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Mercantilismo

Victória Gonçalves Turma: 11º.B Nº: 15

Professor: Nuno Quadros Disciplina: História A

15 de dezembro de 2022
O mercantilismo

Índice
Introdução ................................................................................................................................................3
Os princípios do mercantilismo e suas características .............................................................................4
O mercantilismo no século XVII ...............................................................................................................5
O mercantilismo francês ..........................................................................................................................6
O mercantilismo inglês .............................................................................................................................7
Conclusão .................................................................................................................................................8

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O mercantilismo

Introdução
Foi nesta situação de dificuldades económicas e de afirmação dos Estados europeus no
século XVII que se consolidou o mercantilismo, pratica económica que visava fortalecer os
Estados no panorama internacional e contribuir para o engrandecimento das economias
nacionais, assegurando, simultaneamente, a riqueza do país.
O mercantilismo, defendido por conselheiros dos reis (na Europa continental) ou
comerciantes (em Inglaterra), não foi uma política estruturada e uniformizada, variando de país para
país. No entanto, na diversidade de propostas económicas, convergem vários princípios comum. As
práticas de regulamentação da economia, nas cidades da Baixa Idade Média, em muito
influenciaram as atividades mercantilistas pela ação do intervencionismo exercido sobre elas.
Em termos de doutrina econômica, o Mercantilismo estendeu-se do século XVII até o
século XVIII ou, mais precisamente, da publicação de uma obra sobre os princípios gerais do
Mercantilismo, por Antônio Serra, na Itália, em 1613, até a publicação da obra de Adam Smith,
A Riqueza das Nações, na Inglaterra, em 1776, que pôs fim ao Mercantilismo e deu início a um
período marcado pelo liberalismo econômico.
Entretanto, nunca houve uma consciência clara e precisa do que era a política
mercantilista, definida apenas nos finais do século XVIII pelos pensadores iluministas da
França, de maneira pejorativa, pois abominavam as suas práticas.
O Mercantilismo está estreitamente ligado ao processo de formação das Monarquias
Nacionais europeias, considerado como uma política econômica do capitalismo comercial a
serviço do Estado moderno, um verdadeiro nacionalismo econômico. Dessa forma, a
produção era obtida pelo trabalho assalariado e a acumulação de capital se dava pela
atividade comercial. O comércio centralizava os interesses econômicos, sendo a agricultura e
a indústria atividades acessórias e dependentes.
O desenvolvimento da política econômica mercantilista tornou imprescindível a formação
de uma Monarquia absolutista em lugar da frágil estrutura descentralizada do feudalismo. A
participação da burguesia no processo de fortalecimento do Estado foi essencial, em razão do
amplo apoio financeiro concedido ao monarca, pois a existência de um rei forte e
empreendedor incrementaria o ativo comércio do reino, atendendo ao mesmo tempo à
burguesia mercantil, subordinada aos interesses e favores do rei.

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Os princípios do mercantilismo e suas características


O mercantilismo foi um conjunto de práticas e ideias econômicas que esteve em vigência,
na Europa, entre os séculos XV e XVIII, período de transição do feudalismo para o capitalismo.
As expansões marítimas promoveram a colonização da América por parte de Portugal e
Espanha, onde o mercantilismo foi aplicado. Essas práticas e ideias estavam baseadas: na
intervenção do Estado na economia; no metalismo (busca por metais preciosos); na balança
comercial favorável; no incentivo à manufatura e no protecionismo econômico.
O mercantilismo se baseou em princípios protecionistas ao privilegiar a balança
comercial favorável, ou seja, maior número de exportações em detrimento das importações.
Assim, os produtos internos eram mais valorizados em relação aos produtos estrangeiros.
O mercantilismo apresentou alguns elementos comuns nos diferentes países em que foi
aplicado. Como:
• Controle estatal da economia: Os reis, com o apoio da burguesia mercantil, foram
assumindo o controle da economia nacional, visando fortalecer ainda mais o
poder central e obter os recursos necessários para expandir o comércio. Dessa
forma, o controle estatal da economia tornou-se a base do mercantilismo.
• Balança comercial favorável: Consistia na ideia de que a riqueza de uma nação
estava associada à sua capacidade de exportar mais do que importar. Para que as
exportações superassem sempre as importações (superavit), era necessário que o
Estado se ocupasse com o aumento da produção e na busca de mercados externos
para a venda dos seus produtos.
• Monopólio: Os governos, interessados numa rápida acumulação de capital,
estabeleceram monopólio sobre as atividades mercantis e manufatureiras, tanto
na metrópole como nas colônias. Donos do monopólio, o Estado concedia à
burguesia, através das Companhias de Comércio, o direito de explorar o comércio
de pessoas escravizadas, a venda de produtos agrícolas, etc. A burguesia,
favorecida pela concessão exclusiva, comprava pelo preço mais baixo o que os
colonos produziam e vendiam pelo preço mais alto tudo o que os colonos
necessitavam. Dessa forma, a economia colonial funcionava como um
complemento da economia da metrópole.

