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O PROCESSO DE ENSINO NO CURSO DE

FORMAÇÃO DE SOLDADOS NA POLÍCIA


MILITAR DE ALAGOAS ATRELADO À
REALIDADE DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS À
COMUNIDADE
The teaching process in the initial training course of
soldiers in the Military Police of Alagoas linked to
the reality of community service provision

Roberto Santos Junior1


José Humberto Silva Filho2
Cecilio Argolo Junior3

RESUMO ABSTRACT
Este estudo teve por objetivo compreender This study aimed to understand if the
se o processo de formação inicial dos soldados da process of initial training of PMAL soldiers
PMAL está “equalizado” com a realidade enfrentada is “equalized” with the reality faced by security
pelos agentes de segurança no momento da prestação agents when providing services to the community.
dos serviços à comunidade. Para tanto, foi realizado To this end, a crossover of data from the records
um cruzamento de dados advindos dos registros of the Call and Dispatches Center (CAD) was
da Central de Atendimento e Despachos (CAD), made, made from the calls by the 190, revealing
feito a partir das chamadas pelo 190, revelando the main types of occurrences attended by the
os principais tipos de ocorrências atendidas pela Military Police of Alagoas in the first half of
Polícia Militar de Alagoas no primeiro semestre 2018. The research developed was bibliographic due
de 2018. A pesquisa desenvolvida foi bibliográfica to being a systematized study using as instrument
em decorrência de ser um estudo sistematizado laws, decrees, norms and regulations as well as the
utilizando-se como instrumento leis, decretos, inductive method, in a quantitative and qualitative
normas e regulamentos e método indutivo, em approach. In this sense, it was observed that the set
uma abordagem quanti-qualitativa. Nesse sentido of competences taught in the constable formation

1  Curso Superior de Polícia, turma 2019. Especialista em Direitos Humanos. Bacharel em Segurança Pública. Oficial
Superior da Polícia Militar de Alagoas ocupando o Posto de Tenente-Coronel. Professor da Academia de Polícia Militar
Senador Arnon de Mello, em Maceió, Alagoas. E-mail: cap.roberto12@hotmail.com.
2  Mestre em Sociologia. Bacharel em Ciências Econômicas. Pesquisador. Professor da Academia de Polícia Militar
Senador Arnon de Mello, em Maceió, Alagoas.
3  Doutorando em Psicologia Clínica. Mestre em Direitos Fundamentais. Mestre em Pesquisa em Saúde. Bacharel em
Psicologia e Psicólogo Clínico. Bacharel em Direito. Psicólogo-Pesquisador. Professor da Academia de Polícia Militar
Senador Arnon de Mello, em Maceió, Alagoas.

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foi observado se o conjunto de competências course, be they cognitive, attitudinal and operative
ensinadas no curso de formação de praças, sejam competences, are in line with the competences
elas competências cognitivas, atitudinais e operativas, required for the effective attendance of occurrences.
estão em consonância com as competências exigidas Thus, it was found that the highest number of
para o atendimento eficaz das ocorrências. Destarte, occurrences attended is related to operative skills
constatou-se que o maior número de ocorrências
(approaches to suspects), however, in the training
atendidas se volta para as competências operativas
(abordagens a suspeitos), no entanto, no processo process, the applied disciplines emphasize cognitive
de formação, as disciplinas aplicadas dão ênfase às skills (domain of legislation). Thus, it can be seen
habilidades cognitivas (domínio da legislação). Assim, that the dynamics of the activities performed by
vê-se que a dinâmica das atividades desempenhadas the police are constantly changing and that, to
pela Polícia se altera constantemente e que, para gradually correct this dissonance, a (re)formulation
corrigir gradualmente essa dissonância se faz of the menus that includes contents and disciplines
necessária uma (re)formulação das ementas que inclua that approximates the initial formation of the
conteúdos e disciplinas que aproxime a formação “real action” of the Military Police, as well as
inicial do “real fazer” da Policia Militar, bem como
the creation of an organizational culture that is
é preciso a criação de uma cultura organizacional
capable of constantly evaluating its activities with
que seja capaz de avaliar constantemente as suas
atividades com a perspectiva de aprimorar, dentre the perspective of improving, among other factors,
outros fatores, o nível de formação de seus agentes. the level of training of its agents.

PALAVRAS-CHAVE KEYWORDS
Formação policial, educação corporativa, ocorrência Police training, corporative education,
policial. police report.

