Você está na página 1de 33

O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO

O ESTADO MODERNO
A idade moderna inicia-se em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos turcos e estende-se até
1789 com o início da revolução francesa.
O século XV marcou uma nova fase do processo histórico da Europa Ocidental. Estruturou-se uma
nova ordem socioeconómica o capitalismo comercial. Onde a nobreza mantinha as “aparências” de
poder por causa das suas terras e títulos. Embora estivessem em dificuldades financeiras, ainda sim
queriam se impor segundo as novas regras da economia. Já a burguesia, mesmo com próspero
comércio, não conseguia ser a classe dominante junto a aristocracia.
A idade moderna, na verdade pode ser considerada como um período de transição, que valorizou o
comércio e a capitalização, que serviam de base para o desenvolvimento do sistema capitalista.

COMO SE FORMOU O ESTADO MODERNO?


A idade moderna foi bem diferente da idade média. Pode-se dizer que suas características foram bem
opostas. A idade média foi marcada por:
- Regionalismo político onde os feudos e as comunas tinham autonomia política, causando a
fragmentação no sistema administrativo;
- O poder da igreja que enfatizava e colocava a autoridade do Papa sobre os reinos da época.
No estado moderno desenvolveu-se a noção da soberania, ou seja, a ideia de que o soberano
(governante) tinha o direito de consolidar suas decisões perante seus súbitos (ou governados) que
morassem no seu território.
Para isso ocorrer, o estado desenvolveu vários meios para controlar a política de seu território. Alguns
desses meios foram:
- Burocracia: funcionários que cumpriam ordens do rei e desempenhavam as tarefas de administração
pública. Estes cargos eram ocupados pela nobreza palaciana e pela alta burguesia.
- Poder militar: incluía toda as força armadas, marinha, exército e polícias para assegurar a ordem
pública na sociedade e o poder do governo.
- União da justiça, a legislação passou a valer em todo o território nacional.
- Sistema tributário: ou seja, sistema de impostos regular e obrigatórios para manter o governo e a
administração pública Idioma oficial: um mesmo idioma falado em todo território do estado, que
transmitia as leis, ordens e tradições da nação, além de valorizar seus costumes e cultura.
O estado moderno também é conhecido como estado absolutista, porque o poder estava concentrado
nas mãos de poucos (reis e ministros) que se aproveitavam das limitações dos grupos sociais

1 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

dominantes (a nobreza e a burguesia) para controlar a política.


O estado dependia dos impostos arrecadados sobre as actividades comerciais e manufactureiras. Por
isso era necessário o estado ter burgueses em cargos do governo, incentivar o lucro, a expansão do
mercado e a exploração das colónias.

A BASE DO ABSOLUTISMO E MERCANTILISMO


A base teórica do absolutismo foi dada por Jacques Bossuet e Thomas Hobbes. Bossuet defendia o
direito divino dos reis; seus actos eram superiores ao julgamento dos homens. Já Hobbes justificou o
absolutismo, a partir do facto dos homens entrarem em um acordo, onde o poder ficaria como rei e a
ordem seria estabelecida.
Essas monarquias regulavam suas economias de acordo com as práticas mercantilistas que tinham por
base:
- Aumentar a qualquer custo as economias da Coroa;
- Vender mais do que comprar;
- Incentivar a produção interna, incluindo as colónias, para assim ter uma balança comercial favorável;
- Adoptar medidas de protecção para as manufacturas e controlar as taxas alfandegárias sobre os
produtos importados;
- Conquistar colónias e explorar produtos de alto valor comercial na Europa;
- a aliança da burguesia mercantil com os reis em favor dos seus interesses económicos. Com isso a
burguesia conseguiu até mesmo formar um exército forte.
Nesse período, teve um estado interventor, que actuava em todos os sectores da vida nacional. Na
economia, essa intervenção manifestou-se através do mercantilismo.

O MERCANTILISMO
Mercantilismo foi o conjunto de teorias e práticas de intervenção económica. Era um sistema
complexo e envolvia teorias exactas sobre produção manufactureira, utilização da terra e do poder do
estado. Pode-se dizer que era uma política de controlo e incentivo, onde o estado buscava garantir o
seu desenvolvimento comercial e financeiro e também o seu poder.
Sua base principal foi o metalismo, ou seja, a riqueza e o poder de um estado de acordo com os
metais preciosos acumulados; a balança comercial favorável, exportar mais do que importar; e para
diminuir a importação. Com esses princípios foram aplicados?
Um exemplo, na Espanha, o estado investiu em metais preciosos, através da exploração colonial
americana e para por restrições as importações, priorizou o metalismo.

Mercantilismo nos séculos XVI-XVIII

2 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

Na França, principalmente no século XVII, o governo tentou diminuir as importações e aumentar o


valor das exportações, por estimular as manufacturas, em especial àquelas voltadas para a produção de
artigos de luxo e para esse objectivo, tendo a criação de diversas companhias de comércio. Seu maior
defensor – o ministro de Luís XIV, Colbert, por isso na França o mercantilismo foi chamado de
colbertismo, e também de industrialismo, visto que essa política económica dava prioridade as
industrias. Além de ter incentivos para a construção naval, com tudo isso a França conseguiu
conquistar o mercado externo.
Na Inglaterra, o governo favoreceu o desenvolvimento naval para a exportação para a exploração do
comércio externo. Também incentivou a produção manufactureira e protegendo-a da concorrência
através de uma forte política alfandegária. Houve várias medidas de protecção ao comércio marítimo.
Um exemplo: foi a criação de leis contra o transporte de produtos da metrópole e das colónias inglesas
por navios estrangeiros. Esta lei evitava gastos com fretes para navios estrangeiros e impedia a evasão
de moedas para o exterior, deixando o lucro do comércio no país.
Estes foram os actos de navegação, que serviram para o desenvolvimento comercial inglês.
No século XVI Portugal e Espanha tomaram a liderança nas mudanças económicas na Europa.
Também tomaram a frente na expansão ultramarina, logo acabaram sendo os primeiros a se beneficiar
das riquezas das terras descobertas.
A Espanha foi a mais beneficiada, pois teve suas colónias de exploração eram metais preciosos.
Pacto colonial: sistema que consistia na passagem obrigatória pela metrópole dos produtos que
entravam ou saíam da colónia. Todos os produtos manufacturados da metrópole deviam produzir de
acordo com as exigências do mercado, para garantir lucros à coroa e a burguesia.
A Espanha logo enriqueceu, por causa do acúmulo de metais preciosos. Mas o excesso desses metais
gerou ao longo prazo, problemas para a economia espanhola.
Porque isso fez com que diminuísse as actividades agrícolas fazendo a Espanha depender das
importações. Esse problema espalhou-se por outros países europeus.
Esta crise favoreceu os países produtores (França, Holanda e Inglaterra), pois estes países se voltaram
para o comércio e para a produção como meio de entesouramento.

