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AS FRAGILIDADES DOS SISTEMAS AGRÁRIOS

O espaço rural envolve o conjunto das áreas dedicadas à


agricultura, à criação de gado e à floresta. Portugal é
constituído por nove regiões agrárias (sete em Portugal
continental e duas nas regiões autónomas):
- Entre Douro e Minho - Alentejo
- Trás- os – montes - Algarve
- Beira litoral - Açores
- Beira interior - Madeira
- Ribatejo e oeste
As diferentes paisagens agrárias refletem a conjugação da
morfologia agraria, do sistema de culturas e das formas de
povoamento rural, que variam de região para região devido a:

 Fatores naturais
Como as características climáticas, a irregularidade da
chuva, a coincidência da estação mais quente com o período seco estival e a formação de
geadas; O relevo, os declives acentuados facilitam o deslizar dos solos, a altitude interfere nas
condições de temperatura e humidade, as regiões planas de menor altitude são as mais
propicias para a prática agrícola; A natureza dos solos, solos basálticos e os solos resultantes
de uma rocha granítica são mais férteis, os solos xistosos e os solos argilosos têm fraca
fertilidade tal como os arenosos.

 Fatores humanos
Como a densidade populacional, a agricultura só se desenvolve me áreas com fraca
densidade populacional como o Alentejo. O passado histórico a conquista e povoamento em
Portugal feito de Norte para sul provocou maior concentração da população no Norte e centro.
As estruturas fundiárias por exemplo no Norte predominam os minifúndios, o autoconsumo, a
policultura e o regadio. As técnicas e tecnologias usadas no Norte a agricultura é mais
artesanal e com menos tecnologias pois o relevo impede o uso de máquinas ao contrário o
sul. As políticas agrícolas que influenciam os agricultores relativamente aos produtos
cultivados, praticas agrícolas, uso de produtos químicos. A entrada na UE, devido à entrada
de produtos estrangeiros mais baratos no nosso país, alguns produtores deixaram de
conseguir exportar os seus produtos.

CARACTERISTICAS DA AGRICULTURA PORTUGUESA

De forma geral a agricultura portuguesa caracteriza-se:

 Pela diminuição do número de explorações agrícolas


 Pela diminuição do nr de explorações de pequena dimensão
 Pelo aumento do nr de explorações grande dimensão
 Pelo aumento do sistema de culturas extensivo
 Pelo aumento da mecanização
 Por uma maior especialização
 Pelo decréscimo do nr de agricultores
 Pelo envelhecimento dos agricultores
 Pela baixa formação profissional dos agricultores

Morfologia
agraria

Caracterização
do espaço
agrário

Sistema de
culturas

-Misto
Povoamento

SAU- SUPERFÍCIE AGRÍCOLA UTILIZADA

É constituída por culturas temporárias (culturas que precisam de ser replantadas Ex: batatas),
culturas permanentes (duram mais que um ano e não precisam de ser replantadas Ex: pomares),
terras aráveis (terras destinadas à produção vegetal e às culturas temporárias), pastagens
permanentes (ocupam o solo por um período superior a 5 anos e estão destinadas à alimentação
do gado) e por hortas familiares (culturas de produtos hortícolas destinados ao autoconsumo)
Os minifundios predominam na SAU (75 por cento), no alentejo a dimmensão media é de cerca
61 hectares e na Madeira é de 0.4 hectares.

PRINCIPAIS PRODUÇÕES AGROPECUARIAS

Predominam as culturas forrageiras (alimentação do gado), culturas para a indústria, cereais para
grão, culturas hortícolas e vinha.

TIPOS DE REGA

 Rega por gravidade


 Rega por expressão
 Rega gota a gota
FORMAS DE EXPLORAÇÃO DA SAU

1. Conta própria (o produtor é o proprietário da exploração)


2. Arrendamento (o produtor não é o proprietário da exploração e paga uma renda)
3. Cooperativas (proprietários partilham terras, máquinas e lucros)

EMPARCELAMENTO

Assume uma importância fundamental para a melhoria do setor na medida em que iria permitir:
 Um aumento significativo do rendimento agrícola
 A mecanização de um maior nr de explorações
 A melhoria das condições de vida dos agricultores
 Uma diminuição dos custos de produção
 A introdução de novas espécies, rentáveis apenas em explorações de grande dimensão

PROBLEMAS AO NÍVEL DA GESTÃO E UTILIZAÇÃO DO SOLO ARÁVEL

A ocupação urbana de solos. De levada aptidão agrícola

 O desajustamento entre a aptidão dos solos e as culturas nele praticadas


 O recurso a sistemas intensivos
 Os pousios absolutos
 A utilização excessiva de químicos

DIMENSÃO ECONÓMICA (DE)

É definida com base no valor de produção padrão total (VPPT), sendo expressa em euros. Vai
determinar a dimensão económica da exploração.
o Exploração muito pequena – 8000 euros
o Exploração pequena – 25000 euros
o Exploração media 25000 a +100 000 euros
o Exploração grande + de 100 000 euros
VPPT- valor monetário total das atividades, obtidas a partir dos preços de venda à porta da
exploração. Ex: preço de venda das uvas pelo produtor.

ORIENTAÇÃO TÉCNICO ECONOMICA (OTC)

É determinada pela soma da contribuição do VPPT de uma determinada exploração, segundo a


OTE as explorações podem classificar-se em especializadas (olival- produção de azeite) ou
indiferenciadas/ combinadas (Ex: produção de sobreiros ou suínos)
GRAU DE AUTOAPROVISIONAMENTO- é traduzido em percentagem dado pela razão entre a
produção interna (obtida através de matérias primas nacionais) e a utilização interna total. Serve
para medir a necessidade de importação de um determinado produto ou a sua capacidade de
exportação.
Autossufientes: azeitona, arroz, vinho ovos, manteiga e leite.

