Você está na página 1de 9

UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE


PROGRAMA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
BACHARELADO EM DIREITO

GRACIANE MACIEL DOS SANTOS


2021014478

RESUMO AVALIATIVO PARA A DISCIPLINA DE CIÊNCIA POLÍTICA

SANTARÉM- PA
2023
Resumo de Ciência Política:

De início, Aristóteles e Kant defendem que não existe uma discriminização entre a
ciência e a filosofia, a discussão sobre seu conceito originou na idade moderna, quando houve
oposições entre a metafísica e os naturalistas, no momento em que Aristóteles e Francis Bacon
foram colocados como opostos na definição de reflexão filosófica. Desta forma, depois de
Kant, com a ação dos positivistas, a conceituação da ciência se torna mais precisa. É preciso
entender que o centro do debate não é apenas a busca do que seria ciência, mas a separação, a
ruptura, da filosofia com as novas formas de ciência que começaram a ser formadas naquela
época. As abstratas são aquelas que se ocupam com as leis elementares da natureza, as
concretas são aquelas que se encarregam dos aspectos particulares do fenômeno. Assim,
Augusto Comte determina que existe uma lei dos três estados, ou lei de evolução, que é
necessária para que a ciência apareça, após a entrega de todos os processos de demonstração.
Por fim, a definição de ciência só chegou a um consenso quando Dilthey, Windelband e
Rickert divulgaram seus trabalhos que, seguindo a ordem posta, completaram um ao outro
para que assim a ciência tivesse uma conceituação formal. Completando esse raciocínio, ele
também discorre que a realidade é natureza quando a tomamos como referência ao geral, e é
história, se detivermos do exame do especial e particular, teorias trazidas por Windelband e
Dilthey. Assim, com essa distinção, tivemos a condução do debate metodológico que trouxe
dois mundos distintos da ciência: o da natureza e o da sociedade. No seu surgimento, houve
diversos contrapontos na sua natureza como ciência, que foram descartados ao longo dos anos
depois das profundas análises no estudo que abrangia o conceito de Estado. Também chamado
de tridimensionalismo, a Ciência Política possui, no seu âmago, conexões com a Filosofia,
Sociologia e Direito, a primeira sendo necessária pois o objeto de estudo da Ciência Política
são os acontecimentos, as instituições e as ideias políticas, transcendendo a temporalidade,
buscando analisar o que já aconteceu, o que está acontecendo e todas as possibilidades futuras;
a segunda é de caráter essencial, uma vez que o Estado é formado por agrupamento social, e
sua importância é discutida nas obras de diversos sociólogos, como Max Weber, Oppenheimer,
Vierkandt e Mannheim; por fim, o prisma jurídico vem do objeto de estudo que a reduz ao
Direito Político, esse cunho foi apresentado por Kelsen, na sua obra Teoria Geral do Estado,
em que estuda as principais instituições geradoras do fenômeno político. Além delas, a Ciência
Política trabalha com outras ciências sociais, como o Direito Constitucional, a Psicologia, a
Sociologia e a História. Ademais, é importante ressaltar a importância de tal variedade de
ligações de conhecimento, pois quanto mais ópticas forem usadas para estudar a nossa
sociedade no que tange ao aspecto político, mais poderemos compreender a fundo todos o viés
e mudanças sociais que o coletivo está fadado a passar.
Resumo de Nação e Estado:

Inicialmente, temos que ter em mente que o Estado é a mais complexa organização
criada pelo homem, aparecendo em um momento histórico preciso, século XVI, apesar de ter
pequenas manifestações na Antiguidade Clássica. Desta forma, era necessário que o Rei não
estivesse acima das leis e, seguindo esse pressuposto, necessita de uma ordem jurídica
soberana. Portanto, os estudiosos preferem categorizar seu nascimento na modernidade, uma
vez que apenas nela podemos encontrar todos os elementos que, ao serem reunidos, formam as
entidades políticas necessárias para o Estado. Desta forma, o Estado constitucional moderno,
mesmo submetendo-se às leis que limitam o seu poder, ainda encontra-se na soberania. Cada
Estado possui sua soberania, que é igualada entre os demais, ele possui a razão para gerir os
seus negócios com independência em face aos demais Estados, e, internamente, em face aos
demais interesses, pois lhe é assegurado o monopólio da força e da coação física. Conforme
exposto, podemos concluir que o Estado é a organização política sob a qual vive o homem
moderno, caracterizando-se por ser a resultante de um povo vivendo em um mesmo território
delimitado e governado por leis que se fundam em um poder não sobrepujado por nenhum
outro, seja externamente ou internamente. É de conhecimento geral que vivemos em um
Estado, e apesar de usufruirmos de tudo aquilo que nos é de direito, existe uma dificuldade
para a categorização do Estado. O Estado é, na sua essência, território, povo e poder.

