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SANTARÉM- PA
2023
Resumo de Ciência Política:
De início, Aristóteles e Kant defendem que não existe uma discriminização entre a
ciência e a filosofia, a discussão sobre seu conceito originou na idade moderna, quando houve
oposições entre a metafísica e os naturalistas, no momento em que Aristóteles e Francis Bacon
foram colocados como opostos na definição de reflexão filosófica. Desta forma, depois de
Kant, com a ação dos positivistas, a conceituação da ciência se torna mais precisa. É preciso
entender que o centro do debate não é apenas a busca do que seria ciência, mas a separação, a
ruptura, da filosofia com as novas formas de ciência que começaram a ser formadas naquela
época. As abstratas são aquelas que se ocupam com as leis elementares da natureza, as
concretas são aquelas que se encarregam dos aspectos particulares do fenômeno. Assim,
Augusto Comte determina que existe uma lei dos três estados, ou lei de evolução, que é
necessária para que a ciência apareça, após a entrega de todos os processos de demonstração.
Por fim, a definição de ciência só chegou a um consenso quando Dilthey, Windelband e
Rickert divulgaram seus trabalhos que, seguindo a ordem posta, completaram um ao outro
para que assim a ciência tivesse uma conceituação formal. Completando esse raciocínio, ele
também discorre que a realidade é natureza quando a tomamos como referência ao geral, e é
história, se detivermos do exame do especial e particular, teorias trazidas por Windelband e
Dilthey. Assim, com essa distinção, tivemos a condução do debate metodológico que trouxe
dois mundos distintos da ciência: o da natureza e o da sociedade. No seu surgimento, houve
diversos contrapontos na sua natureza como ciência, que foram descartados ao longo dos anos
depois das profundas análises no estudo que abrangia o conceito de Estado. Também chamado
de tridimensionalismo, a Ciência Política possui, no seu âmago, conexões com a Filosofia,
Sociologia e Direito, a primeira sendo necessária pois o objeto de estudo da Ciência Política
são os acontecimentos, as instituições e as ideias políticas, transcendendo a temporalidade,
buscando analisar o que já aconteceu, o que está acontecendo e todas as possibilidades futuras;
a segunda é de caráter essencial, uma vez que o Estado é formado por agrupamento social, e
sua importância é discutida nas obras de diversos sociólogos, como Max Weber, Oppenheimer,
Vierkandt e Mannheim; por fim, o prisma jurídico vem do objeto de estudo que a reduz ao
Direito Político, esse cunho foi apresentado por Kelsen, na sua obra Teoria Geral do Estado,
em que estuda as principais instituições geradoras do fenômeno político. Além delas, a Ciência
Política trabalha com outras ciências sociais, como o Direito Constitucional, a Psicologia, a
Sociologia e a História. Ademais, é importante ressaltar a importância de tal variedade de
ligações de conhecimento, pois quanto mais ópticas forem usadas para estudar a nossa
sociedade no que tange ao aspecto político, mais poderemos compreender a fundo todos o viés
e mudanças sociais que o coletivo está fadado a passar.
Resumo de Nação e Estado:
Inicialmente, temos que ter em mente que o Estado é a mais complexa organização
criada pelo homem, aparecendo em um momento histórico preciso, século XVI, apesar de ter
pequenas manifestações na Antiguidade Clássica. Desta forma, era necessário que o Rei não
estivesse acima das leis e, seguindo esse pressuposto, necessita de uma ordem jurídica
soberana. Portanto, os estudiosos preferem categorizar seu nascimento na modernidade, uma
vez que apenas nela podemos encontrar todos os elementos que, ao serem reunidos, formam as
entidades políticas necessárias para o Estado. Desta forma, o Estado constitucional moderno,
mesmo submetendo-se às leis que limitam o seu poder, ainda encontra-se na soberania. Cada
Estado possui sua soberania, que é igualada entre os demais, ele possui a razão para gerir os
seus negócios com independência em face aos demais Estados, e, internamente, em face aos
demais interesses, pois lhe é assegurado o monopólio da força e da coação física. Conforme
exposto, podemos concluir que o Estado é a organização política sob a qual vive o homem
moderno, caracterizando-se por ser a resultante de um povo vivendo em um mesmo território
delimitado e governado por leis que se fundam em um poder não sobrepujado por nenhum
outro, seja externamente ou internamente. É de conhecimento geral que vivemos em um
Estado, e apesar de usufruirmos de tudo aquilo que nos é de direito, existe uma dificuldade
para a categorização do Estado. O Estado é, na sua essência, território, povo e poder.
