldo de GEE calculado para
das em equivalentes de CO2 (CO2e) usando fatores cada um dos sistemas analisados foi correlacionado
de Potencial de Aquecimento Global (GWP) forneci- com as respectivas áreas de produção (emissões de
dos pelo 5º Relatório de Avaliação do IPCC (CO2 = 1, GEE por hectare de área produtiva) e a produção do
CH4 = 28 e N2O = 265 ) (IPCC, 2014) e, finalmente, produto (emissões de GEE por tonelada de produto).
resumiu-se da seguinte forma:
ESCALA DA FAZENDA
Pecuária
Emissões de GEE Remoções de GEE (Sistema Silvipastoril)
Sequestro de
Rebanho Combustível Fertilizantes Sequestro de
Calcário carbono na
Animal Fóssil Nitrogenados carbono no solo
biomassa aérea
Cacau
Emissões de GEE Remoções de GEE
Sequestro de
Combustível Fertilizantes Sequestro de
Poda Calcário carbono na
Fóssil Nitrogenados carbono no solo
biomassa aérea
Figura 2. Escopo de análise e suas fontes de emissão e remoção de gases de efeito estufa das unidades produtivas localizadas no
município de São Félix do Xingu, Pará, Brasil.
13
Tabela 3. Principais fontes de emissão e remoção de GEE nas propriedades usadas pela calculadora Protocolo GHG (WRI, 2014; 2018)
de acordo com cada sistema produtivo.
Fonte Fator de
emissão/remoção emissão/
de GEE remoção
Calagem 0,5
Degradada 3,54
Normal (vulnerável) 0
Melhorada -3,54
Sequestro de carbono na biomassa aérea da área de silvipastoril (tCO2 e ha-1 ano-1) -1,23
Sequestro de carbono na biomassa aérea da área do cacau orgânico sombreado (tCO2 e ha-1 ano-1) -16,3
Sequestro de carbono na biomassa aérea da área do cacau convencional sombreado (tCO2 e ha-1 ano-11) -11,9
14
Sistema
Produtivo
de Pecuária
Para obter a quantidade de carbono armazenada
anualmente na biomassa de cacau e nas árvores de Área de pastagem e área
sombra acima do solo nos sistemas produtivos de de sistema silvipastoril
cacau e do sistema silvipastoril, foram utilizadas (se houver, coletar quantidade
as equações alométricas propostas por Ortiz Guer- de árvores implantadas);
15
As áreas de cultivo de cacau orgânico não recebem Além disso, nessas áreas também são realizadas
adubação nitrogenada, enquanto que as áreas de anualmente a calagem com a média de 0,07 e 0,25
cacau convencional recebem uma média anual de t ha-1 ano-1 de cal (Anexo).
fertilizante nitrogenado de 0,1 t N ha-1 ano-1 e
apresentam uma média de consumo anual de com- Para a análise em escopo das propriedades não fo-
bustíveis fósseis de 11,28 e 7,18 litros ha-1 ano-1, ram consideradas as emissões de GEE causada pela
respectivamente. Além disso, nessas áreas tam- produção de matéria prima, fabricação de suple-
bém são realizadas anualmente a calagem com a mentação animal e de transportes externos das
média de 0,48 e 0,99 t ha-1 ano-1 de cal. A poda propriedades. Porém, reconhece-se que essas ati-
também influencia nas emissões dos sistemas pro- vidades podem ser importantes fontes de emissão
dutivos de cacau, seja ele orgânico ou convencio- e devem ser avaliadas em futuros trabalhos. As
nal, dessa forma, adotou-se uma poda de 10% dos áreas florestais de Preservação Permanente (APP),
cacaueiros, sendo depositados no solo das áreas de Reserva Legal (RL) e outras áreas de vegetação na-
cacau (Anexo). tural também não foram consideradas para os ba-
lanços de GEE, porém, reconhece-se o seu grande
Enquanto para o sistema produtivo de pecuária e potencial em aumentar as emissões quando des-
as propriedades com o sistema silvipastoril, rece- matadas, assim como a sua contribuição por meio
bem uma média anual de fertilizante nitrogenado da remoção e armazenamento do carbono absorvi-
de 0,00 e 0,01 t N ha-1 ano-1 e apresentam uma do ao longo do seu incremento de biomassa, além
média de consumo anual de combustíveis fósseis da sua importância na conservação e proteção dos
de 19,76 e 17,45 litros ha-1 ano-1, respectivamente. recursos naturais.
