Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1º BIMESTRE
DISCIPLINA: HISTÓRIA
TURNO: VESPERTINO
Texto I
Mercantilismo
Origem do Mercantilismo
A origem está ligada ao absolutismo, que foi um período em que havia muito domínio
dos estados, e o rei tinha representação absoluta sobre a sociedade. Por conta disso, os reis
faziam de tudo para enriquecer os seus países e, consequentemente, ter mais poder. Nesse
momento a riqueza era medida pela quantidade de ouro e prata que o país possuía.
Foi nesse momento que surgiram os Estados Nacionais Modernos, que é o conjunto de
nações que nasceu após a centralização do poder na figura do rei. Podemos citar Portugal,
França, Espanha e Inglaterra como participantes desses estados.
Como forma de se consolidar, os Estados Modernos se apoiaram na luta da burguesia
pelo poder e pelo fim dos privilégios da nobreza feudal. Por conta disso, a burguesia passou
a apoiar fortemente o rei, o que possibilitou grandes domínios políticos e a reafirmação do
seu poder. Assim, os burgueses passaram a ter privilégios e ampliar as suas rendas
econômicas, apesar de ainda ser de forma controlada.
Com isso, desenvolveu-se o comércio de manufatura com o poder centralizado no rei,
que passou a controlar a economia, garantindo os seus interesses e fortalecendo ainda mais o
poder real. Foi a partir desse processo que surgiram as práticas econômicas relacionadas ao
mercantilismo.
O período mercantilista, foi marcado também pelas Grandes Navegações e a
instalação do sistema colonial no continente americano; os portugueses utilizaram muitas
dessas práticas no período de colonização do Brasil.
Caraterísticas do Mercantilismo
As características do mercantilismo estão associadas ao poder do rei, já que o modelo
político da época era absolutista. Nesse período, nações europeias queriam enriquecer
explorando riquezas de outros continentes, para isso, utilizavam as navegações para obter
principalmente ouro e prata.
Existem diversas características presentes no mercantilismo, sendo que algumas delas
podem ser vistas em todos os países, e outras estão mais ligadas a um estado nacional
específico, pois muitos utilizavam as práticas comerciais de acordo com suas necessidades.
Vejamos as principais.
• Metalismo: relacionado a busca por metais preciosos. Nessa época, todos queriam ter prata
e ouro, pois era uma das formas de demonstrar poder. Um dos principais representantes
dessa prática foi a Espanha e lá o conceito era conhecido como bulionismo.
• Balança comercial favorável: vista praticamente todos os estados, que deveriam exportar
mais que importar, incentivado assim, o crescimento industrial e manufatureiro como forma
de manter a riqueza no próprio país.
• Colbertismo: essa característica esteve presente principalmente na França e ficou
conhecida com esse nome por causa de Jean-Baptiste Colbert, que era um ministro do rei
bastante influente na época. A ideia era o desenvolvimento manufatureiro como forma de
gerar riqueza. O pensamento girava em torno de produzir produtos de qualidade para atrair a
venda para estrangeiros.
As grandes navegações: Nesse período as missões no oceano começam a tomar proporções
maiores, inclusive chegando ao Brasil. A busca além do metalismo era por produtos exótico.
(Algodão, Tabaco e Cristais)
• Protecionismo alfandegário: como proteção do estado, os governos criavam altos
impostos aos produtos importados, estimulando a produção nacional e mantendo a riqueza
no país.
Monopolismo: Foi a prática de forçar que o comércio da colônia fosse exclusivo com a
metrópole, que por sua vez também controlava a política de preços.
Divisão de colônias
As metrópoles usaram duas classificações para distinguir os tipos de colônias. Elas
poderiam ser colônias de povoamento, na qual os colonos migravam em grande número para
as colônias com a intenção de povoar e desenvolver o lugar, ou seja, o interesse não era a
exploração de recursos, uma vez que as riquezas produzidas permaneciam no país, mas sim
dominar política e economicamente os territórios. Esse processo também ficou conhecido
como Imperialismo.
