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Temas do 1º semestre
Temas do 2º semestre
Exemplo 1: Uma lei que permita a escravidão seria inconstitucional, uma vez que viola
um parâmetro acima da Constituição (norma superior à vontade do Estado).
Os costumes são uma das fontes do DC.
Exemplo 3: São produzidas normas que não são escritas, o que pode resultar num
coma jurídico.
Concessão estadualista
As normas jurídicas podem ser impostas por auto vinculação ou hétero vinculação, ou
seja, impostas ou não pelo Estado. Sobre a hétero vinculação:
Exemplo- Uma lei que permita a escravidão seria inconstitucional visto que viola um
parâmetro acima da constituição (Normas que integram uma norma que é superior à
do Estado)
Costume: Prática reiterada que ganha convicção de obrigatoriedade- Fonte do Direito
Constitucional
Concessão normativista
Concessão ideológica
Assim sendo, a essência da Constituição não vive separada dos fins do direito:
Justiça, liberdade e segurança.
A dignidade humana não é dada pelo Estado nem pela Constituição, pertence-nos por
sermos pessoas, tendo o Estado e a Constituição de assegurar. Assim, a essência da
Constituição é feita em função da dignidade humana.
Aula Nº2
Por que motivo é que a república francesa não é o ponto de início da centralidade
humana?
No século XII, foi feita no Reino Unido a Magna Carta, que deu início ao
constitucionalismo britânico. A carta deu especial atenção à limitação do poder,
afirmando:
Antes da Magna Carta (1215) existiram três momentos históricos muito importantes
entre os quais está a civilização greco-romana, a revolução judaico cristã e o surgir do
estado moderno até à revolução francesa
Os direitos da Magna Carta não são reconhecidos a todos, ou seja, não são
universais, eram exclusivos à nobreza e ao clero.
Civilização greco-romana
2-Liberdade ou obediência?
Perante uma lei injusta, deveríamos obedecer e seguir a lei ou usar o nosso livre-
arbítrio para quebrar a lei e fazer o que achamos correto?
Um rei mata um homem e proíbe a irmã desse homem de o enterrar. Como a irmã não
achou correta a proibição do rei de acordo com os seus valores morais, enterrou o
homem na mesma. Este exemplo de Antígona demonstra os seguintes fatos:
O direito não consiste somente na lei escrita, existem leis (neste caso,
morais) superiores.
Com este pensamento de Herodo em base, afirma que a democracia assenta em:
Governo da maioria;
Tolerância;
Participação igualitária do cidadão;
Limitação do poder (de onde surge a ideia de legalidade);
Liberdade de opinião.
4-Importância do governo nas leis
Platão – Defende que o melhor governo é o governo dos filósofos e sábios, logo não
deveriam ter limites, pois a sua sabedoria está acima da lei (É assim a base dos
governos autocráticos). Porém Aristóteles – Defende que o melhor governo é o das
leis, pois as leis são imparciais e objetivas, não estão sujeitas a emoções humanas e
aos caprichos pessoais dos governantes, devendo este estar limitado pela lei. Assim, é
formado o conceito de Estado de Direito, onde a Constituição é a lei principal e
suprema.
5- Liberdade interior
Todos temos liberdade de pensar, esta não está sujeita a qualquer tipo de intervenção
do Direito, ninguém nos pode controlar/limitar o pensamento.
(Exemplo: Um escravo romano, considerado mercadoria, tem apenas liberdade
interior, pois pode pensar livremente.)
Garantir a liberdade;
Garantir a justiça;
Papa Bento XVI - Todos, como seres humanos, temos dentro de nós uma lei natural,
comum, universal, eterna e imutável. A lei, que nos faz participar no divino, ou seja,
todos temos uma marca de Deus.
1 HOMEM = 1 VOTO
(Exemplo recentes nas eleições para o novo presidente do Sporting o nº de votos não
era proporcional ao Nº de sócios votantes, os votos dos sócios mais antigos eram mais
valorizados, contando como 2 ou mais votos).
Civilização judaico-cristã
A justiça deve servir de iluminação, por isso, se um estado não tem justiça, não se
diferencia de ladrões ou de qualquer tipo de criminoso.
- São Tomás de Aquino- Natureza singular de cada pessoa: cada Ser Humano é
colaborador da ordem de Deus, o poder existe ao serviço do bem comum da
coletividade [interesse público + igualdade entre homem e mulher);
- Ideia de o Homem ter uma natureza singular (Deus fez o ser humano um colaborador
na criação do mundo). Assim, o conceito de dignidade humana nasce sobre o pretexto
de sermos colaboradores de Deus. Deste modo o poder existe para o bem da
comunidade, a ideia de bem confina a ação do poder. (Exemplo: Tiranicídio (Morte do
tirano) é inadmissível, contudo, é admissível a resistência ao seu poder).
-Marsílio de Pádua- Rutura com o primado do Papa na vida civil (Liberdade religiosa e
limitação do poder pela lei). Para Marsílio: A lei é a expressão consensual da maioria. O
poder de fazer as leis é o poder superior do Estado -> Cabendo assim o poder
“máximo” às pessoas. Fim das Respublica Christiana. Não limite à lei
Aula Nº3-
- A Magna Carta foi emitida em junho de 1215 e foi o primeiro documento a colocar
por escrito o princípio de que o rei e o seu governo não estavam acima da lei.
Procurava evitar que o rei abusasse do poder e estabelecia limites à autoridade real,
ao estabelecer a lei como um poder por si só.
Finais do século XVI/ XVII existiu a questão dos índios das américas- Chegada dos
espanhóis e portugueses ao continente americano, a hipótese de ter chegado à Índia,
porém a principais problemas jurídicos aqui:
Escola espanhola de Direto Internacional:
Bartolomeu de Las Casas- Houve um enorme contributo, este afirmou que todos os
Homens nascem livres e por isso não podem quer por razões de natureza cultural ou
civilizacional serem submetidos a outro país, todas as violências e crueldades que os
europeus exerciam devem ser julgados e condenados- Base do pensamento humanista
e radicalismo islamismos devido às imposições do mundo ocidental, por exemplo a
revolução do Irão foi um símbolo contra a imposição do mundo ocidental.
