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SISTEMAS ECONÔMICOS MERCANTILISTA E


CAPITALISTA

SÃO PAULO
2022
O que é Mercantilismo Capitalista?

O propósito do mercantilismo era garantir a prosperidade do reino por meio da acumulação de


riquezas, bem como reafirmar o poder do rei, que utilizava posses para fortalecer sua
autoridade. O desenvolvimento do mercantilismo contribuiu para o fortalecimento da
burguesia e se deu junto do processo de formação dos Estados Nacionais Modernos. O
mercantilismo foi o conjunto de práticas econômicas utilizadas pelas nações absolutistas da
Europa durante a Idade moderna, especificamente entre os séculos XV e o século XVIII. No
mercantilismo, o objetivo era garantir o acúmulo de riquezas por meio da obtenção de metais
preciosos e utilizá-los para reforçar o poder do monarca.

Dentre as características do mercantilismo destacam-se a procura por uma balança comercial


favorável, o metalismo, o protecionismo, a intervenção do Estado na economia e o incentivo
ao desenvolvimento manufatureiro. O mercantilismo se baseou fortemente na exploração
colonial e no comércio marítimo.

Características do Mercantilismo Capitalista

O mercantilismo era um conjunto de práticas econômicas que tinha como objetivo garantir o
enriquecimento do Estado por meio do acúmulo de riquezas. No contexto da Idade Moderna,
esse acúmulo se daria por meio da arrecadação de metais preciosos, isto é, ouro e prata. As
práticas mercantilistas visavam impedir, ao máximo, a saída dessa riqueza dos cofres da
coroa. A prosperidade do Estado era também uma forma de garantir o fortalecimento do poder
real, mecanismo que foi utilizado para combater os privilégios da nobreza feudal, classe em
decadência no período. A classe privilegiada nesse cenário foi a burguesia, que viu no
fortalecimento do rei uma forma de prosperar economicamente e de combater a influência da
nobreza. A obtenção de riqueza no mercantilismo poderia se dar de diversas maneiras. O
Estado poderia cobrar impostos da população, vender cargos públicos e títulos de nobreza,
confiscar bens, ceder privilégios comerciais para um determinado grupo em troca de
compensação financeira (monopólios), exportar mercadorias, saquear em contextos de guerra,
cobrar taxas alfandegárias, realizar ações de pirataria etc.
Todas essas práticas foram usadas pelas nações europeias para conquistar a tão almejada
balança comercial favorável, isto é, as receitas e as vendas superando os gastos e as compras
do Estado. Um acontecimento extremamente importante para o sucesso dessas práticas
econômicas entre as nações europeias foi o colonialismo.
O colonialismo foi fundamental para os Estados europeus, pois permitiu que eles explorassem
inúmeros recursos de suas colônias e os enviassem para a Europa. Isso também possibilitou
que essas colônias fossem transformadas em consumidores compulsórios de suas metrópoles,
por conta do exclusivismo comercial. A procura do mercantilismo por garantir uma balança
comercial a todo custo acabou gerando a adoção de políticas protecionistas pelos Estados
europeus para as suas economias. Assim, eles procuravam desincentivar as importações por
meio de taxas alfandegárias, isto é, impostos que eram cobrados sobre as mercadorias trazidas
de outros países e além disso, estabeleciam-se políticas rigorosas que definiam com quem
uma nação poderia comercializar e com quem não poderia. Outra forma de combater as
importações de mercadorias era incentivar que as mesmas fossem produzidas em seu próprio
território. Assim, os monarcas absolutistas que adotaram o mercantilismo incentivaram o
desenvolvimento de manufaturas em seus reinos.
Podemos perceber, portanto, que uma característica importante do mercantilismo é a
interferência constante do Estado na economia, como forma de garantir a entrada de metais
preciosos e o consequente enriquecimento de seu reino, quando as exportações não eram
suficientes para garantir a entrada de metais preciosos em quantidades aceitáveis, os Estados
absolutistas recorriam a outras formas de obter dinheiro. Na França, por exemplo, os
principais impostos eram cobrados da população de camponeses, já bastante fragilizada pelas
suas duras condições de vida.
Essas formas de obtenção de riqueza iam além disso, pois incluíam práticas de saque em
conflitos e, no caso inglês, o incentivo ao corso, isto é, a pirataria. A Inglaterra financiou uma
série de corsários ao longo dos séculos XVI e XVII para que eles saqueassem embarcações
espanholas que saíam da América carregadas de ouro e prata. Os estados absolutistas também
confiscaram bens de parte da população, como aconteceu com os judeus na Espanha no final
do século XV.
A imposição de monopólios comerciais era uma forma de os Estados absolutistas lucrarem.
Nesses monopólios, a exploração de uma atividade econômica ficava a cargo de apenas uma
empresa, e uma parte dos lucros deveria ser entregue à coroa. Ademais, os Estados
absolutistas obrigavam suas colônias a recorrerem apenas a esses monopólios para realizar
transações.
Por fim, as características do mercantilismo capitalista em resumo:
• Balança comercial favorável: defesa da ideia de que era necessário exportar mais do
que importar.
• Metalismo: acúmulo de metais preciosos nos cofres do reino.