A RELAÇÃO: ECONOMIA E POLÍTICA NO MERCANTILISMO


O comércio permitiu ao governo manter e sustentar novas necessidades. Como: os exércitos a serviço
do rei. Visto que o exército era importante para a defesa do estado nacional, a extensão política do
mercantilismo económico.

Essa relação rei e burguesia tinham suas vantagens. O rei controlava o recolhimento de impostos, que
tinha uma parte reservada para o exército. A burguesia recebia a protecção militar e política para

3 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

continuar com projectos económicos.

O RENASCIMENTO.

MUDANÇAS NA SOCIEDADE
O período da mudança do feudalismo para o capitalismo causou várias modificações também nas
artes, no pensamento e no conhecimento científico. Visto que as transformações começadas na Baixa
Idade Média estimularam a Revolução Comercial na idade moderna. Essas mudanças eram
influenciadas pela expansão comercial, reforma religiosa e ao absolutismo político. Abrangeram os
séculos XIV até XVI, chamado assim de renascimento cultural.
Esse movimento de origem burguesa destacava uma cultura laica, ou seja, sem a interferência da
igreja. Já que para ela, sentimentos como alegria, prazer, riso eram ligados a coisas inferiores. As
tentativas de explorar a ciência eram consideradas heresias. O renascimento abriu uma porta para o
conhecimento e os estudos. Devido a preocupação maior dos renascentistas ser a vida humana, este
movimento também foi chamado de Humanismo.

HUMANISMO
O humanismo era a valorização de matérias que envolviam a vida humana, como matemática, línguas,
história e filosofia laica. Procurava nas pessoas suas belezas, seus aspectos positivos, ou seja aspectos
mais ligados ao pensamento burguês do que ao da igreja.
O humanismo, ou seja, o homem sendo o centro das atenções, do universo, daí o termo
Antropocentrismo.
A paixão pelos clássicos gregos volta a surgir. Um detalhe importante, o fato de ser estar valorizando
qualidades humanas não quer dizer que o homem renascentista tenha se tornado ateu. Ao contrário, ele
manteve a ideia de que o criador de todas as coisas foi Deus. Ele simplesmente mudou a maneira de
pensar sobre estas criações. A terra passa a ser um lugar de maravilhas e não mais de sofrimento, como
no pensamento medieval.

MOTIVOS PARA SURGIR O RENASCIMENTO


O renascimento foi um movimento urbano, visto que foi muito bem apoiado pelos burgueses. Era a
expressão do povo que habitava as cidades livres. Os primeiros focos renascentistas foram nas cidades

4 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

italianas. Visto que viviam do comércio, entre elas estavam: Veneza, Pisa, Génova e Florença. Estas
cidades receberam uma forte influência dos sábios bizantinos, que haviam fugido de Bizâncio, por
causa dos conflitos religiosos.
Outro factor que contribuiu para o renascimento foi o surgimento dos mecenas, estes eram ricos que
patrocinavam os artistas renascentistas. Alguns o faziam apenas como forma de ajuda, ou investimento
pessoal, outro também queria ganhar prestígio social. Alguns mecenas destacados foram: os Médicis,
em Florença e os Sforza, em Milão.
Além da influência dos sábios bizantinos, havia os árabes que mantinham contactos comerciais com os
italianos.
Em 1450, Johannes Gutenberg, criou a impressão mecânica, através do uso de tipos móveis de metal.
Essa invenção facilitou a vida dos apaixonados por livros, já que o trabalho de um copista era manual e
demorava muito para a conclusão da obra.
Mesmo com essa invenção o livro ainda não se tornou popular, por que sua fabricação ainda era cara e
de difícil acesso para a população em geral.
Um factor importante sobre o renascimento é que ele foi um movimento de carácter elitista, intelectual
e artístico, por isso suas obras estavam a disposição somente para os ricos.

As características do renascimento foram:


- o retorno a cultura clássica – o pensamento renascentista originou-se da reflexão sobre os textos
gregos romano juntamente com a heranças dos valores medievais.
- Antropocentrismo - o homem passa a ser o centro de tudo. Não é uma tomada do lugar de Deus
como o criador, mas sim de uma valorização pessoal e de suas qualidades, antes negadas pelo
pensamento medieval.
- O ideal de universalidade - para os renascentistas a pessoa podia conhecer tudo que lhe fosse
apresentado. O ser humano ideal era aquele que conhecia todas as ciências e todas as artes.

FASES DO RENASCIMENTO
O renascimento abrangeu os séculos XIV até XVI. Cada século com sua fase.
Trecento foi denominado período dos anos trezentos, ou seja, século XIV; Quattrocento abrangeu os
anos quatrocentos, ou seja o século XV; e Cinquecento que corresponde aos anos quinhentos, sendo o
período mais criativo, de 1500 a 1550.

