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APOSTILA DE CONTEÚDOS

1º BIMESTRE

DISCIPLINA: HISTÓRIA

PROFESSOR: MAURILENIO MELO

TURNO: VESPERTINO
Texto I
Mercantilismo

O mercantilismo surgiu entre os séculos XV e XVIII, no período que conhecemos


como Idade Moderna. Era um conjunto de práticas econômicas adotadas pelos estados
nacionais, com o objetivo de acumular riqueza e dar poder ao rei. Os principais países
representantes dessa prática foram Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda.
Muitos estudiosos consideram o mercantilismo como a transição do período feudal e
a produção capitalista. Destaca-se que o feudalismo e o capitalismo são sistemas
econômicos, já que são um modo de produção, diferente do mercantilismo que era um
sistema econômico.

Origem do Mercantilismo
A origem está ligada ao absolutismo, que foi um período em que havia muito domínio
dos estados, e o rei tinha representação absoluta sobre a sociedade. Por conta disso, os reis
faziam de tudo para enriquecer os seus países e, consequentemente, ter mais poder. Nesse
momento a riqueza era medida pela quantidade de ouro e prata que o país possuía.
Foi nesse momento que surgiram os Estados Nacionais Modernos, que é o conjunto de
nações que nasceu após a centralização do poder na figura do rei. Podemos citar Portugal,
França, Espanha e Inglaterra como participantes desses estados.
Como forma de se consolidar, os Estados Modernos se apoiaram na luta da burguesia
pelo poder e pelo fim dos privilégios da nobreza feudal. Por conta disso, a burguesia passou
a apoiar fortemente o rei, o que possibilitou grandes domínios políticos e a reafirmação do
seu poder. Assim, os burgueses passaram a ter privilégios e ampliar as suas rendas
econômicas, apesar de ainda ser de forma controlada.
Com isso, desenvolveu-se o comércio de manufatura com o poder centralizado no rei,
que passou a controlar a economia, garantindo os seus interesses e fortalecendo ainda mais o
poder real. Foi a partir desse processo que surgiram as práticas econômicas relacionadas ao
mercantilismo.
O período mercantilista, foi marcado também pelas Grandes Navegações e a
instalação do sistema colonial no continente americano; os portugueses utilizaram muitas
dessas práticas no período de colonização do Brasil.

Caraterísticas do Mercantilismo
As características do mercantilismo estão associadas ao poder do rei, já que o modelo
político da época era absolutista. Nesse período, nações europeias queriam enriquecer
explorando riquezas de outros continentes, para isso, utilizavam as navegações para obter
principalmente ouro e prata.
Existem diversas características presentes no mercantilismo, sendo que algumas delas
podem ser vistas em todos os países, e outras estão mais ligadas a um estado nacional
específico, pois muitos utilizavam as práticas comerciais de acordo com suas necessidades.
Vejamos as principais.
• Metalismo: relacionado a busca por metais preciosos. Nessa época, todos queriam ter prata
e ouro, pois era uma das formas de demonstrar poder. Um dos principais representantes
dessa prática foi a Espanha e lá o conceito era conhecido como bulionismo.
• Balança comercial favorável: vista praticamente todos os estados, que deveriam exportar
mais que importar, incentivado assim, o crescimento industrial e manufatureiro como forma
de manter a riqueza no próprio país.
• Colbertismo: essa característica esteve presente principalmente na França e ficou
conhecida com esse nome por causa de Jean-Baptiste Colbert, que era um ministro do rei
bastante influente na época. A ideia era o desenvolvimento manufatureiro como forma de
gerar riqueza. O pensamento girava em torno de produzir produtos de qualidade para atrair a
venda para estrangeiros.
As grandes navegações: Nesse período as missões no oceano começam a tomar proporções
maiores, inclusive chegando ao Brasil. A busca além do metalismo era por produtos exótico.
(Algodão, Tabaco e Cristais)
• Protecionismo alfandegário: como proteção do estado, os governos criavam altos
impostos aos produtos importados, estimulando a produção nacional e mantendo a riqueza
no país.
Monopolismo: Foi a prática de forçar que o comércio da colônia fosse exclusivo com a
metrópole, que por sua vez também controlava a política de preços.

