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TÍTULO
Lucas Gabriel Dias de MELO1
Orientadora: Profª. MSc. Dinamene G. Godinho Santos

RESUMO   

Este artigo irá buscar compreender as relações entre o Império Bizantino e o comércio
Europeu, analisando a organização social Bizantina, posição geográfica e estrutura
econômica, visando estabelecer se houve relação entre a decadência do Império Bizantino e o
desenvolvimento europeu dos séculos XIV e XV. Nos capítulos que irei apresentar, irei
organizar uma linha de pensamento que começa com a existência do império Romano, seus
desdobramentos, conquistas e devaneios.
O foco principal deste trabalho é desenvolver uma linha temporal dos acontecimentos
relacionados a queda de Constantinopla, tratando como o principal deles, o desdobramento
Europeu além mar, o grande acontecimento após o marco final da idade média, a expansão
marítima

Palavras-chave:
Império Bizantino, Comércio, Europa, Idade média,

1. Introdução
Na situação atual que a humanidade atravessa, podemos enxergar uma facilidade e
longevidade jamais vista nas relações do comércio global. Todo este desenvolvimento está
muito ligado ao crescimento das tecnologias, que tornam o comércio prático e acessível.
Porém, até que a humanidade chegasse a este ápice das relações comerciais, muitas
controvérsias aconteceram, até mesmo guerras, disputas religiosas, conquistas e reconquistas.
Uma das disputas comerciais e territoriais mais importantes da História ocorreu em
torno da cidade de Constantinopla, que hoje em dia faz parte do território turco, atual
Istambul. A cidade de Constantinopla fez parte do Império Bizantino durante vários séculos,
sendo, por muito tempo, uma das principais cidades do mundo antigo, e também, o maior polo
comercial existente. Esta capital foi muito disputada pelos poderes religiosos e
governamentais da época, por fim, foi conquistada pelos turcos Otomanos em 1453,
permanecendo dominada pelo extinto Império Otomano até a Primeira Guerra Mundial.
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Graduando em História pelas Faculdades Integradas Regionais de Avaré. Dias00901
@gmail.com
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A discussão feita em torno destes acontecimentos é de grande importância para o


comércio, pois a queda do Império de Bizâncio e, consequentemente, de sua capital, se tornou
um dos principais motivos para que o ocidente se voltasse a novas formas de conseguir
matérias primas, especiarias e terras, lançando-se à exploração do “desconhecido”. Sendo
assim, os reinos ocidentais, primariamente Portugal e Espanha, deram início ao processo que
conhecemos como Expansão Marítima, que começa no século XV e se estende até o início do
século XVII, que influenciou diretamente na evolução do comércio de modo geral, levando a
Europa a conquistar e colonizar várias localidades nunca antes exploradas.
Tendo em vista esta ligação entre a queda do Império Bizantino e sua influência
comercial, esse artigo pretende pesquisar detalhadamente este processo, desde a fundação e
organização do Império, traçando uma linha desde sua tomada pelos turcos, como
consequência direta para o ponto final do feudalismo na Europa e o início do capitalismo
comercial, ou mercantil, a partir da expansão marítima.
Já apresentado o assunto e o objetivo principal da pesquisa, tratarei agora de traçar os
principais pontos que este artigo irá se aprofundar. No primeiro capítulo trataremos da
fundação e desenvolvimento do Império bizantino. Posteriormente, irei discorrer sobre a
função econômica do império, passando pela a importância da capital Constantinopla para o
desenvolvimento do mesmo, traçando uma linha entre o comércio europeu e a tomada da
capital bizantina em 1453 para o mesmo.

2. Fundação e desenvolvimento do Império Bizantino


O Império Bizantino nasce primeiramente como Império Romano do Oriente, sendo
ainda, subordinado ao poder do ocidente. Ele se localizava na bacia do mar Mediterrâneo,
que, nos dias atuais, representa o território da Turquia. Sua fundação data do ano de 330 d.C.
pelas mãos do imperador romano Constantino, que deu seu nome à capital do Império,
Constantinopla, que surpreendentemente foi o único império a oeste da China a sobreviver da
Antiguidade até o início da Idade Moderna.
Por meados do século V, o Império Romano do Ocidente desabou perante às invasões
bárbaras, houve um grande abalo em todo Império, porém em Constantinopla as coisas se
encontravam um pouco diferentes. O oriente também foi atacado por bárbaros, sofrendo fortes
invasões como a dos Hunos e dos Eslavos nos séculos VI e VII, que chegaram a tomar até
partes importantes do Império, porém, Constantinopla continuará forte e intocável, mantendo
assim a unidade extensiva do poder Bizantino.
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Constantinopla carregou consigo, durante este período “bárbaro” na Europa ocidental,


