Para se diminuírem os problemas estruturais do setor, a potencialização da
agricultura nacional implica a adoção de estratégias nos domínios da produção, transformação, e da comercialização dos produtos. No que diz respeito ao domínio da produção temos a otimização dos processos produtivos de acordo com: • O investimento em infraestruturas, como sistemas de irrigação e drenagem que garantem uma gestão mais eficiente da água, a melhoria da rede de caminhos e a aposta na circularidade que são importantes para as economias locais assim como para a ligação entre a ferrovia e os portos, ou seja, contribuem para o aumento da acessibilidade e aumenta a produção, rendimento e produtividade. • O investimento em tecnologia produtiva como a aquisição de maquinaria, robôs, drones, sensores, entre outros o que substitui a mão de obra em algumas fases do processo produtivo, contribui também para o aumento da produção, uma vez que, máquinas como por exemplo a ceifeira debulhadora e os tratores podem realizar tarefas que seriam muito demoradas ou impraticáveis para os seres humanos, as maquinas permitem monitorar, em tempo real, toda a produção, dando ao agricultor a noção antecipada de quando é necessário fazer intervenções, tomar atitudes e decisões, permitindo assim a expansão da área cultivada e o aumento da produção. • A seleção adequada dos solos, tendo em conta a sua capacidade produtiva, ou seja, adequar os solos ao tipo de cultura o que permite uma maior eficiência como por exemplo a utilização mais eficiente dos recursos disponíveis, como água e nutrientes. Solos com boa drenagem e capacidade de retenção de água, por exemplo, permitem a aplicação adequada de irrigação, evitando o desperdício de água e garantindo um suprimento constante para as culturas, logo contribui para a sustentabilidade da produção agrícola em Portugal, ou seja, uma gestão mais sustentável dos recursos naturais, evitando a degradação do solo associada ao uso intensivo e inadequado. • O redimensionamento das explorações agrícolas, a partir da realização de projetos de emparcelamento- operação que consiste na junção de várias parcelas de diferentes proprietários numa só, através de compra, venda ou troca que anteriormente estavam geograficamente afastadas. Neste caso as explorações vão passar de minifúndios para latifúndios, ou seja de policultura para monocultura especializada o que aumenta a produtividade e o rendimento agrícola, diminui o tempo e o esforço empregues na agricultura, faz com que haja um menor desgaste no uso da maquinaria agrícola o que também resulta numa menor perda de energia visto que predominam as culturas mais arbóreas logo a mão de obra agrícola vai ser maior predominando as técnicas rudimentares e leva também a uma diminuição dos custos de produção. • Apostar na valorização e diferenciação dos produtos em que Portugal apresenta vantagens comparativas, ou seja, a valorização e diferenciação de produtos permite que os agricultores se destaquem no mercado e sejam mais competitivos em relação aos outros países Europeus pois produtos únicos e com características diferenciadas podem atrair consumidores dispostos a pagar um valor maior, o que pode resultar em maior rentabilidade para os agricultores também ao apostar na valorização e diferenciação de produtos, os agricultores são incentivados a melhorar a qualidade dos produtos que produzem e isso pode envolver a utilização de práticas agrícolas mais sustentáveis, o que pode levar à adesão de certificações de qualidade, e podermo-nos afirmar no mercado nacional europeu. • Conciliar a produção com as necessidades de mercado, desenvolvendo estratégias mais focadas em nichos de mercados específicos, neste caso o consumo implica a produção, ou seja, se o consumo aumenta a produção também aumenta e isto pode acontecer devido a se recorrer a estratégias de marketing e publicidade e outras medidas que incrementam o consumo e por sua vez a produção assim como a competitividade. • Valorização da mão de obra agrícola através da concessão de incentivos ao rejuvenescimento da população agrícola, assim como uma maior aposta na formação e qualificação profissional dos produtores, ou seja, os jovens são essenciais para agricultura portuguesa uma vez que, se dedicam exclusivamente às próprias explorações e investem na renovação e equipamentos das práticas agrícolas e portanto existe a necessidade da fixação da população jovem para o desenvolvimento rural, logo vai haver o oferecimento de incentivos, como bolsas de estudo, treinamentos e programas de empreendedorismo agrícola, para atrair os jovens a se interessarem pelo trabalho no campo. Também é essencial aumentar a formação e qualificação pois fornece a inovação e permite o uso de novas tecnologias, o que faz com que os produtores agrícolas estejam mais preparados a se candidatarem a ajudas, subsídios e créditos. Sendo assim os incentivos à instalação de jovens agrícolas permitem a modernização da agricultura e o rejuvenescimento do tecido empresarial. • Apostar em novos produtos que se coadunem com novos conceitos de alimentação, ou seja, a mudança dos hábitos alimentares faz com que haja uma procura por produtos locais, frescos e mais saudáveis logo vai haver um aumento da produção inovadora para satisfazer as necessidades de mercado. • Valorizar a sustentabilidade de produção, neste caso, apostar na promoção de sistemas de produção amigos do ambiente, ou seja, o sistema de produção biológico o que permite a conservação dos recursos naturais, aumento da biodiversidade, abastece um mercado específico que responde à procura de produtos biológicos por parte dos consumidores, assim como fornece a produção de produtos de elevada qualidade e uma alimentação saudável e sustentável.