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hIstórIa
UnIdade 1
teMas
1. a formação dos estados modernos
e o capitalismo comercial
2. as reformas religiosas na europa
Introdução
No século XVI, a Europa já não mais vivia como na Idade Média (476-1453).
Como você estudou no Volume 1, as transformações ocorridas a partir do século XI
abriram caminho para o desenvolvimento de um novo sistema econômico
– o capitalismo, que possibilitou o surgimento de um grupo social, a burguesia –
e permitiram a inovação da produção cultural e artística nas cidades, no período
que ficou conhecido como Renascimento. Essas mudanças levaram a Idade Média
ao fim e inauguraram uma nova etapa da história europeia.
assunto.
UnIdade 1 11
Mas o que era o mercantilismo? Qual era seu objetivo? Como ele era praticado?
O sistema mercantilista era composto de um conjunto de práticas econômicas,
marcadas pela forte interferência dos Estados nacionais, que buscavam se fortale-
cer e enriquecer praticando atividades comerciais.
O mercantilismo é compreen-
dido por alguns economistas como
a fase inicial do capitalismo, carac-
terizada pela acumulação de rique-
zas que possibilitaram o posterior
desenvolvimento industrial. Por isso, a pintura representa a burguesia mercantil que prosperou na Idade
Moderna por meio do crescimento das atividades comerciais. as
esse sistema econômico é conhecido moedas de ouro e de prata eram a principal riqueza móvel daquela
como capitalismo comercial. época. [Marinus van reymerswaele. o contador e sua mulher, 1539.]
Glossário
Capitalismo
Sistema de organização econômica da sociedade que começou a se desenvolver no século XV e
que continua existindo até o presente. A origem da palavra capitalismo está relacionada com o
termo “capital”. O capital é a riqueza acumulada pelo trabalho humano. Por isso, o capitalismo
é o sistema social no qual o capital ganha uma importância central. A sociedade capitalista se
organiza de maneira a tornar possível o crescimento contínuo da quantidade de capital acumu-
lado, ou seja, busca-se aumentar cada vez mais a quantidade de riqueza acumulada.
No capitalismo, os meios de produção (as terras, as ferramentas para trabalhá-la e tudo que sirva
para produzir o que é consumido) são de propriedade privada, ou seja, têm um dono (um proprie-
tário, também chamado de capitalista). Nesse sistema, todos os bens produzidos pela sociedade
são transformados em mercadoria, em algo que se possa vender e comprar, gerando lucros para
os proprietários.
No capitalismo, aquele que não é proprietário depende da venda de sua força de trabalho em troca
de uma remuneração (o salário) que lhe permita comprar as mercadorias necessárias para sua
sobrevivência. Dessa forma, o próprio trabalho se transformou em mercadoria a ser comprada pelos
proprietários capitalistas.
Por isso, no capitalismo, a organização econômica da sociedade se constitui em função dos inte-
resses dos proprietários dos meios de produção (também chamados patrões, capitalistas ou
burgueses), que têm o poder de decidir sobre os produtos ofertados, seus preços e os salários pagos
aos trabalhadores, de acordo com a oferta e a procura de produtos e serviços no mercado.
Capitalismo comercial
Considerado por muitos estudiosos como a primeira fase do capitalismo, que se deu com o
suporte das grandes navegações. Por meio da expansão marítima europeia (que será estudada
ainda neste Volume), a burguesia e os monarcas procuravam produtos fora da Europa, a fim de
comercializá-los nesse continente, acumulando riquezas.
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A ideia principal dessa relação entre importação e exportação era fazer entrar
no território mais moedas do que saíam. Com isso, o Estado teria uma balança
comercial favorável, que o levaria ao acúmulo de metais preciosos. Uma das formas
de influenciar a balança comercial era taxar os produtos importados, tornando-os
mais caros que os nacionais e desestimulando a importação. Essa prática é cha-
mada de protecionismo.
A manufatura apareceu
no século XV e, segundo
muitos historiadores, foi a
primeira forma de produção
capitalista. Foi construída a
partir de uma nova forma de
organização do trabalho, em
que artesãos, anteriormente
isolados em suas oficinas, oficina de fabricação de recipientes de pólvora. [gravura, c. 1750.]
foram reunidos em um mesmo local, trabalhando juntos, de forma padronizada e em
série, sob as ordens do proprietário das ferramentas e das matérias-primas.
na qual a produção e o produto final não eram mais seus e não dependiam mais
somente dele, mas representavam o resultado de um trabalho coletivo e organi-
zado pelo proprietário.
© daniel Beneventi
Uma pessoa trabalhando sozinha em todas as etapas só pode fabricar uma unidade de cada vez.
Várias pessoas especializadas em apenas uma etapa podem fabricar várias unidades ao mesmo tempo.
No texto sobre o mercantilismo, você leu sobre cada uma das práticas adotadas
pelos Estados modernos para conseguirem enriquecer.
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Práticas mercantilistas
Metalismo
o absolutismo
A Europa, durante a Antiguidade e a Idade Média, esteve organizada de dife-
rentes maneiras – em cidades-estado (a pólis grega), em impérios (como o Romano
e o Carolíngio), em reinos (como os dos francos e dos anglo-saxões) e em divisões
menores, como os ducados, condados e marquesados, que eram territórios gover-
nados por nobres feudais. Portanto, não havia os países como existem hoje.