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Colonialismo e Imperialismo.
Autor: Benedikt Stuchtey
De maneira geral, o artigo busca traçar os paralelos e as diferenças entre os
diversos tipos de colonialismo, bem como explorar o impacto do colonialismo na
própria Europa.
Nesse sentido, aponta-se que o colonialismo “em termos da história das ideias
constitui um ‘desenvolvimento diferencial’ dado o controle de um povo por outro que
é estrangeiro a ele”. Ou seja, daqui, tem-se uma definição de colonialismo: um
estado estabelecendo uma soberania estrangeira sobre outro. Com essa
definição genérica, afirma-se que o colonialismo existiu em várias etapas da história
humana e, mesmo nos locais em que ele formalmente acaba, pode sobreviver como
mito.
No contexto do século XVI, o colonialismo se relaciona diretamente com uma
missão civilizatória da metrópole para com a colônia. Especificamente, ao notar que
as colônias se tornam parte integral da metrópole, o colonialismo foi mesmo visto
como uma expressão de cosmopolitismo - à despeito de suas óbvias contradições,
das quais a maior é a escravidão. Em adição, por meio de um processo de
comparação com “Outro”, também se tornou uma maneira de definição da própria
identidade europeia.
Afirma-se que com a expansão dos clamores por terra no estrangeiro, na alvorada
do século XIX, o termo “Imperialismo” se tornou demasiadamente amplo e
impreciso, conquanto ainda importantíssimo. Isso ocorria principalmente em
decorrência da participação generalizada e direta de diversos países - inclusos
mesmo países do extremo oriente e América do Norte - e público na dominação
política, econômica e cultural.
Introduz-se então uma ideia essencial para o texto: a fim de entender as diversas
faces do imperialismo, faz-se necessário olhar não somente para a Europa, mas
também para as próprias colônias, pois os administradores europeus que ali
Tutorial 01 1
estavam, men on the spot, tinham preferências, que buscavam satisfazer ao usar de
sua influência, muitas vezes distintas da metrópole.
Por fim, em breve comentário, coloca-se que o imperialismo se realizava tanto por
meio de força milita quanto por meio de dominância do comércio. Dá-se foco que
este segundo, via de regra, era o mais importante.
Regiões e períodos
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🎯 1 - No começo, Portugal e Espanha eram os principais interessados no
comércio marítimo. Estavam inspirados pelo zelo cristão.
Por fim, em uma ideia que já havia sido apresentada anteriormente, destaca-se
como as colônias, por oposição, serviram para criar a identidade europeia. Mais do
Tutorial 01 3
que isso, deste confronto de identidade surgia a ideia da superioridade europeia, a
qual servia, por sua vez, para justificar as relações desiguais entre metrópole e
colônia.
Tutorial 01 4
favor os circuitos regionais de comércio. Somente no século XIX, já por influência
dos negreiros brasileiros, é que Moçambique entre no circuito Atlântico.
Disso tudo:
Tutorial 01 5
🎯 Ajuda a consolidar o dominium ao fixar o povoamento colonial nas regiões
ultramarinas, e fortalece o imperium, na medida em que suscita a
vassalagem dos povos do além-mar do Reino.
Tutorial 01 6
1 - A Metrópole possui um poder eminente, na medida que controla o tráfico
negreiro.
A saber, isso é ilustrado pelo fato de que Lisboa tratou a América Portuguesa e a
África como empreendimentos síncronos e complementares. Ou seja, afastou-se a
ideia de que a África portuguesa (sobretudo Angola e Benim) poderia se tornar um
novo “Brasil”.
Veja que, dado a falta de numerário, a comercialização via de regra é feita por
escambo: caixas de açúcar são vendidas em trocas de africanos, no Brasil;
produtos importados da África (primários ou tecidos) também o são feitos mediantes
trocas de escravos.
5 - O comércio externo na Colônia é dinamizado.
Primeiramente, com o maior lucro dos traficantes, tem-se maior demanda nas zonas
agrícolas. Há outro mecanismo, também: lucros potenciais das fazendas são
usados para garantia na compra de fatores de produção; assim, investimentos
produtivos se tornam importantíssimos. Por fim, a renda passa do setor produtivo
para o setor mercantil.
A ideia é que a oferta de escravos africanos se torna mais regular e flexível do que
a dos índios, além de mais dócil, dado a desSocialização e mais robustez à
doenças.
Por fim, um último comentário relevante do capítulo diz respeito às motivações para
a busca do Ouro na América Portuguesa: dado a guerra, não se tinha acesso ao
ouro espanhol e com grandes problemas políticos na África e Angola, aqui era o
Tutorial 01 7
melhor caminho. Isso deveria ser feito, dado a exiguidade da mão de obra indígena,
com negros.
Essa xenofagia, afirma-se, vinha tanto da demanda dos colonatos quando do poder
político dos traficantes. A Coroa também gostaria de manter o trabalho
“desterritorializado”, para não haver competição entre as capitanias. Brevemente,
comenta-se que talvez se devesse dar mais peso para a economia política do
assunto, dado que o tráfico negreiro era algo administrado, ao invés de para a
demanda orgânica dos colonos.