16
Foto Rafael Salazar
Foto Rafael Salazar
3. RESULTADOS
3.1 Balanço de
emissões de GEE
8,0
Emissão GEE (tCO2e ha-1 ano-1)
6,33
6,0
3,54
4,0
3,17
2,0
0,43 0,35 0,12 0,02
0,00 0,00 0,00
0,0
-0.35
-1,23
-2,0
BIOMASSA AÉREA
BIOMASSA AÉREA
REBANHO
REBANHO
CALAGEM
CALAGEM
DIESEL
DIESEL
URÉIA
URÉIA
SOLO
SOLO
Figura 3. Emissões de gases de efeito estufa para as áreas de pecuária extensiva e sistema silvipastoril de propriedades localizadas
em São Félix do Xingu, Pará, Brasil.
20
Os valores de emissão de GEE encontrados nesse de boas práticas promovidas pelo programa. Além
estudo são pouco maiores, mas apresentam coe- disso, estimou-se que a parcela com sistema silvi-
rência, comparado as estimativas de emissão de pastoril foi capaz de acumular (sequestrar) carbo-
GEE em áreas de pastagem em degradação na no no solo e na biomassa aérea das árvores.
Amazônia, tanto na agricultura familiar quanto na
pecuária de larga escala, variando em torno de 5 Calcula-se que a introdução do sistema silvipastoril
tCO2e ha-1 ano-1 (Solidaridad, 2018). foi capaz de remover 3,5 e 12,3 tCO2e ha-1 ano-1
pelo solo e biomassa aérea das árvores nesse siste-
No entanto, foi observado que a implementação do ma, respectivamente, resultando em uma remoção
sistema silvipastoril em 10% da área de pastagem total de 15,8 tCO2e ha-1 ano-1 ou 1,58 tCO2e ha-1
nas propriedades antes manejadas sob sistema ano-1 na área total da propriedade, lembrando que
extensivo permitiu frear a degradação do solo da apenas 10% da pastagem é contemplada pelo siste-
área de pastagem total, devido à implementação ma silvipastoril (Figura 5).
Tabela 4. Estimativas das emissões e remoções (sequestro) de GEE dos sistemas produtivos de pecuária extensiva e silvipastoril
21
Esse potencial de remover carbono da parcela de promove melhorias nas condições do solo, que por
pastagem com o sistema silvipastoril foi capaz de sua vez passa a fornecer maior quantidade e quali-
abater cerca de 24% das emissões totais do sistema dade de alimento aos animais.
(Tabela 4), o que resulta em um balanço das emis-
sões de GEE (emissões + remoções) de 5,24 tCO2e Associando-se os respectivos valores estimados do
ha-1 ano-1 para as propriedades com a áreas de SSP balanço de GEE, nota-se que a pecuária extensiva
– cerca de 27% menor que o sistema Extensivo de emite 7,1 tCO2e ha-1 ano-1 para cada unidade ani-
produção. mal manejada, enquanto o SSP apenas 2,4 tCO2e
ha-1 ano-1, ou seja, 66% menos comparado ao pri-
Os valores encontrados neste trabalho estão de meiro (Tabela 4).