TRECENTO – XIV
Foi marcado pelas mudanças nas artes plásticas e nas letras. No primeiro caso o mais destacado
representante foi Giotto, que saiu do tradicional medieval para fazer do homem e da vida o destaque

5 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

em suas obras, colocando individualidade e um aspecto mais humano para elas.


Nas letras, ocorre o uso da língua italiana. Os autores de destaque são:
Petrarca e Gioanni Boccaccio.
QUATTROCENTO – XV
Devido a influência greco-romana, ressurgi as línguas clássicas e o paganismo.
Com o apoio de Lourenço de Médicis é fundada a escola filosófica neoplatônica em Florença. A
técnica a óleo foi introduzida nas pinturas. Alguns dos representantes foram: Masacio, Sandro
Botticelli e Leonardo da Vinci.
Masacio: dava realismo aos seus trabalhos, além de dar volume e peso, estes vindos de princípios
básicos da arquitectura e da escultura.
Sandro Botticelli: representava figuras leves, quase imateriais em suas pinturas. Elas representavam a
beleza neoplatônica, tendo a união entre o paganismo e o cristianismo. Um exemplo: O nascimento de
Vénus.
Leonardo da Vinci: este foi o mais completo e famoso artista renascentista. Ele ficou no meio termo.
Visto que viveu entre o quattrocento e o cinquecento. Ele incorporou em suas obras as tendências de
cada período. Foi pintor, escultor, urbanista, engenheiro, músico, filósofo, físico e botânico.

CINQUECENTO – XVI
Nesta época o uso do idioma italiano foi bem sistematizado. A escrita ganha destaque. Um poeta
famoso foi Nicolau Maquiavel, que inovou no campo político. Sua maior obra foi O Príncipe, onde
há a defesa de um estado forte, independente da igreja, com um governo absolutista onde tudo pode ser
justificável, para o poder.
Outro famoso desse período foi Michelangelo Buonarroti, recebeu o título de “ gigante do
renascimento”, por causa do destaque nas pinturas, esculturas, arquitectura e obra poética. Destacava
sentimento como a dor e a paixão.
No final do século XVI, o renascimento italiano começa a perder seu poder. Um dos motivos foi a
quebra do monopólio comercial italiano pelas grandes navegações e descobertas. Isso transferiu o pólo
económico e comercial europeu para o Atlântico.
Estes novos centros comerciais foram influenciados pelos italianos. Nesse mesmo período surge na
Itália a Contra – reforma (movimento católico contra os protestantes). Roma foi seu ponto de partida,
que também tinha ideias anti-renascentistas.
Nas artes plásticas:
Sandro Botticelli ( 1444-1510), Leonardo da Vinci ( 1452- 1519), Michelangelo Buonarroti ( 1475-
1564), Rafael Sanzio ( 1483- 1520)
Na literatura:

6 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

Dante Alighieri ( 1265-1321), Giovanni Boccaccio (1313-1 375), François Rabelais ( 1494 – 1553),
Luís de Camões (1524 – 1580), Miguel de Cervantes (1524 – 1580), » William Shakespeare (
1564-1616)
Seus pensadores:
Erasmo de Roterdã (data incerta), Nicolau Maquiavel ( 1469- 1527), Thomas Morus ( 1480 – 1535)

RENASCIMENTO CIENTÍFICO
Começa a criar raízes no século XVI, onde ocorre o desenvolvimento de vários ramos da ciência. A
contribuição do renascimento foi o aprimoramento da observação e da experimentação. Com isso as
práticas cientistas avançaram.
Os destaques do renascimento científico foram para Leonardo da Vinci e Nicolau Copérnico. Da Vinci,
como já mencionado teve habilidades em muitos campos da ciência e com isso inventou muitos
instrumentos, inclusive bélicos, em outros casos ele aprimorou mecanismos.
Copérnico deu sua contribuição no aumento no conhecimento da matemática, mecânica e astronomia.
Criou a teoria heliocêntrica, onde afirmava que a terra gira em torno do sol , indo contra a ideia
medieval, que a terra era centro do universo.
Nas ciências naturais também progrediram.
Na medicina, Miguel de Servet, e William Harvey, descobriram o funcionamento da circulação
sanguínea. Ambroise Paré , defendeu a ligação das artérias, em vez da tradicional cauterização para
estancar hemorragias, e André Vesálio , o “pai da anatomia” que publicou o primeiro livro sobre a
anatomia humana.
O renascimento tirou da igreja o poder e o direito de dar explicações sobre a criação e a vida. A
experimentação era então o meio vigente para achar respostas e entender a realidade. Mesmo tendo a
contra-reforma, esta não pode mais conter o avanço da ciência.

REFORMA RELIGIOSA E A CONTRA-REFORMA


A reforma religiosa, pode-se dizer que foi um movimento ou até mesmo uma revolução religiosa.
Onde o poder total da igreja foi questionado, desafiado. Será que tudo o que era dito pela igreja era
verdadeiro? Deveria ser seguido cegamente, sem perguntas?
Essa situação ocorreu durante o séc. XVI, onde novas religiões cristãs surgiram.
A religião dominante começa a sofrer divisões. Esse aparecimento de novas religiões abalou a

7 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

supremacia política e espiritual da igreja católica e a autoridade do Papa. Por isso o termo Reforma.
Foi uma verdadeira reforma no lado mais importante de uma sociedade: o religioso.
A “reforma”, ou seja, o surgimento de novas religiões, não passou despercebido para a igreja católica.
A reacção católica a reforma foi chamada de CONTRA-REFORMA. Afinal uma instituição soberana
não se deixaria vencer tão fácil. Essas crises marcaram também a passagem do feudalismo para o
capitalismo.
Quando o império romano acabou, a igreja assumiu o papel público na educação, justiça e economia.
Com todas essas funções seria lógico que nem todos concordariam com a união: estado e igreja.
A reforma, na verdade serviu para ajustar a sociedade ao modelo capitalista. Moldá-la aos novos ideais
e valores, além das transformações económicas da Europa.