Estados Nacionais e Mercantilismo


De forma resumida, podemos dizer que Portugal e Espanha investiram no
colonialismo e utilizavam os países colonizados para melhorar a sua economia. Existia nesse
momento o que conhecemos como Pacto Colonial, ou seja, os países só podiam
comercializar com as nações que os colonizaram. Por exemplo, no período colonial, o Brasil
produzia aquilo que era de interesse português.
A Inglaterra e a França, estimulavam à indústria e comércio como forma de obtenção
de riqueza, bem como o desenvolvimento das manufaturas e comércio interno.
A Holanda, por sua vez, teve grande representatividade no mercantilismo, pois possuía
duas companhias comerciais: Índias Ocidentais e Índias Orientais. Ela também estimulava
a indústria e tinha como diferencial o crédito bancário.
Mercantilismo e colonialismo americano
O sistema colonial sofreu grande influência da política econômica mercantilista. A
partir do momento que as colônias eram criadas, elas “assinavam” um acordo de
exclusividade. Era por meio disso que os países colonizados passavam a atender os
interesses da burguesia comercial europeia. Os exemplos mais conhecidos são Brasil e países
da América Espanhola.
Vale destacar que o pacto colonial era uma forma de dominação entre a metrópole e a
colônia, o país colonizado era obrigado a vender seus produtos por preços baixos à
metrópole, que obtinha grande lucro com a revenda na Europa.
Podemos dizer que o sistema colonial foi a peça mais importante para o
enriquecimento de muitos estados nacionais, constituindo componente fundamental do
mercantilismo.
COLONIALISMO

O colonialismo é uma prática na qual um território exerce domínio político, cultural ou


religioso sobre um determinado povo. O controle é exercido por meio de uma potência ou
força política militar externa que deseja explorar, manter ou expandir seu território.
Origem do colonialismo
Inicialmente, esse termo foi usado pelos romanos, referindo-se as comunidades rurais
fora do seu território, porém, a expressão logo se tornou mais abrangente. Atualmente, o
colonialismo explica a doutrina política, econômica e cultural que embasa o controle
exercido por uma metrópole, usando o controle administrativo e militar, sobre a colônia.
O termo colônia é de origem latina “colonia”, que significa “um lugar para a
agricultura”. O seu objetivo pode ser comparado ao expansionismo, que é a prática de uma
nação acrescentar mais territórios ao que ela já possui.
Características
Como principal característica, o colonialismo estabeleceu a complementariedade a
partir do momento que a produção colonial passou a ser organizada com o intuito de
satisfazer os interesses territoriais de países da Europa.
Foi organizada no Brasil, por exemplo, uma produção para fornecer matérias-primas (açúcar,
algodão, tabaco, café) para o comércio dos países europeus. Além disso, esse processo
estabeleceu o monopólio comercial, uma vez que a colônia era mercadoria exclusivo da
burguesia metropolitana, mantendo a sua vida econômica presa a metrópole que a colonizou.
À burguesia era permitido comprar, com exclusividade, os produtos coloniais por um
valor baixo e vendê-los por preços mais altos nos mercados europeus. Outra característica
que marcou o processo de colonização foi a divisões coloniais, conforme as necessidades
metropolitanas.

Divisão de colônias
As metrópoles usaram duas classificações para distinguir os tipos de colônias. Elas
poderiam ser colônias de povoamento, na qual os colonos migravam em grande número para
as colônias com a intenção de povoar e desenvolver o lugar, ou seja, o interesse não era a
exploração de recursos, uma vez que as riquezas produzidas permaneciam no país, mas sim
dominar política e economicamente os territórios. Esse processo também ficou conhecido
como Imperialismo.
Essa característica foi de grande importância para que países como Estados Unidos e
Canadá se tornassem grandes nações. A segunda classificação é a colônia de exploração ou
colonialismo, nesse caso, a colônia fornecia para as metrópoles riquezas provenientes da
natureza e ainda cultivavam produtos tropicais. Esse processo
Por conta disso, muitos países latinos herdaram um grande atraso socioeconômico que
se reflete atualmente, enquanto as metrópoles tornaram-se grandes potências mundiais. Este
tipo de colônia surgiu com mais frequência em regiões tropicais, pois o controle
metropolitano era mais rígido e a exploração mais efetiva.

