Você está na página 1de 119

SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.

º 145

a. PORTARIA nº 50-CG/17

Dispõe sobre aprovação do Manual

Básico de Abordagem Policial no

âmbito da PMBA.

O COMANDANTE-GERAL DA POLÍCIA MIILTAR DA BAHIA, no

uso de suas atribuições previstas no art. 57, inciso I, alínea “j” da Lei n.º

13.201, de 09 Nov 14,

RESOLVE:

Art. 1º- Aprovar o Manual Básico de Abordagem Policial da PMBA,

para padronização técnica e procedimentos de abordagem policial no âmbi-

to da Corporação;

Art. 2º- O Manual de Abordagem Policial deve ser utilizado como fonte

de doutrina para os cursos de formação, treinamentos e capacitação na Cor-

poração;

Art. 3º- Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revoga-

das as disposições em contrário.

PORTARIA nº 50-CG/17

Pág. 2
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 3
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

A todos os briosos integrantes das

fileiras desta Centenária Milícia de

Bravos que tombaram no exercício

legal e regular do serviço policial

militar.

Pág. 4
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

PREFÁCIO
Quando se pensa em manutenção ou restabelecimento da ordem
pública, deve-se atentar para o fato de que, apesar de a segurança
pública ser responsabilidade de todos, conforme reza o mandamento
constitucional (art. 144, CF 1988), é dever do Estado provê-la à so-
ciedade. Para cumprimento desse mister, cabe a esse Estado instruir,
preparar e manter em constante aperfeiçoamento seus agentes. A polí-
cia é o órgão público de maior envergadura no fiel cumprimento dessa
missão estatal, pois, na busca da prevenção e manutenção da ordem,
mantém diuturnamente agentes ostensivos em todos os rincões, sendo
também responsável pela intervenção imediata nos casos de rompi-
mento do “status quo” dessa ordem e segurança cidadã.
A evolução da violência nos dias atuais tem exigido dessa polícia
treinamento diferenciado, mais arrojado e eficaz, tanto de forma béli-
ca como nas relações sociais e interpessoais. A esse respeito, Veloso
(2008) diz:
“Nem a Polícia Militar nem a Polícia Civil foram
preparadas para o enfrentamento da violência. Para
que as polícias comecem a atuar efetivamente na
busca da segurança cidadã, é necessário que, antes
de tudo, procurem padronizar seus comportamentos
técnicos operacionais diante das mais diversas situ-
ações que possam surgir na atividade diária”. (p.14)

A abordagem policial é a ação de polícia voltada para a inter-


venção propriamente dita, onde, em nome do Estado, os órgãos de
segurança buscam limitar direitos individuais em proveito de um bem
comum e maior, a segurança cidadã. Esta é uma técnica utilizada pela
polícia para interceptar alguém no seu direito de ir e vir, podendo, a

Pág. 5
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

partir da interceptação, realizar, inclusive, a busca pessoal, tudo isso com


objetivo preestabelecido e nos limites da lei.
Todo ato de abordar deve estar embasado numa motivação legal.
Não deve ser um ato isolado ou arbitrário do Estado ali representado. Essa
motivação deve ser explicitada para o abordado assim que for possível, a
fim de fazê-lo compreender a ação da polícia e o uso do poder do Estado
para limitar ou impedir direitos individuais em prol de um bem social ou
coletivo.
Ocorrências policiais desastrosas têm sido alvos de críticas e têm
levado muitos profissionais aos tribunais; quando não, à morte. O objetivo
pelo qual esse trabalho fora realizado é proporcionar aos policiais conheci-
mentos técnicos que lhes possibilitem uma atuação eficaz diante de fatos
que exijam intervenção destes, imbuídos da responsabilidade do Estado
de exercer o poder limitativo de atividades e comportamentos individuais
que venham influenciar negativamente na coletividade.
O Manual Básico de Abordagem Policial, elaborado a partir de ex-
periências de diversos instrutores de abordagem, praticadas e testadas
durante anos nas atuações reais diante de ocorrências delituosas ou, ao
menos, suspeitas, evidencia desde o embasamento legal para a ação de
abordar, considerando as normas mais recentes de direito, nacional e in-
ternacional, de proteção à pessoa humana, dos pactos internacionais de
direitos humanos, até as técnicas mais recentes de intervenção policial.
De igual forma, estabelece técnicas diversas de aproximação, posiciona-
mento e execução da abordagem policial a pessoa, esteja ela a pé, em
veículo de passeio ou em transporte coletivo, em edificações ou homiziado
em área de mato.
Todas as técnicas apresentadas foram experimentadas e testadas
visando diminuir riscos e aumentar a precisão da ação e o êxito diante de
uma ocorrência policial. Resultou da reunião de trabalhos escritos pelos
alunos do I Curso de Instrutores de Abordagem da Polícia Militar da Bahia,
em 2000, aperfeiçoados pelos instruendos do II Curso, em 2016 e rati-
ficados pelos coordenadores, a partir de suas experiências práticas como

Pág. 6
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

professores e orientadores nos diversos cursos de formação e aperfeiço-


amento policial no âmbito das polícias brasileiras.
O conhecimento legal de uma ação policial e sua prática são de
importância ímpar para a profissão de polícia, uma vez que, com a téc-
nica se previne acidentes e incidentes e com o conhecimento legal se
certifica a responsabilização pelas ações desenvolvidas.
A proposta é ser um guia para as abordagens policiais, pois, além
do embasamento legal da ação de abordar, também está ilustrado por
imagens que facilitam o entendimento do policial atuante em nome do
Estado.

Antonio Carlos Silva Magalhães - Ten Cel PM

Pág. 7
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

MENSAGEM DO
COMANDANTE-GERAL
Estimados Policiais Militares,

A edição do Manual Básico de Abordagem Poli-


cial é um momento de muita alegria e satisfação para
este Comandante-Geral.
Como um dos precursores da matéria, enquan-
to instrutor de Técnica e Tática Policial Militar, sem-
pre idealizei a implementação da padronização de
técnicas de abordagem na Polícia Militar da Bahia.
Destarte, fico muito feliz por ter concretizado a ideia e por ter contri-
buído para a edição deste importante e pioneiro manual, que contém todo
o arcabouço técnico necessário para que o nosso policial militar possa
realizar o ato de abordar com maior eficiência e eficácia, em consonância
com a legislação brasileira e com as normas Internacionais sobre Direitos
Humanos, e, principalmente, dentro dos padrões de segurança para evi-
tar-lhe os riscos pessoais e as ocorrências policiais desastrosas.
Os desafios da Segurança Pública exigem policiais militares cada vez
mais preparados e em constante treinamento nas diversas modalidades e
formas de atuação, e esse manual é um importante instrumento na busca
da excelência dos serviços prestados pela Polícia Militar.
A Corporação, ao disponibilizar ao público interno este Manual Bási-
co de Abordagem, objetiva que ele sirva como um guia para todos, dando
prosseguimento ao esforço de modernização administrativa e operacional
que vem empreendendo nos últimos anos.
Por fim, agradeço a todos os envolvidos nesse bem-sucedido projeto
e desejo boa sorte e um excelente aprendizado.
Que Deus nos abençoe!

“PM e Comunidade na corrente do bem”.

Anselmo Alves Brandão - Cel PM


Comandante-Geral

Pág. 8
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

AGRADECIMENTOS
Agradecemos, primeiramente, ao Exmo. Sr. Cel PM Anselmo Alves
Brandão, Comandante-Geral da Corporação, pela sensibilidade e visão
estratégica para provocar a atualização e edição do presente Manual.
Ao Sr. Cel PM Lázaro Raimundo Oliveira Monteiro e sua equipe
que abraçaram essa importante missão de atualizar e sistematizar a
produção científica sobre as Técnicas de Abordagem Policial consubs-
tanciadas neste Trabalho.
Aos Oficiais, integrantes da I Turma de Instrutores de Abordagem
da Instituição, que compilaram o primeiro Manual Básico de Aborda-
gem Policial, ainda no ano de 2000, sob a coordenação dos atuais Ten
Cel PM Antônio Carlos Silva Magalhães e Ten Cel PM Lucas Miguez
Palma, reconhecido como trabalho técnico-profissional, através do BGO
007, de 10 de Janeiro de 2013.
Aos facilitadores, instrutores e demais policiais militares envolvi-
dos no I Encontro Interestadual de Especialistas em Técnicas de Abor-
dagem Policial realizado pela Polícia Militar do Estado da Bahia, no ano
de 2015, evento que foi fundamental para a edição deste Manual.
Aos Oficiais Instrutores e instruendos, integrantes da II Turma de
Instrutores de Abordagem Policial no ano de 2016, que, exaustivamen-
te, debruçaram-se sobre este Manual, verificando sua aplicabilidade
prática.
Aos Cap PM Leonardo Moreira Pujol e Monivon dos Santos Costa
pela organização da presente edição; ao 1º Ten PM Eric Robert Rosa
Ramos pela diagramação; ao Subten PM Carlos Alberto de Souza San-
tos e Cb PM Naise Sousa Santos pelas ilustrações e à Cap PM Soraia
Vinhático Neves e Sd 1ª Cl PM Uanderson Costa Sampaio de Matos
pela revisão textual.

Pág. 9
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

SUMÁRIO
CAPÍTULO I - ASPECTOS JURÍDICOS DA ABORDAGEM POLICIAL.............................................................11

CAPÍTULO II - ASPECTOS DOUTRINÁRIOS DA ABORDAGEM POLICIAL ....................................................19

CAPÍTULO III – TÉCNICAS DE BUSCA E EMPREGO DE ALGEMAS NA ABORDAGEM POLICIAL ..................25

CAPÍTULO IV – TÉCNICAS DE ABORDAGEM A PESSOAS A PÉ ................................................................33

CAPÍTULO V - TÉCNICAS DE ABORDAGEM A VEÍCULOS..........................................................................41

CAPÍTULO VI - TÉCNICAS DE ABORDAGEM A VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETIVO..............................56

CAPÍTULO VII - TÉCNICAS DE ABORDAGEM NO MOTOPATRULHAMENTO.................................................66

CAPÍTULO VIII - TÉCNICAS DE PROGRESSÃO DE TROPA ........................................................................75

CAPÍTULO IX - TÉCNICAS DE ABORDAGEM A EDIFICAÇÕES....................................................................82

APÊNDICE “A” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | ABORDAGEM COM EMPREGO DE CÃES.........93

APÊNDICE “B” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | ABORDAGEM COM TROPA MONTADA............96

APÊNDICE “C” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM | ABORDAGEM EM AMBIENTE AQUÁTICO......100

APÊNDICE “D” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM |


PROCEDIMENTOS EM ABORDAGENS COM APOIO AÉREO.....................................................................102

APÊNDICE “E” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM |


PRIMEIRAS RESPOSTAS EM OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO BOMBAS E ARTEFATOS EXPLOSIVOS...........105

APÊNDICE “F” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM |


PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS...........................................................108

APÊNDICE “G” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM |


PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM OCORRÊNCIAS COM REFÉNS..................................................................113

APÊNDICE “H” - TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM –


ABORDAGENS EM CONDIÇÕES DE BAIXA VISIBILIDADE........................................................................116

Pág. 10
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 11
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

A preservação da ordem pública, proteção das pessoas e do patrimônio, apesar de ser


responsabilidade de todos, antes de tudo, é dever do Estado, conforme preceito da Carta Mag-
na brasileira em seu artigo 144. Dentro dessa vertente, a polícia ostensiva possui importante
papel na dissuasão e repressão imediata do delito. Por conta disso, para desempenhar essa
atividade, a polícia faz uso do dever-poder de polícia em virtude da necessidade de limitar
direitos individuais, dentro da necessidade, proporcionalidade e eficácia, em benefício do
interesse público. Extrai-se como importante instrumento desse dever, a abordagem policial.
Nesse contexto, essa atividade policial que impacta, momentaneamente e pontualmen-
te, visando à manutenção da ordem pública, é baseada na natureza de ato administrativo,
com vistas a dar contornos de legalidade nessa atuação. O agente de Segurança Pública deve-
rá agir dentro da lei, sempre alinhando o propósito de tutelar a dignidade da pessoa humana.
Nessa ótica, para melhor entender esse embasamento jurídico, apresenta-se o quadro-
-resumo abaixo da legislação básica pertinente à abordagem policial:

LEGISLAÇÃO ARTIGO TIPIFICAÇÃO DESCRIÇÃO

A casa é asilo inviolável do indivíduo,


ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em
Constituição Federal 5º- XI Proteção da casa caso de flagrante delito ou desastre,
ou para prestar socorro, ou, durante o
dia, por determinação judicial.

Reunir-se pacificamente, sem armas,


em locais abertos ao público, indepen-
dentemente de autorização, desde que
Direito de
Constituição Federal 5º- XVI não frustrem outra reunião anterior-
reunião mente convocada para o mesmo local,
sendo apenas exigido prévio aviso à
autoridade competente.

É assegurado aos presos o respeito à


Constituição Federal 5º- XLIX Direito do Preso integridade física e moral.

Ninguém será preso senão em fla-


grante delito ou por ordem escrita e
Aspectos da fundamentada de autoridade judiciária
Constituição Federal 5º- LXI Prisão competente, salvo nos casos de trans-
gressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei.

O preso será informado de seus direi-


tos, entre os quais o de permanecer
Constituição Federal 5º-LXIII Direito do Preso calado, sendo-lhe assegurada a assis-
tência da família e advogado.

O preso tem direito à identificação dos


Constituição Federal 5º- LXIV Direito do Preso responsáveis por sua prisão ou por seu
interrogatório policial.

Pág. 12
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pacto San José da Direito à Integri- Respeito à integridade física, psíquica



Costa Rica dade Pessoal e moral das pessoas.

A expressão casa compreende: I-


qualquer compartimento habitado; II-
Código Penal aposento ocupado de habitação cole-
150- §4º Expressão casa
Brasileiro tiva; III- compartimento não aberto ao
público, onde alguém exerce profissão
ou atividade.

Não se compreendem na expressão


“casa”: I- hospedaria, estalagem ou
qualquer outra habitação coletiva,
Código Penal Não se compre-
150- §5º enquanto aberta, salvo a restrição do
Brasileiro ende como casa nº II do parágrafo anterior; II- taverna,
casa de jogo e outras do mesmo gê-
nero.

Proceder-se-á à busca pessoal quan-


Busca Pessoal do houver fundada suspeita de que
Código de Processo 240- §2º (Fundada alguém oculte consigo arma proibida
Penal Suspeita) ou objetos mencionados nas letras b a
f e h do parágrafo anterior.

A busca pessoal independerá de


mandado, no caso de prisão ou quan-
do houver fundada suspeita de que
Código de Processo Busca Pessoal e a pessoa esteja na posse de arma
244
Penal Busca Domiciliar proibida ou de objetos ou papéis que
constituam corpo de delito, ou quando
a medida for determinada no curso de
busca domiciliar.

A busca em mulher será feita por outra


Código de Processo Busca Pessoal
249 mulher se não importar retardamento
Penal em Mulher ou prejuízo da diligência.

São condições de acesso e permanên-


Revista Pessoal cia no recinto esportivo, sem prejuízo
Estatuto do Torcedor 13A- III de Prevenção e de outras condições previstas em lei:
Segurança III- consentir com a revista pessoal de
prevenção e segurança.

Pág. 13
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Os funcionários responsáveis pela


aplicação da lei não devem fazer uso
de armas de fogo contra pessoas, sal-
Princípios básicos vo em caso de legítima defesa, defesa
sobre utilização da de terceiros contra perigo iminente
Força e de Armas de de morte ou lesão grave, para preve-
Fogo pelos Funcio- nir um crime particularmente grave
nários Responsáveis que ameaçava vidas humanas, para
pela Aplicação da proceder à detenção de pessoa que
Lei. 8º Congresso 09 Uso da Força represente essa ameaça e que resista
das Nações Unidas à autoridade, ou impedir a sua fuga,
para prevenção ao e somente quando medidas menos
crime e o tratamen- extremas se mostrem insuficientes
to dos delinquentes, para alcançarem aqueles objetivos.
Havana, Cuba, Em qualquer caso, só devem recorrer
1990. intencionalmente à utilização letal de
armas de fogo quando isso seja estri-
tamente indispensável para proteger
vidas humanas.

Nas circunstâncias referidas no prin-


Princípios básicos cípio 9, os funcionários responsáveis
sobre utilização da pela aplicação da lei devem se identi-
Força e de Armas de ficar como tal e fazer uma advertência
Fogo pelos Funcio- clara da sua intensão de utilizarem
nários Responsáveis armas de fogo, deixando um prazo
pela Aplicação da suficiente para que o aviso possa ser
Lei. 8º Congresso 10 Uso da Força respeitado, exceto se esse modo de
das Nações Unidas proceder colocar indevidamente em
para prevenção ao risco a segurança daqueles responsá-
crime e o tratamen- veis, implicar um perigo de morte ou
to dos delinquentes, lesão grave para outras pessoas ou se
Havana, Cuba, mostrar manifestamente inadequado
1990. ou inútil, tendo em conta as circuns-
tâncias do caso.

Não será permitido o emprego da for-


Código de Processo Emprego da ça, salvo a indispensável no caso de
284
Penal Força resistência ou de tentativa de fuga do
preso.

Se houver, ainda que por parte de


terceiros, resistência à prisão em fla-
grante ou à determinada por autorida-
de competente, o executor e as pes-
Código de Processo Emprego da
292 soas que o auxiliam poderão usar dos
Penal Força meios necessários para se defender ou
para vencer a resistência, do que tudo
se lavrará auto subscrito também por
duas testemunhas.

Pág. 14
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Se o executor do mandado verificar


com segurança que o réu entrou ou se
encontra em alguma casa, o morador
será intimado a entregá-lo, à vista da
ordem de prisão. Se não for obedecido
imediatamente, o executor convocará
duas testemunhas e, sendo dia, en-
trará à força na casa, arrombando as
portas, se preciso; sendo noite, o exe-
Código de Processo Emprego da
293 cutor, depois da intimação ao morador,
Penal Força se não for atendido, fará guardar todas
as saídas, tornando a casa incomuni-
cável, e, logo que amanheça, arromba-
rá as portas e efetuará a prisão. Pará-
grafo único. O morador que se recusar
a entregar o réu oculto em sua casa
será levado à presença da autoridade,
para que se proceda contra ele como
for de direito.

O emprego da força só é permitido


quando indispensável, no caso de
desobediência, resistência ou tentati-
va de fuga. Se houver resistência da
Código de Processo Emprego da parte de terceiros, poderão ser usados
234
Penal Militar Força os meios necessários para vencê-la ou
para defesa do executor e seus auxi-
liares, inclusive a prisão do ofensor.
De tudo se lavrará auto subscrito pelo
executor e por duas testemunhas.

Só é lícito o uso de algemas em caso


de resistência e de fundado receio de
fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou
de terceiros, justificada a excepciona-
Súmula Vinculante Emprego de lidade por escrito, sob pena de respon-
nº 11 do STF Algemas sabilidade disciplinar civil e penal do
agente ou da autoridade e de nulidade
da prisão ou do ato processual a que
se refere, sem prejuízo da responsabi-
lidade civil do Estado.

É proibida a hospedagem de criança


Aspecto jurídico ou adolescente em hotel, motel, pen-
Estatuto da Criança 82 relacionado ao são ou estabelecimento congênere,
e do Adolescente menor salvo se autorizado ou acompanhado
pelos pais ou responsáveis.

Nenhum adolescente (maior de 12 e


menor de 18 anos) será privado de
sua liberdade senão em flagrante de
ato infracional ou por ordem escrita e
Aspecto jurídico
Estatuto da Criança fundamentada da autoridade judiciária
106 relacionado ao
e do Adolescente competente. Parágrafo único. O ado-
menor lescente tem o direito à identificação
dos responsáveis pela sua apreensão,
devendo ser informado acerca de seus
direitos.

Pág. 15
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

A apreensão de qualquer adolescente


e o local onde se encontra recolhi-
Aspecto jurídico
Estatuto da Criança do serão incontinenti comunicados à
107 relacionado ao
e do Adolescente autoridade judiciária competente e à
menor família do apreendido ou à pessoa por
ele indicada.

O adolescente a quem se atribua au-


toria de ato infracional não poderá ser
conduzido ou transportado em com-
Aspecto jurídico
Estatuto da Criança partimento fechado de veículo policial,
178 relacionado ao
e do Adolescente em condições atentatórias à sua dig-
menor nidade, ou que impliquem risco à sua
integridade física ou mental, sob pena
de responsabilidade.

Considera-se poder de polícia


atividade da administração pública
que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula
a prática de ato ou abstenção de
fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da
produção e do mercado, ao exercício
Abordagem de atividades econômicas depen-
Código Tributário Preventiva dentes de concessão ou autorização
78
Nacional (Poder de do Poder Público, à tranquilidade
Polícia) pública ou ao respeito à propriedade
e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular
o exercício do poder de polícia quando
desempenhado pelo órgão compe-
tente nos limites da lei aplicável,
com observância do processo legal
e, tratando-se de atividade que a lei
tenha como discricionária, sem abuso
ou desvio de poder.

Proceder-se-á à revista, quando hou-


Código de Processo Abordagem ver fundada suspeita de que alguém
181
Penal Militar Repressiva oculte consigo: a) Instrumento ou pro-
duto do crime; b) Elemento de prova.

Recusar à autoridade, quando por


Recusa de dados esta, justificadamente solicitados ou
Lei das Contraven- sobre a própria
68 exigidos, dados ou indicações concer-
ções Penais identidade ou nentes à própria identidade, estado,
qualificação profissão, domicílio e residência.

Pág. 16
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Constitui abuso de autoridade qual-


quer atentado a: liberdade de loco-
moção; inviolabilidade do domicílio;
sigilo da correspondência; liberdade
de consciência e de crença; livre exer-
Lei de Abuso de Abuso de
03 cício do culto religioso; liberdade de
Autoridade Autoridade associação; direitos e garantias asse-
guradas ao exercício de voto; direito de
reunião; incolumidade física do indiví-
duo; direitos e garantias asseguradas
ao exercício profissional.

Constitui outros crimes de abuso de


autoridade como ordenar ou executar
medida privativa da liberdade indivi-
dual, sem formalidades e com abuso;
submeter pessoa sob guarda ou cus-
Lei de Abuso de Abuso de Auto-
04 tódia a vexame ou a constrangimento
Autoridade ridade não autorizado em lei e ato lesivo da
honra ou patrimônio de pessoa natu-
ral ou jurídica, quando praticado com
abuso ou desvio de poder, ou sem
competência legal.

Transposição de
Código de Trânsito Transpor, sem autorização, bloqueio
210 bloqueio viário
Brasileiro viário policial.
policial

Para fins de fiscalização deste enqua-


dramento, entende-se por bloqueio a
proibição de passagem de veículos por
Resolução do CON- Conceito de uma via, pista ou faixa por motivos de:
TRAN nº 371/10 Bloqueio viário - segurança de trânsito: obra ou bura-
co na pista, evento, acidente, passea-
ta, etc; - controle sanitário, aduaneiro,
tributário, etc.

Pág. 17
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

ABORDAGEM POLICIAL PREVENTIVA E REPRESSIVA


Para fins didáticos, a abordagem policial está classificada em duas espécies: Repressiva
e Preventiva.

A Abordagem Policial Repressiva é aquela que resulta de prisão em flagrante delito ou


por ordem judicial, ou mesmo em decorrência de situação de “fundada suspeita”, à luz do que
estabelece o art. 244, do Código de Processo Penal (CPP):

“A busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão


ou quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse
de arma proibida ou de objetos ou papéis que ou quando a medida for
determinada no curso da busca domiciliar (grifo nosso)”.