O território é o local, o pedaço de terra, em que determinado governo pode dispor do


poder à ele reconhecido, sendo assim, exerce de sua impenetrabilidade de ordem jurídica
estatal. Todavia, ele sofre restrição não apenas pelo fato de que, às vezes, o Estado prefere a
aplicação de um direito estrangeiro em cima do próprio, mas também nas situações em que o
direito de um Estado acaba se sobrepondo ao outro. Nessa linha de raciocínio, temos o
fenômeno da extraterritorialidade, em que, por virtudes de tratados ou acordos internacionais,
há tolerância aos Estados de reconhecer Embaixadas e Representações Diplomáticas como
uma extensão do próprio território. Portanto, uma Embaixada nunca chega a fazer parte do
território, não se sujeitando à lei local. Desse conceito que surge a nacionalidade, ela é um
vínculo jurídico da pessoa com o Estado. O segundo é mais simples, aquele que nasce no
território é um nacional. É importante destacar que os países escolhem sua definição de
nacionalidade dependendo da taxa de exportação e importação de pessoas em seu território,
como por exemplo, aqueles países que mais exportam população preferem adotar o jus
sanguinis, enquanto aqueles que importam população costumam adotar o jus solis. Por esses
fatores, e pela nacionalidade ser, em seu âmago, unilateral, é comum que muitas pessoas
tenham dupla nacionalidade, como alguém com pais de país jus sanguinis nascer em um país
que adota o jus solis. Outro caso, mais extremo e preocupante, é o de pessoas apátridas, uma
vez que a nacionalidade determina a filiação a algum Estado. Desta forma, a vinculação ao
Estado não é apenas uma forma de submissão, mas também de geradora de direitos. Assim,
aos nacionais, cabe ao Estado a proteção, a garantia da democracia, liberdade e poder jurídico.
Como observado, ao estudo da nação cabe a sociologia, mas isso não exclui sua importância
para a Ciência Política, uma vez que a consciência de nação pode criar diversos movimentos
separatistas de minorias, ou até mesmo a busca por direitos quando ele não engloba toda a
nação. O poder, por si só, possui diversas faces, pode ser compreendido pela sociologia e pela
psicologia, mas na Ciência Política, o poder político é o foco de estudo. Neste sentido, o poder
político é aquele exercido pelo Estado e no Estado, ele não se confunde com a força física
porque está suprime o seu destinatário à própria vontade, apesar de ter a existência da
coercitividade. No geral, pode não existir a coerção, mas existirá a persuasão, em que
predomina a técnica argumentativa e as sanções cabíveis ao descumprimento das leis impostas
por ele. Apesar disso, o Estado moderno não apresenta soberania absoluta, isso ocorre com a
limitação externa que os Estados se submetem, mas também com a divisão de seu próprio
poder, denominada limitações constitucionais. Entretanto, o termo soberania pode não ser
aceito para qualificar o poder do Estado, uma vez que ela pertence ao poder constituinte, não
obstante do fato de que os tempos modernos não aceitariam o retorno no absolutismo
monárquico. Portanto, podemos dar uma resposta condicionada para a soberania estatal, uma
vez que ela ainda não foi superada por nenhuma ordem de direito interna, apesar de ser
limitada.
Resumo de Poder Constituinte:

O Poder Constituinte é o poder soberano com todos os atributos que normalmente lhe
concedem. Ele surge de uma revolução, da ruptura de um sistema de governo antigo e nasce
com novos poderes evocados para si, ou seja, ele é originário, ilimitado e iniciador. O Poder
Constituinte não é um poder de direito, mas o poder de fato. Ele tem como modalidades ser
originário, derivado e decorrente. O primeiro é aquele que nasce com o poder Constituinte, por
isso tem o nome de originário, assumindo uma forma imutável. O poder derivado é plenamente
disciplinado pelo direito que estabelece o modo pelo qual se aprova uma Emenda, possuindo
limitação quanto ao seu conteúdo. Sendo juridicamente disciplinado, ele é passível a nulidade,
não existindo a inicial, uma vez que é restrito a modificar a ordem jurídica existente.
Entretanto, é certo dizer que existe uma dificuldade em exercer tal poder, dependendo da
rigidez de cada Constituição. Para finalizar, cada Estado-membro exerce o poder constituinte
decorrente, sendo exercido nos limites autorizados pela Constituição Federal, assemelhando-se
ao poder constituinte originário pois dele resulta uma Constituição. Mas, no fundo, ele não
deixa de ser um poder jurídico disciplinado, derivado, subordinado e condicionado, sendo
controlado pelo poder constituinte originário
Resumo Formas Políticas

