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Oral de melhoria Direito Romano

Tema: A queda do principado e o início do dominado

Pontos a abordar:

1. Introdução- Contextualização histórica


2. A queda do principado
3. Crise internas e instabilidade política
4. Ascensão de generais militares
5. O declínio do poder do Senado
6. A crise do Século III
7. O início do Dominado
8. Ascensão de Diocleciano e a Tetrarquia
9. Constantino e o Edito de Milão
10. Mudanças no sistema legal e jurídico
11. Decadência do sistema jurídico clássico
12. Códigos imperiais e a codificação do direito
13. Impactos a longo prazo
14. Considerações finais

1- Contextualização histórica- O Principado, fora inaugurado por Octávio Augusto,


consolidou-se como uma forma de governo estável e eficaz após as diversas
manifestações e revoltas contra a República. Assim o Príncipe era considerado o
primeiro senador, o primeiro cidadão e o primeiro magistrado, tendo como principais
poderes o tribunicia potetas e imperium proconsular maios. Este sistema, era
essencialmente caracterizado pela coexistência aparentemente equilibrada entre o poder
do Príncipe e as instituições republicanas, viu seu declínio a partir do século III.

As causas que levaram à queda do Principado são multifacetadas. Dentre elas, destaca-
se a crise econômica que afetou a estabilidade financeira do Império, exacerbada por
problemas como a inflação e a diminuição da produção agrícola.

Outro fator a ter em conta eram as constantes ameaças externas, aliadas às lutas internas
pelo poder, que prejudicaram a coesão política do Principado.

A ascensão de líderes militares ambiciosos e a instabilidade política evidenciaram a


necessidade de uma mudança estrutural no sistema de governo. O Principado, outrora
eficiente, mostrou-se incapaz de lidar com as complexidades do momento, abrindo
espaço para a transição para o período do Dominado.
No decorrer deste tema, explorarei não apenas os eventos que precipitaram a queda do
Principado, mas também as transformações que deram início ao Dominado, delineando
as mudanças nas esferas política e jurídica que moldaram a direção subsequente da
história romana.

2- A queda do principado- A queda do Principado refere-se a um período de transição


na história do Império Romano que marcou o fim do governo autocrático dos príncipes
(principes em latim), característico do Principado, e o início de uma nova fase
conhecida como o Dominado (Dominate em latim). O Principado foi estabelecido por
Octávio Augusto (também conhecido como Augusto), que se tornou o primeiro
imperador de Roma em 27 a.C. e governou até 14 d.C.

O Principado foi caracterizado por um governo centralizado em um líder hereditário que


mantinha uma fachada republicana, preservando algumas instituições republicanas
tradicionais, como o Senado Romano. No entanto, ao longo do tempo, essa estrutura
política enfrentou desafios e transformações que levaram à sua queda.

No fundo “Roma cai porque perde os seus valores morais”

3- Crise internas e instabilidade política- O Principado caracterizou-se


essencialmente pelos diversos desafios económicos, assim Roma enfrentou diversos
desafios económicos, incluindo a exploração excessiva das províncias, o aumento da
carga tributária e a inflação.

Redução do número de escravos (Diminuição do trabalho no campo, redução da


produtividade levando à fome e ao abandono dos campos), assim a dependência de
escravos na produção agrícola também gerou tensões sociais e económicas.

Para além destas crises de foro financeiro existiam um enorme descontentamento social.
A sociedade romana experienciou uma crescente desigualdade social, com a
aristocracia, os patrícios, acumulando vastas riquezas enquanto as classes mais baixas,
os plebeus sofriam com dificuldades financeira. As revoltas e manifestações entre os
estratos sociais criou uma atmosfera propícia para agitações políticas ainda maiores.

Em termos de instabilidade política, existiu uma desagregação política com


consequências económicas grandes devido à incapacidade de manter os vínculos
institucionais em Roma de todas as parcelas do império que obrigou a iniciar um
processo de autonomia política das províncias. Assim o período do Principado
caracterizou-se por um vasto número de imperadores, alguns dos quais não conseguiram
garantir estabilidade política a longo prazo. O sistema de sucessão imperial levava
frequentemente a conflitos e intrigas, contribuindo para assim para fragilidade política.

