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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

História Antiga
HIS114(A)

Ismael Honório da Silva


201566059A

JUIZ DE FORA
2016
RESUMO

CAPÍTULO IX

Diocleciano e Constantino: A construção do DOMINATO

O Dominato, que foi uma modalidade específica de um sistema político-ideológico corresponde ao Baixo
Império, ou seja, a ultima fase da Civilização Romana. Durante muito tempo a reconstrução histórica do
Dominato por parte da historiografia foi marcada por um preconceito contra esse período, tido como um
momento de declínio, queda, ruína ou esgotamento. Roma e seu Império, que já tinham cerca de dez séculos,
pareciam encontrar sérios obstáculos para a sua manutenção em virtude de inúmeros reveses políticos,
econômicos e culturais, e mais, deve-se lembrar dos múltiplos problemas de ordem externa, como por
exemplo, as invasões bárbaras.
Os historiadores europeus e norte-americanos tiveram interesse particular na fase final do Império Romano,
desde pelo menos o século XIX, eles produziram muitas interpretações acerca do sentido do processo
histórico iniciado a partir da superação da Anarquia Militar. Pode-se classificar as escolas historiográficas
que interpretaram o fim do Mundo Antigo em três vertentes principais.
Em primeiro lugar, alguns autores são filiados a uma explicação de caráter eminentemente político, que
apresenta um juízo de valor negativo a respeito da conformação do Estado no Baixo Império, parte-se do
pressuposto de que o Estado não se organizou intimamente com a sociedade da época. O desastre completo,
na opinião desses autores foi o resultado das medidas, como o fiscalismo, aumento do exército e da
burocracia, mesmo sendo adotadas com o objetivo de garantir a unidade e perpetuação do Império.
No segundo caso, há um conjunto de explicações de caráter materialista que unem as transformações na
estrutura político-ideológica do Baixo Império às contradições inerentes ao modo de produção escravista.
Assim, o fim do Mundo Antigo estaria condicionado pelas deficiências observadas no âmbito do sistema
produtivo. A utilização extensiva do trabalho escravo acentuou a crise.
Por último, esses autores tentam apresentar uma reinterpretação do tema da “decadência” do Império
Romano sob uma outra ótica diferente. Existe uma visão excessivamente pessimista sobre a desagregação do
Império Romano do Ocidente que desde o Renascimento não deixa de influenciar os historiadores. Os
autores concluem que o fim do Mundo Antigo não pode ser visto como um período de decadência, mas sim
de surgimento de novas concepções estéticas e religiosas, novas invenções e técnicas artísticas que vão
influenciar as sociedades posteriores. Surge uma nova visão de mundo, supera-se um modo de produção e é
instaurado um novo padrão de organização política.
Devemos observar que o início do Dominato não coincidiu com a superação imediata de todos os problemas
que atingiram o Império desde a Anarquia Militar. Problema como, a defesa das fronteiras já era um
problema crônico que se tornou praticamente grave ao coincidir com as desordens internas, ao mesmo
tempo, o processo inflacionário, a escassez de metal e as guerras civis tornavam bastante difícil a
manutenção de um nível satisfatório de arrecadação. Devido essa conjuntura, eram necessárias medidas
estruturais para sobrepujar a crise, como Diocleciano tentou.
Diocleciano restaurou e reorganizou o Estado para assegurar a manutenção do exército e, consequentemente,
a defesa do Império. Ele pode ser considerado o primeiro imperador bizantino, pois suas medidas foram
responsáveis pela manutenção do Império Romano do Ocidente até 476 e estabeleceram as bases sobre as
quais se ergueu o Império Bizantino.
Uma política inovadora criada por Diocleciano foi a Tetrarquia e foi uma forma de governar o extenso e
complexo Império. O sistema tetrárquico baseava-se em três princípios: a hierarquia, fixada pela antiguidade
no cargo, a cooptação entre os Césares no reconhecimento de preeminência dos Augustos e os vínculos
familiares de adoção e casamento.
A administração pública tornou-se amplamente burocratizada em virtude da criação de uma forte
hierarquização na formação do corpo de funcionários, responsável pelo surgimento de uma aguda
consciência de posição social e prestígio político entre as distintas categorias de serviços estatais. Outro
elemento fundamental para o processo de burocratização característico do Baixo Império foi a crescente
especialização das funções. Os esforços de centralização do poder em torno do dominus implicaram um
amplo processo de reformulação política que atingiu quatro grandes setores: a corte, a administração central,
a administração provincial e o exército. O esvaziamento da cidade de Roma como centro decisório iniciado
por Diocleciano tornou-se definitivo com Constantino que, em 313, dissolve a antiga guarda pretoriana. O
reaparelhamento do Estado no Baixo Império teve como objetivo, portanto, fornecer ao governo central
condições para agir efetivamente na esfera da administração pública por meio de instrumentos aperfeiçoados
que lhe permitissem assumir tarefas cada vez mais numerosas e, em consequência, exercer um controle
maior sobre a sociedade.
Constantino organiza um grande contingente móvel, estacionado em posição central e pronto para intervir
em um ponto ou outro do território. Além disso, Constantino reorganizou a hierarquia do exército aos moldes
da burocracia civil.
Diocleciano trouxe mudanças inovadoras em matéria fiscal, ele reorganizou as requisições irregulares,
criadas por Severo, e os impostos diretos num elaborado sistema no qual a taxação principal incidia sobre a
agricultura. O novo sistema fiscal se caracterizou por uma crescente imposição de pagamento de impostos in
natura cujas implicações econômicas foram muito importantes. Os efeitos das inovações de Diocleciano não
devem ter sido tão expressivos, pois sem inovações tecnológicas havia um limite para a produtividade,
porém o novo sistema de arrecadação deve ter assegurado um bom grau de recuperação de recursos para o
Estado. Constantino continua com as novas medidas fiscais e adiciona o crisárgio, um imposto pago em ouro
ou prata a cada quatro ou cinco anos. No século IV, foi criado o solidus, um lingote de ouro com chancela
imperial que se manteve estável e se tornou o padrão monetário no Império Bizantino.
Torna-se evidente a tendência de nivelamento entre os humiliores diante do empobrecimento registrado tanto
no campo como nas cidades e o fato de que, no período em estudo, a diferenciação entre livres e não livres
tinha pouca importância nas relações sociais.
Em conclusão, o Baixo Império não deve ser entendido como um período catastrófico, mas como um
momento de adaptação, de modificações num sistema que levaram ao início de outro.