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• Protecionismo: Significa proteger o mercado interno de um país. Através do


aumento das tarifas alfandegárias, que elevava os preços dos produtos
importados, os governos garantiam o mercado interno para os produtores
nacionais. O protecionismo também ocorria através da proibição de se exportar
matérias-primas que favorecessem o crescimento industrial do país concorrente.
• Metalismo: Os mercantilistas defendiam a ideia de que a riqueza de um país era
medida pela quantidade de ouro e prata que possuíssem. Por isso, houve a busca
por regiões na América onde fosse possível extrair estes metais preciosos.

Em geral, as medidas mercantilistas procuraram responder às difíceis circunstâncias


económicas e financeiras.

O mercantilismo no século XVII


A somar às guerras e conflitos que abalaram a Europa,
assistiu-se a uma conjuntura de crise que se manifestou em
diversos domínios. A Europa viveu durante o século XVII,
sobretudo a partir de 1620, uma carência de moeda, devindo a
um conjunto de razões.
Para além das dificuldades monetárias, o século XVII foi Fig1. Mercantilismo.

marcado por sucessivas crises de subsistência, próprias do Antigo Regime, que tiveram
especial incidência nos Estados do centro e sul europeu, estas crises conduziram a crises
demográficas.
A Inglaterra e a França foram os dois únicos Estados, no século XVII, a desenvolver uma
eficiente política mercantilista.
Apesar de envolvidos em profundos conflitos internacionais, os monarcas conduziram
sua política econômica em disputas pela exploração das riquezas do Império Espanhol e pela
supremacia marítima. Os gastos com a mobilização de exércitos e com a equipagem dos navios
tornaram mister o controle quase total da economia pelo Estado, estruturado em um rigoroso
intervencionismo, destacando-se a criação de inúmeras companhias de comércio.

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No início do século XVII, a baixa produção das minas na América Espanhola, o


entesouramento dos metais e o provável acúmulo de riquezas nos Países Baixos provocaram
uma profunda recessão econômica, multiplicando-se a miséria e o desemprego na Europa.

O mercantilismo francês
Por causa do caráter absolutista do governo de Luís XIV, a
política econômica na França foi colocada em prática pelo chefe
do ministério, Jean-Baptiste Colbert, que via no Mercantilismo
“não um fim em si mesmo, mas o meio mais conveniente de
aumentar a riqueza e o poder do Estado”.
Colbert tinha plena certeza de que a riqueza de um país
dependia da quantidade de ouro e prata acumulados, a ponto de
afirmar que os metais constituíam “o sangue da economia, o Fig2. Manual náutico
holandeses traduzindo
sangue do próprio Estado”. Por essa razão, adotou uma série de
para o inglês.
medidas, tais como: a proibição à exportação de metais; o
desenvolvimento da navegação; o crescimento do Império colonial francês, buscando do
melhorar a balança comercial; a criação de várias companhias de comércio.
Os franceses apoiaram suas atividades comerciais na produção de artigos de luxo
destinados à exportação e também de seus produtos agrícolas. Assim, o Mercantilismo
francês mereceu a rotulação de essencialmente industrial, denominando-se colbertismo.
Apesar de todo o incentivo dado ao desenvolvimento das indústrias nacionais,
consistente na importação de mão de obra especializada e nos subsídios concedidos às
empresas privadas, a carestia dos produtos industriais, fruto das constantes guerras
empreendidas pelo monarca Luís XIV, o Rei-Sol, acabou debilitando a economia.
O principal aplicador do sistema mercantilista na França foi o ministro das finanças
francês Jean-Baptiste Colbert. Ocupando este importante cargo, durante 22 anos no governo
do rei absolutista Luís XIV, Colbert estimulou a indústria francesa, incentivou as exportações
e reduziu as taxas alfandegárias internas.
Com Colbert, o governo francês implicou-se muito na economia para acrescentar as
exportações. Eliminou os obstáculos ao comércio ao reduzir as taxas alfandegárias interiores
e ao construir uma importante rede de estradas e canais. As políticas desenvolvidas por