Em termos religiosos o cristianismo começou a difundir-se pelo império ameaçando a


figura do imperador enquanto divino e introduzindo a separação entre os poderes
político e religioso

4- Ascensão de generais militares- Como fora referido anteriormente, durante o


período do Principado, o Império Romano enfrentou diversas crises, como financeiras,
sociais e políticas, levando ao descontentamento geral.

Existiam um aspeto que era necessário ter em conta que era o papel no exercito, mais
especificamente a lealdade dos generais militares que muitas vezes estava mais voltada
para o exército do que para o governo central, criando assim uma dinâmica de poder
complexa.
As oportunidades de promoção eram uma forma eficaz de ascender socialmente em
Roma, frequentemente dependia do sucesso militar, incentivando os generais a
buscarem avanço político através de conquistas militares.

Existiram como principais exemplos de generais militares relevantes- Júlio César: Fora
uma figura-chave que atravessou o final do período da República até o início do
Principado. As suas campanhas militares e a subsequente concessão de poderes
extraordinários desempenharam um papel significativo; E temos ainda Augusto
(Otaviano): Após a morte de César, Otaviano emergiu como um líder militar e político,
eventualmente estabelecendo o Principado após a derrota de Marco António na Batalha
de Ácio em 31 a.C.

Assiste-se a uma desromanização do Império devido à presença de romanos na


titularidade dos cargos que se vai esvaziando, a península itálica gastava mais do que ao
que produzia, a sua demografia entra numa crise profunda existindo uma deslocação da
política imperial romana para as províncias.

Recrutamento de pessoal oriundo das províncias do Império para o exército abriu


caminho para as divisões territoriais e étnicas, em apoio às reivindicações da autonomia,
denominada de “revolta dos povos” e ao enfraquecimento do exército enquanto
instrumento firme de unidade política

5- O declínio do poder do Senado- Erosão da Tradição Republicana: O Principado


marcou um afastamento das estruturas tradicionais republicanas, onde o Senado detinha
grande parte do poder. O Senado passou a ser controlado pelo imperador devido ao
facto de que o imperador acumulou poderes significativos, muitas vezes contornando ou
ignorando as decisões do Senado. É importante referir que os generais militares
interferiam frequentemente nas atividades políticas, prejudicando ainda mais a
autoridade do Senado.

Existiram diversas medidas que contribuíram para o declínio desta instituição


republicana: Sendo as reformas de Augusto, onde este procurou consolidar o seu poder e
estabelecer uma nova ordem. As suas reformas incluíram a criação de uma Guarda
Pretoriana leal ao imperador, diminuindo assim a dependência do Senado. Houve ainda
diversas Concessões ao Senado, ou seja, apesar do declínio real do poder, os
imperadores ainda mantinham uma relação simbiótica com o Senado, permitindo que
este mantivesse certos privilégios e funções cerimoniais.

6- A crise do Século III- A Crise do Século III ocorreu aproximadamente entre os anos
235 e 284 d.C e é um período caracterizado por uma série de desafios internos e
externos que abalaram a estabilidade do Império Romano.

Destacou-se pelas pressões económicas e sociais em termos económicos destaca-se


exploração excessiva dos recursos do Império, a desvalorização da moeda, a
hiperinflação e ainda o declínio da produção agrícola e aumento da carga tributária. No
que toca a impactos sociais é necessário fazer-se uma referência ao crescimento das
desigualdades sociais, ao elevado descontentamento entre as classes urbanas e rurais e
ao aumento da dependência do trabalho escravo.
Houve uma forte pressão militar devido às invasões bárbaras que se caracterizou pelas
incursões de tribos germânicas e asiáticas, a pressão contínua nas fronteiras do império
e os desafios para as forças militares romanas em múltiplas frentes. Os desafios
militares internos tiveram como principais características o crescimento do poder dos
comandantes militares e regionais, assim como os conflitos internos entre as diferentes
legiões.

Para além dos fatores económicos, sociais e militares, a instabilidade Política e sucessão
caótica foi um fator preponderante nesta transformação. Existiu uma série séries de
assassinatos de imperadores (Colocar exemplos), assim como rápidas e instáveis
sucessões ao trono. Isto refletia-se de forma inerente numa fraqueza do poder central e
falta de liderança efetiva.
Perante estes desafios a autoridade imperial via-se enfraquecida, houve diversas
divisões no império resultantes de sucessões problemáticas como fora referido
anteriormente a emergência de impérios efêmeros e rivais.

