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Mudanças no espaço rural

1. Conhecer a produção de castanha nas DOP (Denominação de Origem


Protegida) em Portugal.

As regiões, em Portugal, que verificam uma maior produção de castanha (uma cultura
agrícola permanente) são as regiões do Norte Interior, mais especificamente TM (Trás os
Montes) e a BI (Beira Interior). Muitas das castanhas produzidas em Portugal possuem a
rotulagem/denominação DOP. A melhoria do setor agrícola passa por apostar na
certificação dos produtos, no caso da castanha. Ou seja, quando as castanhas são
produzidas nas DOP, existe uma aposta na qualidade dos produtos, valorizando os
recursos naturais, as especialidades, os saberes e as técnicas regionais e locais, com maior
acrescento. Sendo assim, as castanhas de denominação DOP são produtos cuja qualidade
ou características se devem essencialmente ou exclusivamente a um meio geográfico
específico, e cujas fases de produção têm lugar na área geográfica delimitada. Isto permite
aumentar a competitividade e contribui para incrementar a sua produção e comercialização.

2. Saber as potencialidades e os constrangimentos desta produção (fatores


naturais e humanos).

As potencialidades desta produção são o facto de contribuir para o aumento da


competitividade e o aumento da sua comercialização, o que permite, por exemplo aumentar
o rendimento dos trabalhadores e habitantes rurais. Este tipo de produção permite apoiar a
produção nacional, privilegiando os produtores locais. A produção de castanha DOP
assume um papel preponderante no crescimento da economia nacional, permitindo a
exportação de produtos portugueses, através da certificação DOP, dando a conhecer a
qualidade e rigor da produção em Portugal. Além disso, as castanhas produzidas com
denominação DOP são produzidas de uma forma mais ecológica, o que assegura que estes
produtos alimentares sejam mais seguros, nutritivos e sustentáveis.

Por outro lado, esta produção também apresenta alguns constrangimentos, como por
exemplo, o facto de a mão de obra disponível para trabalhar neste tipo de explorações ser
muito escassa. Além disso, a produção depende das condições meteorológicas de cada
ano, o que afeta a quantidade da produção. A mão de obra portuguesa é muito envelhecida
e apresenta um baixo nível de instrução e de formação profissional e , por vezes não são
escolhidas e cultivadas as espécies de castanheiros mais indicadas (adaptadas às
condições edafoclimáticas) e, devido à falta de conhecimentos são escolhidas as espécies
mais vulneráveis. Isto afeta a produção da castanha e, por vezes, as quantidades de
produção não são as desejáveis, o que poderá ter impactos negativos nos rendimentos dos
produtores, na comercialização e na agricultura nacional.

3. Perceber o incremento dos frutos de vagas em Portugal assim como o seu


posicionamento na agricultura portuguesa.

Nos últimos anos, Portugal tem vindo a registar um aumento da produção dos frutos de
vagas, um pouco por todo o país, mas maioritariamente no Alentejo, onde há uma maior
aposta na construção de estufas. O incremento de frutos de vagas é uma mais valia para a
agricultura portuguesa, uma vez que contribui para um aumento da sua competitividade,
permitindo a sua exportação para o exterior.

O sucesso comercial dos frutos de vagas, deve-se aos novos hábitos alimentares dos
cidadãos: estes alimentos são muito saudáveis e melhoram o sistema imunitário, o que leva
as pessoas a procurarem e consumirem mais estes alimentos. “A procura leva à demanda.”
- Produção associada a clima quente, terras aráveis são substituídas por culturas
deste tipo.

4. Saber as vantagens e desvantagens da implementação de uma grande área de


estufas numa determinada região.

A construção e o recurso a estufas agrícolas têm aumentado significativamente no meio


rural, com particular importância nas regiões do Ribatejo e Oeste, Alentejo e Algarve. As
estufas são utilizadas para conservar o calor no seu interior, mantendo a temperatura
estável. Permitem ainda a proteção de ameaças externas, como por exemplo, geada,
granizo ou pragas. As principais vantagens das estufas são:

● Cultivo fora de época - primores, novidades;


● Proteção das pragas;
● Maior produtividade e rendimento;
● Menor impacto ambiental;
● Criação de postos de emprego e infra estruturas;
● Desenvolve a área envolvente- agroindústria;

Apesar de terem várias vantagens a implementação de uma grande área de estufas traz
desvantagens como:

● O impacto do solo: em alguns casos, o cultivo em estufas pode ao esgotamento dos


nutrientes do solo devido ao uso contínuo do mesmo terreno;
● O custo inicial elevado;
● O consumo de energia elevado: estufas geralmente requerem sistemas de
aquecimento; ventilação, iluminação e irrigação, o que pode resultar em um alto
consumo de energia, aumentando os custos de produção e tendo um impacto
ambiental negativo;
● A acumulação de resíduos devido ao uso de produtos químicos: o uso de substratos,
plásticos e outros materiais nas estufas pode gerar resíduos que precisam ser
adequadamente descartados, criando desafios ambientais em termos de gestão de
resíduos;
● Coloca em perigo a sustentabilidade da água pois são culturas temporárias de
regadio - gasta água de forma excessiva;
● Desconfiguração da paisagem.

