APLICAÇÃO DE

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS
2021– Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar

1ª. Edição – 2021

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Diretora-Executiva Analista de Uso Correto e Seguro

Eliane Kay Isabela Rivato

Gerente Administrativa Departamento de Comunicação e Marketing

Patrícia Fédor Valmir Mello
 Aplicação de defensivos agrícolas

INTRODUÇÃO À TECNOLOGIA
DE APLICAÇÃO
Os defensivos agrícolas são ferramentas importantes para a lavoura se manter sau-
dável e livre de pragas, doenças e ervas daninhas. Eles também são chamados de
produtos fitossanitários.

Produtos fitossanitários são produtos químicos ou biológicos desenvolvi-

dos para controlar pragas, doenças ou plantas infestantes de lavouras.

Para manter a saúde da plantação, devemos usar os defensivos de maneira racional

e correta. A utilização de tecnologia de aplicação adequada garante maior proteção
ao ambiente e ao trabalhador e, para uma eficiência maior, devemos levar em conta
quatro fatores:

Alvo: Cultura: Produto: Condição

é local ou organismo tipo de plantio, como é o tipo de defensivo meteorológica:
que deve ser atingi- uma lavoura de milho. agrícola utilizado. são as condições
do no processo de climáticas na hora
aplicação, pode ser da aplicação.
uma praga, doença
ou plantas daninhas.

Se fizermos o uso correto da tecnologia de aplicação, é

possível atingir o alvo com o produto na dose recomen-
dada, de forma econômica e garantindo a segurança do
aplicador e do meio ambiente.

Lembramos que é necessário sempre analisar o momento adequado para a aplicação,

observando o índice de umidade e temperatura, bem como a velocidade do vento e a
sua direção, evitando perdas e diminuindo os riscos de deriva e intoxicação.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

A aplicação dos defensivos agrícolas pode ser feita em pontos específicos da lavoura
ou na área total e pode ocorrer de forma manual ou mecanizada. Além disso, a esco-
lha da via de aplicação varia de acordo com o alvo, a formulação do produto, que pode
ser sólida, gasosa ou líquida e o ambiente onde está sendo realizado o tratamento.

A via de aplicação líquida e a pulverização

terrestre são as formas mais comumente
usadas pelos agricultores brasileiros.

Na pulverização, a calda chega ao alvo em for-

ma de gotículas, cobrindo a área a ser tratada.

Na aplicação do tipo terrestre, encontramos diversos equipamentos, desde os mais

simples até os mais tecnificados. Veja os exemplos a seguir:

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 Aplicação de defensivos agrícolas

E os equipamentos mais técnicos:

RÓTULO E BULA
Antes da utilização de defensivos, é reco-
mendado ler o rótulo e a bula com aten-
ção. Lembre-se de manter a bula sempre
junto à embalagem original do produto
para consultar sempre que necessário.
O rótulo e a bula dos defensivos agríco-
las reúnem informações importantes so-
bre os produtos e suas instruções de uso.

Precisamos conhecer todas as informações possíveis sobre o produto que estamos

utilizando, por isso devemos:

Seguir as orientações
Entender e seguir as orientações contidas nos rótulos e bulas é fundamental para o uso
correto dos defensivos e para a segurança de quem vai manusear ou aplicar o produto.

Usar produtos que obedecem às normas legais

O rótulo e a bula são documentos com conteúdo determinado por normas legais e são
fixados à embalagem do defensivo.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Ler o rótulo e a bula

O rótulo e a bula funcionam como uma espécie de manual, trazendo informações, como a
marca comercial e a composição do produto, a classe e o tipo de formulação, bem como
os dados do fabricante.

Verificar as informações importantes

Os rótulos e bulas reúnem informações importantes, como a classificação toxicológica,
risco ao meio ambiente, precauções com a saúde e instruções em caso de acidente.

Prestar atenção ao lote

O rótulo ou o corpo da embalagem ainda contêm as informações de data de fabricação,
lote e vencimento do produto.

A bula contém as informações técnicas necessárias para o uso correto e seguro dos
defensivos. Nela, é possível encontrar as orientações contidas no rótulo, além de in-
formações adicionais, como:

A relação de culturas A dose e o volume de O número, a época,

e alvos para os calda que devem o modo e o intervalo
quais o defensivo ser usados. de aplicações.
é registrado.