Em consequência a todos estes fatores existiu uma desintegração do sistema


administrativo romano prendendo-se à descentralização do Poder que se caracterizou
pela perda de controle central sobre as províncias, pelo crescimento do poder dos
governadores provinciais e pela fragmentação administrativa e descentralização do
governo.

Em termos de administração, era marcada pela corrupção e incompetência nos escalões


administrativos, assim como a falta de recursos para manter a estrutura administrativa.

Houve um enorme declínio no setor de agrícola, mais precisamente em mudanças na


economia agrícola. Existiu uma enorme redução da produção agrícola devido à escassez
de mão de obra, assim como o abandono de terras e declínio das propriedades rurais.
Outro fator bastante preponderante era o caso do deslocamento populacional em direção
às cidades em busca de melhores oportunidades.

O setor agrícola levou a um impacto na distribuição de alimentos. De uma maneira geral


existia uma enorme escassez de alimentos devido ao declínio na produção agrícola,
assim como diversos desafios na distribuição eficiente de alimentos para a população.

Em síntese a crise do Século III representou um ponto crítico na história do Império


Romano, marcado por desafios económicos, militares e políticos. Estes fatores
cumulativos contribuíram para a desintegração do Principado, preparando assim todo o
império para as transformações que levariam ao início do período Dominado. Explicarei
melhor a transição do Principado para o Dominado.

7- O início do Dominado- O período do Dominado na história romana foi caracterizado


por uma mudança significativa na estrutura de poder e na administração do Império
Romano. Esse período sucedeu ao Principado e foi marcado por uma série de
transformações políticas, sociais e econômicas.
8- Ascensão de Diocleciano e a Tetrarquia- Diocleciano, foi um comandante militar
de origem humilde, ascendeu ao trono em 284 d.C., em meio a uma época de
instabilidade e crise no Império Romano. Para lidar com os desafios, Diocleciano
implementou a Tetrarquia, um sistema de governo dividido entre quatro líderes.

Diocleciano centralizou o poder e lutou contra a desagregação do império, criou um


regime autoritário, onde este se intitula de Deus, o seu poder advém de uma ordem
divina e não lex curiata de imperium. Existe uma rivalidade entre Diocleciano e o chefe
da Igreja, este defende também uma nova romanização através de diversas medidas tais
como a criação de um aparelho de funcionários militares, reforma no aparelho do estado
através de uma reforma fiscal que chegue a Roma e aumente a receita pública. Mais
tarde reconhece que não é possível criar essa romanização devido ao império ser tão
vasto daí proceder à divisão de todo o império romano, mais especificamente a
Tetrarquia.

Tetrarquia: Divisão do Poder. A explicação do conceito de Tetrarquia, que dividiu o


Império em duas partes ocidentais e duas partes orientais. Cada parte era liderada por
um Augusto (Co-imperador) e um César (Um herdeiro designado). A tetrarquia tinha
como principais objetivos uma abordagem sobre como a Tetrarquia procurava fortalecer
a defesa do Império e resolver questões administrativas. Sendo que a principal intenção
de garantir uma transição suave de liderança e estabilidade política.

9- Constantino e o Edito de Milão- Constantino, filho de Constâncio Cloro, emergiu


como uma figura crucial durante o período da Tetrarquia e, eventualmente, tornou-se o
único governante do Império Romano após uma série de conflitos internos.

Constantino ascendeu ao poder, após derrotar seus rivais na Batalha da Ponte Mílvia em
312 d.C. É importante também referir a importância do Edito de Milão que tem como
data 313 d.C.

O Edito de Milão, fora emitido por Constantino em conjunto com Licínio e garantia a
liberdade religiosa e tolerância para todos os cultos, pondo assim fim à perseguição dos
cristãos. O seu impacto foi enorme principalmente no que toca à discussão sobre como
o Edito de Milão influenciou a história religiosa e política. Teve como efeito principal o
facto de o cristianismo ser uma religião aceite e a influência duradoura de Constantino
no desenvolvimento do Império

Em conclusão a ascensão de Diocleciano e a Tetrarquia prepararam o terreno para


Constantino, cujas ações, incluindo o Edito de Milão, deixaram um impacto duradouro
na história romana e no subsequente desenvolvimento do Império. Esta transição do
Principado para o Dominado marcou uma fase crucial na evolução do Império Romano.