PRINCIPAIS MOTIVOS DA REFORMA


O motivo não foi só novas ideias, mas a análise da conduta dos representantes da igreja. Muitos destes
aproveitavam-se de seus cargos e do conceito popular de que eram intercessores dos homens perante
Deus, para abusar dos seus privilégios, enriquecer e entrar na política. Toda essa má conduta serviu
para estimular a divisão da religião.
Outro motivo foi na formação das monarquias nacionais, onde a igreja passou a ser encarada como
barreira ao progresso económico. Porque a igreja possuía muitas propriedades em vários países, que na
época pagavam tributo a Roma. Mas com a queda de Roma, as monarquias começaram a
desenvolver-se e uma consciência nacional começou a surgir, fazendo que o poder do rei ficasse em
oposição ao da igreja.
Na economia, as teorias de condenação à usura, ou seja, a cobrança de juros, ia de encontro com a
actividade bancária.
Na conduta, houve uma crise moral, que serviu como motivo para a reforma. Já que “eles pregavam,
mas eles próprios não praticavam”. Essa corrupção moral atingia a todos os nível clericais.
Resumindo: a igreja deu motivos para uma divisão: vida sem regras, luxo do clero, venda de cargos,
relíquias sagradas e indulgências (perdão papal pelos pecados). Houve também o aparecimento de
heresias e a oposição dos humanistas.
As heresias tinham ideias que eram contrárias a muitos dos ensinamentos da igreja. Além de atrair
muitos adeptos que ansiavam por uma melhora. Os humanistas também passaram começaram a criticar
as atitudes da igreja.
Alguns destes foram: Erasmo de Roterdã, Thomas Morus, John Wyclif e John Huss. Os dois primeiros
incentivavam uma reforma interna e depuração das práticas eclesiásticas.
John Wyclif, um professor universitário, atacou o sistema eclesiástico, a opulência do clero e a venda

8 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

de indulgências. Para ele a base da verdadeira fé era a Bíblia. Além disso ele pregava o confisco dos
bens dos clérigos na Inglaterra e o voto de pobres por parte deles.
John Huss era da universidade de praga, uniu à reforma religiosa o espírito de independência nacional
do Sacro Império. Ele ganhou adeptos, mas ele foi preso, condenado e queimado na fogueira em 1415,
pela decisão do concílio da Constança. Acabou se tornando herói e símbolo da liberdade política e
religiosa.

ONDE A REFORMA SE DESTACOU?

ALEMANHA
A Alemanha era uma região feudal e com comércio ao norte. Mas a igreja era dona de mais de um
terço da região. Seus clérigos não tinham um bom comportamento e os nobres tinham interesses em
suas terras. Esses factores foram de importância para o desejo de autonomia em relação a Roma.
Martinho Lutero, era Frade agostiniano (1483- 1546) e não concordava com muitas coisas do alto
clero, entre elas:
- O interesse sobre a economia e a riqueza feudal;
- O péssimo comportamento dos clérigos, que abusavam do seu poder;
- O afastamento da doutrina, dos textos sagrados;
Ele começou a se manifestar na universidade de Wittenberg, Saxônia. Os pontos altos de sua doutrina
foram:
- A salvação pela fé;
- A bíblia pode ser interpretada livremente;
- Sacramentos importantes: baptismo e eucaristia;
- A única verdade é a Escritura Sagrada;
- Proibição do celibato clerical e o culto de imagens;
- Submissão ao estado;
Claro que com essas ideias Martinho Lutero não passou despercebido. Em 1517, fixou as 95 Teses na
porta da igreja, essas teses mostravam suas críticas e a nova doutrina.
Em 1521, Lutero foi excomungado pelo Papa Leão X, por meio de uma Bula papal, onde havia a
ameaça de heresia. Mas a resposta de Lutero foi bem prática: queimou a bula em praça pública.
Lutero, mesmo perseguido, teve apoio da nobreza alemã. Que tinha forte interesse político e

9 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

económico na reforma. Visto que esta reforma liberaria os bens da igreja ao poder da nobreza.
O luteranismo se expandiu rapidamente. Mesmo em paises fortemente católicos, como Espanha e
Itália.
Em 1530 , Lutero e o teólogo Filipe Melanchton escreveram a confissão de Augsburgo, base da
doutrina luterana. Nesta época, um quarto da Antuérpia era luterana. Quando Carlos V, imperador
Alemão, não quis oficializar o luteranismo, os príncipes fizeram uma confederação para protestar
contra essa atitude. Por isso o nome PROTESTANTES, ou seja, os seguidores da nova doutrina
cristã. Por volta de 1550, muitos alemães já eram luteranos.
SUÍÇA
A Suíça, era uma região de próspero comércio e livre do Sacro Império.
A reforma protestante foi iniciada com Ulrich Zwinglio (1489-1531). Este era seguidor de Lutero.
Suas pregações estimularam a guerra civil entre católicos e reformadores, onde ele próprio morreu. A
guerra findou com a Paz de Kappel, onde cada região do país tinha autonomia religiosa.

Depois, o francês João Calvino, chega a Suíça. Em 1536, publicou a obra INSTITUIÇÃO DA
RELIGIÃO CRISTÃ. Ele pede protecção para os Huguenotes, ao rei Francisco I.
Rapidamente suas pregações se espalharam e ele passou a ter controle sobre a vida política, religiosa e
social das pessoas. Colocou uma censura tão rígida quanto à católica.
Sua doutrina baseava-se em:
- Predestinação – o homem sendo dependente da vontade de Deus;
- Sacramentos – o baptismo e a eucaristia;
- Condenação ao uso de imagens;
Calvino pregava que a riqueza material através do trabalho era um sinal que a pessoa estava destinada
à salvação. Por isso foi tão bem aceita entre os burgueses.