a missão de conservar a tradição romana, tarefa que, embora não tenha sido fácil, teve alguns
atributos a favor de si mesmos, como sua localização militarmente estratégica. Constantinopla
ficava região do Estreito de Bósforo, estreito este que liga o mar Negro ao mar Mármara,
demarcando na Turquia o limite territorial entre a Europa e Ásia, sendo assim, um importante
ponto estratégico no que se diz a acordos políticos e militares, proporcionando também
facilidades de transporte nas rotas comerciais.
O império Bizantino, desde seu tempo como lado oriental do Império Romano, manteve
como sua forma de Estado uma monarquia absolutista, sendo seus imperadores considerados
semelhantes a Deus, pessoas sagradas de onde emana um poder divino e sacralizado.
Constantinopla, quando concebida, passou a ostentar o título de “Nova Roma”. Este título
toma significado maior ainda a partir do século V, tendo em vista que ela se estabelece
posteriormente como rota principal do comércio entre a Europa e a Ásia.
Hoje, quando se olha para a história bizantina, enxerga-se um passado glorioso e de
muitos avanços para a humanidade no geral, porém, mesmo esta afirmação sendo verdadeira e
repleta de significado, em todos os processos históricos que o homem já desenvolveu, nenhum
deles se deu de maneira pacífica e natural, portanto, o Império de Bizâncio passou por vários
processos de estabilização como um Império organizado.
A sociedade que habitou o solo do Império do oriente foi sempre muito diversificada,
culturas diferentes sob comando do mesmo imperador, a serviço da mesma cidade, motivo
que por mais que essencialmente bom, já que traz a mescla cultural, dificulta a consolidação
de um poder abrangente o suficiente para abarcar todas essas pessoas como uma unidade
social e de justiça.
A população do Império Bizantino, como vimos precedentemente, nunca foi
homogênea. Desde o século V, ao lado de uma grande maioria de elementos gregos
ou Helenizados, algumas províncias, a Síria, a Mesopotâmia, o Egito, a Armênia, e
na Europa, o Ilírico, eram povoadas em grande parte por elementos não gregos.
(DIEHL, 1961, p.75.)

A dificuldade administrativa sempre esteve presente na terra de bizâncio. Devido aos


problemas de governabilidade já apresentados, todos os imperadores bizantinos tiveram que
enfrentar esta dificuldade. O historiador francês Nicolas Rambaud intitula o império da
seguinte maneira “[...] criação toda artificial, governando vinte nacionalidades diferentes,
reunindo-as sob esta fórmula: “um único senhor, uma só fé”. (RAMBAUD,1870, p.)
Portanto, para que florescesse a grande potência econômica que atravessa a antiguidade
transformando todo o cenário de comércio europeu, podendo até um pouco mais a frente ser
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chave para um dos maiores eventos da humanidade, precisaria primeiramente resolver seus
problemas internos. Nem todos eles foram passíveis de resolução, mas há um evento
importantíssimo que se deu pelas mãos de um imperador bizantino que revolucionou não só
seu próprio império, mas deu um norte para o desenvolvimento dos códigos jurídicos da era
moderna.
Por meados do século VI o Imperador bizantino Justiniano I publicou a codificação das
leis romanas, a carta – “Corpus Juris Civilis” ou “ Corpus Juris Civilis Romanii” foi um
código de leis civis escrito em latim , que foi para o Império Bizantino o estabelecimento
daquilo que lhe faltava, uma base, um tripé, que lhe proporcionasse, por mais que mínimo,
mas um senso de unidade populacional é claro, um estabelecimento de jurisdição.
A partir deste fato, Constantinopla passa a ter uma consciência de crescimento apoiada
pelas leis, o que permitiu uma maior concentração de esforços no planejamento da indústria e
comércio, iniciando assim sua trajetória gloriosa.