Essa modalidade de abordagem, exceto no que diz respeito à noção de fundada suspeita,
geralmente, não causa grandes entreveros jurídicos, pois retrata uma situação em que há uma
imperiosa necessidade de atuação estatal.

A Abordagem Policial Preventiva é aquela que deriva do exercício do Poder de Polícia,


cujo conceito está disposto no art. 78 do Código Tributário Nacional (CTN):

“Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pú-


blica que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, re-
gula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à discipli-
na da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqui-
lidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou
coletivos (grifo nosso).”

Esta, por sua vez, tem que ser entendida pela sociedade como uma atribuição da Polícia
Ostensiva, que tem caráter de atuação preventiva, no sentido de se utilizar dos meios disponí-
veis para dissuadir a vontade de delinquir dos infratores da lei.

Pág. 18
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 19
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Conhecer os contornos que cercam a abordagem policial em sua ampla perspectiva é


garantir a manutenção dos institutos mais caros à consagração e defesa de nossa sociedade.
Deste modo, compreender o conceito da abordagem policial e seus pilares (princípios, fun-
damentos e condutas), bem como suas fases, níveis, o estado de alerta e as zonas de ação é
fundamental para sua justificação quanto à forma que será realizada e o conteúdo que apre-
sentará.

1. CONCEITO
Abordagem Policial é o ato de aproximar-se de pessoas, com o intuito de orientar, assis-
tir, interpelar, advertir, realizar busca, identificar e/ou prender utilizando-se dos processos do
Policiamento Ostensivo, executando-se para isso, se necessário for, as técnicas de busca em
veículos, edificações ou perímetros.

2. PILARES DA ABORDAGEM POLICIAL


Existem três pilares que embasam a Abordagem Policial:
a) PRINCÍPIOS
b) FUNDAMENTOS
c) CONDUTAS

Princípios
São preceitos norteadores da abordagem policial, apresentando verdades universais que
estabelecem valores inegociáveis:
a) Preservação da vida
b) Legalidade
c) Dignidade da pessoa humana
d) Isonomia
e) Interesse público
f) Proporcionalidade no uso da força

Fundamentos
São as bases para as condutas que estabelecem conceitos básicos nos quais se apoia e
se desenvolve a abordagem policial:

a) Segurança: aplicação de medidas adotadas pela força policial militar para diminuir
os riscos na ação PM. É um conjunto de cautelas necessárias visando à redução do pe-
rigo de uma reação por parte do abordado ou mesmo de perigos externos à abordagem.

b) Unidade de Comando: é a atividade dinâmica de prever, dirigir, coordenar, fiscalizar


a ação de uma tropa a cargo de uma pessoa, dentro de uma linha de comando vertica-
lizada. A responsabilidade da ação será proporcional ao nível de comando.

Pág. 20
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

c) Flexibilidade: condição de realizar manobras diversificadas com viaturas ou efetivos,


buscando atingir o objetivo da abordagem policial. Para este fundamento deve ser ob-
servada a RAPIDEZ como uma atitude a ser adotada durante a ação, buscando executar
corretamente as técnicas com velocidade e eficiência.

d) Ação Vigorosa: é a atitude firme e resoluta dos componentes da ação policial que
darão ordens claras e precisas ao abordado, caracterizadoras do conhecimento técnico-
profissional. Jamais deverá confundir-se com arbítrio ou violência.

e) Vigilância: capacidade de perceber a existência de ameaças, estando o PM sempre


alerta ao perigo.

Condutas
São os procedimentos e ações desenvolvidas pelo policial militar durante a abordagem
policial:

a) Aproximação: consiste na técnica de aproximar-se do alvo a ser abordado, identifican-


do possíveis pontos de perigo iminente, bem como prováveis desdobramentos no cenário
da abordagem. Deve-se atentar para a SURPRESA como um elemento a ser utilizado na
execução desta conduta, haja vista ser um ato de aparecer inopinadamente diante de
uma pessoa, visando evitar sua reação.

b) Contenção: técnica utilizada para controlar o ambiente e/ou pessoa a ser abordada
impedindo qualquer reação contra a fração de tropa. Visa estabelecer a Zona de Segu-
rança (Setor de Busca, Setor de Custódia) e a estabilização para a ação policial.

c) Busca: é o procedimento técnico operacional que tem como objetivo a localização e a


identificação de objetos ilícitos.

d) Identificação: é o procedimento técnico de verificação de documentos e/ou caracteres


que visa à identicação pessoal e/ou veicular.

3. FASES DA ABORDAGEM POLICIAL


Planejamento Mental
Nesta fase o PM que fará as indagações abaixo citadas e com base nessas informações
elaborará uma linha de ação:
• O que faremos?
• Para que abordaremos?
• Quem iremos abordar?
• Onde se dará a ação?

Pág. 21
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Plano de Ação
Nesta fase é elaborada uma linha de ação adaptável às circunstâncias do ambiente,
devendo, também, ser respondidas as seguintes indagações:
• Como atuaremos?
• Quando realizaremos a abordagem?

Execução
A fase da execução consiste na aplicação prática do plano de ação concebido pelo PM,
aplicando as Condutas da Abordagem Policial (Aproximação, Contenção, Busca e Identifica-
ção).

Conclusão
Após a abordagem, o PM procederá a orientação, a assistência e, em caso de necessitar
realizar a busca pessoal, ao verificar o cometimento de um ilícito, o abordado deverá ser con-
duzido a uma delegacia de polícia. Em caso de realizar a busca pessoal e não ser constatado
o cometimento de ilícito penal, o PM deverá explicar o motivo de sua atitude e o porquê de ter
sido realizado daquela forma.

4. NÍVEIS DE ABORDAGEM POLICIAL

NÍVEL DE
SITUAÇÃO TIPO DE BUSCA POSTURA
ABORDAGEM

1 ADMINISTRATIVA VISUAL BÁSICA

2 ORDINÁRIA LIGEIRA BÁSICA / RELATIVA

3 FUNDADA SUSPEITA MINUCIOSA SEMIPRONTA

4 SUSPEITA CONFIRMADA MINUCIOSA /COMPLETA MÁXIMA

I. NÍVEL 1 – Adotada para situações de assistência, orientação e informações em geral;


II. NÍVEL 2 - Adotada em situações onde haja necessidade de uma verificação rápida;
III. NÍVEL 3 - Adotada em situações onde existe a fundada suspeita;
IV. NÍVEL 4 – Adotada em situações onde existe a certeza do cometimento de delito.

LEMBRETE
Partindo do conceito do Uso Seletivo da Força, os níveis de abordagem podem pro-
gredir ou regredir de acordo com o desenvolvimento da abordagem policial.

Pág. 22
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

5. ESTADOS DE ALERTA E ZONAS DE AÇÃO POLICIAL MILITAR


Estados de Alerta
São os estados delineados para a preparação mental e adequação de comportamentos
do policial militar durante o seu cotidiano, esteja ele em serviço ou fora dele, a fim de se portar
de maneira compatível perante as possíveis ameaças.

ESTADOS DE ALERTA DESCRIÇÃO


Quando a condição ou o local em que se encontra permite o relaxamento, devido ao
BRANCO cansaço ou notória ausência de perigo. Neste estado o policial não está pronto para
o enfrentamento.

Quando a condição ou o local em que se encontra não provoca tensão nem deses-
tabiliza a calma, mas requer atenção multidirecional, devendo estar precavido e em
AMARELO constante vigilância. A agressão é possível e exige atenção a sinais que possam indi-
car uma ameaça potencial.

Quando a condição ou o local em que se encontra apresenta probabilidade de con-


LARANJA fronto, momento em que são identificadas pessoas que possam apresentar ameaça,
avaliando-se a postura de segurança adequada.

Quando a condição ou o local apresenta suspeita confirmada, sendo o risco real,


VERMELHO exigindo do policial postura máxima a fim de controlar a situação conforme as cir-
cunstâncias.

Quando a condição ou o local em que se encontra apresenta-se como ameaça para a


PRETO qual não está preparado ou, devido ao período de tensão prolongada, há sobrecarga
física e emocional de seu organismo gerando estado de pânico.

Zonas de Ação
São localidades em que devem ser observadas as condutas para circulação e atuação.
Sua classificação tem a finalidade de antecipar as condições de exposição ao risco. Essas zo-
nas serão estabelecidas em função do mapeamento das ocorrências policiais registradas e/ou
informações de inteligência.

ESTADO DE
SIGLA ZONA DESCRIÇÃO
ALERTA

Área em que o policial militar deve manter a


ZL ZONA LIVRE vigilância em face da possibilidade de ocorrên- AMARELO
cia de ilícitos.

Área crítica que exige, para atuação do policial


ZR ZONA DE RISCO militar, a utilização de técnicas e táticas espe- LARANJA
cíficas.

ZONA DE PERIGO Zona de Risco em que há a possibilidade real de


ZPI VERMELHO
IMINENTE injusta agressão ao policial militar

ZC ZONA CONFLAGRADA Zona de Risco em que há o confronto armado. VERMELHO

Pág. 23
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

6. POSTURAS DE SEGURANÇA DA ABORDAGEM POLICIAL


São quatro as posturas que podem ser adotadas pelo PM para realização da abordagem
policial nas situações rotineiras proporcionalmente à ameaça.

POSTURA DESCRIÇÃO

Com a arma de porte o PM tomará a posição diagonal em relação ao abordado, ficando a


BÁSICA arma no coldre no lado oposto ao abordado. Arma portátil fica voltada para baixo enga-
jada com o cano para local seguro.

RELATIVA Arma de porte e/ou portátil engajada à 45º para baixo em posição de segurança.

Arma de porte e/ou portátil engajada em condições de disparo, um pouco abaixo da linha
SEMIPRONTA de visada, com o objetivo de ampliar a visão periférica do policial.

MÁXIMA Arma de porte e/ou portátil engajada em condições plenas de disparo.

Pág. 24
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 25
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Conceitualmente, Buscas:
“são inspeções executadas a qualquer hora do dia ou da noite
em pessoas, veículos, edificações e/ou perímetros, respeitada a inviola-
bilidade domiciliar, sob a égide da lei, por qualquer policial em serviço,
com ou sem o respectivo mandado judicial, considerada a modalidade
mais adequada e a técnica aplicada para sua realização com segurança
e consecução de seu fim”. (ARANHA, 1995.)

1. TÉCNICAS DE BUSCA
Modalidades de Busca
São meios ou instrumentos utilizados para realizar a busca. Estão divididas conforme
segue abaixo:

MODALIDADE DESCRIÇÃO
OCULAR Com o uso do sentido da visão, realiza-se a observação do indivíduo, objeto e/ou cenário.

Realizada através do contato físico entre o policial e o abordado, ou entre aquele e os seus
MANUAL pertences.

Realizada com utilização de aparelhos específicos, a exemplo de detectores de metais e equipa-


MECÂNICA mentos de raio-x.

CANINA Utililizada através de cães de faro para busca em objetos, veículos ou perímetros.

Espécies de Busca
As Técnicas de Busca apresentadas neste Manual estão divididas em quatro Espécies:
Pessoal, Veicular, Domiciliar e de Perímetro, conforme descrito a seguir:

Busca Pessoal
Abrange as vestes e os demais objetos pertencentes ao abordado, como bolsa, carteira,
mala, dentre outros.
a) Tipos de Busca Pessoal
Os tipos de busca pessoal serão empregados de acordo com o nível de abordagem e risco
oferecido pelo abordado ou pelas circunstâncias da abordagem.

TIPO DESCRIÇÃO
É o primeiro momento da Busca Pessoal. O agente visa à localização e identificação de objetos
VISUAL ilícitos, apenas de forma visual, com uma distância segura e sem contato físico.

É o tipo de Busca Pessoal de caráter ordinário, onde há o prévio contato físico, sem que haja a
LIGEIRA informação e/ou cometimento de prática delituosa.

É o tipo de Busca Pessoal manual que pode ser realizada em situação de fundada suspeita ou
MINUCIOSA suspeita confirmada e utilizar-se-á da riqueza de detalhes para a consecução da abordagem.

É aquela que dar-se-á após a busca minuciosa em situações de suspeita confirmada sendo
COMPLETA necessária sua condução a um local apropriado, onde será feita a retirada de vestes e a busca
visual nos orifícios corpóreos.

Pág. 26
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

b) Posições de Busca Pessoal


As posições de busca pessoal podem ser feitas em pé (com e sem anteparo), ajoelhado
e deitado.

Em Pé com Anteparo - o abordado será posicio-


nado com ambas as mãos apoiadas no anteparo, acima
da linha da cabeça, com a visão voltada para o alto (im-
pedindo que este visualize a movimentação das pernas
e braços do Homem-Busca), com as pernas e o quadril
afastados do anteparo no limite máximo. O Homem-Bus-
ca deverá posicionar-se com um dos braços estendido
apoiando na região escapular contrária ao braço de apoio
(p.ex. braço estendido direito na escápula esquerda), e
com o outro braço é executada a busca manual no corpo
e vestes, tendo a mesma perna do lado que mantém o
abordado sob domínio, pressionando a parte interna do
pé do abordado, possibilitando desequilíbrio, em caso de esboço de reação por parte do indi-
víduo.

Em Pé sem Anteparo – é aquela que o aborda-


do é colocado em posição de desequilíbrio sem pôr as
mãos em local de apoio. Essa posição de desequilíbrio
acontecerá quando o abordado estiver com as pernas
afastadas, braços elevados, com as mãos sobre a região
da nuca e os dedos entrelaçados.

Ajoelhado –
é aquela que será
utilizada em sus-
peita confirmada e o tipo de guarnição não dispuser de
todos os elementos para suprir todas as funções requeri-
das na abordagem, em relação aos abordados. Aqueles
serão postos na posição de joelhos, afastados, pés cruza-
dos à retaguarda, braços elevados, mãos sobre a região
da nuca e dedos entrelaçados.

Pág. 27
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Deitado – é aquela utilizada quando hou-


ver a suspeita confirmada e o nível máximo de
periculosidade da situação, onde o abordado
será posto na posição de decúbito ventral, as
pernas afastadas, braços abertos e estendidos
horizontalmente com as palmas das mãos vol-
tadas para cima e a cabeça virada para um dos
lados. O Homem-Busca deverá algemá-lo e só
então dar-se-á a busca pessoal. A busca pessoal será realizada colocando-se o abordado em
posição lateralizada.

LEMBRETES

- Havendo objetos (mochilas, sacolas, pochetes) com os abordados,


esta busca deve ser realizada em um segundo momento priorizando a busca
nas pessoas.

- A busca em objetos deverá ser realizada pelo policial permanecendo


o abordado a uma distância de segurança, mas que possibilite a visualização
de seus pertences.

- Salienta-se que a busca ajoelhado ou deitado ocorrerá em situações


de suspeita confirmada, colocando os abordados ajoelhados (suspeita con-
firmada com ilícito) ou em decúbito ventral (suspeita confirmada com arma).

- É importante salientar que após a busca na posição do abordado


ajoelhado e deitado, o mesmo será colocado de pé, quando deverá ser re-
alizada uma nova busca pessoal, visando proporcionar maior segurança no
procedimento.

- Vale ressaltar, que independente da posição empregada, durante a


busca pessoal, se o abordado apresentar resistência, o agente deverá provo-
car o desequilíbrio do mesmo e afastar-se facilitando a atuação do Segurança
de Busca e adotar postura de segurança condizente com a situação.

- Ao aproximar-se para executar a busca pessoal o Homem-Busca a


realizará com a arma de porte coldreada e a portátil travada evitando que
esteja a frente do corpo.

Pág. 28
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

PROCEDIMENTOS ESSENCIAIS PARA EXECUÇÃO DA BUSCA PESSOAL

Só inicia a busca Afastamento entre


quando o abordado as pernas
estiver contido

Faz a busca de um Deslizar a mão no


lado do abordado corpo do abordado
depois do outro

Sentido da busca: da
cintura para cima e BUSCA Mão oposta do
PM em relação a
depois para baixo,
inclusive virilha PESSOAL região escapular
do abordado

Dedos entrelaçados na Não perder o


cabeça ou mãos contato com o
espalmadas no anteparo abordado

Controle de cano
Abordando olhando do Segurança de
para cima Busca

Priorizar busca na
pessoa em relação ao
objeto

Busca Veicular
É aquela realizada em veículos, desde que haja a fundada suspeita de que no seu
interior possam existir objetos que constituam corpo de delito, mesmo que o condutor não
permita. Deve ser observado que existem hipóteses em que o veículo pode ser considerado a
extensão do lar, portanto, inviolável:
• Se o carro está na garagem da casa;
• Se é um veículo tipo trailer, enquanto parado;
• Se é uma embarcação;
• Eventualmente a cabine de um caminhão, no qual, assim como nos dois casos ci-
tados anteriormente, o proprietário também se estabeleça com ânimo de moradia.

Busca Domiciliar
É aquela realizada em locais indicados como domicílio. Para a realização da busca pes-
soal, o ordenamento jurídico usa o termo fundada suspeita, contudo, na busca domiciliar uti-
liza-se o termo fundadas razões. É válido ressaltar que nem toda edificação será um domicílio,
porém o policial deverá saber em que situações ele poderá realizar a intervenção.

Busca de Perímetro
É aquela realizada pelos policiais, nas proximidades ou interior de ruas, veículos ou edi-
ficações no intuito de buscar algum material ilícito, que tenha sido guardado ou dispensado
pelo abordado.

Pág. 29
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

2. TÉCNICAS DE EMPREGO DA ALGEMA NA ABORDAGEM POLICIAL


A algema será empregada antes, durante ou após a busca
pessoal, dependendo das circunstâncias da ocorrência, estando
o abordado na posição em pé, ajoelhado ou deitado, devendo ser
observado pelo policial os aspectos legais que respalda esta ação.

Algemação em Pé sem Anteparo


Estando o abordado em pé, com as pernas afastadas, os
braços elevados, dedos entrelaçados sobre a nuca, o Homem-Busca sacará a algema, segu-
rando-a com a mão forte e com o gancho de fechamento voltado para frente.
A algemação deverá ser iniciada de acordo com a mão forte do PM. Em seguida, será de-
terminado que o abordado leve
a outra mão às suas costas.
Preferencialmente, a posição
das duas mãos do abordado
após a algemação, deverá ser
“costa-costa”.

Algemação em Pé com Anteparo


Estando o abordado em pé, com as pernas afastadas, os bra-
ços elevados, apoiados no anteparo, o Homem-Busca sacará a alge-
ma, segurando-a com a mão forte e com o gancho de fechamento
voltado para frente; com a mão fraca, o policial fará a torção no pu-
nho do abordado em direção à região da nuca, procedendo, a partir
deste momento, de maneira análoga à algemação sem anteparo.

Algemação Ajoelhado
Procederá de forma análoga à algemação em pé sem an-
teparo, porém, devendo atentar para a altura que estará o
abordado e a sua colocação em pé.

Pág. 30
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Algemação Deitado
O abordado será posto na posição de
decúbito ventral, as pernas afastadas, braços
abertos e estendidos horizontalmente, com
a cabeça virada para um dos lados. O PM
se aproximará pelo lado oposto ao rosto do
abordado, posicionando ambos os joelhos
nas costas do mesmo (sendo um na região
cervical e outro na região dorsal), imobilizan-
do um dos braços entre as pernas, realizando
a algemação deste. Em seguida levará o bra-
ço algemado às costas e será determinado que o abordado leve a outra mão às suas costas.

a) Posicionamento das algemas – ao término da algemação, o abordado deverá estar


com as mãos nas costas e a posição das mãos deverá ser “costa-costa”, sendo que as bases
da algema deverão estar posicionadas na parte externa do antebraço, na altura do pulso, com
a fechadura voltada para a nuca do abordado.

b) Como levantar o abordado algemado ajoelhado - Mantendo-se o controle físico sobre


um dos braços do abordado, será determinado ao mesmo que descruze os pés que estão à
retaguarda e se posicione de pé. Dependendo da compleição física do abordado dentre outras
variáveis, esse procedimento será realizado com apoio de outro policial que auxiliará manten-
do o controle físico sobre o outro braço do abordado.

c) Como levantar o abordado algemado deitado –


O abordado será colocado numa posição lateralizada,e a
partir dessa posição o policial irá entrelaçar o seu braço
oposto ao braço do abordado que está voltado para cima,
apoiando a outra mão na nuca do abordado. Estando o
policial com um braço entrelaçado e o outro apoiado na

Pág. 31
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

nuca do abordado, fará um movimento


de rotação na direção do braço que está
apoiado na nuca, até que o abordado se
posicione totalmente de pé. Dependendo
da compleição física do abordado dentre
outras variáveis, esse procedimento será
realizado com apoio de outro policial que
auxiliará, mantendo o controle físico sobre
o outro braço do abordado.

d) Condução do abordado algemado – a depender da circunstância, o abordado poderá


ser conduzido tanto com o controle físico do policial sobre a algema, como usando o braço
entrelaçado ao braço oposto do abordado.

LEMBRETE

Quando for necessário o emprego de algemas plásticas (tipo lacre), serão utilizados
dois lacres: 01 (um) para cada pulso, com um passando pelo elo do outro, fixando de
forma que não prejudique o fluxo sanguíneo.

Pág. 32
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 33
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Entre as intervenções mais usuais da atividade preventiva, a


abordagem policial constitui a maioria das ocorrências do dia a dia do
PM na rua, e deve respeitar técnicas simples, fruto da experiência do
exercício da profissão, que promovem a segurança de todos quando da
necessidade de sua realização. (ARANHA, 1995. ADAPTADO)

Existem diversos casos que podem conduzir à suspeição, sendo normalmente situações
atípicas e que despertam no policial a probabilidade da iminência do acontecimento de um
fato delituoso, cabendo ao mesmo, o rápido planejamento de suas ações caso deseje realizar
a abordagem.

1. QUANDO FAZER A ABORDAGEM


• Quando acionado pela Central de Operações;
• Para controle de acesso a locais específicos;
• Em caso de suspeição;
• Quando na prática de crime.

2. ABORDAGEM COM POLICIAL MILITAR A PÉ


Policial Militar Isolado
Não é recomendado que o policial isolado realize a abordagem. Caso o policial esteja
isolado e ocorra uma situação extrema, que ofereça risco iminente à segurança do policial ou
à vida de terceiros, e que necessite sua intervenção, este deverá adotar a postura de segurança
condizente com a situação, colocar o abordado na posição de joelhos ou em decúbito ventral
e solicitar reforço/apoio.

Dois Policiais Militares


I – Deverá ser feita a aproximação observando a disposição em linha entre policiais, for-
mando um triângulo, cujo vértice será o abordado, atentando para a distância de cerca de 2
(dois) metros entre os policiais e de 1 (um) a 3
(três) metros destes para o abordado.
II – A postura de segurança do arma-
mento dos policiais deverá ser compatível com
o nível de segurança da abordagem.
III – O Comandante deve fornecer todas
as orientações para que o abordado tome a
posição de busca pessoal evitando, nesse ins-
tante, o contato físico.

Pág. 34
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

IV – O Comandante será o Segurança de Busca além de responsável pela observação


periférica relativa à segurança externa.