INGLATERRA
Na Inglaterra, foi o rei Henrique VIII que tomou a frente na revolução protestante. Essa tinha carácter
político. O rei rompeu com a igreja por motivos pessoais.
Ele queria divorciar-se de Catarina de Aragão para casar-se com Ana Bolena. O motivo da separação:
ele queria ter um herdeiro para o trono inglês.
O papa negou a anulação do casamento, porque Catarina era aparentada de Carlos V, imperador do
Sacro Império Romano-Germânico. Logo o papa não queria ter problemas com Carlos que era seu
aliado. Por isso Henrique VIII rompeu com a igreja em 1534. Publicou pelo Parlamento o ATO DE
SUPREMACIA. Esse documento o fazia chefe da igreja, que logo mais ficou conhecida como
Anglicana. O Papa o excomungou, e ele como rei confiscou os bens da igreja católica na Inglaterra.

10 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

Suas reformas só terminaram com Elisabeth I, sua filha com Ana Bolena.
Na verdade, as bases do calvinismo estavam misturadas aos dogmas católicos.
O resultado foi: a independência diante Roma, tendo um monarca como chefe da igreja e a
continuidade de certos tipos católicos, como: a hierarquia eclesiástica.

CONTRA-REFORMA
Com a expansão do protestantismo na Europa, a igreja católica entrava em crise. Por isso foram
necessários meios para frear a expansão reformista.
Por isso o Papa Paulo III, em 1538, junto com um grupo religioso produziram um documento, onde se
fazia uma auto-crítica aos interesses materiais da igreja e ao comportamento imoral de muitos clérigos.
Em 1534, a Companhia de Jesus foi fundada, seu idealizador foi Ignácio de Loyola. Esta ordem
religiosa tinha a semelhança de um exército. Por terem uma obediência sem igual aos seus superiores e
uma rígida conduta moral, os “soldados de Cristo”, como eram chamados os jesuítas possibilitaram
uma reorganização no comportamento clerical.

O CONCÍLIO DE TRENTO
Em 1545, o Papa Paulo III, querendo modificar a igreja, convocou os membros do alto clero para uma
assembleia. Onde o objectivo desse concílio era resolver os problemas da fé e eliminar vários atritos
que levaram muitos a entrarem nas religiões protestantes.
Algumas das proibições foram:
- A venda de indulgências;
- A obrigatoriedade de se estudar em um seminário para se tornar um clérigo;
- A venda de cargos do alto clero;
Mas também foram reafirmados alguns dogmas:
- A salvação só pode ser através da fé e boas obras;
- Celibato clerical;
- Indissolubilidade do casamento;
- Inefabilidade da Papa;
- Culto a virgem Maria e aos santos
- Manutenção da hierarquia eclesiástica;
Foi neste Concílio que houve a reactivação da Inquisição ou o tribunal do Santo ofício, para julgar e
punir hereges, ou seja, aqueles que resolvessem questionar ou falar algo diferente dos dogmas
católicos.
Para silenciar essas vozes, a inquisição usava do terror, com isso muitos foram condenados e
executados. Também nesta época foi criado o INDEX, uma lista de livros proibidos pela santa

11 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

Inquisição, isto serviu para atrapalhar o desenvolvimento cultural e científico.


A contra-reforma foi mais actuante em Portugal e Espanha. Com foram estes países que deram início
a expansão marítima, a fé católica através dos jesuítas, foi levada as colónias nas Américas central e
sul, enquanto o protestantismo foi para a América do Norte pelos ingleses.

O ESTADO ABSOLUTISTA
No continente europeu surgiu a partir do século XI, no período da Baixa Idade Média, pela aliança
entre reis e burgueses e a necessidade socioeconómico e política da época. Uma espécie de
centralização do poder. Começou na idade média e tomou forma na idade moderna.
Para uma definição mais exacta pode-se classificar o absolutismo como uma forma de governo
autoritário, que está nas mãos de uma pessoa ou um grupo social. Estes têm o poder absoluto sobre o
estado. Com essa ideia em mente não é de admirar os abusos que foram cometidos pelos governantes.
O absolutismo seria a expressão política do mercantilismo. Para tudo isso acontecer, foi necessário a
ajuda dos pensadores dos que idealizaram essa forma de governo.

TEÓRICOS DO ABSOLUTISMO
As mudanças culturais através do Renascimento, na sociedade, ajudaram a reestruturar a visão política
da Europa. Sem a interferência da igreja, muitas teorias surgiram para justificar o estado absolutista.
A idade moderna rompeu com muitas ideias medievais. Veja agora alguns teóricos de destaque:
Nicolau Maquiavel (1469-1527)
Foi membro do governo dos Médices, de Florença. Em suas obras ele expressa sua indignação por ver
a Itália devastada pela divisão em repúblicas rivais. A solução seria a união nacional por um interesse
comum.
No século XVI, publicou o texto O Príncipe, dedicado ao príncipe Lourenço de Médicis. Nesta obra
ele comenta sobre as artes de conquistar e manter o poder. Foi publicado em 1513, algumas de suas
recomendações eram que para governar é preciso a astúcia, subtileza e um bom exército. Por citar
Moisés, um personagem bíblico, ele insinuou a ligação de Deus com a posição dos reis. Como se os
reis fossem representantes de Deus aqui na terra. Para Maquiavel, a necessidade de ter um estado forte
justifica qualquer atitude.
Thomas Hobbes (1588-1619) – este foi o teórico que melhor definiu a ideologia absolutista. Sua obra
foi o livro Leviatã, onde mostra sua ideia de um estado poderoso e dominante. Este é necessário para
manter a ordem do governo, sem ela os homens viveriam em constantes guerras. Como se o monarca
fosse o protector da lei e da ordem.