Tutorial 01 8
Tutorial 02
O exercício da Soberania e da Administração por parte do
Governo Chinês em Macau entre o século XVI e os meados do
século XIX
Links interessantes:
Matteo Ricci: https://www.youtube.com/watch?v=E61Icy_NIgY
2 - Administração Militar.
Tutorial 02 1
Nos primeiros anos da dinastia Ming, a designação dum oficial para guarnecer Macau
implica administração militar. O texto destaca a construção da sede do tenente geral foi
importante, com todas as instalações e equipamentos sofisticados, que parecia
realmente um grande quartel general do exército fronteiriço, facilitando a administração
militar no território de Macau.
3 - Administração.
O governo chinês, entre os séculos XVI e meados do século XIX, seguiu uma política
de controle macroscópico para exercer a soberania em Macau: todas as atividades de
portugueses residentes em Macau estavam sujeitas à jurisdição unificada e absoluta do
Governo Chinês.
A saber, destaca-se a publicação de diversas ordens, leis e decretos, alguns inclusive
gravados em Pedra, para os estrangeiros residentes em Macau. Pontos como:
“proibido criar escravos japoneses; é proibida a compra de seres humanos; é proibida
aos barcos de guerra a cobrança de direitos; são proibidas obras ilícitas para o
progresso.
Ainda em relação a essas leis, coloca-se que Macau foi divida em duas áreas, uma
delas com negociantes chineses e outra com portugueses. Ambos só podiam negociar
de frente com a Portas do Cerco, claramente para evitar contrabandos. Da mesma
maneira, caso nativos quisessem atravessar os locais para construir barcos ou casos,
deveriam ser registrados. Designa-se punições para violações.
Cita-se, ainda que, para exercer melhor a soberania e a administração sobre o território
de Macau, ambas as dinastias vieram frequentemente para inspecionar e conhecer a
situação concreta local, sempre sendo recebidos de maneira respeitosa e solene.
Segundo o historiador britânico H.B Mores:
4 - Administração judicial.
A soberania judicial exercida pelo governo da dinastia Ming foi igualdade aplicada em
outros lugares da China. Especificamente, está claro que:
Tutorial 02 2
🎯 Todos os estrangeiros que cometerem crimes serão julgados segundo as leis
do país
Cita-se um caso que motivou que esta lei fosse aplicada aos portugueses. Neste,
estrangeiros (portugueses) condenados se recusaram a cumprir a sentença. Um
administrador, incorruptível, foi até o local para checar, garantindo que os bárbaros
fossem amarrados e levados ao tribunal, onde foram açoitados.
Comenta-se ainda que, para casos sérios, como homícidio ou roubo, os
transgressores, estrangeiros ou não, deveriam ser degolados ou enforcados.
5 - Administração Aduaneira.
Afirma-se que durante as dinastias Ming e Qing, o Governo Chinês exerceu a
soberania e aplicou a administração aduaneira através do Superintendente dos barcos
mercantes e da alfândega da Província Guang Duang. Particularmente, sempre que os
os barcos mercantes quiseram negociar, deveriam possuir uma licença ou pagar
direitos - de acordo com o tamanho do barco.
Tutorial 02 3
submetiam o Leal Senado à soberania chinesa: sempre devia relatar importantes
assuntos políticos às autoridades chineses e aguardar a decisão das mesmas,
sobretudo em relação à residentes chineses.
Da outra direção, qualquer ordem administrativa das autoridades chinesas também era
discutida por estas quatro pessoas, e a deliberação deveria ser comunicada aos
mandarins. Essa natureza autônoma, e não soberana, é, segundo o texto, confirmado.
Este cenário, bem como todos os pontos anteriores, só se altera após a guerra do
Ópio. Após outras potências, através do Tratado de Nanquim, apoderarem-se de
direitos e interesses na China, os portugueses não quiseram ficar em posição fraca e
se apoderaram do Território de Macau.
Mais especificamente, declara-se que Macau seria um porto franco, onde barcos
poderiam sair e entrar livremente. Destaca-se, ainda neste contexto, a posição do
Almirante João Ferreira do Amaral, o qual, após construir ilegalmente
empreendimentos, expulsou os mandarins dos serviços aduaneiros, derrubou a
bandeira chinesa e, por fim, recusou o pagamento de renda a favor das autoridades
chineses, passando a cobrar renda dos residentes chineses de Macau!
Ainda que o governo, fraco, não pudesse muito fazer, descreve-se que os residentes
chineses de Macau não toleravam essa vergonha e mataram o tal João Ferreira. Isso
só aumentou a sanha Portuguesa por território em Macau. Daqui vem o “Tratado de
Amizade e Comércio Sino-Japonês”, que confirmou a “perpétua ocupação e Governo
de Macau e suas dependências por parte de Portugal”.
