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São Paulo
2022
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA (CAES)
“CEL PM NELSON FREIRE TERRA”
São Paulo
2022
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
CENTRO DE ALTOS ESTUDOS DE SEGURANÇA (CAES)
“CEL PM NELSON FREIRE TERRA”
_____________________________________________________
Cel PM Henguel Ricardo Pereira
Doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública – CAES
_____________________________________________________
Maj PM André Frisene
Mestre em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública – CAES
_____________________________________________________
Maj PM Robinson Costa Silva
Mestre em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública – CAES
Este trabalho é dedicado:
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, sem ele eu não teria
capacidade para desenvolver a presente pesquisa científica.
Dedico também a minha família: minha esposa Telma e meu filho Miguel,
que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado ao longo desta jornada.
AGRADECIMENTOS
This dissertation based on historical aspects of mounted policing combined with the
most varied areas of knowledge that make up the Equestrian Sciences makes a
reciprocal integration through interdisciplinarity, bringing together knowledge of Police
Sciences of Security and Public Order with Equestrian Sciences, seeking concepts in
Animal Science, Hipology, Veterinary Medicine, Genetics, Equinoculture, Horse
Riding and Military Strategy to support a scientific research having as scope the ideal
Policing horse. As research methodology, the hypothetical-deductive method was
used, bearing in mind that, for the present issue, hypotheses were elaborated, object
of study throughout the work. To contextualize the theme, we opted for data
collection, historical, opinionated and theoretical. The opinion data were the result of
qualitative and quantitative research obtained through questionnaires directed to
police officers who command Mounted Police Units, both in Brazil and abroad.
Theoretical and historical data were extracted from secondary sources, through
bibliographical research aimed at demonstrating the importance of studying the ideal
policing horse. As a result of the research, it was verified the relevance of leaving a
written knowledge about the policing horse for future generations, the need to update
the I-37-PM, known as the PMESP Riding Regulation, as well as the definition of a
specific breed bringing together the qualities of the police horse and preserving a
standard of the main tool of Mounted Policing: The Horse. The present work can also
contribute to Mounted Policing, elevating it to a condition of a new Science that
comprises the complex and plural Police Sciences of Security and Public Order, the
Science of Mounted Police.
Imagem 8 - Estandarte de Ur 30
1 INTRODUÇÃO 13
1.1 Problema 14
1.2 Objetivos 15
1.2.1 OBJETIVO GERAL 15
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 15
1.2.2.1 REALIZAR UMA ANÁLISE HISTÓRICA DOS CAVALOS EMPREGADOS
NAS POLÍCIAS DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA NO MUNDO E NO
BRASIL, EM ESPECIAL NO REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA
(RPMON “9 DE JULHO”) 15
1.2.2.2 REALIZAR UMA ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS DO
CAVALO DE POLICIAMENTO 15
1.2.2.3 REALIZAR UMA ANÁLISE DAS PRINCIPAIS RAÇAS DE CAVALOS
CRIADAS NO BRASIL 16
1.2.2.4 REALIZAR UMA ANÁLISE SITUACIONAL DOS CAVALOS EMPREGADOS
NO REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA “9 DE JULHO” 16
1.2.2.5 REALIZAR UMA ANÁLISE COMPARATIVA DO CAVALO UTILIZADO NO
POLICIAMENTO EM OUTRAS POLÍCIAS, TANTO DO BRASIL QUANTO
POLÍCIAS DE SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA DE OUTROS PAÍSES 16
1.3 Hipótese 17
8 CONCLUSÃO 144
8.1 A necessidade de um padrão de cavalo de policiamento 144
8.2 A necessidade de normatizar a raça Brasileiro de Hipismo como o
padrão de cavalo ideal de policiamento 147
8.2 A necessidade da atualização das I-37-PM: 151
REFERÊNCIAS 153
1 INTRODUÇÃO
1.1 Problema
1.2 Objetivos
montado, norteados pelos princípios que regem o serviço policial, o interesse público e
os princípios do Policiamento Montado e suas peculiaridades.
1.3 Hipótese
Num período da evolução humana, por volta de de 8000 a.C. até 5000 a.C, o
homem primitivo deixou de ser um caçador-coletor nômade tornando-se sedentário,
fixando um local determinado para viver. Este processo é conhecido na história do
homem como: revolução neolítica, momento em que o homem deixa de ser nômade e
torna-se um sedentário fixo dando início às atividades agrícolas e o processo de
domesticação dos animais, no caso específico desse trabalho: o cavalo.
Neste sentido, o homo sapiens utilizou-se da energia extrassomática: energia
produzida para o homem, externa ao corpo humano, utilizando o domínio de uma
determinada tecnologia. O que difere da energia somática: a energia do próprio corpo
humano, ligada ao alimento. Esta energia extrassomática está relacionada diretamente
ao tecnometabolismo: os fluxos de materiais e energia, resultantes de processos
tecnológicos. (BRANDIMARTE; SANTOS, 2019).
O processo tecnológico da domesticação e adestramento do cavalo, desde o
período neolítico, rendeu ao homem um grande acúmulo de energia extrassomática,
necessária para a evolução da civilização humana.
Segundo Silver (2000) a história do cavalo tem seu início há cerca de 55
milhões de anos com um pequeno mamífero de 5 dedos, chamado Hyracotherium.
Este animal de cerca de 30 cm, do tamanho aproximado de uma raposa, é considerado
o ancestral mais primitivo do cavalo moderno.
Face ao grande número de fósseis de Hyracotherium, também conhecido na
literatura como Eohippus, que foram encontrados nas terras norte-americanas,
supõe-se ter sido ali o local da origem dos primeiros cavalos. Este pequeno mamífero
teria migrado da América para a Europa e a Ásia (SILVER, 2000), e depois de milhares
de anos foi trazido de volta ao continente americano pelo homem.
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expandiu seus territórios pelo “Charco Paraguaio”, região do Rio do Prata, divisa com o
pantanal matogrossense. (CHAMORRO; COMBÈS, 2015).
Assim como ocorrido com os indígenas nos Estados Unidos, diversas tribos
indígenas da américa do sul utilizaram o cavalo do homem branco, como transporte e
arma de guerra, como dito anteriormente: os Mbayá-Guaikurus, mas também as tribos
“tapuias” do sul, compreendida pelos cavaleiros das tribos Charrua, Minuanos e
Guenoas. (BUENO, 2019)
A partir do período Brasil Colônia, uma série de cavalos começaram a
desembarcar nos portos brasileiros, de diferentes raças, diferentes linhagens
incorporando ao plantel de cavalos no Brasil.
Segundo estudo do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento),
atualmente o Brasil possui uma tropa de 5 milhões de cavalos, sendo o quarto maior
criador do mundo, movimenta anualmente R$ 16,15 bilhões de reais e gera 3 milhões
de empregos. (MAPA, 2016, p. 7)
O sânscrito अश्व, AKVA, ou ÁŚVA, é um termo que surge nos textos “Vedas” -
origem do hinduísmo, datados aproximadamente 2.000 a. C., que se referem repetidas
vezes ao animal cavalo e em particular muitas cenas equestres, referindo a
carruagens. (ASHVA, 2021)
Ao ler e interpretar os textos sagrados do hinduísmo - “Vedas” - é necessário ter
em mente que o significado simbólico de cavalo pode ser além interpretação do cavalo
fisicamente, pois o sânscrito akva pode ser usado simbolicamente para significar:
poder, energia, força para o progresso, poder vital, poder mental móvel e dinâmico.
(MISHRA, 2016)
Assim como os textos “Vedas”, outro texto sagrado que compõe o hinduísmo:
“Mahabharata”, o maior poema da humanidade, um clássico da literatura mundial,
retrata uma guerra entre descendentes de uma mesma família, divididos entre os
“Pandavas” e os “Kauravas”, num confronto muito violento, porém provido de profundos
valores morais, conhecidos como a batalha de "Kurukshetra".
Nessa batalha, a ética do guerreiro é posta como a questão central: os indianos
seguiriam uma série de regras bélicas e morais descritas nestas escrituras, como:
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combates somente de dia, não matar pelas costas, não atacar um guerreiro desarmado
no chão. A moral do guerreiro é sempre posta em destaque. (ESPAÇO GOVINDA,
2017)
Imagem 4 - Manuscrito da Batalha de Kurukshetra
Imagem 8 - Estandarte de Ur
Fonte: Estuda.com, questão 141255 do Enem de 2017, informação online
https://enem.estuda.com/questoes/?id=141255
Imagem 9 - Carro de combate de duas rodas com arqueiro egípicio na tumba de Ramzés II retratando a
batalha de Kadesh contra os Hititas
Fotografia 10 - Foto do Portão de Brandenburgo em Berlim, Estátua da Deusa Grega da Vitória Irene
numa quadriga grega
Imagem 11 - foto imagem do famoso filme Ben Hur, numa quadriga romana com os cavalos Antar, Altair,
Aldebaran e Rigel
Foi na grécia antiga, que o ocidente teve suas primeiras obras sobre equitação e
criação para remonta militar, conhecimentos deixados pelo filósofo, e grande
comandante militar grego Xenofonte (430 a.C. – 354 a.C.) que escreveu a obra
“Peri Hippikès”. Nela o comandante Xenofonte escreve os primeiros conceitos sobre
equitação, no qual ensinava como selecionar os cavalos para a cavalaria e que o
cavalo devia sempre ser tratado com respeito. O General Xenofonte que combateu na
Guerra do Peloponeso, foi o primeiro a escrever sobre sobre o tema: equitação e
remonta militar.
De 336 a.C. a 323 a.C., Alexandre, o grande e seu lendário cavalo Bucéfalo,
orientado em sua infância por Aristóteles, tornou-se um dos maiores comandantes
militares da história, construindo um dos maiores impérios do mundo: conquistando um
território estendido da Grécia em direção à Ásia chegando à Índia. O Exército
Macedônico possuía uma tropa de Cavalaria chamada “hetairoi” composta por nobres
macedônios que lutavam sempre próximos de Alexandre, e que foram eternizados no
sarcófrago de Alexandre, o Grande. (GOGGIA, VOLKER, CARVALHO, 2003)
A doutrina de Cavalaria anterior ao ano de 1.000 a.C. era vista como parte de
unidades de infantaria de um exército independente, não existindo uma doutrina bem
definida de emprego como uma arma de guerra: como Cavalaria, enquanto uma arma
militar.
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Neste ínterim, o extremo oriente, por meio dos mongóis, organizados num
exército militarizado sob o comando de Gengis Khan, graças a arma de Cavalaria,
formou o maior império de terras contínuas na história da humanidade: do leste asiático
à europa oriental, utilizando de uma Cavalaria leve: o que lhe rendia extrema
mobilidade e facilidade de manobras táticas.
No fim da Idade Média, surge a arma de fogo na China, e esta invenção
revolucionaria a forma do mundo guerrear. Consequentemente, as estratégias e táticas
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Com a evolução das armas de fogo, o cavalo como arma de guerra foi
tornando-se obsoleto, principalmente a partir da I Guerra Mundial (1914-1918) na qual
o emprego das tropas a cavalo eram ineficientes face os armamentos, canhões e
metralhadoras. Além das armas de fogo, obstáculos de campanha como: cercas de
arame farpado, obstáculos de concreto e trincheiras tornavam os cavalos incapazes de
guerrear, como retratado nos filmes hollywoodianos: “O último Samurai” (2003) e
“Cavalo de Guerra” (2011), retratando a evolução das guerras com o emprego das
armas de fogo.
Porém, a tradição da Cavalaria brasileira em meados do século XX, fundada na
virtudes de nobreza: coragem, justiça, humildade, lealdade e verdade e aliada ao
espírito característico da Arma de Cavalaria; o culto ao patrono General Osório e
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‘The police are the public and the public are the police; the police being only
members of the public who are paid to give full time attention to duties which
are incumbent on every citizen in the interests of community welfare and
existence.’
A polícia é comunidade e a comunidade é a polícia; a polícia é apenas
composta por membros desta comunidade que são pagos para dar atenção
integral aos deveres inerentes a todo cidadão no interesse do bem-estar e
existência da própria comunidade. (ROBERT PEEL, 1835, tradução nossa)
Organização de patrulhas:
Em tempos de crise, a primeira coisa a fazer é arranjar duas companhias: uma
para proteger os mercados e a outra para realizar o patrulhamento no muro da
cidade. Devem ser fornecidos armamentos e símbolos de reconhecimento na
cor ocre para que possam ser reconhecidos claramente a uma distância
considerável. Os homens que tomam o primeiro turno devem fazer a sua
patrulha antes de ter o seu jantar. Para homens no primeiro turno escalar os
homens que tendem a ser indisciplinados. Além disso, devem patrulhar sem
luz, a menos que seja muito escuro e tempestuoso. Mas se eles tiverem uma
luz não devem brilhar para cima, a luz deve ser coberta com algo, para brilhar
apenas no chão à frente dos seus pés. Numa cidade que mantém cavalos e se
o chão for adequado para cavalos, patrulhas montadas podem ter preferência
no inverno, pois no frio e lama e as longas noites os soldados a pé tendem a
não fazer as rondas e a cavalo se torna mais rápida. (CAMPBELL; SMITH,
2004, p.154, tradução nossa)
Desvinculando-se a ideia de polícia como uma força bélica surgem dois modelos
de polícia: o modelo militar francês, também conhecido como o modelo de polícia
europeu continental e o modelo anglo-saxão. Ambos formaram-se utilizando o cavalo
como principal ferramenta de patrulhamento, face às características desse tipo de
policiamento, que obedecem a princípios de Polícia Ostensiva elencados ao final deste
capítulo.
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(...) a “polícia” não era uma instituição separada do exército e das estruturas
judiciárias, mas um estado e estaria relacionada “a ordem estabelecida para a
tranquilidade e sossego público”. O “corpo militar” não é espaço autônomo,
mas estreitamente articulado aos órgãos da administração real, ao modo
Ancien Regime do governo das gentes e dos domínios do rei. (COTTA, 2004,
p.25)
Por se localizar no centro do Brasil Colônia, a capitania das Minas Gerais não
fazia fronteira com a América Espanhola, tampouco possuía fronteiras marítima que
neste caso necessitaria de uma força militar para a garantia da defesa contra inimigos
externos. Nesse sentido os Dragões Reais das Minas tiveram uma atuação de
natureza estritamente policial, garantindo o escoamento do ouro brasileiro das Minas
Gerais até o litoral do Rio de Janeiro, bem como a questões relacionadas a ordem
social, portanto os Dragões Reais das Minas foram as primeiras forças policiais no
Brasil, antes mesmo da vinda da Guarda Real em 1808 com a família real portuguesa.