SUMÁRIO: 1 Introdução. 2 Designíos da formação policial. 3 Análise das ocorrências


atendidas pela Polícia Militar de Alagoas. 4 Ocorrência sem ilicitude. 5 Principais ocorrências atendidas
pelos policiais militares em serviço nas unidades que compõem o comando de policiamento da capital.
6 Análise da natureza ocupacional da polícia militar. 7 Distribuição percentual da matriz curricular do
curso de formação de praças (CFP) por competências. 8 Considerações finais. 9 Referências.

SUMMARY: 1 Introduction. 2 Designs of police formation. 3 Analysis of occurrences attended to by the


Alagoas Military Police. 4 Reports without illegality. 5 Major occurrences attended to by military police serving in
units composing the capital’s police command. 6 Analysis of the occupational nature of military police. 7 Percentual
distribution of the curricular matrix of the constable formation course (CFP) through competences. 8 Final considerations.
9 References.

1 INTRODUÇÃO

A Polícia Militar tem como função constitucional a atuação no policiamento


ostensivo e preventivo, baseado no art. 144 da Constituição da República de 1988, estando
seu atendimento em situações das mais simples às mais complexas, com o único objetivo
de manter a ordem pública, razão pela qual é importante uma formação adequada.
A formação profissional e a capacitação contínua são dimensões fundamentais
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do policiamento ostensivo, atividade constitucional da Policial Militar. O profissional


de segurança pública precisa estar habilitado para desenvolver com excelência as
suas atribuições, levando em consideração que ele lida com problemas sociais de alta
complexidade, precisando estar preparado para manejar de maneira adequada os meios
técnicos de maior eficácia, seja em nível operacional e tático ou mesmo estratégico.
Tal Corporação tem sofrido transformações ao longo do tempo para acompanhar
a evolução da sociedade e fazer face aos desafios de proporcionar segurança diante de
um quadro constante de mudanças de hábitos, costumes de leis que criam, extinguem,
dilatam ou restringem seus direitos e deveres.
Diante desse panorama, verifica-se que a construção do perfil de policial militar
necessário para o atendimento das novas exigências sociais por segurança pública passa
obrigatoriamente pelo processo de formação profissional.
A Polícia Militar em sua estrutura de ensino, possui o Centro de Formação de
Praças, cujo objetivo é a formação e aperfeiçoamento dos Praças da Corporação que,
tomando por base essa demanda, que vêm através, do Curso de Formação de Praças,
proporcionar à PMAL sólida formação profissional, em consonância com o ordenamento
jurídico vigente, lastreando-a na missão constitucional das Polícias Militares e em seus
princípios e valores de humanização, legalidade, ética, moralidade, imparcialidade,
eficiência, agilidade, dignidade, qualidade, confiança, segurança e impessoalidade.
Dentro desta pesquisa, de forma pioneira, será realizado o cruzamento entre as
principais ocorrências atendidas e as matérias lecionadas no curso de formação. Para tanto,
demos ênfase ao nível operacional de atuação do agente de segurança pública, verificando
se os conhecimentos adquiridos estão condizentes com as realidades enfrentadas no seu
cotidiano, momento em que iremos fazer uma relação com as principais ocorrências
atendidas pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP), através
dos chamados advindos pelo telefone 190.
O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica,
construído através de uma literatura atualizada além de leis, decretos, normas e
regulamentos necessários para a compreensão do objeto apresentado. O método
utilizado foi o indutivo, haja vista tal raciocínio ter como objetivo explicar o conteúdo
das premissas e, ainda, pela caracterização das conclusões que devem, necessariamente,
ser verdadeiras, partindo de uma lógica formal. Houve uma abordagem mista, quanti-
qualitativa, em decorrência de considerar o uso de métodos e técnicas estatísticas, e
quanto aos fins, explicativa, pois o principal objetivo foi a construção de insights para a
tomada de decisão estratégica no âmbito da PMAL.
Nesse cenário, a complexidade do fenômeno da criminalidade violenta - problema
social que a atividade policial se debruça de maneira mais direta e imediata - exige do
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operador e do gestor a capacidade de compreender a dinâmica criminal e as inúmeras