Descolonização
A descolonização é uma parte do processo de neocolonialismo. Era quando uma ou
várias colônias conseguem adquirir ou retomar a sua independência. Esse acordo, portanto,
pode ser feito de três formas: conflitos ou movimento de libertação, golpes de estado, ou
através de um acordo pacífico feito com a potência colonial.
Existiram casos em que essa separação ocorreu de forma civilizada, quando a potência
colonial, recebia pressões internas ou internacionais, ou verificada que a manutenção da
colônia causava mais prejuízos que lucro.

Impérios Coloniais
Formaram-se a partir dos “descobrimentos” que ocorreram com as “corridas
exploratórias “, realizadas pelas duas maiores potências do século XV: Portugal e Espanha.
A partir da exploração e expansão de territórios, pelos processos de colonização e
imperialismo, as terras ocupadas foram divididas em Império português e Império espanhol.
Contudo, a formação de Impérios trouxe consequências positivas e negativas. As
potências imperialistas foram beneficiadas, uma vez que conseguiram atingir seus objetivos,
conquistando matéria e mão-de-obra barata. Já as potências coloniais, que buscavam ocupar
territórios, fizeram surgir uma série de conflitos que mais tarde resultaram em guerras.

Texto II
DESCOBRIMENTO DO BRASIL
O descobrimento do Brasil é como conhecemos a chegada dos portugueses ao Brasil,
em 22 de abril de 1500 que se deu pela expedição de Pedro Álvares Cabral, português que
encabeçava a travessia cujo destino era a Índia. Os historiadores ainda discutem, se houve
intencionalidade na chegada dos portugueses aqui.
A chegada ao Brasil foi parte do processo das Grandes Navegações e deu início à
presença contínua portuguesa no território brasileiro. Inicia-se então a colonização do Brasil,
embora os portugueses só tenham tomado medidas efetivas de a partir da de 1530.

Antecedentes históricos
O descobrimento do Brasil é resultado de um contexto histórico muito específico e
relacionado à história portuguesa e às Grandes Navegações. Portugal foi o país pioneiro na
exploração do Oceano Atlântico, e isso só foi possível graças ao fato de ter acumulado todas
as condições necessárias que lhe permitiram investir no desenvolvimento náutico. Política,
tecnológica, comercial e até geográfica, Portugal tinha para despontar na exploração
marítima.
Portugal era uma nação estável, tinha uma dinastia consolidada e o território unificado,
o país não passava por guerras territoriais, uma vez que os mouros tinham sido expulsos do
território português no século XIII. Outros países, como a Espanha e França, enfrentavam
momentos de instabilidade que não possibilitavam o investimento na exploração oceânica.
Em 1453, o caminho por Constantinopla fechou-se quando esta cidade bizantina foi
tomada pelos otomanos. Era necessário encontrar uma nova rota para o Oriente, e a solução
foi contornar a costa do continente africano. No entanto, essa via só seria possível se as
embarcações tivessem condições de encontrar uma passagem na costa africana que as
levasse em direção à Índia.
Nesse cenário, os portugueses começaram a explorar o Oceano Atlântico e, pouco a
pouco, chegaram a locais, até então, desconhecidos para os europeus. Locais como Madeira,
Açores, Cabo Verde e São Tomé foram descobertos e ocupados pelos portugueses ao longo
do século XV.

Divisão da América
As explorações portuguesas chamaram a atenção das grandes coroas do continente
europeu, a Coroa espanhola financiou uma expedição em direção à Índia, e na viagem de
Cristóvão Colombo, acabou por chegar à América, em 1492.
A notícia dessa chegada logo se espalhou e gerou uma reação dos portugueses, que
entraram na disputa. Essa disputa deu-se no campo diplomático e resultou no Tratado de
Tordesilhas, acordo assinado pelas duas nações, em 1494. Nesse acerto, foi estipulado uma
linha imaginária na qual as terras, a oeste, seriam espanholas, e a leste, portuguesas.