(COTTA, 2004)
41
Aliada aos Dragões Reais das Minas havia no Brasil, basicamente, três
diferentes tipos de forças para a manutenção da ordem interna no período colonial:
Desde os Dragões Reais das Minas em 1719, o que levaria uma moderna e
atual patrulha do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”, ou uma moderna patrulha
do NYPD’s Mounted Police Unit a realizar esta modalidade de policiamento nos dias de
hoje? A resposta encontra-se nos princípios que regem esta modalidade de
policiamento ostensivo: “Os princípios fundamentais da ciência, são universais”
Neste sentido, ressalta Miguel Reale:
Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem
de alicerce ou de garantia de certeza a um conjunto de juízos,
ordenados em um sistema de conceitos relativos à dada porção da
realidade. Às vezes também se denominam princípios certas
proposições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de
evidências, são assumidas como fundantes da validez de um
sistema particular de conhecimentos, como seus pressupostos
necessários. (REALE, 1986, p 60)
percepção de força no indivíduo. O cavalo, por ser um animal de grande porte, e todo o
conjunto de ideias que representa, desperta no indivíduo e no inconsciente coletivo,
além de admiração, certo respeito e curiosidade uma leve sensação de medo do
desconhecido de uma ação subsequente, tal qual os conceitos arquétipos junguianos
preceituados por Carl Jung;
● Transferência de força: pelo porte avantajado, sua grande massa e
força muscular, o animal submisso ao cavaleiro, transfere ao policial militar, estas
características. O cavalo transfere ao cavaleiro uma grande quantidade de energia
potencial, proporcionando ao policial militar montado um aumento de sua capacidade
operativa;
● Mobilidade: capacidade eficaz e eficiente de se mover, principalmente,
nos grandes centros urbanos, devido às dificuldades criadas pelo trânsito e em áreas
com terreno irregular, como áreas de matagal, campos e comunidades com acessos
estreitos, além de áreas rurais;
● Flexibilidade: capacidade da patrulha montada buscar outros caminhos e
vias de acesso, que não apenas as destinadas ao trânsito de carros. Capacidade de
transpor determinados obstáculos, ou tipos de terrenos, acessando locais que muitas
vezes seria extremamente difícil ao homem a pé e impossível a uma viatura, podendo
ainda deslocar-se e atuar facilmente a pé, em determinados tipos de ocorrências.
● Aceitabilidade: o cavalo pela sua beleza e elegância é capaz de
despertar admiração nas pessoas, o que provoca um certo interesse em tocá-los, por
parte das crianças e, por vezes, de adultos, oportunidade esta em que se cria maior
aproximação da Polícia Militar – por meio da Patrulha Montada – com a população, o
que vem ao encontro dos objetivos da Polícia Comunitária;
● Poder preventivo e repressivo: o poder repressivo do animal – cavalo –
pelo fator psicológico que provoca nas pessoas, desencorajando-as de suas intenções,
demonstra ser extremamente eficaz nas ações de controle de distúrbios civis, evitando
sempre as situações de confrontos prolongados e diretos, facilitando a dispersão. Já o
poder preventivo do animal, traduz no fator psicológico que provoca nos meliantes, face
a sua ostensividade contribui no desencorajamento do meliante praticar pequenos
crimes em grandes aglomerações e nos grandes centros comerciais;
45
Em 1829 Sir Robert Peel, então ministro do interior da Inglaterra cria a Polícia
Metropolitana de Londres, também conhecida como: Met, em Londres, na região
administrativa de Westminster, num prédio chamado Scotland Yard. (MONET, 2001;
PELISSARI, 2015). Mais tarde Sir Robert Peel seria por duas vezes o primeiro ministro
da Inglaterra, nos períodos de 1834-1835 e em 1841-1846.
Sir Robert Peel inicia um estudo aprofundado da atividade de polícia e dá um
enfoque científico na atividade policial, sendo o precursor das Ciências Policiais -
Police Science. Sir Rober Peel atribui 9 princípios que foram definidos nas "Instruções
Gerais" fornecidas desde 1829 a todo novo oficial da Polícia Metropolitana de Londres,
sendo eles:
O poeta realiza uma alusão ao efetivo inicial da Força Policial de São Paulo,
que do total de 130 homens recrutados em 1831: 100 homens pertenciam a tropa de
infantaria e os outros 31 homens pertenciam a tropa de cavalaria, sob o Comando
do Tenente Pedro Alves Siqueira, demonstrando novamente na história das Forças
Policiais a importância do policiamento montado na Segurança Pública. (COUTINHO,
1989)
49
Foi Tobias de Aguiar que trouxe para o Rio Grande do Sul o primeiro cavalo
malhado de que se tem notícia e, por essa razão, até hoje esse tipo de equino
é chamado de Tobiano (ESTEPHAN, 2020, p.63)
● em alemão:
● em francês:
“Le nom tobiano provient de la langue espagnole en Amérique du Sud, où il
était employé originellement, au xixe siècle, pour désigner les chevaux d'un
émigré hollandais ou d'un général de cavalerie nommé Tobías” (TSAAG,
NÉPOUX, 2019)
53
remonta: sf
1 MIL Aquisição de novos cavalos ou muares para os serviços de cavalaria e
artilharia.
2 MIL O gado cavalar ou muar para uso dos regimentos.
3 MIL O pessoal encarregado de fazer a aquisição desse gado para serviço
militar.
4 COLOQ Reparação que se faz em algo, com o objetivo de melhorá-lo;
conserto, reforma.
5 Serviço realizado pelo Exército em conjunto com os jóqueis-clubes e o
Ministério da Agricultura que tem como objetivo o aprimoramento da raça
equina brasileira. (REMONTA, 2021)
Art. 1.° - A Força Policial da Provincia desde a data d'esta Lei até 30 de
Junho de 1845 constará de duas Companhias d'Infanteria de 106 praças
cada uma, e d'uma de Cavallaria de 80 praças, formando o Corpo de
Municipaes, e mais da Companhia existente no Campo de Palmas, que
constará de 61 praças.
[...]
Art. 14. - O Presidente da Provincia fica auctorisado á fazer a despeza
necessaria com o expediente do Corpo, com a compra de cavallos para
remontas, e dos arreios, e armamentos necessarios; e à dar a esta Força um
Regulamento, em que marque os casos puniveis de disciplina, modo de
processal-os, e penas correspondentes, salva a disposição final do art. 4.°
N'elle dará mais as regras para os alistamentos, fixará as épochas dos
fornecimentos das peças d'armamento, e equipamento, da instrucção,
exercicios, e revistas; a escripturação, a contabilidade, o quanto mais
conveniente seja á boa disciplina e ordem. [...] (SÃO PAULO, 2021)
55
lustrosa, lisa e sem gretas nem asperezas. Olhado de frente apresenta forma
cônica, e cilíndrica, se olhado detrás. Sola côncava, de contorno quase
semicircular nos anteriores, e mais prolongado nos posteriores. As paredes, na
linha das pinças, devem ser oblíquas apresentando entre 50o e 55o nos
anteriores e entre 55o e 60o, nos posteriores. Os talões seguem paralelos à
região da pinça. As ranilhas, bem desenvolvidas, consistentes, nem muito
duras, nem muito macias, com lacunas bem pronunciadas, podendo-se ver o
fundo. Finalmente, talões grossos e arredondados.
5) Boa conformação - significa proporcionalidade entre as medidas: de altura,
comprimento, largura do tórax, perímetro torácico, largura da anca, peso do
animal e a ausência de defeitos de aprumo.
6) Aprumos - são proporcionados pelos eixos ósseos e pelas angulações
articulares que os membros do animal tomam em relação a seu corpo e ao
solo, avaliados por exame visual. São considerados regulares quando os
membros se apresentam perpendiculares, e os bípedes laterais paralelos e
eqüidistantes do eixo longitudinal do corpo.
São considerados desvios totais: Acampado de frente; Debruçado, ou sobre si;
Aberto de frente; Fechado de frente Sobre si detrás; Acampado detrás; Aberto
detrás; Fechado detrás.
São considerados desvios parciais: Ajoelhado; Joelho transcurvo; Boletado;
Baixo de quartela; Alto de quartela; Pinçante; Pé comprido; Joelho arqueado;
Joelho cambaio; Jarrete ganchudo; Jarrete aberto; Jarrete zambro; Jarrete
cambaio.
Anexo II Características da Doma
1) Trabalho de lida:
a) permita a colocação da cabeça de prisão e cabeçada com embocadura;
b) possa ser manuseado seus membros;
c) possa ser ferrageado;
d) permita ser realizado o penso e a toalete de crina, cola e orelha.
2) Trabalho montado:
a) permita ser montado com facilidade;
b) não se assuste com facilidade;
c) seja calmo, não se desgastando com facilidade;
d) tenha franqueza perante obstáculos naturais. (SÃO PAULO, 2005)
3.2.1.1 DA DOAÇÃO
3.2.1.2 DA COMPRA
3.2.1.3 DA CRIAÇÃO
vida para este fim. Esse período pode ser encurtado, nas gestações subsequentes,
pois as éguas de cria, ou seja, as éguas parideiras, já estarão aptas para nova
reprodução com 9 dias do nascimento do potro.
Os cavalos destinados à Polícia Militar do Estado de São Paulo são criados pela
Secretaria da Agricultura e Abastecimento, mais precisamente na Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios (APTA) estruturada, Instituto de Zootecnia (IZ) na cidade
de Colina/SP, cavalos conhecidos como IZ, face o prefixo da nomenclatura e a marca
de ferro na garupa dos cavalos.
[...]Artigo 18 - Os cães adquiridos pelos Canis PM, destinam -se aos serviços
policiais militares, devendo ser considerados capacitados pela comissão
examinadora nomeada para esse fim.
Parágrafo único - Todos os cães patrimônio da Corporação deverão ser de
raça pura e portadores de Certificado de Registro de Origem (Pedigree).
Artigo 19 - Os canis PM, para o desempenho dos serviços policiais militares,
deverão adotar essencialmente cães da raça Pastor Alemão, na proporção
71
Como visto nas I-19-PM, todos os cães devem ser de raça pura e possuírem
pedigree. A normatização expressa sobre a padronização essencialmente da raça
Pastor Alemão, (obedece a proporção 50% + 1) e sendo expressa quanto ao restante
com raças Dobermann, Pastor Belga de Malinois, Rottweilers, Labradores Retrievers,
Labradores Golden Retriever, Bloodhounds, springer Spaniel Inglês e Beagles, nesse
sentido a normatização é enfática quanto às especificações de raças de animais
almejadas pela PMESP.
Neste diapasão, em pesquisa na literatura do CAES da PMESP, encontra-se
divergências quanto ao entendimento sobre o cão ideal de policiamento sob dois
aspectos:
1 - todos os cães da raça pastor alemão, e demais raças expressas nas I-19-PM
atendem as necessidades do policiamento com cães? - ou
2 - o indivíduo, o cão, seja de qualquer raça, é que possui as características
individuais necessárias para o policiamento com cães?
Nesse sentido Luna (2013) afirma que as raças de cães, por si só, não legitimam
um cão para o serviço policial, mas sim as características físicas e temperamentais do
indivíduo, ou seja, um conjunto de características individuais e não de uma raça. O cão
policial passa por rigorosos testes psicológicos e exames morfológicos, avaliações
fisiológicas, além de intensos treinamentos para atestar que aquele indivíduo possui
condições para o emprego policial. (FARRATH JUNIOR, 2016)
Um cão, para ser apto ao serviço policial militar, deve preencher uma série de
requisitos, não só de raças, mas de características físicas, bem como de
temperamento e um conjunto de características individuais, sendo que a
maioria dos cães oferecidos ao Canil Central por meio de doação dificilmente
72
O cão Policial Militar é aquele que após ser devidamente adestrado passa a
prestar serviços à Organização Policial a que pertence. Inicialmente pode-se
perceber que esse cão não possui uma raça pré determinada: qualquer raça
que preencha os requisitos exigidos poderá ser utilizada como cão policial
militar, mesmo em se tratando de exemplares não enquadrados como cães de
"guarda e utilidades", desde que executem com exatidão a missão necessária à
força policial. (MERCADANTE, 1987, p.23)
Luna (2013) ainda reforça que a ideia de ter uma proporção maior de cães
pastor alemão encontra dificuldades uma vez que a criação no mercado vem
diminuindo e que a criação de cães na PMESP possui certa dificuldade uma vez que
até o filhote atingir 18 meses, mesmo sadio, já pode ser detectada características que o
descartam para o emprego policial o que não descarta para outras finalidades ou
simplesmente conviver com uma família que tenha interesse, mediante uma possível
compra.
O mesmo poderia ser perguntado para o cavalo ideal de policiamento, existe
uma raça ideal que atenda o policiamento em sua totalidade ou existiriam apenas
indivíduos que possuem características individuais para o serviço policial. Para dirimir
esse dilema, analisa-se no capítulo a seguir (capítulo 4) as raças de cavalos mais
comuns no Brasil.
73
sofrendo cruzamentos com outras raças. Exemplos de raças consideradas puro sangue
são: o PSI: Puro Sangue Inglês ou Thoroughbred e os PSA: Puro Sangue Árabe.
Os cavalos de sangue frio, ou cold-blooded, também conhecidos como draft
horses, ou cavalos de tração são animais com temperamento mais calmo, diz-se
temperamento linfático, em geral bem pesados e lentos, propensos ao passo com
grande força de tração, por serem extremamente grossos e potentes. Os cavalos de
sangue frio são muito utilizados para tração, pela artilharia, para a agricultura e
transporte. Os exemplos destas raças são: Shire, Percheron, Friesians e Clydesdales.
Do cruzamento dos cavalos de sangue quente com os cavalos de sangue frio
surgiram os warmbloods, traduzindo seriam os cavalos de sangue morno, e portanto
utiliza-se a terminologia warmblood. Os cavalos warmblood são os principais tipos de
raças de cavalo de sela utilizados no policiamento montado no mundo. Exemplo de
warmbloods são as raças: Sela Francês SF, Holsteiner, Trakehner, Sela Holândes
KWPN, Silla Argentino, Sela Belga BWP, Hanoverianos, Sela Italiano.
Apesar das inúmeras raças de cavalos conhecidas, apresenta-se as raças de
cavalos atualmente mais criadas no Brasil:
4.2 Andaluz
Origem: Espanha.
Altura: tamanho médio 16hh = 1,62 m.
Tipo: considerado warmblood puxado para as características de cavalo quente.
Porte Físico: Porte grande, forte e perfil quadrado; cabeça longa com chanfro
carneirado: largo e perfil convexo; pescoço longo, grosso com inserção baixa e bem
arqueado; crina grossa e abundante; lombo curto com cilindro largo; membros fortes e
finos com posteriores fortes e grossos; ação de joelho alta e passadas curtas com
grande atividade. Pelagem comumente é tordilha, porém é admitida pelagens de cores
sólidas.
Temperamento: Inteligente, ágil, afetuoso e altivo.
Rusticidade: cavalo rústico, geralmente criado para a modalidade de
adestramento clássico e equitação em geral por sua versatilidade. Muito utilizado por
cavaleiros iniciantes, face sua submissão e equilíbrio.
Agilidade: extremamente ágil, com grande mobilidade de espáduas e rápida
arrancada.
O cavalo andaluz é um cavalo cercado de muitas transformações sobre sua
origem: historiadores espanhóis afirmam que já existiam cavalos na península ibérica.