possibilidades de intervenção e controle que possam ser operacionalizadas nos marcos
do Estado de Direito, o que não é uma tarefa trivial como bem salientou a pesquisadora
Jacqueline Muniz, em um artigo publicado no ano de 2001 na Security and Defense Studies
Review, ao afirmar que ser a representação mais visível do Estado no cotidiano das
pessoas não é uma posição confortável e que em cada ocorrência atendida, os requisitos
da legalidade e da legitimidade não são uma simples atribuição que pode ser equacionada
tão somente com as técnicas tradicionais de adestramento militar, sendo indispensável o
desenvolvimento de capacidades individuais de tomada de decisão em situações voláteis
e com um elevado grau de aleatoriedade.
Dessa forma, um dos mecanismos mais eficientes para o aperfeiçoamento
profissional, frente às demandas, são cursos de pequena e média duração. A Lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996, e o Decreto nº 5.154 de 23 de julho de 2004, que enfatiza
as diretrizes e bases da educação nacional, estabelecem parâmetros sobre os cursos
de formação profissional continuada ou qualificação profissional, bem como a Matriz
Curricular Nacional que é um referencial teórico-metodológico para as ações formativas
dos profissionais da área de segurança pública. Nessa perspectiva, os cursos precisam
estar alinhados com uma política de Estado que coopte as necessidades imediatas dos
gestores e operadores da segurança pública.
A criação e a oferta de um curso de capacitação profissional precisam
necessariamente corrigir falhas que comprometam a eficácia da ação policial. Para isso,
é de vital importância a elaboração de diagnósticos da presente situação do ensino
ofertado pela Corporação que inclua desde as práticas de atuação até os saberes formais
e informais produzidos, as propostas de reformulação já tentadas, as expectativas
dos profissionais segundo suas graduações, as estruturas atuais, modelos pedagógicos
vigentes, bem como as disciplinas e conteúdos ofertados. Sendo assim, formar-se-ia um
conjunto de evidências que orientaria a tomada de decisão frente às formatações das
ementas e currículos, métodos e técnicas de ensino e avaliação.
Por fim, as Instituições precisam estar sempre melhorando o processo de formação
de seus agentes, pois, para o enfrentamento das ocorrências, é preciso que os militares
ajam com clareza dentro do melhor procedimento a ser tomado.

2 DESIGNÍOS DA FORMAÇÃO POLICIAL

O processo de formação deve disponibilizar ao policial os conhecimentos


necessários para o desempenho de sua atividade cotidiana. Contudo, a natureza
do trabalho policial é complexa. Em uma sociedade democrática, o policial deve ser

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proativo e buscar atuar na resolução de problemas. Sendo assim, as possibilidades de


emprego do policial se ampliam, emergindo nesse contexto sua complexidade. Dessa
forma, o processo de formação deve abranger conhecimentos de ordem jurídica, social,
psicológica, e de expertises inerentes à atividade policial (BASÍLIO, 2008).
Para Basílio (2008), compreender o que o policial realiza diariamente é o primeiro
passo para a análise da eficiência de um programa de formação policial. O treinamento
deve estar intimamente relacionado com o serviço a ser desempenhado na sociedade.
Diante dessa realidade, procurou-se contextualizar o trabalho policial em uma sociedade
democrática. A autonomia da ação policial, no contexto social, está intrinsecamente
relacionada com a instrumentalização conceitual que o operador de segurança pública
possui.
Atualmente, a Polícia Militar do Estado de Alagoas possui uma lei específica que
trata sobre o ensino na Corporação, e a Lei nº 6.568, de 6 de janeiro de 2005, a saber:
Institui na polícia militar e no corpo de bombeiros militar do Estado de Alagoas o sistema
de ensino militar e dá outras providências. Podemos também observar que essa lei, em
seu art. 1º, Parágrafo Único, determina que, in verbis:

[...] O Sistema de Ensino ora instituído tem por finalidade formar, aperfeiçoar,
especializar e treinar o efetivo das Corporações Militares, bem como oferecer ensino
básico aos dependentes de seus integrantes, com abrangência a outras crianças e
adolescentes do Estado de Alagoas.

Para tanto, dentro desse sistema de ensino, evidencia-se a oportuna presença


do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), cujo regulamento foi
aprovado através do Decreto nº 1.818, de 2 de abril de 2004, descrevendo em seu art.
1º, o seguinte:

O Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) é o estabelecimento


de ensino da Polícia Militar do Estado de Alagoas que tem por missão formar,
aperfeiçoar, habilitar e especializar graduados e soldados da Corporação através de
cursos e estágios.