10- Mudanças no sistema legal e jurídico- Em termos de mudanças no sistema legal e


jurídico, durante a transição do Principado para o Dominado, ocorreram transformações
significativas no sistema legal e jurídico romano, refletindo as mudanças políticas e
sociais desse período.
A centralização do poder imperial prendeu-se com o declínio do Principado, houve uma
maior centralização do poder nas mãos dos imperadores. Assim o imperador passou a
desempenhar um papel mais ativo na formulação e aplicação das leis.

Os principais desafios na aplicação do Direito eram a instabilidade política e as lutas


internas impactaram a aplicação consistente das leis. O enfraquecimento das instituições
tradicionais, como o Senado, influenciou a eficácia do sistema jurídico.

11- Decadência do sistema jurídico clássico- Houve uma decadência do sistema


jurídico clássico: A decadência do sistema jurídico clássico reflete os desafios
enfrentados pela estrutura legal romana durante esse período de transição. Eram os
principais desafios da corrupção e nepotismo, com o aumento da corrupção e nepotismo
prejudicaram a integridade do sistema jurídico. A indicação de magistrados com base
em conexões políticas em detrimento da competência legal.

Os procedimentos jurídicos revelavam-se ineficazes, ou seja, os procedimentos judiciais


muitas vezes tornaram-se mais lentos e sujeitos a influências externas.
A falta de recursos e a instabilidade contribuíram para a ineficácia do sistema judicial.

12- Códigos imperiais e a codificação do direito- Uma das principais marcas do


Dominado foram os códigos imperiais e a codificação do Direito:

Como resposta às mudanças e desafios enfrentados, os imperadores buscaram


consolidar e sistematizar as leis romanas por meio de códigos imperiais.

Os códigos foram criados como resposta à instabilidade, assim os imperadores


perceberam a necessidade de consolidar as leis para garantir estabilidade. Um exemplo
notável foi o código de Diocleciano e a Codificação de Justiniano que foram muito
relevantes. O Código de Diocleciano (Edictum Diocletiani) foi emitido em 293 d.C.,
procurou consolidar, simplificar as leis e refletiu a tendência de regulação rigorosa e
hierárquica. Já a codificação de Justiniano O código Justiniano consiste na compilação
de constituições imperiais (lex) e jurisprudência (doutrina) sobretudo, mas não só de ius
publice respondendi.
Composto por 4 obras: códex que são constituições imperiais, Digesto/pandectas- 50
livros que integram apenas a jurisprudência, opiniões dos jurisprudentes que pretendem
responder ao ius, o que está escrito no Digesto é intemporal (Serve de inspiração
jurídica atualmente), sendo a obra magna do CJ e a mais utilizada até aos dias de hoje.
Institutas- Manual escolar, é no seu preâmbulo que encontramos as regras jurídicas para
a interpretação que envolve quatro áreas: Contratos, coisas, família, sucessões.
Novelas- São as novas constituições imperiais (Corpus Juris Civilis) que foi
comissionada por Justiniano no século VI, foi uma compilação abrangente das leis
romanas. Incluiu ainda o "Digesto," o "Institutas," o "Código" e as "Novelas."

13- Impactos a longo prazo- As mudanças no sistema legal e jurídico durante a


transição do Principado para o Dominado tiveram impactos duradouros na evolução do
Direito Romano. A codificação das leis estabeleceu as bases para os futuros sistemas
jurídicos na Europa, influenciando o desenvolvimento do direito civil em muitas
sociedades ocidentais. Além disso, a descentralização do poder judiciário teve
implicações a longo prazo na autonomia das províncias e na forma como o direito era
aplicado e interpretado em diferentes regiões do Império.

Em relação à queda dos impérios;

Do Ocidente foi em 476, a penetração dos bárbaros dentro das fronteiras do império,
levou a uma barbarização geral do ocidente, Roma cai definitivamente- Rómulo
Augústulo é o último imperador

Do Oriente- a sua queda deu-se foi 1453. O império do Oriente, mais rico e sobretudo
mais bem organizado, não sucumbiu às invasões bárbaras. Veio a desaparecer quando os
turcos se apoderaram de Constantinopla

14- Considerações Finais- A transição do Principado para o Dominado não apenas


marcou o declínio de uma forma específica de governo, mas também desencadeou
mudanças profundas no cenário legal romano. O processo de codificação reflete a
necessidade de adaptar o direito às circunstâncias em constante mudança, enquanto a
decadência do sistema jurídico clássico revela as complexidades enfrentadas pelo
Império em seus últimos estágios. Essas transformações deixaram um legado duradouro,
moldando os fundamentos do direito em muitas sociedades ao longo da história.