Mais tarde, Asdrúbal de Cartago trouxe 2 mil éguas númidas, consideradas mais
rápidas que o vento, que ficaram em liberdade até o ano de 2.000 a. C., quando os
romanos invadiram a península ibérica e adestraram esses animais. Por mais 600 anos
esses animais foram se reproduzindo na região, por onde outras civilizações passaram,
como os teutônicos e os vândalos, sendo que estes trouxeram consigo alguns cavalos
do tipo germânico, mais altos, pescoços longos e robustos, ocasionando em novos
cruzamentos. Em 711 os mouros, muçulmanos, invadiram a Espanha onde
permaneceram por oito séculos, trazendo nesta invasão cerca de 300 mil cavalos,
provavelmente das raças árabe, berbere e sorraia.
77
4.3 Árabe
Origem: Arábia.
Tipo: cavalo de sangue quente, puro sangue.
Altura: 1,40m a 1,58m.
Porte Físico: Porte médio, harmonioso e leve. Cabeça apurada, pequena e fina,
com chanfro côncavo e narinas largas em focinha elegante, orelhas pequenas e
empinadas, pescoço forte elegante e arqueado, corpo compacto e musculoso, garupa
forte, membros finos e frequentemente cauda bandeirada.
Temperamento: Inteligente, árdego e impetuoso.
Rusticidade: cavalo fino, porém com grande capacidade cardio-pulmonar.
Agilidade: extremamente ágil e versátil.
78
4.4 Bretão
4.5 Campolina
Origem: Brasil.
Tipo: warmblood.
Altura: machos é de 1,58 m e para as fêmeas 1,52 m; no entanto podem medir
no máximo até 1,75 m de altura.
80
Porte Físico: Grande porte, forte, alto, cilindro largo e pesado dotado de formas
harmoniosas. Com traços curvilíneos e uma estrutura óssea muscular, favorece o
andamento marchado. A cabeça suavemente convexilínea deve ser proporcional ao
pescoço rodado de formato trapezoidal, destacando expressivas orelhas lanceoladas
de tamanho médio e bem implantadas. Seus olhos vivos e grandes, suas crinas fartas
e sedosas e sua garupa ampla e longa, suavemente inclinada também fazem que o
Campolina seja reconhecido e marque presença por onde quer que passe. Seu padrão
racial faz do Campolina o maior marchador brasileiro.
Temperamento: Inteligente, afetuoso e dócil.
Rusticidade: cavalo rústico. Muito utilizado por cavaleiros de cavalgadas, face à
andadura marchada.
Agilidade: cavalo pesado, passo e trote marchado. Consegue sustentar o
galope por curtos períodos de tempo.
Em 1870, Cassiano Campolina, nascido em 10 de julho de 1836, na cidade de
São Brás do Suaçuí, do termo de Entre Rios de Minas/MG, ganhou do Imperador D.
Pedro II a égua Medéia. Ela estava prenhe de um garanhão Andaluz e desse
acasalamento nasceu Monarca, cavalo que na fazenda do Tanque, contribuiu
decisivamente na formação da raça Campolina. Cassiano começou seu trabalho,
objetivando criar cavalos de grande porte, ágeis, resistentes e de beleza inigualável.
Para isso, cruzou e selecionou raças de cavalo tais como, Puro Sangue Inglês,
Anglo-Normando e animais de origem Ibérica.
Em 1904, após anos trabalhando firme em seu propósito, faleceu Cassiano
Campolina em Entre Rios de Minas. Coube a um de seus herdeiros, o Tenente Coronel
Joaquim Pacheco de Resende e sua família, cumprir o seu legado, criando,
selecionando e aperfeiçoando a raça Campolina.
Para a atividade de policiamento montado esta raça apresenta desvantagem
devido ao fato de não trotar, por ser uma raça de andadura marchada tem maior
probabilidade de contrair lesões de tendões e ligamentos, face à atividade de
policiamento ser, via de regra, realizada em piso de asfalto.
81
4.6 Crioulo
Origem: Brasil.
Tipo: warmblood.
Altura: altura mínima admitida para as fêmeas é de 1,38m e nos machos de
1,40m, já a máxima para fêmeas é 1,48m e para machos é de 1,50m.
Porte Físico: Cavalo de pequeno porte, baixo, tronco largo, pesado e membros
curtos. O Crioulo é um equino caracterizado pela silhueta harmônica e uma linha de
cima forte. Seu padrão racial admite praticamente todos os tipos de pelagens, exceto
pintada e albina total.
Temperamento: temperamento dócil, inteligente e em alguns casos arisco.
Rusticidade: sua rusticidade, facilidade de adaptação e resistência são algumas
das características mais marcantes. O cavalo Crioulo é um animal de coragem, ativo,
bondoso, inteligente, longevo, e hoje comprovadamente versátil.
Agilidade: cavalo de sela, de andadura marchada e debruçado sobre as
espáduas, muito utilizado na lida com gado.
Atualmente, a raça crioula está espalhada por todo o Brasil, mas especialmente
no Rio Grande do Sul. Com sua origem nos equinos das raças espanholas Andaluz e
Jacas, os Cavalos Crioulos foram trazidos da Península Ibérica no século XVI pelos
colonizadores. Estabelecidos na América do Sul, principalmente na Argentina, Chile,
Uruguai, Paraguai, Peru e sul do Brasil, muitos desses animais passaram a viver livres.
Durante quatro séculos, as manadas selvagens que foram formadas
enfrentaram temperaturas extremas e condições adversas de alimentação. Tais
adversidades imprimiram nesses animais algumas de suas características mais
marcantes, como a rusticidade e a resistência.
Foi em meados do século XIX que fazendeiros do sul do continente
sul-americano começaram a tomar consciência da importância e da qualidade dos
cavalos que vagavam por suas terras. A nova raça, bem definida e com características
próprias, passou a ser preservada, vindo a ganhar notoriedade mundial a partir do
século XX, quando a seleção técnica exaltou o valor e comprovou as virtudes do
Cavalo Crioulo.
Para a atividade de policiamento montado esta raça apresenta desvantagem
82
devido ao fato de ser de pequeno porte e não trotar, por ser uma raça de andadura
marchada. Os cavalos crioulos costumam ser calmos nos primeiros meses na atividade
de policiamento montado, mas com o tempo vão demonstrando comportamentos
reativos, face a sua evolução instinto de sobrevivência pelos anos de seleção natural
passada por muitas gerações. Atualmente no RPMon “9 de Julho”, os cavalos Crioulos
apresentam dificuldades também no momento do ferrageamento na ferradoria.
Origem: Inglaterra.
Tipo: cavalo de sangue quente, puro sangue.
Altura: tamanho médio 1,62 m a 1,67 m.
Porte Físico: cavalo de grande porte, forte, musculoso, pescoço comprido,
garupa musculosa, corpo harmonioso, lombo forte, pelagem fina: o puro-sangue inglês
exibe as características de um exímio corredor.
Temperamento: Inteligente, ágil, árdego.
Rusticidade: cavalo com pouca rusticidade, carece de muitos cuidados no
manejo.
Agilidade: extremamente ágil, com grande amplitude de movimentos e rápida
arrancada.
O puro-sangue inglês - PSI, em inglês: thoroughbred é uma raça utilizada para
corridas devido à sua grande velocidade.
O puro sangue inglês é criado em todos os continentes, e exerce grande
importância para as linhagens de cavalos de Salto. Eles são comumente cruzados para
criar novas raças ou melhorar as existentes. Muitos criadores de raças como Brasileiro
de Hipismo, Sela Holandesa, entre outras, de tempos em tempos, ainda colocam
sangue PSI em seus cavalos. Além disso, têm sido influentes na criação de outras
raças e outros cavalos de sangue quente.
A origem e características de cada animal thoroughbred são registradas em
livros genealógicos denominados Stud Book. O primeiro Stud Book foi criado na
Inglaterra em 1793.
83
Sobre esta tão nobre raça, na literatura policial-militar, o então Cap PM Ubirajara
Silveira, em 1949, deixa um excelente ensinamento na Revista Militia edição Nº8,
acerca do cavalo puro-sangue inglês. Sábios ensinamentos cujas palavras faz-se a
devida menção:
A história das raças célebres mostra sempre uma consangüinidade muito
estreita e o cavalo inglês não escapou a essa regra. A escolha dos machos e
das fêmeas foi sempre severamente regida pela organização dum livro
genealógico, o “Stud-book”, que data de 1791, constituindo assim o mais antigo
livro de registro de origens de que há memória. O critério essencial na seleção
dos reprodutores foi a obtenção de velocidades cada vez maiores, tendo como
conseqüência a transformação progressiva do tipo. Em cada nova geração e
adaptação profissional do “Race Horse” tornou-se mais perfeita. Porém si
ganharam mais velocidade perderam muito de sua primitiva rusticidade. A
seleção para a velocidade não modificou sòmente as formas, mas aumentou a
altura, permitindo pela reprodução, fixar as modificações individuais
provocadas pela ginástica funcional do aparêlho locomotor. Essa ginástica
exagerada ao extremo, determinou particularidades que se fixaram pela
hereditariedade e em se acentuando e generalizando fizeram convergir para
um tipo uniforme todos os indivíduos aos quais ela continua a ser imposta. As
principais modificações corporais conseqüentes do treinamento são:— o
alongamento da parte contráctil dos músculos, produzindo o alongamento do
esqueleto, especialmente o ângulo de abertura dos membros; as modificações
da bacia, a retificação do fêmur, determinadas pelo galope; o aumento de
volume da cavidade toráxica, devido à ginástica do aparêlho respiratório e
resultante de esforço muscular. A lei da harmonia ajudada em sua
manifestação pela seleção dos melhores espécimens, acabou por encaminhar
tôda a plástica e todas as proporções do “Race horse” para um tipo
acentuadamente dolicomorfo, para o qual já se inclinavam fortemente os
elementos formadores. Observações feitas por Cornevin sôbre as modificações
da bacia acarretadas pelo treinameinto, chegaram às seguintes conclusões:
“Sob a influência particular do treinamento e especialmente do galope' e do
salto, à bacia do cavalo de corrida alongou-se da frente para trás e estreitou-se
na parte correspondente à crista pectinal e sub-cotiloidiana e levantou-se de
modo a diminuir seu perímetro sacro-pubiano”. O alongamento dos ossos dos
membros, teve como conseqüência direta o aumento da altura. Desde o século
XVIII até nossa época, o aumento foi de 13 a 15 centímetros. Foi
particularmente sensível no decorrer do século XVIII, no princípio da formação
da raça. A altura do cavalo oriental é mais ou menos de lm46; a do cavalo atual
de corridas hoje em dia é de lm61, com grandes variações individuais e foi no
século XVIII de lm56. (SILVEIRA, 1949, p.47-48)
do cavalo puro sangue inglês, a famosa London Metropolitan Police não utiliza os
cavalos PSI para o patrulhamento.
4.8 Friesian
Origem: Holanda
Tipo: cavalo cold-blooded, draft horse.
Altura: tamanho médio 1,65 m a 1,75 m.
Porte Físico: cavalo de grande porte, linfático, pelagem negra tapado, crinas
longas pretas, pelos negros que cobrem seus cascos são as principais características
morfológicas desta raça.
Temperamento: linfático, temperamento amigável, porém vivo.
Rusticidade: cavalo rústico, geralmente criado para tração. Porém também
utilizado como cavalo de sela.
Agilidade: cavalo de tração com disponibilidade de galope. Porém não sustenta
o galope por muito tempo, face sua própria morfologia.
Para a atividade de policiamento montado esta raça apresenta desvantagem
devido à falta de mobilidade na andadura ao galope, aliada a questão de padronização
do cavalo de policiamento. Devido seu porte de cavalo de tração e seus pêlos longos
na região dos cascos, destoa dos demais cavalos de policiamento influenciado na
questão da padronização.
Origem: Portugal.
Tipo: cavalo de sangue quente, puro sangue.
Altura: tamanho médio fêmeas 1,55m e machos 1,60m.
Porte Físico: Forte e perfil quadrado; cabeça longa com chanfro carneirado:
largo e perfil convexo; pescoço rodado, largo na base, e bem inserido nas espáduas
longo, grosso com inserção baixa e bem arqueado; crina grossa e abundante; lombo
85
curto com cilindro largo, garupa forte e arredondada, bem proporcionada, ligeiramente
oblíqua, e membros musculosos, fortes e largos.
Temperamento: Nobre, generoso e ardente, mas sempre dócil e altivo.
Rusticidade: cavalo rústico, geralmente criado para a modalidade de
adestramento clássico e equitação em geral por sua versatilidade. Muito utilizado por
cavaleiros iniciantes, face sua submissão e equilíbrio.
Agilidade: extremamente ágil, com grande mobilidade de espáduas e rápida
arrancada.
Considerado o cavalo de sela mais antigo do mundo Ocidental, o Puro Sangue
Lusitano originou-se dos cavalos autóctones da Península Ibérica do período
Paleolítico. Domesticados a partir do II milênio a.C., esses animais passaram a ser
cruzados com os cavalos berberes que chegaram à região do Norte da África, quando
ainda existia terra no estreito de Gibraltar, ligando os dois continentes.
O puro-sangue lusitano apresenta aptidão natural para alta escola e exercícios
de ares altos, uma vez que se engajam com maior facilidade: põe os membros
posteriores debaixo da massa com grande facilidade. Assim, o Lusitano revela-se não
só no toureio e equitação clássica, mas também nas disciplinas equestres federadas
como adestramento, salto e atrelagem e, em especial, equitação de trabalho, estando
no mesmo patamar que os melhores especialistas da modalidade.
Para a atividade de policiamento montado esta raça apresenta desvantagem
devido ao fato de uma grande quantidade de indivíduos dessa raça terem
temperamento quente e árdego. Porém pode-se encontrar alguns indivíduos que se
enquadram nas necessidades do policiamento montado.
4.10 Mangalarga
4.12 Marajoara
4.13 Pantaneiro
pastar com as narinas sob a água e por esta razão tende a deslocar-se tracionando
sobre os membros anteriores.
Temperamento: calmo, independente, capaz de sobreviver sozinho e
aceitabilidade de conviver com outras espécies como os rebanhos de bovinos.
Rusticidade: cavalo extremamente rústico, suporta altas temperaturas, terrenos
alagadiços e longas caminhadas. Resultado de séculos da seleção natural dos cavalos
que se reproduziram na região do pantanal, desde os cavalos trazidos pelos
colonizadores como visto no capítulo 2.1.
Agilidade: cavalo ágil, com pouca suspensão e amplitude; muito eficiente na
funcionalidade para a lida com gado em regiões alagadiças, na região pantaneira.
Os primeiros criadores do cavalo conhecido hoje como a raça pantaneiro foram
os índios cavaleiros Guaicurus que chegaram a ter mais de 20.000 animais
domesticados em seu rebanho e foram os responsáveis pela sua proliferação por toda
a região do Pantanal mato-grossense. Esses cavalos são descendentes diretos dos
cavalos dos colonizadores portugueses e espanhóis utilizados na exploração e nas
batalhas na américa do sul.
