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Nascimento do Capitalismo na Europa: Do

Mercantilismo ao Liberalismo (XVI-XVIII)

Contexto
 Fase de transição entre a economia medieval e o nascimento do
capitalismo industrial, desenvolveu-se o capitalismo comercial.

 É marcado pelo nascimento do Estado Moderno, centralizado e forte, que


une a nação sob o poder absoluto e moderno.

 Desenvolvimento das trocas comerciais devido aos grandes


descobrimentos e às conquistas de finais do século XV e inícios do século
XVI. Trocas comerciais e troca de escravos entre Europa-África-América.

 Maior afluxo de ouro e prata e maior monetarização das economias


europeias.

 Desenvolvimento sustentado do comércio e da finança dá origem a uma


classe de mercadores, grandes comerciantes e financeiros.

 Uma enorme massa de capital-dinheiro se acumula nesta nova classe,


enquanto a outra, composto de proletários, vivem apenas da sua força de
trabalho.

Mercantilismo
 Durante 300 anos, houve esforços intelectuais descoordenados, plenos de
controvérsias e refletindo uma grande diversidade de circunstâncias
práticas, repetidas vezes aparecem fios condutores doutrinais.

 Estes fios condutores que foram unidos levaram ao Mercantilismo,


formando uma maior coerência lógica e unanimidade do que ele possuía
anteriormente.

 Antecessores de Adam Smith.


 Nos séculos XVI e XVII, desenvolveu-se um pensamento económico
designado de mercantilismo.

 Não se trata de uma escola constituída de pensamento, mas de autores,


muito diferentes uns dos outros, que têm certas preocupações em comum.

 Para os mercantilistas, trata-se de desenvolver a riqueza e o poder


nacionais e de investigar as condições do crescimento.

 O objetivo visado é a riqueza e o poder do Estado. Riqueza que está ligada


ao enriquecimento dos mercadores.

 O desenvolvimento da indústria e do comércio gera lucros privados e


suscita entrada de ouro graças ao crescimento das exportações.

 Isto permite assegurar riqueza e poder ao Estado, que arrecada recursos


consideráveis por meio de impostos, de forma a financiar as suas despesas
cada vez maiores.

 Passamos a uma economia que se preocupa com uma política de


enriquecimento e poder.

 Ouro e matais preciosos  Essência da riqueza

 Principais aspetos:

 Regulação do comércio com o exterior por forma a gerar a entrada de ouro


e prata;

 Promoção da indústria pela importação de matérias-primas baratas;

 Direitos alfandegários sobre a importação de bens manufaturados;

 Incentivos à exportações, particularmente de produtos acabados, e uma


enfâse no aumento da população, para manter baixos salários.
Abundância de Homens:

 É preciso um trabalho abundante e barato.

 Para isso é preciso que a população aumente e trabalhe.

 É preciso atrair os mercadores com iscos do lucro, encorajar o amor e a


busca do lucro.

 É preciso obrigar a população a trabalhar, mantendo salários num nível


baixo, a fim que os obrigar a esforçarem-se mais.

Abundância de dinheiro:

 Exploração das minas suscitam um afluxo maciço de ouro e prata.

 Os mercantilistas consideram que esta abundância monetária tem efeitos


muito favoráveis de estímulo da atividade económica.

 A abundância monetária permite baixar o preço do dinheiro , ou seja da


taxa de juro. Assim pode-se financiar a custo reduzido os investimentos
dos industriais, estimulando-os.

 Com efeito, não é o aumento da quantidade de moeda em circulação que


provoca o aumento dos preços, mas sim o aumento da procura de bens
permitida por este aumento da quantidade de moeda suplementar em
circulação, um aumento que não é seguido pelo aumento da oferta.

 Dado que abundância monetária é condição de crescimento, a Europa tem


um problema, pois é pobre em ouro e prata.

 Os mercantilistas vêm então que a única hipótese de um país arranjar ouro


e prata é uma balança comercial excedentária.

 Segundo os mercantilistas, se as exportações forem superiores às


importações, as entradas de ouro e prata no país serão superiores às
saídas e a quantidade de moeda em circulação
aumentará.

Intervencionismo estatal:

 O Estado deve

intervir de forma geral na vida económica criando manufaturas e atribuindo


ajudas e subvenções aos empresários privados.

 O Estado deve intervir em matéria de comércio externo, não apenas


porque a abundância monetária é favorável à atividade económica mas
também porque o desenvolvimento das exportações de produtos
manufaturados é em si mesmo favorável ao crescimento da indústria
nacional e do emprego.

 Acreditam que esta terceira medida estatal estimula a produção industrial


e o emprego.
 São defensores convictos das conquistas coloniais de modo a aumentar as
exportações.

Mercantilismo

 O estado de espírito que se desenvolve no mercantilismo é um homem que


dá provas de grande poder criador em matéria técnica e de economia, mas
que não se preocupa em fundar uma sociedade capaz de responder ao
ideal de amizade entre os cidadãos anteriormente importante.

 Assim a luta pelos mercados manufatureiros, o agravamento da situação


da maior parte do povo, o aumento das conquistas coloniais, a pilhagem de
recursos e a escravatura manifestam o desinteresse pela amizade entre os
cidadãos.

 No entanto os mercantilistas louvam e exprimem sem reservas o novo


estado de espírito do seu tempo.

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