• Protecionismo: utilização de formas de proteção da economia, como as taxas


alfandegárias.
• Intervenção estatal: o Estado intervia na economia com frequência como forma de
garantir os seus interesses comerciais.
• Incentivo às manufaturas: incentivo ao desenvolvimento de manufaturas como
forma de proteger a economia.
Origem do Mercantilismo Capitalista

A origem do mercantilismo está diretamente associada ao desenvolvimento do Absolutismo e


à formação dos Estados Nacionais Modernos. Esse foi o período de ascensão da burguesia,
classe que prosperava por meio do comércio e que defendia o fim dos privilégios da nobreza
feudal. A burguesia viu no fortalecimento do monarca uma forma de combate aos privilégios
dessa classe, privilégios oriundos do feudalismo.
Assim, gradativamente a ideia de concentração do poder na mão do monarca se fortaleceu. A
nobreza, que desejava manter parte de seu status, foi obrigada a aceitar a nova ordem que se
estabelecia, devendo abrir mão de alguns de seus privilégios, como o direito de formar forças
armadas privadas. Essa centralização do poder nas mãos do monarca consolidou o surgimento
do mercantilismo, mas também resultou no surgimento dos Estados Nacionais Modernos, isto
é, nações que possuíam um aparato de burocracia complexo, com poder centralizado. Essa
burocracia auxiliava o monarca no processo de administração pública do reino.
As forças militares passaram para as mãos do monarca e se tornaram profissionais, a lei e a
justiça foram unificadas, foram impostas as padronizações da moeda e, em alguns locais,
linguística e os Estados Nacionais Modernos procuraram expandir suas fronteiras territoriais
por meio das navegações marítimas. Destaca-se ainda que o modo de produção feudal perdeu
força e deu espaço à consolidação do comércio e da exploração dos recursos de outros locais
por meio do colonialismo.

Tipos de Mercantilismo

Ao longo do período do mercantilismo, os historiadores identificaram tipos diferentes dessa


prática. Em outras palavras, em determinados períodos, algumas tendências se estabeleceram
como predominantes em algumas nações europeias. Vejamos quais foram essas subdivisões.

→ Mercantilismo metalista
O mercantilismo metalista era baseado na acumulação de metais preciosos advinda da
exploração das colônias. A extração de ouro e prata das colônias espanholas na América foi
um caso emblemático.

→ Mercantilismo comercial
O mercantilismo comercial era baseado na exploração das colônias, mas seu foco estava em
comercializar mercadorias nas colônias na lógica do exclusivismo comercial. A exploração do
Brasil por Portugal e a realização do comércio na Índia foi o principal exemplo disso.
→ Mercantilismo industrial
O mercantilismo industrial era baseado no incentivo à construção de manufaturas como forma
de proteger a própria economia e impedir a entrada de mercadorias estrangeiras. Para isso, era
necessário garantir colônias para fornecer as matérias-primas mais importantes. Esse modelo
foi proposto por um economista francês chamado Jean-Baptiste Colbert e teve grande
influência no reinado de Luís XIV, fazendo da França o principal exemplo desse tipo de
mercantilismo.

A relação entre Mercantilismo e Capitalismo

O mercantilismo e o capitalismo se unem como uma raiz do outro, e já podemos observar que
nosso sistema econômico atual tem uma parcela de influência da prática econômica
mercantilista, onde havia a intenção de angariar e reter riquezas, determinando o valor de uma
nação a partir de suas posses. Claramente, o mercantilismo não é a única raiz do capitalismo,
mas o sistema que trabalha a partir de limites de riqueza e a busca pelos objetivos financeiros
segue sua influência.
As noções sobre acúmulo de lucro, meios de produção em propriedade privada e definições de
tendência são produtos da influência mercantilista na economia contemporânea:

Capitalismo
O capitalismo é um sistema econômico baseado em meios de produção, que trabalha com a
distribuição de propriedade privada com fins lucrativos, trabalhando decisões sobre oferta,
preço, distribuição e investimento. Esse sistema opera a partir do lucro, e pode ser
identificado como o sistema político-econômico que cerca o meio ocidental, formando noções
de mercado, preços e salários.