Os portugueses chegam ao Brasil


As notícias dos espanhóis em terras tão a oeste, despertaram o interesse dos
portugueses, em 1500, Portugal organizou uma nova expedição, liderada por Pedro Álvares
Cabral, um fidalgo em ascensão.
Essa expedição tinha destino em Calicute (Índia), e Cabral teve como pagamento
inicial a quantia de 10 mil cruzados, o que equivalia a 35 quilos de ouro. Ele ainda recebeu
direito de comprar, para poder revender, determinada quantia de especiarias. Os capitães e
marinheiros, tinham seus respectivos salários, mas, naturalmente, inferiores ao recebido pelo
líder.
A expedição liderada por Cabral possuía 13 embarcações, sendo 10 naus e três
caravelas, cada uma com um capitão. Segundo o historiador Jorge Couto, a expedição tinha
de 1200 a 1500 homens, que zarparam de Lisboa no dia 9 de março de 1500. No dia 21 de
abril, os marinheiros avistaram sinais de terra: algas. Na manhã do dia 22 de abril, mais um
sinal foi avistado: pássaros. Por fim, no final da tarde desse mesmo dia, os tripulantes
avistaram terra. Os portugueses tinham avistado o Monte Pascoal, na região próxima a Porto
Seguro, na Bahia. No dia seguinte, uma pequena expedição comandada por de Nicolau
Coelho, foi enviada para explorar a terra. Os portugueses encontraram um grupo de 18
indígenas, sendo esse o primeiro contato entre eles e nativos brasileiros, o qual foi pacífico e
marcado pela troca de presentes.
No dia 2 de maio, os portugueses partiram do Brasil em direção à Índia. O rei
português foi informado, ainda em 1500, a respeito do achado da nova terra, e o principal
relato disso foi feito pelo escrivão da viagem, Pero Vaz de Caminha.
Colonização portuguesa na América

Período Pré-Colonial
De 1500 até por volta de 1535, o Brasil ocupou uma posição secundária para a Coroa
portuguesa porque, nesse momento, a prioridade de Portugal era manter o comércio de
especiarias. Esse momento é conhecido como Período Pré-Colonial, uma vez que os
portugueses não tinham estabelecido ações de colonização consistentes no Brasil.
A presença portuguesa nesse período consistia em explorar o pau-brasil, árvore
nativa que tinha valor para os portugueses por causa de um corante extraído de sua madeira.
A principal mão de obra nesse tipo de exploração foram os índios, sobretudo quando a
árvore começou a ficar escassa no litoral.
Para explorar o pau-brasil, os portugueses mobilizavam os índios por meio
do escambo, isto é, pela troca. Os índios localizavam, extraíam e carregavam as toras até as
feitorias construídas pelos portugueses no litoral brasileiro, e, em troca, recebiam objetos
variados, como machados. A partir de 1530, essa atividade perdeu fôlego, assim como o
comércio de especiarias, e os portugueses decidiram estabelecer medidas mais efetivas de
colonização.
Capitanias hereditárias

As capitanias hereditárias foram uma divisão administrativa que os portugueses


criaram para organizar a colonização da América Portuguesa. As capitanias foram criadas
pelo rei português D. João III em 1534 e dividiram toda a colônia em 15 lotes de terras, que
foram entregues a pessoas responsáveis por desenvolvê-las. A criação das capitanias foi o
primeiro grande esforço da Coroa Portuguesa em colonizar as regiões brasileiras.

Características
As capitanias hereditárias foram entregue aos donatários, que eram em geral, pessoas
da pequena nobreza e comerciantes com algum tipo de ligação com a Coroa Portuguesa.
Os donatários recebiam a faixa de terra correspondente à capitania por meio da carta
de doação, documento que lhes dava uma série de direitos sobre a capitania, mas não lhes
dava a posse da terra, que continuava sendo do rei de Portugal.
Os donatários possuíam grande poder administrativo e jurídico sobre a capitania. Eram
também responsáveis por investir e atrair investimentos, moradores e pessoas interessadas
em explorar a capitania, além de promover seu desenvolvimento econômico. A aplicação da
lei, cobrança de impostos, redistribuição de terras, construção de fortes para resguardar a
capitania de invasões e a luta contra os indígenas também eram atribuições do donatário.

Fracasso das capitanias hereditárias


O sistema de capitanias, fracassou em decorrência de uma série de fatores. A divisão
territorial permaneceu, até o século XVIII, ainda existiam donatários com poderes investidos
pelo Coroa. Apesar disso, o sistema mostrou ser deficiente para uma administração unificada
da colônia, pois não existia comunicação entre as capitanias, os donatários não tinham
experiência administrativa, havia a falta de recursos para investimento e por fim, os conflitos
com os indígenas também foram fator relevante para o fracasso das capitanias.
Somente duas capitanias se desenvolveram notavelmente: São Vicente e Pernambuco. O
sucesso dessas capitanias está relacionado com a instalação de engenhos e com escravização
de indígenas.
Portugal então, cria o sistema de administração que centralizava o poder na colônia.
Surge o governo-geral em 1548. Tomé de Sousa foi assumiu a função de governador-geral.
Capitanias e seus donatários
A respeito dos donatários, a Coroa concedeu a carta de doação para doze pessoas. Seguem
abaixo os nomes das capitanias e de seus respectivos donatários.

