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PRAGAS DE PLANTAS
CULTIVADAS
AULA 6
TEMA 1 – INTRODUÇÃO
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Figura 1 – Uso incorreto de agrotóxicos
Capítulo VI
Da Receita Agronômica
Art. 64. Os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados
diretamente ao usuário, mediante apresentação de receituário próprio
emitido por profissional legalmente habilitado.
Art. 65. A receita de que trata o art. 64 deverá ser expedida em no
mínimo duas vias, destinando-se a primeira ao usuário e a segunda ao
estabelecimento comercial que a manterá à disposição dos órgãos
fiscalizadores referidos no art. 71 pelo prazo de dois anos, contados da
data de sua emissão.
Art. 66. A receita, específica para cada cultura ou problema, deverá
conter, necessariamente:
I - nome do usuário, da propriedade e sua localização;
II - diagnóstico;
III - recomendação para que o usuário leia atentamente o rótulo e a
bula do produto;
IV - recomendação técnica com as seguintes informações:
a) nome do(s) produto(s) comercial(ais) que deverá(ão) ser utilizado(s)
e de eventual(ais) produto(s) equivalente(s);
b) cultura e áreas onde serão aplicados;
c) doses de aplicação e quantidades totais a serem adquiridas;
d) modalidade de aplicação, com anotação de instruções específicas,
quando necessário, e, obrigatoriamente, nos casos de aplicação aérea;
e) época de aplicação;
f) intervalo de segurança;
g) orientações quanto ao manejo integrado de pragas e de resistência;
h) precauções de uso; e
i) orientação quanto à obrigatoriedade da utilização de EPI; e
V - data, nome, CPF e assinatura do profissional que a emitiu, além do
seu registro no órgão fiscalizador do exercício profissional.
Parágrafo único. Os produtos serão prescritos com observância às
recomendações de uso aprovadas em rótulo e bula ou com base em
recomendações oficiais aprovadas pelos órgãos de agricultura, de
saúde e de meio ambiente.
Art. 67. Os órgãos responsáveis pelos setores de agricultura, saúde e
meio ambiente poderão dispensar, com base no art. 13 da Lei no 7.802,
de 1989, a exigência do receituário para produtos agrotóxicos e afins
considerados de baixa periculosidade, conforme critérios a serem
estabelecidos em regulamento.
Parágrafo único. A dispensa da receita constará do rótulo e da bula do
produto, podendo neles ser acrescidas eventuais recomendações
julgadas necessárias pelos órgãos competentes mencionados
no caput. (Brasil, 2002)
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por isso devemos tentar ficar o máximo possível atualizado quanto às novas
legislações, principalmente acompanhando os debates em torno dos projetos de
lei, tanto na esfera municipal quanto estadual e federal.
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2.1 Agrotóxicos
Hoje o método mais usado, mais comum, é o controle químico das pragas,
por meio do uso de agrotóxicos.
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Os agrotóxicos podem ser classificados de várias maneiras, sempre com
o organismo alvo no radical da palavra e o sufixo “cida” na parte posterior. Cida
significa aquele que mata algo. Então temos um inseticida (que mata insetos),
nematicida (que mata nematoides), fungicida (que mata fungos), bactericida (que
mata bactérias), herbicida (que mata ervas daninhas) e assim por diante.
Independentemente de qual é o organismo-alvo, o agrotóxico deve ter
algumas qualidades, algumas características que justifiquem o seu uso:
a. Ele deve ser efetivo, isto é, ter excelente eficácia biológica, ter efeito
residual adequado, ter baixo risco de desenvolvimento de resistência, ter
boa compatibilidade com plantas, e ter início rápido de atividade;
b. Ele deve ser compatível com o meio ambiente, isto é, ter baixa toxicidade
para organismos benéficos (seletividade), ter baixo resíduo no alimento,
ter baixo resíduo no alimento animal, ter degradação rápido no ambiente,
ter baixa ou não nenhuma lixiviação no solo;
c. Ele deve ser seguro para o usuário, isto é, ter baixa toxicidade, possuir
formulações adequadas, ter estabilidade no armazenamento, ter baixa
dosagem/concentração, ter compatibilidade com outras medidas de
manejo;
d. E, por último, devemos atentar para os aspectos econômicos, quer dizer,
é preciso ter boa relação custo/benefício, ter amplo espectro, ter
capacidade competitiva, patentabilidade, perfil inovativo do produto,
amplo espectro de aplicação.