A origem da raça está ligada à história de ocupação da parte central da
América do Sul. São várias as datas levantadas quanto à chegada dos cavalos
na região, entretanto, há necessidade de um conhecimento mais preciso sobre
a origem do cavalo Pantaneiro. O cavalo Pantaneiro é, provavelmente, oriundo
de cruzamentos de equinos de origem lusitana (Céltico, Barba e Andaluz), do
Acabe e do Crioulo Argentino, sob pressão da seleção natural. (SANTOS et al
,1995, p.9 apud Domingues, 1957; Corrêa Filho, 1973)
4.14 Pampa
Origem: Brasil.
Tipo: warmblood.
Altura: 1,45m para os machos e de 1,40m para as fêmeas.
Porte Físico: Porte médio e estrutura proporcionar e bem distribuída, com ossos
resistentes, articulações e tendões bem definidos, expressão vigorosa e sadia,
temperamento altivo, brioso, enérgico e dócil..
Temperamento: afetuoso e altivo.
Rusticidade: cavalo rústico. Muito utilizado para passeios.
Agilidade: ágil e andadura de marcha, pouca suspensão.
Pelagem: a maior característica da raça pampa brasileira é a presença da
pelagem conjugada e a andadura marchada. Segundo o regulamento da ABCPAMPA
(Associação brasileira dos criadores do cavalo pampa), podem ser aceitos cavalos nas
pelagens sólidas que possuírem no mínimo uma área de pelos brancos sobre pele
despigmentada medindo em torno de 100 cm2, podendo ser composta de, no máximo,
duas manchas formando a área total. As despigmentações de crina e cauda podem ser
de qualquer forma e tamanho expressivo.
A origem do nome pampa conforme visto no capítulo 2.3.2 foi dada pelo patrono
da PMESP, Brigadeiro Tobias de Aguiar:
O cavalo pampa é um misto de pelagem com raça. Assim como a raça Pampa,
existem diversas raças que são caracterizadas exclusivamente pela pelagem, como as
raças de pelagens conjugadas como: Appaloosa, Paint Horse, Pinto e Knabstrupper.
Como raça, o cavalo de pelagem conjugada, conhecida como tobiana é muito
conhecido na raça “Paint Horse”, um pampa americano com as características
morfológicas da raça Quarto de Milha. Nos países de língua espanhola são conhecidos
como a raça “Pinto” (palavra de origem espanhola), que não apresentam um tipo
morfológico para o trabalho, como caracterizado no Paint Horse com conformação do
cavalo Quarto de Milha.
O Cavalo PAMPA é oriundo do cruzamento inte-racial entre reprodutores e
matrizes das raças: Anglo-Árabe, Campeiro, Campolina, Crioulo, Mangalarga,
Mangalarga Marchador ou PSI, sempre resultando no indivíduo com andadura
marchada.
Ao contrário dos objetivos da APHA (American Paint Horse Association), a
ABCPAMPA não registra animais descendentes do Quarto de Milha e, praticamente, de
todas as raças exóticas, a fim de não descaracterizar o tipo morfológico do Pampa
nacional. Neste sentido a ABCPAMPA optou também além do requisito das pelagens,
um requisito funcional: o andamento naturalmente marchado. O cavalo Pampa
brasileiro apresenta, além de suas belíssimas variedades de pelagens, outro relevante
fator diferencial: a marcha.
Para a atividade de policiamento montado esta raça apresenta desvantagem no
que tange a padronização, face a restrição de pelagens conjugadas, além do pequeno
porte e andadura marchada.
4.15 Percheron
Origem: França.
Tipo: cavalo cold-blooded, draft horse.
94
4.18 Appaloosa
Origem: Brasil.
Altura: altura ideal para machos de 1,68m; e 1,65m para fêmeas;
Porte Físico: cavalo de grande porte, de estrutura forte, linhas harmoniosas,
caráter dócil, grande facilidade para a reunião e andamentos briosos, ágeis, elásticos e
extensos.
Temperamento: Calmo, muito inteligente, ágil, afetuoso e altivo.
Rusticidade: cavalo rústico,
Agilidade: extremamente ágil, com grande mobilidade de espáduas,
movimentos amplos com muita impulsão. É um cavalo esportista por natureza, capaz
de executar andaduras impulsionadas e transpor obstáculos com facilidade. Cavalos
de sela, com grande facilidade para o Adestramento, o Salto e o Concurso Completo
de Equitação.
A raça Brasileiro de Hipismo é uma raça relativamente nova, criada na década
de 1970, porém reconhecida internacionalmente pela World Breeding Federation for
Sport Horses (WBFSH), sendo a raça Brasileiro de Hipismo responsável pela
nacionalização das raças pertencentes a WBFSH quando importadas para o Brasil,
conforme o art 22 do Regulamento da raça BH:
montado”, do Ten Cel BMRS Cláudio Azevedo Goggia, Cel BMRS Hermes Volker e Cel
BMRS Vanderlan Frank Carvalho.
Segundo o Cadete PMMG ARRUDA, em sua pesquisa conclui e confirma a
hipótese de que cavalo da raça Brasileiro de Hipismo, por suas características
morfológicas e psíquicas, reúne as qualidades necessárias para as atividades de
policiamento montado desenvolvidas pelo Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes:
O cavalo da raça Brasileiro de Hipismo reúne as características morfológicas e
psíquicas necessárias para o emprego nas atividades de policiamento montado
desenvolvidas pelo Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes.
Há que se ressaltar, ainda, que a raça Brasileiro de Hipismo foi confirmada
como a raça ideal de cavalo policial militar, por possuir a maioria das
características necessárias e sendo apontado como o cavalo que melhor se
adapta ao serviço de policiamento montado. [...]
O presente estudo tinha por escopo estudar o emprego do cavalo da raça
Brasileiro de Hipismo no policiamento montado no estado de Minas Gerais,
apenas citando como está o cenário nacional das Unidades de Cavalaria.
Todavia, durante os trabalhos de pesquisa de campo, constatamos que há uma
carência muito grande de estudos científicos quanto à definição da melhor raça
de cavalo para o policiamento montado. Assim sendo, é de bom alvitre que se
divulgue este estudo científico para as outras unidades da federação, como
forma de se compartilhar os resultados obtidos. (COSTA, 2009, p. 166-117)
Aliado a esta temática o trabalho do Ten Cel Goggia também conclui que o
cavalo Brasileiro de Hipismo reúne as qualidades necessárias para o policiamento
montado:
Por fim acreditamos que podemos encontrar algumas das características
básicas necessárias para a atividade do policiamento montado em qualquer
raça equina. Porém certamente encontraremos as maiores características
como um Bom Porte Físico, Boa Estatura, Boa Agilidade, Boa Pelagem,
Resistência a Esforços Prolongados, somente no cavalo da raça
BRASILEIRO DE HIPISMO, e do cruzamento deste com mestiços. Este tipo de
cavalo já está sendo usado de forma mojoritária em alguns estados do Brasil,
como em Santa Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro e está
começando sua utilização no Exército Brasileiro. (GOGGIA, VOLKER,
CARVALHO, 2003, p. 307, grifo nosso)
● Cel PMESP José Félix de Oliveira descreve sobre a experiência com os cavalos
brasileiro de hipismo no policiamento montado e destaca a experiência com a
raça BH, destacando-se das demais raças da época além de se adaptar
perfeitamente ao policiamento montado:
Quanto ao porte do cavalo BH, que poderia acarretar em uma dificuldade para a
policial militar montada feminina, assim como no capítulo 2.3, na qual estuda-se o
princípio da equidade de gênero no policiamento montado, constante no anexo do
Apêndice A, a pesquisa restrita às policiais femininas que atuam ou atuaram no
Policiamento Montado que das 21 polícias militares do Brasil, 42,2% responderam que
na sua opinião o BH é a melhor raça de policiamento.
102
Gráfico 15 - Pesquisa de policiais femininas que atuam ou atuaram no policiamento montado sobre a
melhor raça de cavalo para o policiamento montado
Organograma 16 - Genealogia do cavalo 356 Aquário nome de baia Garoto, montada do Sr Cel PMESP
Eduardo José Félix de Oliveira
Fotografia 17 - Cel PMESP Eduardo José Félix de Oliveira montando o cavalo 356 Garoto, um dos
primeiros cavalos BH no RPMon “9 de Julho”
Neste capítulo será feita uma análise quali-quantitativa dos cavalos que exercem
a atividade de policiamento nas polícias militares do Brasil e em outros países,
utilizando critérios de pesquisa científica para uma análise detida acerca de uma coleta
de dados ampla e minuciosa, que se encontra no Apêndice B do presente trabalho.
Utilizado como critério para a pesquisa um rol de perguntas em forma de
formulário, idêntico ao realizado por um trabalho de CAO na Brigada do Rio Grande do
Sul em 2003, entitulado “A melhor raça para o policiamento montado”, pelo atual Cmt
do 4º RBG (Regimento Bento Gonçalves, Sr Ten Cel Goggia. (GOGGIA, VOLKER,
CARVALHO, 2003) que levou em consideração aspectos qualitativos dos cavalos de
policiamento de algumas polícias militares brasileiras, aliada a pesquisa quantitativa
acerca dos cavalos de policiamento de todas as polícias militares brasileiras, realizado
pelo CAP PMESP Bordwell, oficial de cavalaria atualmente servindo no RPMon “9 de
Julho”, em sua tese de monografia do Curso de Instrutor de Equitação na Escola de
Equitação do Exército Brasileiro em 2017 (DA SILVA, 2017) para se realizar uma
análise comparativa dos cavalos empregados no policiamento montado no Brasil e nas
Polícias de Segurança e Ordem Pública que gentilmente responderam a pesquisa.
Além dos dados compilados apresentados a seguir, pesquisa-se o que as
unidades de polícia montada entendem como um cavalo ideal, ou raça ideal para
policiamento montado e quais os cavalos ou raças de cavalos seriam inviáveis para a
atividade de polícia montada.
experiências, aliada à pesquisa do Cap PMESP Bordwell que realizou uma pesquisa
quantitativa sobre os cavalos de policiamento com as PMs do Brasil, no curso na
ESEquEX, Escola de Equitação do Exército Brasileiro.
Esta pesquisa teve início já no pré-projeto realizado para as seletivas do
presente curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, com perguntas traduzidas em três
idiomas: inglês, francês e espanhol e enviadas a diversas unidades de polícia montada
do mundo. As Unidades de Polícia Montada que retornaram as respostas foram
compiladas fielmente neste capítulo.
A pesquisa será organizada em dois quadros comparativos para melhor
visualização e estará com todas suas respostas anexadas no Apêndice B.
RAÇAS QUE
UNIDADE QUANTIDADE 2003 POSSUÍAM EM QUANTIDADE 2017 QUANTIDADE 2021 RAÇAS EM 2021
2003
CRPOC/C
COUDELARIA DA 166 100%BH
SERRA - BMRS
CAXIAS DO SUL -
BMRS 8 100% BH
40%CRIOULO,
30%HANOVERXPSI,
1 RPMON SANTA
MARIA - BMRS 147 26%PSIXCRIOULO, 10 100%BH
2%PSI,
2%HANOVERIANO
2 RPMON
LIVRAMENTO - 27 70% BH, 30%SRD
BMRS
3 RPMON PASSO
FUNDO - BMRS 13 100%BH
4 REGIMENTO
BENTO ÇONÇALVES 594 120 95% BH, 5%SRD
Porto Alegre BMRS
37%SRD,
5 RPMON 29%PSIXSRD,
SANTIAGO - BMRS 54 25%CRIOULOXSRD,
7%BHXSRD
106
25%SRD, 23%BHXSRD,
17%ANDALUZXSRD,
11%QMXSRD,
REGIMENTO DOM
PEDRO I - PMAL 91 82 11%PSIXSRD,
9%APPALOOSAXSRD,
3%BH, 1%MANGAL.
MARCH
REGIMENTO
60%BH, 22%PSL,
CORONEL BENTES - 34 67 18%SRD
PMAM
ESQUADRÃO PMBA
45% PSL, 16%BH,
(SALVADOR 63 39%SRD
ITAPOAN)
REGIMENTO
não especificado
MOURA BRASIL - 138 137 por raças
PMCE
47%SRDXCRIOULO,
44%BH, 5%CRIOULO,
REGIMENTO
2,5%PIQUIRA,
CORONEL RABELO 312 100%BH 260 215 0,5%SRDXQM,
- PMDF
0,5%SRDXAPPALOSA,
0,5%PÔNEI
75%SRD,
15%MANGALARGA,
REGIMENTO
2%BH,
POLÍCIA MONTADA - 181 4%APPALOOSA, 97 74 95%SRD, 5%BH
PMES
3%HANOVERIANO
1%CAMPOLINA
REGIMENTO ARY
não especificado
RIBEIRO VALADÃO 93 113 por raças
FILHO - PMGO
ESQUADRÃO
POLÍCIA MONTADA - 74 47 100% SRD
PMMA
REGIMENTO
78%SRD, 18%BH,
POLÍCIA MONTADA - 35 52 2%QM, 2%PSI
PMMT
ESQUADRÃO
POLÍCIA MONTADA - 36 57 50% BH, 50%QM
PMMS
REGIMENTO
ALFERES 50% BHXSRD, 50% BH, 50%
TIRADENTES - 370 50%BH 206 177 BHXSRD
PMMG
REGIMENTO
95%SRD,
CASSULO DE MELO 159 5%HOLSTEINER 59 54 100%SRDXCRIOULO
- PMPA
REGIMENTO CEL
CALIXTO - PMPB 68 59 100%SRDXCRIOULO
13%BH, 1,5%PSI,
REGIMENTO 91%SRD, 6%BH, 25%PSL, 55,5% SRD,
CORONEL 177 2%meioPSA, 109 162 2%PÔNEI, 2,5%QUARTO
DULCÍDIO - PMPR 1%MANGALARGA DE MILHA, 0,5% PAINT
HORSE
107
I ESQD MAJ
BERNARDO
ANTONIO SARAIVA - 55 68 80% BH, 20%SRD
PMPI
88%SRD; 5%BH,
REGIMENTO CEL 73%SRD, 12%PSI,
5%PSL, 1%Sela
ENYR CONY DOS 41 10%HAN, 157 160 Francês,
SANTOS - PMERJ 5%BRETÃO
1%AngloArgentino
11,5%BH, 26%QM,
REGIMENTO JOÃO 26%SRDXQM,
FERNANDES DE 108 81 12,5%SRDXCRIOULO
ALMEIDA - PMRN , 5%CRIOULO,
6%PSA, 13%SRDXBH
23,5%BH, 39%SRD,
18%PSL, 3%PSI,
76%SRD, 9%ANDALUZBRASILEIR
REGIMENTO PMSC 82 15%Hanoveriano, 146 149 O 2%APPALOOSA,
9%BH 2%QM, 2%CRIOULO,
0,5%HOLSTEINER,
0,5%ANGLOÁRABE
85%BH, 8,5%PSI ,
COUDELARIA PMSC 46 6,5%PSIXPSL
ESQUADRÃO
100% SRD (PSI QM
POLÍCIA MONTADA - 71 58 ANDALUZ)
PMSE
OUTROS PAÍSES
98%Sela Francês,
GENDARMERIE
0,5%Percheron,
NATIONALE - 480
FRANÇA 1,5%Trotteur
Français
LONDON
97% IRISH
METROPOLITAN DRAUGHT 2%
POLICE - 110
PERCHERON,
INGLATERRA
1%FRIESIAN
108
100% Tennessee
Walking Horses
Metropolitan
(but have used
Nashville Police 7
Department - EUA American Quarter
Horses in the
past)
fonte: o autor, 2021
raças, etc; e em suas unidades de polícia montada, qual o entendimento pela melhor
raça de cavalos para o policiamento montado:
Quadro 20 - Quadro comparativo sobre criação, altura, restrições e melhor raça de cavalo para Polícia
TABELA ANO 2003 SITUAÇÃO EM 2021
(GOGGIA, VOLKER, CARVALHO, 2003) (PRESENTE PESQUISA)
A BMRS não
compra mais
cavalos.