acordo com as estimativas globais de sequestro de
carbono em sistemas silvipastoris que varia de 0,6 Sistemas silvipastoris permitem a intensificação da
a 8,4 tCO2e ha-1 ano-1 para sequestro de carbono produção de gado com base em processos naturais
acima do solo e 0,22 a 24,0 tCO2e ha-1 ano-1 para e são reconhecidos como uma abordagem integra-
sequestro de carbono no solo (Feliciano et al., da ao uso sustentável da terra (Nair et al. 2011). O
2018). SSP promove interações ecológicas benéficas que
podem se manifestar como aumento do rendimen-
Adicionalmente, nota-se que o sistema silvipasto- to por unidade de área e melhoria da provisão de
ril pode levar a melhores índices produtivos. Esse serviços ambientais, uma vez que tais sistemas
sistema, por exemplo, conseguiu promover lotação geralmente possuem maior produção, disponibili-
animal aproximadamente 100% maior que o exten- dade e qualidade de biomassa para o gado, pois
sivo. Os resultados mostram que para as áreas de as árvores e arbustos incorporadas nesses sistemas
pecuária extensiva têm-se o valor médio de 1,0 geralmente contêm mais proteína e são menos fi-
unidade animal por hectare, enquanto nas áreas brosas que as gramíneas tropicais (Murgueitio et
de SSP a taxa média de ocupação animal é de 2,2 al., 2015). Assim, esses sistemas podem ser mais
unidade animal por hectare. Esses números suge- produtivos, lucrativos e sustentáveis do que a silvi-
rem que o sistema silvipastoril, mesmo implemen- cultura e produção pecuária extensivas (Jose 2009;
tado em apenas 10% da área total de pastagem, Peri et al. 2016).
22
3.1.2. Cacau
As estimativas de emissão de GEE para as proprie- Para as áreas de cultivo de cacau convencional, a
dades participantes do Programa Floresta de Valor principal fonte de emissão se deve uso de combus-
avaliadas neste trabalho variaram de 0,2 tCO2e ha-1 tível fóssil (52,3%), seguido pela calagem do solo
ano-1 a 0,6 tCO2e ha-1 ano-1 para as áreas de ca- (38,6%), aplicação de fertilizantes nitrogenados
cau convencional (média de 0,31 tCO2e ha-1 ano-1) (8,9%) e pela poda (0,1%). Já para as áreas de ca-
e para as áreas de cacau orgânico houve uma va- cau orgânico, a principal fonte de emissão se deve
riação de 0,1 a 1,5 tCO2e ha-1 ano-1 (média de 0,39 uso de combustível fóssil (74,7%), seguido pela ca-
tCO2e ha-1 ano-1) (Tabela 5). lagem do solo (25,1%) e pela poda (0,2%) (Figura 4).
BIOMASSA AÉREA
PODA
BIOMASSA AÉREA
DIESEL
DIESEL
SOLO
CALAGEM
N-FERTILIZANTE
SOLO
CALAGEM
N-FERTILIZANTE
-3,54 -3,54
-6,0
-11,9
-13,0
-16,3
-20,0
Figura 4. Emissões de gases de efeito estufa para as áreas de cacau convencional e cacau orgânico de propriedades localizadas em
São Félix do Xingu, Pará, Brasil.
23
Devido à constante cobertura e aporte de matéria de cacau orgânico, o que demonstra uma diferença
orgânica no solo proveniente das raízes, folhas e po- de 22% entre as emissões de GEE dos dois sistemas.
das do cacaueiro, estima-se que o solo nestes locais Essa diferença é atribuída principalmente ao maior
tem acumulado carbono (matéria orgânica) a uma acumulo de C na biomassa aérea da plantação de
taxa média de -3,54 tCO2e ha-1 ano-1. Além disso, a cacau orgânico, uma vez que essa apresenta maior
produção de cacau convencional e orgânico ainda número de árvores de sombra no sistema – consequ-
tem promovido um sequestro adicional de carbono ência de uma das ações do Programa Florestas de
na biomassa aérea das árvores de cacau sombreado, Valor. No entanto, a produção de amêndoas nos dos
estimado em aproximadamente -16,3 e 11,9 tCO2e sistemas não diferiu, apresentando uma produção
ha-1 ano-1, respectivamente (Figura 4). média 0,6 t amêndoas ha-1 ano-1.
Considerando-se as emissões e remoções dos dois Assim, a remoção de GEE por tonelada de amêndoa
sistemas de produção de cacau avaliados, têm-se produzida no sistema orgânico é 28% maior que a do
um valor médio de balanço de GEE de -15,1 tCO2e sistema convencional: -32,3 e -25,2 tCO2e ha-1 ton
ha-1 ano-1 para as áreas de cacau convencional e um amêndoa produzida-1, respectivamente (Tabela 5).
balanço médio de -19,4 tCO2e ha-1 ano-1 para as áreas
Tabela 5. Estimativas das emissões e remoções (sequestro) de GEE dos sistemas produtivos de cacau convencional e orgânico.