V - Havendo 2 (dois) abordados, o Comandante, após o estabelecimento da Zona de


Segurança, quando da execução da Busca Pessoal deverá estabelecer locais distintos para
este procedimento. O Setor de Busca deverá ser estabelecido a cerca de 1 (um) metro à re-
taguarda do Setor de Custódia. Para o segundo abordado será feito o mesmo procedimento,
havendo a inversão dos setores. Esta abordagem necessita de aumento no estado de alerta,
pois o Comandante será o Segurança de Busca, acumulando a segurança de custódia, além
da observação periférica relativa à segurança externa.

Pág. 35
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

VI – Em caso de mais de 2 abordados, a abordagem será executada somente em caso


de suspeita confirmada, colocando os abordados ajoelhados (suspeita confirmada com ilícito)
ou em decúbito ventral (suspeita confirmada armado).

Três Policiais Militares


I – Havendo uma pessoa, deverá ser
feita a aproximação observando a dis-
posição em linha entre policiais, for-
mando um triângulo, cujo vértice será
o abordado, atentando para a distân-
cia de cerca de 1 (um) metro entre os
policiais e de 1 (um) a 3 (três) metros
destes para o abordado. O Coman-
dante fará a função de Segurança de
Busca, o Patrulheiro nº 1 a função
de Homem-Busca e o Patrulheiro nº
2 atuará como Segurança Externa da
abordagem.

II – Havendo mais de uma pessoa,


inicialmente, o enquadramento dos
abordados deverá ser realizado por
todos os policiais da guarnição sendo
que, completada a aproximação e a
contenção, o Patrulheiro nº 2 acumu-
lará a função de Segurança de Custó-
dia e Segurança Externa.

Pág. 36
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Quatro Policiais Militares

I – Deve ser obser-


vado o quanto disposto no
item anterior, salientando
que cada um dos policiais
assumirá uma função
específica, a saber: Ho-
mem-Busca, Segurança
de Busca, Segurança de
Custódia e Segurança Ex-
terna, sendo que havendo
necessidade da função de
Segurança de Custódia 2,
esta será acumulada com
a Segurança Externa.

Mais de Quatro Policiais Militares


Estabelecidos todos os
setores (Busca, Custódia 1 e
2, Segurança Externa), o Co-
mandante fará a coordena-
ção e o controle observando
o desempenho de todos, bem
como procederá a entrevista
dos suspeitos já abordados.
Se houver outros policiais, es-
tes poderão observar o rádio
ou fazer o controle de trânsito.

LEMBRETE

Para o estabelecimento dos setores de abordagem, o policial deverá observar


os seguintes critérios de avaliação de risco:
1) pessoas que não foram abordadas
2) quem está sendo abordado
3) segurança externa
4) pessoas que já foram abordadas
5) liberdade de ação para o comandante

Pág. 37
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

3 - QUADRO RESUMO DA ABORDAGEM COM PM A PÉ


OUTRAS
NÍVEL DE VIABILIDADE POSICIONA-
TIPO DE POSTURA DE CONDUTAS À
ABORDA- SITUAÇÃO DA ABORDA- MENTO DO
GUARNIÇÃO SEGURANÇA SEREM ABOR-
GEM GEM ABORDADO DAS
OBSERVAR/
Fundada
03 Semipronta Não Não SOLICITAR RE-
suspeita FORÇO/APOIO
Suspeita con- OBSERVAR/
PM ISOLADO 04 firmada com Máxima Não Não SOLICITAR RE-
ilícito FORÇO/APOIO
Suspeita con- OBSERVAR/
04 firmada com Máxima Não Não SOLICITAR RE-
arma de fogo FORÇO/APOIO
Sim até 02 Colocar no an- CONTER/SOLICI-
Fundada
03 Semipronta (dois) abor- teparo (regra) TAR REFORÇO/
suspeita dados ou em pé APOIO
Suspeita con- Sim até 02 Colocar no CONTER/SOLICI-
DUPLA 04 firmada com Máxima (dois) abor- anteparo ou TAR REFORÇO/
ilícito dados em pé/joelho APOIO
Suspeita con- CONTER/SOLICI-
Sim até 01
04 firmada com Máxima Deitado TAR REFORÇO/
(um) abordado
arma de fogo APOIO
Sim até Colocar no an- CONTER/SOLICI-
Fundada
03 Semipronta 03(três) abor- teparo (regra) TAR REFORÇO/
suspeita dados ou em pé APOIO
Suspeita con- Sim até Colocar no CONTER/SOLICI-
TRIO 04 firmada com Máxima 03(três) abor- anteparo ou TAR REFORÇO/
ilícito dados em pé/joelho APOIO
Suspeita con- Sim até 02 CONTER/SOLICI-
04 firmada com Máxima (dois) abor- Deitados TAR REFORÇO/
arma de fogo dados APOIO

4 - ABORDAGEM COM POLICIAIS EMBARCADOS EM VIATURA


Ao iniciar a abordagem a pessoas a pé, independente do tipo de guarnição, deverá ser
feita a verbalização e em ato contínuo, o semidesembarque.
O semidesembarque se dará com a abertura das portas da viatura e o posicionamento
dos policiais, iniciando a descida da mesma com uma das pernas já no solo e as armas dos
policiais voltadas para os abordados. As armas deverão ser empunhadas entre as colunas da
porta e a de sustentação do teto da viatura, a qual será desligada após o estabelecimento da
Zona de Segurança.

Tipos de Guarnição
Uma guarnição motorizada poderá ser composta por um número variável de componen-
tes, o que fará com que existam procedimentos diferentes a serem adotados, a depender do
tipo de guarnição.

Pág. 38
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

GUARNIÇÃO FORMAÇÃO
POSICIONAMENTO NA VIATURA
TIPO NÚMERO DE POLICIAIS
LADO DO MOTORISTA LADO DO CARONA
A 2 Motorista Comandante
Motorista
B 3 Comandante
Patrulheiro nº 1
Motorista Comandante
C 4 Patrulheiro nº 1 Patrulheiro nº 2

Guarnição TIPO A
Ao avistar o abordado, observada a distância preconizada para abordagem a pessoas a
pé - 03 (três) metros, os integrantes da guarnição realizarão o semidesembarque de imediato,
determinando a parada e tomada da posição de Busca Pessoal.

Guarnição TIPO B
Ao avistar os abordados, observada a distância preconizada para abordagem a pessoas
a pé – 03 (três) metros – os integrantes da guarnição realizarão o semidesembarque de ime-
diato, determinando-lhes a parada e tomada da posição de Busca Pessoal.

O Patrulheiro nº 1 desembarca pela porta traseira esquerda, posicionando-se na segu-


rança externa, até que os abordados estejam dispostos nos respectivos setores, posteriormente
será o Homem-Busca. O Motorista fará a Segurança Externa, podendo acumular com a Se-
gurança de Custódia, caso necessário, mantendo constante contato visual com o restante da
guarnição.

Pág. 39
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Guarnição TIPO C
Seguirá o quanto previsto no item anterior, sendo que durante o semidesembarque o Pa-
trulheiro nº2 se posicionará ao lado do Comandante, e durante a Busca Pessoal exercerá a
função de Segurança de Custódia 1.

5. ABORDAGEM EM ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS


As peculiaridades relacionadas à aplicação de técnicas de abordagem a pessoas em es-
tabelecimentos comerciais tem sua complexidade aumentada, tornando ideal a atuação de um
efetivo maior que a fração elementar. Variáveis como reputação do local, presença de indivídu-
os embriagados ou que compõem grupos criminosos, desconhecimento dos diversos acessos
(portas, vasculantes ou janelas), utensílios e objetos que podem ser empregados como armas,
iluminação inadequada e som alto são algumas das observações a serem consideradas quan-
do do planejamento para a atuação.

Procedimentos a serem adotados em abordagens a quaisquer estabelecimentos co-


merciais:
• Em regra geral, desembarcar afastado do estabelecimento;
• Havendo som no local, solicitar que seja desligado;
• Determinar que todas as pessoas se desloquem para a parte externa do estabelecimen-
to, direcionando para a Zona de Segurança, indicada pelo Comandante da abordagem;
• Observar o ambiente interno do estabelecimento antes de iniciar a Busca Pessoal;
• Não havendo suspeita específica, iniciar a abordagem pelos homens. As mulheres so-
mente serão abordadas posteriormente atentando para bolsas e sacolas;
• Após a Busca Pessoal, far-se-á a busca de perímetro no ambiente do estabelecimento
respeitando a legislação pertinente;
• Ter, sempre que possível, um dos funcionários do local como testemunha.

Pág. 40
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 41
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Abordagem a veículo é o ato de uma guarnição policial, motorizada ou a pé, que se


utilizando da técnica adequada, aproxima-se de um veículo com o intuito de abordar pessoas
que estejam no seu interior e dependendo do nível da abordagem, realizará a busca e/ou a
identificação veicular. Esta é uma ação policial de risco, por oferecer perigo a integridade física
dos policiais, dos cidadãos, bem como, danos à propriedade.
Considerando que o abordado já possui em seu poder uma arma que é o veículo, torna-
-se uma séria ameaça à vida dos policiais e ao público em geral, pois, uma ação fora da técni-
ca, poderá ocasionar danos pessoais, materiais (imóveis e veículos), principalmente, durante
os acompanhamentos em alta velocidade.
Os componentes de uma guarnição devem procurar sempre visualizar os ocupantes do
veículo, identificando suas posições em todos os ângulos, devendo ter consciência que a se-
gurança da ação é fundamental, atentando para a sua segurança e a de terceiros.
Existem muitas dificuldades encontradas pelos policiais no que diz respeito à falta de
visualização total dos ocupantes do veículo ou de suas atividades no interior do mesmo. O
próprio veículo proporciona coberta e abrigo para os abordados em relação à polícia. Daí a
importância da aplicação das técnicas preconizadas neste capítulo.

1. QUANDO FAZER A ABORDAGEM.


• Quando acionado pela Central de Operações;
• Para Controle e/ou Fiscalização de Trânsito;
• Em caso de suspeição;
• Quando usado na prática de crime.

2. CASOS DE SUSPEIÇÃO DE VEÍCULOS


Vejamos alguns exemplos:
a) Veículo se deslocando em baixa velocidade próximo a estabelecimento comercial;
b) 02 (dois) veículos ou mais se deslocando juntos em área comercial;
c) Veículo com placas que causem suspeição ou sem elas;
d) Pessoas passando de um veículo para outro (abandonando o primeiro);
e) Veículo estacionado em local ermo ou em local sem justificativa aparente;
f) Veículo de carga ou com compartimento fechado que possa abrigar pessoas, estacio-
nado em frente a estabelecimentos comerciais ou bancários com placas suspeitas;
g) Veículo circulando à noite com as luzes apagadas;
h) Veículo que passa pelo mesmo local várias vezes;
i) Pessoas que estão deitadas no interior do veículo;
j) Veículos abandonados ou abertos por longo período;
k) Condutores que alteram o seu comportamento com a aproximação da viatura ou ao
avistá-la;
l) Veículos com características semelhantes a algum comunicado de alerta passado pela
Central de Operações.

Pág. 42
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

3. ETAPAS DA ABORDAGEM A VEÍCULOS


A abordagem a veículo poderá ser desencadeada a qualquer momento, mas o coman-
dante da guarnição policial deve, inicialmente, avaliar a situação e decidir por qual ação ele
deve proceder, pois nem sempre será possível ou viável realizar a abordagem, podendo o local
onde se encontra possuir um tráfego intenso (requer maiores cuidados) ou presença conside-
rável de pessoas que seriam expostas a riscos sem necessidade.
O Comandante poderá aguardar o momento mais adequado ou a chegada de reforço/
apoio antes de executar a abordagem.
Neste manual são consideradas as etapas seguintes: acompanhamento, bloqueio, cerco
e interceptação.

Acompanhamento
É a monitoração visual e física do veículo suspeito, enquanto estiver em deslocamento
até o momento da abordagem.
Durante o acompanhamento, a guarnição deve observar os movimentos dos seus ocu-
pantes, procurando identificar suas características, assim como as do veículo (marca, modelo,
tipo, cor, placa policial e outros detalhes que facilitem a identificação), munindo a Central de
Operações com informações (sua localização, itinerário, número de ocupantes, comportamen-
to e outros) que possam servir para o planejamento das ações até o momento da interceptação.

Dificuldades
É importante ter em mente que durante o acompanhamento a veículo suspeito, existem
algumas dificuldades:
a) Identificação dos ocupantes através do veículo, não só pela escassez de dados, mas
devido ao uso de películas ou ao movimento do veículo;
b) A intensidade do trânsito de veículos e o grande fluxo de pedestres, visto que pode
causar acidentes e oferecer riscos a terceiros;
c) Identificar e perceber os locais que favoreçam as manobras evasivas.

Cuidados
Alguns cuidados e procedimentos devem ser adotados pela guarnição quando do acom-
panhamento a veículos suspeitos. Nunca se deve:
a) Emparelhar a viatura com o veículo suspeito;
b) Ultrapassar o veículo suspeito, “fechar” ou efetuar qualquer manobra perigosa, que
force a parada abrupta do veículo que se acompanha;
c) Dar marcha a ré ao detectar a suspeição em veículo parado;
d) Efetuar disparos no veículo acompanhado, por desconhecer os ocupantes do veículo
(se vítimas ou se infratores da lei).

LEMBRETE
Nem sempre um veículo que promove fuga implica no entendimento de que seus
ocupantes sejam infratores da lei (dentre as inúmeras hipóteses, pode tratar-se de um
menor sem habilitação ou um cidadão que esteja sem documentação de porte obrigatório).

Pág. 43
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Bloqueio
É a ação que consiste na participação de várias viaturas com o objetivo de fechar as
vias de fuga para o veículo suspeito. A disposição tática das demais viaturas no teatro de
operações, facilita o procedimento de acompanhamento do veículo em fuga, dando tempo ao
planejamento e execução da interceptação policial.

Dificuldades
Para ação de bloqueio, são identificadas algumas dificuldades que podem favorecer a
fuga do veículo suspeito:
a) Conhecimento pleno do local e as possíveis rotas de fuga, visto que os infratores da
lei, normalmente, planejam uma rota principal e outra alternativa e, caso os policiais envolvi-
dos na ação não tenham esse conhecimento, poderão deixar livre esses locais.
b) Disponibilidade de viaturas suficientes para realizar o bloqueio, ou o tempo levado
para dispor essas viaturas nos pontos estabelecidos.

Cuidados
a) Não se recomenda o uso de bloqueios em aclives, declives ou curvas.
b) Em vias urbanas pode-se utilizar a própria viatura e outros recursos para realizar o
fechamento do trânsito, atentando para o aspecto de segurança da guarnição. Em vias rurais
recomenda-se a utilização de outros suplementos operacionais.

Cerco
É a ação policial que consiste no controle de uma determinada área ou alvo para isola-
mento e atuação da guarnição policial. O cerco pode ser iniciado após o bloqueio e serve de
preparação para a interceptação.

Dificuldades
Assim como no bloqueio, a disponibilidade de viaturas e o tempo resposta também são
fatores que dificultam esta etapa.

Cuidados
Quando do cerco decorrer situações em que não se faz viável proceder com a abor-
dagem, a exemplo, uma crise envolvendo refém, deve-se requerer a intervenção de equipe
especializada.

Pág. 44
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Interceptação
É o momento da imobilização do veículo suspeito para o início da fase de execução da
abordagem. A interceptação é um momento crucial da abordagem a veículos, pois nessa eta-
pa o emprego correto das técnicas será de vital importância para o desfecho positivo da ação
policial.

Dificuldades
Visualizar e perceber os movimentos dos ocupantes do veículo em atitude suspeita.

Cuidados
A escolha do local para a abordagem, sempre que possível dar-se-á em locais com pouca
movimentação de veículos e pedestres para aumentar a segurança da ação policial.

4. CONDUTAS NA ABORDAGEM A VEÍCULOS


Aproximação
Uso de Sirene, Giroflex e Megafone
Durante o dia quando o fluxo de veículos é intenso, tais dispositivos sonoros e luminosos
são indispensáveis para a rapidez e desobstrução no atendimento de ocorrências policiais,
contudo, deve-se ponderar sua utilização para não comprometer a eficiência da ação policial.
A utilização do megafone na abordagem a veículos, em alguns casos, torna-se impres-
cindível, por exemplo, se a abordagem ocorrer a uma distância considerável ou durante acom-
panhamento.

Pág. 45
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Porta (Fechada/Destravada/Vidros Abertos)


Por questões de segurança e para um desembarque rápido e tomadas de posições dos
integrantes da guarnição, os policiais devem certificar-se de que as portas estejam destravadas
e com os vidros arriados.

Semidesembarque
O procedimento de semidesembarque dever ser realizado com rapidez que associada à
precisão das técnicas, gera um impacto psicológico e diminui o poder de reação por parte dos
abordados, demonstrando ainda, o grau de eficiência e entrosamento da guarnição.

Posicionamento da Guarnição
As posições dos integrantes da guarnição, durante a execução da abordagem visam:
a. À visão total da área da abordagem, posições e movimentos dos abordados;
b. À não exposição dos integrantes a possíveis disparos de arma por parte dos abor-
dados;
c. À não exposição dos policiais ao disparo acidental de seus companheiros;
d. Ao não cruzamento das linhas de tiro.

Utilização das Proteções Oferecidas pela Viatura


A viatura possui alguns locais que oferecem mais segurança e proteção aos componen-
tes da guarnição. O motor, pela sua composição e estrutura, é o local mais compacto e o que
oferece maior proteção contra disparos de armas de fogo. As colunas de sustentação do teto,
oferecem uma segurança relativa, por serem um ponto reforçado do veículo.
As portas da viatura, utilizadas naturalmente pelos policiais, devem ficar no ângulo de
45 graus (semiabertas) em relação ao veículo. Existem outros locais da viatura que oferecem
uma segurança relativa, como os pneus e aros.

Verbalização
A entonação da voz deverá ser compatível à distância e atitude do abordado, e
como citado anteriormente, a utilização do megafone poderá facilitar ao abordado ouvir e bem
entender as ordens do policial. A ação vigorosa associada a gestos precisos, clareza e entona-
ção de voz, impõem aos abordados a idéia de profissionalismo e firmeza, o que com certeza
inibirá possíveis atitudes de reação.

Contenção
Ao aproximar-se do veículo em atitude suspeita que será abordado, o comandante da
guarnição determinará:
A parada do veículo:
“- ATENÇÃO! ABORDAGEM POLICIAL, PARE O VEÍCULO!
- DESLIGUE O VEÍCULO! COLOQUE A CHAVE SOBRE O TETO!
- TODOS OS OCUPANTES MANTENHAM AS MÃOS PARA FORA DO VEÍCULO!”

Pág. 46
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Saída do condutor:
“- SAIA DO VEÍCULO COM A MÃO SOBRE A CABEÇA!
- ABRA A PORTA DO FUNDO!”

Saída dos demais ocupantes pela porta correspondente, com as mãos sobre a cabeça,
um por vez, deslocando para o local determinado, deixando todas as portas abertas.

Os abordados deverão ser colocados em um local seguro, denominado Zona de Seguran-


ça, onde será feita a Busca Pessoal, utilizando anteparo, se houver, do lado direito, equidistan-
te entre o veículo e a viatura, de costas para a via.

Verificação do Veículo
O Homem-Busca deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral esquerda do veículo
suspeito, utilizando-se da técnica de tomada de ângulo, onde observará atentamente o veícu-
lo, com postura de segurança conforme o nível da abordagem, tentando visualizar se existe
mais algum ocupante no interior deste. Após esse momento, deve também certificar, rapida-
mente, se o porta-malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição.

Abertura do Porta-Malas
Será realizada pelo Homem-Busca com apoio do Segurança de Busca, do lado esquerdo
do veículo abordado, visando localizar pessoas. O procedimento de abertura do porta-malas
será realizado pelos dois policiais, no sentido da via ao anteparo (Zona de Segurança). Antes
da abertura do porta-malas, os abordados serão posicionados mais próximos da viatura (des-
locamento lateral da Zona da Segurança).

LEMBRETE
Os policiais deverão tomar todos os cuidados na observação para não confundir um
infrator com: uma vítima, uma pessoa alcoolizada ou drogada que diante de uma atitude
brusca possam provocar uso de arma de fogo indevidamente.

Verificação do Capô
A depender do nível de abordagem poderá ser realizada a busca no capô do veículo,
visando encontrar materiais ilícitos e/ou para a identificação veicular.

Pág. 47
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

5. OS 15 (QUINZE) PASSOS DA ABORDAGEM VEICULAR


PASSOS PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS

01 Planejamento mental.

02 Parada do veículo suspeito e posicionamento da viatura com semidesembarque da guarnição.

03 Verbalização do comandante da guarnição para estabelecer a Zona de Segurança (Contenção).

Busca visual do veículo, utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, visando à localização de


04 pessoas no seu interior.

05 Verificação inicial do porta malas para saber se está fechado, dando o “-limpo!” para a guarnição.

06 Desembarque da guarnição e posicionamento na zona de segurança.

07 Busca Pessoal nos ocupantes do veículo.

Afastar os abordados do veículo, colocando ao lado da viatura (deslocamento lateral da zona de


08 segurança).

Abertura e busca visual no porta malas do veículo, a fim de verificar se não há pessoas no seu
09 interior.

Busca veicular no sentido horário e de cima para baixo (a depender do nível de suspeição verificar
10 o capô do veículo).

11 Busca de Perímetro no entorno do veículo e na Zona de Segurança.

12 Técnica de identificação pessoal.

13 Técnica de identificação veicular.

Conclusão da abordagem com a exposição de motivos e liberação dos abordados ou adoção das
14 medidas cabíveis, conforme previsão legal, além de consignar todos os dados para relatório de
serviço.

15 Realizar a segurança dos abordados e aguardar a saída do veículo.

Pág. 48
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

6. ABORDAGEM COM OS DIVERSOS TIPOS DE GUARNIÇÃO MOTORIZADA


Abordagem com Guarnição Tipo A
Por questões de segurança, as Guarnições Tipo A não são adequadas para realizar abor-
dagem a veículo, pois deixará de ser empregada a técnica na sua plenitude. Isso se dá, so-
bretudo, pela falta do Patrulheiro que seria encarregado do Setor de Custódia e/ou Segurança
Externa, que no caso da Guarnição Tipo A será feita pelo próprio Comandante.
Um veículo suspeito tendo apenas um ocupante, proporcionará à Guarnição Tipo A uma
possibilidade de controle maior da abordagem em comparação em uma situação que conte-
nha dois ocupantes, pois nesse último caso, quando o Comandante se encarregar da custódia
do condutor do veículo, deixará de prestar atenção exclusiva ao segundo ocupante, pois estará
ocupado também com o primeiro abordado (condutor) e é justamente nesse momento que
surge o maior ponto de risco na ação, pois o Comandante por alguns instantes dividirá a sua
atenção entre o abordado que está no anteparo e o que está desembarcando do veículo.

LEMBRETE
Abordagem a veículo com três ou mais ocupantes não é tecnicamente viável ser
realizada por esse tipo de guarnição. Quando uma Guarnição Tipo “A” se deparar com
veículos com mais de 2 (dois) ocupantes, deve solicitar reforço/apoio à Central e continuar
acompanhando o veículo, até a chegada de outra Guarnição.

Procedimentos
O Comandante da guarnição realiza o semidesembarque ao mesmo tempo que o Moto-
rista, e tomam as seguintes posições:

COMANDANTE
O Comandante posiciona-se semidesembarcado, entre a coluna do teto e a porta, pro-
curando reduzir ao máximo a sua silhueta e determina que o condutor do veículo desligue o
veículo (antes deverá abaixar o vidro, destravar a porta e retirar o cinto de segurança). A partir
desse momento será determinado ao abordado que retire a chave da ignição e a coloque sobre
o teto, nessa mesma ação será ainda determinado ao abordado colocar as duas mãos para fora
do veículo e a descida do veículo com as mãos sobre a cabeça, descendo do veículo de frente
e se deslocando até a Zona de Segurança. A partir desse momento utiliza-se as Técnicas de
Contenção e Busca Pessoal.

