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O ABSOLUTISMO

História - 7º ano

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PARA COMEÇAR...
Como vimos anteriormente, no século XI, as cidades europeias cresceram, o comércio se fortaleceu e se
formou uma nova classe social: a burguesia, composta basicamente por mercadores e artesãos.
Ao perceber a importância da monarquia para os seus negócios, a burguesia ​passou a financiar o poder
real por meio de doações e empréstimos. Em troca, o rei os favorecia, fazendo leis que protegiam o
comércio e concedendo a eles cargos na administração do reino.
Fortalecido economicamente, o rei conseguiu montar um exército assalariado e permanente e pagar
funcionários para administrar o seu reino e ganhou força para estabelecer uma moeda única e leis comuns
para todo o reino e, com isso, impôs sua autoridade a todos os súditos.
O fortalecimento do poder dos reis deu origem ao Absolutismo, sistema de governo em que o poder se
concentra nas mãos do rei.
Nesse estudo, iremos conhecer o que foi o Absolutismo, suas principais características e os principais
pensadores que defendiam esse sistema de governo.
O absolutismo
Com o processo de centralização política,
algumas monarquias europeias adotaram o
Absolutismo, regime político caracterizado por uma
grande concentração de poder nas mãos do rei.
Os reis absolutistas podiam convocar o exército, criar
e cobrar impostos, fazer leis e declarar guerra a
outros reinos. Mas, apesar da concentração de
poder, o rei absolutista precisava respeitar alguns
limites: o seu poder era limitado pelos costumes da
época, pela tradição e pela existência de ministros
fortes.
Entre os fatores que contribuíram para
o estabelecimento do absolutismo estão: o
aperfeiçoamento da imprensa, a Reforma
Protestante e a política de caça às bruxas.
A imprensa, o absolutismo e a
caça às bruxas
Com o surgimento da imprensa, o sistema de
comunicação em toda a extensão do reino
melhorou e aumentou o poder do rei sobre seus
súditos.
O enfraquecimento do poder papal devido à
Reforma Protestante, propiciou o fortalecimento
do poder do rei. Os reis usaram a política de caça às
bruxas para aterrorizar a população, principalmente
os camponeses. Inicialmente, os reis espalhavam o
pânico no campo, acusando os camponeses,
sobretudo mulheres, de praticarem feitiçaria.
Com o argumento de que era preciso combater a
feitiçaria, os reis condenavam essas pessoas à
morte na fogueira ou na forca. Dessa forma,
amedrontavam os camponeses e estendiam sua
autoridade também ao campo.

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Teóricos do Absolutismo
À medida que os reis impunham sua autoridade em toda a extensão do Reino, surgiram pensadores que
refletiam sobre o absolutismo monárquico. Alguns deles justificavam esse regime político. Entre eles, cabem
destacar:

Thomas Hobbes (1588-1679): filósofo inglês e autor de Leviatã, dizia que, no princípio, os homens
viviam em estado natural, obedecendo apenas aos seus interesses particulares. Por isso, a vida era
uma guerra permanente de “todos contra todos” e o homem era o “lobo do homem”. Para evitar a
destruição da humanidade, os seres humanos renunciaram a todo direito e a toda liberdade em
favor de um único senhor, o Estado absolutista. Segundo Hobbes, foram os próprios
seres humanos que entregaram seu poder a um homem, o monarca absolutista.

Jacques Bossuet (1627-1704): bispo francês e autor de A política tirada da Sagrada


Escritura, uma teoria apoiada na Bíblia. Defendia a ideia de que o rei era o representante de Deus na
Terra e, como tal, era infalível. Criou a teoria do Direito Divino dos Reis, ideia de que o direito que o rei
tinha de governar de modo absoluto era de origem divina. De acordo com essa teoria, o maior crime
que um súdito podia cometer seria, então, o de traição ao rei (lesa-majestade).