COMENTÁRIO
O texto foi muito esclarecedor e me ajudou a compreender melhor o período final do Império e quebrar a
visão de que foi um momento catastrófico.

CAPÍTULO X

O pobre

QUESTIONÁRIO

1- porque gregos e romanos representavam de modo quase idêntico a tipologia estrutural e


conjuntural da pobreza?
2- porque a pobreza de massa nas sociedades antigas, assim como nas pré-industriais modernas,
era um fenômeno rural?
3- Porque não sabemos do quanto era necessário para a subsistência em Roma?
4- Qual era o tamanho da diferença entre ricos e pobres pelos seus rendimentos respectivos?
5- Porque a situação do pobre artesão e negociante era melhor do que outra categoria de pobreza?
6- Por que a pobreza urbana e as condições de vida nas ruas atraíam a atenção dos escritores e os
receios dos ricos?
7-Quais foram os fatos conjunturais e estruturais que suspenderam as relações de dependência
rural entre o camponês e o seu feudatário?
8-Segundo os estatutos da sociedade romana o termo pobre designava o quê?
9-Como era a situação higiênica e sanitária em Roma, levando em conta a sua grande extensão?
10-quais aspectos das associações de trabalhadores são significativos em termos de diferenciação
social?

BIBLIOGRAFIA
CAPÍTULO IX: DIOCLECIANO E CONSTANTINO: A CONSTRUÇÃO DO DOMINATO- POR GILVA
VENTURA DA SILVA E NORMA MUSCO MENDES IN:_______; MENDES,N (ORGS) REPENSANDO
O IMPÉRIO ROMANO. RIO DE JANEIRO, MAUAD, VITORIA, ES:EDUFES,2006 – PAGS 193 -221

CAPÍTULO X: O POBRE – POR C. R. WHITTACKER IN: GIARDINA,A (ORG) O HOMEM ROMANO.


LISBOA, PRESENÇA,1996- PAGS 225-246

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