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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

EXTENSÃO DE MAPUTO

Correntes mercantilistas

Pelo segundo grupo:


Ailton Lucas

Cristiano Lino

Doyle Magda

Jorge Mboene

Hermínia Gaspar

Jeisbel Leonor Docente: Mrs Goncalves Cumbana

Maputo, Novembro de 2021


CORRENTES MERCANTILISTAS (NOTAS INTRODUTÓRIAS)
 Mercantilismo é o conjunto de práticas e ideias econômicas desenvolvidas na Europa entre o
séc. XV e XVIII. O mercantilismo tinha por objectivo fortalecer o Estado e enriquecer a
burguesia, para isso era preciso ampliar a economia para dar mais lucro afim de que a
população pudesse pagar mais impostos. Não se teria desenhado correntes mercantilistas sem
descobrimentos e sem Reforma. Até porque estas se formaram em torno das questões
decorrentes das minas de ouro descobertas na América.

 Com o aumento das quantidades de ouro notou-se alteração profunda nas condições da
economia europeia. Portanto subiram os preços, resultando dessa subida dificuldades
acentuadas para os países que não tinham acesso directo ao ouro proveniente da América. O
francês Jean Bodin formou um esboço de teoria quantitativo, ou de Princípio quantitativo,
quanto ao valor da moeda.

 Talvez em termos contraditórios, posto que, residindo a riqueza no ouro e na prata,


dificilmente se entenderia que o aumento das quantidades desses metais determinasse um
aumento geral de preços de todos os outros bens. A velocidade de circulação da moeda é
constante, se a quantidade de moeda aumenta as pessoas tendem a aumentar seu consumo, o
aumento do consumo sobre a mesma quantidade ofertada faz aumentar o nivel de preços, por
isso que o aumento da quantidade de moeda gera inflação.

 Como disse o PEDRO FERNANDEZ NAVARETE “não se deve chamar mais rica a
província que tem mais ouro e prata, se nela custam mais caras as coisas que se vendem”
ESQUEMA DA TEORIA QUANTITATIVA DA MOEDA

Aumenta a
Aumenta a
quantidade da
quntidade de ouro
moeda

Aumentam as
necessidades dos
consumidores

Aumentam os Quantidade da
preços dos outros moeda gera
bens infração
CARACTERÍSTICAS DO MERCANTILISMO
Sãotrês as principais características das correntes mercantilistas, que são respectivamente: o
metalismo, o nacionalismo e o dirigismo.

Metalismo: Consiste no acúmulo de metais preciosos ﴾ouro, prata e diamante﴿ era visto como sinal
de prosperidade de uma nação. Portanto era necessário conseguir colônias onde houvesse dito metal
para garantir o valor da moeda. Essa característica mercantilista foi aplicada por Portugal e Espanha
enquanto organizavam a exploração de suas colônias na América.

AEspanha foi o país que mais praticou esta política logo no início, pois suas colônias na América
eram ricas em jazidas de ouro e prata. Enquanto Portugal não teve a mesma sorte logo no inicio da
exploração do território brasileiro, somente no séc. XVIII que as primeiras minas de ouro foram
encontrados no interior do Brasil.

Nacionalismo Diz ­ se que o mercantilismo é nacionalista porque, os mercantilistas, políticos e


doutrinadores não pretendiam uma prosperidade para todos os povos. Mas sim pretendiam obter e
conservar os metais preciosos dentro do Estado, ou seja eles queriam concentrar toda riqueza nas
suas próprias comunidades. Tratava ­ se de acumular metais preciosos, para o interesse do próprio
país e de mais ninguém.

Dirigismo: Utilizando essa tal concentração de poderes políticos, o pensamento mercantilista não
confiou na livre iniciativa dos particulares como meio de assegurar o aumento da riqueza para os
paises. Esse aumento da riqueza so seria possivel com a intervenção do poder central. Por isso que
o mercantilismo qualifica ­ se como sendo dirigista. Pois o governo é que exercia o poder de
orientação ou de decisão em matéria económica. Mas tarde com a revolução industrial, em meados do século XVIII, o
mercantilismo é substituído pelo liberalismo económico, que defendia a não interferência do Estado na económia.
MERCANTILISMO BULIONISTA
 Para a Espanha que tinha o acesso directo pelo domínio politico, reconhecido por Roma, ao ouro e a prata da
América, a orientação mercantilista quase se limitava a conservação do metal obtido. Dessa conservação
resultaria a prosperidade de Castela e de outros reinos hispânicos. Tratava-se fundamentalmente de evitar a saída
de metais preciosos para o estrangeiro.

