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1 INTRODUÇÃO
1
Curso Superior de Polícia, turma 2019. Especialista em Direitos Humanos. Bacharel em Segurança
Pública. Oficial Superior da Polícia Militar de Alagoas ocupando o Posto de Tenente-Coronel.
Professor da Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello, em Maceió, Alagoas.
E-mail: cap.roberto12@hotmail.com.
2
Mestre em Sociologia. Bacharel em Ciências Econômicas. Pesquisador. Professor da Academia de
Polícia Militar Senador Arnon de Mello, em Maceió, Alagoas.
3
Doutorando em Sociologia; Mestre em Sociologia; Graduação em História. Bacharel em Segurança
Pública. Oficial da Polícia Militar de Alagoas. Professor da Academia de Polícia Militar Senador Arnon
de Mello, em Maceió, Alagoas.
4
Doutorando em Psicologia Clínica. Mestre em Direitos Fundamentais. Mestre em Pesquisa em
Saúde. Bacharel em Psicologia e Psicólogo Clínico. Bacharel em Direito. Psicólogo-Pesquisador.
Professor da Academia de Polícia Militar Senador Arnon de Mello, em Maceió, Alagoas.
Diante desse panorama, verifica-se que a construção do perfil de policial
militar necessário para o atendimento das novas exigências sociais por segurança
pública passa, obrigatoriamente, pelo processo de formação profissional.
A PMAL em sua estrutura de ensino, possui o Centro de Formação de
Praças, cujo objetivo é a formação e aperfeiçoamento dos Praças da Corporação
que, tomando por base essa demanda, que vêm através, do Curso de Formação de
Praças, proporcionar à PMAL sólida formação profissional, em consonância com o
ordenamento jurídico vigente.
Para tanto, temos como principal objetivo buscar compreender se o processo
de formação inicial dos soldados da Polícia Militar do Estado de Alagoas está
“equalizado” com a realidade enfrentada pelos agentes de segurança no momento
da prestação dos serviços à comunidade. Ver-se, desta forma, a grande importância
do direcionamento técnico no processo de desenvolvimento do perfil dos militares,
que serão entregues a sociedade.
A presente pesquisa valeu-se do relatório desenvolvido pelo Grupo de
Estudos Estratégico da Policia Militar de Alagoas denominado “Análise das
ocorrências atendidas pela polícia militar no primeiro semestre de 2018: um estudo
exploratório” onde foi efetuado o cruzamento dos dados das principais ocorrências
atendidas e as matérias lecionadas no curso de formação dando-se ênfase ao nível
operacional de atuação do agente de segurança pública, verificando se os
conhecimentos adquiridos estão condizentes com as realidades enfrentadas no seu
cotidiano, momento em que iremos fazer uma relação com as principais ocorrências
atendidas pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (CIOSP),
através dos chamados advindos pelo telefone 190.
O presente estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa bibliográfica,
construído através de uma literatura atualizada além de leis, decretos, normas e
regulamentos necessários para a compreensão do objeto apresentado. O método
utilizado foi o indutivo, haja vista tal raciocínio ter como objetivo explicar o conteúdo
das premissas e, ainda, pela caracterização das conclusões que devem,
necessariamente, ser verdadeiras, partindo de uma lógica formal. Houve uma
abordagem mista, quanti-qualitativa, em decorrência de considerar o uso de
métodos e técnicas estatísticas, e quanto aos fins, explicativa, pois o principal
objetivo foi a construção de insights para a tomada de decisão estratégica no âmbito
da PMAL.
Nesse cenário, a complexidade do fenômeno da criminalidade violenta -
problema social que a atividade policial se debruça de maneira mais direta e
imediata - exige do operador e do gestor a capacidade de compreender a dinâmica
criminal e as inúmeras possibilidades de intervenção e controle que possam ser
operacionalizadas nos marcos do Estado de Direito, o que não é uma tarefa trivial
como bem salientou a pesquisadora Jacqueline Muniz, em um artigo publicado no
ano de 2001 na Security and Defense Studies Review, ao afirmar que ser a
representação mais visível do Estado no cotidiano das pessoas não é uma posição
confortável e que em cada ocorrência atendida, os requisitos da legalidade e da
legitimidade não são uma simples atribuição que pode ser equacionada tão somente
com as técnicas tradicionais de adestramento militar, sendo indispensável o
desenvolvimento de capacidades individuais de tomada de decisão em situações
voláteis e com um elevado grau de aleatoriedade.