Francisco de Vitória- Os espanhóis não têm o direito de impor a sua religião, os índios
das américas não podem ser obrigados a ser batizados contra a sua vontade. Não há
um direito que se impõe a todos os estados, os índios devem ser governados pelas
suas próprias leis, os espanhóis não têm o direito de impor o direito espanhol aos
índios, é complementar à ideia de Bartolomeu
Francisco Suárez- Acima do Direito de cada Estado há uma ordem jurídica alicerçada
na natureza humana, aqui está a base do direito internacional moderno- Por exemplo,
a lei positiva/escrita serve para proteger os direitos das pessoas. Este condena os
conflitos e guerras injustas, admite assim um direito de resistência, de não acatar, não
cumprir as regras impostas por governos ilegítimos.
Plano interno: Nenhuma autoridade do Estado é superior ao Rei (Centro dos poderes
no plano interno);
Plano externo: Todos os Estados são iguais, não é admissível que algum tenha
supremacia sobre outro (materialização jurídica através da Paz de Vestfália). O que é a
soberania, a soberania é um conceito interno e externo)
Em síntese- Não há nenhuma autoridade que seja superior ao rei, ele é o autor da
centralização do poder real, atestado de óbito ao feudalismo, o rei é o centro dos
poderes no plano interno, reside numa autoridade suprema. Vertente externa da
soberania, todos os Estados são iguais, não faz sentido haver supremacia, há assim o
fim do poder do papa, soberania igual.
Maquiavel- 4 aspetos principais- Defende que a crueldade pode ser boa se existir um
fim que a justifica; Defende que a propriedade tem mais valor para as pessoas do que
a vida, o homem esquece quem mata os pais mas nunca esquece quem assalta a casa,
à escolha da propriedade em detrimento da vida. Qual é a razão do Estado, o que é?-
Justificativo, um fundamento que permite adotar medidas que não sendo normais,
favoráveis às pessoas, são justificáveis para a coletividade, afastar as leis que
normalmente seria aprovadas
Artigo 282 Nº4- A CRP admite que normas inconstitucionais ou ilegais apesar de serem
válidas possam produzir leis com efeitos, de interesse público de excecional relevo e
podem valer sobre a inconstitucionalidade, levando a segurança de Estado- Por
exemplo no caso da saúde publica
Erasmus de Roterdão- Os príncipes têm limites em relação ao poder por razões éticas
(Limitação ética), não é só o Direito que restringe, mas sim também a ética. O
governante não se deve envolver em negócios públicos em quais tem interesse,
havendo assim um conflito de interesses. O autor das leis a deve ser o primeiro a
obedecer a estas, o autor não está acima destas.
O Direito não está contaminado pela tradição judaico-cristã, o Direito sofre através
das influências do Direito Romano, “É mais importante o património do que a vida2
Defende os direitos inalienáveis do homem (estes são inatos), mas defende um poder
ilimitado, o ser humano tem direitos inatos, ou seja, todos os homens são iguais por
natureza, cada um de nós tem o direito de julgar e de usar instrumentos de legítima
defesa, perante qualquer tipo de perigo iminente que ameace a nossa integridade
física.
Defende que a liberdade é natural ao Homem e apenas devemos ter o mínimo para
pode sobreviver. Afirma ainda que apesar da liberdade ser natural, o ser humano é
mau porque tenta demonstrar a sua supremacia e poder através da guerra, vivendo
assim num clima por natureza de insegurança. Em suma o homem pode se tornar o
seu próprio inimigo. Se cada um de nós abdicar dos nossos direitos a favor do
sobreano, este pode garantir o nosso bem-estar e segurança de todos, defendo assim
um poder ilimitado, este é o preço a pagar para a garantia da nossa segurança
(Momentos que reforçam o peso da segurança: Ataque às torres gémeas no 11 de
setembro de 2001, a crise financeira de 2008 e a pandemia da covid-19).
Kant- Veio provocar uma revolução no pensamento. São nos dadas três ideias
principais através deste autor- Contributo para a afirmação do Estado de Direito, da
constituição e a importância da obediência à lei. A lei existe para ser obedecida, apesar
de determos liberdade. Princípio da humanidade- O Homem não é uma coisa/um
objeto, é sempre um fim em si mesmo, de modo que o Direito nunca nos pode tratar
como uma mera coisa. Não é admissível a conceção de um ser humano para fins
médicos, como por exemplo o nascimento de um filho com o objetivo de esse doar
algum tipo de órgão para salvar a vida do seu irmão. Se esse mecanismo conduzisse à
morte ou a uma deficiência/menor qualidade de vida então este não é admissível. A
noção de dignidade em Kant, é uma particularidade do Homem independente da
ligação religiosa, a dignidade é um valor absoluto de todos os seres humanos. Quando
dizemos que algo tem dignidade, o que tem dignidade é tudo o que não tem preço,
pelo ser humano tem dignidade, é por isso que é inadmissível a venda de órgão ou a
barriga de aluguer visto que pode remeter à inconstitucionalidade. A dignidade não é
renunciável, não posso emprestar dinheiro a alguém e colocar uma cláusula que se
essa pessoa não pagar o que deve num determinado período específico torna-se meu
escravo, isto não é permitido mesmo que a pessoa aceite ser escravo isto é algo que
não se pode realizar nem é admissível
Hegel- De todos o autor abordados este é mais complexo. É um autor que tem duas
faces, é simultaneamente bandeira da esquerda e da direita. Defende a liberdade, mas
também defende a importância do Estado. A liberdade é a substância do espírito, o
sentido da história é o progresso da liberdade para Hegel. Este formula a
conceção/imperativo que desenvolve a conceção de dignidade de Kant- Se a pessoa
quer respeito então tem de respeitar os outros como pessoa- Esta conduta não é só
para ele, mas também para os outros. Há uma dicotomia do ser humano como
realidade concreta e como realidade abstrata. Para este autor é apenas no Estado que
o indivíduo ganha e garante a sua liberdade e por este motivo vai divinizar o Estado. O
Estado torna-se uma realidade divina, é no Estado que cada um de nós se realiza; O
Estado é o melhor garante da liberdade ou de afirmação de omnipotência do Estado.
