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A agrícola foi a primeira prioridade no Tratado de Roma – fundação da Comunidade Económica Europeia (CEE) em 1957 pois a
agricultura era um setor pouco desenvolvido e com fracos rendimentos, que resultava numa grande desigualdade entre o nível
de vida das áreas rurais e das áreas urbanas.
Nos países da CEE, a agricultura:
usava técnicas tradicionais e máquinas pesadas que realizavam apenas as tarefas mais repetitivas e morosas;
apresentava produtividade muito baixa e não permitia aos agricultores obter rendimentos suficientes para sustentar a
família;
não garantia o abastecimento agroalimentar da comunidade, o que fazia com que todos os anos faltasse um ou mais
produtos no mercado;
Os preços variavam muito e tornavam-se muito altos para os produtos que, em cada ano, eram mais escassos, pelo que se
verificava uma grande disparidade entre o nível de vida nas cidades e nas áreas rurais.
A Política Agrícola Comum (PAC) foi criada para fazer face a essas debilidades agrícolas, uma realidade confirmada pelos
objetivos iniciais.
PAC – conjunto de directivas, normas e apoios definidos para o setor agrícola e espaço rural da CEE, que passou a União Europeia
em 1992.
Para enfrentar os problemas relacionados com a agricultura e os agricultores a PAC teve os seguintes objetivos iniciais:
aumentar a produtividade da agricultura, desenvolvendo o progresso técnico, garantindo o desenvolvimento racional da
produção agrícola, bem como um uso óptimo dos fatores de produção, em particular os trabalhadores;
garantir um padrão de vida justo para a população agrícola, aumentando a renda individual dos que trabalham na
agricultura;
estabilizar os mercados;
garantir a segurança do abastecimento (ASAC – fiscaliza áreas do setor alimentar como restaurantes e supermercados);
garantir preços razoáveis aos consumidores.
Entre 2023 a 2027, a nova PAC vai continuar a apostar na sustentabilidade agrícola, ambiente, bem-estar animal, ordenação do
território, à qualidade de vida nas áreas rurais e à sua competividade.
Os objetivos na nova PAC são:
1. Garantir uma renda justa aos agricultores; 5. Cuidado ambiental;
2. Aumentar a competitividade pelo conhecimento e 6. Preservar as paisagens e a biodiversidade;
pela inovação; 7. Suportar os custos da renovação geracional;
3. Melhorar a posição dos agricultores na cadeia de 8. Promover o dinamismo das áreas rurais;
produção alimentar; 9. Proteger a qualidade da alimentação e da saúde.
4. Ação de mudança climática;
Garantir a sustentabilidade
Os sistemas de produção agrícola e pecuário intensivos têm impactos ambientais muito elevados, principalmente na qualidade
dos solos e dos recursos hídricos. Os principais têm origem:
• Na utilização de inseticidas, pesticidas e fitofármacos, assim como a fertilização do solo com nitratos e fosfatos,
contamina os solos e os recursos hídricos;
• No uso intensivo do solo, sem recurso ao pousio ou à ocupação com plantas que regeneram o solo, bem como a maior
mobilização dos solos e a utilização de maquinaria pesada que contribui para o empobrecimento e a erosão dos solos,
prejudicando igualmente os habitats de muitas espécies;
• Os dejetos sólidos e líquidos e as águas das lavagens das explorações pecuárias são lançados aos cursos de água sem
qualquer tratamento prévio, e, por isso, têm graves impactes, nomeadamente na morte de peixes e eutrofização das
águas.
A integração na PAC de Portugal com atraso relativamente aos outros países da UE permitiu que a agricultura nacional não
fosse tão longe na intensificação da produção, à custa da utilização intensiva de agroquímicos e maquinaria. Assim foi possível
manter práticas agrícolas menos agressivas para o ambiente, pelo que a relação agricultura/conservação ambiental e paisagística
não foi perdida, facilitando a transição para as práticas sustentáveis, apoiadas pela PAC, em 1992.
Com o objetivo de garantir a sustentabilidade das áreas rurais, a PAC incentiva e apoia modos de produção sustentáveis:
• Modo de produção biológico: produção de alimentos utilizando apenas substâncias e processos naturais de modo a
garantir um elevado nível de biodiversidade e a preservação de recursos naturais;
• Modo de proteção integrada: integração de medidas adequadas para diminuir as populações de organismos nocivos e
manter a utilização de produtos fitofarmacêuticos e outras formas de intervenção a níveis económica e ecologicamente
justificáveis.