E um ponto muito pertinente em nossa pesquisa é o que cita o Art. 2º do dispositivo


acima, relatando que o Ensino no CFAP objetiva desenvolver e aprimorar no policial
militar atributos morais e profissionais indispensáveis ao perfeito desempenho das
atividades da Corporação, ficando clara a infinita importância do processo de formação,
frente ao resultado que será visto durante o serviço policial militar.
Uma das frentes de combate dos problemas relacionados à segurança pública
diz respeito à formação policial. Por tais razões, “[...] é comum, quando se questiona o
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desempenho das polícias, relacionar o mau desempenho com despreparo, e atribuir [...] à
má formação” (KANT DE LIMA, 2007, p. 73).
Essa tripla associação, mau desempenho versus despreparo profissional versus
má formação técnica, contribuiu significativamente para dar destaque nos planos e
projetos governamentais à formação policial. Primeiro porque eram evidentes a debilidade
e o atraso técnico-científico do ensino nas academias de polícia, estruturado seguindo
a formação hierarquizada do Exército e por técnicas jurídico-positivistas e militaristas,
frente às exigências e à complexidade dos fenômenos sociais que são colocados para
as organizações policiais, segundo o Programa Nacional de Educação em Direitos
Humanos (2004, p. 36), porque o ensino nas academias de polícia se norteia por valores e
ideologia que diferem de uma concepção de polícia vista como instrumento de cidadania
e protagonista “[...] na construção de uma cultura de paz e defesa dos direitos humanos”.

3 ANÁLISE DAS OCORRÊNCIAS ATENDIDAS PELA POLÍCIA MILITAR


DE ALAGOAS

Para a construção da análise foram utilizados os registros das ocorrências atendidas


pela Polícia Militar de Alagoas entre os meses de janeiro e julho de 2018 (1º semestre).
Nesse período, foram atendidas 24.912 ocorrências distribuídas em 15 legislações
diferentes, e mais um conjunto de ocorrências sem ilicitude, como é possível verificar no
quadro que segue:

QUADRO 1 – Grupo Crimes de Ocorrências atendidas pela PMAL no primeiro


semestre de 2018 em Alagoas.

GRUPO NOMINAIS LEGISLAÇÃO CPC CPI GERAL %


Ocorrência sem ilicitude -  5.143 2.819 7.962 31,961%
Código penal Decreto-lei no 2.848 4.892 3.014 7.906 31,736%
Contravenções penais Decreto-lei nº 3.688 2.100 721 2.821 11,324%
Lei Maria da Penha Lei nº 11.340 1.565 456 2.021 8,113%
Lei de tóxicos ou drogas Lei nº 11.343 825 248 1.073 4,307%
Ocorrência de trânsito Lei nº 9.503 208 864 1.072 4,303%
Estatuto do desarmamento Lei no 10.826 807 257 1.064 4,271%
Crimes ambientais Lei nº 9.605 10 591 601 2,412%
Crime de trânsito Lei nº 9.503 182 150 332 1,333%
Infrações de trânsito Lei nº 9.503 3 31 34 0,136%
ECA Lei nº 8.069 5 4 9 0,036%

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Estatuto do torcedor Lei no 10.671 7 0 7 0,028%


Lei das loterias Decreto-lei nº 204 5 0 5 0,020%
Racismo Lei nº 7.716 3 0 3 0,012%
Defesa do consumidor Lei 8.078 1 0 1 0,004%
Tortura Lei nº 9.455 1 0 1 0,004%
TOTAL - 15.757 9.155 24.912 100%

Fonte: NEAC/SEDS.

O Comando do Policiamento da Capital (CPC) foi responsável por 63,3% dos


atendimentos, enquanto o Comando do Policiamento do Interior (CPI) assumiu 36,7%.
É possível apontar pelo menos duas hipóteses para esse fenômeno: (1) Grandes
Concentrações urbanas amplificam os conflitos sociais e os fatores de risco que causam
criminalidade; ou (2) A baixa notificação de ocorrência pode estar associada à carência de
Centros de Atendimento e Despacho nas unidades operacionais do interior (190).
Uma constatação interessante é a de que grande parte do trabalho do policial
militar está relacionada ao atendimento de ocorrência de menor potencial ofensivo e de
naturezas não criminais.
Um exemplo claro são as ocorrências de Abordagens a Indivíduos Suspeitos
contidas no grupo nominal Ocorrências sem Ilicitude. Nesse período foram feitas 2.322
abordagens.
Dito isto, fazemos considerações importantes, nas quais para facilitar a análise,
foi dada ênfase apenas a 15.757 registros das ocorrências atendidas pelo Comando de
Policiamento da Capital. Tratando-se de uma pesquisa exploratória, não serão analisadas
variáveis como tempo de atendimento, local do atendimento, unidades operacionais, e
outras.