Liberal do EUA- Thomas Paine- É o autor que afirmou os direitos naturais da Homem,
todos nascem iguais, um homem representa um voto, cada homem é proprietário de
uma parte do governo. A soberania pertence à coletividade, os direitos humanos são o
fundamento do governo e está na base dos direitos do Homem e do Cidadão francesa
(1789), revolução americana e a revolução francesa.
Liberal do RU- Stuart Mill- Este autor defende a liberdade de associação, cria assim a
base dos partidos políticos, podemos afirmar que é o pai dos partidos políticos. Afirma
que não há liberdade suficiente para renunciar à minha própria liberdade, as
liberdades impõem-se ao ser humano como a dignidade
Declaração direitos do Homem e do cidadão 1789- 234 anos depois, ainda hoje está
em vigor, é lei constitucional em França, afirma os direitos naturais, é a base do
pensamento iluminista, consagra ainda o direito à liberdade, à propriedade, à
segurança e resistência à opressão.
Constituição francesa de 1793- Nunca entrou em vigor, apesar disto, esta é um marco
histórico, influenciou a organização política do modelo soviético. É um marco pois
consagrou o pilar de igualdade (Pensamento de Rosseau), liberdade, segurança,
propriedade e direito de insurreição. Assim esta é a primeira constituição que consagra
os principais direitos sociais, por exemplo obter prestações do Estado, a subsistência, o
trabalho e a instrução.
Lacunas do direito- Nem sempre há uma norma que dita o que deve ser feito
Constituição de 1822
Existem quatro ideias principais dos valores dos direitos fundamentais e princípios
da ideologia do liberalismo
Pensamento socialista: Procura criar uma visão utópica, de um novo homem numa
nova sociedade. Durante o século XIX, desenvolvem-se 3 modelos:
• Socialismo cristão: Saint Simon→ Não abule a propriedade privada, mas defende a
intervenção do estado;
Movimento da doutrina social da igreja- Teve o seu início em 1891 através da Carta
do Papa Leão XIII- Rerum Novarum (Sobre a condição dos operários) - Constitui a lei
fundamental, faz uma crítica das mais violentas à exploração do ser humano através
do liberalismo, este último na visão da Igreja explora as pessoas e nega a dignidade
humana, através dos baixos salários, mão de obra infantil, ausência de períodos de
descanso e maior importância do lucro. O Estado não pode assistir de braços cruzados
a exploração dos trabalhadores, assim o Estado tem o imperativo de agir sobre os mais
débeis e fracos da sociedade.
Aula Nº6
Não tem apenas que ver com as condições sociais e económicas, pressupõe a
educação, a cultura, e uma dimensão imaterial (preocupação não apenas com o bem-
estar da geração presente, mas também com as gerações futuras – Por exemplo:
Recursos naturais e a sua exploração, poluição, recursos financeiros: reformas,
pensões, subsídios - dimensão intertemporal do bem-estar).
É uma garantia da dignidade humana, dos que existem e dos que virão a existir. O
Estado tem o dever de garantir o bem-estar.
Podemos falar numa clausula de bem-estar: a dignidade humana não se basta com os
direitos liberais. Não basta ter o direito se não se pode usufruir deles.
A garantia dos direitos sociais está nas mãos da administração pública, estando a
constituição refém da administração.
- 1976 CRP;
-> Constituição francesa, italiana e alemã: Quase todos os textos constitucionais antes
de 1945 integravam diversos direitos fundamentais, mas após a II GM, tratava-se de
textos constitucionais que impunham ao Estado o propósito implementador do bem-
estar social, harmonizando a tutela de direitos individuais, herdados do liberalismo, e a
garantia de direitos sociais.
1- Final dos anos 40: Giravam em torno do direito do trabalho, segurança social, saúde,
educação e na função social da propriedade (não só limitada ao indivíduo, mas
também a função social que desempenha).
SÉCULO XX:
-> Proteção das minorias com o fim dos impérios alemão, austro-húngaro e otomano.
(i) O que a Alemanha Nazi e a Rússia fizeram aos judeus era uma crueldade que jamais
poderia voltar a ser praticada;
(ii) Tratamento pelos japoneses dos prisioneiros de guerra, levou a criação de dois
tribunais internacionais para julgar crimes contra a humanidade, tribunais dos
vencedores contra os vencidos (de Tóquio e Nuremberga);
A sua amplitude vai dar a uma redução do espaço de liberdade dos Estados, na matéria
constitucional.
Domínio reservado dos Estados→ Presente na Carta das Nações Unidas. Quanto
maior são as matérias que passam para a esfera internacional, menor é a de cada
Estado.
Há tribunais internacionais para a defesa dos direitos humanos. A violação dos direitos
humanos faz soar o alerta em toda a comunidade internacional, que em caso de não
cumprimento pode resultar em sanções. Por exemplo: nos anos 70 do sec. XX, a África
do Sul tinha um ideal que consistia na discriminação de raças. Este incumprimento de
DH, originou a sua proibição na participação dos jogos olímpicos.
Século XX: A idade dos direitos? - “O século XX é o século das grandes preocupações
de Direitos Humanos ou das grandes violações dos Direitos Humanos?”
