Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ/UFPI

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS/CCHL


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS/DCJ
INTRODUÇÃO AO DIREITO
PROF. DR. NELSON JULIANO

PEDRO MANOEL MOURA QUEIROZ SILVA

RESUMO CRÍTICO
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO

TERESINA-PI
2021
O Estado Moderno, tal qual é concebido atualmente, possui elementos fundamentais
que possibilitam a sua existência. Embora haja discussões se tais componentes são, na verdade,
prerrogativas ou partes constituintes do Estado, é certo que toda organização política, jurídica
e social que é assim classificada os possui. As classificações tríplice e quádrupla são as mais
aceitas (tendo a primeira um maior número de adeptos). De maneira simples, aquela diz que o
Estado é constituído por três bases: os elementos humano, material e político. Já a classificação
quádrupla adota os mesmos fatores constitutivos, acrescentando o elemento finalístico, o qual
se refere à finalidade da existência do Estado. Para muitos autores, é o bem comum – o que se
torna um objetivo dúbio, em decorrência da pluralidade de atores sociais envolvidos no
processo e nos exemplos atuais de Estados que privilegiam pequenas classes e possuem
motivações que não se desvelam facilmente. Dessa forma, a subjetividade envolvida dificulta
a assertividade da questão, favorecendo a ideia de um Estado trino.
Nesse aspecto, a soberania é a representante do elemento político. Consiste na ideia de
que o Estado é a autoridade máxima no exercício do poder, não existindo, dentro de seu
território, qualquer outra instituição semelhante ou superior a ele. É o elemento-chave para o
desabrochar dos primeiros Estados, quando esses negam a influência interna de outras
entidades, como a Igreja Católica. Para Kelsen, é a pedra angular, pois é a partir dela que se
estabelece os critérios que guiarão a criação dos elementos restantes. A soberania é exercida
interna e externamente: na relação com o povo e com outros Estados, respectivamente. Apesar
de se apresentar como um poder supremo, o que se observa é a sua limitação – seja feita por ele
próprio (direitos naturais dos cidadãos), seja por tangenciar a soberania de outros Estados.
Ademais, a atualidade, marcada por relação de interdependência, tolhe esse conceito
tradicional, à medida que as relações (Estado x Estado/ Estado x Instituição) acontecem, em
geral, com a preponderância de um dos lados em desfavor do outro, especialmente quando se
envolve países com diferentes pesos no cenário global. Por conseguinte, a soberania extrapola
o aspecto material ou se encolhe no mesmo, explicitando o seu caráter maleável.
O elemento material, ou geográfico, é o território. Pode ser definido como o espaço
físico, seja ele contínuo ou não, no qual o Estado exerce sua soberania, exceto em casos de
extraterritorialidade (que é o exercício de poder de um Estado em território de outrem). Inclui
não apenas o solo, mas também os espaços aéreo, fluvial, subterrâneo e marítimo, além de ilhas
e lagos. O território, como parte imprescindível para a constituição do Estado, extrapola o
sentido geográfico e adquire características jurídicas. Afinal, é nele que o Estado aplica a sua
Lei, mantém seu aparato e governa o seu povo. Desse modo, tentar constituir um Estado sem
território é invocar o caos, porquanto, inevitavelmente, ocupar-se-á um território alheio,
gerando um conflito de soberanias que, a depender das forças envolvidas, pode ocasionar
conflitos diplomáticos ou de natureza belicosa.
O elemento humano é aqui representado pelo povo. Embora existam autores que
afirmem que, na verdade, o representante é a população, esse é um conceito vago, o qual preza
por aspectos quantitativos. Afirmar que todas as pessoas que estão em um Estado, em certo
espaço temporal, são parte dele é negligenciar a sua própria história e a das pessoas envolvidas.
Quando se fala de povo, pressupõe-se que as pessoas que o constituem possuem um vínculo
com o Estado (neste caso, jurídico). Da mesma forma acontece com nação, apesar de não haver
um vínculo jurídico, há a ligação histórica, de ancestralidade e/ou étnica. Portanto, o povo de
um Estado é configurado por critérios estabelecidos por ele mesmo, por meio de sua Legislação,
garantindo-lhe direitos, mas também deveres, no exercício da cidadania.
Palavras-chave: Estado; elementos; soberania; território; povo; modernidade.
BIBLIOGRAFIA

SGARBOSSA, Luís Fernando; IENSUE, Geziela. Teoria do Estado Moderno e


Contemporâneo: fundamentos do Direito Público e do Direito Constitucional. 2018.
Disponível em:
http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/11193/material/Teoria_E
stado_Sgarbossa_Iensue_2018.pdf/. Acesso em: 05 set. 2021.

REIS FRIEDE, Roy. Pressupostos (elementos) de existência do Estado. Disponível em:


http://revistajustitia.com.br/artigos/za3x1z.pdf. [2017?] Acesso em 05 set. 2021.

Você também pode gostar