Capitania Donatário
Maranhão (lote 1) Aires da Cunha e João de Barros
Maranhão (lote 2) Fernando Álvares de Andrade
Ceará Antônio Cardoso de Barros
Rio Grande Aires da Cunha e João de Barros
Itamaracá Pero Lopes de Sousa
Pernambuco Duarte Coelho
Baía de Todos os Santos Francisco Pereira Coutinho
Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia
Porto Seguro Pedro do Campo Tourinho
Espírito Santo Vasco Fernandes Coutinho
São Tomé Pero de Góis da Silveira
São Vicente Martim Afonso de Sousa
Santo Amaro Pero Lopes de Sousa
Abaixo um Santana Pero Lopes de Sousa mapa
clássico do cartógrafo

português Luís Teixeira em 1586.


Mapa das capitanias segundo novo estudo conduzido pelo prof. Jorge Pimentel Cintra.

Governo-geral do Brasil
Governo-Geral: uma das formas da dominação colonial portuguesa no Brasil. Criado
para substituir o modelo de organização administrativa anterior: As capitanias hereditárias.
Portugal então passou a centralizar a administração da colônia criando o cargo de
governador geral. Esse governador era, a partir daquele momento, a mais importante
autoridade presente no Brasil e tinha a função de representar os interesses do rei de Portugal
em terras brasileiras.
Mesmo tendo grandes poderes, sabemos que o governador geral sozinho não daria
conta de todas as responsabilidades e problemas que envolviam a organização do espaço
colonial. Foi então que, para melhor cumprir suas atribuições, o Governador Geral contava
com o auxílio de outros três auxiliares: o provedor-mor, o capitão-mor e o ouvidor-mor.
O provedor-mor tinha a responsabilidade de garantir a arrecadação dos impostos em terras
brasileiras e cuidar dos gastos do governo com a administração do território. O capitão-mor
tinha a responsabilidade de organizar as tropas responsáveis pela defesa do litoral brasileiro
contra as possíveis invasões estrangeiras e os ataques das comunidades indígenas. Já o
ouvidor-mor exercia a função de juiz, aplicando as leis e resolvendo os conflitos existentes
entre a população colonial. Com Tomé de Sousa também vieram os primeiros jesuítas para o
Brasil, e sua missão era pacificar e catequizar as populações indígenas. Os jesuítas
permaneceram no Brasil durante mais de dois séculos, sendo expulsos daqui em 1759,
pelo marquês de Pombal.
Durante os séculos XVII e XVIII houve outras formas de divisão do território, por um
tempo foi em duas partes, uma capital Salvador e outra no Rio de Janeiro. Logo depois
houve outra divisão que colocava a região do Grão-Pará com uma administração exclusiva.
No século XVIII, a capital da colônia foi definitivamente transferida para o Rio de
Janeiro, para facilitar a arrecadação e o controle da riqueza explorada por Portugal. Essa
decisão teve grande influência pela descoberta de ouro nas regiões centrais e sudeste.
O governo-geral acabou somente no ano de 1808, quando a Família Real Portuguesa
chegou ao Brasil. Naquele momento, o Rio de Janeiro se transformou em capital não só do
espaço colonial brasileiro, mas também do Império português. Desse modo, a necessidade de
um governador-geral para representar o rei de Portugal deixava de ser necessária para se
controlar o território do Brasil.

Economia colonial
Tradicionalmente, são apontados 3 ciclos de economia: ciclo do pau-brasil, ciclo do
açúcar e ciclo do ouro. A colonização ficou marcada por esses três grandes ciclos, porém
não significa que não houve nenhuma outra atividade econômica no Brasil, a América
Portuguesa tinha uma grande variedade de atividades econômicas; era praticada a pecuária, a
agricultura, sobretudo voltada para a subsistência, e havia também outros itens produzidos
para exportação, como o fumo. Havia também um pequeno comércio, feito para o comércio
de escravizados, consideravelmente próspero. Apesar dessa diversificação, não havia
nenhuma espécie de manufatura no Brasil, uma vez que não era permitido por Portugal.