Pág. 49
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

MOTORISTA
O Motorista semidesembarca e se posiciona entre a coluna e a porta da viatura. Ele será
responsável por observar toda a parte esquerda do veículo (lateral e fundo). Estando o abor-
dado já posicionado na Zona de Segurança, deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral
esquerda do veículo suspeito, utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, onde observará
atentamente o veículo, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se existe mais
algum ocupante no interior deste. Após este momento, deve também certificar, rapidamente,
se o porta-malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição, e, em seguida, assume a fun-
ção de Homem-Busca, com o apoio do Comandante que será o Segurança de Busca.
Havendo um segundo abordado, a função do Motorista da guarnição será de grande
responsabilidade, pois o Comandante estará dividido entre o primeiro abordado, que estará
sendo custodiado na Zona de Segurança, e o segundo, que estará desembarcando, devendo o
Motorista policial não desviar sua atenção do segundo abordado até que este esteja no local de
custódia. Além disso, o Motorista fará a verificação do veículo sem apoio de fogo do Coman-
dante, visto que este estará com atenção na Zona de Segurança. Por esses motivos é que não
é recomendável a abordagem a veículo com dois ocupantes. Este caso deve ser considerado
como excepcional e em situações inevitáveis.

LEMBRETE
Atualmente na PMBA, praticamente todas as Unidades Operacionais se utilizam
desse tipo de guarnição no policiamento, devendo os policiais terem a consciência do
risco que uma abordagem com esse tipo de guarnição oferece, quando não observado os
requisitos mínimos de segurança.

Abordagem com Guarnição Tipo B


Procedimentos
O Comandante da guarnição semidesembarca junto com o Motorista e o
Patrulheiro nº 1 e tomam as seguintes posições:

COMANDANTE
O Comandante posiciona-se semidesembarcado, entre a coluna do teto e a porta, procu-
rando reduzir ao máximo a sua silhueta e determina que o condutor desligue o veículo (antes
deverá abaixar o vidro, destravar a porta e retirar o cinto de segurança). A partir desse mo-
mento será determinado ao abordado que retire a chave da ignição e a coloque sobre o teto,

Pág. 50
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

nesta mesma ação será ainda determinado ao abordado colocar as duas mãos para fora do
veículo e a descida do veículo com as mãos acima da cabeça, descendo do veículo de frente
e deslocando-se até a Zona de Segurança. A partir desse momento utiliza-se as Condutas de
Contenção e Busca Pessoal.

MOTORISTA
O Motorista semidesembarca e se posiciona entre a coluna e a porta da viatura. Ele será
responsável por observar toda a parte esquerda do veículo (lateral e fundo). Após estabelecida
a Zona de Segurança com todos os abordados dispostos, assume a função de Segurança Ex-
terna, na passagem do patrulheiro para a Busca Visual do veículo.

PATRULHEIRO Nº 1
O Patrulheiro nº 1 desembarca pelo lado do Motorista, voltado para a retaguarda, rea-
lizando em um primeiro momento a segurança externa da guarnição. Estando o abordado já
posicionado na Zona de Segurança, o patrulheiro deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela
lateral esquerda do veículo suspeito utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, onde ob-
servará atentamente o veículo, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se exis-
te mais algum ocupante no interior do mesmo. Após este momento, deve também certificar,
rapidamente, se o porta-malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição, e em seguida,
assume a função do Homem-Busca. Na passagem do Patrulheiro nº 1 pelo Motorista, este
assumirá a função de Segurança Externa.
Após a Busca Pessoal, será realizada a verificação do porta-malas do veículo no intuito
de localizar pessoas. Ao finalizar a verificação do porta-malas será realizada a Busca Veicular,
acompanhada pelo condutor.

Abordagem com Guarnição Tipo C


Procedimentos
O Comandante da guarnição na posição de semidesembarque junto com o Motorista,
Patrulheiro nº 1 e Patrulheiro nº 2, tomam as seguintes posições:

COMANDANTE
O Comandante posiciona-se semidesembarcado, entre a coluna do teto e a porta, pro-
curando reduzir ao máximo a sua silhueta, e determina que o condutor desligue o veículo
(antes deverá abaixar o vidro, destravar a porta e retirar o cinto de segurança). A partir deste
momento será determinado ao abordado que coloque a chave sobre o teto, mantenha as mãos
para fora do veículo e desça com as mãos sobre a cabeça, deslocando-se, de frente, até a

Pág. 51
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Zona de Segurança, utilizando as Condutas de Conteção e Busca Pessoal. O Comandante será


o Segurança de Busca.

MOTORISTA
O Motorista desembarca do seu lado, posicionando-se entre a coluna e a porta da viatu-
ra. Ele será responsável por observar toda a parte esquerda do veículo (lateral e fundo). Quan-
do o Patrulheiro nº 1 fizer a verificação do veículo, ele assumirá a Segurança Externa, podendo
acumular com a Segurança de Custódia 2, a depender do número de ocupantes do veículo.

PATRULHEIRO Nº 1
O Patrulheiro nº 1 desembarca pelo lado do Motorista e se posiciona, inicialmente, fa-
zendo a segurança externa. Quando o abordado estiver posicionado na Zona de Segurança,
o Patrulheiro nº 1 deslocar-se-á com a silhueta reduzida pela lateral esquerda do veículo sus-
peito, utilizando-se da Técnica de Tomada de Ângulo, onde observará atentamente o veículo
abordado, com postura de segurança máxima, tentando visualizar se existe mais algum ocu-
pante no seu interior. Após este momento, deve também certificar, rapidamente, se o porta-
malas está fechado e dar o “limpo” para a guarnição, momento em que assume a função de
Homem-Busca. Na passagem do Patrulheiro nº 1 pelo Motorista, este assumirá a função de
Segurança Externa.

PATRULHEIRO Nº 2
O Patrulheiro nº 2 desembarca pelo lado do Comandante e se posicionam ambos do
mesmo lado, atentos ao flanco direito do veículo abordado e à saída dos ocupantes até a Zona
de Segurança. Após a saída do primeiro abordado e durante o seu deslocamento para o Setor
de Custódia, o patrulheiro se volta para esse local e assume a função de Segurança de Custó-
dia até o fim da abordagem.

LEMBRETE
A depender do número de ocupantes do veículo a ser abordado, o acúmulo da fun-
ção de Segurança de Custódia 2 pelo Motorista é de vital importância, pois este setor ficará
próximo ao veículo que ainda não foi abordado.

Abordagem com Duas Guarnições


Poderá haver situações em que duas guarnições realizarão uma abordagem em conjun-
to. Tais situações ocorrerão em duas circunstâncias: quando uma guarnição solicitar reforço/
apoio para realizar a abordagem e quando as duas guarnições estiverem em comboio.

Procedimentos
a) UMA GUARNIÇÃO JÁ NO ACOMPANHAMENTO OU INTERVENÇÃO REFORÇADA
OU APOIADA POR OUTRA GUARNIÇÃO
Neste caso, a segunda guarnição (reforço ou apoio) completará o efetivo da primeira, no
momento inicial, ocupando as funções remanescentes, como se fosse uma guarnição do Tipo
C. Após a Contenção, deverá ser obedecido o princípio da unidade de comando.
Excedendo algum componente, este assumirá uma das funções conforme descrito neste
Manual quando de uma abordagem com “mais de quatro policiais militares a pessoas a pé”,
obedecendo os critérios de avaliação de risco.

Pág. 52
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

b) GUARNIÇÕES EM COMBOIO
Para este tipo de intervenção, a guarnição de maior porte, havendo a possibilidade,
assumirá a frente do comboio (neste primeiro momento independente de posto/graduação), e
realizará a interceptação. Os componentes da segunda guarnição irão ocupar as funções rema-
nescentes, como se fosse uma guarnição do Tipo C. Após a Contenção, deverá ser obedecido
o princípio da unidade de comando.
Excedendo algum componente, este assumirá uma das funções conforme descrito neste
Manual quando de uma abordagem com “mais de quatro policiais militares a pessoas a pé”
obedecendo os critérios de avaliação de risco.

7. TÉCNICAS DE ABORDAGEM A MOTOCICLETA OU SIMILARES


Esta abordagem pode ser realizada por quaisquer tipos de guarnição, para tanto, os po-
licias militares envolvidos nesta ação devem atentar aos seguintes procedimentos:
a) A aproximação será feita respeitando a distância de 3 (três) a 5 (cinco) metros da
motocicleta a ser abordada.
b) A viatura deve ser posicionada à retaguarda da moto de forma a estabelecer a Zona
de Segurança.
c) O semidesembarque dos componentes da guarnição será simultâneo e a partir daí o
Comandante inicia a verbalização: “ABORDAGEM POLICIAL!”; “DESLIGUE A MOTOCICLE-
TA!”; “NÃO RETIRE O CAPACETE!”; “MÃOS SOBRE O CAPACETE!”.
d) O Comandante determinará que os indivíduos desmontem da motocicleta sem retirar
o capacete ou qualquer outro objeto e, a partir daí, serão adotados os procedimentos relativos
às técnicas de abordagem a pessoas a pé.
e) O Homem-Busca, além de realizar a busca pessoal, fará a busca veicular, de períme-
tro e a identificação pessoal e veicular.

8. TÉCNICAS DE ABORDAGEM A VEÍCULOS DE CARGA


Este tipo de abordagem exige uma atenção redobrada dos policiais militares, haja vista
que, em caso de transporte de material ilícito, há grande probabilidade de outros veículos rea-
lizarem a segurança da carga. Diante disso, a equipe ideal, para realização de uma abordagem
a veículos de carga, deve ser composta por no mínimo quatro policiais militares.

Abordagem com Guarnição Tipo C


a) Através de sinal sonoro e visual, determinar a parada do veículo de carga em local
apropriado (preferencialmente em terreno plano e próximo à calçada ou acostamento).
b) A viatura deve parar à retaguarda do veículo afastada entre 03 (três) e 05 (cinco)
metros, procurando alinhar o farol do lado direito da viatura com o eixo central do veículo abor-
dado. Neste momento, a Guarnição deve estar com a atenção redobrada para uma possível
escolta, adotando contramedidas caso ocorra.
c) A Guarnição fará o desembarque, exceto o Motorista que permanece semidesembar-
cado e controla a lateral esquerda do veículo. O Patrulheiro nº 1, neste momento, fará a segu-
rança externa. O Comandante e o Patrulheiro nº 2 ficarão cobertos na porta dianteira direita
da viatura. Será adotada a Postura de Segurança adequada a situação.

Pág. 53
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

d) Após determinação do Comandante, o Patrulheiro nº 1 desloca mantendo o controle


da lateral esquerda. Ao mesmo tempo, o Patrulheiro nº 2 desloca para verificar o comparti-
mento de carga e o Comandante faz a segurança do Patrulheiro nº 2 e mantém o controle da
lateral direita do veículo de carga. O Motorista, por sua vez, desembarcará e ficará responsável
pela Segurança Externa, posicionando-se à frente da viatura, alinhado ao farol esquerdo, na
Zona de Segurança e fazendo, se necessário for, o controle do trânsito.
e) Verificado o compartimento de carga, o Patrulheiro nº 1 deslocará pelo lado esquerdo,
próximo à carroceria, em direção à boleia, ao mesmo tempo em que o Comandante e o Patru-
lheiro nº 2 deslocarão pelo lado direito próximo à carroceria, também em direção à boleia, de
forma que visualize a sua parte interna.
f) O Patrulheiro nº 1 determinará que o condutor desligue o veículo e que todos os ocu-
pantes desçam da boleia pela porta do lado do carona (lado direito). Ao descer, o Comandante
ordenará que o abordado se posicione paralelo à lateral direita do veículo, sendo ali estabele-
cido a Zona de Segurança.
g) Após a contenção dos ocupantes que desceram do veículo, o Patrulheiro nº 2 deslo-
car-se-á com a silhueta reduzida em direção à boleia, utilizando-se da técnica de tomada de
ângulo, onde fará busca visual na parte interna do veículo suspeito, com postura de segurança
máxima, tentando visualizar se existe mais algum ocupante no seu interior dando “LIMPO”.
h) O Patrulheiro nº 1, ao ouvir o “LIMPO”, deslocar-se-á pela frente do veículo de carga,
para o Setor de Busca, e após o posicionamento para a busca dos ocupantes do veículo, o
Comandante dará autorização para iniciar este procedimento, onde o Patrulheiro nº 1 terá a
função de Homem-Busca, com o Comandante fazendo a Segurança de Busca, e o Patrulheiro
nº 2 fará a Segurança de Custódia até o final da busca.
i) Na Abordagem a Veículos de Carga, a Busca Veicular será dividida em busca no com-
partimento de carga, se houver, e busca na boleia.
j) Após a busca pessoal, será realizada a busca no compartimento de carga. O Patru-
lheiro nº 1 fará a abertura do compartimento, enquanto o Comandante fará a busca visual.
Durante esta ação, o abordado será colocado em local que possa visualizar a parte interna do
compartimento, enquanto o Patrulheiro nº 1 fará a busca em seu interior.
k) Antes da busca no compartimento de carga, a Zona de Segurança será deslocada a
região lateral da viatura, evitando cruzamento da linha de tiro.
l) Em seguida o Patrulheiro nº 1 fará a busca no interior da boleia (portas, chão, bancos
e teto nesta ordem, bem como no compartimento de descanso, se houver). O condutor será
posicionado em local que possa visualizar a busca, sendo acompanhado pelo Comandante.
m) Após a conclusão da abordagem, a guarnição fará a segurança do trânsito e aguar-
dará a saída do veículo.

Pág. 54
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

9. INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
São fatores a serem observados na aplicação das técnicas, que servem para complemen-
tar e aumentar a segurança da ação policial quando numa abordagem a veículo:

Luzes
Durante a abordagem, o giroflex e o pisca-alerta da viatura deverão permanecer ligados.
Em situações de baixa visibilidade (a depender da zona de ação), o farol alto da viatura será
ligado e determinado ao condutor do veículo que desligue o farol e acenda as luzes internas
do veículo.

Confirmação da Supeita
Havendo suspeita confirmada, os ocupantes deverão sair do veículo abordado e serem
posicionados de joelhos (suspeita confirmada com ilícito aliada aos fatores: efetivo policial e
local da ação) ou imediatamente em decúbito ventral (suspeita confirmada com a presença de
arma de fogo), seguido da verificação do interior do veículo, contenção, algemação e Busca
Pessoal nos abordados.

10. QUADRO RESUMO DE ABORDAGEM A VEÍCULOS COM DIFERENTES


TIPOS DE GUARNIÇÃO
OUTRAS
TIPO DE NÍVEL DE POSTURA DE VIABILIDADE DA POSICIONAMENTO
SITUAÇÃO CONDUTAS À
GUARNIÇÃO ABORDAGEM SEGURANÇA ABORDAGEM DOS SUSPEITOS
SEREM ABORDAS
COLOCAR NO AN- ACOMPANHAR/SO-
SIM ATÉ 02 (dois)
03 Fundada suspeita Semipronta TEPARO (REGRA) LICITAR REFORÇO/
SUSPEITOS
OU EM PÉ APOIO
COLOCAR NO
ACOMPANHAR/SO-
A Suspeita confir- SIM ATÉ 02 (dois) ANTEPARO
04 Máxima LICITAR REFORÇO/
mada com ilícito SUSPEITOS (REGRA) OU EM
APOIO
PÉ/JOELHO
Suspeita confir- OBSERVAR/SOLI-
04 mada com arma Máxima Não Não CITAR REFORÇO/
de fogo APOIO
COLOCAR NO AN- CERCAR/CONTER/
Sim até 03 (três)
03 Fundada suspeita Semipronta TEPARO (REGRA) SOLICITAR REFOR-
suspeitos
OU EM PÉ ÇO/APOIO
COLOCAR NO
CERCAR/CONTER/
Suspeita confir- Sim até 03 (três) ANTEPARO
B 04 Máxima SOLICITAR REFOR-
mada com ilícito suspeitos (REGRA) OU EM
ÇO/APOIO
PÉ/JOELHO
Suspeita confir- CERCAR/CONTER/
Sim até 03 (três)
04 mada com arma Máxima DEITADOS SOLICITAR REFOR-
suspeitos
de fogo ÇO/APOIO
COLOCAR NO AN- CERCAR/CONTER/
Sim até 04 (qua-
03 Fundada suspeita Semipronta TEPARO (REGRA) SOLICITAR REFOR-
tro) suspeitos
OU EM PÉ ÇO/APOIO
COLOCAR NO
CERCAR/CONTER/
Suspeita confir- Sim até 04 (qua- ANTEPARO
C 04 Máxima SOLICITAR REFOR-
mada com ilícito tro) suspeitos (REGRA) OU EM
ÇO/APOIO
PÉ/JOELHO
Suspeita confir- CERCAR/CONTER/
Sim até 04 (qua-
04 mada com arma Máxima DEITADOS SOLICITAR REFOR-
tro) suspeitos
de fogo ÇO/APOIO

Pág. 55
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 56
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

As ocorrências de ilícitos praticados em ônibus coletivo tem compelido a Polícia Militar


a intensificar as abordagens às pessoas neles embarcadas. Não obstante, as diferentes carro-
cerias – portas únicas, duplas ou triplas, catracas dianteira ou traseira, variações no tamanho,
altura e de visibilidade da ocupação interna – fazem com que tais procedimentos primem pela
supremacia da técnica ante a inferioridade numérica da guarnição policial. Assim sendo, re-
comenda-se um efetivo mínimo de 04 (quatro) policiais, de forma que o fiel cumprimento das
técnicas aqui apresentadas, assegure a redução dos riscos inerentes à abordagem realizada.

1. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO,


COM CATRACA DIANTEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO C

Aproximação
I. Sempre que possível, a
viatura deverá parar à retaguarda
do ônibus, com seu farol direito
alinhado à placa do ônibus, com
distância mínima de 05 (cinco)
metros.

II. O desembarque dos integrantes


será simultâneo, devendo o Comandante
e o Patrulheiro nº 2 deslocar até a frente
do ônibus, parando em diagonal à colu-
na de sustentação do para-brisa, junto
à porta dianteira, que lhes dará cober-
tura. O Patrulheiro nº 2 irá à frente do
Comandante, com sua arma em posição
semipronta, voltado para porta da frente
e dianteira do coletivo e o Comandante,
por sua vez, irá à retaguarda do Patrulhei-
ro nº 2 em postura semipronta, voltado
para o ônibus. Após cobertos pela coluna
do veículo, a postura do armamento pas-
sará a ser relativa.

Pág. 57
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

III. O Patrulheiro nº 1 deslocará por trás da viatura e se posicionará na coluna traseira


do ônibus. Ao mesmo tempo, o Motorista deslocará pela frente da viatura, aproveitando para
observar se algum objeto foi arremessado do coletivo ou mesmo se houve uma tentativa de
fuga, posicionando-se na retaguarda do Patrulheiro nº 1. Os mesmos adotarão posicionamen-
to simétrico ao adotado pelo Patrulheiro nº 2 e Comandante na coluna dianteira.

LEMBRETE
Preferencialmente, o deslocamento será pelo lado oposto à circulação da via, para
evitar o risco de atropelamento e sempre buscando cobertas e abrigos que os protejam da
exposição aos ocupantes do ônibus.

Contenção
I. O Patrulheiro nº 2, de onde está, pedirá ao condutor do coletivo que abra a porta da
frente, desligue o veículo e mantenha as demais portas fechadas. Ato contínuo, determinará
que todos os homens localizados no espaço entre a escada e a catraca desembarquem com
seus pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada
como anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1.

II. Após o desembarque desses passageiros, solicitará a abertura da porta traseira. Em


seguida, o Patrulheiro nº 1, em postura semipronta, deslocará para a sua direita, ficando
diante da janela lateral traseira e determinará que todos homens desembarquem com seus
pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como
anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1. O Motorista acompanhará o Patrulheiro nº 1 em
seu deslocamento até a janela, na postura semipronta voltado para a porta traseira do ônibus.
Os demais passageiros (mulheres, crianças e idosos), que porventura permaneçam no interior
do ônibus, serão posicionados nos bancos do lado esquerdo com a mão no corrimão do banco
da frente.

Pág. 58
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

III. Desembarcados todos os passageiros do sexo masculino, o Patrulheiro nº 2 adentrará


cautelosamente o interior do coletivo tão somente para se certificar de que não há mais ne-
nhum passageiro do sexo masculino e em seguida descerá do ônibus.
IV. Após seu desembarque, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor o fechamento das
portas e, junto com o Comandante, se dirigirá ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a
custódia de metade do setor. O Patrulheiro nº 2 ficará à direita do Comandante, acumulando
a função de Segurança Externa.

Busca
I. O Patrulheiro nº 1 chamará os passageiros ao Setor de Busca, um por vez, da direita
para a esquerda, e lhes fará busca pessoal, tendo o Motorista como seu Segurança de Busca.
Após passar pela busca, o abordado será direcionado ao Setor de Custódia nº 2, sendo acumu-
lada sua responsabilidade pelo Motorista, que deverá garantir que os abordados não fiquem
à sua retaguarda e nem ao fundo do veículo.
II. Finalizada a busca pessoal, o Motorista se voltará para o Setor de Custódia nº 2, cui-
dando de observar, também, todo o ambiente no seu campo visual. O Comandante, por sua
vez, se posicionará ao lado do Motorista e voltará sua frente para o lado oposto ao do Motoris-
ta, observando todo o ambiente no seu campo visual e também, o interior do ônibus.
III. O Patrulheiro nº 1 determinará ao condutor do ônibus a abertura da porta traseira e
por ela embarcará cuidadosamente, posicionando-se ao fundo do ônibus, de onde guarnecerá
o Patrulheiro nº 2, que embarcará simultaneamente, fará uma varredura visual e, em seguida,
começará a revistar os pertences das passageiras, uma a uma, do fundo para a frente, solici-
tando, inclusive, que se levantem e saiam do assento, para verificar o local.
IV. Chegando à catraca, o Patrulheiro nº 2 solicitará ao condutor que abra as portas do
centro e da frente, caso haja, e por ela desembarcará, observando a escada, em busca de
objetos ilícitos. Em seguida, embarcará pela porta da frente realizando a busca nos pertences
das passageiras e dos espaços onde se possa ocultar objeto ilícito.
V. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences
das passageiras, os Patrulheiros nº 1 e 2 desembarcarão e se
dirigirão à lateral esquerda do ônibus para a busca de perímetro,
inclusive, embaixo do veículo, em busca de algum objeto ilícito
que possa ter sido dispensado por algum passageiro. Em segui-

Pág. 59
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

da, retornarão para o lado do Comandante e Motorista, recompondo a Linha de Segurança ao


longo do ônibus.
VI. O Comandante realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque
dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito
até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura.

2. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO,


COM CATRACA TRASEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO C
Aproximação
Proceder-se-á como no tópico APROXIMAÇÃO do item anterior.