3. Desenvolvimento do comércio no Império Bizantino


Neste capítulo serão analisadas as relações comerciais de Bizâncio, mas antes de
saber
por que o comércio feito em Constantinopla foi tão importante para a Europa, será pontuado
como se constituiu a questão comercial dentro do Império
A sociedade bizantina nunca foi tão presa ao contexto rural como a Europa na Idade
Média, pois, sob o poder do imperador já existiam grandes cidades desenvolvidas
comercialmente e indústrias ativas. Por volta do século IX já existiam fábricas de seda e linho,
produção de tapetes e derivados. Constantinopla, segundo PIRENNE (1925, p. 23) “[...] era
não somente uma grande cidade, mas até o fim do século XI, figurava como a maior cidade de
toda bacia do mediterrâneo.”
Da capital do império se pode enxergar três grupos industriais sempre ativos e de
referência no comércio, são eles: as indústrias da alimentação, as da construção e, por fim, a
indústria de luxo. A indústria alimentícia é previsível, pois a cidade de Constantino era
realmente muitas populosa se comparada com as cidades europeias, já a indústria da
construção era permanentemente aquecida devido à grande quantidade de obras públicas
promovidas pelos imperadores bizantinos, como por exemplo a monumental e magnífica
catedral de Santa Sofia, acabada no ano de 537.
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O comércio estabelecido no Império de Bizâncio se desenvolveu em larga escala


durante sua existência, era avançado ao ponto de as indústrias terem sido organizadas em
cooperativas que cada um dos ramos comerciais respondia a sua autoridade “sindical
primitiva” estabelecendo regras regulamentares pesadas. Estas cooperações, que por vez
respondiam à autoridade estatal, praticavam um tipo de “protecionismo” que controlava e
chamava para si todas as responsabilidades dos indivíduos ativos nas indústrias, como a
compra de matéria-prima, venda dos produtos acabados e, de certa maneira, até mesmo o
controle dos locais de trabalho. “Tudo isso assegurava a glória e o prestígio de
Constantinopla, e os objetos que nos foram conservados dessas indústrias de luxo bastam para
justificar sua brilhante reputação.” (DIEHL, 1961, p.75)
Este núcleo do desenvolvimento comercial chama atenção dos europeus especialmente
no que se refere a “indústria de luxo”, produtos que se fazem presentes diretamente nos
costumes da Idade Média, como a própria seda, tecidos já industrializados, joias, pedras
preciosas, etc. Estes tipos de produtos, em conjunto com as especiarias culinárias, perfumes
de aromas encantadores típicos das regiões abarcadas pelo Império, em junção com sua
localização geográfica comercialmente privilegiada, transforma sua capital Constantinopla em
um grande, senão o maior centro comercial mundial, de maneira que a Europa se banhava de
interesses em suas indústrias.
O seu desenvolvimento tecnológico e sua eminente capacidade de se estabelecer no
mercado faz com que sua moeda seja valorizada e aceita em todos os mercados do
Mediterrâneo, fazendo com que, até mesmo no período entre as Cruzadas na Europa, sua
moeda, o “Besante”, nome dado ao soldo bizantino, fosse a moeda mais difundida da região.
Durante todo o período de recessão econômica que a Europa passou durante vários períodos
da Idade Média, tendo alguns picos de elevação, o Império Bizantino com todas as suas
dificuldades ainda se mantém em constante desenvolvimento.
Durante os períodos de difícil estabilidade governamental em Bizâncio, como por
exemplo as diversas invasões Turcas que sofreu, a questão econômica e comercial, por mais
que houvesse em determinados momentos uma disparidade de pensamento comercial e
conflitos de interesse, nunca deixou de crescer, fazendo com que o Império Bizantino
“Ocidentalizado” e o Império do turcos nunca ficasse de maneira nenhuma para trás, tendo em
vista que a base estrutural do pensamento das diversas populações viventes no Império,
tomassem a linha do trabalho comercial.
Toda esta questão econômica envolvendo Bizâncio passa pela influência da indústria,
sua precipitação em relação às europeias, fazendo com que grandes potências comerciais da
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Europa, como Gênova e Veneza, consumissem cada vez mais produtos produzidos no
Oriente, criando assim uma constante parceria comercial entre essas duas regiões. Conforme a
indústria bizantina foi se superiorizando em sua época, houve um momento que o imperador
do reino oriental não necessitasse mais incentivar os comerciantes do império a levarem os
produtos de suas indústrias ao encontro dos comerciantes europeus, de maneira que estes
próprios vinham até Constantinopla procurá-los nas grandes feiras.
Este movimento de relaxamento e estabilidade traz a Constantinopla benefícios, como
a facilidade de venda e consequentemente uma maior rapidez produtiva, de modo que não
havia uma preocupação comercial, pois os seus produtos já eram soberanos no mercado.
Porém, esta infiltração europeia no oriente faz com que haja uma menor preocupação em
relação a maior proteção de suas fronteiras, a marinha de Constantinopla, deixando todo o
controle da atividade comercial em mãos estrangeiras, de maneira que foi dado aos não
orientais, um monopólio, abrindo espaço para que estes chegassem a ter o comércio sob seu
controle, inserindo também no cenário social Bizantino, mais conflitos de nacionalidades e
de interesses comerciais, gerando desordem. “E por outra parte, na capital Bizantina,
venezianos e genoveses quase que ditavam as leis; a fim de impor suas vontades ao
imperador. (DIEHL, 1961, p.157)
Esta constante evolutiva demonstrada pelo comércio de Bizâncio faz com que se
afrouxe o controle naval, de maneira que o fator estramngerio, já muito presente na cultura
comercial, acaba por infiltrar-se também no poderio do imperador Bizantino tendo em vista
que os interesses estrangeiros, que a priori são tratados como benéficos, trazem consigo
também, grupos culturalmente desenvolvidos, tratando principalmente das potências
comerciais europeias, que passam a partir daí a se infiltrar nas decisões imperiais.
Por mais que este descontrole não tenha levado ao “fim” da era de ouro de
Constantinopla, nem mesmo a reunificação com a Europa, plantou-se a partir destes
acontecimentos o começo da decadência de Bizâncio, que se concretizou apenas com a
tomada turca apenas no final do século XIV.
Porém, antes mesmo que este momento de declínio tornasse o Império Bizantino
propenso a queda, sua capital, Constantinopla, foi brilhante no cenário comercial desde o
começo do milênio, protagonizando a maior estrutura comercial identificada na época. Por
este motivo, se deve muito ao oriente a reorganização comercial da Europa nos séculos XIV e
XV, que se dá justamente pela sua dependência do comércio constantinopolitano.
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4. A importância comercial de Constantinopla e a relação de sua queda