O texto passa, então, a destrinchar o significado dessas palavras. Faz três pontos:
1. O tratado não cedeu o território de Macau a favor da parte portuguesa, mas sim só
permitiu sua perpétua ocupação.
Tutorial 02 4
2. Portugal, no tratado, tinha o compromisso de “não alienar Macau sem acordo
prévio da China”.
Trade and State in the Arabian Seas: A Survey from the Fifteenth
to the Eighteenth Century
Primeiramente, define-se o que é o Mares Árabes: as costas que circundam o Mar
Árabe e o interior do Mar Velho, bem como o Golfo Pérsico.
Ao tentar detalhar mais sua teoria, Abu Lughood diferencia o tal “sistema global” entre
1250 e 1350 daquele do que chamaríamos de moderno. Especificamente, no mundo
em questão, pré- emergência do capitalismo, não há um núcleo hegemônico e a
produção não é arranjada em torno de uma hierarquia, possuindo, no lugar, muitos
centros de produção e de troca.
Tutorial 02 5
vital para o sistema Árabe. Ilustra-se o custo desse esquecimento ao citar que o
comércio à época era alterado em decorrência dos preços do ouro, o qual era
importado, por Índia e China, da Etiópia. Aponta-se ainda que, além desse papel de
exportador de matéria prima e recipiente de migrantes. Cita-se a presença de uma
importantes milícias Etíopes e reinos guerrias, como Shidis e Angrias.
Além disso, Lughood tem um erro profundo ao ver os impérios nômades como
puramente predatório do comércio a alheio. Ainda que estes impérios, como os
mongóis, não pudessem investir em bens fixos, eles o faziam em meios para o
comércio de longo prazo e produção de bens de luxo, sendo um mercado em si
mesmos.
Por fim, Lughood tem uma explicação simplista para o arrefecimento desta economia
asiática, apontando a peste negra, distúrbios ao longo das rotas de caravana e a saída
da China do comércio oceânico. O autor aponta que há poucas evidências para as três
explicações. Desta maneira, o autor prestigia outra explicação: o sistema descrito por
Luhghood simplesmente persistiu e se expandiu, com a China no centro do sistema.
Mais do que isso, antes do século XVI, por diferentes rotas (Suez, Anatolia, deserto
Sírio e Cáucaso), o mar árabe, o mediterrâneo e a Europa oriental já estavam
conectados entre si.
Ainda em relação a esta conectividade nas “world economies”, destaca-se que, ao final
do século XV, o comércio no Mar Negro e Cáucaso estavam em ascensão. Isso, e
sobretudo o aumento do comércio no Levant, o autor afirma, parece teer sido
determinante para para o ressureição econômica da Europa durante o século XVI. Ao
mesmo tempo, uma queda na população e consumo do Império Otomano após 1590 é
relacionada com a diminuição do comércio no Mediterrâneo. Barendse usa este fato
para criticar aqueles que vem o Império Otomano como uma área externa ao sistema
Europeu, somente o preenchendo com bens de luxo.
Tutorial 02 6
Mesmo que insistindo nessa interpretação da ausência do declínio do mar árabe,
Barendse também adverte contra uma teoria de “longue durée” sobre a Ásia. A saber,
alguns autores colocam que o sistema mundial permaneceu relativamente estável do
século dez até o XIV e, mais do que isso, a história do Oceano Índico não pode ser
descrita com suas mudanças somente ocorrendo a partir de intervenções europeias
em um sistema virgem. No lugar disso, há mudanças dramáticas nos padrões de
demanda, trade, agricultura, sociedade e organização política dentro do oceano índico.
Tutorial 02 7
dado que nenhum dos grandes impérios possuía qualquer política em relação à
comércio.
Afirma-se que, nesse período, os grandes lucros realmente estavam em buscar poder
político para se apoderar dos impostos. Apesar disso, havia um grande risco agregado
nessa empreitada, de maneira que nobres diversificavam o investimento, fazendo-o,
inclusive, no comércio, o qual acompanhavam fleumaticamente.
No mais, destaca-se que a integração do circuito indiano-iraniano teeve um grande
impacto: circulação de ouro; mais proteção nas vias de transporte. Dedica-se algumas
linhas para a discussão do quão importante era este segundo aspecto.
Em última discussão (!), o texto ainda levanta o ponto de que os padrões de consumo
na região não eram estáticos, tendo se alterado a partir do século XVII. Destaca-se o
Tabaco, que ao final do século, já era o destino de grandes investimentos. O mesmo
ocorre com o Café Moca. Naturalmente, isso também altera os padrões de alocação do
trabalho na região.
Tutorial 02 8
Tutorial 3
O texto trata das companhias de comércio holandesas e inglesas do início do século
XVII. Elas são descritas, essencialmente, como guildas de mercadores que
representaram inovações institucionais que permitiram comércio de longa distância,
exercendo funções típicas de estados nacionais.
Destacam-se: Companhia das Índias Orientais (EIC) , a Hudson’s Bay Company,
The Rotal Aficana Company (todas britânicas) e a Companhia das Índias Orientais
Holandesas (VOC, holandesa) e Companhia das Índicas Ocidentais holandesas
(WIC).