4 OCORRÊNCIA SEM ILICITUDE

As ocorrências sem ilicitude formam um conjunto de procedimentos operacionais


ou administrativos que não está vinculado a um tipo penal específico. Foi possível
identificar 71 tipos diferentes de ocorrência, no entanto 20 deles representaram 98,3%
do total.
É importante ressaltar que 35,9% do total das ocorrências sem ilicitude são
formadas por abordagens a indivíduos suspeitos. Abordar é uma ação de policiamento
ostensivo por excelência. Através das abordagens é que armas, drogas e veículos roubados
podem ser recuperados.
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QUADRO 2 – Ocorrências sem ilicitude atendidas pela PMAL no Primeiro


Semestre de 2018 pelo CPC.

NATUREZA DA OCORRÊNCIA QUANT. %. % ACUM.


Abordagem de suspeito 1847 35,9% 35,9%
Apoio a instituições públicas 1101 21,4% 57,3%
Outras ocorrências 762 14,8% 72,1%
Veículo encontrado / recuperado / 497 9,7% 81,8%
entregue
Cumprimento de mandado judicial 282 5,5% 87,3%
Outros 112 2,2% 89,5%
Apoio à policial militar 89 1,7% 91,2%
Achado de cadáver 59 1,1% 92,3%
Acidente de trânsito com vítima 42 0,8% 93,2%
Morte a esclarecer 41 0,8% 94,0%
Manifestação pública 40 0,8% 94,7%
Tentativa de suicídio 33 0,6% 95,4%
Acidente de trânsito sem vítima 32 0,6% 96,0%
Apoio a instituições privadas 32 0,6% 96,6%
Atendimento a paciente psiquiátrico 22 0,4% 97,0%
Apoio a outros órgãos policiais 18 0,3% 97,4%
Apreensão de arma de fogo sem autoria 14 0,3% 97,7%
(desova)
Disparo de alarme 13 0,3% 97,9%
Pessoa desaparecida 10 0,2% 98,1%
Suicídio 9 0,2% 98,3%

Fonte: NEAC/SEDS.

Neste trabalho não se analisou a proporção entre as abordagens que decorreram de


solicitações pelo 190 e das que foram feitas por iniciativa do policial militar. Comprovamos
que a abordagem policial é uma ação extremamente complexa, pois envolve o contato
direto do policial militar e a população de uma forma geral. Pode ser uma ocorrência
de alto risco já que criminosos contumazes podem reagir colocando a vida do policial
em risco, sobretudo integrantes de organizações criminosas ou indivíduos sob efeito de
drogas e portadores de transtornos mentais. O apoio a instituições públicas é o segundo
tipo de ocorrência que ocupa o trabalho policial nas ocorrências sem ilicitude. O mais
recorrente é o apoio dado ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
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5 PRINCIPAIS OCORRÊNCIAS ATENDIDAS PELOS POLICIAIS


MILITARES EM SERVIÇO NAS UNIDADES QUE COMPÕEM O COMANDO
DE POLICIAMENTO DA CAPITAL

O quadro 3 traz as principais ocorrências atendidas pela Polícia Militar no primeiro


semestre de 2018, nas unidades que compõem o Comando de Policiamento da Capital
(CPC). Foram 259 tipos de ocorrência diferentes, sendo que 22 tipos de ocorrência
respondem por 86,8%. Um típico caso do Princípio de Pareto (também conhecido como
regra do 80/20), onde para muitos eventos, aproximadamente 80% dos efeitos vêm de
20% das causas.

QUADRO 3 – Ocorrências atendidas pela PMAL no Primeiro Semestre de 2018


pelo CPC.

GRUPO CRIME NATUREZA DA OCORRÊNCIA QUANT. % %∑


Ocorrência sem ilicitude Abordagem de suspeito 1847 11,7% 11,7%
Lei Maria da Penha Violência contra a mulher 1565 9,9% 21,7%
Código Penal Ameaça 1283 8,1% 29,8%
Perturbação do sossego ou trabalho
Contravenções penais 1219 7,7% 37,5%
alheio
Ocorrência sem ilicitude Apoio a instituições públicas 1101 7,0% 44,5%
Código Penal Roubo 787 5,0% 49,5%
Ocorrência sem ilicitude Outras ocorrências 762 4,8% 54,4%
Lei de tóxicos ou drogas Tráfico 605 3,8% 58,2%
Código Penal Lesão corporal 546 3,5% 61,7%
Código Penal Violação de domicilio 522 3,3% 65,0%
Veículo encontrado / recuperado /
Ocorrência sem ilicitude 497 3,2% 68,1%
entregue
Contravenções penais Vias de fato 442 2,8% 70,9%
Estatuto do Disparo de arma de fogo 355 2,3% 73,2%
Desarmamento
Contravenções penais Perturbação da tranquilidade 336 2,1% 75,3%
Código Penal Furto 322 2,0% 77,4%
Ocorrência sem ilicitude Cumprimento de mandado judicial 282 1,8% 79,1%
Código Penal Homicídio 273 1,7% 80,9%
Estatuto do Porte de arma 208 1,3% 82,2%
Desarmamento
Código Penal Tentativa de homicídio 198 1,3% 83,5%
Código Penal Dano 188 1,2% 84,6%