com o desenvolvimento Europeu.

O constante desenvolvimento de Constantinopla e consequentemente de todo o império


Bizantino faz com que o comércio do continente Europeu tenha uma válvula de escape, um
apoio que o mantém de pé, apoio este que em seus momentos de crise, principalmente no
período pós cruzadas ( do século VIII em diante), quando a Europa passa por um período de
declínio populacional, esvaziando sua população de elementos “não essenciais”,
Constantinopla, ainda ativa comercialmente, é um braço para a reconstrução.
As relações comerciais entre a Europa e o mediterrâneo sempre foram estreitas, exceto
nas dificuldades iniciais dos europeus em comercializar com o islão, que de fato inicialmente
criou-se algumas desavenças em relação a vantagem islâmica, porém nunca deixando de
existir esta “amizade”
Em 992, o do, o doge Pedro II Orseolo obteve dos imperadores Basílio e
Constantino uma carta patente, em virtude da qual os barcos venezianos
tornaram-se isentos dos direitos que tinham que pagar na alfândega de
Ábidos. As relações eram tão ativas entre o porto de lagunas e do Bósforo,
que uma colônia veneziana havia se estabelecido neste e desfrutava de
privilégios (PIRENNE,1963, p.25)

Desta maneira, a relação de comércio entre a Europa e Báltico, tendo em vista o


desenvolvimento de Constantinopla sempre se deu por maior necessidade europeia que
bizantina. Apoiada na indústria estrangeira e com diversos picos de crise como a Peste Negra
em 1347 e a grande fome em 1315, a Europa desenvolve um sentimento de dependência e
instabilidade. Com a nova expansão muçulmana agora sobre o império de Bizâncio, o último
vestígio da relação comercial entre estas duas referências subjugadas sob a alcunha de
“civilização ocidental”, acaba por começar a desaparecer.
Esta expansão do Islão não significa tão somente a caída do maior império de todos os
tempos ( 330-1453), mas marca também o fim do domínio territorial e comercial da Europa
sob as rotas contemporâneas, demarca o fim de um sistema, uma forma organizacional, que
deixa na Europa um sentimento de vazio, tendo em vista que em 1453, com a tomada total de
Constantinopla e a fundação do Império Turco-Otomano, pelas mãos do “conquistador”
Mehemed II, há uma quebra de relações com todo o foco de lucro Europeu. Porque então é
tão importante para a reconstrução europeia o fato de Constantinopla não ser mais aliada?
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O principal acontecimento europeu ocorrido após este desmoronamento Bizantino não é