12 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

Para Hobbes, o estado absoluto surgiu em função do avanço da sociedade. Que antes era primitiva,
sem leis, cada um por si. Mas depois que a razão e a auto conservação entram na sociedade, surgiu a
necessidade da união para a criação de um estado forte. Neste estado há uma espécie de contrato ou
acordo, onde cada cidadão concederia seus direitos à um soberano.
Para Hobbes, a autoridade do estado tem de ser absoluta para proteger os cidadãos da violência e do
caos. O soberano pode governar com autoridade, pois esta foi concedida pelo povo.
Jacques Bossuet (1627-1704) - Bossuet defendeu fortemente a teoria do direito divino dos reis.
Cuidou da educação do filho do rei francês Luís XIV. Suas obras foram Memórias para educação do
Delfim e Política. Para Bossuet a autoridade real é sagrada. O rei age como ministro de Deus na terra,
logo uma rebelião contra o rei seria o mesmo que rebelasse contra Deus. Sua influência foi forte na
dinastia francesa dos Bourbon.
Jean Bodin (1530- 1596) - sua obra foi “A República” este defendia a ideia da soberania não
partilhada, ou seja, o rei pode governar sem a interferência, ou restrição de alguém, pois ele teria o
poder de legislar sem a permissão de outros.
Hugo Grotius (1530-1596) – sua obra foi Do direito da paz e da Guerra. Embora comente sobre
direito internacional, aparece com as mesmas idéias dos outros teóricos: a defesa de um governo
despótico, com poder ilimitado para assim não haver o caos político na sociedade.

O ABSOLUTISMO NA FRANÇA
A centralização política da França vem desde a guerra dos Cem Anos (1337-1453), o absolutismo
francês teve seu auge na dinastia dos Bourbons.
Durante o século XVI, ainda na dinastia Volois, havia conflitos internos, tanto políticos como
religiosos. O conflito maior ficava a estrutura político-económica do governo. Pois os burgueses, que
eram a fonte do governo, adotaram o calvinismo como religião enquanto o estado tinham forte
influência católica.
No governo de Carlos IX (1560-1574) a luta de católicos e Huguenotes (calvinistas franceses) foi
forte.
Os católicos tinham o apoio real. Os huguenotes sob o comando dos Bourbons colocaram em
confronto a nobreza católica e os burgueses mercantilistas calvinistas. O auge dessa luta foi em 24 de
Agosto de 1572, A Noite de São Bartolomeu, onde houve o massacre de mais de 3 mil huguenotes,
incluindo mulheres e crianças. Isto provocou instabilidade política e colocou o trono francês em risco.
Por isso Henrique III, filho de Catarina de Médici, aliou-se a Henrique Bourbon, líder dos Huguenotes
e o fez seu herdeiro político. Nesse tempo o católico Henrique Guise disputou a liderança com
Henrique III, essas disputas ficaram conhecidas como a Guerra dos três Henriques. O final foi:

13 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

Henrique de Guise morreu, Henrique Bourbon saiu vitorioso e tornou-se herdeiro de Henrique III.

DINASTIA BOURBON
Com a morte de Henrique III em 1589, Henrique Bourbon assumiu poder com o nome de Henrique IV.
Mas este por ser protestante enfrentou forte oposição. Os conflitos armados foram tantos, que
Henrique IV viu-se obrigado a fugir de Paris. Para poder ser de fato rei dos franceses, Henrique
abandona o protestantismo e assim é coroado rei.
Este novo rei fortaleceu o absolutismo, por implantar uma política económica mercantilista. Assinou
em 1598 o Edito de Nantes, que concedia liberdade de religião aos protestantes. Com isso o rei refez a
aliança com os burgueses.
O sucessor de Henrique IV foi Luis XIII (1610-1643). Em seu reinado destaca-se a figura de seu
primeiro ministro o Cardeal Richelieu ( 1624- 1642), que ampliou os poderes absolutos do rei e lançou
a França na disputa pelo comércio internacional e a posse de colónias. Também caçou os direitos dos
que eram opositores do rei. Abriu caminho para os burgueses terem acesso a cargos na administração
pública, mesmo sob a protecção do Edito de Nantes, ele perseguiu protestantes. Richelieu levou a
França intervir na Guerra dos trinta anos. Pois neste conflito visava a disputa à hegemonia política
europeia.
O apogeu do absolutismo francês foi com o rei Luís XIV (1643-1715), chamado também de “Rei
sol”,devido suas grandes realizações. Por ter assumido o trono ainda jovem, teve como ministro outro
cardeal, Mazarino. Este aplicou uma política centralizadora, eliminou as frondas, ou seja, as
associações de nobres e burgueses, que eram contra o absolutismo e os tributos impostos aos povos
para repor os prejuízos aos cofres reais por causa do apoio à guerra dos trinta anos.
Após a morte do Cardeal, o ministério das finanças foi para Jean Baptiste Colbert, que fez a base para
o mercantilismo francês. Este promoveu o desenvolvimento da manufactura, navegação e das
conquistas territoriais na Ásia e América.
Na época de Luís XIV, foi um período de cultura na França e berço de pensadores e artistas.
Infelizmente em 1685, Luís XIV reformulou sua política religiosa e revoga o Edito de Nantes.
Esta atitude fez com que muitos huguenotes, boa parte burgueses, fugissem da perseguição religiosa.
Isto arruinou a economia mercantil e abriu caminho para as críticas ao regime absolutista.
O poder francês na Europa começou a cair nos reinados de Luís XV e Luis XVI. Porque a corte fazia
gastos excessivos, os impostos eram muitos sobre os burgueses e a população além das derrotas
militares.
A França entrou em duas guerras: A primeira foi a Guerra dos Sete anos (1756-1763), onde a
França enfrentou a Inglaterra disputando o mercado europeu e áreas para colónias. Mas perdeu dois
territórios, o Canadá e a Índia.