O Poder Constituinte é o poder soberano com todos os atributos que normalmente lhe
concedem. Ele surge de uma revolução, da ruptura de um sistema de governo antigo e nasce
com novos poderes evocados para si, ou seja, ele é originário, ilimitado e iniciador. O Poder
Constituinte não é um poder de direito, mas o poder de fato. Ele tem como modalidades ser
originário, derivado e decorrente. O primeiro é aquele que nasce com o poder Constituinte, por
isso tem o nome de originário, assumindo uma forma imutável. O poder derivado é plenamente
disciplinado pelo direito que estabelece o modo pelo qual se aprova uma Emenda, possuindo
limitação quanto ao seu conteúdo. Sendo juridicamente disciplinado, ele é passível a nulidade,
não existindo a inicial, uma vez que é restrito a modificar a ordem jurídica existente.
Entretanto, é certo dizer que existe uma dificuldade em exercer tal poder, dependendo da
rigidez de cada Constituição. Para finalizar, cada Estado-membro exerce o poder constituinte
decorrente, sendo exercido nos limites autorizados pela Constituição Federal, assemelhando-se
ao poder constituinte originário pois dele resulta uma Constituição. Mas, no fundo, ele não
deixa de ser um poder jurídico disciplinado, derivado, subordinado e condicionado, sendo
controlado pelo poder constituinte originário
Resumo Formas Políticas
A monarquia é uma forma de governo que já foi adotada, há muito tempo, por quase
todos os Estados do mundo, sendo gradativamente esquecida e enfraquecida pelas revoltas
populares que deram início à república. Quando surge no Estado Moderno a necessidade de
um governo forte, favorece o nascimento da monarquia absolutista, em que todo o poder
soberano é dado nas mãos de uma pessoa, o rei, que governa de forma absoluta. Logo em
seguida, surge a limitação do poder do monarca com o parlamentarismo, desta forma, a figura
do rei se torna simbólica, pois quem governa é o Gabinete de Ministros. Desta forma, a
república surge como uma forma de resistência da população, um símbolo das reivindicações
populares. O Chefe de Governo é quem, de fato, governa no executivo, sendo assim a figura
política central do parlamentarismo. Sua criação foi feita com base nas obras de Montesquieu,
sua característica é de que o Presidente da República é o Chefe de Governo e o Chefe de
Estado, escolhido pelo povo, com um mandado de tempo determinado.
Desta maneira, também chegamos ao conceito de Estado Federal, que é uma forma de
Estado, formado por federações, vários centros de poder político autônomo. Baseando-se no
Montesquieu, foram criados o sistema de pesos e contrapesos para uma melhor gerência da
federação, esse sistema separa o poder em três partes, o Legislativo, Executivo e Judiciário,
que são independentes e harmônicos entre si. As características principais do Estado Federal
são: base jurídica do Estado é uma Constituição; na federação, não existe direito de sucessão;
só o Estado Federal tem soberania; as atribuições da União e as das unidades federadas são
fixadas na Constituição, e outras. Essa forma de Estado, apesar de ser peculiar, demonstra-se
útil em dificultar a formação de governos totalitários, assegurando uma grande participação
nos poderes políticos.
Referências Bibliográficas
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10ª edição. São Paulo: Malheiros, 1997.