A parte mais relevante dessas companhias não era o fato o monopólio. Elenca-se
um conjunto de “inovações institucionais”.
Tutorial 3 1
disso, ainda tinha dificuldade de competir com mercadores indianos, dado o baixo
custo destes.
Destaca-se o gasto militar como algo que colabora para os custos. Longe de ser
usado somente para defesa, a força militar era utilizada para garantir territórios, em
relação a EIC e portugueses. Em adição, também se destruía estoques de
insumos, garantindo um monopólio.
Em relação a EIC, conquanto ela tenha se mantido nas sombras da VOC por um
bom tempo, ela acabou por estabelecer na Índia o seu maior ponto de influência
(pano e chá). Contudo não originalmente uma força militar, há uma metamorfose
neste aspecto, o que leva a EIC a efetivamente ter um poder de estado-nação na
Índia. Discute-se se esse processo foi consciente ou um resultado inevitável do
envolvimento na política local.
Destaca-se o papel dos intermediários. Inicialmente, eles eram combatidos por
ambas as companhias, as quais os tinham como rivais. Primeiramente para EIC,
isso se altera, dado a percepção que seus custos para fazer o comércio “intra-
asiático” (entre países asiáticos; dentro do próprio país asiático) eram
demasiadamente grandes, e mercadores “privados” acabam por ser permitidos.
Dedica-se alguns parágrafos a isso. Sublinha-se, inicialmente, como portugueses,
ingleses e holandeses eram os protagonistas do comércio intra-asiático. No último
quartel do século XVII, contudo, há uma derrocada, dado a competição de
mercadores indianos e, também, de limitações dos governos locais para a atuação
de europeus.
Holanda: os diretos das câmaras regionais dos países baixos eram eleitos entre os
principais investidores da VOC; o governo central ajudava financeiramente a VOC, o
que permitiu investimentos de longo prazo.
Tutorial 3 2
se a Virginia Company, o qual possuía licença para estabelecer colônias). No mais,
diferentemente da Ásia, não havia nenhuma antiquíssima rede de comércio para
participar. No mais, a WIC não conseguiu obter monopsônio do açúcar (sequer
quando invadiu o Brasil, dado a competição de locais como Java, Bengala, São
Tomé, etc.)
Imitation Companies
Afirma-se que, embora a ideia de chartered companies tenha sido criada por
ingleses e holandeses, outros países europeus efetivamente os imitaram. Exemplo
notável é a companhia de comércio dinamarquesa, que inclusive foi criada por
imigrantes holandeses.
Ademais: The imitation companies had one element in common. Their founders
were obsessed with the particular structure of the English and Dutch models.
Em segundo lugar, coloca-se que essas companhias foram criadas para aumentar o
poder da coroa, a qual possuía imenso poder sobre as companhias.
✏ The French East and West India Companies, in particular, were designed
to increase state power abroad instead of running a business enterprise.
Um terceiro problema, este típico dos portugueses, era o fato de ser necessário, nos
locais de interesse, enfrentar os governos locais e operar segundo suas regras, algo
Tutorial 3 3
que diminuía lucros.
Tutorial 3 4
Hudson’s Bay Company (1670-)
No caso das firmas de trade, essas transações envolviam a compra de trade goods
para exportar para Europa, requisitar navios e força militar para o transporte/vende
dos bens no estrangeiro e, finalmente, a aquisição de importados. O ponto é que
tudo isso poderia ser feito por firmas transacionando no mercado, embora isso não
fosse o mais eficiente. 🙂
✏ The frequent and recurrent nature of transacting led to the rise of a
specific governance structure, the trading company, which used
hierarchies of salaried managers to economize on the market. By
collecting and processing information about different markets, […],
giving the companies an enormous advantage over the market as the
means of equating supply and demand.
Tutorial 3 5
contratos de longo prazo com produtores e comerciantes. Outras, sobretudo
aqueles que atuavam em mercados menos desenvolvidos (!, vale a pena ler o
tutorial acima) como o asiático, efetivamente criaram novos mercados e, nestes,
feitorias, com objetivos militares, diplomáticos e, claro, comerciais, reduzindo s
custos de transação. Demandava-se, e se investia, em capital humano: skilled-
traders, capazes de identificar a qualidade dos bens e falar várias línguas, eram
bem remunerados.
Tutorial 3 6
Tutorial 4
Capítulo 2 - Os números da escravidão.
O texto se resume a citar algumas estatísticas interessantes sobre a escravidão.
Desta maneira, salvo nas partes mais descritivas, vou fazer uma lista com as
estatísticas mais relevantes.
Informações gerais.
Número de escravos
Assunto polêmico. Destaca-se o livro de Mauricio Goulart, A Escravidão Africana no
Brasil (1949), como uma das fontes mais confiáveis. Coloca-se ainda que o
aspectos legais e diplomáticos do contencioso anglo-brasileira sobre comércio ilegal
de africanos é um tema densamente explorado.