Em conclusão: A transição do Principado para o Dominado no Direito Romano não


apenas testemunhou mudanças políticas, mas também teve implicações profundas no
sistema legal e jurídico. A decadência do sistema jurídico clássico e a posterior
codificação das leis refletem a complexidade desse período crucial na história romana.
Essas transformações moldaram não apenas o destino do Império, mas também o legado
duradouro do Direito Romano.

A queda do Principado e o início do Dominado representaram uma transformação


fundamental na estrutura política e no exercício do poder dentro do Império Romano.
Essa transição teve implicações significativas para o desenvolvimento do Direito
Romano e para a própria natureza do governo imperial em Roma.

Imperium- Poder do rex e dos magistrados

Lex rogate- A expressão "Lex Rogatae" remete a um processo legislativo da Roma


Antiga, onde as leis eram propostas pelos magistrados e submetidas à aprovação
popular em comícios. Este método envolvia a apresentação formal da lei ao povo
romano (Promulgatio), depois discute-se as leis em praça pública (Conciones), mais
tarde ocorria o pedido de aprovação do projeto de lex após a leitura desta (Rogatio), que
exercia assim o seu direito de voto (Votação). Este processo democrático destacava a
importância da participação popular na criação das leis e refletia o compromisso da
República com os princípios de um governo representativo. As leis aprovadas pelo
senado desta forma desempenhavam assim um papel vital na evolução do sistema
jurídico romano, demonstrando assim a interligação entre a autoridade legislativa e a
vontade da população. Por último eram afixadas
Auctoritas patrum- Consentimento, ratificação das deliberações de outros órgãos, para
que elas fossem válidas

Mores Maiorum- Conjunto de regras não escritas, tradição de uma comprovada


moralidade dos romanos

Imperium- Poder supremo e ilimitado do comando; Poder de criar normas que vinculam
todo o império, ou seja, poder de impor leis

Imperium militae- Poder de defender militarmente Roma

Imperium domi- Poder de administração da cidade

Potestas – Poder de representar o povo de Roma e de o vincular

Ius civile: Direito dos cidadãos aplicável nas relações jurídicas entre cidadãos- Objetivo,
segue rituais e é criado através dos Mores Maiorum. Aplica-se a todas as relações entre
civis. As suas fontes são: Os mores maiorum, as leges aprovadas nos Comitia, a
jurisprudência e os pareceres do Senado (Senatus-Consultum).

Ius Publici Respondendi- Consiste numa autorização/ direito dado pelo prínceps que
permitia aos jurisprudentes vincularem com a sua opinião aqueles que os consultavam.
Ao criar o Ius Publici Respondendi, ainda que não tenha impedido ninguém de exercer a
atividade de jurisprudente, esta deixou de fazer sentido, uma vez que os outros
jurisprudentes viram a sua palavra desvalorizada e deixaram de ser procurados pelos
particulares.

Iurisdictium: Poder de administrar a justiça, de dizer o direito

Lex- É uma das fontes de direito por excelência, mas não a mais importante; - É toda a
norma escrita que pode ser lida; - Declaração solene com valor normativo (regra
jurídica-comando) baseado num acordo (expresso ou tácito) entre quem emite a
declaração e os seus destinatários/os; - A lex vincula quem declara e o seu
destinatário(s); - Proposta pelos magistrados; - Aprovada pelos comitia (todos os
cidadãos) e pelo senado.

