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Sistema de cultura: pode ser intensivo — ocupação total e contínua do solo, que dá
origem a várias colheitas anuais, de onde resultam elevados níveis de produtividade e
rendimento; regime de policultura em campos fechados, irregulares e de pequena
dimensão; predomina nas regiões de solos mais férteis; associa-se a cultura de regadio
(cultivo de espécies exigentes em água); emprega uma mão de obra numerosa e
predomina nas regiões agrárias de Entre Douro e Minho, Beira Litoral, Ribatejo e Oeste,
Madeira e Açores — ou extensivo — ocupação descontínua do solo, com recurso
frequente ao afolhamento com rotação de culturas e ao pousio (deixar a terra em
repouso) os quais determinam baixos níveis de produtividade e rendimento; predomínio
do regime de monocultura em campos abertos e de média dimensão, frequentemente
ligados ao cultivo de cereais, com destaque para o trigo; associa-se a solos pouco férteis
e a um clima mais seco; emprega uma mão de obra pouco numerosa e predomina nas
regiões agrárias do Alentejo e do Interior Norte (Trás-os-Montes e Beira Interior).
Superfície agrícola utilizada (SAU): superfície constituída pelas terras aráveis (limpa e
sobcoberto de matas e florestas), culturas permanentes, pastagens permanentes e
hortícolas familiares.
As fragilidades do setor agrícola nacional resultam também de vários problemas
estruturais que limitam a expansão e competitividade deste setor. Os mais importantes
relacionam-se com as seguintes variáveis:
Conta própria
Potencialidades:
● O produtor é o proprietário;
● Maior preocupação em preservar a fertilidade do solo e investir na modernização
das explorações para rentabilizar a atividade agrícola;
● Desenvolvimento de atividades paralelas à exploração-valorização do património
natural e cultural das áreas rurais de pertença;
Fragilidades:
● Ameaça à valorização económica e ambiental da SAU;
● Risco de abandono das terras devido às características socioprofissionais da
generalidade dos proprietários - classe envelhecida; baixo nível de instrução e
formação profissional; baixo conhecimento das novas tecnologias e técnicas de
produção modernas e inovadoras.
Arrendamento
Potencialidades:
● Alternativa de abandono das terras quando os proprietários, por algum motivo,
deixam de as explorar;
● Diminuição dos custos sociais, ambientais e econômicos resultantes do abandono
de terras, tais como o desemprego, os incêndios, a degradação da paisagem, a
redução da biodiversidade, etc.
Fragilidades:
● O produtor utiliza uma terra alheia, com a qual não possui nenhum tipo de ligação;
● Aumento do risco de esgotamento dos solos, devido ao uso de práticas agrícolas
intensivas e pouco cuidadas, com vista a obtenção de repetidas e máximo
rendimento.
A grande maioria dos produtores singulares (86,9%) trabalha em regime de pluriatividade
como forma de compensar o baixo rendimento proveniente das atividades agrícolas. Esta
pluriatividade apresenta vantagens para as áreas rurais do interior do país porque
previne o abandono de terras e o êxodo rural.
PAC: criada em 1962, a PAC é uma política comum a todos os países da UE, gerida e
financiada com base nos recursos do orçamento da UE, visando, no território europeu, o
desenvolvimento sustentável da agricultura, dos espaços rurais e dos seus múltiplos
atores.
Princípios da PAC
- Unidade do Mercado;
- Preferência comunitária;
- Solidariedade financeira.
1962 (Fundação da PAC) - criação de uma política comum para tornar a Europa
autossuficiente, fornecer alimentos e preços acessíveis aos cidadãos da CEE e um nível
de vida justo aos agricultores.
1992 (Reforma da PAC) - alteração profunda do modelo da PAC para responder aos
seguintes objetivos: ajustar a produção à procura; baixar os preços junto do consumidor;
conter as despesas da PAC; proteger o ambiente e apoiar a agricultura familiar.
1999 (Reforma da PAC “Agenda 2000”) - consolidação do desenvolvimento rural como o
2.º pilar da PAC. Aposta na multifuncionalidade da agricultura e no seu papel económico,
ambiental, social e territorial. Uma política mais centrada no ambiente, na qualidade dos
alimentos e na vitalidade dos espaços rurais.
2021 (Reforma da PAC) - a nova reforma, que vigorará entre 2023-2027, visa uma PAC
mais justa, mais ecológica, mais respeitadora dos animais, mais flexível e mais assente
no desempenho.
Progressos
- Aumento do nível de instrução e de formação profissional dos agricultores;
- Melhoria dos rendimentos agrícolas, que cresceram cerca de 30% nas duas
décadas seguintes à adesão;
- Aumento da produção animal, acompanhado pelo aumento da área de pastagens;
- Aumento da dimensão média das explorações agrícolas;
- Acréscimo das explorações de dimensão superior a 50 hectares;
- Melhoria das infraestruturas fundiárias: eletrificação, sistemas de rega, de
drenagem, rede de caminhos, etc.;
- Melhoria dos sistemas de produção, com o aumento da mecanização, introdução
de novas espécies, práticas mais ecológicas, sistemas menos intensivos, etc.
Obstáculos: Limitações à produção independentemente do seu caráter deficitário ou
excedentário; não consideração das especificidades nacionais; desequilíbrios na
repartição das ajudas, que beneficiavam os países que mais produziam e os grandes
produtores; quebra dos preços agrícolas, com vista à sua aproximação aos preços intra e
extracomunitários.
Recuos
- Decréscimo da produção agrícola (sobretudo dos cereais), bem como do
contributo do setor para o PIB
- nacional;
- Quebra do investimento tecnológico no setor;
- Desaparecimento de milhares de explorações familiares de pequena dimensão e
consequente abandono rural:
- Decréscimo da mão de obra agrícola (entre 1989 e 1997 mais de 400 000 pessoas
abandonaram o setor);
- Aumento das importações, conduzindo ao agravamento do défice da balança
comercial e da dívida externa.
→ A PAC 2023-2027
O desenvolvimento rural é o segundo pilar da PAC e, por isso, uma das suas grandes
prioridades. A sua operacionalização é realizada através dos programas de
desenvolvimento rural (PDR) de cada Estado-membro, os quais obedecem a três grandes
objetivos de longo prazo, numa lógica de desenvolvimento sustentável do território.
As áreas rurais, com vastos espaços florestais e agrícolas, têm um grande potencial de
produção de biomassa para fins energéticos, o que permite, por um lado, incentivar a
limpeza e a melhor gestão da floresta, diminuindo o risco de incêndio e, por outro, reduzir
a dependência nacional de combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito de
estufa.