O destaque fica pelo Trans-Atlantic Slave Trade Database, de David Eltis e David
Richardson. Além de fontes oficiais, usa-se de informações de cônsules e espiões
ingleses, bem como CPIs do Parlamento Britânico para lidar com o tráfico
clandestino. Discute-se possíveis problemas da base: durante a União Ibérica,
muitos negros que saíam de Bissau eram declarados como destinados ao Brasil
quando, em fato, o iam para Antilhas e Buenos Aires. Da mesma forma, no Auge do
Ouro, eles eram contrabeados das Antilhas para regiões mineiras do Mato Grosso e
Minas Gerais.
Como entraram 750 mil portugueses entre 1500 e 1860, tem-se que 86% das
entradas foi de africanos.
Tutorial 4 1
95% das viagens que desembarcaram africanos nos portos brasileiros foram
iniciadas nesses mesmos portos (RJ, BA, Recife, nessa ordem). Destaca-se as
correntes e ventos favoráveis.
Rise of Europe
Paper: The Rise of Europe: Atlantic Trade, Institutional Change and Economic
Growth
Autores: Daron Acemoglu, Simom Johnson and James Robinson.
A pergunta principal do paper é: por que a Europa ocidental teve um crescimento
diferencial e divergente a partir do século XVI?
Alguns conceitos essenciais para responder isso:
Tutorial 4 2
O que se demonstra, primeiramente com gráficos descritivos, é grande parte do
crescimento da Europa Ocidental veio dos tais Atlantic Traders, o que sugere uma
importante interação entre as instituições políticas medievais e o acesso ao
atlântico.
Além disso, coloca-se que isso não refletiu somente de nações mais prósperas
entrarem no comércio Atlântico: antes das grandes navegações, não havia qual
crescimento diferencial; ademais, quando se usa uma medida exógena para o
potencial da exploração do atlântico, também não se vê uma tendência prévia.
Adicionalmente, não se pode atribuir esse sucesso ao mero fato de se estar em
local costeiro: cidades com acesso a portos no mediterrâneo não tiveram um
crescimento diferencial igual àqueles com acesso ao atlântico.
Insere-se o argumento do artigo dentro de uma tradição que coloca que explica
ascensão europeia como colinear com ascensão da burguesia APÓS as grandes
navegações, ao invés de uma explicação baseada em características inatas do
povo europeu (cultura, clima e… Raça). O argumento destaca, contudo, que os
ganhos do comércio foram melhor capitalizados nos locais em que as instituições
eram mais inclusivas, isto é, menos absolutistas.
1 - Crescimento diferencial.
Resultados:
3. Resultados semelhantes são vistos quando se usa PIB per capita, embora
menos pronunciados.
Tutorial 4 3
Quando se analisa, ao invés da taxa de urbanização, o tamano absoluto da
população , os resultados são bem semelhantes entre si. Aqui, usa-se uma dummy
para se a cidade possuía ou não um porto no Atlântico. Veja que estamos, no lugar
de países, com cidades.Os resultados persistem quando adicionamos cidades
asiáticas ou mesmo retiramos cidades britânicas.
Outros fatores
Embasado em diversas teoricas históricas, os autores também tentam ver a
contribuição de: religião (protestantismo), guerra, herança romano e distância para o
equador. Todas insignificantes.
Frente a isso, os autores esclarecem um pouco mais seu argumento ao quebrá-lo
em quatro hipóteses:
a) Instituições políticas que limitam o poder estatal são essenciais para incentivar a
ocorrência de investimentos.
b) Essas instituições são favorecidas por interesses comerciais fora do círculo real.
c) Quanto mais grupos poderosos apoiam uma instituição, maior a chance dela
permanecer.
d) Em locais com instituições inicialmente relativamente menos absolutistas, o
tráfico atlântico e colonial fortaleceram os interesses comerciais.
Disso tudo, locais com monarquias não absolutistas e com acesso a portos
atlânticos fortaleceram sua burguesia comercial. Esta, por sua vez, pressionou por
instituições que protegessem direito de propriedade. E isso gerou a grande
divergência.
A partir daqui, os autores realizam três grandes revisões históricas.
Reino Unido: foca-se em dois eventos relevantes: A Guerra Civil Inglesa (1642-
1649) e a Revolução Gloriosa (1688-1689). Antes disso, comenta-se que havia
grande insegurança em relação ao comércio, bem como contínuos ataques ao
parlamento. Destacam-se as tentativas personalistas de Charles I.
Sob esta óptica, os dois eventos supracitados podem ser interpretados como uma
batalha sobre os direitos e prerrogativas de uma monarquia. Destaca-se que, via de
regra, os mercadores (COm exceção da COmpanhia das ÍNdias Orientais), estavam
do lado do parlamento (no caso da Guerra Civil) e da Revolução, no caso da
revolução gloriosa (afinal, queriam quebrar o monopólio e ficar com os espólios para
si).