QM X BH Mais
1 RPMON SANTA 1,50 a Mínimo Utiliza
MARIA
SIM
1,55m
NÃO importante que a SIM
1,55m apenas
BH
raça é o caráter cavalos BH
que
produzem
A BMRS não
compra mais
cavalos.
5 RPMON 1,52 a BH X SRD Mínimo Utiliza
SANTIAGO
NÃO
1,60m
NÃO
HANXSRD
SIM
1,55m apenas
BH
cavalos BH
que
produzem
não adquire
por compras,
REGIMENTO DOM 1,56 a apenas
SIM BH ou BH X SRD
PEDRO I - PMAL 1,60m criação
própria e
doações
REGIMENTO marchadores
Mínimo
CORONEL BENTES NÃO e pelagens
1,55m conjugadas
BH
- PMAM
pelagens
conjugadas
ESQUADRÃO 1,50 a Cavalo 1,58 a
PMBA
NÃO BH NÃO devido BH
1,70m marchador 1,70m aspectos
doutrinários
REGIMENTO
Mínimo Pelagens
MOURA BRASIL - SIM
1,60m conjugadas
BH
PMCE
BH e QUARTO
REGIMENTO DE MILHA (antes
1,50 a 1,57 a
POLÍCIA MONTADA NÃO
1,60m
NÃO da raça o cavalo SIM
1,65m
NÃO BH
- PMES tem que ter
caráter e índole)
110
REGIMENTO ARY
Máx.
RIBEIRO VALADÃO SIM NÃO MANGALARGA
FILHO - PMGO
1,55m
ESQUADRÃO
média
POLÍCIA MONTADA NÃO
1,70cm
NÃO BH
- PMMA
REGIMENTO
Mínimo
POLÍCIA MONTADA SIM
1,55m
NÃO BH
- PMMT
ESQUADRÃO
1,58 a Priorizamos
POLÍCIA MONTADA SIM
1,65m a raça BH
BH
- PMMS
REGIMENTO Cavalo
ALFERES 1,55 a Cavalo Mínimo marchador
TIRADENTES -
SIM BH BHXSRD SIM BH e BHXSRD
1,70m marchador 1,55m (seguir
PMMG edital)
BH X CRIOULO (mestiço
crioulo mostra-se robutez
e rusticidade satisfatória
e permite montar e apear
REGIMENTO pelagens
Mínimo 1,55 a várias vezes durante o
CASSULO DE NÃO conjugadas BH NÃO NÃO
1,55m 1,65m patrulhamento. O BH
MELO - PMPA (Tobianos) especialmente para
ações de Choque
Montado e controle de
Multidões)
mangalarga
A principal característica
marchador para a atividade-fim que é
devido a o Policiamento Ostensivo
REGIMENTO CEL 1,55 a
NÃO mecânica Montado é a docilidade,
CALIXTO - PMPB 1,60m
de temperamento calmo e
andadura estatura de 1,55m a
1,60m
marchada
REGIMENTO
1,50 a 1,55 a pelagens
CORONEL NÃO
1,60m
NÃO BH SIM
1,65m conjugadas
BH e PSL
DULCÍDIO - PMPR
BH - HOLSTEINER
WESTPHALEN
REGIMENTO DIAS 1,60 a pôneis e
SIM ANDALUZ (e mais os
CARDOSO - PMPE 1,70m piquiras
cruzamento destas
raças)
BH (entedemos que o
PSI e BH tem o
Sem marchadores.
REGIMENTO CEL temperamento mais
altura Cavalo BH X SRD 1,62 a Cavalos de
ENYR CONY DOS SIM NÃO adequado para a
determin marchador BHXPSI 1,70m sangue
SANTOS - PMERJ atividade de
ada quente em
geral. policiamento e choque
montado)
PSI e PSA
face o BH (devido ao porte,
REGIMENTO JOÃO temperamento temperamento dócil,
Mínimo
FERNANDES DE SIM agitado. imponência, coragem
ALMEIDA - PMRN
1,60m Evitamos
e boa qualidade de
pelagens cascos)
conjugadas
111
I ESQUADRÃO
Independente
Mínimo
INÁCIO LOPES NÃO NÃO BH
MAGAHÃES -
1,55m
PMRR
PSI, Quarto de
Milha, Crioulo e
Mangalarga. BH - Na realidade
1,58m Não aceitas
Mínimo Cavalo brasileira a melhor
REGIMENTO PMSC NÃO BH SIM a pelagens
1,55m marchador conjugadas raça para o emprego
1,68m
Dtz30/19 policial é o BH.
Procedimentos
Permanentes
Não
Cavalo
REGIMENTO "9 DE Mínimo Cavalo
consideramos
Mínimo marchador, ?
SIM raça, apenas SIM
JULHO" PMESP 1,52m marchador 1,52m Pelagens
morfologia e
Conjugadas (pesquisa)
índole
BH e Quarto de Milha,
ESQUADRÃO
Mínimo além do cruzamento
POLÍCIA MONTADA SIM Mangalarga
- PMSE
1,55m destas raças
a partir de pesquisa,
pela nota-se uma
pesquisa preferência pelo
optamos Brasileiro de Hipismo
Mínimo
apenas por – BH, pela morfologia
REGIMENTO PMTO NÃO 1,60m
cavalos de e conformação física
1,60m
raça, avantajada. Assim
devidamente sendo, em tese,
registrados trata-se da melhor
raça a servir ao POM
OUTROS PAÍSES
SELA FRANCÊS O
pelagens Sela Francês
conjugadas. corresponde muito
aprox. O Sela bem com as diversas
GENDARMERIE 1,70m Francês missões do
NATIONALE - NÃO quand correspond Regimento de
FRANÇA o e em todos Cavalaria (protocolos
adulto os critérios de Estado,
para Patrulhamento, anti
compra. tumulto, Instruções e
Esportes)
compra
We find
LONDON doações Mínimo
Irish
METROPOLITAN (buy 1,64m IRISH DRAUGHT
POLICE
Draught the
sometime 16.2hh
best breed
s donates)
Esta pesquisa demonstra que das 25 Unidades de Polícia Montada nas Polícias
Militares do Brasil, excetuando a PMESP norteada pela pesquisa, que atuam no
policiamento montado: 23 Unidades de Polícia Montada destacam a raça Brasileiro de
Hipismo como a melhor raça para o policiamento montado, sendo que a PMPB,
representada pelo Regimento Coronel Calixto opta não por uma raça, mas sim por um
animal enquanto indivíduo, com temperamento calmo e estatura de 1,55 à 1,60m de
altura como ideal e a PMGO, representada pelo Regimento Eng Ary Ribeiro Valadão
Filho opta pela raça Mangalarga, um padrão específico próprio de sua unidade.
Observa-se também que muitas unidades, as quais no passado pensavam nos
cruzamentos de cavalos com a raça Brasileiro de Hipismo, ou seja cavalos mestiços de
BH, atualmente entendem como os cavalos puros da raça BH como raça ideal.
Nesse sentido a PMPB representada pelo Regimento Coronel Calixto alinha-se
ao pensamento da unidade de Polícia Montada do Departamento de Nashville, e face à
doutrina americana, opta por um animal enquanto indivíduo com as características
necessárias, e não por uma raça, dessa forma colocando a questão da padronização
do cavalo de polícia num segundo plano.
Salienta-se que a preferência por cavalos que reúnam características individuais
para o policiamento nas Unidades de Polícia Montada dos Departamentos de Polícia
dos EUA é baseada no indivíduo e não uma raça específica, mesmo abrindo mão da
padronização. Uma vez que a estrutura policial é municipalizada, presencia-se muitas
unidades de polícia montada nos EUA independentes uma das outras e poucos
cavalos estabulados, o que facilita a aquisição em pequenos lotes. Há uma doutrina
municipalizada de polícia de segurança e ordem pública.
Já as 22 Polícias Militares que destacam a raça Brasileiro de Hipismo como a
melhor raça para o policiamento montado alinham-se ao pensamento da Gendarmerie
Francesa que adota a raça Sela Francesa como a raça ideal de cavalo de policiamento
e da London Metropolitan Police que especifica a raça Irish Draught como a melhor
raça para o policiamento montado. Neste sentido pode-se considerar que adotam as
mesmas características do cavalo da raça brasileiro de hipismo, pois assim como a
raça BH: as raças Sela Francês e a raça Irish Draught fazem parte da World Breeding
Federation for Sport Horses (WBFSH) e como visto no capítulo 4.19 caso um destes
cavalos fosse importados no Brasil seriam registrados na raça BH.
113
ANDALUZ 15 2,93%
LUSITANO 1 0,20%
FRIESIAN 1 0,20%
2017 110 5
2018 30 15
2019 88 16
114
2020 0 44
2021 19 18
esquadrão operacional irá compor uma patrulha com cavalos que sejam seguros para o
serviço, um verdadeiro quebra cabeça.
O sargento encarregado de cavalos, que auxilia no comando do esquadrão,
deve ter experiência no serviço de policiamento montado e técnico: conhecedor das
bases psicológicas do cavalo: o espírito coletivo de sociabilidade, que o cavalo é um
ser gregário, pois vivem em manadas, do instinto de sobrevivência desta espécie, que
por isso um cavalo tende a seguir o outro, e neste sentido o mais experiente que se
assusta menos não sai de forma na patrulha, e por imitação, o cavalo recruta, mesmo
com medo não sai da formação de patrulhamento. Devido ao princípio da imitação, os
cavalos tendem a imitar os demais cavalos do grupo, acaba refletindo no cavalo novo a
boa conduta do cavalo mais experiente: criando calma e harmonia no patrulhamento
montado e um reflexo condicionado positivo aos animais desta tropa.
Interessante que o mesmo vale para os integrantes policiais militares no serviço
operacional: um recruta deve trabalhar com um policial militar antigo e ainda, no
policiamento montado, tem-se a máxima: “cavalariano novo, cavalo velho, cavalariano
velho cavalo novo”, ou seja criando equilíbrio nas diversas peculiaridades da Ciência
do Policiamento Montado, um verdadeiro quebra cabeça na escala de serviço que com
o tempo e “horas de baia” se tornam parte natural da rotina.
atualmente na PMESP de 1,52m está defasada e que o estudo científico do tema, nos
leva a altura ideal mínima de 1,60m.
A presente pesquisa científica mensurou a altura dos atuais dos cavalos que
atuam diretamente no policiamento montado nos Esquadrões Operacionais do RPMon
“9 de Julho” chegando o resultado que:
● a altura média dos cavalos que atuam diretamente no policiamento montado do
RPMon “9 de Julho” é de: 1,63m (16.1h).
Foram mensurados todos os cavalos que atuam diretamente no policiamento
montado estabulados no RPMon “9 de Julho”, sendo cada cavalo devidamente
especificado e mensurado contante no apêndice C. Os dados foram colhidos dos
cavalos que atuam diariamente no policiamento montado dos 1º, 2º e 3º esquadrões do
RPMon “9 de Julho”, bem como os cavalos da equoterapia que no período de
pandemia da COVID-19, como não houve a atividade de equoterapia, foram
amplamente empregados no policiamento montado e na DEJEM. Inclusive, para maior
exatidão deste resultado foram excetuados os cavalos montadas de oficiais, que em
sua maioria possuem acima de 1,65m de altura, o que prejudicaria o estudo do cavalo
de policiamento, para uma média para cima. Como dito todos os dados descritos e
mensurados no Apêndice C.
Sobre a análise desta média:
● No 1º esquadrão a média dos cavalos foi de 1,64m, e observa-se que dos 85
cavalos, apenas 6 cavalos possuem altura menor de 1,60m; e destes 6 cavalos,
4 cavalos são SRD oriundos de remontas e 2 BHs de criação do IZ.
● No caso do 2º Esqd, a média de altura dos cavalos foi menor de 1,60m, sendo
que do total de 49 cavalos, 17 cavalos possuem altura abaixo de 1,60m, sendo 4
cavalos BHs criação do IZ e 13 cavalos SRD. Esta diminuição da altura do 2º
Esqd é explicada pelo fato de haver poucos garanhões BHs na pelagem alazã,
uma pelagem recessiva (como será explanado no Capítulo 7.3). Em geral no
Brasil, temos poucos garanhões da raça BH com pelagem alazã, motivo pelo
qual a fim de suprir o número de cavalos alazães nas cavalariças do 2º
esquadrão necessita-se de comprar cavalos alazães no mercado, que em sua
maioria são mestiços de crioulos até mesmo mangalarga. Os comandantes do
3º Esquadrão, responsáveis pelo auxílio da criação de cavalos no Instituto de
119
Por isso, como diz o Major PMESP Syllas Jadach Oliveira Lima, oficial espora
dourada e grande conhecedor de cavalos, a adoção de uma raça específica implica no
padrão de comportamento do cavalo, quer seja pelo padrão normatizado pelos
studbooks, quer seja pelo estudo genealógico minucioso de cada criador.
Neste sentido a criação de cavalos é importante para o cavalo ideal de
policiamento, pois a criação alicerçada em estudos e dedicação norteiam a produção
de produtos não somente estéticamente falando, mas com foco específico de
funcionalidade.
nesta obra, tanto policiais militares quanto civis de tal modo que seria injusto nomear
cada uma destas pessoas.
Somente por uma questão do contexto atual na criação dos cavalos IZ, alguns
nomes serão evidenciados como o do Dr. Flávio Dutra de Resende, Diretor Técnico do
Polo Regional da Alta Mogiana, Colina/SP, o da Zootecnista do IZ Colina, Dra Anita
Schmidek, que realiza um trabalho formidável na criação desses cavalos, como
também do Sr. Dr. Ênio Monte, proprietário do Haras Itapuã e um dos fundadores da
raça BH que em muito ajudou na formação e criação dos cavalos IZ, bem como do Sr.
Paulo Victor Zuccolotto Foroni, proprietário do Haras Método e principalmente do Dr.
José Ribeiro Mendonça, proprietário do Haras Agromen, que nobremente auxilia na
atual criação dos cavalos IZ, com a contribuição de sua alta genética de destaque a
nível mundial resultando em cavalos de policiamento de alta qualidade.