 Assim, o mercantilismo apresentou se na Espanha, na sua forma mais simplificada, à qual se tem feito
corresponder a expressão “bulionismo”, da palavra inglesa Bullion(barra de metal). No entanto, o mercantilismo
espanhol transcende o monopólio estadual de ouro e da prata. Assim como a proibição legal de exportar metais
estes metais (proibição estabelecida em 1480, pelos reis católicos renovada em 1515), mas o engenho dos
contrabandistas frequentemente defraudou, apesar das severidades penais.

 A politica espanhola tratou de manter uma balança de comercio favorável ou, ao menos, equilibrada. Não apenas
evitando a exportação de metais preciosos, mas também pelo desenvolvimento das industrias, sobretudo da
produção de ferro e lã, e por leis de navegação, já de meadas do século XV e começo do XVI, que concediam
reservas de fretes marítimos a navio espanhóis. Compreensível, em razão do referido ao acesso directo ao ouro e
prata da América

 Aliás, o desenvolvimento industrial encontrou em Espanha dificuldades originadas tanto na pobreza relativa dos
subsolos na escassez de irrigação dos solos, como na índole dos habitantes, mais afeiçoados a agricultura, e nas
sangrias demográficas operadas pela expansão ultramarina.

 Já quanto ao desenvolvimento da marinha, o próprio bulionismo o impunha. Desligados os países protestantes da


obediência a Roma, só uma poderosa frota garantia à espanha ligações relativamente seguras com a América e a
concentração em Sevilha dos metais preciosos que de lá vinham, a acumulação de metais preciosos era
instrumental, procurava se evitar-se a saída deles para o estrangeiro em troca de bens e serviços julgados menos
úteis, quando preciso, para conquistar aliados, para remover eventuais inimigos ,para pagar soldados e
equipamentos.
MERCANTILISMO INDUSTRIAL

 Esse tipo de mercantilismo se baseava na produção manufatureira.A França


adotou esse tipo de mercantilismo por meio do ministro Colbert. Ele incentivou
a produção de artigos de luxo, que seriam comercializados no mercado externo.
Em busca de matéria-prima para essa produção, os franceses decidiram invadir
a América portuguesa, mas foram expulsos.

 O maior legado das desvantagens desse tipo de política econômica foi o


endurecimento das estruturas econômicas e os processos e a redução do espaço
para a inovação, através de uma rede de regulamentos e de controles
meticulosos.

 O Jean-Baptiste Colbert estava ciente que a França não iria conseguir


alcançar o nível de produção da então potência industrial da época (Inglaterra),
então preferiu direcionar a manufatura francesa para produtos com alto valor
agregado, esse comportamento econômico tem reflexos no mercado francês até
os dias atuais.
MERCANTILISMO INDUSTRIAL

 O Colbertismo foi criado nos séculos XVI e XVII , o Mercantilismo


característico da política econômica Francesa.

 Jean-Baptiste Colbert, controlador geral das finanças do rei Luís XIV. Uma


vez que a maior parte do comércio internacional se fazia por meio de metais,
como o ouro e a prata, o colbertismo propunha que o volume de exportações
 fosse maior que o de importações para que se obtivesse uma 
balança comercial favorável.

 As consequências desta política foram um protecionismo rígido que visava,


entre outras coisas, o incremento da produção de manufaturas; por outro lado,
uma série de conflitos econômicos e guerras sangrentas aconteceram neste
período.
O MERCANTILISMO E BALANÇA COMERCIAL

 Com o mercantilismo, aparece pela primeira vez o conceito de balança comercial,


relação entre o valor das exportações e o das importações. Esta corrente de pensamento
económico defendia uma organização e regulamentação da actividade produtiva e
comercial como forma de se conseguir construir um aparelho económico capaz de
conduzir os países à desejada acumulação de riquezas.

 A balança comercial surgiu no século XV, relacionada com os estados básicos: superavit,
deficit ou equilibrada, sendo assim, a balançaé a compra de mercadorias do exterior por
pessoas físicas e jurídicas.