A bula ainda contém:

o intervalo de reentrada de pessoas nas áreas tratadas;

o intervalo de segurança, que é o período entre a última aplicação e a colheita;
o intervalo entre a aplicação do produto e o plantio de uma nova cultura.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Além disso, traz recomendações sobre a rotação de produtos com modos de ação
diferentes, bem como a rotação de culturas para o manejo da resistência contra pra-
gas, doenças e plantas daninhas.

Informações contidas no rótulo do defensivo agrícola

A classificação toxicológica indica o

potencial que a substância tem de
prejudicar a saúde humana.

Essa classificação é apresentada

por números e cores.

A classificação do risco ambiental

indica o potencial de danos ao meio
ambiente se o defensivo for utilizado
de forma errada.

Na faixa com a cor de classificação

toxicológica, existe também uma
série de pictogramas.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

SAIBA MAIS
Pictogramas são desenhos que substituem uma
escrita. Geralmente são usados como sinais para
direcionar pessoas, como os das placas de trânsito,
indicar alguma ação, como nas bulas de produtos
farmacêuticos e agrícolas.

Entender o significado dos desenhos indicados e seguir o que eles informam é essen-
cial para a segurança no trabalho com defensivos.

Conheça o que eles significam:

Armazenagem: indica que os pro-

dutos devem ficar trancados em
local seguro e longe do alcance de
crianças e animais.

Ordem de vestimenta dos equi-

pamentos para o manuseio do
defensivo: indica a ordem correta
em que devem ser vestidos os EPI.
Ao lado, está o pictograma de ma-
nuseio, que mostra se a formula-
ção é líquida ou sólida.

Na sequência, há a informação de
manuseio: contém informações so-
bre a aplicação de acordo com a for-
mulação do produto.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Nesse espaço, vêm as informações

sobre os EPI necessários durante
a aplicação, também na ordem de
vestimenta dos equipamentos.

Então, há o desenho que recomenda

a higienização após a aplicação.

Por fim, há o desenho de risco à

saúde de animais terrestres
e aquáticos.

Como você pode entender o rótulo e bula têm várias recomendações para evitar a
contaminação ambiental. Na aplicação, é necessário manter uma distância segura de
habitações, animais e vegetação que possam ser impactados. Outra forma de con-
servar o meio ambiente é fazer o descarte correto de embalagens vazias.

Para evitar a exposição da saúde humana, não se

deve comer, beber ou fumar enquanto se manipu-
lam defensivos.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Lembramos que é muito importante utilizar os EPI recomendados, as-

sim como manter o bom estado de conservação e higiene dos equipamentos.

No rótulo e na bula dos defensivos constam informações sobre:

os procedimentos a adotar caso o produto vaze da embalagem se houver proble-

mas no equipamento de aplicação;
os primeiros socorros;
os telefones de emergência para orientações e cuidados especiais.

Como você percebeu, a leitura dos rótulos e bulas são muito importantes e suas in-
formações podem salvar vidas!

PREPARO DA CALDA
Vimos que existem procedimentos a serem observados antes da aplicação de um
defensivo agrícola, conhecemos as tecnologias de aplicação e agora vamos às ins-
truções sobre como preparar o produto para utilizá-lo. Ficou curioso? Vamos adiante!
Antes de usar um defensivo agrícola é necessário ler completamente o rótulo e a bula
do produto. Com essas informações, você será capaz de preparar a calda de forma
adequada e eficaz, e realizar a aplicação de forma correta e segura.

Na preparação da calda, normalmente usamos água

para a diluição do produto.

É necessário garantir a qualidade da água que será

usada no preparo da calda. A recomendação é utilizar
água limpa e em condições adequadas de pH e dureza.

Se precisar de dois ou mais produtos para comba-

ter pragas, doenças ou plantas daninhas, verifique
a compatibilidade entre eles. Sempre consulte um
profissional habilitado para avaliar a combinação
dos produtos.