A criação dos cavalos IZ e seus benefícios na Segurança Pública do Estado de
São Paulo no que tange ao emprego destes solípedes na atividade de polícia de
segurança e ordem pública, nesses exatos 40 anos de convênio, são extrema
importância, tanto para a população paulista, quanto para o desenvolvimento do Estado
de São Paulo, sem falar nos baixos custos dos cavalos desta qualidade.
A criação de cavalos com as qualidades do cavalo IZ de Colina, nestes 40 anos,
ratificam sua eficiência no policiamento montado, tendo como um perfil de cavalo que
atende sobremaneira as demandas do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”,
pois é notório o baixo número de acidentes - como visto no capítulo 6.4, baixas perto
de zero destes cavalos por indocilidade, eficiente e eficaz no policiamento montado, de
fácil manejo nas cavalariças do Regimento e excelentes tanto para a instrução dos
alunos oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, quanto para as
atividades de Equoterapia realizadas pela PMESP.
Os cavalos IZ são os únicos seres vivos que nascem para ser policial militar da
PMESP. Todos os potros IZ, desde que sadios, passarão pela Picaria e em sua
totalidade estarão aptos para o policiamento montado. Diferentemente de outro
semovente na PMESP: os cães nascidos na maternidade do Canil da PMESP, pois
nem todos os filhotes terão as condições de se tornar policial militar, na espécie canina
a capacidade de se tornar policial é inerente a alguns indivíduos da ninhada,
123
Neste sentido, Domingues (1933) nos ensina que a seleção artificial é tida como
uma Ciência típica da Zootecnia, pois este profissional com conhecimentos na àrea irá
buscar a produtividade animal, selecionando matrizes e garanhões raçadores, para
buscar progênies superiores aos seus pais. O cruzamento sem estudos e sem critérios
seria somente um mero agente da natureza, que não precisaria de procuradores, ou
seja, seria uma mera seleção natural.
Nesta busca por produtos superiores aos pais, o homem foi aperfeiçoando os
métodos de reprodução dos cavalos, uma eguada solta a campo com um garanhão
solto para a cobrição natural, aos poucos foi confinando os garanhões, aperfeiçoando o
sistema semi-extensivo a fim de se evitar acidentes e trazendo as éguas para cobertura
artificial, como serão vistos a seguir, minimizando acidentes e tendo maior controle das
gestações, nascimentos, genealogia e consequentemente produtividade, como nos
ensinou o professor catedrático ESALQ, Octavio Domingues, idealizador dos cursos de
Zootecnia no Brasil, até as modernas técnicas de reprodução, como serão vistos nas
seções a seguir.
enquanto potro carece de espaço para seu desenvolvimento. Somente na vida adulta e
com o corpo plenamente desenvolvido é que os cavalos irão para um sistema de
confinamento, ou seja, serão estabulados. E neste complexo processo de estabulagem
que ocorre a partir dos 3 anos de idade, conforme a prematuridade peculiar de cada
raça, todo cuidado de manejo para estabulagem é progressivo, no qual será adaptada
a alimentação concentrada, água e manejo: início do cabresteamento (doma de baixo),
para ser colocado em baias ou cocherias com metodologia.
Portanto, deve-se dar uma atenção especial acerca das condições em que o
cavalo foi criado, para levar em consideração se os fatores a que foi submetido para
não ensejar na aquisição de um cavalo que pode não se adaptar ao serviço policial
montado no futuro ou ocasionar acidentes.
hemisfério sul que nascem no período do final e início do próximo ano, coincidindo com
as estações da primavera e verão.
Esta técnica é indicada para éguas com incapacidade de produzir embriões por
problemas crônicos do útero, alterações anatômicas do trato reprodutivo
causadas no parto como lacerações do colo do útero, problemas em tuba, ou
outros danos ao aparelho reprodutor, que impossibilitem a égua de conceber
ou manter a gestação por alguns dias. É também a última opção para éguas
idosas que não produzem mais embrião por TE convencional, desde que
considerado que mesmo com a ICSI os resultados são limitados. O
procedimento também pode ser indicado no caso de baixa disponibilidade
espermática como no sêmen congelado de baixa qualidade ou sêmen de
garanhões que já morreram. Com a ICSI é possível otimizar o uso do sêmen
congelado, já que com 1/5 de uma palheta é possível fertilizar inúmeros óvulos.
(IN VITRO BRASIL CLONAGEM ANIMAL, 2021, não paginado)
“studbooks”, que foram copiados e introduzidos nas maioria das raças de cavalos no
mundo.
Na zootecnia, muitos autores escreveram sobre a definição do conceitos de
raças, e da análise acerca da diversidade de definições pode-se concluir que, uma
raça, deve conter vários elementos:
● semelhança dos indivíduos que a constituem, por possuírem caracteres
particulares, chamados raciais (ou caracteres étnicos), entre os quais as suas
qualidades econômicas ou zootécnicas;
● hereditariedade destes caracteres e dessas qualidades;
● meio ambiente, considerado o mesmo ou semelhante, para a expressão desses
caracteres ou qualidades;
● origem comum;
● ter algo de convencional. (BÉRTOLI, 2008)
ancestrais comuns, isto é, são parentes. Diz-se que o animal possui consanguinidade,
“inbreeding”, resultando no aumento da homozigose de seus descendentes, ao
contrário da heterozigose. Em decorrência do aumento da homozigose, aumentam as
semelhanças entre os indivíduos, o que pode ser importante para a fixação e
refinamento de determinada característica (LOBATO et al, 2015)
Quando a homozigose ocorre para alelos dominantes, os indivíduos
resultantes, quando acasalados com outros não consanguíneos, tendem a
imprimir, com maior intensidade, suas características. A este fato se dá o nome
de prepotência. Esse é o motivo do uso da endogamia como critério para a
escolha dos cruzamentos, para manter os aspectos fenotípicos em seus
descendentes, conseguindo manter as características desejadas e mantendo a
variabilidade genética. A expressão dessas frequências também está
relacionada à existência de heterose, que é o efeito genético não-aditivo médio,
que se deve à interação no loco dos alelos oriundos das raças parentais
diferentes. (LOBATO; RODRIGUES; BONAFÉ; OLIVEIRA; DIANA;
RODRIGUEZ; FERREIRA; LITIERE, 2015, p. 279)
primeiro grau. Três dos dez filhos de Darwin morreram durante a infância, em dois
casos por doenças oriundas da baixa resistência em crianças fruto da endogamia, e
outros três filhos, embora tenham se casado duas vezes não tiveram herdeiros.
Charles Darwin publicou diversos trabalhos sobre consanguinidade, sendo os
resultados de suas pesquisas preocuparam tanto a época que usou de seus contatos
políticos para conseguir que o Parlamento incluísse no censo britânico uma pergunta
específica para o estudo do matrimônio consanguíneo na população inglesa. (SALAS,
2015)
O inbreeding é um método utilizado nos cruzamentos de cavalos e uma
realidade nas raças de cavalos no Brasil que podem reforçar tanto as qualidades das
linhagens quanto seus defeitos. Porém aliado aos defeitos que possam passar, está
aliada a redução geral da fertilidade, sobrevivência e vigor dos animais com altos
coeficientes de homozigose. (LOGO, 2021)
Portanto o estudo genealógico presente nas diversas raças de cavalos
devidamente normatizados pela INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 36, DE 9 DE OUTUBRO
DE 2014 do MAPA, combinado com o DECRETO FEDERAL Nº 8.236, DE 5 DE MAIO
DE 2014 irão contribuir sobremaneira com o cavalo ideal de policiamento. Neste
sentido, sem aprofundar sobre os complexos estudos genéticos, será exemplificado
uma leitura de um animal acerca de seus registros genealógicos:
Quando visualiza-se o diagrama genealógico de um cavalo temos algumas
particularidades: teremos uma disposição dos ascendentes na horizontal da esquerda
para direita e no plano vertical: disposto acima os pais (garanhões) e abaixo as éguas
(matriz), denominando linha alta para os garanhões e linha baixa para as éguas. É
muito comum referir a filiação dos cavalos nomeando os garanhões em uma linha
descendente até a terceira geração: nome do garanhão pai X nome do garanhão avô
materno X nome do garanhão bisavô materno.
Em studbooks mais tradicionais os produtos levam uma numeração fixa desde a
primeira égua matriz da criação. Nas raças de warmbloods, em muitos momentos da
criação utilizam cavalos puro sangue inglês para “refinar o sangue”, ou seja deixar os
produtos mais quentes, sendo os thoroughbreds representados pelas letras XX e
quando utilizados os Anglo-Àrabes, também destinados para este fim, são
representados pelas letras AA ao lado do nome.
141
Com base nos dados genéticos acima, e não registro genealógico como a marca
d'água indica, valendo apenas para consulta, pois o registro encontra-se em papel
142
timbrado físico em poder do proprietário; pode-se dizer que a égua 1358 pode ser
representada:
● 1358 CHERRY GJ (Chester Z X For Pleasure X Carolus I)
Organograma 24 - Genealogia do solípede 1358 Cherry GJ com taxa de puro sangue inglês, linhagem
materna e coeficiente de consanguinidade
E ainda, por se tratar de uma égua com a linha materna importada, de stud
books tradicionais ela possui uma linhagem numérica fixa, a linhagem Holst Stamm
4490, ou seja pertence à linhagem da raça Holsteiner número 4490, e ainda com
38,28% de XX - thoroughbreds: puro sangue inglês (conforme a imagem acima retirada
de um site de registros genealógicos chamado Horsetelex). A ferramenta de coeficiente
de Inbreeding não foi possível acessá-la pois é uma ferramenta paga, exclusiva de
assinantes, porém são ferramentas disponíveis no mercado. A faixa verde ao lado do
garanhão Capitol I, no canto superior direito da imagem indica que a égua 1358 possui
143
8 CONCLUSÃO
com a compra de cavalos para remontas; bem como o Decreto Estadual nº 1757-a, de
27 de julho de 1909 que previa a destinação dos cavalos de criação do PZC - Posto
Zootechnico Central - da Secretaria da Agricultura e Abastecimento para a remonta da
Força Pública até o complexo e sistematizado Regulamento de Remonta criado pelo
Cmt Geral à época, General Franco Pontes (capítulo 3.1) célula matter das I-37 PM:
Instruções para a Remonta de equinos para a Polícia Militar, hoje em vigor na PMESP
(Capítulo 3.2) e que apesar da denominação ser Instruções Policiais Militares, é
histórica e tradicionalmente conhecida por Regulamento de Remonta. Ainda sobre os
aspectos legais, foi traçado um estudo comparativo com outro semovente na PMESP:
os cães (capítulo 3.3) que segundo as I-19-PM: Instruções para organização e
funcionamento de canis da PMESP, em seu artigo 18 especifica que todos os cães da
PMESP devem ser de raça pura e possuírem pedigree, além de um padrão de animal:
essencialmente a raça pastor como padrão de cão policial.
● aspectos do manejo e criação do cavalo ideal de policiamento
(capítulo 7) realizada um estudo informativo sobre os diversos tipos de manejo e
criação de cavalos e como esse manejo irá influenciar no futuro desse cavalo na
atividade de policiamento, contribuindo com informações para que o policial integrante
de uma remonta possa ter conhecimentos para acerca do cavalo ideal de policiamento.
Um cavalo pode parecer ideal e sadio visto a olho nú, mas por meio de exames de
imagens, exames laboratoriais, clínicos veterinários, etc; pode-se realizar uma melhor
avaliação e seleção dessa remonta, além dos aspetos psíquicos que os cavalos
possam demonstrar no futuro, desde que o responsável pela remonta tenha
conhecimentos sobre criação de cavalos, ou seja, aquilo que o cavalo enquanto potro
possa ter adquirido de baldas, vícios e traumas.
● aspectos relativos a padronização do cavalo ideal de policiamento e
imagem da Polícia Militar do Estado de São Paulo, a padronização do cavalo na
PMESP contribui com a imagem da PMESP perante a sociedade e agrega valor a esta
Instituição. No Brasil apenas as Polícias de Segurança e Ordem Pública são detentoras
de duas modalidades de Policiamento: o Policiamento Rodoviário e o Policiamento
Montado.
● aspectos raciais (capítulo 4), realizada uma breve explanação das 19
raças de cavalos mais criadas no Brasil, enfatizando as principais características
146
I-37-PM e neste sentido os cavalos da raça Brasileiro de Hipismo tem a altura média de
1,68m para machos e 1,65m para as fêmeas, ao encontro também do pensamento da
Gendarmerie Francesa e da Metropolitan London Police.
● aspetos acerca do temperamento da raça BH: aliada a pesquisa da
Dra Vanessa Dionísio dos Reis, intitulado: o efeito da raça sobre a reatividade de
cavalos policiais, (capítulo 4.19) dos 7 cavalos que atuam na equoterapia do RPMon
“9 de Julho” atualmente, ou seja cavalos extremamente mansos para esta finalidade
específica, 5 cavalos são da raça Brasileiro de Hipismo (Apêndice C), sem falar nos
inúmeros cavalos BH que os antecederam, demonstrando o temperamento calmo e a
docilidade desta raça.
● segurança no trabalho: dos 45 acidentes envolvendo solípedes nos 5
últimos anos (período computado de 2017 ao 1º semestre de 2021 - Capítulo 6.4) 29
acidentes envolveram cavalos SRD e 17 acidentes com cavalos raça BH, numa
proporção de 65% de acidentes com cavalos SRD e somente 35% dos acidentes com
cavalos BH, demonstrando que a raça BH é também segura para o policiamento
montado.
● padronização: a padronização é um fator importantíssimo para a Gestão
pela Qualidade, uma das grandes características do cavalo policial é o porte imponente
que por sua vez fixam a imagem da PMESP. Assim como quando tem-se em mente um
cão policial, nos vem à mente um cão da raça pastor alemão, quando pensa-se num
cavalo policial nos vem à mente um cavalo imponente, de grande porte e estatura, que
por desconhecimento das raças não nos dá-se conta de que se trata do tradicional
cavalo brasileiro de hipismo.
A padronização dos cavalos na Força Pública sempre foi tema de atenção e
destaque, como vê-se nas palavras do Cap Romeu Carvalho Pereira, num artigo sobre
o tema na Edição Nº 6 da Revista Milita de 1948:
REFERÊNCIAS
BARRERA, Richard A. Mounted Units: Effective Tools in the Public Safety, Community
Relations, and Community Oriented Policing. 2001.
BRANDIMARTE, Ana Lúcia; SANTOS, Déborah Yara Alves Cursino dos. O ser
humano e o ambiente. [S.l: s.n.], 2019.
154
CAMPBELL, J. B.; SMITH, Andrew. Greek and Roman Military Writers: Selected
Readings. Reino Unido, Routledge, 2004. p.154
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SÃO PAULO. Lei nº 19, de 27 de fevereiro de 1844. São Paulo: Governo do Estado
de São Paulo, 2020. Disponível em:
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/lei/1844/lei-19-27.02.1844.html Acesso
em: 24 Set. 2021.
.
162
Apresentação: Sou o Cap PM José Rafael Seiço Kato, aluno de Mestrado Profissional
em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública II/2021 no Centro de Altos
Estudos de Segurança - CAES da PMESP.