3- Vivemos numa sociedade onde os direitos dos animais e do ambiente têm mais
valor do que a vida humana. Os maus-tratos aos animais é um crime, já o abandono de
idosos não é crime;
4- Estado zorro que tira aos ricos para dar aos pobres, em nome da justiça social, mas
que por outro lado há um eclipse da vida humana mais velha.
2- Democracia
3- Justiça Social
Cada ser humano é uma realidade abstrata e também concreta ao mesmo tempo. O
pensamento existencialista vai desenvolver esta concessão da interioridade do ser
humano, algo que lhe é inerente. Durante o século XIX, foi então desenvolvido o
pensamento existencialista.
- Existencialismo Ateu- Como Jean Bodin e Sartre, que defendem que não há
dignidade sem liberdade. Importância ligada à liberdade: Não há liberdade sem
dignidade. Nem dignidade sem liberdade.
-> Karl Jaspers: Relativização das certezas, nenhum de nós pode ter certezas absolutas,
daí surge a tolerância para com os outros. Aceitar as certezas relativas dos outros.
2. Democracia:
-> Raymond Aron: A democracia prossupõe pluralismo, sem ele, não há democracia.
Representa a essência da democracia do ocidente, afirmando que esta se baseia no
pluralismo e na salvaguarda dos direitos das pessoas. O Estado existe como papel
social.
-> John Rawls: A democracia prossupõe pluralidade e relativismo: A ideia de respeito
mútuo.
- Todos os valores são iguais? Se não, terão relevância uns sobre outros. É possível
afirmar, que para Rawls, todos os direitos têm de ser respeitados, mas nem todos têm
o mesmo valor: Vida > Legalidade.
A verdade é então subjetiva, porque pode originar uma outra verdade distinta.
Paradoxo da tolerância→ Perante os que são intolerantes, como é que os devemos
tratar? Com tolerância ou sem? Por exemplo: Terroristas e extremistas.
Problema: Estas concessões levam a uma democracia falsa, onde os valores são
desvalorizados. Porquê? Porque admite como democrático qualquer conteúdo de
decisão da maioria, mesmo que seja inconstitucional.
É critica das concessões antigas, a lei nova revoga a lei antiga. A lei é uma expressão
de um novo querer, de um novo ideal decisório.
3. Justiça Social:
Debate ideológico: Perante a desigualdade social, o que deve o Estado fazer? - Crítica
Liberal e Neoliberal: Quanto maior for a intervenção do estado (Critica do estado
zorro), maior é o confisco, e que é através do sistema de impostos, que a riqueza pode
ser conduzida a um estrangulamento.
Para este debate, há dois autores do EUA que proferem conceções diferentes:
-> John Rawls (Social-democrata): Estado providência, a justiça está no momento dos
resultados, em repartir a riqueza (“Estado zorro”), fazer com que aqueles que mais
têm possam contribuir para o nível mínimo de existência para os que menos têm→
Estado intervencionista social;
1. A radicalização religiosa e/ou laica, a ausência de valores religiosos que são a base
da democracia.
3. A ideia de uma liberdade sem limites. Respeito pela liberdade dos outros, eu próprio
tenho limites à minha liberdade. A liberdade de um, acaba na liberdade do outro. A
crise pandémica veio reforçar que a liberdade tem limites, um deles é o da coletividade
ser superior.
4. Risco de uma democracia sem valores. Não pode existir esta neutralidade, porque é
um risco de a democracia ser capturada pelo totalitarismo.
Não podemos renunciar o estatuto de pessoa. Todos nós temos direitos irrenunciáveis
e absolutos: A vida e a propriedade. Direitos sociais: Saúde, educação e trabalho, por
exemplo.
4. Através da clausula aberta, a lei tem direitos fundamentais, mas existem outros fora
da constituição. A lei pode criar direitos que vão de encontro a alguns que estão
escritos na constituição.
Todos os direitos fundamentais têm custos. O direito à segurança exige que exista um
sistema de segurança, o mesmo acontece com a justiça, a educação e a saúde.
O respeito pelo ser humano não é uma dádiva do poder, é o ser humano que se impõe
ao poder como uma realidade superior e anterior. Todos temos a mesma dignidade,
esta não varia consoante as pessoas, mas quem não tem compreensão e consciência
deveria ter ainda mais dignidade. A dignidade prolonga-se para além da morte, é
irrenunciável e inaliável, mesmo que admita uma decisão voluntária e consciente.
Exige respeito e proteção da vida e da integridade física. A dignidade pressupõe uma
concessão de liberdade e igual participação política: 1 homem = 1 voto.
Não existe dignidade sem liberdade. Existência convicta: Não basta existir para ter
dignidade. A dignidade exige um espaço próprio, imune a intervenção do Estado,
impondo segurança, pois o Estado também o faz para manter justiça social. Não deve
nunca existir um Estado totalitário. Um primado do ser sobre o ter, porque as pessoas
têm mais valor do que as coisas. A dignidade humana é um princípio, um valor, um dos
primeiros da Constituição: Envolve uma obrigação geral de respeito. A minha
dignidade tem o limite da dignidade dos outros. A dignidade humana é a base de todos
os direitos humanos.
Respeito pela dignidade da pessoa humana e garantia de defesa: Sem estes não há
estado de direitos humanos.
Aula Nº7
Isto permite colocar a última questão: Será que hoje ainda se vive estes desafios e
perigos? Nós hoje estamos numa encruzilhada, não apenas no presente, mas também
no futuro.
Poder oculto- Invisível, pode estar por detrás do poder expresso, manipulando.
Pode ser formal- É regulado pelo Direito, obedece a uma forma (Poder do Presidente
da República, dos tribunais porque resulta da constituição)
Pode ser informal- Não está regulado pelo direito, surge de modo factual, é assente na
prática e no uso, não é um poder de natureza jurídica. Por exemplo: Agências de
Rating
Assim uma revolução é a base de todo o Direito Constitucional, esta é uma fonte de
poder factual e informal, genésico do constitucionalismo, mas é geradora de uma
nova axiologia constitucional. Pode ser factual, que não resulta do Direito, resulta
dos factos.