Siga a ordem correta de adição dos produtos: pri-

meiro coloque a água, que deve ocupar de vinte a
quarenta por cento do tanque e, caso precise, adi-
cione o corretor de pH ou dureza; em seguida, adi-
cione os produtos conforme recomendação da bula.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Os defensivos, adjuvantes e fertilizantes também

possuem uma sequência correta de adição para
assegurar a qualidade da calda, que varia de acordo
com o seu tipo de formulação.
Siga as recomendações indicadas em rótulo e bula,
e as orientações do profissional habilitado.

Para avaliar a qualidade da calda antes de realizar todo o preparo direto no tanque,
podemos realizar o teste da garrafa. Veja a seguir:

Adicione os produtos em quantidade menores e na sequência correta em uma

garrafa PET e agite para ver como a calda se comporta.

Fazendo esse teste, você poderá conferir se os produtos são compatíveis e se a or-
dem de adição de cada um está adequada. Respeitar essa sequência é fundamental
para assegurar a qualidade da calda e evitar o entupimento de bicos, bombas, filtros,
mangueira e outros componentes na hora da aplicação.
Agora que conhecemos como preparar corretamente a calda, vamos apontar quais
são os cuidados necessários que você deve ter no descarte de embalagens e restos
de produtos.

DESCARTE CORRETO DE
EMBALAGENS E RESTOS
DE PRODUTOS
Você sabe como descartar corretamente as embalagens dos defensivos agrícolas? E
o que fazer com o que sobrou desse produto após as aplicações? Vamos conferir as
boas práticas relacionadas a esse tema!

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Depois de realizar a pulverização com um de-

fensivo agrícola, é importante limpar os equi-
pamentos e dar o destino correto para as em-
balagens, garantindo assim a segurança de
todos e minimizando o risco de contaminação.

COMO HIGIENIZAR OS EQUIPAMENTOS:

Após a lavagem dos equipamentos a água usada para a limpeza do equipamento deve
ser pulverizada na área tratada, e esse procedimento deve ser repetido três vezes.

As embalagens dos defensivos devem ser devolvidas vazias nas centrais ou postos
de recolhimento, no prazo de até um ano após a compra do produto, conforme pre-
visto na lei. Se depois desse período o defensivo não tiver sido totalmente utilizado, a
devolução pode ser feita até seis meses depois do fim do prazo de validade.

Cada tipo de embalagem tem uma regra para destinação. Veja a seguir:

Embalagens flexíveis e embalagens rígidas de produtos não diluídos em água

Esse tipo de embalagem deve ser esvaziado completamente no momento do uso e arma-
zenada dentro de um saco de resgate, que pode ser comprado em revendas, distribuido-
res e cooperativas.
Esse tipo de embalagem não deve ser lavada e nem perfurada.

Embalagens rígidas de produtos diluídos em água

Essas embalagens devem receber a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão, antes
do descarte.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

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Na lavagem sob pressão:

Esvazie completamente a embalagem no tanque de pulverização,

Encaixe no local apropriado do pulverizador.
Acione o mecanismo para liberação do jato d’água e o direcione por todas as pa-
redes internas da embalagem por trinta segundos.
Após, transfira a água utilizada para o tanque do pulverizador.
Após a lavagem completa, perfure a embalagem e a armazene em um saco de resgate.

As tampas e os lacres dos produtos devem ser armazenados junto com as embalagens.
As caixas de papelão de preferência, devem ser armazenadas desmontadas, para
facilitar a devolução.
De modo geral, as embalagens devem ser guardadas no mesmo local onde são ar-
mazenados os defensivos, em ambiente coberto, com boa ventilação, protegidas da
chuva e trancadas.
Todas essas embalagens devem ser entregues nas centrais ou postos de recebimen-
to indicados pelo revendedor do produto. Essa informação consta na nota fiscal que
você recebe no momento da compra.

Não esqueça que antes de fazer a devolução, é preciso agendar a entrega no local
de recebimento. Para isso, basta acessar o site do inpEV e seguir o passo a passo do
agendamento eletrônico.

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 Aplicação de defensivos agrícolas

Lembre-se sempre de que as embalagens de de-

fensivos não podem ser armazenadas e nem trans-
portadas junto com alimentos, bebidas, medica-
mentos, ração, animais ou pessoas.

Quando você dá o destino adequado às embalagens e aos restos de produto, você pro-
tege a fauna, a flora e a saúde das pessoas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Conteúdo elaborado por: Prof. Walter Boller, FAMV/UPF.

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