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Estatuto do Porte ilegal de arma de fogo 181 1,1% 85,8%


Desarmamento
Contravenções penais Embriaguez ao volante 160 1,0% 86,8%

Fonte: NEAC/SEDS.

No quadro 3 é possível verificar os 22 tipos de ocorrência mais recorrentes


nos atendimentos feitos pelo CPC, como também os 5 tipos de legislação que mais
ocupam o trabalho da polícia militar: Código Penal, Contravenções Penais, Estatuto
do desarmamento, Lei de tóxico ou drogas, Maria da Penha e mais um conjunto de
ocorrências sem ilicitude.

6 ANÁLISE DA NATUREZA OCUPACIONAL DA POLÍCIA MILITAR

O desafio agora é propor uma modelagem de habilidades que o policial militar


precisa adquirir no processo de formação inicial e continuada a partir das principais
ocorrências registradas na Central de Atendimento e Despachos (CAD).
A Matriz Curricular Nacional estabelece três competências que o profissional de
segurança pública precisa desenvolver para a realização do seu trabalho:

QUADRO 4 – Resumo das Competências Básicas inerentes ao Policial Militar.

Cognitiva Operativas Atitudinais

• Domínio de • Conhecer técnicas • Capacidade de


legislação de abordagem, trabalhar sob
pertinente; contenção e pressão;
• Capacidade de condução de • Inteligencia
compreender os suspeitos; emocional;
aspectos gerais da • Ter habilidades no • Habilidade de
dinâmica criminal. uso de tecnologias comunicação
de informação e interpessoal.
comunicação.
• dinâmica criminal.

Fonte: Matriz Curricular Nacional/SENASP.

Uma boa formação precisa atentar para o desenvolvimento das três competências.
As disciplinas precisam ser pensadas de forma que possam produzir no policial militar a
capacidade de adquirir ou potencializar essas habilidades. Trabalhar sob pressão é uma
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habilidade fundamental do policial militar, realidade essa que precisa ficar muito clara.
O conhecimento das principais legislações também é outro aspecto importante.
Concomitantemente, o aspecto processual e administrativo também necessita de atenção
especial. O policial precisa saber quais procedimentos devem ser adotados para cada
tipo de situação e, para que isso seja possível, é imprescindível capacidade para pensar
de forma rápida a partir de protocolos pré-estabelecidos (Procedimentos Operacionais
Padrão).
O critério utilizado para a classificação foi o da ênfase da competência a ser utilizada
no contato inicial, assim que se depara com a ocorrência. A pergunta a ser feita seria: qual
competência o policial irá utilizar dentro da legalidade e da razoabilidade para fazer o contato inicial
com a vítima, autor ou solicitante? 1. Utilizar técnicas de abordagem a suspeito, contenção,
condução; 2. Verbalizar e compreender o motivo do conflito. Daí a importância em saber
qual procedimento (legal ou administrativo) será utilizado.

QUADRO 5 – Relação entre ocorrência e competências.

NATUREZA DA
COMPETÊNCIAS QUANT. % SOMATÓRIO
OCORRÊNCIA
Atitudinais Violência contra a mulher 1565 11,44%
Atitudinais Ameaça 1283 9,38%
Perturbação do sossego ou
Atitudinais 1219 8,91%
trabalho alheio 36,18%
Atitudinais Lesão corporal 546 3,99%
Perturbação da
Atitudinais 336 2,46%
tranquilidade
Apoio a instituições
Cognitivas 1101 8,05%
públicas
Cognitivas Outras ocorrências 762 5,57%
Veículo encontrado /
Cognitivas 497 3,63%
recuperado / entregue
Cognitivas Furto 322 2,35% 25,59%
Cognitivas Homicídio 273 2,00%
Cognitivas Tentativa de homicídio 198 1,45%
Cognitivas Dano 188 1,37%
Cognitivas Embriaguez ao volante 160 1,17%
Operativas Abordagem de suspeito 1847 13,50%
Operativas Roubo 787 5,75% 38,23%
Operativas Tráfico 605 4,42%

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Operativas Violação de domicílio 522 3,82%


Operativas Vias de fato 442 3,23%
Operativas Disparo de arma de fogo 355 2,60%
Cumprimento de mandado 38,23%
Operativas 282 2,06%
judicial
Operativas Porte de arma 208 1,52%
Operativas Porte ilegal de arma de fogo 181 1,32%

Fonte: com adaptação do autor.