Essa característica foi de grande importância para que países como Estados Unidos e
Canadá se tornassem grandes nações. A segunda classificação é a colônia de exploração ou
colonialismo, nesse caso, a colônia fornecia para as metrópoles riquezas provenientes da
natureza e ainda cultivavam produtos tropicais. Esse processo
Por conta disso, muitos países latinos herdaram um grande atraso socioeconômico que
se reflete atualmente, enquanto as metrópoles tornaram-se grandes potências mundiais. Este
tipo de colônia surgiu com mais frequência em regiões tropicais, pois o controle
metropolitano era mais rígido e a exploração mais efetiva.
Descolonização
A descolonização é uma parte do processo de neocolonialismo. Era quando uma ou
várias colônias conseguem adquirir ou retomar a sua independência. Esse acordo, portanto,
pode ser feito de três formas: conflitos ou movimento de libertação, golpes de estado, ou
através de um acordo pacífico feito com a potência colonial.
Existiram casos em que essa separação ocorreu de forma civilizada, quando a potência
colonial, recebia pressões internas ou internacionais, ou verificada que a manutenção da
colônia causava mais prejuízos que lucro.
Impérios Coloniais
Formaram-se a partir dos “descobrimentos” que ocorreram com as “corridas
exploratórias “, realizadas pelas duas maiores potências do século XV: Portugal e Espanha.
A partir da exploração e expansão de territórios, pelos processos de colonização e
imperialismo, as terras ocupadas foram divididas em Império português e Império espanhol.
Contudo, a formação de Impérios trouxe consequências positivas e negativas. As
potências imperialistas foram beneficiadas, uma vez que conseguiram atingir seus objetivos,
conquistando matéria e mão-de-obra barata. Já as potências coloniais, que buscavam ocupar
territórios, fizeram surgir uma série de conflitos que mais tarde resultaram em guerras.
Texto II
DESCOBRIMENTO DO BRASIL
O descobrimento do Brasil é como conhecemos a chegada dos portugueses ao Brasil,
em 22 de abril de 1500 que se deu pela expedição de Pedro Álvares Cabral, português que
encabeçava a travessia cujo destino era a Índia. Os historiadores ainda discutem, se houve
intencionalidade na chegada dos portugueses aqui.
A chegada ao Brasil foi parte do processo das Grandes Navegações e deu início à
presença contínua portuguesa no território brasileiro. Inicia-se então a colonização do Brasil,
embora os portugueses só tenham tomado medidas efetivas de a partir da de 1530.
Antecedentes históricos
O descobrimento do Brasil é resultado de um contexto histórico muito específico e
relacionado à história portuguesa e às Grandes Navegações. Portugal foi o país pioneiro na
exploração do Oceano Atlântico, e isso só foi possível graças ao fato de ter acumulado todas
as condições necessárias que lhe permitiram investir no desenvolvimento náutico. Política,
tecnológica, comercial e até geográfica, Portugal tinha para despontar na exploração
marítima.
Portugal era uma nação estável, tinha uma dinastia consolidada e o território unificado,
o país não passava por guerras territoriais, uma vez que os mouros tinham sido expulsos do
território português no século XIII. Outros países, como a Espanha e França, enfrentavam
momentos de instabilidade que não possibilitavam o investimento na exploração oceânica.
Em 1453, o caminho por Constantinopla fechou-se quando esta cidade bizantina foi
tomada pelos otomanos. Era necessário encontrar uma nova rota para o Oriente, e a solução
foi contornar a costa do continente africano. No entanto, essa via só seria possível se as
embarcações tivessem condições de encontrar uma passagem na costa africana que as
levasse em direção à Índia.
Nesse cenário, os portugueses começaram a explorar o Oceano Atlântico e, pouco a
pouco, chegaram a locais, até então, desconhecidos para os europeus. Locais como Madeira,
Açores, Cabo Verde e São Tomé foram descobertos e ocupados pelos portugueses ao longo
do século XV.