A presente pesquisa, destinada às policiais militares femininas que atuam, ou atuaram,
no policiamento montado, tem como objetivo avaliar opiniões sobre as condições de
equidade das policiais militares femininas com os policiais militares masculinos na
atividade de policiamento montado, sob o enfoque do uso do cavalo como fator
primordial nesta comparação.
(I am Captain PM José Rafael Seiço Kato, student in the Masters Program of Police Science on Safety
and Public Order II/2021 in the Centro de Altos Estudos de Segurança - CAES from PMESP.
this research, destined to policewomen who work or have worked in mounted policing, aims to assess
opinions about the conditions of equity regarding women among men in the activity of mounted policing
considering the horse as main factor in this comparison.
é bem fácil e rápida!!! it´s very easy and quick!!!
não há necessidade de se identificar / there is no need to identify yourself)
1ª Pergunta: Unidade de Polícia Montada onde trabalha: Mounted Unit where you work
at:
Resposta: Esta pergunta foi respondida por policiais militares femininas que atuam ou
atuaram em 21 estados brasileiros uma policial dos EUA e uma policial do Canadá,
conforme o gráfico abaixo:
163
Resposta: A maior parte das policiais femininas que atuam no policiamento montado
não sentem qualquer tipo de dificuldade no serviço de policiamento montado. A
resposta grande dificuldade representou 1,5% das respostas.
A dificuldade encontrada é a mesma que em outras modalidades. Nas coisas praticas do dia-a-dia,
como ir ao banheiro por exemplo, o que no policiamento a cavalo é muito mais difícil, não existe
apoio adequado ao policiamento montado. Por exemplo: muitas mulheres tem infecções nas vias
urinárias, eu mesma tive diversas vezes, em razão de não poder ingerir tanta água, pois não há
banheiros adequados disponíveis e nem apoio operacional para isso, assim temos que frequentar
estabelecimentos às vezes duvidosos para necessidade tão básica. Não vejo dificuldade em limpar
baia, ferrar um cavalo ou mesmo nos demais afazeres com o trato do animal, o problema é a falta
de equipamentos adequados que facilitem o trabalho, de adequação do tempo disponível para a
tarefa a ser excutada, o que na maioria das vezes não permite um trabalho bem feito. O uniforme
policial também não é adequado ao trabalho de montaria, o que torna o trabalho desconfortável, os
destinatários nunca são ouvidos quanto ao que seria prático quando da elaboração dos
regulamentos de uniformes. Mas acredito seja mais uma questão de má administração e
gerenciamento das atividades que da própria atividade em si. Pois apesar das especificidades do
policiamento montado, uma adequada gestão de recursos com treinamento eficiente, planejamento
de atividades, gestão de tempo e aquisição de materiais adequados resolveria a questão.
A dificuldade no uso de banheiros
Desconforto no período menstrual e na questão da força física em comparação ao masculino.
Usar o banheiro é uma dificuldade maior as policiais femininas
Montar sem estribos
Nos dias da menstruação eu,particularmente,sentia dificuldade na montaria
A dificuldade maior é no período mestrual.
Desconforto nos períodos menstruais.
Só em período mestruais, que o desempenho, no meu caso, não é o mesmo devido os descorfortos
fisiológicos desse período.
A altura dos animais, em "algumas" situações, dificultam o ato de montar. Mas essa dificuldade
pode ser sanada com pequenas ajudas encontradas no meio ambiente.
Não há.
Não necessariamente no policiamento montado, mas no geral a dificuldade é mesmo pra usar
banheiro, pra mulher é mais difícil, mas isso em qualquer posicionamento.
Não há dificuldades para desempenhar o serviço comparado ao efetivo masculino.
A maior dificuldade que percebo é o receio das policiais feministas com o trato com o solípedes,
pois das treze policiais femininas existentes na Unidade apenas duas montam, sendo que uma
monta regularmente e a outra exporadicamente
Em locais ermos onde geralmente somos empenhados não existe possibilidade de utilizar
banheiros, tendo que limitar o consumo de água durante policiamento.
Em casos extremos policiais masculinos conseguem aliviar necessidades fisiológicas sem grande
exposição.
Apenas no período menstrual....pelo uso de absorventes,. Extravasamento de sangue etc
None
Atividades onde necessita colocar força
A questão do uso dos banheiros no policiamento e bem dificultoso tendo em vista alguns
equipamentos, ocorre que esses mesmos equipamentos muitas vezes são de tamanho único que
dificulta muito a mobilidade.
Equipamentos pesados, dor nas pernas devido posição montada
166
5ª Pergunta: Supondo que você esteja no policiamento a pé, atuando num tumulto
(desarmada) e frente a um manifestante homem de porte físico forte (como um lutador
de MMA) você sentiria uma certa desvantagem em agir? You are supposedly acting in a riot
on foot and unarmed when you face a male protester of strong and rough physical shape (as an MMA
fighter). Would you feel a certain disadvantage to act??
6ª Pergunta: supondo que você esteja na mesma situação acima: atuando num
tumulto (desarmada), frente a um manifestante homem de porte físico forte (lutador de
mma), porém agora você encontra-se montada no seu cavalo de policiamento, neste
caso você sentiria alguma desvantagem de força:
you are supposedly acting in the same situation as described above (ina riot, unarmed), and you face a
strong male protestor (as a mmafighter), but this time you find yourself mounted on yourpolice horse. in
this case, would you feel any disadvantage?
Resposta: Mais de 60% responderam que PELO CONTRÁRIO, pelo fato de estar
montada no cavalo, a policial militar feminina montada tem mais "força" devido à
transferência de força dada pelo cavalo. ON THE CONTRARY. By being mounted, the
policewoman has more “strength” due to the power transferred by the horse, e mais de 30,8%
responderam SIM, mesmo montada ainda me sentiria em desvantagem de Força
perante o manifestante homem. YES, even mounted I would still feel disadvantage regarding
strength against the male protestor
167
168
Objetivo: Realizar uma pesquisa quali-quantitativa acerca dos cavalos que atuam no
policiamento montado nas polícias de segurança e ordem pública, tanto no Brasil
quanto em outros países, sendo traduzida nos idiomas inglês e francês a qual foi
planilhada e exposta no capítulo 5.
Monsieur le commandant de l'unité de police montée, je suis le Capitaine PM Kato, étudiant du programme de
Maîtrise Professionnelle en Sciences Policières de la Sécurité et de l'Ordre Public II/2021 de la Police Militaire de
l'État de São Paulo, Brésil, et visant le développement de la recherche scientifique pour la thèse au CAOII/2021,
sous le thème : Le Cheval Policier Idéal, je sollicite la collaboration en remplissant le questionnaire ci-dessous pour
soutenir la recherche, par un Officier compétent dans le domaine de l'acquisition de chevaux policiers. (à renvoyer
par e-mail : katocavalaria@gmail.com)
PMAL
170
171
PMMA
172
PMMS
173
PMCE
174
PMCE
175
PMPI
176
PMRR
177
PMRR
178
PMRR
179
PMPB
180
PMPB
181
PMAM
182
PMERJ
183
BMRS
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Ten Cel QOEM Cláudio de Azevedo Goggia, Cmt do 4º Regimento
de Polícia Montada da Brigada Militar, RS.
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
Cláudio de Azevedo Goggia.
1.2) Posto: Ten Cel QOEM
1.3) Função na Unidade: Comandante
1.4) Unidade da Polícia Montada:
4º Regimento de Polícia Montada, da Brigada Militar.
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País):
Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil.
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
120 (cento e vinte) cavalos
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
95% da Raça Brasileiro de Hipismo, e 5% SRD (Sem Raça Definida).
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por
quantidade.
90% Castanho escuro, 05% Alazão, e 05% Tordilho.
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
Até o ano de 1999, a aquisição dos nossos cavalos era através de
compra no interior do estado do Rio Grande do Sul, onde se adquiria todo
tipo de cavalo (pelagem, idade, altura), desde que tivesse no mínimo a
altura exigida 1.58m e idade mínima 8 anos.
Hoje possuímos nossa própria produção de eqüinos, com as
vantagens:
BMRS
✔ Obter animais com maior tempo de vida útil, uma vez que
entram em atividade de policiamento aos 2,5 a 3 anos de idade,
diferente dos animais comprados que têm em média 5 anos;
✔ Ter o conhecimento do tipo de doma realizada nos
eqüinos, e seu comportamento frente ao desconhecido;
✔ Maior aceitação ao estábulo, com uma maior facilidade
de adaptação à vida de caserna;
✔ Reposição planejada e independente, sem ônus
administrativo e financeiro das comissões de compra que por certas
ocasiões recorre diversos municípios e não consegue encontrar
animais satisfatórios em número suficiente;
✔ Padronizar a pelagem de todos cavalos da tropa.
✔ Produzir eqüinos em um ponto geográfico central
estratégico, com o menor custo de distribuição possível para o nosso
Estado.
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de
cavalos ou tipo de pelagens?
A Brigada Militar não mais adquire cavalos, nossa polícia produz seu
próprio animal, da forma que nós queremos. Estamos produzindo somente
animais da raça Brasileiro de Hipismo, e com a pelagem “escura”,
castanhos, zainos, alazões, dentre outras.
BMRS
9) No seu entendimento, quais as características básicas devem
possuir um cavalo de policiamento quanto a:
(In your understanding, what are the basic characteristics that a police horse
should have regarding:)
PMPR
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
JULIANO CACIATORI
1.2) Posto: MAJOR QOPM
1.3) Função na Unidade: SUBCOMANDANTE
1.4) Unidade da Polícia Montada: RPMON “CEL. DULCÍDIO”
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País): CURITIBA/PR
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
PMPR
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação de cavalos?
POSSUI, JUNTO À SEDE DO 3º EPM, LOCALIZADA NO MUNICÍPIO DE PINHAIS,
REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA. POSSUÍMOS NORMAS DESTINADAS À
REPRODUÇÃO DOS ANIMAIS.
PMPR
Obrigado!
PMBA
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
- FABIANO TEIXEIRA VIANA
1.2) Posto:
- MAJOR PMBA
1.3) Função na Unidade:
- Comandante
1.4) Unidade da Polícia Montada:
- Esquadrão de Polícia Montada
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País): Feira de Santana/Bahia/Brasil
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
- 33 animais
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
- SRD: 21 - Lusitano: 05 - Brasileiro de Hipismo: 03 - Mangalarga: 03 (doados) -
Piquira: 01 (doado/Equoterapia)
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por
quantidade. - Tordilho: 17 - Castanho: 07 - Alazão: 05 - Baio: 02 - Pampa: 01 -
Rosilha: 01
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
- Doações e compras pela PMBA através de licitação
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de
cavalos ou tipo de pelagens?
- A PMBA não costuma adquirir animais de marcha (mangalarga, por exemplo). A
última aquisição foi de Lusitanos em 2014. Há 20 anos atrás compras animais em
Uruguaiana (crioulos e SRD). Mais recentemente foram comprados BH, antes dos
Lusitanos.
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação
de cavalos?
- Não. Por sermos um Esquadrão com apenas 6 anos de criação e não termos uma
formação veterinária estruturada para este fim não temos remonta. Mas é um
projeto para o futuro.
8) No seu entendimento, qual a melhor raça ou cruzamento de raças para
o Policiamento Ostensivo Montado?
PMBA
191
PMBA
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
1.2) Posto:
1.3) Função na Unidade:
1.4) Unidade da Polícia Montada:
Esquadrão de Polícia Montada - Itapoan
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País):
Salvador/Bahia/Brasil
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
Sessenta e três
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
Puro Sangue Lusitano: 28 solípedes
Brasileiro de Hipismo: 10 solípedes
Mestiços (Puro Sangue Lusitano + Brasileiro de Hipismo): 25 solípedes
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por
quantidade.
Tordilho: 29 solípedes Castanho: 24 solípedes
Baio: 03 solípedes Pampa: 03 solípedes
Alazão: 02 solípedes Rosilho: 01 solípede Preto: 01 solípede
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
Os cavalos da PMBA são adquiridos através de Processo Licitatório,
monta(cruzamento) e/ou doação.
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de
cavalos ou tipo de pelagens?
Os animais de pelagem conjugada, por aspectos doutrinários não são
empregados no Policiamento Ostensivo Montado, sendo utilizados apenas
na atividade de equoterapia e/ou instrução.
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação
de cavalos?
Os animais oriundos de monta são criados nas baias de potros do
esquadrão e/ou nas áreas de soltura da Unidade.
192
PMBA
PMES
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data / Donnés d'identification
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
CARLO MARX ORLANDI ROCHA
1.2) Posto: CAPITÃO QOCPM
1.3) Função na Unidade: COMANDANTE DE ESQUADRÃO
1.4) Unidade da Polícia Montada:
REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA DA POLÍCIA MILITAR DO ESPÍRITO SANTO –
RPMONT/PMES
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País): SERRA/ ESPÍRITO SANTO/ BRASIL
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
74 (setenta e quatro)
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
03 (três) Brasileiros de Hipismo (BH) e 71(setenta e um) Sem Raça Definida (SRD)
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por
quantidade.
07 (sete) pretos , 19 (dezenove) castanhos, 25 ( vinte e cinco) alazões, 07 (sete) baios,
12 (doze) tordilhos, 01(um) apaloosa, 01 (um) tobiano e 02 ( dois) rosilhos.
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
Conforme estipulado pelo Decreto Estadual 1493-R de 2005, que regula o plantel
equino da PMES, as formas de aquisição previstas são; compra/ doação/ reprodução.
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de
cavalos ou tipo de pelagens?
O referido decreto prevê;
- Ser das raças Crioulo, Brasileiro de Hipismo, Quarto de Milha, seus mestiços ou sem
raça definida, desde que atendam aos padrões para o policiamento montado.
- As pelagens preferencialmente escuras (preta, castanha, alazã, lobuna, moura e
vermelha), aceitando-se também em circunstâncias excepcionais as pelagens baia,
tordilha, rosilha e tobiana.
194
PMES
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação
de cavalos? Sim possui o Centro de Criação de Equinos Dr Pedro Fontes localizado
no município de Cariacica. Até a estação de monta 2019/2020 a forma de criação se
dava por monta natural, com auxílio de rufião.
Já no ano de 2020, o Regimento de Polícia Montada, visando alcançar no futuro
próximo, por intermédio de convênio de cooperação técnica com o Exército Brasileiro,
encaminhou dois representantes à Coudelaria de Rincão e Campo de Instrução de
Rincão, Unidade responsável pela manutenção do plantel equino do Exército Brasileiro,
com o intuito de vivenciarem prática de reprodução equina, em especial com a
utilização de Inseminação Artificial com sêmen fresco, na tentativa de buscar, no futuro
próximo, melhoria no percentual de prenhez alcançadas e autossuficiência na
manutenção do plantel equino na PMES, bem como o melhoramento zootécnico do
plantel.
Para a remonta foram destinados 02 (dois) garanhões, sendo um SRD e um Brasileiro
de Hipismo e 17 (dezessete) éguas.