24
3.2 Balanço de emissão de GEE
das propriedades participantes
do Programa Florestas de
Valor em São Felix do Xingu
De acordo com as estimativas de balanço de car- ria extensiva a fim de se encontrar um balanço de
bono dos sistemas de produção de cacau e pecuá- emissões de GEE neutro. Essa proporção sobre para
ria, as propriedades avaliadas nesse estudo apre- quase 4 ha com a pecuária que possui o sistema
sentam balanço de emissão de GEE negativas. O silvipastoril.
balanço de emissões dessas propriedades variou
de -19,6 a -10,5 tCO2e ha-1 ano-1. O menor balanço Esses resultados demonstram a importância de a
de emissão de GEE foi registrado na propriedade produção de cacau abater emissões de GEE oriun-
que possui apenas cultivo de cacau orgânico (-19,6 das da atividade pecuária, principalmente a mane-
tCO2e ha-1 ano-1). jada de forma extensiva. Desse modo é evidente
que o fortalecimento da cadeia produtiva do ca-
Estima-se que para cada hectare de pecuária ex- cau, assim como a introdução de melhores práticas
tensiva introduzida em uma propriedade apenas agropecuárias pelo Programa Florestas de Valor,
com cacau orgânico, há redução de cerca de 37% tem promovido impactos positivos significativos
do potencial de remoção de GEE promovido pela em reduzir e evitar emissões de GEE entre os agri-
cultura perene. Assim, 1 hectare de cacau orgâ- cultores familiares beneficiados.
nico permite compensar cerca 2,7 ha de pecuá-
Tabela 6. Perfil dos balanços de emissões de GEE e dos sistemas produtivos das unidades avaliadas.
25
Foto Rafael Salazar
4. POTENCIAL
DO PROGRAMA
Os resultados deste estudo demonstram a impor- Desse modo, estima-se que a massiva introdução
tância de incentivar e dar escala a programas como de sistemas silvipastoris em propriedades da agri-
o Florestas de Valor. Em 2018 o município de São cultura familiar no município de São Félix do Xingu
Félix do Xingu (PA) tinha uma área de 1,7 milhão (PA) nos moldes iniciais propostos pelo Programa
de hectares de pastagem (MapBiomas, 2019) e 2,3 Florestas de Valor, seria capaz de suportar o atu-
milhões cabeças de bovinos (cerca de 1,7 milhões al rebanho bovino da agricultura familiar (262 mil
de UA) (IBGE, 2018). Dessa área, aproximadamen- UA) em uma área de pastagem 60% menor que a
te 303 mil hectares de pastagem (IBGE, 2019) e atual. Ou seja, a área de pastagem da agricultu-
354 mil cabeças de bovinos (cerca de 262 mil UA) ra familiar no município poderia ser reduzida para
estavam localizadas em propriedades da agricultu- 120 mil hectares sem diminuição do rebanho atual,
ra familiar (IBGE, 2018). mas com uma redução de emissões de aproximada-
mente 1,5 milhão de tCO2e (Figura 5).
Esses números sugerem que o município apresenta
uma lotação média de 0,9 UA ha-1 (possivelmen- Nos 184 mil ha restantes poderiam ser utilizado
te com pecuária extensiva e solos em condição de para expansão de outros tipos de produção agro-
degradação em sua maioria), ou 144% menor que pecuária necessárias para atender a demanda fu-
as propriedades com sistemas silvipastoris contem- tura de grãos, fibras e combustíveis sem a necessi-
plados pelo Programa Florestas de Valor observa- dade de novos desmatamentos (Strassburg et al.,
dos nesse estudo (Tabela 4). 2018; Solidaridad, 2018). No entanto, para se ter
uma ideia do que o uso dessa área restante pode
representar, se o cultivo de cacau é virtualmen-
Área de Pastagem
te expandido em 184 mil ha de pastagem em São
Emissões de GEE Felix do Xingu, mais de 3 milhões de tCO2e pode
350 2,5 ser sequestrado e 110 mil t de amêndoas pode ser
2,2
produzidas adicionalmente ao ano.