Divisão da América
As explorações portuguesas chamaram a atenção das grandes coroas do continente
europeu, a Coroa espanhola financiou uma expedição em direção à Índia, e na viagem de
Cristóvão Colombo, acabou por chegar à América, em 1492.
A notícia dessa chegada logo se espalhou e gerou uma reação dos portugueses, que
entraram na disputa. Essa disputa deu-se no campo diplomático e resultou no Tratado de
Tordesilhas, acordo assinado pelas duas nações, em 1494. Nesse acerto, foi estipulado uma
linha imaginária na qual as terras, a oeste, seriam espanholas, e a leste, portuguesas.
Período Pré-Colonial
De 1500 até por volta de 1535, o Brasil ocupou uma posição secundária para a Coroa
portuguesa porque, nesse momento, a prioridade de Portugal era manter o comércio de
especiarias. Esse momento é conhecido como Período Pré-Colonial, uma vez que os
portugueses não tinham estabelecido ações de colonização consistentes no Brasil.
A presença portuguesa nesse período consistia em explorar o pau-brasil, árvore
nativa que tinha valor para os portugueses por causa de um corante extraído de sua madeira.
A principal mão de obra nesse tipo de exploração foram os índios, sobretudo quando a
árvore começou a ficar escassa no litoral.
Para explorar o pau-brasil, os portugueses mobilizavam os índios por meio
do escambo, isto é, pela troca. Os índios localizavam, extraíam e carregavam as toras até as
feitorias construídas pelos portugueses no litoral brasileiro, e, em troca, recebiam objetos
variados, como machados. A partir de 1530, essa atividade perdeu fôlego, assim como o
comércio de especiarias, e os portugueses decidiram estabelecer medidas mais efetivas de
colonização.
Capitanias hereditárias
Características
As capitanias hereditárias foram entregue aos donatários, que eram em geral, pessoas
da pequena nobreza e comerciantes com algum tipo de ligação com a Coroa Portuguesa.
Os donatários recebiam a faixa de terra correspondente à capitania por meio da carta
de doação, documento que lhes dava uma série de direitos sobre a capitania, mas não lhes
dava a posse da terra, que continuava sendo do rei de Portugal.
Os donatários possuíam grande poder administrativo e jurídico sobre a capitania. Eram
também responsáveis por investir e atrair investimentos, moradores e pessoas interessadas
em explorar a capitania, além de promover seu desenvolvimento econômico. A aplicação da
lei, cobrança de impostos, redistribuição de terras, construção de fortes para resguardar a
capitania de invasões e a luta contra os indígenas também eram atribuições do donatário.
Capitania Donatário
Maranhão (lote 1) Aires da Cunha e João de Barros
Maranhão (lote 2) Fernando Álvares de Andrade
Ceará Antônio Cardoso de Barros
Rio Grande Aires da Cunha e João de Barros
Itamaracá Pero Lopes de Sousa
Pernambuco Duarte Coelho
Baía de Todos os Santos Francisco Pereira Coutinho
Ilhéus Jorge de Figueiredo Correia
Porto Seguro Pedro do Campo Tourinho
Espírito Santo Vasco Fernandes Coutinho
São Tomé Pero de Góis da Silveira
São Vicente Martim Afonso de Sousa
Santo Amaro Pero Lopes de Sousa
Abaixo um Santana Pero Lopes de Sousa mapa
clássico do cartógrafo
Governo-geral do Brasil
Governo-Geral: uma das formas da dominação colonial portuguesa no Brasil. Criado
para substituir o modelo de organização administrativa anterior: As capitanias hereditárias.
Portugal então passou a centralizar a administração da colônia criando o cargo de
governador geral. Esse governador era, a partir daquele momento, a mais importante
autoridade presente no Brasil e tinha a função de representar os interesses do rei de Portugal
em terras brasileiras.
Mesmo tendo grandes poderes, sabemos que o governador geral sozinho não daria
conta de todas as responsabilidades e problemas que envolviam a organização do espaço
colonial. Foi então que, para melhor cumprir suas atribuições, o Governador Geral contava
com o auxílio de outros três auxiliares: o provedor-mor, o capitão-mor e o ouvidor-mor.