14 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

A segunda foi a guerra de independência dos Estados Unidos (1776-1781), o apoio nesta guerra,
causou dificuldades económicas a França. Com todos esses factores, foram surgindo motivos e
condições para a Revolução Francesa de 1789 que daria fim ao Regime francês.

O ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
O poder real na Inglaterra começou no século XVI, com a dinastia Tudor. Henrique VIII (1509-1547),
segundo rei da série, impôs-se sobre a nobreza enfraquecida, unificou o país e chocou-se com o
Papado. Este choque parecia simples e fútil. Na verdade o rei queria separar-se de sua esposa, Catarina
de Aragão, para casar-se com outra, Ana Bolena. Mas com a proibição do Papa, Henrique rompeu com
a igreja e fundou a igreja anglicana. Esse conflito serviu como pretexto para que o rei confiscasse os
bens da igreja, que foram redistribuídos ou vendidos para os nobres.
Por volta de 1570 a indústria de lã e a escavação das minas de carvão cresceram. O comércio
internacional também aumentou e serviu de estímulo para a construção naval.
Com o avanço da pirataria legitimada pelo estado (os corsários), cada império colonial teve seus
lucros. Os mercadores aventureiros e a companhia inglesa das índias orientais, dinamizou a expansão
comercial, principalmente de tráfico de pessoas para as colónias.
A burguesia mercantil das cidades portuárias, principalmente Londres, ganhou importância na câmara
dos Comuns. Os trabalhadores conquistaram o estatuto dos artesões, de 1563, que regulamentava suas
actividades e a Leis dos Pobres, que cobrava impostos obrigatórios sobre as pessoas das comunidades
para sustentar os necessitados.

PAÍSES COLONIZADORES – ESPANHA E PORTUGAL

Objectivo: esta lição visa mostrar o como foi a colonização de alguns povos indígenas da América
central, tais como os astecas por Hernan Cortez e os incas por Francisco Pizarro. Além de mostrar um
pouco de como foi o surgimento das primeiras colónias em terras recém conquistadas. Também
destaca o começo da colonização no Brasil. Os primeiros exploradores e o comércio da madeira
pau-brasil.

ESPANHA
Para os europeus do século XV, viajar pelo oceano Atlântico era uma tarefa arriscada, pois para os
marinheiros o oceano era cheio de mistérios. Visto que pouco se sabia do oceano Atlântico, muitas
estórias foram inventadas. Como que em algumas partes desse mar suas águas ferviam, enquanto em
outras partes elas desabavam em cachoeiras gigantescas. Os países pioneiros em encarar esse oceano,

15 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

foram Espanha e Portugal. Cada um seguiu seu próprio caminho para o desconhecido.

OS PRIMEIROS COLONIZADORES
Na navegação a Espanha foi representada por Cristóvão Colombo, que a serviço dos reis espanhóis,
chegou a América antes dos portugueses. Desembarcou em 1492, na ilha de Guanaani (nome
indígena), hoje San Salvador. Viajou mais de um mês no comando de três pequenas embarcações, na
esperança de chegar as Índias. Acabou por descobrir um novo continente.
No século XVI, os espanhóis organizaram novas expedições para as conquistas de novas terras. Uma
expedição de maior destaque foi a de Hernan Cortez , que conquistou e destruiu o império asteca, na
atual região do México.
O interessante foi como Cortez conseguiu conquistar esse império. O imperador asteca, Montezuma e
seu povo imaginaram que Cortez e seus homens eram deuses, por isso em vez de lutar e defender seu
império, Montezuma mandou emissários com presentes para Cortez, para assim manter a paz. Mas os
espanhóis, além de seus cavalos dispunham de outras armas de guerra, desconhecidas para o povo
asteca.
Como os espanhóis estavam em menor número, eles procuraram conhecer bem a língua, a cultura
daquele povo. Aos pouco foram entendendo a situação, eles eram considerados deuses, o império
asteca era frágil. Por isso começaram a agir, passaram a fazer alianças com os povos inimigos dos
astecas, além de obrigar Montezuma a mostrar os mapas dos territórios de seu império, os livros de
impostos. Para assim conseguir descobrir os tesouros das lendárias riquezas do império asteca.
O confronto entre espanhóis e astecas começou quando Cortez teve de voltar em Vera Cruz e deixar as
tropas em Tenochtitlán sob o comando de Pedro Álvaro. Em uma festa religiosa, Pedro manda fechar
as portas do templo central e matar os nativos.

Foram mais de mil mortos. Mas os nativos reagiram, sob as ordens de Cuitlahuac, irmão de
Montezuma. Enquanto o combate seguia, a cidade também passava por outra crise: as doenças trazidas
pelos europeus, como exemplo, um surto de varíola, que também ajudou os europeus na conquista,
pois essas doenças eram desconhecidas para os nativos e por isso eles não tinham defesa. No meio
desses problemas o irmão do imperador morreu.
Cortez com um exército de 650 soldados, 194 mosqueteiros, 84 cavaleiros e milhares de nativo
aliados, começou o ataque a Tenochtitlán. Visto que os guerreiros astecas não se deixaram vencer tão
fácil, Cortez invadiu a cidade e envenenou as fontes de água. Em 75 dias muitos astecas morreram e
passaram fome. Os nobres de destaque foram torturados para assim poderem falar onde estavam os
tesouros da cidade. Foi o fim do império asteca.
Houve também outro império que sofreu com a chegada dos europeus. Foram os Incas, estes foram