Contenção
I. O Patrulheiro nº 2, de onde está, pedirá ao condutor do ônibus que desligue o veículo
e abra a porta traseira. Ato contínuo, o Patrulheiro nº 1, em postura semipronta, irá deslocar
à sua direita, ficando diante da janela lateral traseira e determinará que todos os passageiros
que estão no fundo do veículo passem para a frente. O Motorista acompanhará o Patrulheiro
nº 1 em seu deslocamento até a janela, na postura semipronta, voltado para a porta traseira
do ônibus. Em seguida, o Patrulheiro nº 1 embarcará pela porta traseira verificando o fundo
do veículo e rapidamente se voltará para a catraca, de onde dará a ordem para o desembarque
dos homens com seus pertences e que as mulheres passem para o lado esquerdo com as
mãos no corrimão da cadeira da frente. O Motorista embarcará juntamente com o Patrulheiro
nº 1 e voltará sua atenção para o fundo do veículo, retornando à sua posição anterior assim
que se iniciar o desembarque dos passageiros masculinos.
II. Durante o desembarque dos homens, o Patrulheiro nº 2 lhes determinará que colo-
quem as mãos na lateral do ônibus e acima da cabeça. Finalizado este desembarque o Patru-
lheiro nº 1 descerá do ônibus e assumirá a posição de Homem-Busca.
III. Após o desembarque do Patrulheiro nº 1, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor
que feche as portas e, junto com o Comandante, se dirigirão ao Setor de Custódia nº 1, onde
cada um fará a custódia de metade do setor. O Patrulheiro nº 2 ficará à direita do Comandante,
acumulando a função de Segurança Externa.

Busca
I. Proceder-se-á conforme tópico BUSCA do item anterior.
II. O Patrulheiro nº 2 embarcará cuidadosamente pela porta da frente e se dirigirá até
a parte traseira, em postura relativa, fazendo uma varredura visual do interior do ônibus. Em
seguida, começará a busca nos pertences das passageiras, uma a uma, do fundo para frente,
solicitando, inclusive, que se levantem e saiam do assento, para verificar o local.

Pág. 60
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

III. O Patrulheiro nº 1, por sua vez, embarcará simultaneamente com o Patrulheiro nº


2 e permanecerá na frente, junto ao condutor do veículo, fazendo a segurança do Patrulheiro
nº 1. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, o Patrulheiro
nº 2 determinará ao condutor que abra a porta do centro, caso haja, e por ela desembarcará,
observando a escada, em busca de objetos ilícitos;
IV. O Patrulheiro nº 1 desembarcará e ambos se dirigirão à lateral esquerda do ônibus
para realizar a busca de perímetro, inclusive, embaixo do veículo, em busca de algum objeto
ilícito que possa ter sido dispensado por algum passageiro. Em seguida, retornarão para o lado
do Comandante e Motorista, recompondo a linha de segurança ao longo do ônibus;
V. O Comandante realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque
dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito
até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura.

3. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO, COM CA-


TRACA DIANTEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO A E UMA GUARNIÇÃO TIPO B
Aproximação
I. Sempre que possível, as
viaturas deverão parar à retaguar-
da do ônibus, com seu farol di-
reito alinhado à placa do ônibus,
com distância mínima de 05 (cin-
co) metros.
II. O desembarque dos integrantes será simultâneo, devendo o ComandanteA (CMTA) e
o MotoristaA (MOTA) deslocar até a frente do ônibus, parando em diagonal à coluna de sus-
tentação do para-brisa, junto à porta dianteira, que lhes dará cobertura. O MOTA irá à frente
do CMTA, com sua arma em posição semipronta, voltado para a porta da frente e a dianteira
do coletivo e o MOTA em postura semipronta, voltado para o ônibus. Uma vez cobertos pela
coluna do veículo, a postura do armamento passará a ser relativa.
III. CMTB e PTRB da guarnição tipo B, deslocarão e se posicionarão na coluna traseira,
com o CMTB à retaguarda.
IV. O MOTB desembarcará e observará se algum objeto foi arremessado do veículo ou
mesmo uma tentativa de fuga e deslocará e acumulará as funções de Segurança Externa e
Segurança de Custódia nº 2.

Contenção
I. O MOTA, de onde está, determinará ao condutor do coletivo que abra a porta da fren-
te, desligue o veículo e mantenha as demais portas fechadas. Ato contínuo, determinará que
todos os homens localizados no espaço entre a escada e a catraca desembarquem com seus
pertences e coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como

Pág. 61
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

anteparo compondo o Setor de Custódia nº 1.


II. Após o desembarque desses passageiros, determinará a abertura da porta traseira.
Em seguida, o PTRB, em postura semipronta, deslocará para a sua direita, ficando diante da
janela lateral traseira e determinará que todos homens desembarquem com seus pertences e
coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo
compondo o Setor de Custódia nº 1. O CMTB acompanha o PTRB em seu deslocamento até a
janela, na postura semipronta voltado para a porta traseira do ônibus. Os demais passageiros
(mulheres, crianças e idosos), que porventura permaneçam no interior do ônibus, serão posi-
cionados nos bancos do lado esquerdo com a mão no corrimão do banco da frente.
III. Desembarcados todos os passageiros do sexo masculino, o MOTA adentrará caute-
losamente o interior do coletivo tão somente para se certificar de que não há mais nenhum
passageiro do sexo masculino e em seguida descerá do ônibus.
IV. Após seu desembarque, o MOTA determinará ao condutor o fechamento das portas e,
junto com o CMTA se dirigirá ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a custódia de me-
tade do setor. O MOTA ficará à direita do CMTA, acumulando a função de Segurança Externa.

Busca
I. O PTRB chamará os passageiros ao Setor de Busca, um por vez, da direita para a es-
querda, e lhes fará busca pessoal, tendo o CMTB como seu Segurança de Busca. Após passar
pela busca, o abordado será direcionado ao Setor de Custódia nº 2, que terá como responsável
o MOTB, que não deverá permitir que os abordados fiquem à sua retaguarda e nem ao fundo
do veículo. Finalizada a busca pessoal, o CMTB se voltará para o Setor de Custódia nº 2.
II. O MOTB fará a Segurança Externa e o CMTA, por sua vez, posicionará ao lado do CMTB
e voltará sua frente para a dianteira do veículo, observando todo o ambiente no seu campo
visual e também, o interior do ônibus.
III. O PTRB determinará ao condutor do ônibus a abertura da porta traseira e por ela em-
barcará cuidadosamente e se posicionará no fundo do coletivo, de onde guarnecerá o MOTA,
que embarcará simultaneamente, fará uma varredura visual e, em seguida, começará a busca
nos pertences das passageiras, uma a uma, do fundo para frente, solicitando, inclusive, que
se levantem e saiam do assento, para verificar o local.
IV. Chegando à catraca, o MOTA solicitará ao condutor que abra as portas do centro e da
frente, caso haja, e por ela desembarcará, observando a escada, em busca de objetos ilícitos.
Em seguida, embarcará pela porta da frente, realizando a busca nos pertences das passageiras
e nos espaços onde se possa ocultar objeto ilícito.
V. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, os PTRB
e MOTA desembarcarão e se dirigirão à lateral esquerda do coletivo para realizar a busca de
perímetro, inclusive, embaixo do veículo, em busca de algum objeto ilícito que possa ter sido
dispensado por algum passageiro. Em seguida, retornarão para o lado dos CMTAB, recompondo
a linha de segurança ao longo do ônibus.
VI. O Comandante mais antigo realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o
embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança
do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura.

Pág. 62
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

4. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS COLETIVO, COM CA-


TRACA TRASEIRA, COM UMA GUARNIÇÃO TIPO A E UMA GUARNIÇÃO TIPO B
Para a execução dessa técnica, far-se-á a analogia com as técnicas anteriores, mantendo
a devida observância na relação entre função na guarnição e função na abordagem.

5. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM MICRO-ÔNIBUS, COM UMA


GUARNIÇÃO TIPO C
Aproximação
I. Proceder-se-á como nas demais técnicas para guarnições tipo C

Contenção
I. O Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor que desligue o veículo e abra a porta, bem
como a todos os homens que desembarquem com seus pertences e coloquem as mãos acima
da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo compondo o Setor de Custó-
dia nº 1. Os demais passageiros (mulheres, crianças e idosos), que porventura permaneçam
no interior do ônibus, serão posicionados nos bancos do lado esquerdo com a mão no corri-
mão do banco da frente.
II. Desembarcados todos os passageiros do sexo masculino, o Patrulheiro nº 2 adentrará
cautelosamente o interior do coletivo tão somente para se certificar de que não há mais ne-
nhum passageiro do sexo masculino e em seguida descerá do ônibus.
III. Após seu desembarque, o Patrulheiro nº 2 determinará ao condutor o fechamento da
porta e, junto com o Comandante, se dirigirá ao Setor de Custódia nº 1, onde cada um fará a
custódia de metade do setor. O Patrulheiro nº 2 ficará à direita do Comandante, acumulando
a função de Segurança Externa.

Busca
I. A parte da lateral do veículo, que fica após o pneu traseiro, deverá ser reservada para
ser utilizada como setor de busca.
II. Proceder-se-á a busca como descrito nos itens anteriores.
III. O Patrulheiro nº 1, por sua vez, embarcará simultaneamente com o Patrulheiro nº 2
e permanecerá na frente, junto ao condutor do veículo, fazendo a segurança do Patrulheiro nº
2. Finalizada a busca no interior do ônibus e nos pertences das passageiras, ambos desembar-
carão e se dirigirão à lateral esquerda do ônibus para realizar a busca de perímetro, inclusive,
embaixo do veículo, atentando para algum objeto ilícito que possa ter sido dispensado. Em
seguida, retornarão para o lado do Comandante e Motorista, recompondo a linha de segurança
ao longo do ônibus.
IV. O Comandante realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o embarque
dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança do trânsito
até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura.

Pág. 63
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

6. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM MICRO-ÔNIBUS, COM UMA


GUARNIÇÃO TIPO A E UMA TIPO B
Para a execução dessa técnica far-se-á a analogia com as técnicas anteriores, mantendo
a devida observância na relação entre função na guarnição e função na abordagem.

7. ABORDAGEM A PESSOAS EMBARCADAS EM ÔNIBUS EXECUTIVO, COM UMA


GUARNIÇÃO TIPO A E UMA TIPO B
Devido ao risco elevado de uma abordagem a ônibus executivo em rodovias, como exce-
ção à regra, a abordagem preventiva deve ser realizada por no mínimo cinco policiais militares.

Aproximação
Proceder-se-á a aproximação descrita nos itens anteriores.

I. A guarnição Tipo B fará a progressão em coluna, tendo PTRB como ponta, seguido do
MOTB e do CMTB, nesta ordem, sendo que o Patrulheiro nº 1 deslocará na posição semipron-
ta direcionado para a porta e os demais, na mesma posição, com foco nas janelas devido a
abertura diferenciada da porta, sendo que o CMTB também fará a Segurança Externa.
II. CMTA e MOTA se posicionarão na coluna traseira.

Contenção
I. De onde está o PTRB determinará que o condutor do Executivo desligue o veículo,
abra a porta e transmitirá a ordem para que todos os homens desçam com seus pertences e
coloquem as mãos acima da cabeça na lateral do ônibus, que será utilizada como anteparo
compondo o Setor de Custódia nº 1. A GU Tipo A permanecerá coberta pela coluna traseira do
coletivo, e o CMTA orientará o adequado posicionamento dos passageiros na lateral do ônibus.
II. Desembarcados todos os homens, o PTRB determinará ao condutor do veículo que
transmita a ordem para que todas as mulheres e demais passageiros (idosos, crianças etc.)
desçam do veículo e se posicionem à frente do ônibus, ao tempo em que o MOTB orientará o
posicionamento adequado, enquanto o CMTB comporá o Setor de Custódia nº 2.

Pág. 64
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Busca
I. Após a formação dos setores de custódia, o PTRB e o MOTB embarcarão no ônibus
para verificar se há ainda algum passageiro homiziado, inclusive no banheiro. Após verifica-
ção, desembarcarão e o MOTB substituirá o CMTB na função de Segurança de Custódia nº 2.
Os Comandantes assumirão o Setor de Custódia nº 1, o MOTA será o Segurança de Busca do
PTRB, que será o Homem-Busca.
II. Quando reduzirem os homens no Setor de Custódia nº 1, o CMTA assumirá o Setor de
Custódia nº 3.
III. Concluída a Busca Pessoal nos homens, as mulheres e demais passageiros, serão po-
sicionados no Setor de Custódia nº 1, de costas para o ônibus. Em seguida, o PTRB iniciará a
revista de seus pertences, da traseira para a dianteira do ônibus, sendo que esses passageiros
não serão movimentados durante e após a busca, sendo mantidos em linha.
IV. Concluída a revista dos pertences das mulheres e demais passageiros, o MOTB e o
PTRB embarcarão novamente no ônibus, para fazer a busca veicular à procura de objetos ilíci-
tos. Em seguida, desembarcarão para recompor a linha de segurança.
V. O Comandante mais antigo realizará a devida conclusão da abordagem e autorizará o
embarque dos passageiros, liberando o deslocamento do ônibus. A guarnição fará a segurança
do trânsito até a saída do ônibus e somente depois embarcará na viatura.

LEMBRETE

Na abordagem a veículos de transporte coletivo tipo “vans” será utilizada a


técnica análoga à de ônibus executivo, porém com efetivo mínimo de quatro poli-
ciais militares.

Pág. 65
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 66
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

O crescimento populacional desorganizado nos centros urbanos acarretou o aumento da


incidência de delitos praticados com o uso de motocicletas e, para combater estas práticas
delituosas, haja vista as vias congestionadas, o processo de Motopatrulhamento se destaca
como o mais eficaz nestes momentos devido a sua agilidade.

1. FORMAÇÕES DE MOTOPATRULHAMENTO
São equipes que poderão ser
formadas para realização do policia-
mento, podendo ser elas, com duas,
três, quatro ou mais motocicletas,
as quais se posicionarão na via de
acordo com seu efetivo.

2. ABORDAGEM A MOTOCICLETAS

Com 02 Motocicletas (02 PM)


Por questões de segurança, o patrulhamento com dois motociclistas não é recomendado
para realizar abordagens em deslocamento, visto que a aproximação aos suspeitos traz a im-
possibilidade de pilotagem e o enquadramento do armamento com a devida segurança para a
dupla. Recomenda-se que a dupla, ao avistar indivíduos em atitude suspeita realize acompa-
nhamento e solicite apoio via rádio. Caso o condutor desmonte ou estacione o veículo, deve
a dupla desmontar da motocicleta à distância segura e realizar a aproximação a pé, na forma
recomendada neste manual.

Com 02 Motocicletas (03 PM)


O Comandante observa a motocicleta a ser
abordada e indica à dupla piloto/garupa que inicie
a aproximação, por meio de gestos que facilitem a
identificação do veículo a ser abordado.
A dupla piloto/garupa se aproxima pela late-
ral da motocicleta a ser abordada, e em um ângulo
de 45 graus e cerca de 3 metros à retaguarda, uti-
lizando-se de equipamentos sonoros e luminosos,
o garupa realizará o enquadramento do abordado
e determinará a parada da motocicleta. O Coman-
dante acompanha o procedimento à retaguarda da motocicleta abordada.

Pág. 67
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Após parada da motocicleta abordada, o garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLICIAL!”


“DESLIGUE A MOTOCICLETA!” “NÃO RETIRE O CAPACETE!” “MÃOS SOBRE O CAPACETE!”.
O Comandante descerá rapidamente da motocicleta, enquadrará e assumirá a custódia do
abordado, posicionando-se à retaguarda da motocicleta abordada, assumindo nesse momento
toda verbalização, determinando que os indivíduos desmontem da motocicleta, sem retirar o ca-
pacete ou qualquer outro objeto e se posicionem na calçada ou local que não ofereça risco aos
mesmos, mantendo as mãos sobre o capacete ou anteparo, conforme já tratado neste Manual.
Após a contenção dos abordados, o Garupa assumirá a segurança externa, na sequência, o Pi-
loto desmonta da motocicleta e assume a função de Homem-Busca. Durante a busca pessoal o
comandante fará a segurança de busca e de custódia, enquanto o piloto fará a busca pessoal nos
abordados, de forma similar à abordagem realizada por 2 PM a 2 abordados.

LEMBRETE
Recomenda-se que, havendo dois suspeitos em uma motocicleta, se priorize a aborda-
gem do Garupa, pois é mais provável que este porte arma de fogo.

O Piloto recolhe os capacetes realizando a busca em seus interiores e os coloca na motoci-


cleta abordada. Posteriormente, será iniciada a busca veicular, verificando-se toda a carenagem
da motocicleta, sobretudo onde há folga ou parafusos desgastados. Após a busca veicular o
Comandante iniciará a identificação das pessoas e do veículo. Caso as motocicletas estejam blo-
queando o fluxo normal do trânsito, o Piloto as retirará evitando a obstrução da via.
Ao final da abordagem, não se configurando a existência de delito, o Comandante da equipe
deverá explicar os motivos que levaram a realizá-la e agradecer a cooperação dos abordados e
aguardar que retornem ao trânsito.
Após o deslocamento dos abordados, Comandante e Piloto vão para suas motocicletas,
funcionando-as. O Garupa, então, monta na motocicleta ocupada pelo piloto e a equipe retorna
ao patrulhamento.

Com 03 Motocicletas (04 PM)


O Comandante observa a motocicleta a ser abordada e indica a dupla piloto/garupa que
inicie a aproximação, por meio de gestos que facilitem a identificação do veículo a ser abordado.
A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral da motocicleta a ser abordada em um ângulo
de 45 graus e cerca de 3 metros a retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e lumino-
sos. O Garupa realizará o enquadramento do abordado e determinará a parada da motocicleta.

Pág. 68
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral da motocicleta a ser abordada em um


ângulo de 45 graus e cerca de 3 metros a retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros
e luminosos. O Garupa realizará o enquadramento do abordado e determinará a parada da
motocicleta. O Comandante acompanha o procedimento à retaguarda da motocicleta suspeita,
enquanto o Subcomandante rapidamente assume a segurança externa, à retaguarda da equi-
pe, bloqueando na fase inicial da abordagem, por ser a fase mais crítica, o trânsito de veículos
e pessoas.
Após a parada da motocicleta abordada, o Garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLI-
CIAL!” “DESLIGUE A MOTOCICLETA!” “NÃO RETIRE O CAPACETE!” MÃOS SOBRE O CA-
PACETE!”.
O comandante descerá rapidamente da motocicleta, enquadrará e assumirá a custódia do
abordado, posicionando-se à retaguarda da motocicleta abordada, assumindo nesse momento
toda verbalização, determinando que os indivíduos desmontem da motocicleta, sem retirar o
capacete ou qualquer outro objeto e se posicionem na calçada ou local que não ofereça risco
aos mesmos, mantendo as mãos sobre a cabeça ou no anteparo. Nesta fase, será realizada a
técnica de abordagem a pessoa a pé, e posteriormente a busca veicular e a identificação dos
abordados e veículo, conforme já tratado neste Manual.
Ao final da abordagem, exceto o Subcomandante, que permanecerá na segurança exter-
na, todos os demais aguardam sobre a calçada, até que os abordados retornem ao trânsito.
Posteriormente o Garupa assume o lugar do Subcomandante, que juntamente com os demais
vão para suas motos, funcionando-as. O Garupa, então, monta na motocicleta ocupada pelo
Piloto e a equipe retorna ao patrulhamento.

Com 04 Motocicletas (05 PM)


Caso a equipe seja composta por 04 motos e 05 policiais, o quinto homem auxiliará os
demais integrantes da equipe, conforme determinar o Comandante:
• Como Segurança de Busca, deixando livre o Comandante, que passa a ser supervisor
da abordagem;
• Como segundo homem de segurança externa;
• Como Segurança de Custódia 2.

Pág. 69
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

LEMBRETES

1. O capacete dos abordados só é retirado após a busca pessoal;


2. Caso o veículo abordado empreenda fuga, a equipe deve efetuar o acom-
panhamento, evitando troca de tiros, limitando-se a segui-los à distância e solici-
tando apoio imediato para efetuar o cerco;
3. A velocidade média ideal para o patrulhamento com motocicletas é de
40km/h, possibilitando uma melhor visão periférica durante o motopatrulhamen-
to;
4. O posicionamento das motocicletas após a contenção será feita à reta-
guarda de forma paralela ou diagonal da equipe que efetua o primeiro contato,
tendo em vista a segurança dos policiais;
5. Caso haja a necessidade de uma incursão, deverá observar as Técnicas de
Progressão de Tropa descritas neste Manual, retirar capacetes colocando-os sobre
a motocicleta, pois esses dificultam a visão periférica, bem como as chaves das
motocicletas
.

3. ABORDAGEM A VEÍCULOS DE PASSEIO

Com 02 Motocicletas (3 PM)

O Comandante observa o veículo a ser abordado e indica à dupla Piloto/Garupa que ini-
cie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do veículo suspeito e em um
ângulo de 45 graus e cerca de 03 (três) metros à retaguarda, utilizando-se de equipamentos
sonoros e luminosos.
O Garupa realizará o enquadramento do veículo a ser abordado e determinará sua pa-
rada, enquanto o Comandante acompanha o procedimento com a motocicleta à retaguarda.
Após a interceptação do veículo, o Garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLICIAL!”
“DESLIGUE O VEÍCULO!”. O Comandante desmontará rapidamente da motocicleta e realizará
o enquadramento do veículo, permitindo que o Garupa desmonte da motocicleta e assuma a

Pág. 70
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

segurança externa. Na sequência o Comandante determina que os indivíduos desçam do veí-


culo com as mãos sobre a cabeça e se posicionem na calçada ou local que não ofereça risco
aos mesmos, mantendo as mãos no anteparo ou sobre a cabeça, conforme já tratado neste
Manual.
O Piloto desmonta da motocicleta e verifica a existência de outras pessoas no veículo.
Durante a busca pessoal o Comandante fará a segurança de busca e de custódia, enquanto o
Piloto fará a busca pessoal.
A execução da busca veicular, a identificação e a busca de perímetro devem ser as
mesmas descritas no Capítulo V deste Manual. Ao final da abordagem deverão ser adotados
os procedimentos descritos neste capítulo.

Com 03 Motocicletas (04 PM)


O Comandante observa o veículo a ser abordado e indica a dupla Piloto/Garupa que ini-
cie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do veículo suspeito e em um
ângulo de 45 graus e cerca de 03 (três) metros à retaguarda, utilizando-se de equipamentos
sonoros e luminosos;
O Garupa realizará o enquadramento do veículo a ser abordado e determinará sua pa-
rada, enquanto o Comandante acompanha o procedimento com a motocicleta à retaguarda.
Após a interceptação do veículo, o Garupa verbalizará: “ABORDAGEM POLICIAL!”
“DESLIGUE O VEÍCULO!”. O Comandante desmontará rapidamente da motocicleta e rea-
lizará o enquadramento do veículo, permitindo que o Garupa desmonte. O Subcomandante
rapidamente assume a segurança externa, à retaguarda da equipe, estabelecendo a Zona de
Segurança, bloqueando provisoriamente o trânsito de veículos e pessoas. Na sequência, o
Comandante determina que os indivíduos desçam do veículo, adotando os procedimentos já
tratados neste Manual.
O Piloto desmonta da motocicleta e verifica a existência de outras pessoas no veículo.
Durante a busca pessoal, o Comandante fará a segurança de busca, o Garupa fará a segurança
de custódia, enquanto o Piloto fará a busca pessoal nos abordados.
A execução da busca veicular, a identificação e a busca de perímetro devem ser as
mesmas descritas no Capítulo V deste Manual. Ao final da abordagem deverão ser adotados
os procedimentos descritos neste capítulo.