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O reinado de Luís XIV, o Rei-Sol
O absolutismo variou no tempo e no espaço.
O rei que melhor representou o absolutismo
monárquico foi Luís XIV da França (1643-1715), o
Rei-Sol, que reinou por 54 anos. No poder, ele
julgava e punia; dava ordens e fiscalizava sua
execução; decidia pessoalmente pelo Estado
francês. Enfim, agia de acordo com a frase atribuída
a ele: “O Estado sou eu”.
Durante seu longo reinado, usou o exército para
impor sua autoridade e procurou também atender
aos interesses da nobreza e da burguesia.
Recebeu o apoio da nobreza, distribuindo pensões e
cargos bem remunerados. E, na sua corte,
no famoso Palácio de Versalhes (residência do rei),
abrigava e sustentava milhares de outros nobres,
garantindo-lhes uma vida de luxo e ostentação.

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Jean Colbert e a economia francesa
Para agradar a burguesia, o rei entregou a direção da
economia a Jean-B. Colbert, membro de uma importante
família burguesa.
Realizações de Colbert:
• Aumento de impostos sobre os produtos estrangeiros para
manter a balança comercial favorável. Isso dificultou a
entrada desses produtos no país, e diminuiu os impostos
sobre as exportações francesas.
• Concedeu prêmios em dinheiro a várias manufaturas
francesas, sobretudo as de artigos de luxo e estimulou a
economia.
Mesmo com essas mudanças, Colbert não conseguiu
equilibrar as finanças, devido aos altos gastos da corte, das
sucessivas guerras externas e da fuga de capitais, motivada
pela intolerância religiosa. Quando em 1685, o Rei-Sol proibiu
a liberdade de culto dos protestantes (muitos deles
ricos negociantes), eles deixaram o país rumo à Suíça,
Inglaterra e Holanda, levando consigo seus capitais.

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O mercantilismo: riqueza e poder para o Estado
As monarquias absolutistas europeias adotaram
um conjunto de ideias e práticas econômicas que,
mais tarde, foram chamadas de mercantilismo.
É importante lembrar que absolutismo e
mercantilismo caminham juntos; são duas faces
da mesma moeda.
Mercantilismo: o termo deriva do alemão
merkantilismus. Devido ao apoio dado pelas
monarquias às atividades comerciais (mercantis);
essa prática recebeu o nome de mercantilismo.

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Principais características do mercantilismo
Metalismo: crença segundo a qual quanto mais ouro e prata uma nação possuísse, mais rica ela
seria. Baseados nessa crença, os países procuravam acumular metais preciosos.

Balança comercial favorável: princípio decorrente do metalismo. Na época, o dinheiro


era feito de ouro e prata; assim, a forma de reter ouro e prata em um país era exportar o
máximo e importar o mínimo, para manter a balança comercial favorável.

Protecionismo: incentivo ao comércio e à manufatura nacionais, protegendo-os da concorrência estrangeira.


Recomendava-se, por exemplo, o aumento dos impostos sobre os produtos estrangeiros a fim de torná-
los mais caros, favorecendo os similares nacionais.

Exclusivo colonial: as colônias deviam comerciar exclusivamente com


suas metrópoles e comprar somente da metrópole aquilo de que
necessitavam. Na prática, porém, muitas vezes, os colonos comerciavam
diretamente com diferentes países e continentes.
O mercantilismo variou no tempo e no espaço

Na Espanha: O rei Felipe II (1556-1598) Na Inglaterra , a rainha Elizabeth I (1558-


Na França de Colbert predominou o
praticou o metalismo, acumulou metais 1603) adotou o
protecionismo: intervenção do governo
preciosos a partir da imposição de protecionismo; incentivou o comércio
na economia e proteção das manufaturas
trabalho forçado aos indígenas exterior concedendo prêmios às
francesas.
da América. manufaturas inglesas.