1- Poder Político;
O que é o poder político? - É uma atividade humana que tem como objetivo e
propósito a conquista, a manutenção e o exercício do poder político.
Qual o processo que deve ser adotado para escolher quem vai tomar essas decisões,
seguindo a vontade da maioria?
Conceções sociológicas.
-> O bem comum e o bem público são o fim do poder político. Podemos ter uma
conceção do bem comum numa vertente personalista, a pessoa humana é o centro
justificativo do poder político e a razão de ser do poder comum ou a conceção
transpersonalista (Hegel) – mais importante o Estado do que a pessoa.
1- Anarquia: Não é possível delimitar o poder político, pois este deve ser abolido;
(i) Conflito permanente entre Direito e os factos. O Direito quer sempre condicionar e
regular os factos. Mas muitas vezes os factos não se deixam regular pelo Direito.
Acontece que os factos produzem juridicidade – As normas jurídicas escritas podem
perder efetividade, são normas desvitalizadas. Por vezes, a norma escrita é substituída
por uma norma não escrita. Nesse momento, o facto deixa de ser facto e passa a ser
Direito – Todo o DC é uma permanente luta entre os factos e o direito;
(ii) Qual o melhor poder? Governo das leis ou dos homens – O melhor poder é sempre
o poder delimitado pelo Direito:
O poder faz as normas e submete-se às suas próprias normas. Está
autolimitado – Estado de direito formal;
Também está limitado por direito superior ao do estado, emanado por outras
instituições – Estado de direito material (Por exemplo- DUDH, Ius cogens) –
está auto e heterolimitado.
4- Legitimidade do poder.
Não basta o poder sem conquistado de forma legítima, é necessário que seja
exercido também de forma legítima. Legitimidade quanto ao título ou quanto à forma,
conquistada pelo:
Poder carismático;
Poder de base tradicional;
Poder racional: Sempre um fenómeno jurídico captado pelo Direito.
Pode ser feita por normas escritas ou por normas não escritas. Nem todo o
direito é direito escrito - Normas morais, éticas/trato social. Há uma
normatividade descrita que regula o poder, mas também há uma não escrita,
pois nem todo o direito é escrito. A maior parte da constituição britânica é uma
constituição não escrita.
Pode ser regulado por factos (precedentes); A factualidade, dos factos pode
regular o poder o poder político, os factos podem indiciar e podem tornar-se
pautas normativas, critérios normativos
Por exemplo- Figura do precedente - Uma determinada situação factual foi resolvida
de certo modo. Amanhã uma situação factual idêntica deverá ser resolvida do mesmo
modo, em nome dos princípios da igualdade e da segurança; Factos reiterados,
repetidos podem ganharem convicções de obrigatoriedade e tornam-se costumes
Aula Nº11
Todos os países têm ao lado de uma constituição oficial (escrita) e não oficial (não
escrita), este é o grande problema do Direito Constitucional
Estado pré liberal- Existiram dois grandes períodos patentes do Estado pré liberal
Soberania- Significa que dentro do Estado não há poder superior ao próprio Estado.
Fora do Estado não poder superior a este
Modelo de estado grego- Vai do século XI ao século III antes de Cristo- Cidades-
estado/Pólis com reduzida dimensão territorial, é onde o conceito de democracia
nasce assim como as grandes coordenadas do discurso político e ideias de igualdade.
Surge as primeiras conceções filosóficas a propósito do poder político.
Modelo de estado romano- Vai do século II antes de cristo até ao século IV, começa
apenas na cidade Roma e mais tarde transforma-se num império. É neste período que
surge a distinção entre Direito Público e Direito Privado. Surgem também algumas das
principais instituições políticas modernas como a organização militar e exercício
individual e coletivo do poder. Está aqui a génese da ordem de valores judaico-cristãos.
Centralização do poder no rei, o Estado é o rei- Frase do rei Luís XIV- “O Estado
sou eu”;
O rei é titular de poder ilimitado, não só tem poder absoluto como o seu
próprio poder acima da lei, assim é superior a todos os poderes e leis;
Forte intervenção económica, social e cultural do Estado, (Estado polícia,
omnipresente) sendo assim um Estado intervencionista
O Estado liberal tem ao longo da sua história e evolução uma tensão permanente em
termos legitimidade de legitimidade do poder:
Estado neoliberal- Vem defender a ideia de menos estado então melhor estado,
redução da intervenção económica do Estado em nome de pressupostos
O estado é objeto de ataques que visam minar a centralidade do estado. Como é que
se observa esta fragmentação?
Compete a cada Estado dizer quem são os seus cidadãos existem dois principais
critérios para definir quem é cidadão:
A) Naturalização
B) Casamento
Nunca pode existir perda de cidadania portuguesa como sanção pela prática de um
ato ilícito, não pode ser uma pena. Esta nunca é irreversível
Situações de pluricidadania? - Quando alguém tem duas ou mais cidadanias.
1- Há dupla cidadania, mas uma delas é Portuguesa: Artigo 27º - Só pode ser tratado
como português
2- Há dupla cidadania, mas nenhuma delas é portuguesa: Artigo 28º - Deve ser tratado
de acordo com o estado em que tem residência habitual. Se não tiver residência em
nenhum país da sua nacionalidade, deve ser tratado como nacional do país com o qual
ele tem uma ligação mais estreita.
1- Princípio da Equiparação
Elemento do Território
É um elemento essencial para o exercício pleno do poder do estado. Define quem
são os cidadãos e é no território do Estado que os cidadãos têm pleno uso dos seus
direitos.
As fronteiras de um Estado não são matéria decisória desse Estado, o Estado não pode
dizer quais são as suas fronteiras, resulta do Direito Internacional.