Pág. 71
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Com 04 Motocicletas (05 PM)

Caso a equipe seja composta por 04 motocicletas e 05 policiais, as técnicas adotadas


serão as mesmas citadas anteriormente, sendo que o quinto homem auxiliará os demais inte-
grantes da equipe, conforme determinar o Comandante:
1. Como Segurança de Busca (neste caso, o Comandante terá liberdade de atuação);
2. Como segundo homem de Segurança Externa;
3. Como Segurança de Custódia 2.

4. ABORDAGEM A VEÍCULOS DE CARGA


Neste tipo de abordagem, o efetivo mínimo empregado deverá ser o de 04 (quatro) PM.
Dispondo de um efetivo maior, as funções deverão ser reforçadas ou redistribuídas.

Com 03 Motocicletas (04 PM)


O Comandante observa o veículo a ser abordado e indica em local apropriado (preferen-
cialmente em terreno plano e próximo à calçada ou acostamento) que a dupla Piloto/Garupa
inicie a aproximação.
A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do veículo de carga, e em um ângulo de
45 graus e cerca de 3 metros à retaguarda utilizando-se de equipamentos sonoros e lumino-
sos. O Garupa realizará o enquadramento e determinará a parada do veículo. O Comandante
acompanha o procedimento com a motocicleta à retaguarda do veículo abordado.
Após a parada do veículo, os demais componentes da equipe descem rapidamente de
suas motocicletas, com armas em punho na postura semipronta e deslocam até o comparti-
mento de carga para verificar se o mesmo está aberto.
O Piloto desloca pelo lado esquerdo até a boleia de forma que possa visualizar a parte
interna e determina aos ocupantes para descerem pelo lado direito. Simultaneamente, o Co-
mandante e o Garupa deslocam pelo lado direito até a boleia, posicionando-se de forma que
vizualizem o seu interior e aguardam a descida dos abordados, que serão colocados na Zona
de Segurança para a busca pessoal.

Pág. 72
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

O Garupa realiza a tomada de ângulo para verificar o interior da boleia certificando-se


que não há mais ninguém, e posteriormente realizará a segurança de custódia. O Piloto assu-
mirá a função de Homem-Busca, o Comandante, a função de Segurança de Busca e o Subco-
mandante, a segurança externa, ficando à frente das motocicletas na Zona de Segurança.
Após a busca pessoal, o Piloto fará a busca no interior da boleia, sempre acompanhado
visualmente pelo condutor. O Comandante determinará que o condutor acompanhe a abertura
do compartimento de carga que será executada pelo Piloto com a segurança do próprio Co-
mandante.
Após a busca veicular o Comandante executará a identificação do abordado e do ve-
ículo. Não sendo constatadas irregularidades, o Comandante da equipe deverá explicar os
motivos que o levaram a realizar a abordagem, agradecer a cooperação e liberar os abordados.
Exceto o Subcomandante, que permanece na segurança externa, todos os demais aguardam
na Zona de Segurança, até que o caminhão retorne ao trânsito. Posteriormente, o Garupa
assume o lugar do Subcomandante, que juntamente com os demais vão para as suas moto-
cicletas, funcionando-as. O Garupa então monta na motocicleta que se encontra o Piloto e a
equipe retorna ao patrulhamento.

5. ABORDAGEM A VEÍCULO DE TRANSPORTE COLETIVO


Neste tipo de abordagem, o efetivo mínimo empregado deverá ser o de 04 (quatro) PM.
Dispondo de um efetivo maior, as funções deverão ser reforçadas ou redistribuídas.

Com 03 Motocicletas (04 PM)

O Comandante observa o coletivo a ser abordado e indica à dupla Piloto/Garupa que


inicie a aproximação. A dupla Piloto/Garupa se aproxima pela lateral do coletivo em ângulo de
45 graus e cerca de 3 metros à retaguarda, utilizando-se de equipamentos sonoros e lumino-
sos e adota os procedimentos descritos no Capítulo VI - Técnicas de Abordagem a Veículos de
Transporte Coletivo.

Pág. 73
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

6. QUADRO COMPARATIVO DE GUARNIÇÕES/FUNÇÕES


NO MOTOPATRULHAMENTO
QUADRO COMPARATIVO DE GUARNIÇÕES/FUNÇÕES
SUGESTÃO DE ARMAMENTO
FUNÇÃO NA
TIPO DE EQUIPE FUNÇÃO NA GUARNIÇÃO
COMPLEMENTAR BUSCA
BÁSICO FACULTATIVO

CMT DE PORTE ----------- SB


COM 02 PM
PILOTO DE PORTE ----------- HB

CMT DE PORTE ----------- SB

COM 03 PM PILOTO DE PORTE ----------- HB

GARUPA DE PORTE PORTÁTIL SE

CMT DE PORTE ----------- SB

COM 04 PM PILOTO DE PORTE ----------- HB

GARUPA DE PORTE PORTÁTIL SC

LEGENDA
SB - SEGURANÇA DE BUSCA HB - HOMEM-BUSCA SE - SEGURANÇA EXTERNA SC - SEGURANÇA DE CUSTÓDIA SUP - SUPERVISOR

Pág. 74
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 75
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

É o ato de deslocar, nos diferentes tipos de terreno, utilizando técnicas, formações e pos-
turas de segurança adequadas, com vistas a atingir um objetivo predeterminado.
A progressão de tropa a ser observada neste capítulo não é fato incomum no policia-
mento ostensivo convencional, visto que a guarnição policial poderá se deparar, durante seu
serviço ordinário, com situações onde seja necessário o emprego de técnicas específicas de
deslocamento no terreno, cabendo ao Comandante da guarnição adotar as táticas mais ade-
quadas para a ação. O tipo do terreno a ser progredido pela tropa será elemento determinante
da técnica a ser adotada na conduta da guarnição, podendo ser área edificada ou de mato.

1. CONCEITOS
Zona Urbana: é o espaço ocupado por uma cidade, caracterizado pela edificação contí-
nua e pela existência de infraestrutura urbana, que compreende o conjunto de serviços públi-
cos que possibilitam a vida da população.

Zona Rural: é o espaço compreendido no campo, sendo uma região não urbanizada.

Área Edificada: é toda localidade onde exista edificação, caracterizada por um conjunto
de construções, não devendo ser confundido com zona urbana, uma vez que se pode encon-
trar áreas com características edificadas na zona rural.

Área de Mato: é toda área ou localidade onde possa ser observada vegetação abundan-
te, podendo possuir construções esparsas ou isoladas. Pode-se observar Área de Mato na zona
urbana.

Em Área Edificada, o número mínimo de policiais para compor uma guarnição neste tipo
de terreno será de 04 (quatro) policiais militares.
Já em Área de Mato, o efetivo mínimo para a constituição de uma guarnição é de 06
(seis) policiais militares. Como exceção, pode-se empregar quatro policiais progredindo em
terreno urbano de pequena área, onde possa ter a visualização da delimitação dessa área.

2. ORGANIZAÇÃO DA GUARNIÇÃO POLICIAL


Fatores a serem Observados para Progressão de Tropa
a. Objetivo – ação policial a ser executada: reconhecimento, busca e captura, busca e
salvamento e outros;
b. Segurança da tropa – a guarnição deverá dotar-se de condições mínimas de seguran-
ça (efetivo, armamento, equipamentos) necessárias à execução da missão;
c. Visibilidade – condições de visibilidade necessárias para a execução e sucesso da
missão;
d. Proximidade do contato com o objetivo – a possibilidade de confronto iminente vai
influenciar na velocidade do deslocamento, nas formações, na postura de segurança e no es-
tado de alerta dos componentes da guarnição;

Pág. 76
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

e. Controle do efetivo – o Comandante da fração de tropa deve observar o quantitativo


de policiais, definindo suas funções, atentando para a indivisibilidade da equipe e unidade de
comando;
f. Condições do terreno – condições gerais de relevo, vegetação e área (edificada ou
mato), que contribua ou dificulte o deslocamento da guarnição no terreno;
g. Velocidade do deslocamento – velocidade que a guarnição deslocará, observando se-
gurança, condições do terreno, proximidade do contato com o abordado, visibilidade e controle
do efetivo, visando obter sucesso na missão;
h. Sigilo nas ações – atentar para a disciplina de luzes e ruídos na progressão para não
comprometer a segurança da fração de tropa no cumprimento do objetivo;
i. Formações – disposição dos policiais no terreno levando em consideração o efetivo,
as suas condições, visibilidade e proximidade do contato com o objetivo. Sendo formação em
linha e coluna por um.

LEMBRETE
A progressão de tropa em área de mato no período noturno não é recomendada, e,
ocorrendo, deverão ser observados os fatores de segurança, condições do terreno e visibili-
dade necessárias, diante do alto risco que a ação representa. A guarnição poderá solicitar
reforço ou apoio, realizar o cerco e aguardar melhores condições de visibilidade para atuar.

3. FORMAÇÃO DE GUARNIÇÃO POLICIAL PARA PROGRESSÃO


Formação em Coluna
Empregada quando a prioridade for a velocidade
e não existir possibilidade de contato iminente com o
objetivo, limita o potencial de fogo e o desenvolvimen-
to da guarnição à frente e à retaguarda, por outro lado,
possibilita uma maior potencial de fogo para os flan-
cos.
O deslocamento até chegar ao local do objetivo
será em coluna por um, onde o primeiro integrante
fará a observação do que ocorrer à sua frente, o Reta-
guarda cuidará da segurança da retaguarda do grupo,
sendo que os demais dirigirão as suas vistas para os
lados esquerdo e direito alternadamente. A distância
entre os integrantes da guarnição deverá ser relativa às
condições de tempo e lugar, devendo ser mais reduzi-
das, conforme a dificuldade de visualização dos seus
integrantes e do acesso ao local. Em se tratando de área edificada a guarnição se posicionará
no lado que oferecer maior segurança.
Em uma guarnição de quatro policiais, o Comandante se deslocará após o primeiro
policial (o Homem-Ponta), que desloca à frente da guarnição e preferencialmente, deverá estar

Pág. 77
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

com uma arma portátil que ofereça uma melhor segurança aos componentes da guarnição.
Caso todos conduzam armas portáteis, cada Policial deverá voltá-la para o lado em que estiver
dirigida a sua atenção.

Formação em Linha
Empregada principalmente em área de mato, pois possibilita um volume de fogo à frente
superior à formação em coluna, ideal para a busca em perímetros e aproximação do objetivo.
Em caso de cerco em área de mato, onde o abordado estiver homiziado esta formação facilitará
a cobertura de uma área maior, todavia exige o emprego de um grande efetivo. Neste caso de-
verá ser verificada toda a área sob pena de facilitar a fuga do abordado ou mesmo possibilitar
um ataque surpresa pela retaguarda.

Quadro Comparativo

QUADRO INDICATIVO DAS VANTAGENS ENTRE AS FORMAÇÕES EM LINHA E COLUNA


FATORES A SEREM OBSERVADOS DURANTE O DESLOCAMENTO DA GUARNIÇÃO COLUNA LINHA

Visibilidade 360º (por parte da Guarnição) x

Velocidade da marcha x

Em Vielas/Corredores x

Em campo aberto x

Apoio de Fogo x

Varredura Perimetral x

Aproximação segura do objetivo x

Disciplina de luz e ruído x x

Pág. 78
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

4. TÉCNICAS INDIVIDUAIS PARA PROGRESSÃO DE TROPA


Alto Guardado
Estacionamento realizado com proteção em todas as direções (360º) objetivando instru-
ção ou proteção contra eventuais contatos.

Deslocamento
Formas de progressão adotadas de acordo com as condições do terreno, velocidade de
deslocamento e proximidade do contato com o objetivo.

Tipos de deslocamento
a. Normal - deslocamento realizado pelos policiais mantendo a atenção para a sua zona
de responsabilidade.
b. Lanço - é um deslocamento curto e rápido, realizado entre duas posições abrigadas ou
cobertas. Deve ser feito um movimento decidido por quem o executa, pois a parada ou recuo
podem ser fatais. Antes de iniciá-lo, deve ser procedido um cuidadoso estudo da situação, para
evitar uma indecisão no decorrer do deslocamento.

Vale salientar que a técnica do lanço é mais indicada para áreas edificadas e com o
policiamento disposto em coluna por um, para que cada componente possa prestar apoio de
fogo quando do deslocamento de cada membro da fração de tropa. Para uma decisão firme e
acertada, o policial ao se preparar para o lanço, deve responder para si próprio as perguntas
que se seguem no quadro abaixo:

QUESTIONAMENTOS EXEMPLO 01 EXEMPLO 02 EXEMPLO 03 EXEMPLO 04

Para a próxima
pilastra à minha es- Para a lateral da Primeira curva da Até o fim do corre-
para onde vou? querda, a aproxima- porta do quarto. escada. dor.
damente 04 metros
à frente.

Pelo canto, colado à Próximo ao parapeito Pelo canto da


por onde vou? Cruzando a sala.
parede. ou corrimão. parede.

Deslocando rápido Semiagachado,


Deslocando rápido, Deslocando rápido, com silhueta redu- lentamente, sem
arma em condições arma voltada para
como vou? zida, até me abrigar fazer barulho, arma
de uso, voltada para frente em condições na curva, no próprio voltada para frente
a porta. de uso. corrimão de pedra. (fim do corredor).

Quando o compa- Quando houver Quando o compa-


Quando meu compa- nheiro da frente cobertura para a pri- nheiro da frente,
nheiro se posicionar cessar o “flash”
quando vou? meira curva e para o cessar o “flash” e
para me oferecer da lanterna e se final da escada (lado se posicionar para a
cobertura. posicionar para a oposto). cobertura.
cobertura.

Pág. 79
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

c.Rastejo – deslocamento com a silhueta zerada em situações de risco iminente visando


sigilo nas ações e/ou diante da proximidade de contato com o objetivo.

Características do Deslocamento
Durante os deslocamentos todo policial deve se preocupar com a execução de três ativi-
dades simultâneas: a progressão, a ligação e a observação.

Progressão – Deve-se utilizar sempre as cobertas e abrigos e manter a disciplina de luzes


e ruídos.

Ligação – Nunca perder o contato visual com o componente da guarnição que está à
frente e à retaguarda, no deslocamento em coluna, e à esquerda e à direita, no deslocamento
em linha, ficar atento para a transmissão de qualquer gesto ou sinal, retransmiti-lo e/ou exe-
cutá-lo, conforme o caso.

Observação – Cada policial deve manter constante observação no seu setor. O coman-
dante deve tomar medidas visando que a observação seja feita em todas as direções, inclusive
para cima.

5. SINAIS CONVENCIONADOS
Para uma abordagem, muitas vezes, a fim de garantir maior segurança nas progressões
e possibilitar a surpresa na aproximação, faz-se necessário a utilização de sinais que levem os
componentes da guarnição policial a entender o que fazer sem necessariamente utilizar a voz
ou outros ruídos.
Assim sendo, convencionou-se alguns sinais que deverão ser treinados pelos policiais a
fim de colocá-los em prática sempre que seja preciso. Dentre esses sinais destacamos:

ATENÇÃO - Levantar um braço na vertical, mão espalmada, palma da


mão voltada para frente.

ALTO - Partindo da posição de atenção o Policial que estiver à frente


cerrará o punho para cima. De imediato os Policias devem abrigar-se,
livrando-se ao menos das vistas do(s) abordados (s).

COLUNA POR UM - partindo do sinal de atenção o Cmt da Ptr fecha-


rá o punho conservando o dedo indicador estendido para o alto.

Pág. 80
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

FORMAÇÃO EM LINHA - - após o sinal de atenção com o braço


levantado à altura do ombro, aberto horizontalmente e palma da mão
voltada para frente, indicará a direção da linha a seguir.

DIREÇÃO - partindo da posição de atenção o Cmt abaixará o braço


até a posição horizontal ao solo indicando a direção a ser seguida com
o dedo indicador.

NÚMERO DE PESSOAS - o Policial indicará que exis-


tem pessoas com os dedos indicador e médio voltados
para baixo formando um ângulo aberto, logo em seguida
indicará a quantidade distendendo os dedos para cima
conforme o número.

REUNIR - partindo do sinal de atenção descrever círculos horizontais


acima da cabeça.

COMBATE IMINENTE - partindo da posição de


atenção levará os dedos indicador e o médio à altu-
ra da cabeça apontando para sua própria fronte.

COBERTURA – fazer sinalização com a mão espalmada sobre a


cabeça movimentando-a para frente e para trás.

APOIO – bater levemente a mão espalmada sobre o próprio ombro


do policial.

LEMBRETE

Os comandos por gestos deverão ser repetidos até o último policial para que o co-
mandante tenha certeza que a mensagem chegou a todos. Devem ser realizados utilizando
a mão fraca, uma vez que a mão forte encontra-se com o armamento.

Pág. 81
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 82
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

É a abordagem policial onde são praticadas técnicas específicas de progressão e domínio


de área edificada, em ocorrências que não sejam de alta complexidade.

EDIFICAÇÕES: todo e qualquer tipo de construção, que tenha como finalidade atender
ao interesse do homem: edifício, prédio, casa, barraco, ruínas ou construções inacabadas.

1. TIPOS DE EDIFICAÇÕES

ÁREA EDIFICADA EM ZONA URBANA:


Conglomerado de construções dispostas ho-
rizontalmente (casas e vilas) ou verticalmen-
te (edifícios e conjuntos habitacionais).

CASA ISOLADA: Construção afastada de ou-


tras edificações em área urbana ou rural.

FAVELAS: Conglomerado de construções dis-


postas de formas variadas, construídas nor-
malmente com diversos tipos de materiais,
caracterizando-se pela falta de planejamento
urbano e ocupação desordenada do solo.

2. TIPOS DE ABORDAGEM A EDIFICAÇÃO


ABORDAGEM FURTIVA: é o tipo de abordagem mais indicada para o policiamento
convencional, pois trata-se de uma ação lenta e minuciosa, executada de forma sistemática
obedecendo a disciplina de luzes e ruídos. Por isso também é conhecida como abordagem
sistemática ou silenciosa. Dessa forma a abordagem furtiva serve para ocultar a presença dos
policiais na edificação, onde a duração e a velocidade não são essenciais, principalmente,
quando se desconhece a localização do suspeito. A proteção deve ser realizada em 360º
durante toda ação. Havendo treinamento específico, podem ser utilizados espelhos e escudo
balístico.

Pág. 83
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

ABORDAGEM DINÂMICA: é um tipo de intervenção rápida, caracterizada pela neces-


sidade de resguardar a vida de terceiros, onde é priorizada a velocidade da abordagem, ne-
cessitando de treinamento, armamento e equipamentos específicos. É uma das alternativas
táticas no gerenciamento de ocorrências de alta complexidade e não deve ser utilizada pelo
policiamento convencional.

ABORDAGEM EMERGENCIAL: Durante o curso de uma abordagem furtiva, se houver


evolução da ocorrência com ameaça a vida, pode ser necessário a adoção de condutas da
abordagem dinâmica.

3. ASPECTOS ESSENCIAIS DE SEGURANÇA


Entendendo a realização de abordagem a edificações como uma ação de risco elevado e
iminente, o PM deve considerar os seguintes aspectos:

a. DESLOCAMENTO: realizado preferencialmente abrigado e/ou coberto, devendo evitar


os ruídos de qualquer natureza e a emissão de luz deve ser empregada observando as técnicas
preconizadas.
b. PROTEÇÃO 360º: todos os policiais devem manter a sua zona de responsabildade
durante a ação. O PM é responsável pela sua segurança e a dos demais componentes da
equipe.
c. LIGAÇÃO: o policial não deve perder o contato visual e deve estar em constante co-
municação com os demais componentes da equipe.

4. CONCEITOS
• ABRIGOS: são acidentes naturais ou artificiais que ocultam o policial da visão do
oponente e permitem uma proteção balística a depender do calibre utilizado.
• COBERTAS: são acidentes naturais ou artificiais que ocultam o policial da visão do
oponente e não oferecem proteção balística.
• SILHUETA: é a parte do corpo que pode ser percebida pela vista do opositor.
• REDUÇÃO DE SILHUETA: consiste na diminuição da silhueta do policial mantendo
uma postura diminuta em relação à posição habitual, deixando-o assim menos vul-
nerável a uma agressão, bem como em condições de evoluir para uma progressão.
• VARREDURA: é o conjunto de técnicas utilizadas para realização da busca de perí-
metro, podendo esta ser feita com a utilização de equipamentos específicos.
• TÉCNICA DO TERCEIRO OLHO: é a técnica em que o policial mantém o armamento
na postura máxima para o local que estiver observando.
• TOMADA DE ÂNGULO: é a técnica de realizar a visualização paulatina através da
abertura de campo visual, distanciando-se das paredes, com o armamento em con-

Pág. 84
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

dições de pronta resposta, evitando a exposição desnecessária do corpo.

• FATIAMENTO: é um método utilizado na técnica da tomada de ângulo, visando obter


a visualização completa (alto e baixo) de um ambiente durante a varredura.
• OLHADA RÁPIDA: consiste em uma jogada rápida de cabeça para o local a ser varri-
do retornando imediatamente para o local de proteção mantendo a postura máxima.
No caso de uma segunda obervação, o ponto de olhada deve ser outro. Esta técnica
é uma opção, devido a falta de espaço.
• ÂNGULO MORTO: local de difícil visualização inicial na realização da varredura.
• PONTOS DE PERIGO IMINENTE (PPI): é o ponto, local ou situação em um ambien-
te onde existe a maior probabilidade de surgir uma ameaça contra o policial, podendo
ser um indivíduo ou um local que possa estar escondida ou sair uma pessoa.
• CONE DA MORTE: são pontos extremamente perigosos nas edificações (portas, ja-
nelas, corredores, escadas, feixes de luz) os quais o policial militar deve se expor o
mínimo possível.
• SEGURANÇA DE PROFUNDIDADE: apoio para que seja mantida a segurança em
todos os PPI durante a varredura.
• TOMADA DE AMBIENTE: controle dos locais que já foram alvo da varredura.

5. FUNÇÕES DURANTE A ABORDAGEM A EDIFICAÇÕES


Após a contenção do local a ser abordado, serão definidas as Equipes de Varredura e de
Apoio, com a finalidade de estabelecer as funções conforme se segue:

Equipe de Varredura
É a fração constituída responsável pela busca no interior de uma edificação, atuando de
maneira técnica e coordenada dentro das funções durante a ação. A composição ideal é a par-
tir de 04 (quatro) policiais e os seus integrantes não possuem funções fixas (ponta, alas e reta-
guarda), sendo que o comandante da ação poderá executar quaisquer umas delas, entretanto
deve evitar ficar preso em situações como custódia de cômodo, vítimas e abordados, para que
a fração não siga a abordagem sem seu comando. São funções na Equipe de Varredura:

• PONTA – é o policial que está na frente da fração, tendo a responsabilidade de ex-


plorar e conferir o que se encontra à frente no sentido da progressão da equipe, bem
como proteger o avanço da fração.

• ALA – são os policiais que vêm atrás do “Ponta”, responsáveis por promoverem a co-
bertura daquele quando estiver executando a conferência do ambiente à sua frente,
bem como realizarem a segurança das laterais da equipe.

• RETAGUARDA – esta função caberá ao último homem que estiver na fração, deven-

Pág. 85
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

do fazer a segurança dos locais já explorados durante a progressão.