FRAGILIDADES DA AGRICULTURA

86% da SAL portuguesa é classificada como região desfavorecida, todo o território da região
autónoma dos açores está classificado como desfavorecido.
Fraca aptidão agrícola dos solos- 64% dos solos portugueses são de baixa qualidade, apenas
25% apresentam boa aptidão agrícola.
Vulnerabilidade da aptidão agrícola às alterações climáticas- as alterações climáticas (ondas de
calor, vagas de frio, secas prolongadas ...) tem sido responsável pela destruição de culturas.
Índice de aridez- o conjunto de áreas suscetíveis à desertificação aumento de 36% para 58% da
superfície continental sobretudo no Sul e no interior das regiões norte e centro.
Reduzida dimensão física das parcelas- em Portugal predominam as parcelas de reduzida
dimensão, o que interfere na produtividade uma vez que não permite a utilização de máquinas.
Decréscimo da superfície irrigada- à exceção do Alentejo registou-se um decréscimo da
superfície irrigada o que poderá traduzir um menor rendimento agrícola.
Reduzida produtividade da mão de obra agrícola- a maioria dos agricultores a presenta uma
idade avançada e fraca formação profissional, o que faz com que apostem no tradicionalismo,
desconhecendo mecanismos de mercado e a contabilidade dos custos/lucros.
Explorações muito pequenas no que diz respeito à dimensão económica- em Portugal 755 das
explorações são classificadas como muito pequenas contribuindo muito pouco para o valor da
produção padrão total, devido ao envelhecimento dos agricultores (não apostam em marketing,
fraca capacidade de modernização, dificuldade na gestão...)
Balança comercial deficitária de produtos agrícolas- o aumento das importações resulta do
autoaprovisionamento de alguns produtos agrícolas, como também das necessidades de
consumo fomentadas pelo marketing.
Fraca aposta nos sistemas de qualidade- é necessária a criação de sistemas de marca ou
rotulagem para identificar a origem e qualidade dos produtos.

PAC- POLÍTICA GRICULA COMUM


A PAC entra em vigor em 1962, sendo em 1952 definidos os seus objetivos no tratado de Roma.
Os países fundadores foram a Itália, a França, a Alemanha, e Benelux (Bélgica, países baixos e
Luxemburgo)
Objetivos:

 Aumentar a produção agrícola


 Melhorar a qualidade de vida dos agricultores
 Assegurar preços razoáveis e estabilidade de preços
 Garantir a segurança no abastecimento dos mercados
 Proteger os produtos da concorrência estrangeira
PAC- 1962 assente em 3 princípios

1º fase- a PAC levou a europa da escassez alimentar à abundância

EFEITOS E CONSEQUÊNCIAS DA 1º FASE DA PAC

Efeitos:

 Aumento da produção agrícola


 Autossuficiência alimentar na europa
 Melhoria da produtividade e do rendimento dos agricultores
Consequências

 Criação de excedentes agrícolas


 Elevado peso da PAC no orçamento comunitário
 Tensões entre os vários exportadores mundiais
 Degradação ambiental, devido ao uso de pesticidas
Medidas a partir dos anos 80
- Criação do sistema de cotas: relativamente aos produtos excedentários inicialmente aplicado ao
setor do leite.
- Criação do set aside- retirada de 15% da área de produção de cereais em explorações que
ultrapassavam as 92 toneladas por ano sendo atribuído um subsídio compensatório com valor
idêntico ao obtido se as terras tivessem sido cultivadas.

REFORMA DA PAC EM 1962


2º fase- a PAC foi alterada e adaptada para fazer face a novos desafios ligados à
sustentabilidade do ambiente
Objetivos:

 Equilibrar a oferta e a procura


 Reduzir o preço dos produtos
 Diminuir os encargos comunitários com o setor agrícola
 Incentivar praticas agrícolas ambientalmente menos agressivas
 Apoiar explorações de caracter familiar
Reforço de medidas como o set aside e outras como a permissão de reformas antecipadas aos
agricultores com + de 55 anos, a atribuição de incentivos financeiros, o apoio à reconversão de
terras agrícolas em áreas florestais, incentivo à agricultura biológica e proteção dos produtos
regionais.

PAC E AGENDA 2000


Agenda 2000- programa de ação adotado pela comissão europeia em 1997 no sentido de um
documento conjunto sobre a reforma de políticas comuns e o futuro quadro financeiro da EU a
partir de 2000.
Desenvolvida em três domínios:
Económico (pensando na sustentabilidade da atividade)
• Ambientais (procura de uma agricultura amiga do ambiente, ex. agricultura biológica,
proibição que químicos…)
• Espaço rural – desenvolvimento das áreas rurais (o mundo rural como um espaço atrativo
à fixação da população)
Objetivos
• Reforço da competitividade dos produtos agrícolas (na UE e no mundo)
• Desenvolver o nível de vida da população rural (reduzir as assimetrias cidade/campo)
• Criar outras fontes de rendimento além da agricultura (comércio, indústrias e serviços)
• Definir na política o desenvolvimento rural (segundo pilar da PAC)
• Preocupação ambiental (solos, fertilizantes, energias renováveis)
• Melhorar a qualidade dos alimentos;
• Simplificar a burocracia
Em 2003 aprofundam-se as medidas da agenda 2000

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