O provedor-mor tinha a responsabilidade de garantir a arrecadação dos impostos em terras
brasileiras e cuidar dos gastos do governo com a administração do território. O capitão-mor
tinha a responsabilidade de organizar as tropas responsáveis pela defesa do litoral brasileiro
contra as possíveis invasões estrangeiras e os ataques das comunidades indígenas. Já o
ouvidor-mor exercia a função de juiz, aplicando as leis e resolvendo os conflitos existentes
entre a população colonial. Com Tomé de Sousa também vieram os primeiros jesuítas para o
Brasil, e sua missão era pacificar e catequizar as populações indígenas. Os jesuítas
permaneceram no Brasil durante mais de dois séculos, sendo expulsos daqui em 1759,
pelo marquês de Pombal.
Durante os séculos XVII e XVIII houve outras formas de divisão do território, por um
tempo foi em duas partes, uma capital Salvador e outra no Rio de Janeiro. Logo depois
houve outra divisão que colocava a região do Grão-Pará com uma administração exclusiva.
No século XVIII, a capital da colônia foi definitivamente transferida para o Rio de
Janeiro, para facilitar a arrecadação e o controle da riqueza explorada por Portugal. Essa
decisão teve grande influência pela descoberta de ouro nas regiões centrais e sudeste.
O governo-geral acabou somente no ano de 1808, quando a Família Real Portuguesa
chegou ao Brasil. Naquele momento, o Rio de Janeiro se transformou em capital não só do
espaço colonial brasileiro, mas também do Império português. Desse modo, a necessidade de
um governador-geral para representar o rei de Portugal deixava de ser necessária para se
controlar o território do Brasil.
Economia colonial
Tradicionalmente, são apontados 3 ciclos de economia: ciclo do pau-brasil, ciclo do
açúcar e ciclo do ouro. A colonização ficou marcada por esses três grandes ciclos, porém
não significa que não houve nenhuma outra atividade econômica no Brasil, a América
Portuguesa tinha uma grande variedade de atividades econômicas; era praticada a pecuária, a
agricultura, sobretudo voltada para a subsistência, e havia também outros itens produzidos
para exportação, como o fumo. Havia também um pequeno comércio, feito para o comércio
de escravizados, consideravelmente próspero. Apesar dessa diversificação, não havia
nenhuma espécie de manufatura no Brasil, uma vez que não era permitido por Portugal.
ALUNO(A):______________________________________
DISCIPLINA: HISTÓRIA
Atividades
1. O historiador francês Fernand Braudel, referindo-se ao Mercantilismo, afirma que este
"reagrupa comodamente uma série de atos de atitudes, de projetos, de ideias, de experiências
que marcam, entre o século XV e o século XVIII, a primeira afirmação do Estado Moderno
em relação aos problemas concretos que ele tinha que enfrentar."
Assinale a alternativa que expressa CORRETAMENTE uma característica do
Mercantilismo.
a) Pacto colonial, permitindo o pleno desenvolvimento interno e a liberdade político-
administrativa da Colônia.
b) Não-intervencionismo estatal.
c) Incentivo à manutenção de uma balança comercial favorável, importando mais que
exportando.
d) Intervenção do Estado, que se efetivou sob forma de protecionismo e de regulamentação
da atividade econômica.
e) Monopólio concedido pelo Estado, que permitia a qualquer companhia de comércio, sem
autorização da metrópole, vender seus produtos na Colônia.
2. Em 1534, o governo português concluiu que a única forma de ocupação do Brasil seria
através da colonização. Era necessário colonizar, simultaneamente, todo o extenso território
brasileiro. Essa colonização dirigida pelo governo português se deu através da:
a) criação da Companhia Geral do Comércio do Estado do Brasil.
b) criação do sistema de governo-geral e câmaras municipais.
c) criação das capitanias hereditárias.
d) montagem do sistema colonial.
e) criação e distribuição das sesmarias.