Equipe de Apoio
É a fração que permanece fora da edificação, realizando a segurança da Equipe de Var-
redura, tendo como responsabilidade manter observação dos Pontos de Perigo Iminente, bem
como na observação das rotas de fuga, além de apoiar a equipe de varredura na edificação
quando solicitado.

6. ASPECTOS GERAIS DA ABORDAGEM A EDIFICAÇÃO


Nas abordagens a edificações devem ser observados os seguintes aspectos:
a) Deve-se evitar a todo custo passar ou parar em frente ao local, priorizando o desem-
barque das viaturas em local não visível por quem esteja na edificação a ser abordada;
b) Deve ser providenciado o cerco e isolamento da edificação a ser abordada. Escolhendo
pontos estratégicos, onde os policiais possam permanecer abrigados ou cobertos e com boa
visibilidade da edificação;
c) O Comandante da ação deverá: recolher todas as informações disponíveis; identificar
os policiais envolvidos, distribuindo funções; escolher o local da entrada, que deverá ser única
para evitar o fogo amigo.
d) Analisar a edificação como um todo, identificando as vias de acesso e possíveis rotas
de fuga;
e) Manter-se abrigado ou coberto, sempre atento à fuga ou saída de pessoas da área
cercada, bem como de ameaças externas;
f) Manter controle visual sobre todos os pontos possíveis da edificação cercada;
g) Posicionar-se fora da linha de tiro dos demais companheiros;
h) Evitar o disparo de arma de fogo na direção da edificação, principalmente quando nela
estiver atuando integrantes da equipe de varredura;
i) Reorganizar o efetivo na finalização da abordagem. A equipe de varredura, depois de
concluído todo o procedimento no interior da edificação, realiza a saída e conferência do seu
efetivo, sendo relatadas as evidências relevantes.

7. PROCEDIMENTOS NA ABORDAGEM A EDIFICAÇÕES


Procedimentos Gerais
• Realizar varredura nos cômodos, um por vez, obedecendo as técnicas específicas;
• Solicitar aos moradores ou quem for encontrado no local, informações relacionadas
à ocorrência;
• A fração deverá tomar cuidado com animais que possam ser ameaças à segurança
da mesma;
• Os elevadores devem ser evitados pela fração e devem ser mantidos no térreo;
• Evitar o máximo não danificar objetos, móveis e outros pertences de forma desne-
cessária;

Pág. 86
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

• Realizar a Busca Pessoal antes de conduzir alguém para a viatura, evitando sua reali-
zação em locais próximos a portas, janelas e junções do ambiente;
• Se uma porta durante a progressão estiver entreaberta, o policial postando-se do lado
da fechadura, poderá empurrá-la com a ponta dos dedos, ou com o pé, fazendo com
que se abra totalmente até tocar a parede, possibilitando perceber caso haja alguém
atrás desta;
• Ao arrombar portas: deve-se observar a forma de abertura da mesma; atingir próximo
à fechadura e evitar exposição devido à segurança;
• Lembrar-se que o abordado, quando acuado procura qualquer meio, qualquer lugar,
por mais difícil que pareça, para homiziar-se;
• Durante a realização da varredura deve-se priorizar a comunicação por gestos, res-
guardada algumas peculiaridades, como as progressões em ambientes de baixa visi-
bilidade;
• Ao adentrar um cômodo, não sendo encontrado suspeito, deve ser anunciado que o
ambiente está “limpo”;
• Verificando a existência de PPI cuja fração de tropa não tenha condições de cobrir,
deve-se então pedir “apoio”.

Procedimentos em Corredores
O corredor é uma via de acesso limitada nas laterais. É uma área de circulação interna na
edificação, que conduz aos seus cômodos, permitindo acesso às construções que a compõe.
Por ser considerado, para efeitos de condutas a serem adotadas, como sendo uma viela
ou uma avenida, é necessário que sejam aplicadas as técnicas de progressão. É importante
frisar que o espaço físico dos corredores de uma edificação é menor que uma viela ou beco, e
em virtude deste fato, a possibilidade de confronto é muito maior. Logo, devem ser considera-
das as seguintes orientações:
• Deslocar próximo à parede ou por lanços quando houver abrigos;
• Reduzir a distância entre os componentes da equipe;
• Manter apoio de fogo para todos os PPIs;
• Atentar para as portas, janelas, telhado e o final do corredor;
• Manter o controle do corredor, evitando o deslocamento do homiziado para atacar
quem aborda o cômodo;
• Entrar e sair pelo mesmo local na abordagem aos cômodos, por questões de seguran-
ça, para evitar ser confundido com o procurado.
• Controlar a região que ainda não foi tomada, e havendo equipe de apoio, não será
necessário a varredura de retorno;

Pág. 87
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Procedimento em Escadas
Numa abordagem a edificações o policial poderá se deparar com escadas, o que se cons-
titui uma dificuldade, já que a possibilidade de reação por parte do efetivo policial é diminuída,
tendo em vista o espaço físico e a irregularidade do piso. Para facilitar a transposição deste tipo
de obstáculo, o PM deve seguir os seguintes procedimentos:
• Controlar os PPIs;
• Durante o deslocamento não cruzar as pernas, pois, se for necessário um movimento
brusco, possivelmente ficará desequilibrado comprometendo a segurança;
• Os PPI deverão ser cobertos a partir do mais próximo para o mais distante e por
quantos policiais forem necessários, sempre observando a segurança de profundida-
de;
• Caso existam pessoas deslocando na mesma escada em direção à equipe, esta deve-
rá ser conduzida para um local apropriado que favoreça a busca pessoal, mantendo
o controles dos PPIs;
• Cuidado para não cruzar a linha de tiro;
• A verificação da escada poderá ser feita utilizando o espelho, diminuindo o risco para
quem executa a progressão.

Procedimentos em Cômodos
Ao desenvolver a abordagem nos cômodos internos de uma edificação, a equipe deverá
cumprir as seguintes etapas:

Aproximação do Cômodo
Os procedimentos adotados antecipadamente por parte dos integrantes da equipe, po-
derão ser reavaliados e modificados durante a progressão no interior da edificação, conforme
as orientações:
• Manter a segurança para os locais ainda não tomados;
• Parar e ouvir bem, analisar todos os detalhes do cômodo e destacar os pontos onde
não tenha visão completa;
• Verificar abrigos que possam ser usados a seu favor;
• Partir sempre do princípio de que possam existir mais suspeitos do que foi detectado
na coleta de dados;
• Os abordados podem estar distribuídos em cômodos diferentes;
• É fundamental a postura correta nos abrigos e nos lanços;
• Os policiais, ao terminarem a abordagem ao cômodo, deverão retornar pelo mesmo
lugar, evitando situações de risco com a segurança do grupo;
• Estando os suspeitos barricados e resistindo à abordagem policial, deve-se verbalizar
de maneira a persuadi-los, forçando-os a rendição.

Pág. 88
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Busca Visual
É a observação da parte interna do cômodo com o emprego de técnicas específicas, cha-
madas de varreduras, que são procedimentos adotados pela equipe para identificar a existên-
cia de pessoas durante a progressão, ou antes do adentramento do local, evitando a exposição
dos policiais.

Nas varreduras utilizam-se as seguintes técnicas:

a) Técnica da Olhada Rápida – esta técnica consiste em um movimento rápido de corpo


mantendo a postura máxima direcionando para o interior do cômodo, e retornando imediata-
mente à posição inicial, evitando assim que se torne alvo fácil de ataque dos seus possíveis
opositores; enquanto o policial executa este movimento, outros estarão fazendo a segurança
do local bem como o apoio de fogo para quem observa o cômodo; esta observação deverá ser
feita da forma mais dissimulada possível; se for necessário repetir este movimento, é impor-
tante a mudança do ponto de observação. Esta técnica deve ser utilizada quando o espaço da
edificação seja curto ou apertado e a equipe tenha dificuldade em ganhar ângulo.

b) Técnica da Tomada de Ângulo – Consiste em abrir seu campo visual, distanciando-se


das paredes. Isso fará com que seu campo visual domine a área não visualizada mantendo
um ponto de proteção. Quanto maior seu ângulo de abertura, maior a percepção sem perder a
proteção. Nessa técnica, ao mesmo tempo em que se observa o ambiente, apresenta-se pron-
to para a execução do tiro, caso seja necessário; a varredura visual tem início determinando
um ponto fixo, coincidente com a extremidade do cano da arma, e o executor fará um giro em
torno deste, cobrindo “ângulo a ângulo”, “fatia a fatia”, todo o espaço físico que possa ser vi-
sualizado; a desvantagem é que em ambientes de pouco espaço, os policiais terão dificuldade
de “ganhar ângulos” podendo assim utilizar a olhada rápida. Ao ganhar os ângulos, o policial
deve primar para que a ponta do cano da arma, a cabeça, o cotovelo, o ombro e o pé estejam
juntos em cada ângulo conquistado. Essa técnica pode ser usada para escadas, corredores,
carros, cômodos, cantos de armários etc.

c) Técnica do Uso de Espelho - é a forma mais segura de se observar um ambiente sem


necessariamente o executor precisar se expor pois, um espelho preferencialmente convexo,
será projetado para dentro do cômodo através de um extensor, permitindo a busca visual no
interior do ambiente; o policial que desenvolve esta manobra precisará de apoio de fogo, pois
terá diminuída a sua capacidade de reação, já que a princípio estará deitado ou ajoelhado.

Pág. 89
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Entrada no Cômodo
Existem diversas técnicas a serem utilizadas pelo policial na entrada em cômodos, ca-
bendo ao mesmo escolher uma delas de acordo com o cenário encontrado. As principais
Técnicas de Entrada são:

a) Entrada por Setor – deverá ser utilizada quando a equipe só tiver condições de se
postar em um lado da entrada do cômodo. Os dois primeiros se postarão ombro a ombro e
adentrarão quase que simultaneamente varrendo os seus respectivos “ângulos mortos”, dei-
xando espaço suficiente para o restante da tropa adentrar o recinto.

b) Entrada Cruzada – o policial deverá buscar na entrada os PPI como o “ângulo morto”,
não sendo esta apropriada para tomadas de corredores ou outros locais que possuam paredes
internas próximas à abertura. Esta entrada deverá ser feita em dupla, de forma que cada um
dos policiais se aproxime até a porta de lados diferentes.

c) Entrada em Gancho – essa entrada deve ser realizada quando no ambiente seguinte
o policial se deparar com dois ou mais “ângulos mortos”, ou um dos lados já tenha alguma
parede.

8. USO DO ESCUDO BALÍSTICO


Um dos equipamentos essenciais para a proteção coletiva é o escudo balístico. Este ins-
trumento pode ser utilizado na Abordagem a Edificações.

Aspectos Gerais
Alguns aspectos devem ser considerados quanto à utilização do escudo balístico:

• Postura do Escudeiro: a postura mais indicada para o policiamento convencional é a


que o escudeiro empunha o escudo com as duas mãos. Nesta hipótese sempre com
apoio de fogo.

• Uso em Corredores: verificar o melhor lado para deslocamento evitando portas, ja-
nelas e becos.

• Técnicas de Varredura com Escudo: posicionar o escudo de forma segura próximo


ao PPI, permitindo ao segundo homem fazer a aproximação utilizando as diversas
técnicas.

• Extração de Feridos: em caso do integrante da equipe ter sido ferido ou alvejado o


escudo pode proporcionar a segurança para a equipe efetuar a extração.

• Retração: em caso de emboscada permite o regresso da equipe com segurança.

Pág. 90
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Técnicas de Utilização do Escudo


São as técnicas mais recomendadas para o policiamento convencional:

Lambida: é a técnica que consiste em posicionar o escudo rente a porta girando e to-
cando a parede (esquerda ou direita) com sua lateral, possibilitando a entrada da equipe ao
cômodo com mais segurança, evitando que esta seja atingida.

Esmagamento: é a técnica que consiste no avanço da equipe contra a ameaça até que
a esmague contra algum anteparo, impossibilitando a reação do suspeito.

Quadro Comparativo

VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DO ESCUDO BALÍSTICO

VANTAGENS DESVANTAGENS

Maior proteção Menor mobilidade

Forte Impacto Psicológico Dificulta a empunhadura de armas de fogo

O escudo atrai atenção e possíveis disparos

LEMBRETES

1. A realização de abordagem a edificações consiste em uma ação que oferece risco


considerável ao policial. Desta forma, em situações onde exista confirmação ou evidências
que pressuponham a presença de marginais de alta periculosidade, o ideal é solicitar apoio
de tropa especializada.

2. Em situações de crise com reféns, o indicado é que o policiamento convencional


atue conforme as orientações previstas para o primeiro interventor em ocorrências com
refém.

Pág. 91
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

REFERÊNCIAS

• ARANHA, Roberto. Manual de Policiamento Ostensivo. Ed. Garamond, Sal-


vador, 1993.

• GUEDES, Edmundo. O Planejamento Operacional em Polícia Militar – PMBA,


1990.

• LEÃO, Décio José Aguiar. Doutrina para ações antibombas. Monografia (Pós
Graduação Lato Senso em Política e Estratégica) – Universidade de São Pau-
lo, São Paulo, 2000).

• MAGALHÃES, Antônio Carlos Silva (Org.); LUCAS, Miguez Palma (Org.). Ma-
nual Básico de Abordagem Policial – PMBA, 2000.

• PMBA. Portaria n° 002-CG. Procedimento Operacional Padrão n° 001. Nor-


mas para Radiopatrulhamento Motorizado Terrestre – 2011.

Pág. 92
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 93
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


ABORDAGEM COM EMPREGO DE CÃES
O emprego de cães em apoio na atividade policial deve ser solicitado em ocorrências que
favoreçam as habilidades naturais desses semoventes, já legitimadas no âmbito das forças
policiais, sendo elas basicamente a guarda e proteção, e atividades com utilização do faro.
Essas habilidades básicas dos cães se subdividem em especialidades específicas, a sa-
ber:
• guarda e proteção em abordagens a pessoas em ambientes comuns;
• guarda e proteção em ambientes prisionais;
• guarda e proteção em operações de controle de distúrbios civis;
• busca e captura em locais complexos (matas fechadas, áreas alagadas, pântanos,
ruínas etc.);
• buscas e varreduras de narcóticos;
• buscas e varreduras de explosivos;
• buscas e varreduras de armas de fogo;
• outras buscas e varreduras mais exóticas de acordo com a disponibilidade (animais
silvestres, celulares etc.).

1. O acionamento do apoio especializado com cães deverá ser realizado via Central de
Operações.

2. Ao solicitar o apoio é de extrema importância que o efetivo da área passe um diagnós-


tico completo da situação, fornecendo todos os dados necessários para avaliação do emprego
útil dos cães. Entre os dados técnicos estão:
• objetivo da missão (guarda e proteção, busca e captura de pessoas, busca de narcó-
ticos, busca de explosivos);
• tipo do ambiente, especificando as características (solo, vegetação, presença de meio
aquático etc.);
• dimensão aproximada da área;
• temperatura estimada; e
• informações diversas julgadas pertinentes.

3. Para a abordagem policial com cães, o efetivo habilitado para tal será o da Companhia
de Operações com Cães, situada no Batalhão de Polícia de Choque, o qual está devidamente
capacitado a lidar com esse tipo de especialidade (Canil Central) ou canis setoriais do interior
do Estado desde que referendados pelo Canil Central, conforme a legislação vigente.

4. O efetivo da área poderá prestar apoio em abordagens e eventuais incursões, desde


que sejam seguidas instruções em relação a como se comportar na presença dos cães. Tam-
bém deverá orientar os cidadãos quanto aos cuidados de aproximação dos animais e de movi-

Pág. 94
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

mentações bruscas, com vistas a evitar acidentes. Salientando que o efetivo da área não está
habilitado para conduzir os cães, sendo responsabilidade exclusiva dos cinotécnicos;

5. O efetivo mínimo padrão utilizado para operações com cães é de 2 (dois) policiais e 1
(um) cão, sendo que o primeiro será o responsável pela condução do cão e o segundo respon-
sável pelo suporte. Mais policiais de outras frações de tropa poderão compor o dispositivo de
abordagem. Mediante as peculiaridades do local, a distância de segurança entre os policiais e
o cão será estabelecida com orientação do(s) cinotécnico(s) presente(s);

6. O emprego dos cães estará condicionado à avaliação criteriosa de todos os aspectos


técnicos que propiciem a atuação.

Pág. 95
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 96
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


TROPA MONTADA
A tropa montada é um processo que se utiliza do cavalo para realizar policiamento os-
tensivo e é utilizada em terrenos de difícil acesso para o policial militar a pé ou com viatura, a
exemplo de parques, dunas, barrancos etc. Uma guarnição de policiamento montado possui
elevada mobilidade podendo se deslocar de um local a outro com rapidez. O policial militar
montado por conta de estar elevado consegue visualizar e atuar em um grande raio; em gran-
des centros urbanos os cavalos impõe um grande efeito psicológico sendo também utilizado
como tropa de choque montado. Por outro lado, o cavalo apresenta reações que impõem cui-
dados da parte do cavaleiro.

• Em nenhum momento deve haver aproximação de um cavalo pela sua retaguarda,


em virtude do risco de coices.
• Ambientes energizados e com pisos escorregadios impõem restrições ao policiamento
montado.
• No ambiente rural, o cavalo torna-se um aliado em deslocamentos de grandes dis-
tâncias.
• Para evitar a propagação de doenças infectocontagiosas deve-se evitar o contato com
outros animais, principalmente, os de origens desconhecidas.
• O deslocamento em vias de trânsito deve ocorrer no sentido estabelecido pelo Código
de Trânsito Brasileiro.
• Em locais de aglomeração de pessoas deve-se redobrar os cuidados com crianças e
idosos.

A fração elementar de tropa montada é o conjunto composto por um cavalo e um policial


militar. A fração ideal para o policiamento ordinário com tropa montada é composta por três
conjuntos. Durante a busca pessoal, um dos policiais militares exercerá a função de guarda-
-cavalos ficando, também, responsável pela segurança externa.
Em eventos esportivos, estabelecimentos prisionais e festas populares, a atuação da tro-
pa montada deve ser priorizada em áreas de estacionamentos, vias de acesso e locais abertos.
Não é recomendado adentrar com tropa montada em ambientes confinados.
Os locais de apeamento são pontos preestabelecidos que tem como objetivo permitir ao
policial militar descer da sua montaria para conferir o encilhamento ou efetuar abordagens. Em
regra, o policial militar deve permanecer 45 min montado e 15 min apeado a cada hora cheia.
As armas portáteis não são recomendáveis para o uso no policiamento com tropa mon-
tada. As armas de porte deverão estar em coldres de cintura ou nos coletes balísticos e sempre
que possível, deverão estar presas em fiéis. São equipamentos suplementares de segurança
do policial militar que atua em tropa montada: o bastão policial, espargidor de agente químico,
arma de choque elétrico.

Pág. 97
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

A condução do preso deve ser realizada por viatura. Havendo disponibilidade o Coman-
dante deve solicitar o apoio da Unidade; caso não seja possível, deve solicitar apoio ao CICOM.
Em caso de disparo de arma de fogo contra a Guarnição admite-se o revide imediato
por parte do policial montado, todavia, por motivo de segurança e para possibilitar uma maior
estabilidade de tiro, recomenda-se tão logo seja possível, o apeamento para o revide até ces-
sar a agressão. O disparo deve ser realizado estando o policial militar com as rédeas justas e
deve-se evitar a direção da cabeça do cavalo. Deve-se evitar montar e apear com a arma na
mão para evitar acidentes. O policial militar montado deve observar os níveis de segurança
estabelecidos neste Manual.
A abordagem e busca pessoal estando o policial militar montado, em dupla, não é reco-
mendada, mas caso seja extremamente necessária deve-se adotar extrema cautela, devendo o
Comandante realizar a função de guarda-cavalos e segurança de busca;
Vejamos, didaticamente, quais procedimentos devem ser adotados:

1. APROXIMAÇÃO – Nesse momento,


a Guarnição, já ciente do objetivo, realizará
a aproximação ao cidadão que será sujeito à
abordagem. Para tanto, os policiais militares se
deslocarão ao passo em direção à sua locali-
zação, podendo ser adotada a andadura trote
se a situação e o terreno permitirem. Durante
o deslocamento, a fração que antes se deslocava na formação coluna por um passará para a
formação em linha, devendo o patrulheiro 1 e 2 se posicionar à esquerda e à direita do Co-
mandante, respectivamente.

2. VERBALIZAÇÃO – Ao se aproximar do cidadão, o Comandante da Guarnição se po-


sicionará a uma distância que permita uma verbalização adequada, fazendo alto. Logo após,
procederá com a identificação do cidadão e os comandamentos necessários (Polícia. - Você de
camisa vermelha, abordagem policial, coloque as mão na cabeça, entrelace os dedos e vire
de costas).

3. APEAMENTO – Após o cidadão ado-


tar a postura de busca se iniciará o processo P2
de apeamento. O patrulheiro 1, situado à es-
querda, será o primeiro a apear devendo, para CMT
tanto, acondicionar a arma no coldre; caso não
esteja, proceder o apeamento, retirar as réde- P1
as do pescoço do cavalo, voltar a frente para o
abordado, com uma das mãos segurará as rédeas e com a outra ficará em condições de reagir
a qualquer agressão. Logo após, o Comandante guarda a arma no coldre, apea do cavalo,

Pág. 98
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

retira as rédeas do pescoço do animal, passa as


rédeas ao patrulheiro 1 e volta à frente ao abor-
dado, nesse instante o Patrulheiro 1 assume as
rédeas do cavalo do Comandante e volta o seu
olhar para a retaguarda do local da abordagem,
ficando responsável pela segurança externa a
partir de então. O patrulheiro 2 guarda a arma,
apea do cavalo, retira as rédeas, entrega ao pa-
trulheiro 1 e se aproxima do abordado.

4. BUSCA PESSOAL – O comandante será o Segurança de Busca e o patrulheiro 2 será


o Homem-Busca.

5. CONCLUSÃO – O comandante finaliza a abordagem registrando os dados básicos


para fins estatísticos, bem como, orienta o cidadão acerca dos objetivos da atuação policial
militar naquela localidade.

Pág. 99
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 100
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


ABORDAGEM EM AMBIENTE AQUÁTICO
Quando se trata de abordagem policial em ambiente aquático, há necessidade de efetivo
policial militar especializado, que possua conhecimento, habilidade e equipamentos específi-
cos tanto individuais quanto coletivos, sem os quais, não existe condição de efetuar a aborda-
gem de forma eficaz e segura.

Sequência das Ações


1. O Policial Militar ao ter necessidade de efetuar abordagem de suspeito(s) em
ambiente aquático deverá de imediato solicitar o apoio da Companhia de Polícia
de Proteção Ambiental – COPPA, ou de qualquer outra OPM, na Capial ou interior
do Estado, que possua no seu orgânico guarnição especializada para este tipo de
intervenção policial. Dependendo da circunstância, também poderá ser solicitado
o apoio do GRAER, devendo esta solicitação, em quaisquer um dos casos, ser rea-
lizada via rádio ou telefonia celular, através do CICOM;

2. O Policial Militar não deverá adentrar no ambiente aquático em hipótese nenhu-


ma, haja vista não deter as técnicas, táticas e equipamentos necessários para este
tipo de intervenção policial;

3. Até a chegada da guarnição especializada para atuar neste tipo de intervenção


policial, o Policial Militar deverá da margem, manter a vigilância, visando obter o
máximo de características do(s) suspeito(s).

Ao se fazer presente a guarnição especializada, o Policial Militar deverá transmitir as ca-


racterísticas colhidas do(s) suspeito(s) via rádio, bem como apoiar na possível fuga do suspeito
para a margem, executando os procedimentos de abordagens correspondentes ao local e a
proporcionalidade referenciados neste manual.

