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Universidade Católica de Moçambique

Extensão de Maputo

Licenciatura em Direito

Discente: Regina Arlindo Munguambe

Turma A 3º Ano 2º Semestre

Docente: Sandra Isabel Sondeia

Avaliação Individual de Direito de Trabalho

Suspensão da relação de trabalho

Suspensão do contrato por motivo respeitante ao trabalhador

A relação individual do trabalho considera-se suspensa nos casos em


que o trabalhador esteja temporariamente impedido de prestar trabalho,
por facto que lhe não seja imputável, desde que o impedimento se
prolongue por mais de 15 dias..., nos termos do n 1 do art. 122 da LT,
ficando o trabalhador obrigado a comunicar pessoalmente ou por
interposta pessoa o facto de estar impossibilitado de prestar trabalho,
sob pena de se lhe aplicar o regime de faltas injustificadas, nos termos
do n 2 do art. 122 da LT.

Em caso de detenção, incumbe às autoridades públicas promotoras da


detenção do trabalhador o dever de comunicar o facto ao empregador,
nos termos do n 3 do art. 122 da LT.

A questão que se coloca é de saber, quid júris se a autoridade


pública promotora da detenção, não comunicar ao empregador.

A lei não responde a esta questão, uma vez que o legislador não
prevê estas situações, porem a realidade mostra que não são raras as
vezes que isto acontece. Por essa razão, é razoável que os familiares do
trabalhador, tomando conhecimento sobre a detenção, dêem a conhecer
ao empregador sobre a detenção do trabalhador. Por outro lado, pode
suceder que o próprio trabalhador não de a conhecer ao empregador
sobre a sua situação, ocultando-a.

Se a autoridade promotora da detenção bem como os familiares


não tiverem dado a conhecer ao empregador as razoes da
impossibilidade do trabalhador se fazer presente ao trabalho, faz
sentido que as faltas do trabalhador se enquadrem no regime de faltas
injustificadas, uma vez que o não conhecimento do empregador sobre a
ausência do trabalhador, não se deveu por culpa do trabalhador, mas
de quem tinha a obrigação de informar, bastando justificar.

Suspensão do contrato por motivo respeitante ao empregador

O empregador pode suspender os contratos de trabalho por


razões económicas, entendendo-se estas como as resultantes de
motivos de mercado, tecnológicos, catástrofes ou outras ocorrências que
tenham ou venham, previsivelmente, a afectar a actividade normal da
empresa ou estabelecimento, nos termos do n 1 do art. 123 da LT.

Durante o período de suspensão referido no n.º 1 do artigo 123 da


LT, o trabalhador tem direito a setenta e cinco por cento, cinquenta por
cento e vinte e cinco por cento das respectivas remunerações, no
primeiro, segundo e terceiro mês, não devendo, em qualquer caso, as
mesmas ser inferiores ao salário mínimo nacional, nos termos do n 5 do
art. 123 da LT.

Ficando assim os 25%, 50% e 75%, no primeiro, segundo e


terceiro mês, ao cargo do Estado, mantendo assim a integridade e
intangibilidade do salário, nos termos do n 4 do art. 114 da LT. Mas
infelizmente não foi o que se verificou durante a fase do covid-19 em
que o Estado simplesmente se recusou em pagar a quota dos salários
em falta em virtude da suspensão.

Se, porém, o impedimento subsistir, para além de 3 meses,


suspender-se-á o pagamento das remunerações, podendo as partes
acordar a extinção do contrato ou relação de trabalho, sem prejuízo das
indemnizações a que o trabalhador tiver direito.

É difícil determinar a duração da suspensão, pois salvo melhor


opinião, nos casos em que o motivo da suspensão, se prende com
catástrofes, é impossível determinar a duração da catástrofe, para daí
determinar a duração da suspensão.

Fim

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