Sublinha-se que a vitória do Parlamento na GUerra Civil e depois da Revolução
GLoriosa introduziu “major checks” no poder real, além de fortalecer os
Tutorial 4 4
comerciantes. Atos de navegação em pró de comerciantes ingleses, em adição à
quebra dos monopólios das charted companies .
O ponto é que o comércio atlântico foi muito conveniente para esse pessoal, que
enriqueceu consideravelmente. FOrtuna esta que foi empregada no conflito com a
coroa, em apoio do Parlamento.
Holanda: coloca-se que, antes da Revolta Holandesa, os mercadores flamengos
eram consideravelmente limitados pelos Habsburgos espanhóis, os quais sempre
tentavam aumentar sua dominância política e fiscal na Holanda. sobretudo durante
o século quinze e dezesseis.
É exatamente esse ressentimento religioso e defesa de interesses comerciais que,
em 1572, leva a uma série de revoltas, as quais culminariam em guerra de
independência aberta com os espanhóis.
Espanha, Portugal e França: de maneira geral, afirma-se que esses três países
tinham instituições mais absolutistas. Especificamente, destaca-se, na Espanha e
Portugal, a notável eficiência de manter o monopólio do comércio, que não era
aberto a particulares.
Tutorial 4 5
2 ) COmumente, quando se coloca a interação entre as instituições iniciais e o
potencial atlântico, esse é o único termo significativo.
Tutorial 4 6
Tutorial 5
Merchants and Society in Tokugawa Japan.
Autor: Charles D. Sheldon
O texto se inicia ao expor que os mercadores do período Tokugawa estavam na
base da hierarquia (composta por: samurai-camponeses-artesãos-mercadores),
com a mobilidade social sendo sumariamente mal vista e rígidas linhas de classe
sendo mantidas pela força. Os mercadores tinham a função de prover os serviços
requeridos pelos samurais; no mais, eram ignorados pelo governo. Tal ordem, vista
como promotora de paz e estabilidade.
Após essa exposição inicial, o texto entra nas minúcias da diferença entre cada um
dos mercadores. Primeiramente, fá-lo ao diferenciar entre mercadores urbanos,
maiores e estabelecidos, e os rurais, que só começam a ganhar importância após a
Tutorial 5 1
industrialização do país. Dito isso, a diferenciação mais relevante, contudo, é entre
os mercadores de Kyoto, Osaka e Edo.
Tutorial 5 2
comunhão com campanhas militares agressivas, a fim de manter a influência na
estepe. Apesar de todas essas ferramentas, a dinastia Ming, tanto étnica quanto
geograficamente, focalizava-se no Sul da China, isolando-se do ambiente
político da fronteira ao norte, com as estepes - disto, havia ausência de aliados
com cavalos de qualidade, algo problemático na China. Limitações tecnológicas
e de comunicação também dificultavam o controle da região.
Tutorial 5 3
além de muçulmanos e não muçulmanos), afirma-se que houve grandes tensões
sociais no território, o que foi um obstáculo à colonização. De qualquer forma,
mesmo com esses problemas, afirma-se que a imigração e integração comercial
geraram laços mais fortes entre a periferia e o centro do império.
Eurasian context
Na última parte de seu livro, Perdue destaca que o processo de formação do
Estado Qing não é algo excepcional. Sua principal comparação/controle é com a
formação da Rússia dos Romanov. Afirma-se que ambos exibiam um: “eclético,
pragmático e uma abertura contra intuitiva a modelos externos e fontes de
poder”, ao mesmo que “pacificaram” populações nômades predadoras de
recursos.
Uma das lacunas do livro, para o autor do artigo, é a falta de paralelos traçados
entre a formação estatal na Europa e na Ásia. Especificamente, no mesmo
período, França e Japão exibiram acelerada tendência a consolidação territorial,
centralização e administrativa e integração cultural comparável, dado alguma
abstração, a dinastia Qing. A saber, temos o seguinte:
Tutorial 5 4
Comenta-se que esses ganhos institucionais eram mais ou menos persistentes,
o que levou a períodos interregnos menores.
Four Differences Between Early Modern China and the Protected Rimlands
of Eurasia
Se a seção acima focou nas semelhanças entre os diversos impérios, agora,
para maior completude, vira-se para as diferenças. Especificamente, entreo
império Qing e as “protect rimlands”, sobretudo a Europa Ocidental.
Tutorial 5 5
ter ajudado na formação estatal quanto de uma ação de forças de seleção em
pró de estados mais organizados e eficientes.
3 - O tamanho do Império e da população chinesa eram muito maiores.
Passa-se a refletir sobre as razões para isso. Coloca-se a cavalaria, um legado
dos povos da Ásia central, os quais, como visto no ponto 1, contribuíam de
maneira importante para o Império. Destaca-se ainda: a presença de um
alfabeto logográfico que permitia cominicação escrita entre indivíduos de
diferentes línguas; uma doutrina sóciopolítica e religiosa bastante prescritiva, o
confuncionismo; concursos públicos que incentivava indivíduos a se envolverem
com conhecimentos supralocais.