Território- Detém três dimensões- Território terrestre, marítimo e aéreo no caso dos
países interiores não há esta dimensão marítima
- Zona económica exclusiva- O Estado tem o poder de extrair produtos naturais como
no caso da pesca, petróleo ou até minerais que se encontrem nessa zona. Nesta
dimensão o Estado apenas detém poderes de jurisdições limitados, o Estado não pode
limitar a liberdade de circulação marítima, pois vigora a liberdade de alto mar (Hugo
Grotius- Mare Liberum), o Estado apenas pode explorar até aos limites da necessidade
económica.
Observações históricas:
1- Todo o poder político está ligado ao Estado simplesmente o poder político ligado ao
estado, não esgota a dimensão desse poder político, porém pode haver poder político
sem estado, caso da ONU
2- O poder político que está ligado ao Estado é o que tem institucionalização jurídica-
Constituição, é esta que constitucionaliza o poder político do Estado, pode ser um
documento escrito- A constituição em sentido instrumental; Mas também pode ser
vista como a lei superior, a forma de ser escrita e modificada- A constituição em
sentido formal; É a constituição tudo aquilo que tem haver com a separação dos
poderes e liberdades e garantias dos cidadãos- Constituição em sentido material
3- O estado e o poder politico está limitado pelo direito, neste sentido todo o estado é
estado de direito- Estado limitado por uma ordem jurídica; Estado de direito formal-
Adota a medida X e se no dia seguinte não gostar altera a mesma para a medida Y,
levando à autolimitação- A Alemanha nazi era um Estado de direito formal, URSS
estalinista era um Estado de direito formal, é necessário que o poder politico esteja
limitado pelo Direito e que o Estado esteja limitado por este- Estado de direito
material
4- Diferencia-se do titular do poder político que é o povo e o exercício do povo que não
exerce diretamente o poder político, mas sim os nossos representantes daí a
denominação de democracia representativa, o poder é do povo e para o povo. O povo
detém poder constituintes- Poder de fazer e modificar a CRP
Aula Nº13
União real- Forma exclusiva de poder é a monarquia forma de governo; Na União Real
nem tudo começa no início, tem por base órgãos anteriores, existe o caso da Áustria e
Hungria- Origem do novo estado o império austro húngaro, assim aproveitam-se
órgãos já existentes nos estados-membros. Em suma, ao contrário da Federação a
União Real tem sempre uma forma monárquica, enquanto a federação nem sempre
tem forma monárquica. São estados que se juntam para criar um novo Estado – Reino
Unido ou Portugal e o Brasil entre 1815 e 1822.
União pessoal- Forma de governo, onde não há um estado composto, o que ocorre é
que pelas regras da sucessão o mesmo titular tem a chefia de dois estados; Por
exemplo nas cortes de Tomar com o caso de Filipe I de Portugal e Filipe II de Castela,
assim como o caso de Pedro I que era imperador do Brasil e Pedro II rei de Portugal. Os
estados mantém a sua independência. Em suma na união pessoal o que ocorre que é
que o rei é o mesmo – Exemplo da Commonwealth. Não é um Estado composto, há
apenas uma mesma titularidade.
1- Cada cidadão é sujeito a duas ordens jurídicas- Onde reside e onde se encontra,
está também sujeito à ordem jurídica da federação; A constituição tem um duplo
papel, há uma constituição da federação e uma constituição própria de um estado
federado; No caso dos EUA existem 51 constituições, cada pessoa é destinatário de
dois ordenamentos jurídicos. do Estado Federado e do Estado Federal. Com esta
particularidade, quem define a fronteira entre o poder constituinte dos estados-
membros e a do estado federal, é a constituição federal. Sem prejuízo da teoria dos
poderes implícitos: Se a constituição federal atribui à reunião determinados fins, deve-
se atribuir os meios necessários para a prossecução desses fins. A União tem ampliado
a sua intervenção à custa dos estados federados que providenciam os meios
necessários;
(I)- É a constituição federal que fixa os princípios a que os estados devem ficar
adstritos; supremacia da constituição federal, em particular, supremacia dos órgãos
jurisdicionais- tribunais;
Será que estamos perante uma nova forma de estado? Há quem entenda que sim e
que o estado regional fica a meio caminho entre o estado unitário e composto. Esses
autores defendem uma descentralização político-administrativa que confere
autonomia às regiões:
- Não se pode falar de estado regional, quando não é composto integralmente por
regiões autónomas de descentralização PA;
- Há regiões autónomas que têm mais poder que estados federados- Espanha- As
comunidades autónomas espanholas têm mais poder que os estados federados
brasileiros. As nossas regiões autónomas têm mais poder internacional que certos
estados federados.
Como é que se diferencia uma região autónoma das regiões administrativas? Uma
existe, a outra não existe instituída.
-> As regiões administrativas serão uma mera autarquia local. Essas regiões mesmo
que venham a ser criadas não contribuem em nada para o conceito de estado regional.
2- Estados não soberanos- Estados não são aceites e acolhidos no plano internacional;
Por exemplo: Estados Federados;
(V) Estado Neutralizado: Sem forças militares e forcas armadas caso da Áustria;
D) Falsos Estados: Comunidades territoriais que se designam como estados por razoes
históricas ou por questões meramente nominais, podem esconder uma realidade
colonial- Estado da India portuguesa (Goa, Damão, Dio). províncias ultramarinas que se
chamavam estados de angola Moçambique e angola que eram controlados por
Portugal
O que são os fins dos Estados? - Necessidades coletivas que estão a cargo da
sociedade política/ Necessidades que a sociedade política estadual visa satisfazer:
Segurança- O que justifica o porque do estado existir, a defesa dos seus valores, a
segurança invoca a ideia de paz, estabilidade e proteção da confiança principal razão
para as pessoas juntarem-se é a garantia da defesa dos próprios e dos bens. Leva a que
autores encontrem no Estado um propósito único: a segurança, como a doutrina de
Hobbes conduz a uma abdicação das liberdades de cada um em prol da garantia do
Leviatã.