5. Saber as mais valias da existência de organizações de agricultores.

As organizações de agricultores, contribuem para o:

● Reforço das relações de cooperação e parceria nas diversas fileiras do setor


agrícola;
● Aumento da produtividade e do rendimento dos produtores;
● Partilha e divulgação de recursos, conhecimentos e boas práticas;
● Maior dimensão e capacidade negocial (contribuem para concentração da oferta,
para a melhoria do marketing dos produtos agrícolas e para um planeamento da
produção ajustado à procura);
● Redução dos custos de produção (otimização dos custos de produção e na
estabilização dos preços do produtor);
● Maior acesso aos mercados nacionais e de exportação (redes de cooperação ao
nível da produção, armazenamento, embalagem, transporte, marca e comunicação);
● Valorização de produtos agroalimentares nacionais;
● Concentração e valorização da produção, permitindo, através os ganhos de escala,
tornar os produtos de menor dimensão mais competitivos;

Sendo assim as organizações de agricultores assumem uma grande importância na


agricultura nacional, melhorando a competitividade e produtividade, contribuindo para o
fortalecimento da posição dos produtores na cadeia de valor.

6. Conhecer o comportamento da distribuição da produção dos cereais em


Portugal, nas diferentes regiões agrárias.

Portugal produz cereais em várias regiões agrárias, com diferenças significativas na


produção de acordo com o clima, o tipo de solo e as práticas agrícolas adotadas em cada
região. Por exemplo, as principais áreas de cereais de regadio e de alagamento, como
milho e arroz, localizam-se no litoral a norte do Tejo, Algarve, São Miguel e Alentejo. A
produção destes cereais é possível não só devido à estrutura fundiária (explorações de
grande dimensão), mas também devido à construção de barragens, por exemplo a do
Alqueva, que permite, no Alentejo, o fornecimento de água para as culturas. As principais
áreas de cereais de sequeiro como trigo, cevada, aveia e centeio e oleaginosas, como colza
e girassol localizam-se no Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes.

7. Saber o conceito de set-aside

Medida que consistia na redução da área cultivada, por forma a reduzir a produção
excedentária. Os agricultores com uma área equivalente a uma produção superior a 92
toneladas/ano de cereais foram obrigados a diminuir em 15% as suas terras aráveis, para
beneficiarem das ajudas da PAC (subsídios compensatórios, isto é, que compensavam a
perda de rendimentos por não produzirem no total das suas capacidades).

8. Dominar as medidas da PAC, nos últimos anos, referentes à produção dos


cereais.

As medidas da PAC para os cereais têm evoluído ao longo das reformas da PAC, de acordo
com as prioridades e objetivos da política agrícola europeia.

As principais medidas passam pelos:

- Subsídios à produção;
- Recursos financeiros para investimentos;
- Regulamentação do mercado.

No caso específico do Alentejo, as medidas da PAC têm tido um impacto positivo na


manutenção da área de cultivo de trigo. A região é a principal produtora de trigo em
Portugal, e a PAC tem ajudado a garantir que os agricultores do Alentejo continuem a
produzir este cereal. Em geral, as medidas da PAC para os cereais têm vindo a evoluir de
forma a reduzir os subsídios à produção e a promover a sustentabilidade da agricultura.

9. Conhecer os 3 objetivos gerais e os 10 específicos da nova PAC (2023-2027)


A nova reforma da PAC para o período 2023-2027 anuncia uma PAC mais justa e flexível,
mais ecológica e mais assente no desempenho. Para tal, existem três objetivos gerais e dez
objetivos específicos fundamentais, que orbitam em torno de um objetivo comum, o
conhecimento e a inovação. Centram-se em metas sociais, ambientais, económicas e
territoriais a que refletem a multifuncionalidade económica, ambiental e socio-territorial:

1. Garantir o abastecimento alimentar:

- Rendimento justo para os agricultores;


- Aumentar a competividade;
- Equilibrar as forças na cadeia de valor.

2. Contribuir para objetivos ambientais e climáticas

- Adaptação às alterações climáticas;


- Gestão eficiente dos recursos naturais ----------------» Conhecimento e inovação;
- Preservação da paisagem e da biodiversidade.

3. Promover o desenvolvimento socioeconómico dos territórios:

- Incentivar a renovação geracional;


- Promover áreas rurais dinâmicas;
- Proteger a segurança alimentar e o bem estar animal.

10. Relacionar estes conjuntos de objetivos mostrando como a sua


interdependência contribui para uma agricultura sustentável socorrendo-se de
exemplos.

A política comum tem o objetivo de apoiar os agricultores e proporcionar alimentos de


elevada qualidade aos cidadãos europeus. Para dar respostas a novos desafios e
necessidades, a EU renovou a sua política agrícola. A nova reforma da PAC para o período
2023-2027 anuncia uma PAC mais justa, flexível, mais ecológica e mais assente no
desempenho. Visa garantir a sustentabilidade económica, social e ambiental do sistema
agroalimentar europeu.