4 - Imperativos militares foram, relativamente, menos importantes na
formação da China.
Tutorial 5 6
Tutorial 6 e 7
Tutorial 06 - The Great Divergence
✏ The geological contingency which put coal and the Americas closer to the
western than the eastern end of Eurasia dramatically reversed the fate of
its regions.
Ao mesmo tempo que o autor destaca essas características, ele argumenta contra
outras. Especificamente:
Tutorial 6 e 7 1
para Industrialização - um argumento que é usado para a Europa, também.
4 - Os salários chineses não eram significativamente mais baixos do que o da
Europa.
5 - Ambas a regiões, em 1800, estavam na eminência de escassez de recursos
como terra e florestas.
Com isto posto, passa-se a destacar os dois argumentos propositivos anteriores.
Consequences of Accident
Tutorial 6 e 7 2
Ao mesmo tempo, o argumento de Pomeranz é contrário àqueles que defendem
que somente somente a sociedade europeia era dinâmica. A interpretação dele,
portanto, é menos eurocêntrica.
Além disso, o autor também explicita melhor qual o papel das Américas na Grande
Divergência. Argumenta-se que:
(i) provided the silver with which Europe could satisfy insatiable Chinese demand (as
China was undergoing the process of remonetization) and thus provide wherewithal
to pay imported Asian luxuries, and (ii) more importantly, grow food and cotton for
which Europe had no sufficient land or climate.
✏ The origins of the Great Divergence are thus not endogenous to Europe.
Tutorial 6 e 7 3
Understanding China’s Growth: Past, Present, and Future.
Tutorial 7
Ocean Freight Rates and Productivity, 1740-1913
Introduz-se um debate sobre os fretes na navegação. A visão inicial sobre o
assunto, e principal, vem de Douglass North: há uma queda de fretes e aumento de
produtividade do século XVIII até o XX, com a maior queda de produtividade
ocorrendo na primeira metade do século XIX - antes da propulsão a vapor. O
autor argumentada, contudo, que a base de dados de North, de algodão na América
antes de Guerra Civil, é idiossincrática demais. Ele possui outra base: britânica; a
qual parece mostrar que, efetivamente, houve impacto tecnológico nos fretes.
British Freight Rates
Faz-se uma longa discussão sobre as bases de dados disponíveis, a qual eu preferi,
aqui, deixar de lado. O ponto mais importante a saber observado é que a série é
criada a partir de várias fontes independentes, o que, dado que todas elas parecem
indicar a mesma tendência, adicionam robustez a todas as análises. Ademais, tem-
se alguns fatos estilizados:
1 - O envio de mercadorias (shipping) do Reino Unido era destinado,
principalmente, aos Estados Unidos e Báltico.
Os Estados Unidos, the greatest seafaring nation in the world, tinha nos fretes um
importante componente dos recibos internacionais. Desta maneira, a presença e
contabilidade dos fretes era importante, o que acabou gerando a primeira série
contínua desde antes da Revolução Industrial até a Primeira Guerra Mundial.
A série, ou a parte dela usada por North parece ser uma época idiossincrática,
contudo. Apresenta-se as seguintes razões:
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No mais, alguns problemas de ordem mecânica para a criação do índice: ele é
ponderado em proporção às exportações americanas - o que gera, por exemplo,
maior peso para o algodão. Ora, veja que um navio pode preenchido até que o peso
ou volume se tornem proibitivos. Quando a carga era pesada, o frete era calculado
a partir do peso; se leve, do volume. Mesmo assim, até o século XIX, o algodão era
taxado a partir do seu peso; ao longo do século XIX, há melhoras na tecnologia para
empacotar algodão, praticamente quintuplicando sua densidade; assim, eu consigo,
sem mudar o peso, colocar mais algodão. Os fretes cairiam mesmo sem nenhum
avanço tecnológico. Mostra-se três séries de termo que o autor clama que
demonstram que a queda veio, principalmente, da maior densidade do algodão.
III - Calculations of Productivity Change
Ao olhar a série britânica de fretes, que também parece ter seus problemas e
arbitrariedades, o autor retira a conclusão que os custos de capitais são
consideravelmente mais importantes do que os cálculos do North indicam. Para
isso, define-se o custo de capital como “a porção da renda não paga no curso da
viagem; incluía depreciação, seguro, reparo e melhorar no navio”. Como proxy, usa-
se o preço do navio.
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Como produtividade é calculada, neste contexto, afinal? O método mais tradicional
é comparar a tendência dos fretes com uma média ponderada dos preços dos
insumos; se os fretes caiem mais do que os preços, tem-se sinal de produtividade.
Expõe-se, contudo, um método mais robusto. Primeiramente, aceita-se que as
mudanças nos fretes ocorrem por mudanças nos preços dos inputs e das
quantidades. Como, no longo prazo, o lucro é zero, temos:
Usa-se o estudo de caso de caso de Bombay. Com o canal de Suez, a cidade fica
6200 milhas da Europa do norte. Nesta distância, havia alguma indiferença, ao
menos até 1870, entre níveis à vapor e à vento. No entanto, navios à vento tinham
dificuldade de velejar em Suez, abrindo espaço para os navios de vapor o
realizarem. Na viagem para a costa ocidental da América do Norte, contudo, isto
não ocorreu: ela seria dominada por navios à vento até a Primeira Guerra Mundial.