2.2 Inseticidas
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alvo. Essa dose é muito variável, podendo mudar conforme o produto, as
reações fisiológicas de cada inseto etc. Assim, cada inseticida apresenta uma
toxicidade diferente, conforme o inseto-alvo, a natureza química do inseticida, a
dose que empregamos, e também seu estado físico. Quanto maior o grau de
dispersão do inseticida, maior a área de contato com o inseto, sendo assim mais
eficiente.
Existem alguns requisitos que devemos levar em conta no momento da
escolha de qual inseticida utilizar:
a. Por ingestão – quando ele é absorvido pelo intestino médio, circula pela
hemolinfa e atinge o sistema nervoso do inseto. Foi o caso dos inseticidas
mais antigos;
b. Por contato – o inseticida entra em contato com o corpo do inseto,
entrando pela epicutícula, indo através do tegumento até as terminações
nervosas. Mata pelo simples contato com as superfícies;
c. Por fumigação – o inseticida entra no inseto pelas vias respiratórias, sendo
inalado na forma de gás. Este penetra pelos espiráculos e vai agir no
sistema nervoso;
d. Por profundidade – quando o inseticida é capaz de atingir os insetos
através do tecido vegetal (ação translaminar), como sob uma folha ou
mesmo dentro de um fruto;
e. Sistêmico – é considerado sistêmico o inseticida que quando aplicado
sobre folhas, troncos, ramos, raízes e sementes, seja capaz de ser
absorvido e circular com a seiva em todas as partes da planta.
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Figura 2 – Produto comercial (formulação)
Produto técnico
(Ingrediente
ativo)
Formulação
comercial do
agrotóxico
(produto
Inertes (aditivos
comercial)
e
processamento)
2.2.1 Pó seco
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Figura 3 – Aplicação de pó seco
2.2.2 Pó molhável
2.2.3 Pó solúvel
2.2.4 Granulados
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o agente de estrutura é adicionado para aumentar a viscosidade do meio, dando
assim maior tempo para decantação/compactação do ativo.
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2.3.7 Ultrabaixo volume (UL)
O ultrabaixo volume (UL) é uma formulação para fins especiais que possui
quase 100% de ingrediente ativo. Não deve receber diluição a campo. O produto
é oleoso e exige equipamento especial, para sua aplicação. Esta é mais eficiente
quando por via aérea, o que pode provocar deriva. Proporciona uma grande
economia de mão de obra, pois se aplica no máximo 8 litros por hectare. Porém,
isso resulta em uma calibração crítica do equipamento. Poucos são os
inseticidas formulados dessa maneira.
2.3.8 Fumigantes
Crédito: Sukjanya/Shutterstock.
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TEMA 3 – CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS
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Figura 6 – Exemplo de predador. Afídeos e seu inimigo natural, as Joaninhas
(Coccinella sptempunctata; Coleoptera: Coccinellidae)
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Figura 8 – Exemplo de microrganismo no controle biológico. Fungos
entomopatogênicos, Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, em
Rhynchophorus ferrugineus (Coleoptera).
3.1 Bactérias
3.2 Vírus
3.3 Fungos
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larvas, pupas e adultos, com capacidade de disseminação horizontal e
penetração via tegumento.
O mecanismo de ação ocorre na seguinte sequência: adesão,
germinação, penetração, colonização do corpo, produção de toxinas e
reprodução. Depois da adesão, se houver condições ambientais favoráveis, ele
forma um tubo germinativo na epicutícula do inseto e penetra no inseto por
processos físicos e químicos. Assim, a hifa se engrossa e ramifica dentro do
corpo do inseto e começa a produzir uma série de toxinas, matando o inseto ou
deixando-o praticamente inerte. Depois disso, as hifas emergem novamente e
esporulam, reproduzindo-se e espalhando-se ainda mais pelo ambiente (Figura
9).
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3.4 Parasitoides
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biológico com o uso de parasitoides é bem avançado no Brasil, desde a década
de 1970, principalmente na cultura da cana-de-açúcar.