Paz- Plano interno e externo- a possibilidade de recurso à forca, pode ser o último
mecanismo para manter a paz, sempre que há um ataque ou uma ameaça ao estado-
teoria de Israel contra o Hammas e de Hobbes. Tem uma vertente interna e uma
vertente externa, sempre com o recurso à força na sua base. A segurança está sempre
adjunta de mecanismos de força por parte do Estado, quer a níveis internos quer
quanto a ataques externos.
Aula Nº13
- A simples existência do Estado não garante a concretização dos seus fins. Para que os
fins do Estado sejam realizados, é necessário que este desenvolva uma atividade: as
funções do estado – A prossecução deste para atingir os seus fins.
Nem toda atividade do Estado envolve a prática de atos jurídicos, por exemplo dar
uma aula numa instituição publica, como no caso da FDUL, uma consulta médica,
realizar exames ou intervenções jurídicas- Há a dicotomia que as funções iguais à
atividade
O que são funções jurídicas? - As funções jurídicas são todas as práticas jurídicas, mas
dentro destas temos a função constituinte e as funções constituídas. fazer uma lei:
emanar um ato jurídico. Podem subdividir-se entre funções constituintes (atividade de
fazer ou modificar a Constituição) ou as funções constituídas (atividades desenvolvidas
ao abrigo da CRP – Exemplos: função legislativa, administrativa e jurisdicional. Como se
diferenciam?
A função judicial- Tem como objetivo resolver litígios que envolvem particulares ou
entre entidades publicas e particulares ou entidades públicas entre si. Esta a função
procura a paz jurídica e é protagonizada em exclusivo pelos tribunais, órgãos que
decidem os litígios numa posição de neutralidade, a garantia do caso julgado leva à
estabilidade. É a garantia através da intervenção dos tribunais, órgãos independentes
ao litígio que opõe A e B, sendo um terceiro relativamente aos interesses que estão em
jogo.
A função administrativa- Pode ser definida por exclusão das partes, ou seja, tudo
aquilo que envolva as questões estaduais, sem se conduzir à função administrativa
nem à judicial. consubstancia toda atividade jurídica desenvolvida pelo Estado, que
não origina a criação de leis. É tudo aquilo que o estado delibera menos a parte
legislativa e judicial.
As funções não jurídicas- São todas as práticas que não envolvem praticas jurídicas.
realizar uma intervenção cirúrgica é uma intervenção do Estado, mas não é jurídica.
Traduzem-se na prática de atos não jurídicos. Diferenciamos estas funções em duas,
sendo que dentro das funções não jurídicas temos a função política e a função
técnica
A prática dos atos no âmbito das funções não jurídicas pode produzir efeitos
jurídicos
Esta ideia de separação com interdependência dos EUA, opõe-se ao modelo rígido de
separação de poderes da matriz francesa.
→ O que distingue órgão de titular? O titular é a pessoa física que ocupa a função no
respetivo órgão.
A ideia de imputação – A ideia de atribuir os efeitos – que quem age é o órgão, mas os
efeitos são imputados à pessoa coletiva na qual ele se encontra.
Os órgãos (colegiais e singulares) podem ter vicissitudes que têm a ver com a
competência do órgão (ampliada ou restringida). As vicissitudes do titular podem
resultar na sua destituição ou dissolução. Nestes casos, o Direito conta sempre com
mecanismos de substituição, para evitar vazio político.
Processo jurídicos:
Aula Nº13
Quais são os principais sistemas eleitorais? São três os principais sistemas eleitorais:
Sistema maioritário
Sistema proporcional
Sistema misto
Uma volta- RU - 1 deputado por cada circunscrição (maioria simples), modelo também
norte-americano – tradicionalmente uninominal. Em suma é eleito o deputado que
tem o maior número de votos- modelo britânico e norte americano.
Duas voltas- França tem um sistema maioritário de 2 voltas (50%+1). O modelo francês
carece de maioria absoluta se não acontecer uma segunda volta. Na segunda volta
quem tem maior número de votos ganha, não é por isso necessária maioria absoluta
Duplo voto: num vota-se no deputado que servirá para uma circunscrição eleitoral (é
um círculo uninominal). Tem outro voto, a nível nacional, que é plurinominal (sistema
alemão). Há uma complementaridade entre características do sistema maioritário e do
sistema proporcional. Prevê também a representação das minorias e dos vencidos.
Modelo de estado sem partidos- Por exemplo: estado novo. sistemas partidários não
democráticos- Existência de um partido único
Mas também um direito que heterovincula o Estado: Estado de direito material. Este
princípio baseia-se na subordinação do decisor público, quer à legalidade, quer à
constituição. Há duas ideias nucleares:
-> Só pode decidir dentro da sua esfera de competência, que resulta sempre de uma
norma.
-> A forma como o faz é também um limite. Este princípio funciona então como
fundamento, como limite e como critério de decisão de todos os poderes públicos.
Princípio da Igualdade: Significa que todos somos iguais perante a lei, não pode
haver descriminações arbitrárias (Artigo 13º da CRP), no artigo 9º tem a ver
com uma ideia de materialidade da igualdade.
Princípio da Justiça: A ordem jurídica deve ser axiologicamente justa (normas
justas nunca desrespeitando os direitos fundamentais). A justiça de braço dado
com o estado social, com o princípio do bem-estar – fundamenta a existência
de descriminações alicerçadas num fundamento racional. Tratar com igualdade
o que é desigual, pode originar uma profunda injustiça. Também se conecta à
ideia de boa-fé: Se não há segurança e proteção da confiança, a justiça está
posta em causa.