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Disso tudo, logo se vê que aumento em tecnologias de aproveitamento de
combustível beneficiam as viagens longas do navio à vapor. De fato, a
produtividade crescia mais claramente após tecnologias que reduziam o consumo
de carvão; o mesmo acontecia com a tripulação. Outros pontos que contribuíram
para o aumento de produtividade: maiores navios; avanços organizacionais
(tamanho ótimo do navio).
No caso de Bombay:
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The first transcontinental is one of the largest railroads ever built inthe United States
and was the largest publicly funded work of the nineteenth century
Ela foi construída por duas companhias privadas, via subsídios. Quer-se saber o
seguinte:
However, the ex-post unaided private rate of return for each of the two railroad
companies ranged from 8 to 13 percent and was higher than the opportunity cost.
Entrepreneurs could have undertaken the project with their own money.
Alguns historiadores colocam que, contudo, ex ante não era evidente que a ferrovia
seria lucrativa. Contraria-se isso de algumas maneiras.
1 - A ferrovia foi criada após uma demanda por transporte, dado o boom de
mineração em Nevada.
2 - A principal razão de intervenção do governo foi em decorrência de risco político.
A saber, competições no Congresso para determinar o local e a apropriação dos
ganhos do projeto geraram conflito e deadlock. Só depois da Secessão foi que o
conflito conseguiu ser reduzido, gerando a intervenção do governo.
Inclusive, justamente por esses imbróglios políticos, o Congresso contratou uma
consultoria do exército para determinar a rota com o menor custo e
economicamente mais conveniente: essa é a principal fonte de dados para o artigo.
Escolheu-se, ao fim e ao cabo, a segunda alternativa apontado pelos engenheiros -
mas só após 1859, com o gold rush em Nevada.
Schumpter, Lyold Mercer, Fishlow e Fogel dizem que não. Sobre o argumento de
Fogel, de que títulos não foram comprados antes de 1866, Duran coloca que o
aumento do investimento público gerou um crowding-out no privado, sobretudo em
decorrência da inflação.
Dado esses problemas, os autores usam de:
Entrepreneurs’ reports, composed of preliminary survey reports and stock and bond
prospectuses, are an alternative source of evidence for profit expectations.
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A ideia era que esses reports possuíam a informação pública essencial para os
investidores realizarem suas decisões de compra. Especificamente, neles há:
b) Pode-se comprar a terra por uma taxa fixa L, de 1% dos custos de consrução.
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Deve-se, agora, estimar as receitas. Para isso, define-se 5 submercados distintos
(definido por um par de origem i e um destino j), bem como os modais competidores
em cada um deles, no qual se observe um equilíbrio em quantidade e preço. Então,
considera-se como a entrada da ferrovia iria alterar o transporte competidor, o que
geria, para a ferrovia, um equilíbrio. O preço seria o preço base do transporte
existente e os benefícios (segurança, etc.) da ferrovia. Usa-se uma função linear
para ambas as etapas.
Também se calcula custos operacionais: assume-se um custo médio por passageiro
e, daí, um custo esperado para a operação: O = oq~ij .
Daí, com η sendo o lucro por período, basta comparar com o custo de entrada:
Resultados: para o primeiro estágio, colocando Bij para zero sempre, temos que a
condição de entrada é de 39%: a saber, o lucro de cada ano deve ser, no mínimo,
40% do custo de entrada. O NPV do projeto é de 24.5 milhão (profitable, para o
médio). |
Para o segundo estágio (Virginia Station, em Nevada, até Omaha), o NPV seria de
7.8 milhão; o lucro em cada ano, no mínimo 18.6 por cento.
Assim, se lucro era esperado, por que os subsídios? Uma resposta é a captura do
congresso, via compra de votos; mas por que isso ocorreu somente após 1860?
Afirma-se que a economia política mudou entre 59 e 62 dado as mining booms em
Nevada e no Colaorado, o qual geraram uma demanda que fez a ferrovia ser
profitable.
No mais, a ferrovia criou impasses políticos. Primeiro, porque não se conseguia
achar um mecanismo de redistribuição de ganhos, o que fazia as regiões
perdedores se oporem; além disso, a ferrovia promoveria o desenvolvimento do
norte, que, com a criação de outros Estados, ganharia mais voto e provavelmente
limitaria mais a escravidão, algo que, claro, o Sul não desejava. Eis um deadlock
político. Após a guerra, e com o aumento do lucro em decorrência da mineração,
viu-se uma oportunidade única, que foi agarrada pelos empreendedores.
Claro, pós e durante a guerra, também havia problemas: menos acesso a
mercados de capitais domésticos e privados; incerteza sobre política e sobre
direitos de propriedade.
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