PMPE
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data / Donnés d'identification
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
GLEIDSON Pereira de Carvalho Santos
1.2) Posto: Tenente Coronel
1.3) Função na Unidade: Comandante
1.4) Unidade da Polícia Montada:
Regimento Dias Cardoso / Regimento De Polícia Montada - RPMon
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País):
Recife / Pernambuco / Brasil
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
111
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
PUROS : Andaluz 02, PSI 00, BH 21, Holsteiner 00, Westfalen 00, Bretão 00, Campolina
04.
MESTIÇOS: (Andaluz, PSI, BH , Holsteiner, Westfalen , Bretão) 84
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por
quantidade.
Castanha(44), Alazã(33), Tordilha(22), Baia(07), Pampa(03), Zainos (02).
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
Reprodução por monta natural (anualmente) e doações
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de
cavalos ou tipo de pelagens?
Sim, existe. Não serão aceitos animais provenientes de raças com estatura abaixo de 1,60m
de cernelha, por exemplo pôneis e “pequiras”, sendo esses últimos aceitos exclusivamente
para fins de trabalho de Equoterapia. .
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação
de cavalos?
Sim, monta nartural (anualmente). Desde a inseminação natural, o parto, a remonta, o
adestramento para o trabalho de policiamento e ações de choque montado até aposetadoria
dos animais (senis), tudo é feito neste regimento.
8) No seu entendimento, qual a melhor raça ou cruzamento de raças para
o Policiamento Ostensivo Montado?
Andaluz (temperamento, altura e robustez), BH (temperamento, altura e robustez). Holsteiner,
Westfalen (temperamento, altura e robustez) O cruzamento dessas raças trariam
características como temperamento calmo, robustez e altura.
196
PMPE
9) No seu entendimento, quais as características básicas devem
possuir um cavalo de policiamento quanto a:
Obrigado!
Thank you!
197
PMSC
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
Fernando Jahn Bessa
1.2) Posto: Major PM
1.3) Função na Unidade:
Chefe do P-4, Cmt Coudelaria PM, chefe seção técnica, coordenador
equoterapia.
1.4) Unidade da Polícia Montada: Regimento de Polícia Militar Montada
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País): São José/Santa Catarina/Brasil
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
1 - Regimento - São José: 55
2 – Esquadrão – Joinville: 43
3 – Esquadrão – Lages: 21
4 – Pelotão – Chapecó: 20
5 – Destacamento – Criciúma: 10
6 – Coudelaria PM – São Pedro de Alcântara: 46
Total: 195
PMSC
Pelotão – Chapecó-SC
1 - Quarto de milha: 3
2 - Brasileiro de hipismo: 3
3 - SRD: 10
4 - PSI: 2
5 - PSL: 1
6 – Crioulo: 1
7 - Apaloosa: 1
Destacamento - Criciúma-SC
1 - Crioulo - 01
2 - Árabe - 01
3 - Brasileiro de Hipismo - 01
5 - PSI - 01
6 - SRD - 06
Coudelaria PM – São Pedro de Alcântara-SC
1 – Brasileiro de Hipismo:39
2 – PSI - 04
3 – PSI/PSL - 03
Com o advento da diretriz em 2019, não são mais aceitas pelagens conjugadas.
199
PMSC
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação
de cavalos?
Sim. A PMSC possui uma Coudelaria que está subordinada ao Regimento
como órgão de apoio. A criação de cavalos é feita com base na seleção de
éguas matrizes aptas ao processo de policiamento ou éguas com boa
linhagem da raça BH. Os garanhões empregados são da raça BH ou
outras raças aceitas no processo de reprodução tais como: Holsteiner,
Hanoveriano, Sela Francês, Sela Holandês.
PMMG
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data / Donnés d'identification
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
Thiago França Rosa
1.2) Posto: 1º Tenente PMMG
1.3) Função na Unidade:
Chefe da Seção de Operações e Emprego Operacional (P3)
1.4) Unidade da Polícia Montada:
Regimento de Cavalaria Alferes Tiradentes PMMG
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País):
Belo Horizonte, MG -BR
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
Cento e setenta e sete (177)
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
Brasileiro de Hipismo e seus mestiços. Atualmente, não há outras
raças no plantel.
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por
quantidade.
01 Apaloosa, 01 pampa, 32 tordilhos, 24 alazões, 16 baios e 119
castanhos
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
Atualmente, somente com reprodução própria.
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de
cavalos ou tipo de pelagens?
Não há restrições, mas o animal deve seguir o padrão segundo os
regulamentos internos e, caso seja feito processo licitatório, seguir a
previsão do edital.
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta
criação de cavalos?
Sim. Há um Núcleo de Reprodução. A criação é de modo extensivo a
campo até o 48º mês de idade, oportunidade em que são trazidos à Sede
para o processo de doma e iniciação.
201
PMMG
8) No seu entendimento, qual a melhor raça ou cruzamento de raças para
o Policiamento Ostensivo Montado?
Obrigado!
202
PMMT
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data / Donnés d'identification
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
Renato Pacheco Câmara
1.2) Posto:1º Tenente
1.3) Função na Unidade: Gerente Subalterno da SJD e P1
1.4) Unidade da Polícia Montada: RPMON/PMMT
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País): Cuiabá-MT
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
52
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua
Unidade? Especifique-as por quantidade.
09 Brasileiro de Hipismo; 01 PSI; 01 QM e 40 Sem Raça Definida.
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por quantidade.
22 alazãs; 03 baios; 21 castanhos; 04 tordilhos; 01 Isabel e 01 rosilho
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
Através de pregão e doação.
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de cavalos ou
tipo de pelagens?
O último pregão que esta UPM participou não havia restrição de raça.
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação de
cavalos?
Sim. É feita através de monta.
8) No seu entendimento, qual a melhor raça ou cruzamento de raças para o
Policiamento Ostensivo Montado?
Brasileiro de Hipismo
9) No seu entendimento, quais as características básicas devem
possuir um cavalo de policiamento quanto a:
9.1) ALTURA: Mínimo de 1,55
9.2) PORTE FÍSICO: Atlético
9.3) TEMPERAMENTO: Dócil
9.4) RUSTICIDADE: Rustico
9.5) AGILIDADE: Versátil
10) Considerações: caso deseje deixar alguma sugestão ou crítica.
203
PMDF
PMDF
205
PMDF
206
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
1.1 Nome do responsável pelas respostas dadas: EMERSON NILANDIO DA SILVA
PEREIRA JÚNIOR 1.2 Posto: Capitão – QOPM.
1.3 Função na Unidade: Comandante do 1º Esquadrão RPMon/PMDF.
1.4 Unidade de Polícia Montada: Regimento de Polícia Montada Coronel Rabelo - RPMon
Polícia Militar do Distrito Federal.
1.5 Localidade (cidade/estado/país): Brasília/Distrito Federal/Brasil.
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data / Donnés d'identification
PMGO
208
Obrigado!
PMSE
209
210
PMSE
211
PMSE
212
PMPA
213
PMPA
214
PMPA
215
PMTO
1) DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:
Identification data / Donnés d'identification
1.1) Nome do responsável pelas respostas dadas:
Benício da Costa NEVES
1.2) Posto: Major QOPM
1.3) Função na Unidade: Subcomandante
1.4) Unidade da Polícia Montada:
Regimento – RPMon/PMTO
1.5) Localidade (Cidade/ Estado/ País):
Palmas/ TO/ Brasil
2) Qual a quantidade de cavalos que possui em sua Unidade?
Em face da recente instituição do RPMon na estrutura organizacional da PMTO, até o
presente momento não há animais disponíveis. Assim sendo, estamos em estudo para
a definição da melhor raça a atender as demandas de policiamento, com a expectativa
de aquisição para o 1º semestre de 2022. Por tal circunstância, o presente estudo
apresenta-se de grande valia em colaboração a nossa pesquisa.
3) Quais raças de cavalos e/ou cruzamentos de raças possuem em sua Unidade?
Especifique-as por quantidade.
A partir da colaboração de nosso médico veterinário, Major integrante das fileiras da
PMTO, com estudos acadêmicos de equinos, a priori houve a indicação de “quarto de
milha”. Tal posição baseia-se sobremaneira no argumento da adaptabilidade ao clima
próprio do cerrado. Entretanto, como já afirmado, ainda em pesquisa.
4) Quais pelagens de cavalos possui a Unidade? Especifique-as por quantidade.
Não houve definição acerca.
5) Quais as formas de aquisição de cavalos na sua Unidade?
A aquisição, pretende-se, será por meio de processo licitatório regular.
6) Sobre a aquisição de cavalos, existe alguma restrição de raça de cavalos ou tipo de
pelagens?
A partir de pesquisa, pretende-se a aquisição de cavalos de raça e pelagem definida,
devidamente referenciada.
7) Sua Unidade possui um criatório de cavalos? Como é feita esta criação de cavalos?
Não há criatório.
216
PMTO
8) No seu entendimento, qual a melhor raça ou cruzamento de raças para o Policiamento
Ostensivo Montado?
A partir de pesquisa, nota-se uma preferência pelo Brasileiro de Hipismo –
BH, pela morfologia e conformação física avantajada. Assim sendo, em
tese, trata-se da melhor raça a servir ao POM. No entanto, para a
realidade climática do estado de Tocantins, a adaptabilidade é
questionável.
Obrigado!
217
GENDARMERIE FRANÇA
218
GENDARMERIE FRANÇA
219
GENDARMERIE FRANÇA
220
GENDARMERIE FRANÇA
221
● Cavalos do 1º Esquadrão
Nº SOLÍPEDE NOME IZ SEXO NASC ALTURA
JULIO DE
63 2005 (P) FEITIÇO PRETO MESQUITA/ SP M 2014 1,63
JULIO DE
64 2006 (C) MAMBO CASTANHO MESQUITA/ SP M 2014 1,59
JULIO DE
65 2010 (C) ECLIPSE CASTANHO MESQUITA/ SP M 2014 1,61
JULIO DE
66 2011 (C) ESCALIBUR CASTANHO MESQUITA/ SP M 2014 1,61
PIRASSUNUNGA/
67 2016 (C) MONACO CASTANHO SP M 14.10.17 1,65
PIRASSUNUNGA/
68 2017 (C) MITO CASTANHO SP M 30.12.17 1,7
69 2025 (C) OPIO CASTANHO IZ M 22.12.16 1,65
70 2035 (C ) ORLA CASTANHO IZ F 23.10.16 1,65
71 2038 (C) OCULTA CASTANHO IZ F 03.02.17 1,65
72 2041 (C) OFERENDA CASTANHO IZ F 05.01.17 1,66
73 2042 (C) OPERA CASTANHO IZ F 28.12.06 1,61
74 2101 (C) PILATOS CASTANHO IZ M 26.11.17 1,71
75 2103 (C) PALÁCIO CASTANHO IZ M 30.11.17 1,68
76 2106 (C) PRINCIPE CASTANHO IZ M 07.12.17 1,66
77 2107 (C) PÉRSIA CASTANHO IZ F 09.12.17 1,61
78 2109 (C) PACÍFICO CASTANHO IZ M 09.12.17 1,64
79 2110 (C) PIANO CASTANHO IZ M 14.12.17 1,66
80 2112 (C) POEMA CASTANHO IZ M 18.12.17 1,7
81 2113 (C) POETA CASTANHO IZ M 24.12.17 1,62
82 2114 (C) PERITO CASTANHO IZ M 25.12.17 1,67
83 2116 (C) PROENÇA CASTANHO IZ F 11.01.18 1,71
84 2118 (C) PRECIOSA CASTANHO IZ F 07.11.17 1,66
85 2121 (C) POLONEZA CASTANHO IZ F 09.12.17 1,66
● Cavalos do 2º Esquadrão
Nº SOLÍPEDE NOME IZ SEXO NASC ALTURA
1 21 BERGAMO IZ M 04.11.05 1,67
2 46 TINA RND F 06.01.06 1,68
3 80 XEQUE-MATE IZ M 08.11.02 1,65
4 306 ZUBA IZ F 06.01.03 1,63
5 316 ZEUS IZ M 17.11.05 1,6
6 319 ZAPI IZ M 23.11.03 1,71
7 358 AUSTRIA IZ F 28.10.04 1,63
8 1010 NAVAL RND M 01.10.02 1,6
9 1015 ALAMO RND M 01.10.04 1,63
10 1022 NAVEGANTE RND M 01.10.02 1,6
224
FVR
1947 1,54
1948 1,53
● Cavalos do 3º Esquadrão
● Equoterapia
2017
Sind. RPMon-01/13/17 – Solípede s/nº;
Sind. RPMon-04/13/17 – Solípede nº 1129 – Indaiatuba – Tordilho – 3° ESQD;
Sind. RPMon-05/13/17 – Solípede nº 1151 – Região Sul – Alazão _ 2° ESQD;
Sind. RPMon-08/13/17 – Solípede nº 1131 – Indaiatuba – Tordilho – 3° ESQD;
Sind. RPMon-09/13/17 – Solípede nº 1057 – BH – Castanho
Sind. RPMon-14/13/17 – Solípede nº 1258 – Remonta – Castanho
Sind. RPMon-16/13/17 – Solípede nº 273 – (nil);
Sind. RPMon-22/13/17 – Solípede nº 112 - òbito e 1299 – BH – Castanho.
Totalizando 08 (oito) sindicâncias.
2018
Sind. RPMon-10/13/18 – Solípede nº 1110 – BH – Castanho – 1° ESQD;
Sind. RPMon-16/13/18 – Solípede nº 1304 – BH – Alazão – 3° ESQD;
Sind. RPMon-28/13/18 – Solípede nº 1143 – Tiete Sp – Tordilho – Destacamento de Taubaté;
Sind. RPMon-35/13/18 – Solípede nº 1261 – Indaiatuba – Castanho – Destacamento de Mauá.
Totalizando 04 (quatro) sindicâncias.
2019
Sind. RPMon-03/13/19 – Solípede nº 1413 – Sem Raça Definida – Castanho – Destacamento de
S.J. do Rio Preto;
Sind. RPMon-14/13/19 – Solípede nº 1327 – BH – Alazão - 2° ESQD;
Sind. RPMon-16/13/19 – Solípede nº 1285 – BH – Castanho – 1° ESQD;
Sind. RPMon-24/13/19 – Solípede nº 1377 Obito em 2020;
Sind. RPMon-25/13/19 – Solípede nº 1372 BH – Preta – 1° ESQD;
Sind. RPMon-30/13/19 – Solípede nº 1401,
Totalizando 06 (seis) sindicâncias.
2020
Sind. RPMon-07/13/20 – Solípede nº 1084 – BH – Castanha – Destacamento de Avaré;
Sind. RPMon-14/13/20 – Solípede s/nº
Sind. RPMon-16/13/20 – Solípede nº 1966 - S.R.D – Alazão – Destacamento de Barretos;
Sind. RPMon-19/13/20 – Solípede nº 1955 – S.R.D – Alazão – Destacamento de Barretos;
Sind. RPMon-24/13/20 – Solípede nº 1913 – BH – Alazão;
Sind. RPMon-25/13/20 – Solípede nº 1026 – S.R.D Alazão 2° ESQD;
Sind. RPMon-26/13/20 – Solípede nº 1932 – S.R.D – Castanho – 1° ESQD;
228