- A ideia de adequação: estabelece uma relação entre os meios e os fins. Os meios têm
de ser idóneos para alcançar um fim. Não é possível à luz deste princípio, que a
adequação se demonstre insuficiente. O meio e o fim têm de estar diretamente
conectados. Se o meio nada tem a ver com o fim, a medida não é adequada, pode até
originar uma medida arbitrária. (“Em caso de pandemia, todos têm de usar a cor azul”)
A regra é que esta atividade se pauta pela aplicação do direito público: normalmente o
DP é o direito que regula as decisões das autoridades públicas. No entanto, há
exceções, onde o direito privado é usado. Dentro do direito público pode ser o direito
público interno, ou o direito internacional público, ou o direito público da EU, ou, em
casos externos, pode também haver a intervenção do direito estrangeiro. O poder
público é desenvolvido por entidades públicas.
Todavia, estas entidades públicas, podem exercer diretamente por si, ou podem criar
entidades privadas que são instrumentos criados também por si. Há aqui o exercício
indireto sobre forma privada, do Direito Público. No entanto, há outro fenómeno
excecional: a atividade pública ser confiada a entidades privadas, chama-se a isto:
exercício privado de soluções públicas. Esta ideia baseia-se na ideia de Estado Liberal.
Exemplos:
O parlamento veio desencadear isto: quando um ministro não agia de acordo com o
parlamento, o parlamento responsabilizava-o criminalmente. Se agissem em sentido
contrário ao parlamento, a composição do gabinete deveria representar a vontade da
maioria do parlamento. Passa de responsabilidade criminal para responsabilidade
política. Passou a existir aqui o primeiro pressuposto do governo parlamentear. O
parlamento rege o governo.
Há dois grandes modelos de Sistema Parlamentar:
Não só tem protagonismo quem tem maioria, como o líder da oposição tem
também: o chamado governo sombra, que faz uma cobertura de cada um dos
ministros eminentes, pronta a substituir o atual.
Sistema Presidencial
Nos EUA, na constituição de 1887, a mesma constituição que ainda vigora. Inspirado
no rei britânico do sec. XVII, foi moldado o estatuto do presidente dos EUA. Ainda em
termos históricos, o presidencialismo dos EUA conjuga-se com 2 outras realidades:
E ainda, o chamado presidencialismo puro, que é o caso dos EUA, acima referido.
Composto pela Câmara dos Representantes e pelo Senado (Princípio de igualdade dos
Estados – cada um tem 2 Senadores– vice-presidente dos EUA é presidente do Senado,
que em caso de empate, decide quem tem maioria).
O Presidente não é designado por sufrágio direto. Há uma fase em que os Democratas
e Republicanos vão procurar identificar quem é o seu candidato – As primárias –
Haverá́ uma convenção nacional de ambos, em que cada partido vai decidir, entre os
seus militantes, quem vai ser o candidato. No final das primárias, saberemos quem são
os candidatos.
A partir dai, vai haver eleições nacionais em que vão decidir os “grandes eleitores” –
pessoas que constam numa lista, apresentada por cada Estado, em que cada tem
tantos grandes eleitores como a soma de no de membros do senado (2) + no da
Câmara dos Representantes (Sistema maioritário a uma volta – quem ganha, leva
consigo todos: CR= 20 + Senado (2) = 22, logo, a lista dos candidatos a são 22 eleitos,
excluindo os outros). Os eleitores escolhem os eleitores afetos ao candidato A ou E.
O Presidente tem o veto bolso/veto algibeira – deixa o diploma, não veta, nem passa.
O poder de impedir também reside nos tribunais, porque esses podem fiscalizar a
constitucionalização das leis.
Os atos do executivo estão sujeitos a controlo de legalidade pelos tribunais, que são
controlados pelas leis, que só podem ser constitucionais, e as nomeações dependem
da conjugação da vontade do presidente que nomeia e o nomeado que não pode ter
objeções pelo senado
Difusão do presidencialismo norte americano
França em 1848 (2ª República francesa) - Liderada pelo sobrinho de Napoleão que
instaura este sistema político. Na 3ª república francesa já institui o parlamentarismo
de assembleia;
2) O segundo país que recebeu esta experiência foi Portugal– Sidónio Pais.
2. Há duas maiorias políticas, a que elege o presidente da Républica e o que elegeu a
maioria parlamentar: primeiro-ministro. Enquanto chefe da maioria, escolhe o
primeiro-ministro.
-> PR: Tem direito de veto no governo e no parlamento. É ele que preside às reuniões
do executivo. O PR pode instrumentalizar o PM e os ministros à execução da sua
política. Quando há sintonia política, o PM executa o que lhe é ordenado pelo PR. O PR
francês controla o governo e a maioria parlamentar, podendo-o destituir facilmente.
Tem um papel importante e autónomo no desencadear do referendo.
No modelo francês quando há sintonia de maioria, não é presidencial, mas sim híper
presidencial. Quando não há sintonia de maioria (coabitação), o modelo funciona com
um decréscimo de poder do PR.
2. Cesarismo;
3. Governo do Chanceler
1- A Monarquia Limitada
3. O Governo de Chanceler
A própria existência do Direito, já é, por si só, uma limitação ao poder do Estado. Já
sabemos que todos os princípios acima referidos, que pautam a atividade decisória,
também são limites.
O enquadramento histórico da limitação do poder, pode ter três configurações:
O problema dos limites aos limites não jurídicos: O uso de notícias falsas, deve ser
admitida como liberdade de expressão, ou deve ser um limite? Se for um limite, quem
o controla e impõe? Não será́ isto um ato de censura? Como se pode então limitar
juridicamente as limitações não jurídicas?
É este o maior desafio da atualidade.
A exigência de maiorias qualificadas. Quanto maior for a maioria exigida para aprovar
um determinado diploma, mais importante é alargado o consenso, logo maior é o
controlo. A maioria tem de ser previamente decidida, porque há variadíssimas formas
de maioria.
Aula de dúvidas-
Teoria da Constituição