16 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

descobertos por Francisco Pizarro. Este chegou na região em 1532, que havia acabado der ter uma
crise interna. Pois Atahualpa havia matado seu irmão. Pizarro, foi recebido por uma comitiva de paz,
liderada pelo novo imperador, Atahualpa.
Mas Pizarro deixou claro que sua intenção não era a paz mas sim a conquista, pois matou os
acompanhantes do imperador e o capturou, depois passou a exigir um quarto cheio de ouro e dois
cheios de prata para poder libertar o imperador.
Meses depois a exigências de Pizarro foram atendidas. Ele por sua vez, fez uma “divisão justa” das
riquezas as partes para o rei, para a igreja, para os homens e a maior para ele próprio.
Atahualpa foi condenado e decapitado. Para dividir o império e torná-lo mais fácil de conquistá-lo,
Pizarro nomeou vários postos de comando incas ligados a Huáscar.
RESULTADO DAS CONQUISTAS
Estas terras conquistadas foram divididas em quatro partes, os Vice-reinos: Nova Espanha, Nova
Granada, Peru e Rio da Prata. Para governar essas regiões havia as audiências, tribunas, que eram
responsáveis pela justiça, além da igreja e as forças armadas. Além disso já começava a surgi o
comércio e a mineração.
O governo também usava os cabildos, uma espécie de câmara municipal que controlava a polícia,
fiscalizava os impostos e faziam vigorar as leis nas vilas e cidades. A igreja trabalhava junto ao
governo para controlar as colónias. Por isso o rei teve de ser oferecer para ajudar na expansão do
catolicismo. Visto que a igreja tinha um forte poder nas colónias, pois suas frentes principais eram as
missões, que na verdade eram aldeamentos destinados a catequizar os índios para poder os integrar aos
costumes europeus.

PORTUGAL
Em 1498, Vasco da Gama, consegue chegar as Índias contornando a África. Com a intenção de
arrumar um novo caminho, foi-se organizada uma nova expedição, desta vez comandada por Pedro
Álvares Cabral.

Essa expedição saiu de Lisboa em 9 de Março de 1500, com treze navios e cerca de 1500 homens,
destes haviam os guardas, tripulantes e os religiosos. Ao chegar, baptizaram o lugar de ilha de Vera
Cruz, mas no ano seguinte este nome foi mudado para Terra de Santa Cruz, e por fim em 1503 de
Brasil.
Após a sua descoberta, Cabral seguiu viagem rumo as Índias, mesmo já não tendo toda sua frota de
navios. Sua expedição foi um sucesso comercial, pois apenas um dos produtos trazidos do Oriente, a
pimenta, já rendeu duas vezes o custo da viagem.

17 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

O INÍCIO DA EXPLORAÇÃO – MADEIRA PAU-BRASIL


O comércio de especiarias orientais passou a se destacar na economia.
Isso explica o pouco interesse de Portugal nas três primeiras décadas após a viagem de Cabral. No
começo Portugal enviava ao Brasil apenas expedições para conhecer e investigar o litoral, colectar
espécies e combater piratas e navios de outros países.
O principal produto de comércio do Brasil era o pau-brasil, mesmo tendo valor inferior ao das
mercadorias Orientais. Até 1504 Fernão de Noronha junto com comerciantes judeus era responsável
pelo comércio de pau-brasil.
Além dos portugueses, os espanhóis também tinham interesse pelo pau-brasil, fizeram até mesmo
algumas expedições para a exploração dessa mercadoria, mas respeitando o tratado de Tordesilhas.
Também os franceses tentaram a exploração, mas de maneira ilegal, através do contrabando. Com
tantos exploradores desta madeira, os efeitos foram logo sendo visto, a destruição das florestas. Os
ladrões tinham a ajudas dos índios, conhecedores das florestas, cortavam a madeira, e a levavam até os
navios em troca de produtos, como peças de tecido, roupas, facas canivetes e outros.
Essa exploração de madeira não tinha por objectivo o estabelecimento de povoados. Os franceses e
portugueses se limitavam em fazer feitorias nas partes do litoral onde a madeira era mais abundante.
Essas feitorias eram construções que serviam de depósito e fortalezas contra os concorrentes.
Essa concorrência entre franceses e portugueses acabou em conflitos armados.
Em 1526, Dom João III, rei de Portugal, mandou para a América algumas expedições punitivas, para
assegurar suas terras. A exploração da madeira pau-brasil foi até o século XIX.
A população indígena era cerca de três a cinco milhões de pessoas formada por várias tribos indígenas:
tupinambás, portiquares, guaranis e outros, geralmente estes povos tinham costumes e línguas
diferentes entre si. Não tinham um estado organizado. Cada povo com a sua cultura. A cultura da roça
pertencia a toda a tribo, as tarefas relacionadas com o plantio da roça, colectar, fabricar, fiar e tecer e
cuidar das crianças eram tarefas designadas para as mulheres da tribo. Para os homens cabia a
responsabilidade de derrubar as árvores e preparar a terra, caçar, pescar, fabricar casas e armas.

Geralmente os povos indígenas moravam em regiões hostis, devido as grandes florestas. Isso serviu
como uma grande vantagem, pois eles se tornaram bons conhecedores da natureza. Um exemplo: eles
sabiam de plantas que serviam de veneno, que eles aplicavam na água para facilitar a pesca. Além
disso o veneno era usado em outras situações como rituais e festas. O uso variava de tribo para tribo.
Havia as pinturas corporais, as cores mais usadas eram o vermelho do urucum, o azul-escuro do
jenipapo, o preto do pó de carvão e o branco do calcário. A pintura variava de acordo com a situação
ou ritual a ser usado.
Este conhecimento indígena foi útil para que os europeus sobrevivessem no novo continente, nos

18 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

19 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

20 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

21 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

22 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

23 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

24 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

25 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

26 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

27 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

28 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

29 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

30 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

31 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

32 de 33 12/10/13 14:03
O ESTADO MODERNO E O MERCANTILISMO.doc - Google ... https://docs.google.com/document/d/1vrfn5qifQ9qqkoXtTb_TvL...

33 de 33 12/10/13 14:03

Você também pode gostar