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Colbert em conjunto resultaram eficazes, e permitiram que a indústria e a economia francesas


crescessem consideravelmente durante esse período, tornando a França numa das maiores
potências europeias. Não teve tanto sucesso à hora de tornar França numa grande potência
comercial comparável à Inglaterra e a Holanda.
Também é característico do colbertismo empreender uma decidida política de criação
de manufaturas reais que fabricavam produtos estratégicos ou de luxo, em ambos os casos
consumíveis em primeiro lugar pela demanda da própria monarquia, enquanto produziam
a emulação do seu consumo tanto dentro como fora do reino. Tal emulação também se viu
na criação de manufaturas similares em outros países europeus, entre os que destacaram
as Reais Fábricas espanholas de produtos de luxo, de armas, e de artigos de grande consumo
monopolizadas pelo Estado como regalias: tabaco, aguardente e naipes.

O mercantilismo inglês
O Mercantilismo na Inglaterra originou-se no século
XIII, com a adoção de medidas de proteção à indústria da lã;
nos séculos XIV e XV, foram impostos obstáculos à circulação
e ao tráfego de navios estrangeiros nos portos britânicos. Foi,
porém, no século XVII que o Mercantilismo emergiu com
profundo vigor, como elemento de defesa nacional contra as Fig3. Aspetos de
ameaças exteriores. Amesterdão em meados
do séculos XVII.
A Inglaterra protestante utilizou-se da bandeira
religiosa como pretexto para sua ofensiva mercantil nas
campanhas contra a Espanha, de Filipe II, e a França, de Luís
XIV. De facto, os ingleses, possuidores de excelente marinha
mercante e de guerra, além de contratarem os serviços de
barcos piratas, então chamados corsários, aumentaram sua
riqueza por meio do comércio internacional de mercadorias.
Fig4. Luís XIV em visita a
Os Atos de Navegação, de 1651, promulgados no governo uma manufatura.

de Oliver Cromwell, tinham por objetivo anular a supremacia holandesa no comércio e


transporte de mercadorias, visando a assegurar esta posição para a Inglaterra. Esse
desenvolvimento estimulou a indústria, principalmente de tecidos, que aos poucos passou a

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igualar-se em importância e mesmo a substituir o comércio. Dessa forma, o Mercantilismo


praticado pela Inglaterra pode ser chamado, primeiramente, de comercial e, por último, de
industrial.
Os monopólios controlados pelo Estado estenderam-se, especialmente antes da guerra
civil inglesa, apesar de serem com frequência questionados. Os autores mercantilistas ingleses
estavam divididos com a respeito da necessidade de controlo da economia interior. O
mercantilismo inglês adotou a forma de controlo do comércio internacional. Foi posto em
prática um amplo leque de medidas destinadas a favorecer a exportação e penalizar a
importação. Foram instauradas taxas alfandegárias sobre as importações e subvenções à
exportação. Foi proibida a exportação de algumas matérias-primas
A Inglaterra aumentou o número de colônias e, uma que vez estavam sob controlo,
eram instauradas regras para autorizar a produzir apenas matérias-primas e a comerciar
unicamente com Inglaterra. Isto conduziu a progressivas tensões com os habitantes dessas
colônias e foi uma das principais causas da Guerra de Independência dos Estados Unidos.
Estas políticas contribuíram em larga medida a tornar a Inglaterra na maior potência
comercial do Mundo, e uma potência econômica internacional.

Conclusão

Com este trabalho concluiu que o mercantilismo tinha objetivos e normais, também
aprendi quais foram as épocas em que se instalou em alguns países e algumas das suas
definições e que o mercantilismo foi necessário para a Europa, ou seja, no estado que se
encontrava (carência de moeda e crises de subsistência e demográficas).

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