 A ideia de que riqueza de uma nação dependia da balança comercial surge quando as
trocas comerciais entre os Estados aumentam. A balança serve como um indicador da
situação económica do país.

 Pode ser influenciada por diversos factores como: a taxa de câmbio, termos de troca, a
crise, o nível de renda da economia, o nível de renda do resto do mundo, proteccionismo.
 
AS IDEIAS MERCANTILISTAS DE PORTUGAL
Portugalfoi um dos países,que durante um longo período resistiu às tendências mercantilistas. Pela
fidelidade à doutrina escolástica assim como pela índole das gentes, as quais o sentido materialista da
vida que o mercantilismo já reflectia repugnava.

 Nãotendo acesso directo aos metais preciosos até fins do séculoXVII, o ouro da Costa da Mina e de
Sofala não terá pesado na economia da Metrópole, eram as especiarias do Oriente e o açúcar do
Brasil que os Portugueses buscavam acréscimos de riqueza, obtidos, através de actividades
comerciais e industriais.

Em Portugal, as doutrinas mercantilistas assumiram contornos muito próprios. Consequência da vida
nacional, como sejam a comparticipação da classe nobre nas actividades mercantis e a grande
dependência face ao exterior, muito marcada a partir de meados do séculoXVII. A doutrina veiculada
em Portugal afasta se dos escritos de teóricos europeus como António Serra, Thomas Munou e Carl
Devant.

Asmedidas tomadas pelo conde de Ericeira visavam o desenvolvimento da indústria manufactureira,


a reorganização do comércio e a reforma monetária. No entanto, a acção pela qual ficou mais
conhecido foi a da implementação das manufacturas baseada nas Leis Pragmáticas(1677e1688) que,
ao proibirem os luxos, evitavam a importação de tecidos estrangeiro.
CRÍTICAS AO MERCANTILISMO
O mercantilismo foi durante muito tempo criticado pelos economistas liberais. Para
eles, a ordem social não pode ser estabelecida arbitrariamente pelo estado.

Ea moeda constitui apenas um instrumento de circulação, portanto, de modo algum a


moeda constituía índice de riqueza.

Durante século XIX, a moeda era um véu, o qual, envolvendo a vida econômica, não a
modifica, segundo acrescentam David Ricardo e Jean-Baptistf Say.

Os liberais concluíram que no sentido de que constituirá um erro grosseiro dos
mercantilistas ver na moeda acumulada um índice seguro de prosperidade econômica.

Também a balança de comércio, ou a balança de transações correntes, ou a balança de


de pagamentos, não oferecia, por si, indícios seguros quanto á prosperidade de um
país. Nem poderia pretender-se que um estado mantivesse sempre um saldo positivo
nas suas relações com o exterior. Porque isso implicaria que outro, ou outros Estados,
mantivessem permanentemente saldos negativos.
CRÍTICAS AO MERCANTILISMO
Nem sempre as críticas liberais ao mercantilismo são justas. Esquecem que os mercantilistas só podiam ter
em conta a moeda metálica, que é, ela própria uma mercadoria.

 É especialmente procurada, quando incorpora metais preciosos. A moeda-papel e moeda-bancária,


relativamente às quais melhor se entenderá a figura do “véu monetário”, não eram conhecidas quando se
desenvolveu o pensamento mercantilista, também importará ter presente que os mercantilistas procuram
traçar esquemas econômicas a nível nacional, e não num plano cosmopolita.

Assentaram, ao menos tendencialmente, numa base autárquica da vida econômica. Quando a Espanha
procurava evitar a saída da moeda, não tinha a pretensão de enquadrar-se num plano econômico mundial. Até
porque as políticas mercantilistas foram, em larga medida, impostas pelo estado de guerra. E considerações
semelhantes poderão suscitar a França de Colbert e Inglaterra de Cromwell.

Dirigismo preconizado pelos mercantilistas não é sereno, portanto, os liberais defendiam que a liberdade
economica teria de desenvolver – se no quadro dos poderes privados e não públicos.

Em suma “a riqueza de uma nação vem dos seus produtos e serviços e não da quantidade de ouro que o pais
tem guardado ou possui“ ADAM SMITH

 
 
 
 

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