Pág. 101
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 102
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


PROCEDIMENTOS EM ABORDAGENS COM APOIO AÉREO
As aeronaves empregadas no apoio aéreo serão utilizadas como plataforma de observa-
ção que irá possibilitar a ampliação do campo de visão do policial militar, bem como o raio do
alcance de sua atuação.
Emprego do Helicóptero
• Apoio em abordagens de maior complexidade
• Fuga utilizando veículo (acompanhamento)
• Rebeliões e fugas em estabelecimentos prisionais
• Operações policiais multimissão (diversos tipos de missões no âmbito policial e de-
fesa civil)
• Cerco diversos (plataforma de observação e apoio de fogo)
• Remoções aeromédicas
• Monitoramento de trânsito – retenções e acidentes (urbano e rodoviário)
• Escoltas diversas (escolta de valores / escolta de dignitários)
• Manifestações e distúrbios civis (levantamento e registro de imagens)
• Incêndios urbanos e florestais
• Salvamento em altura e salvamento aquático
• Ações de busca a pessoas perdidas
• Fuga de marginais por ambiente líquido
• Policiais feridos
Acionamento e Comunicação
- CICOM – STELECOM
a) Telefone - 190
b) Rádio (Freq. da área)
- CENOP - GRAER
visto.
Peculiaridades
• Rapidez – Velocidade de cruzeiro 203 Km/h
• Possibilidade de visão noturna e térmica (FLIR)
• Capacidade de captar e transmitir imagens (FLIR)
• Autonomia – 3 (três) horas de voo – após reabastecimento, poderá retornar para a
operação
• Equipe – Piloto (Cmt. de Aeronave) – Copiloto (Oficial de operações aéreas)
• Tripulantes Operacionais (Patrulheiros - Direita / Esquerda)
• Iluminação – Farol de busca com grande potência
• Comunicação – Canal Tetra

Pág. 103
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Utilizar a Técnica do Relógio


A referência será a aeronave, da seguinte
forma:
Para a frente = 12 horas da aeronave
Para trás = 06 horas da aeronave
Para a direita = 03 horas da aeronave
Para a esquerda = 09 horas da aeronave

LEMBRETE
O policial militar deverá buscar a comunicação bilateral terra-ar-terra (solo com ae-
ronave). A equipe que está no solo deverá informar via rádio ou telefone a sua localização
para a aeronave, binômio ver e ser visto.

Cuidados
• Não se aproximar da aeronave sem permissão da tripulação
• Proibida a aproximação do PM em direção a aeronave por trás, devido ao risco do
rotor de cauda
• A aproximação para a aeronave deve ser realizada pela frente
• Não aproximar conduzindo objetos acima da cabeça e na vertical
• Caso a aeronave necessite pousar, isolar o local, não permitindo a aproximação de
curiosos, principalmente crianças, junto ao rotor de cauda
• Se for o caso, deve-se identificar um local para a adaptação de uma zona de pouso
de helicóptero (ZPH)
• Não lançar nenhum objeto em direção a aeronave
• Aproximação pela frente da aeronave com silhueta baixa
• Não olhar diretamente para o foco de luz emitido pelo farol de busca, no período
noturno
• Não efetuar disparos de armas de fogo para cima sob nenhuma hipótese

LEMBRETE

Após a chegada do apoio aéreo, o policial militar deverá permanecer engajado na


missão e manter o seu ritmo de trabalho.

Pág. 104
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 105
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


PRIMEIRAS RESPOSTAS EM OCORRÊNCIAS ENVOLVENDO BOMBAS E ARTE-
FATOS EXPLOSIVOS
Objetivando a padronização de conceitos e definições, bem como a aplicação dos proce-
dimentos constantes deste manual, temos:
Conceitos
• EXPLOSIVO: é todo produto que, por meio de uma excitação adequada, se transforma
rápida e violentamente de estado, produzindo gases, altas pressões e elevadas temperaturas,
bem como os produtos explosivos industrializados comerciais e militares;

• BOMBA: engenho construído com a utilização de substâncias ou produtos explosivos


ou inflamáveis com a finalidade de causar danos, lesões ou mortes;

• SIMULACRO: engenho construído e, dolosamente colocado ou instalado, que apresen-


te características similares às de uma bomba, mas que não detenha potencial lesivo, seja em
virtude da ineficácia dos materiais, produtos ou componentes utilizados em sua confecção,
seja pela inexistência e/ou ineficiência absoluta de mecanismos capazes de promover o seu
acionamento;

• INCIDENTE CRÍTICO ENVOLVENDO BOMBAS E EXPLOSIVOS: toda situação não


rotineira que envolva ameaça, atentado, colocação, desvio, localização ou utilização ilícita ou
não autorizada de materiais, produtos, artefatos ou engenhos construídos com substâncias
explosivas e/ou inflamáveis, que exija resposta especializada dos órgãos de segurança pública,
em razão do potencial lesivo, inquietação ou perturbação da paz pública, com grande risco à
segurança, vida, integridade física ou ao patrimônio das pessoas;

• EXPLOSÃO DE BOMBAS E EXPLOSIVOS: incidente que resulta nos efeitos do seu


potencial danoso (explosivo, incendiário ou de outros resultados), podendo ser decorrente de
atentado (ação criminosa prevista pelo seu agente), ou iniciação acidental (oriunda de manu-
seio errôneo ou falha de algum mecanismo de acionamento ou segurança);

• EXPLOSIVISTA: policial habilitado através de curso específico para operar em ocorrên-


cias que envolvam ameaça, localização e destruição/desativação de substâncias e artefatos
explosivos oriundos de ação criminosa ou terrorista.

Pág. 106
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Procedimentos
Em virtude do seu potencial lesivo, os incidentes críticos envolvendo bombas e explo-
sivos deverão ter prioridade no atendimento, demandando medidas de prevenção, suporte,
apoio e/ou emprego técnico-especializado, devendo-se para tanto adotar os seguintes proce-
dimentos:
• O primeiro Policial Militar que tiver conhecimento de incidente crítico en-
volvendo bombas e explosivos ou objeto suspeito, dirigir-se-á ao local de modo a
verificar, com segurança, a veracidade do fato;

• Não mexer, não tocar e não remover o objeto suspeito;

• Isolar o local, estabelecendo um perímetro mínimo de segurança de 50


(cinquenta) metros, não permitindo a aproximação de curiosos ou pessoas não
autorizadas;

• Informar imediatamente, ao seu escalão superior, o qual acionará o Centro


Integrado de Gestão de Emergências (CIGE), para que sejam adotadas as medidas
iniciais no local e, caso necessário, haja o encaminhamento de recursos especiali-
zados;

• Coletar o maior número de informações possíveis acerca do ocorrido, bem


como das características do objeto suspeito;

• Manter-se afastado do objeto suspeito aguardando a chegada do efetivo


especializado (Companhia Antibomba – BOPE).

Pág. 107
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 108
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


PRIMEIRA INTERVENÇÃO EM ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
As Operações Policiais em Estabelecimentos Prisionais possuem características específi-
cas que as diferem das demais operações, requerendo assim condutas apropriadas no Teatro
de Operações e emprego de tropa especializada. A tropa convencional tem um papel impor-
tante no primeiro contato com ocorrências em Estabelecimentos Prisionais, pois a contenção
e isolamento são medidas iniciais de extrema relevância a serem tomadas pelo Primeiro Inter-
ventor e que, sendo realizadas de forma inadequada, poderão prejudicar as demais etapas do
processo de retomada da ordem.
Dessa forma, a tropa convencional deverá realizar, com prioridade, o cerco e o isola-
mento do Estabelecimento Prisional, além de proceder com o patrulhamento motorizado no
perímetro externo do local com vistas a evitar fugas e capturar presos fugitivos, se for o caso.

Conceitos Básicos
ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS
Estruturas carcerárias destinadas à custódia de pessoas em conflito com a lei, abran-
gendo presídios, cadeias públicas, penitenciárias, conjuntos penais, colônias penais, casas de
albergado e delegacias.

PRIMEIRO INTERVENTOR
Policial Militar ou Guarnição PM que primeiro atende a ocorrência em Estabelecimento
Prisional.

FUGA
Quando o interno ou grupo de internos, com ou sem auxílio (pessoal ou material), ultra-
passa os limites carcerários conseguindo evadir das instalações do Estabelecimento Prisional.

REBELIÃO
É um tipo de delito contra a ordem pública caracterizado pela recusa do interno ou
grupos de presos em obedecer as ordens legais estabelecidas pelas autoridades do sistema
prisional, podendo iniciar com uma desobediência civil e evoluir para uma resistência armada.

Pág. 109
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Procedimento em Presídios, Cadeias Públicas,


Penitenciárias, Conjuntos Penais ou Colônias Penais.

Procedimento Geral
• No caso de estabelecimento prisional com atividade de guarda realizada por
Unidade de Polícia de Guarda da PM, deverá o Oficial de serviço ou o Coman-
dante da Guarda, tão logo tome conhecimento da informação de ocorrência,
deslocar ao local para verificar a veracidade do fato;
• O Oficial de serviço deverá coletar todas as informações a respeito da ocorrên-
cia e informar ao escalão superior, que por sua vez, poderá solicitar reforço e
acionar, seguindo a cadeia de comando, a(s) Unidade(s) Operacional(is) Es-
pecializada(s) e Corpo de Bombeiros Militar, se for necessário, para adoção de
medidas especiais;
• As informações coletadas a respeito da ocorrência serão transmitidas à tropa
especializada apresentando todos os dados necessários;
• Ao final da ocorrência, deverá constar em relatório específico todos os fatos e as
providências adotadas.

Procedimento em Ocorrência de Fuga


• Adotar os itens dos Procedimentos Gerais;
• Caso a situação seja confirmada, o Oficial de serviço ou Comandante da Guar-
da deverá convocar todo o efetivo disponível, a fim de realizar o cerco e isola-
mento do local;
• O efetivo envolvido na ocorrência deverá, durante o cerco e isolamento, identi-
ficar possíveis acessos e locais que possam ser usados como meio de evasão;
• Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a
fim de evitar novas fugas, mantendo a contenção nas imediações e acessos ao
local, além de executar a busca e captura dos presos fugitivos;
• Isolar o local da ocorrência, retirando pessoas que não estejam envolvidas di-
retamente com a solução do problema e restringindo o acesso ao ponto crítico;
• As tropas especializadas poderão ser acionadas, seguindo a cadeia de Coman-
do, as quais adotarão as medidas especiais de sua competência;
• Se algum fugitivo for capturado, aquele deverá ser conduzido até o estabeleci-
mento penal para adoção das medidas pertinentes.

Pág. 110
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Procedimento em Ocorrência de Rebelião


• Adotar os itens do Procedimento Geral;
• Caso a situação seja confirmada, o Oficial de serviço ou Comandante da Guarda
deverá convocar todo o efetivo disponível, a fim de realizar o cerco e isolamento
do local;
• Isolar o local, retirando funcionários civis e pessoas que não estejam envolvidas
diretamente com a solução do problema, bem como restringindo o acesso ao
ponto crítico;
• Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a fim
de auxiliar no impedimento de fugas, mantendo a contenção nas imediações e
acessos ao local, robustecendo a segurança nesses locais;
• As tropas especializadas deverão ser acionadas seguindo a cadeia de Comando,
as quais adotarão as medidas especiais de sua competência;
• Providenciar socorro inicial a possíveis vítimas entregando-as a prepostos da
área de saúde que deverão estar no local da ocorrência;
• Após a solução da crise, as Unidades Operacionais envolvidas retomarão as
suas atividades normais.

Procedimento em Delegacias

Procedimento Geral
• Ao ser acionado para atender a ocorrência, informar deslocamento à Central de
Rádio ou CICOM;
• Ao chegar ao local, manter contato com o responsável pelo estabelecimento a
fim de colher informações a respeito do tipo de ocorrência, motivação e envol-
vidos;
• Ficando constatada a ocorrência, deverá informar ao escalão superior, que, por
sua vez, poderá solicitar reforço e acionar, seguindo a cadeia de comando, a(s)
Unidade(s) Operacional(is) Especializada(s) para adoção de medidas especiais;
• Coletar todas as informações a respeito da ocorrência a fim de transmitir à tropa
especializada todos os dados necessários;
• Ao final da ocorrência, deverá constar em relatório específico todos os fatos e as
providências adotadas.

Pág. 111
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Procedimento em Ocorrência de Fuga


• Adotar os itens dos Procedimentos Gerais;
• O efetivo envolvido na ocorrência deverá, durante o cerco e isolamento, identi-
ficar possíveis acessos e locais que possam ser usados como meio de evasão.
• Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a
fim de evitar novas fugas, mantendo a contenção nas imediações e acessos ao
local, além de executar a busca e captura dos presos fugitivos;
• Isolar o local da ocorrência, retirando pessoas que não estejam envolvidas di-
retamente com a solução do problema e restringindo o acesso ao ponto crítico;
• Solicitar reforço de efetivo ao Comando Regional da área de responsabilidade,
se for necessário;
• As tropas especializadas poderão ser acionadas, seguindo a cadeia de Coman-
do, as quais adotarão as medidas especiais de sua competência;
• Se algum fugitivo for capturado, aquele deverá ser conduzido até a Delegacia
para adoção das medidas pertinentes.
• Providenciar socorro inicial a possíveis vítimas entregando-as a prepostos da
área de saúde que deverão estar no local da ocorrência.
• Após a solução da crise, as Unidades Operacionais envolvidas retomarão as
suas atividades normais

Procedimento em Ocorrência de Rebelião


• Adotar os itens dos Procedimentos Gerais;
• Caso a situação seja confirmada, o Oficial de serviço deverá convocar todo o
efetivo disponível, a fim de realizar o cerco e isolamento do local;
• Isolar o local, retirando funcionários civis e pessoas que não estejam envolvidas
diretamente com a solução do problema, bem como restringindo o acesso ao
ponto crítico;
• Deverá ser reforçado o perímetro externo com o patrulhamento motorizado, a fim
de auxiliar no impedimento de fugas, mantendo a contenção nas imediações e
acessos ao local, robustecendo a segurança nesses locais;
• Solicitar reforço de efetivo ao Comando Regional da área de responsabilidade,
se for necessário;
• As tropas especializadas deverão ser acionadas seguindo a cadeia de Comando,
as quais adotarão as medidas especiais de sua competência;
• Providenciar socorro inicial a possíveis vítimas entregando-as a prepostos da
área de saúde;
• Após a solução da crise, as Unidades Operacionais envolvidas retomarão as
suas atividades normais.

Pág. 112
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 113
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


PRIMEIRA INTERVENCÃO EM OCORRÊNCIAS COM REFÉNS
Ocorrências pouco comuns, a exemplo daquelas envolvendo reféns, doutrinariamente
classificadas como eventos críticos, têm exigido uma atuação cada vez mais especializada
por parte dos órgãos de segurança pública. Esta preocupação aumenta tendo em vista o imi-
nente risco de morte ao qual todos os envolvidos estão submetidos. Portanto, a capacitação
do profissional de segurança pública, para a primeira intervenção em ocorrências com reféns,
fornecerá ao agente de segurança, informações essenciais sobre procedimentos e posturas a
serem adotadas primariamente, minimizando o risco para todos os envolvidos e colaborando
para a solução pacífica e aceitável da crise.

Procedimentos
Para tanto, apresenta-se o seguinte rol de procedimentos a serem adotados quando da
atuação policial militar neste tipo de ocorrência.
1. Cerco do local (contenção);
2. Coleta de informações essenciais:
a. Causador (criminoso comum ou mentalmente perturbado);
b. Reféns (informações diversas, nomes, quantidade etc.);
c. Instrumento de ameaça (poder letal);
d. Motivação e finalidade;
e. Características do local.
3. Solicitar reforço;
4. Estabelecer isolamento inicial;
5. Não entrar no ponto crítico;
6. Havendo disparos, buscar abrigo e não revidar;
7. Não usar a força, exceto em situações de iminente ou deflagrada violência contra o
refém;
8. Providenciar socorro a eventuais vítimas;
9. Preferencialmente, manter contato verbal se solicitado pelo causador. Havendo conta-
to, não o fazer cara a cara. Proteger-se;
10. Deixar o causador falar à vontade;
11. Ser honesto e evitar truques;
12. Não fazer concessões e não oferecer algo;
13. Não fazer ameaças;
14. Não exigir a imediata rendição do causador e libertação do refém;
15. Evitar linguagem negativa, pejorativa e/ou imperativa;
16. Não aceitar e não estabelecer prazos fatais;

Pág. 114
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

17. Não envolver não policiais na comunicação com o causador, mesmo com promessa
de rendição;
18. Não trocar o refém;
19. Havendo rendição, permanecer em postura de segurança;
20. Sempre usar equipamento de proteção individual, escudo balístico (se disponível) e
permanecer armado.

Ressalta-se que as orientações acima são de aplicabilidade por parte do Primeiro Inter-
ventor, que é o policial que primeiro chega ao local do evento crítico, para dar o atendimento
inicial à ocorrência, não devendo ir além do que está orientado, sob pena de colaborar para
um possível desfecho trágico.

A tarefa de negociar é de exercício exclusivo do policial militar Negociador, devidamen-


te capacitado para atuar dentro das táticas e técnicas da Negociação Policial, devidamente
amparado por outros negociadores e sob gestão de um policial militar Gerente de Crise, num
cenário especialmente montado para atender o evento crítico.

Compete ainda ao Primeiro Interventor, a cessão de todas as informações colhidas, de


modo a subsidiar a atuação das equipes especializadas, sendo ele, portanto, uma ferramenta
essencial para o sucesso das respostas à crise, dadas pela Polícia Militar da Bahia.

Pág. 115
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

Pág. 116
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

TÉCNICAS ESPECIAIS DE ABORDAGEM


ABORDAGENS EM CONDIÇÕES DE BAIXA VISIBILIDADE
A abordagem por si só, já representa grandes riscos para os policiais, potencializando-os
em ambientes escuros. Sendo assim, a lanterna passa a ter fundamental importância para a se-
gurança da equipe, como também para as pessoas envolvidas na ocorrência. Deverá ser utilizada
de forma bastante consciente, pois da mesma forma que servirá para facilitar o deslocamento do
grupo policial, poderá denunciar a presença da equipe e até mesmo favorecer aos procurados
esboçarem algum tipo de reação.

Procedimentos
Seguem alguns procedimentos básicos para abordagens em baixa luminosidade, com a
utilização da lanterna:

a) FAZER A LEITURA DOS NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO - em caso de abordagem noturna ou


em local que não penetre luz natural, o policial que estiver à frente deverá fazer a correta leitura
dos níveis de luminosidade do ambiente a ser abordado. Existem vários níveis de luminosidade,
luzes brilhantes, luzes médias, pouca luz e nenhuma luz. O policial ao se aproximar de seu ob-
jetivo que estiver com luzes brilhantes, ou seja, luzes acesas, deverá ao adentrar no ambiente o
fazer com luzes acesas, visando ofuscar sua ameaça ao tempo que blinda sua equipe. Quando
estiver progredindo de um ambiente iluminado para um ambiente escuro ou com pouca lumino-
sidade deverá proceder de forma semelhante a anterior. Contudo, deverá desligar as luzes de sua
lanterna assim que esteja dentro do ambiente, procurando sempre utilizar o escuro em seu favor.
Quando estiver progredindo do ambiente escuro para outro ambiente escuro deverá proceder com
lanternas apagadas, objetivando sua ocultação evitando que seja visualizado por alguma ameaça
ou agressor.

b) EVITE LUZES NAS COSTAS – o policial nas abordagens em baixa luminosidade deverá
estar sempre evitando iluminar as costas dos outros policiais. As luzes nas costas é uma das fa-
lhas mais comuns neste tipo de situação. Ao acender de forma errada a lanterna em ambientes
de baixa luminosidade o PM poderá, além de denunciar sua equipe, projetar silhuetas facilitando
desse modo a visualização da tropa pelo infrator.

c) ILUMINE E MOVA - este procedimento básico é a forma mais segura que o policial deve
adotar para progredir ou se deslocar em ambientes de pouca ou nenhuma luminosidade. Com
a iluminação direcionada sempre para os ambientes escuros, na postura máxima – todo local
escuro possui ameaça – ele estará atuando de forma a conseguir identificar e engajar possíveis
ameaças que se encontrem no ambiente. Esse procedimento também deve ser executado traba-
lhando sua lanterna em diferentes alturas.

d) USO INTERMITENTE DA LUZ - o operador deverá trabalhar um ambiente a ser tomado

Pág. 117
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

utilizando também da técnica de fatiamento, entretanto, neste tipo de situação ele o fará como o
auxílio da lanterna. Utilizando a intermitência da luz em diferentes alturas, o operador fatiará todo
o ambiente, antes de ser adentrado. Desta forma, ele causará em sua ameaça algumas sensações
inquietantes e desagradáveis que servirá como vantagem tática.

e) DOMINE COM A LUZ - toda ameaça ao ser localizada deverá receber o foco de luz dire-
cionada para os seus olhos, com as luzes ligadas o tempo inteiro sem perder o direcionamento,
simultaneamente o restante da equipe deverá estar cobrindo áreas de responsabilidade com uso
intermitente da luz. Com o foco direcionado para os olhos do agressor o operador deverá estar
controlando e verbalizando até que se tenha total controle da ameaça.

f) CARREGUE MAIS DE UMA LANTERNA - o operador, sempre que possível, deverá estar
carregando mais de uma lanterna quando de serviço. Isso se dá pelo fato de que em ambien-
tes de baixo ou nenhuma visibilidade é imprescindível uma lanterna de backup, pois é comum
acontecerem defeitos nestes equipamentos ou mesmo baterias descarregarem, neste caso, de
imediato, o policial deverá realizar a transição para o seu segundo equipamento.

Técnicas
Além dos procedimentos básicos relacionados faz-se necessário conhecermos algumas téc-
nicas de uso da lanterna, conforme padrões difundidos em todo o mundo, dentre os quais des-
tacamos:

a) TÉCNICA HARRIES – o policial deverá posicionar-se ligeiramente de lado em relação


ao alvo, com os braços fletidos, estando a arma em uma mão e a lanterna na outra, e as costas
destas se encontram e se apóiam mutuamente, proporcionado firmeza e inércia, que favorecem
ao tiro de combate; o braço que segura a lanterna passa por baixo do outro que empunha a arma.
Um dos pontos desfavoráveis desta técnica é que o ponto de referência visto pela ameaça será o
tórax do policial.

b) TÉCNICA CHAPMAN – esta técnica só é aconselhável para pessoas que tenham as


mãos grandes, já que o policial deverá segurar a lanterna com o polegar e o indicador, e os três
dedos restantes darão maior firmeza para a mão que segura a arma de fogo através de uma em-
punhadura dupla, favorecendo assim maior segurança e precisão para o disparo. Um dos pontos
desfavoráveis é que só poderá ser usada lanterna com acionamento no corpo.

c) TÉCNICA AYOOB – para aplicação desta técnica, o policial deverá empunhar a arma
com uma das mãos, enquanto a outra empunha a lanterna, estando as duas posicionadas lado a
lado e unidas pelos polegares. Um dos pontos desfavoráveis é que só poderá ser usada lanterna
com acionamento no corpo.

Pág. 118
SEPARATA 02 de agosto de 2018 n.º 145

ANSELMO ALVES BRANDÃO - CEL PM


COMANDANTE-GERAL

Pág. 119

Você também pode gostar