A partir dessa proposta de modelagem, é possível verificar que as competências


operativas seriam as mais necessárias para o trabalho policial com 38,23%, em seguida
viriam as competências atitudinais com 36,18%, e por fim as cognitivas com 25,59%. De
uma forma geral, as três competências são necessárias e fundamentais para esse trabalho.
As disciplinas de um curso de formação precisam potencializar as três atitudes no
policial militar. Trata-se de competências básicas, essenciais ao trabalho de policiamento
ostensivo, ou seja, o trabalho operacional.

7 DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DA MATRIZ CURRICULAR DO CURSO


DE FORMAÇÃO DE PRAÇAS (CFP) POR COMPETÊNCIAS

Uma segunda tentativa foi a de relacionar as disciplinas do Curso de Formação de


Praças com os três tipos de competências. A pergunta seria: em qual competência esta
disciplina enfatiza seus conteúdos? Respondendo essa pergunta, foram construídos os
modelos do quadro abaixo.

QUADRO 6 – Relação entre disciplinas do CFP e competências.

Gerenciamento de crises 60
Atitudinais Agente de trânsito 24 11%
Relações humanas e interpessoais 20
Policiamento ostensivo geral 100
Cidadania e direitos humanos 60
Fundamentos jurídicos da atividade policial 60
Cognitivas 54%
Ordem unida 60
Polícia comunitária 60
Normas e regulamentos institucionais 45

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Documentação técnica 30
Fundamentos do Direito Militar 30
Preservação do local de crime 30
Cognitivas 54%
Abordagem sociopsicológica da violência e do crime 20
História da PMAL 20
Libras 20
Condutor de viaturas policiais 66
Treinamento físico militar 60
Uso diferenciado da força 60
Operativas Bastão perseguidor (BP-60) 40 32%
Defesa pessoal 40
Técnicas em baixa luminosidade 30
Telecomunicações PM. 20

Fonte: com adaptação do autor.

Dessa forma, fica evidente que a competência cognitiva é a que se faz mais
presente dentro do conteúdo proposto para o Curso de Formação de Praças, com 56%,
em 12 disciplinas no total de 22. Por sua vez, a competência atitudinal é a que menos se
apresenta, com apenas 11%, em 3 disciplinas, como se vê no gráfico abaixo:

GRÁFICO 1 – Proporção das disciplinas atuais do CFP por habilidades.

Fonte: com adaptação do autor.

Assim, propomos, de acordo com o gráfico abaixo, a divisão das habilidades


necessárias aos agentes de segurança, para atender às principais ocorrências registradas/
atendidas pelo CAD, havendo em uma proporção de 38% para as competências operativas,
36% para as competências atitudinais e 26% para as competências cognitivas.
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GRÁFICO 2 – Proporção das habilidades necessárias para atender às ocorrências


registradas no CAD.

Fonte: com adaptação do autor.

Desta forma, fica evidente a real necessidade de uma (re)formulação das ementas,
baseadas em aspectos positivados através da análise feita entre o cruzamento das
competências existentes na Matriz Curricular Nacional, das competências ensinadas no
Curso de Formação de Praças e as competências necessárias para o atendimento das
principais ocorrências atendidas.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Trata-se de um estudo pioneiro, dentro do ambiente militar, de caráter exploratório