Vejamos algumas observações a respeito desses três grandes ciclos:


 Pau-brasil: Sua exploração visava o corante extraído da madeira. Sua extração era
realizada pelos índios, e o pagamento dava-se pelo escambo, ou seja, pela troca: o
trabalho indígena era pago pelos portugueses com objetos e ferramentas.
 Açúcar: O açúcar foi o produto mais importante produzido no Brasil durante parte do
século XVI e durante todo o XVII. Até onde se sabe, a intenção dos portugueses de
instalar engenhos no Brasil para produzir açúcar remonta ao ano de 1516, mas só em
1535 foram instalados de fato. (na capitania de Pernambuco).
 Ouro: terceiro grande ciclo econômico, quantidades expressivas foram encontradas
em Minas Gerais, em 1695, e as primeiras pedras de diamante foram encontradas em
1730. O ouro atraiu milhares de pessoas ao Brasil e transformou Minas Gerais no
grande centro da América Portuguesa. Houve também quantias expressivas de ouro
em Goiás e no Mato Grosso. Os portugueses regulavam a extração do ouro por meio
de impostos, como o 1quinto.
Escravidão
A principal mão de obra utilizada pelos portugueses durante a colonização foi a
dos escravizados indígenas e africanos. Estima-se que a escravidão tenha sido implantada
no Brasil na década de 1530.
Isso aconteceu, portanto, quando os portugueses decidiram pela ocupação e exploração
mais sistemática da América Portuguesa. O primeiro grupo escravizado no Brasil foram os
indígenas.
1
O Quinto era um imposto cobrado pelo governo durante o Brasil Colônia. Recebeu esse nome porque correspondia a 20% (um
quinto) do metal extraído que era registrado pelas casas de fundição. Era um tributo altíssimo e os brasileiros o odiavam tanto que
acabaram o apelidando de “O Quinto dos Infernos”.
A escravidão era violenta e colocava seres humanos em condições cruéis. Milhões de
indígenas e africanos morreram por toda a violência que sofreram durante os três séculos de
colonização. A escravização dos indígenas foi proibida pelo marquês de Pombal, em 1757, e
a escravização de africanos e seus descendentes só acabou em 1888, mais de 66 anos depois
da conquistada da independência.
Os índios foram a principal mão de obra escrava até meados do século XVII, quando
então começaram a ser superados em número pelos escravos africanos. Uma série de
questões contribuíram para a substituição da mão de obra indígena pela africana. Os
historiadores argumentam que a redução da população indígena e questões
biológicas contribuíram para que os africanos se tornassem mais usados.
A escravização de africanos feita pelos portugueses não foi iniciada no Brasil, no
século XV, os portugueses já compravam africanos para serem escravizados em Lisboa.
O tráfico negreiro foi uma das atividades mais lucrativas (e cruéis) da colonização e
foi responsável pela chegada de quase cinco milhões de africanos ao Brasil. Já no caso
indígena, os maiores responsáveis por capturá-los para revendê-los como escravos foram
os bandeirantes.
Os bandeirantes foram os maiores responsáveis por capturar os índios e vendê-los
como escravos. Esse grupo, eram sertanistas que penetraram no interior da América
Portuguesa, explorando as terras, principalmente à procura de riquezas e de indígenas.
Os bandeirantes também eram contratados para capturar escravizados africanos que
fugiam, eles organizavam expedições que atacavam quilombos, assentamentos formados por
escravos fugidos. O caso mais conhecido de nossa história foi o Quilombo dos Palmares. Por
fim, os bandeirantes também foram responsáveis por localizar ouro em diversas partes do
Brasil.
Outros acontecimentos
O período colonial também ficou marcado por uma série de revoltas que aconteceram por
múltiplos fatores e que, em geral, manifestavam a insatisfação dos colonos com a Coroa. Ao
longo de três séculos de história, podemos citar as seguintes revoltas:
 Revolta de Beckman
 Guerra dos Emboabas
 Guerra dos Mascates
 Sedição de Vila Rica
 Inconfidência Mineira
 Conjuração Baiana
 Guerras Guaraníticas
Além disso, o território da colônia portuguesa foi invadido por estrangeiros, e dois
casos são simbólicos: os franceses e os holandeses. Os franceses tentaram estabelecer uma
colônia nos territórios portugueses em dois momentos, conhecidos como França Antártica
(1555-1558) e França Equinocial (1594).
O caso holandês foi mais complexo e teve relação com a União Ibérica e a rivalidade
entre holandeses e espanhóis. Os holandeses atacaram Salvador em 1595 e conquistaram a
cidade em 1624, sendo expulsos no ano seguinte. Em 1630, eles atacaram Olinda e Recife,
tomando conta de Pernambuco e permanecendo lá até 1654.
Fim do período colonial
Do ponto de vista oficial, a colonização do Brasil acabou em 1815, quando o rei d.
João VI elevou o Brasil à condição de reino. Com isso, o Brasil deixava de ser uma colônia
e tornava-se parte integrante do reino de Portugal. Muitos historiadores estendem a
colonização até a data de 1822, uma vez que, mesmo que não fosse mais colônia, o Brasil
ainda estava ligado a Portugal.
Além disso, mesmo separados, havia interesses em Portugal que defendiam a ideia de
que o Brasil fosse “recolonizado”. Essa situação não durou muito porque o relacionamento
entre portugueses e brasileiros e as diferenças de interesses levaram ao processo de
independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, com d. Pedro I.
APOSTILA DE ATIVIDADES
1º BIMESTRE
2° ANO