Emissões de GEE (Mt CO2e ha-1)
300
2,0
Área de pastagem (mil ha)
250
1,5
200
100
0,5
50
303 120
0 0,0
Atual Potencial
28
Isso significa que escalar o Programa Florestas de esses valores corroboram as afirmações de Bartl et
Valor para toda a agricultura familiar do município al. (2011) e Cederberg et al. (2009) sobre a possi-
de São Félix tem potencial de reduzir aproximada- bilidade de redução de GEE por meio de aumentos
mente 2,13 milhões de tCO2e ao ano e aumentar a de produção, envolvendo melhorias nos índices de
produção municipal de cacau em aproximadamen- manejo de pastagens e rebanho. Isso se aplica es-
te 50 vezes. Esse montante de emissões poderia pecialmente aos sistemas silvipastoris.
abater cerca de 1% das emissões de GEE totais ou
6% do setor agropecuário do Estado do Pará – o Portanto, os sistemas de produção preconizados
maior emissor de GEE estadual do Brasil (SEEG, pelo Programa Florestas de Valor se apresentam
2019) – e aumentar em quase 50% a produção de como um meio possivelmente crítico e importante
cacau do país (240 mil t - IBGE) sem redução da para mitigar os impactos ambientais da produção
produção pecuária. de alimentos. Fornecer opções aos produtores – di-
versas maneiras de reduzir seus impactos ambien-
Certamente, uma melhor modelagem deve ser fei- tais – permite decisões muito melhores e ajuda a
ta para compreender o potencial impacto do Pro- evitar consequências indesejadas, evitando “im-
grama Florestas de Valor nas mudanças de uso da provisos de produção” e ajudando os produtores a
terra na região de São Feliz do Xingu. No entanto, fazer trocas e escolhas de acordo com as priorida-
des locais e globais (Poore & Nemecek, 2018).
Produção de Cacau
Emissões de GEE
100
-0,5
Produção de cacau (mil t)
80
-1,0
60
-1,5
40
-2,0
20
2,3 -2,2
0 -2,5
Atual Potencial
29
5. CONCLUSÕES
A estimativa do balanço de emissões de GEE da agri- cultura familiar, é necessário cerca de 1 ha de cacau
cultura familiar contemplada pelo Programa Flores- orgânico para se encontrar um balanço de emissões
tas de Valor em São Felix do Xingu aponta valores de de GEE neutro. Essa proporção sobre para quase 4 ha
-15,14 e -19,40 tCO2e ha-1 ano-1 para a produção de com a pecuária que possui o sistema silvipastoril em
cacau convencional e orgânico e de 7,14 e 5,24 tCO2e apenas 10% da área.
ha-1 ano-1 para pecuária extensiva e silvipastoril, res-
pectivamente. Disso resultaram intensidades de emis- Com esses números, calcula-se que se o Programa Flo-
são de 0,95 e 0,67 tCO2e ha-1 t de amêndoa produzida-1 restas de Valor for expandido para toda área de agri-
para a produção de cacau convencional e orgânico, cultura familiar do município de São Félix do Xingu, há
além de 7,1 e 3,1 tCO2e ha-1 UA-1. potencial de reduzir aproximadamente 2,13 milhões
de tCO2e ao ano e aumentar a produção municipal de
A melhoria das pastagens extensivas (degradadas) com cacau em 50 vezes. Esses volumes de emissão e pro-
a introdução de sistemas silvipastoris (10% da área ini- dução poderiam abater cerca de 1% das emissões de
cialmente) revelou taxas de sequestro de carbono no GEE totais ou 6% do setor agropecuário do Estado do
solo e na biomassa aérea de -0,35 e -1,23 tCO2e ha-1 Pará – o maior emissor de GEE estadual do Brasil – e
ano-1 para as unidades produtivas com sistema silvi- aumentar em quase 50% a produção de cacau do país
pastoril. sem redução da produção pecuária.