e que abre grandes possibilidades de análise e novos objetos de investigação, no entanto
é possível concluir, a partir dos dados evidenciados e dos parâmetros utilizados neste
estudo, bem como da experiência diária, que existe uma relevante dissonância entre
as competências exigidas pelo serviço operacional, diariamente desempenhado pelos
Policiais da corporação, e o padrão de competências transmitidas durante o Curso de
Formação de Praças.
Vemos que a formação profissional e a capacitação contínua são dimensões
fundamentais do policiamento ostensivo, atividade constitucional da Policial Militar.
Nesse sentido, o agente de segurança pública precisa estar habilitado para desenvolver
com excelência as suas atribuições, levando em consideração que ele lida com problemas
sociais de alta complexidade, precisando estar preparado para manejar de maneira
adequada os meios técnicos de maior eficácia, seja em nível operacional e tático ou
mesmo estratégico.
Assim, neste trabalho, construímos a proposta de um perfil de policial militar
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necessário para o atendimento das novas exigências sociais, tendo como base as
competências existentes na Matriz Curricular Nacional, instituída pela SENASP,
devendo esse perfil ser trabalhado obrigatoriamente no processo de formação profissional,
e em um segundo plano, com a capacitação continuada.
Para o andamento da pesquisa, demos ênfase ao nível operacional de atuação do
agente de segurança pública, fazendo um comparativo dos conhecimentos adquiridos
no processo de formação e se estes estão condizentes com as principais ocorrências
atendidas pelo CIOSP (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública).
Foi observado que o maior número de ocorrências atendidas é voltado para as
competências operativas, no entanto, no processo de formação, as disciplinas aplicadas
dão ênfase às habilidades cognitivas. Desta forma, fica evidente a necessidade de uma
(re)adequação do processo de ensino, distribuindo as disciplinas por competência,
visando tornar o operador de segurança pública capaz de atender com mais eficiência as
ocorrências demandadas pela sociedade.
Por fim, vê-se que a dinâmica das atividades desempenhadas pela Polícia se altera
constantemente e que, para corrigir gradualmente essa dissonância, se faz necessária uma
adequação das ementas que inclua conteúdos e disciplinas, aproximando a formação
inicial dos Praças do “real fazer” da Policia Militar, bem como é preciso a criação de uma
cultura organizacional que seja capaz de avaliar constantemente as suas atividades com a
perspectiva de aprimorar, dentre outros fatores, a formação de seus quadros.

9 REFERÊNCIAS

ALAGOAS. Gabinete do Governador. Decreto nº 1.818, de 2 de abril de 2004. Institui o


Regulamento do Centro de Formação De Praça – CFAP, na Polícia Militar e do estado de
Alagoas. Disponível em: https://sistemas.pm.al.gov.br › publico › download › param › set › get›
dist. Acesso em: 18 out. 2019.
ALAGOAS. Gabinete do Governador. Lei nº 6.568, de 6 de janeiro de 2005. Institui na polícia
militar e no corpo de bombeiros militar do estado de Alagoas o sistema de ensino militar e dá
outras providências. Disponível em: http://www.conselhodeseguranca.al.gov.br/legislacao/
corpo-de-bombeiros-militar-de-alagoas/Lei6568-ensino.pdf. Acesso em: 18 out. 2019.
BASILIO, M. P. O desafio da formação do policial militar do estado do Rio de Janeiro:
entre o modelo reativo e o contingencial. XIII Congresso Internacional del CLAD sobre la
Reforma del Estado y de la Administración Pública, Buenos Aires, Argentina, 4 - 7 nov. 2008.
BRASIL. Ministério da Educação.  Decreto nº 5.154, de 23 de julho de 2004. Regulamenta o
§ 2º do art. 36 e os arts. 39 e 41 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional, e dá outras providências. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/D5154.htm. Acesso em: 18
out. 2019.
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ISSN 2178-4396 (on-line) - ISSN 1516-7674 (impresso)

BRASIL. Ministério da Educação.  Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece


as diretrizes e bases da educação nacional. Artigo 80. O Poder Público incentivará o
desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e
modalidades de ensino, e de educação continuada. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf. Acesso em: 18 out. 2019.
BRASIL. Ministério da Justiça. Matriz Curricular Nacional: para ações formativas dos
profissionais de área de segurança pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Brasília.
2014. Disponível em: <https://www.justica.gov.br/central-de-conteudo/seguranca-publica/
livros/matriz-curricular-nacional_versao-final_2014.pdf>. Acesso em: 18 out 2019.
BRASIL. Programa Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: SEDH/
MEC/MJ/UNESCO, 2004.
KANT DE LIMA, R. Direitos Civis, Estado de Direito e “Cultura Policial”: a formação
policial em questão. Revista Preleção - Publicação Institucional da Polícia Militar do Estado
do Espírito Santo, v. 1, p. 67-87, 2007.
MUNIZ, J. O. A crise de identidade das Polícias Militares Brasileiras: Dilemas e
Paradoxos da Formação Educacional. Security and Defense Studies Review, v. 1, p. 187-198,
2001.

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Recebido em: 30.12.2019


Aceito em: 21.01.2020

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