O estudo de órgãos do governo, através da sua estruturação fundamental e da maneira


em que se relacionam é chamado de formas de governo. A classificação só acontece,
entretanto, quando os Estados possuem um conjunto de características comuns, uma vez que
todos os Estados são formados por pequenas peculiaridades na sua superficialidade, fazendo
com que o estudo das formas de governo seja profundo, buscando conexões entre os Estados.
Sendo assim, é necessário dizer que não são todas as formas de governo alvo de estudos, uma
vez que algumas delas são impostas através da força, como a ditadura, o totalitarismo,
despotismo e tirania. As primeiras classificações de governo começaram com Aristóteles, que
dividiu conforme o número de governantes, e também apresentou a forma impura de cada
uma. As três espécies de governo do filósofo são a realeza, governada por uma única pessoa e
tem como degeneração a tirania; a aristocracia, quando um grupo, pequeno comparado ao
todo, exerce o poder, tendo como sua degeneração a oligarquia; e a democracia, que é o
governo exercido pela própria multidão no interesse geral, tendo como degeneração a
demagogia. Maquiavel se baseia na ideia de que os governos fazem parte de um ciclo,
começando com a anarquia, que caracterizaria o início da vida humana em sociedade, em que,
para uma melhor defesa, escolheriam o homem mais robusto e valoroso, nomeando-o chefe do
Estado. Essa monarquia eletiva iria se tornar hereditária e degenerar-se em tirania, para sair de
tal estado, os mais ricos iriam se juntar para governar, surgindo a aristocracia. Com o passar
dos anos, os descendentes desses aristocratas, que não sofreram os males da tirania e não
entendiam a importância de governar pelo bem comum, começariam a governar por proveito
próprio, surgindo assim a oligarquia. O povo, que não suportaria os descasos do governo
oligárquico, iriam se juntar para governar a si mesmos, surgindo o estado de governo popular,
ou democracia. Para Maquiavel, a única forma de quebrar esse ciclo seria a união da
monarquia, democracia e aristocracia em um só governo. Todavia, na modernidade, a forma de
governo aristocrática não seria mais aceita, fazendo com que a república e a monarquia fossem
as únicas formas possíveis de governo no Estado Moderno.

A monarquia é uma forma de governo que já foi adotada, há muito tempo, por quase
todos os Estados do mundo, sendo gradativamente esquecida e enfraquecida pelas revoltas
populares que deram início à república. Quando surge no Estado Moderno a necessidade de
um governo forte, favorece o nascimento da monarquia absolutista, em que todo o poder
soberano é dado nas mãos de uma pessoa, o rei, que governa de forma absoluta. Logo em
seguida, surge a limitação do poder do monarca com o parlamentarismo, desta forma, a figura
do rei se torna simbólica, pois quem governa é o Gabinete de Ministros. Desta forma, a
república surge como uma forma de resistência da população, um símbolo das reivindicações
populares. O Chefe de Governo é quem, de fato, governa no executivo, sendo assim a figura
política central do parlamentarismo. Sua criação foi feita com base nas obras de Montesquieu,
sua característica é de que o Presidente da República é o Chefe de Governo e o Chefe de
Estado, escolhido pelo povo, com um mandado de tempo determinado.

Desta maneira, também chegamos ao conceito de Estado Federal, que é uma forma de
Estado, formado por federações, vários centros de poder político autônomo. Baseando-se no
Montesquieu, foram criados o sistema de pesos e contrapesos para uma melhor gerência da
federação, esse sistema separa o poder em três partes, o Legislativo, Executivo e Judiciário,
que são independentes e harmônicos entre si. As características principais do Estado Federal
são: base jurídica do Estado é uma Constituição; na federação, não existe direito de sucessão;
só o Estado Federal tem soberania; as atribuições da União e as das unidades federadas são
fixadas na Constituição, e outras. Essa forma de Estado, apesar de ser peculiar, demonstra-se
útil em dificultar a formação de governos totalitários, assegurando uma grande participação
nos poderes políticos.
Referências Bibliográficas

BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 10ª edição. São Paulo: Malheiros, 1997.

Você também pode gostar