Todos os seus objetivos visam contribuir para uma agricultura mais sustentável. Por
exemplo, o rendimento justo para todos os agricultores permite valorizar a média e
pequena agricultura e as especificidades territoriais, mas também a promoção do
investimento e do rejuvenescimento. Estes fundos darão prioridade aos jovens agricultores,
o que permitirá o rejuvenescimento da mão de obra agrícola, permitindo que esta seja mais
qualificada e instruída e, portanto, com maior capacidade de compreender a necessidade
de praticar uma agricultura mais sustentável. O objetivo de incentivar a renovação
geracional também permitirá que isto aconteça. Os objetivos de gestão eficiente dos
recursos naturais e preservação da paisagem e da biodiversidade são outros dois
exemplos de objetivos que contribuem para a agricultura sustentável. A nova PAC apoia
uma prática agrícola mais ecológica. Serão atribuídos pagamentos específicos através dos
regimes ecológicos aos agricultores que adotarem práticas sensíveis às questões do clima
e respeitadoras da natureza. Todos os objetivos, no seu conjunto contribuem para a prática
de uma agricultura mais sustentável. Por exemplo, ao existirem ajudas e apoios será
possível atrair mão de obra jovem e será possível ter uma mão de obra mais instruída e
disponível para entender o porquê e a forma correta de praticar agricultura sustentável. Esta
reforma também garante o desenvolvimento das zonas rurais, permitindo a fixação de
população e atração de mão de obra nas zonas rurais que se dedicam à agricultura. Uma
agricultura sustentável contribui para a neutralidade carbónica, para a biodiversidade e para
a segurança alimentar. Sendo assim, A reforma da PAC contribui para a transição climática.

11. Identificar os problemas estruturais da agricultura portuguesa ao longo do


tempo e relacioná-los com as reformas da PAC.

Os problemas estruturais da agricultura nacional registam-se ao nível da produção, da


transformação e da comercialização dos produtos agroalimentares, refletindo as
características das explorações agrícolas e do setor agroindustrial, da população
agrícola, os reflexos da PAC e os condicionalismos a nível técnico.

No que diz respeito às características das explorações agrícolas, a nível da estrutura


fundiária existe o predomínio das explorações de muito pequena dimensão, assim como
uma elevada fragmentação das explorações, o que provoca reduzidos níveis de rendimento
e produtividade agrícola. Sobre a gestão das explorações, existe um elevado individualismo
agrário e um fraco associativismo.

A população agrícola é marcada por uma baixa produtividade, fraca competitividade e


empreendedorismo, baixa recetividade à mudança e inovação, características resultantes
de uma mão de obra envelhecida, da pouca instrução e qualificação profissional, e de um
baixo (e com tendência a diminuir) número de agricultores.

Os reflexos da PAC não foram apenas positivos, e por isso, a PAC também afetou os
problemas estruturais da agricultura nacional, onde o número de explorações diminuíram
significativamente e começou a haver uma maior dependência externa.

No setor agroindustrial,verifica-se novamente que houve um aumento da dependência


externa e uma elevada dispersão subsetorial e empresarial. Os condicionalismos técnicos
são muitos mas principalmente a reduzida mecanização nas explorações provoca uma fraca
competitividade, uma baixa produtividade e problemas ambientais.

12. Saber as diferentes modalidades de turismo em espaço rural (TER)

Casas de campo: Tipo de turismo em que os imóveis se situam em aldeias e espaços


rurais que prestem serviços de alojamento a turistas e se integrem, pela sua traça, materiais
de construção e demais características, na arquitetura típica local.

Turismo de aldeia: Tipo de turismo em que cinco ou mais casas de campo situadas na
mesma aldeia ou freguesia, ou em aldeias ou freguesias contíguas, são exploradas de uma
forma integrada por uma única entidade.

Agroturismo: Tipo de turismo em que os imóveis se situam em explorações agrícolas que


prestam serviços de alojamento a turistas e permitem aos hóspedes o acompanhamento e
conhecimento da atividade agrícola, ou a participação nos trabalhos aí desenvolvidos.

Hotéis rurais: Hotéis situados em espaços rurais, que, pela sua traça arquitetónica e
materiais de construção, respeitam as características dominantes da região onde estão
implantados, podendo instalar-se em edifícios novos que ocupem a totalidade de um edifício
ou integrem uma entidade arquitetónica única e respeitem as mesmas características.
13. Saber explicar como é que uma estratégia de intervenção pode contribuir para
o desenvolvimento das áreas rurais.
- Syntony Hotels Paradinha - estratégia de intervenção.
- Transformar uma quinta no âmbito educativo onde os alunos possam estar lá- atrai
outras escolas e visitas - turistas para Arouca que dá rendimento - mostrar as
técnicas agrícolas.
- Ciclo do pão, pecuária, leite.
- Hotel Quinta de novais ( produção pecuária) .

Necessidade da pluriatividade e da criação de emprego; preservação da paisagem agrícola


cuidado com manter o espaço limpo e boa acessibilidade desenvolvimento urbanístico - a
construção da quinta de novais revitalizou a área.

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