uma coincidência proximal, mas sim uma consequência, a expansão marítima ocorrida entre
os séculos XV, já em função dos estados absolutistas estabelecidos no continente europeu
tendo como protagonistas Portugal e Espanha, é consequência direta da tomada Turca pois
obriga o comércio Europeu a procurar outro ponto para geração de riquezas. Por mais que este
movimento tenha sido controlado pelos governos absolutistas, alavanca o comércio de tal
maneira a buscar, por acaso ou intencionalmente, matérias primas agora no outro lado do
mundo.
Este acontecimento não resulta somente na mudança do foco comercial europeu, mas
indiretamente ele influência por meio das grandes navegações do século XV, as "descobertas"
Europeias da América e, consequentemente, do Brasil, traçando assim um dos maiores
acontecimentos da humanidade, dentre todas as outras variantes possíveis que se
apresentaram nesta situação, esta foi a que predominou, a queda do grande Império, o
domínio islâmico no Mediterrâneo, e a partida europeia para a América

5. Conclusão
Diante da temática apresentada sobre as relações entre Império Bizantino, comércio
europeu e expansão marítima, foi possível concluir que este pensamento hipotético, criado na
intenção deste artigo na verdade retrata a verdade dos fatos, de maneira que um
acontecimento não é desconexo em nenhum ponto de outro, tudo foi baseado numa série de
escolhas, batalhas e mudança de pensamento, fazendo com que tudo acontecesse da maneira
que se enxerga hoje em dia
O desenvolvimento do Império de Bizâncio, a sua evolução e aproveitamento
comercial, sua estruturação perante aos colapsos europeus, fazem parte de toda formação
geopolítica mundial contemporânea, tendo em vista a divisão territorial estabelecida na
atualidade. O império Turco Otomano sobrevive até a primeira guerra mundial, caiu apenas
no século XX, isto demonstra apenas que o território constantinopolitano, se pode assim dizer,
é realmente “abençoado”, de maneira que foi cenário de dois impérios duradouros, não
completamente homogêneos, mas duradouros.
Diante da tomada turca, os Europeus descobriram a maior riqueza mineral e de
matéria prima já existente, a América, somente isto já demonstra a grandeza deste
acontecimento, embora não seja o único, pois se tratando da questão social e fazendo um
paralelo um pouco mais distante historicamente, a questão social vivida na atualidade nas
regiões da Turquia (Constantinopla) nunca foi amena, e sim um local de muitos conflitos
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religiosos e governamentais, que se deve também a desestruturação vivida pelos turcos no


final de seu império, gerando instabilidade política econômica e social.
Vários foram os acontecimentos gerados pela queda de Bizâncio e, posteriormente,
do Império Turco. A região do oriente foi então, a partir do século XX, explorada
comercialmente e politicamente pelas potências ocidentais, de maneira que esta região de
elevado nível cultural, social e comercial, acabou por se tornar uma terra sem lei, e facilmente
controlada pelos donos do poder do controle social. Esta linha de pensamento, por mais que
tendenciosa e não linear, ainda se baseia na realidade dos fatos, pois tudo que tem fim, outrora
nasceu, ou seja, nada no mundo globalizado é por acaso, em tudo há consequências, e assim
foi com o maior império da Idade Antiga até a Idade Média, o Império Bizantino.

6. Referências Bibliográficas

DIEHL, Charles. Problemas da História Bizantina. São Paulo: Editora das Américas, 1961.
MACLAGAN, Michael. A Cidade de Constantinopla. Vol. 29. Lisboa: Verbo, 1972.
PIRENNE, Henri. História Econômica e Social da Idade Média. 6. ed. São Paulo: Difel,
l982.
PIRENNE, Henri. As Cidades da Idade Média. 3. ed. Lisboa: Publicações Europa-América,
1973.

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