Mercantilismo
Sem planos pré-concebidos no campo político e econômico de países europeus entre os
séculos 16 e 18, o conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade
Moderna chamada de Mercantilismo foi o precursor de diversos modelos econômicos
formados no desenvolver dos séculos seguintes. Seguindo seu curso de acordo com os
Estados, o mercantilismo se caracterizou pela forte intervenção do Estado na economia, com
série de medidas que unificavam o mercado interno e trabalhavam com a formação de fortes
Estados Nacionais, partilhando a crença de que a riqueza da nação estava no acúmulo de
metais preciosos.
Fases do Capitalismo

O Capitalismo é um sistema econômico que está dividido em três fases:


• Capitalismo Comercial ou Mercantil (pré-capitalismo) – do século XV ao XVIII
• Capitalismo Industrial ou Industrialismo – séculos XVIII e XIX
• Capitalismo Financeiro ou Monopolista – a partir do século XX

O sistema capitalista teve início no século XV, com a decadência do sistema feudal. Vale
lembrar que o feudalismo foi uma organização econômica, política, social e cultural baseada
na posse da terra, que dominou a Europa na Idade Média (V ao século XV) após a crise do
império romano. Uma das principais características do sistema feudal era a sociedade
estamental, ou seja, dividida em estamentos (camadas sociais estanques) e destituída de
mobilidade social, nesse sentido, os dois grandes grupos sociais existentes eram basicamente
os senhores feudais e os servos. Acima dos senhores feudais estavam os Reis e a Igreja.
O senhor feudal administrava os feudos possuindo o poder político local, e portanto, tendo
total autonomia sobre as terras, enquanto os servos trabalhavam nos feudos (grandes
extensões de terra).

Fases do Mercantilismo

Tudo começou no século XVI, sendo conhecido como a fase do Mercantilismo metalista,
muito explorada pela Espanha, todavia, os espanhóis se desenvolveram e enriqueceram com a
exploração do ouro e da prata, que eram extraídos de suas colônias no continente americano,
entretanto, não desenvolveram a indústria e a agricultura e acabaram importando produtos
com o lucro da exploração de metais, gerando um déficit em sua economia.
Já no século XVI, Portugal foi o país que mais desenvolveu a fase do Mercantilismo
comercial. A descoberta do caminho para as Índias, e a prática de compra e revenda de
mercadorias para o Oriente, colocou o país como um dos praticantes desta fase mercantilista,
porém, os portugueses também foram responsáveis pelo desenvolvimento do Mercantilismo
de plantagem, que consistiu, basicamente, na produção de açúcar para o mercado
internacional, em suas colônias de exploração americanas.
Posteriormente, no século XVII, a França foi a nação que mais desenvolveu o Mercantilismo
industrial. Essa prática consistia no desenvolvimento de manufaturas de luxo, criadas para
atender o mercado e a nobreza espanhola.

Resumo
Mercantilismo
Alguns exemplos clássicos de Estados Nacionais Modernos foram Inglaterra, França, Espanha
e Portugal, que surgiram com o poder centralizado na figura do rei. Junto do rei, surgiu todo
um aparato burocrático responsável pela administração, em questões políticas, sociais,
econômicas, da nação. O surgimento dos Estados Modernos apoiou-se diretamente no poder
da burguesia na luta para pôr fim aos privilégios de parte da nobreza feudal. O apoio à
burguesia permitiu que essa classe investisse no desenvolvimento comercial e manufatureiro.
Esse processo de desenvolvimento do comércio e da manufatura (embrião da indústria)
apoiou-se também na intensa exploração colonial que aconteceu no continente americano. Por
fim, o Estado Moderno que surgiu nesse período com o poder centralizado no rei assumiu o
controle de questões relativas à economia como forma de garantir seus interesses e resolver
entraves que impediam o fortalecimento do poder real.

Capitalismo
A produção feudal era autossuficiente posto que se destinava ao consumo local de seus
habitantes e não às trocas comerciais. Observe que a economia feudal era baseada nas trocas
de produtos e por isso, não existiam moedas de circulação, a decadência do sistema feudal
ocorreu por diversos motivos e esses fatores levaram a aparição da moeda como valor de troca
e, consequentemente, ao surgimento do sistema capitalista. Essa mudança representou o fim
da Idade Média e início da Idade Moderna.
A aliança entre os reis e da burguesia mercantil foram essenciais para a decadência do sistema
feudal, os quais foram assumindo o controle estatal da economia nacional, com o intuito de
fortalecer ainda mais o poder central e obter os recursos necessários para expandir o
comércio.

Comentário

Bom, o que eu entendi sobre o Mercantilismo é que foi um conjunto de medidas político-
econômicas que predominou em alguns países europeus após o feudalismo, iniciando a Idade
Moderna, logo, os mercantilistas defendiam a tese de que a riqueza de uma nação era medida
pela quantidade de metal que acumulassem. Consequentemente, o poder do Estado crescia
proporção em que tivesse entesourado metais e sobre o Capitalismo, é um sistema econômico
no qual o principal objetivo se dá pela obtenção do lucro e da proteção da propriedade
privada, o acúmulo de capital, tanto pelos governos quanto pelos indivíduos, é representado
na forma de bens e dinheiro, esses era os sistemas econômicos fortes na época e é um assunto
interessante, saber sobre a Idade Média.
Fontes de pesquisa

https://www.historiadomundo.com.br
https://www.colegioweb.com.br
https://www.todamateria.com.br
https://conhecimentocientifico.com
https://mundoeducacao.uol.com.br
https://brasilescola.uol.com.br
https://www.suno.com.br
https://www.stoodi.com.br

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