Elizabeth I incentivou a marinha


As medidas adotadas pelos reis
mercante, aumentou os impostos sobre
absolutistas fortaleceram os Estados
os produtos estrangeiros, sobretudo os
A monarquia inglesa também acumulou nacionais e promoveram o crescimento
tecidos franceses. Protegeu a indústria
capitais custeando e apoiando a da burguesia mercantil. O acúmulo de
naval e a mineração, já que por estar em
pirataria nas costas da América, da África capitais por meio da circulação de
uma ilha, a Inglaterra precisava de navios
e da Ásia. mercadorias levou à Revolução Industrial.
para comerciar com outros países. E, para
Assim, o mercantilismo criou as condições
fazer navios, precisava de madeira e de
para a emergência do Capitalismo.
ferro.
A formação das monarquias ibéricas
A monarquia portuguesa e a monarquia espanhola se
formaram durante as lutas dos cristãos para expulsar os
árabes muçulmanos da Península Ibérica. Essas lutas, dos
cristãos chamadas de Reconquista, tinham como objetivo
reconquistar as terras perdidas para os árabes.

Com a invasão dos árabes muçulmanos, a liderança cristã se


retirou para o norte da Península Ibérica, fundando os reinos
de Leão, Castela, Navarra e Aragão.

A partir do século IX, animada pelo espírito das Cruzadas


e pelas desavenças entre os próprios muçulmanos, a
liderança cristã iniciou as lutas da Reconquista.
A formação de Portugal
No século XI, o rei de Leão e Castela deu ao nobre Henrique de Borgonha o Condado Portucalense, como
como recompensa por sua participação na luta contra os árabes. Seu filho e herdeiro, Afonso Henriques,
continuou combatendo os árabes e, ao mesmo tempo, liderou a luta para conquistar a independência do
condado. Em 1139, Afonso rompeu com o reino de Leão e Castela, proclamou a independência do
condado, fundou o Reino de Portugal e se tornou o primeiro rei de Portugal, dando início à dinastia de
Borgonha. Os reis dessa dinastia continuaram lutando contra os árabes e, em 1249, incorporaram as terras
do Algarve, na região sul, completando a formação do Reino de Portugal.
A formação da Espanha
Na região vizinha a Portugal, a luta dos
cristãos contra os árabes muçulmanos era
liderada pelos reis de Aragão e Castela,
que no século XIII, contavam com cidades
portuárias movimentadas, como
Barcelona. Uma burguesia próspera,
fornecia dinheiro para que a
monarquia pudesse lutar contra os árabes
de religião muçulmana.
Em 1469, os reis cristãos Fernando
de Aragão e Isabel de Castela se casaram,
unindo suas terras e seus esforços
no combate aos árabes. Em 1492, os seus
exércitos ampliaram seu território
reconquistando Granada, último reduto
árabe na Península Ibérica. Anos depois,
com a conquista de Navarra, completou-se
a formação do Reino da Espanha.
Exercitando o que você aprendeu
Atividades
1- O que foi o Absolutismo e quais fatores contribuíram para o seu estabelecimento?
2- Com o aumento do poder do rei sobre seus súditos, qual era a política utilizada pelos reis absolutistas
para aterrorizar seus súditos, especialmente os camponeses?
3- Com a imposição da autoridade do rei sobre os súditos, surgiram pensadores que refletiam sobre
o absolutismo monárquico, a exemplo de Thomas Hobbes e Jacques Bossuet. Quais eram os argumentos
usados por esses dois pensadores para justificar o absolutismo?
4- Luís XIV, rei da França, reinou por 54 anos e para afirmar o seu poder absoluto sobre o povo francês agia
de acordo com a frase atribuída a ele: “O Estado sou eu”. De que forma, o rei Luís XIV impunha sua
autoridade?
5- Para dirigir a economia francesa, Luís XIV nomeou Jean-B. Colbert. Quais foram as realizações de Colbert?
Por que ele não conseguiu equilibrar as finanças da França?
6- Sobre o mercantilismo, responda:
a) O que foi?
b) Qual a sua relação com as monarquias absolutistas?
c) Quais as suas principais características?
Boulos Júnior, Alfredo História sociedade & cidadania
: 7º ano : ensino fundamental : anos finais / — 4ª ed. — São Paulo :
FTD, 2018.

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