ALUNO(A):______________________________________

TURMA: _____ TURNO: _________

DISCIPLINA: HISTÓRIA

PROFESSOR: MAURILENIO MELO

Atividades
1. O historiador francês Fernand Braudel, referindo-se ao Mercantilismo, afirma que este
"reagrupa comodamente uma série de atos de atitudes, de projetos, de ideias, de experiências
que marcam, entre o século XV e o século XVIII, a primeira afirmação do Estado Moderno
em relação aos problemas concretos que ele tinha que enfrentar."
Assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE uma característica do
Mercantilismo.
a) Pacto colonial, permitindo o pleno desenvolvimento interno e a liberdade político-
administrativa da Colônia.
b) Não-intervencionismo estatal.
c) Incentivo à manutenção de uma balança comercial favorável, importando mais que
exportando.
d) Intervenção do Estado, que se efetivou sob forma de protecionismo e de regulamentação
da atividade econômica.
e) Monopólio concedido pelo Estado, que permitia a qualquer companhia de comércio, sem
autorização da metrópole, vender seus produtos na Colônia.
2. Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria
através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território
brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c) criação das capitanias hereditárias.
d) montagem do sistema colonial.
e) criação e distribuição das sesmarias.

3. Um ponto comum do processo de colonização das áreas portuguesa e espanhola, na


América, assim como do sul das colônias inglesas americanas, foi:
a) A administração centralizada nas colônias.
b) O intenso processo de catequização jesuítica.
c) A utilização da mão de obra escrava.
d) O predomínio da pequena propriedade agrícola.

4. O protecionismo alfandegário presente no mercantilismo referia-se:


a) aos impostos criados sobre a população camponesa.
b) aos custos realizados nos atos de corso.
c) aos impostos criados sobre as mercadorias estrangeiras.
d) proteger as alfandegas contra os ataques de piratas
e) NDA

5. (Unicamp-2013) “Quando os portugueses começaram a povoar a terra, havia muitos


destes índios pela costa junto das Capitanias. Porque os índios se levantaram contra os
portugueses, os governadores e capitães os destruíram pouco a pouco, e mataram muitos
deles. Outros fugiram para o sertão, e assim ficou a costa despovoada de gentio ao longo das
Capitanias. Junto delas ficaram alguns índios em aldeias que são de paz e amigos dos
portugueses.”
(Pero de Magalhães Gandavo, Tratado da Terra do Brasil, em
http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/ganda1.html. Acessado em 28/04/2022.)
Conforme o relato de Pero de Gandavo, escrito por volta de 1570, naquela época,
a) as aldeias de paz eram aquelas em que a catequese jesuítica permitia o sincretismo
religioso como forma de solucionar
os conflitos entre indígenas e portugueses.
b) a violência contra os indígenas foi exercida com o intuito de desocupar o litoral e facilitar
a circulação do ouro entre as minas e os portos.
c) a fuga dos indígenas para o interior era uma reação às perseguições feitas pelos
portugueses e ocasionou o esvaziamento da costa.
d) houve resistência dos indígenas à presença portuguesa de forma semelhante às descritas
por Pero Vaz de Caminha, em 1500.

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