Fontes do Ius Civile: - Origem nos Mores Maiorum; - Origem nas Leges; - Origem no
trabalho dos jurisprudentes; - Origem no Senatus- consultos; - Origem nas constituições
imperiais

Ius Honorarium: direito criado pelos magistrados no exercício das suas funções. Este
direito é materializado nos Editos- trabalho interpretativo do ius civile feito pelos
Magistrados;

Ius Pratarium: Direito criado pelo pretor na interpretação e integração do ius civile
aplicado na resolução do caso concreto.
Acio- É um direito de reclamação decorrente das relações com ius civile

Iurisdictio – poder de aplicar o direito aos casos concretos em que há litígio

Intercessio – direito de opor o seu veto aos actos de outros magistrados

3 grandes momentos:
- Lei das XII Tábuas: Passamos a ter o Direito escrito (Há um direito certo) - Direito
deixa de ser conhecimento apenas dos pontífices e passa a ser conhecido por todos.

- Ius Flavium: Cneu Flávio era um escravo de um pontífice sacerdote. No entanto o


sacerdote cego, mas vai continuar a interpretar os desígnios dos Deuses através dos
olhos de Flávio- Por sua vez, Flávio escreve uma compilação de interpretações dos
Mores Maiorum- Começou a ser percebido que todos podiam ter acesso ao Direito e
todos podiam ser interpretes. Direito deixa de ser redutível a alguns e começa a ser de
todos.

- Ensino público do Direito por Tibério Coruncâneo: Tibério Coruncâneo vai em


praça pública começar a ensinar direito- Possibilita que todos possam ter acesso ao
Ensino do Direito.

Código de Justiniano

É composto por 4 grandes obras:

- Codex: Constituições Imperiais- leis dos imperadores para resolverem casos concretos
(podem até ser questões perenes- que perdem utilidade).

- Digesto: 50 livros que integram apenas a doutrina (Iura)- Opiniões dos jurisprudentes
que pretendem responder ao ius- o que está escrito no digesto é intemporal (serve de
inspiração jurídica atualmente.

No entanto, há exceções: Apenas estão no digesto opiniões daqueles que tinham Ius
Publica Respondendi.

É através do Digesto que conhecemos a jurisprudência, lemos e sabemos o Direito que


foi construído pelos mesmos, conhecemos a construção jurídica de Roma.

Institutas: Manual escolar de ensino do Direito, é no seu preâmbulo que encontramos


as regras jurídicas para a interpretação.

Novelas: Corresponde à lei nova- compilação de constituições imperiais que não


estavam no Código.

Escola do séc. XVIII- Escola dos Usos Modernos Pandectum


Pandectas: Designação grega do Digesto.

Esta escola pretendia retirar do Direito que é temporal e manter atemporal - Estas
soluções jurídicas atemporais influenciam o Direito atual.

- Senado: As opiniões emitidas pelo Senado (Senatus-consultum- SCC) eram meros


pareceres não vinculativos.

No ano 10 d.C o Senatus Consulto Silanianum foi adotado com forca obrigatória geral.
Augusto, ao se aperceber desta situação, dá poder legislativo ao Senado e, desta forma,
tira-lhes o poder político concentrando-o na sua figura.

- Comitia: Após a entrega do poder legislativo ao senado os comitia vão começar a ser
menos convocados e perdem importância.

- Magistrados: A partir de Augusto sofrem alterações:

- Cônsul: Deixa de ser eleito porque o Príncipe torna-se 1º Cônsul com poder vitalício

- Ditador: Deixa de existir devido ao poder vitalício do Príncipe

- Pretor: Príncipe cria o tribunal do Príncipe para concorrer com esta magistratura. Em
130 d.C. surge o Édito Perpetuum que vai diminuir a importância do pretor.

- Censor: torna-se funcionário do Príncipe.


→ Aparelho de Estado controlado pelo poder político.

- Jurisprudência: Com a ius publici respondendi regula-se a opinião na cidade de


Roma

A Lei das Citações- Um conjunto de cinco jurisprudentes, cujas opiniões eram as únicas
que podiam ser invocadas em tribunal:

- Gaio
- Papiniano
- Ulpiano
- Modestinus

- Paulo

Diz-se que este era o tribunal dos mortos, pois só se podia invocar a opinião de autores
já mortos, o que consistia numa mais-valia na perspetiva do imperador, uma vez que
este determinava quais dessas opiniões eram válidas, ou seja, este escolhia as fontes de
direito que entendia que deviam ser utilizadas. Se houvesse empate de opiniões, seguia-
se a opinião de Papiniano, e só se Papiniano não se pronunciasse sobre o assunto, é que
ficava a cargo do juiz escolher o que aplicar.

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