• Modo de produção integrada: sistema de produção de alimentos de alta qualidade com gestão racional dos recursos
naturais privilegiando a utilização dos mecanismos de regulação natural;
Modalidades de TER
O TER baseia-se na ligação ao património natural e paisagístico, aos valores culturais, às práticas agrícolas e às particularidades
regionais. Teve um crescimento muito significativo nos últimos anos mesmo no período pandémico.
As principais modalidades referem-se a ofertas diversas, em alojamento e atividades e são:
> Hotel rural: estabelecimento hoteleiro em área rural fora da sede de concelho. Deve ocupar a totalidade de um ou mais
edifícios, e a sua arquitetura, os materiais de construção, o mobiliário e a decoração devem refletir as características tradicionais
da região. ex.: Cooking and Nature
> Agroturismo: observação e participação em atividades agrícolas (vindima, apanha de fruta, cuidado de animais, fabrico de
queijo, mel, etc.); ex.: Quinta da Moita e Quinta dos Padres.
> Casas de campo: casas rústicas particulares, de arquitetura, materiais de construção, mobiliário e decoração característicos da
região. São casas pequenas, onde também pode viver o proprietário, que organiza atividades de lazer e disponibiliza
equipamentos (passeios a cavalo, de bicicleta, etc.). ex.: Aldeia da Pedralva e Aldeia da Malta pequena.
Sustentabilidade do turismo
As atividades turísticas, para constituírem um fator de sustentabilidade regional e assegurar a viabilidade das atividades que lhe
estão associadas, devem ser planeadas no respeito pelo ambiente e pelos valores culturais locais, preservando a diversidade
biológica, valorizar as diferentes áreas da cultural e promovendo a qualidade da oferta, ajustando-a à capacidade de ocupação dos
lugares. Isto requer a monotorização constante dos seus impactes (Turismo).
Serviços
Os serviços podem desenvolver as áreas rurais, pois:
o proporcionam melhor qualidade de vida;
o criam emprego, geram rendimento promovendo a fixação da população;
o apoiam outras atividades económicas.
A PAC, ao valorizar o papel do agricultor como agente de conservação ambiental, incentiva a criação de novos serviços na área do
ambiente.
Indústria:
É um importante fator de desenvolvimento das áreas rurais e destacam-se as indústrias da madeira, da cortiça e agroalimentares
ou agro-indústrias. Alguns dos efeitos multiplicadores são:
A montante: promove o desenvolvimento de atividades produtoras de matérias-primas tais como a indústria extrativa, a
silvicultura e a produção agrícola, por exemplo;
A jusante: cria riqueza; desenvolve serviços e outras indústrias; gera emprego e fixa população; aumenta o consumo,
impulsionando o comércio local e regional; promove a internacionalização da região.
A silvicultura
As florestas têm grande riqueza ambiental e são um elemento importante para a multifuncionalidade nas áreas rurais, uma vez
que desempenham várias funções:
> Social: uma vez que é uma fonte de ar puro e espaços de lazer para a população;
> Económica: produz frutos e matérias-primas (madeira, cortiça, resina, etc.) e gera emprego e riqueza;
> Ambiental pois contribui para a:
preservação dos solos; captura e armazenamento de carbono;
conservação da água; proteção da biodiversidade.
regularização do ciclo hidrológico;
A floresta em Portugal caracteriza-se pelo predomínio de espécies autóctones como o pinheiro-bravo, sobreiro e azinheira. No
entanto a espécie que mais se destaca é o eucalipto que é oriundo da Austrália.
Os principais problemas:
Elevado risco económico pelo elevado risco de incêndio;
Inexistência de cadastro florestal, (sem conhecimentos dos proprietários e dos limites do terreno que dificulta a gestão
florestal);
Fragmentação da propriedade, que dificulta a organização e gestão da floresta;
Baixa rendibilidade (ritmo lento de crescimento das espécies autóctones);
Abandono de muitas parcelas florestais, de práticas de pastoreio e recolha de mato.
As possíveis soluções:
Melhorar a gestão e o ordenamento;
Completar o cadastro florestal;
Promover o emparcelamento;
Promover o associativismo e formação profissional e investigação florestal;
Aumentar a eficácia no combate aos incêndios e aumentar a sua prevenção através da limpeza e desbaste dos terrenos,
optimização dos pontos de água e manutenção das vias de acesso;
Reduzir a vulnerabilidade a pragas e doenças;
Retomar o pastoreio tradicional de ovinos e caprinos, que mantém a floresta limpa.
Os incêndios destroem a floresta, com toda a biodiversidade, deixando os solos desprotegidos, o que prejudica a infiltração das
águas pluviais e promove a escorrência e o assoreamento dos cursos de água.