Além disso, o enriquecimento do cacaueiro com árvo- Esses resultados indicam que as ações do Programa
res de sombra proporcionou um sequestro de carbono Florestas de Valor, voltadas para a promoção de boas
na biomassa aérea de -16,3 e -11,9 tCO2e ha-1ano-1 para práticas de produção agropecuária tem se mostrado
os sistemas produtivos de cacau orgânico e convencio- essenciais para a redução das emissões de GEE em São
nal, além de -3,54 tCO2e ha-1 ano-1 para o sequestro de Feliz do Xingu e sugere que a agricultura familiar pode
carbono no solo de ambos os sistemas – valores que re- ter importante papel para a redução das emissões na-
duziram o balanço de emissão de GEE por hectare dos cionais.
sistemas avaliados em 66,19% e de 28,17% por produto
(amêndoas e unidade animal), respectivamente. Obviamente, há necessidade de futuras avaliações
para melhor entender o balanço de emissões de GEE
Não foi observado diferenças na produtividade de dos sistemas de cacau e pecuária da região, principal-
amêndoa nos diferentes tipos de produção de cacau. mente no que se refere à aptidão agrícola, extensão
Por outro lado, o sistema silvipastoril, mesmo imple- do sequestro de carbono no solo e biomassa aérea das
mentado em apenas 10% da área total de pastagem, árvores. Essas variáveis, portanto, devem ser priorida-
permitiu aumentar a lotação animal em 120%, passan- des nas próximas etapas do monitoramento do Progra-
do de 1,0 UA para 2,2 UA ha-1. Esses números sugerem ma Florestas de Valor.
que promove melhorias nas condições do solo, que por
sua vez passa a fornecer maior quantidade e qualida- Acima de tudo, os resultados apontam que o sucesso
de de alimento aos animais. Consequentemente, uma de programas como o apresentado neste estudo de-
área 60% menor é suficiente para se criar a mesma monstra a importância em incentivar e escalonar este
quantidade de animais. tipo de ação nos mais diferentes locais distribuídos
pelo território brasileiro, fornecendo a capacidade de
Estimou-se que para cada 2,7 hectares de pecuária atender futuras demandas de alimentos e reduzindo
extensiva introduzida em uma propriedade da agri- as emissões gerais de GEE no país.
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Foto Rafael Salazar
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ANEXO
Tabela A1. Valores de emissão de GEE por hectare por ano para as áreas de sistema silvipastoril e pecuária extensiva localizadas em São Félix do Xingu, Pará, Brasil.
Emissões de GEE
Propriedades
Degradação
Área Animal Calagem Ureia N-fert. Diesel
do solo
SFX002 Sítio Mara Rosa 48 6,09 0,28 0,00 0,00 0,92 0,00
Sistema
SFX004 Sítio Boa Esperança 8 9,97 0,07 0,05 0,00 0,00 0,00
Silvipastoril
SFX008 Sítio Santa Antônia 169 2,95 0,03 0,00 0,00 0,12 0,00
SFX017 Sítio Sol Nascente 27 2,53 0,00 0,00 0,00 0,00 3,54
SFX011 Sítio São Raimundo 68 3,53 0,00 0,00 0,00 0,13 3,54
SFX012 Sítio São Lourenço 30 2,13 0,03 0,00 0,00 0,01 3,54
SFX037 Sítio Cocal 152 0,81 0,00 0,00 0,00 0,08 3,54
SFX003 Fazenda Vale do Açaí 1,5 15,65 0,00 0,00 0,00 4,20 3,54
SFX007 Sítio Vale da Serra 73 2,18 0,00 0,00 0,00 0,08 3,54
Pecuária
SFX018 Sítio Freire de Barbosa 24 1,73 0,00 0,00 0,00 0,01 3,54
Extensiva
SFX036 Sítio Talismã 73 1,01 0,00 0,00 0,00 0,04 3,54
SFX001 Sítio Flor do Pará 24 1,52 0,00 0,00 0,00 0,19 3,54
SFX066 Sítio Boa Sorte 0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
SFX065 Sítio Quatro Corações 19 3,36 0,00 0,00 0,00 0,00 3,54
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Tabela A2. Valores de emissão de GEE por hectare por ano para as áreas de cacau convencional e cacau orgânico localizadas em São Félix do Xingu, Pará, Brasil.
Emissões de GEE
Propriedades
Área Calagem Ureia N-fert. Diesel Poda
Cacau SFX011 Sítio São Raimundo 12 0,00 0,00 0,00 0,25 0,0045
Orgânico SFX012 Sítio São Lourenço 4 0,24 0,00 0,00 0,04 0,0045
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