Temos avançado tanto que, em 2022, foi lançada uma Portaria do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento/Secretaria de Defesa
Agropecuária, uma Especificação de Referência (ER) (Portaria n. 527/22) (Brasil,
2022). Esta Especificação de Referência (n. 51) coloca como ingrediente ativo
uma vespa parasitoide, Tetrastichus howardi, que pode assim ser utilizada para
o manejo de duas pragas: broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e lagarta-de-cor-
parda (Thyrinteina arnobia). Os parasitoides podem ser classificados pela
maneira que exploram suas presas: Idiobiontes e coinobiontes.
3.4.1 Idiobiontes
3.4.2 Coinobiontes
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Figura 11 – Vespa parasitoide (Sphecidae podalonia) predando uma lagarta de
Euchloe aegyptiaca (Lepidoptera: Pieridae), onde colocará os ovos após
paralisá-la
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Podemos definir o MIP como o uso de métodos de controle de pragas, de
forma isolada ou associada de forma harmoniosa, levando em conta a questão
de custo/benefício e seus impactos sobre o meio ambiente, produto e a
sociedade. É um método de controle de pragas que procura preservar e
aumentar aqueles fatores que causam a mortalidade natural das pragas,
pensando no uso integrado de diferentes métodos de controle, que são
escolhidos com base em parâmetros técnicos, econômicos, ecológicos e
sociológicos. Também é chamado de Manejo Ecológico de Pragas (MEP) e
Manejo Agroecológico de Pragas (MAP).
A ideia do MIP é manter a população das pragas abaixo do nível de dano
econômico, também chamado de Limite de Danos Econômicos (LDE). O LDE é
o nível de ataque da praga, no qual o benefício do controle iguala seu custo.
Assim não gastamos dinheiro à toa, e não jogamos sobre o meio ambiente
produtos tóxicos que não sejam necessários.
Para determinar o LDE, precisamos de algumas coisas:
O LDE deve ser calculado para cada praga em cada cultura, por isso é
muito trabalhoso e institutos de pesquisa já têm esses valores pré-determinados.
O MIP tem alguns componentes básicos.
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preferência de cor amarela, pois a cor atrai os insetos) (Figura 14), frascos
caça mosca, armadilhas com feromônios sexuais (assim atraem os
insetos adultos), e armadilhas luminosas. Comparando-se o resultado das
armadilhas com o LDE, parte-se para a etapa seguinte (Figura 15).
3. Seleção dos métodos de controle de pragas: estes devem ser
selecionados utilizando-se parâmetros técnicos (eficácia), econômicos
(maior lucro), ecotoxicológicos (preservação do ambiente e da saúde
humana) e sociológicos (adaptáveis ao usuário). Podem ser métodos
culturais, controle biológico, controle químico, controle por
comportamento, resistência de plantas, e assim por diante (Figura 16).
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Figura 13 – Armadilha adesiva pode ser acrescida ainda com feromônios, para
aumentar o grau de atração de adultos
Crédito: Martchan/Shutterstock.
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Figura 15 – A tomada de decisão por algum tipo de controle deve ser feita sempre
que a população da praga chega ao nível (Limite) de controle (NC), antes de esta
população chegar ao Nível (Limite) de Dano Econômico (NDE ou LDE). NE
significa Nível de Equilíbrio natural da espécie.
Saiba mais
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Figura 16 – Base do MIP
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Lembre-se que a legislação pode mudar a qualquer instante. Por isso,
mantenha-se sempre atualizado.
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Figura 17 – Rotação de culturas
É o caso de pragas que, nas suas vidas adultas ou formas jovens (ovo,
larva, pupa, se for o caso), vivem no solo. A ideia é expor estes estágios à luz
solar, bem como pela destruição mecânica pelos implementos agrícolas.
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5.3.5 Poda
Uma planta que esteja bem nutrida suporta um dano muito melhor que
planta malnutrida, isso é válido tanto para nutrientes quanto para o estado hídrico
da planta.
Uma planta pode ainda ter uma resistência de não preferência, isto é,
inseto pode não querer atacar essa planta. Isso pode ocorrer por vários
mecanismos:
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Figura 18 – Armadilha com feromônio
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Figura 19 – Armadilha muito simples, feita para atrair moscas das frutas. Dentro
há limão e açúcar
Crédito: Nkula/shutterstock.
Crédito: MA Bashar/Shutterstock.
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5.6 Métodos genéticos
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FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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