Dessa forma, um dos mecanismos mais eficientes para o aperfeiçoamento
profissional, frente às demandas, são cursos de pequena e média duração. A Lei
nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o Decreto nº 5.154 de 23 de julho de 2004,
que enfatiza as diretrizes e bases da educação nacional, estabelecem parâmetros
sobre os cursos de formação profissional continuada ou qualificação profissional,
bem como a Matriz Curricular Nacional que é um referencial teórico-metodológico
para as ações formativas dos profissionais da área de segurança pública. Nessa
perspectiva, os cursos precisam estar alinhados com uma política de Estado que
coopte as necessidades imediatas dos gestores e operadores da segurança pública.
A criação e a oferta de um curso de capacitação profissional precisam
necessariamente corrigir falhas que comprometam a eficácia da ação policial. Para
isso, é de vital importância a elaboração de diagnósticos da presente situação do
ensino ofertado pela Corporação que inclua desde as práticas de atuação até os
saberes formais e informais produzidos, as propostas de reformulação já tentadas,
as expectativas dos profissionais segundo suas graduações, as estruturas atuais,
modelos pedagógicos vigentes, bem como as disciplinas e conteúdos ofertados.
Sendo assim, formar-se-ia um conjunto de evidências que orientaria a tomada de
decisão frente às formatações das ementas e currículos, métodos e técnicas de
ensino e avaliação.
Por fim, as instituições precisam estar sempre melhorando o processo de
formação de seus agentes, pois, para o enfrentamento das ocorrências, é preciso
que os militares ajam com clareza dentro do melhor procedimento a ser tomado.
QUADRO 2 – Ocorrências sem ilicitude atendidas pelo CPC no Primeiro Semestre de 2018.
NATUREZA DA OCORRÊNCIA QUANT. %. % ACUM.
Abordagem de suspeito 1847 35,9% 35,9%
Apoio a instituições públicas 1101 21,4% 57,3%
Outras ocorrências 762 14,8% 72,1%
Veículo encontrado / recuperado / entregue 497 9,7% 81,8%
Cumprimento de mandado judicial 282 5,5% 87,3%
Outros 112 2,2% 89,5%
Apoio à policial militar 89 1,7% 91,2%
Achado de cadáver 59 1,1% 92,3%
Acidente de trânsito com vítima 42 0,8% 93,2%
Morte a esclarecer 41 0,8% 94,0%
Manifestação pública 40 0,8% 94,7%
Tentativa de suicídio 33 0,6% 95,4%
Acidente de trânsito sem vítima 32 0,6% 96,0%
Apoio a instituições privadas 32 0,6% 96,6%
Atendimento a paciente psiquiátrico 22 0,4% 97,0%
Apoio a outros órgãos policiais 18 0,3% 97,4%
Apreensão de arma de fogo sem autoria 14 0,3% 97,7%
(desova)
Disparo de alarme 13 0,3% 97,9%
Pessoa desaparecida 10 0,2% 98,1%
Suicídio 9 0,2% 98,3%
Fonte: NEAC/SEDS. Elaborado pelo Grupo de Estudos Estratégicos em Segurança Pública
da Policia Militar de Alagoas (GEESP)
QUADRO 3 – Ocorrências atendidas pela PMAL no Primeiro Semestre de 2018 pelo CPC.
%
COMPETÊNCIAS DISCIPLINAS C/H
Gerenciamento de crises 60
11%
Atitudinais Agente de trânsito 24
Relações humanas e interpessoais 20
Policiamento ostensivo geral 100
Cidadania e direitos humanos 60
Fundamentos jurídicos da atividade policial 60
Ordem unida 60
Polícia comunitária 60
Normas e regulamentos institucionais 45 54%
Cognitivas
Documentação técnica 30
Fundamentos do direito Militar 30
Preservação do local de crime 30
Abordagem sociopsicológica da violência e do crime 20
História da PMAL 20
Libras 20
Condutor de viaturas policiais 66
Treinamento físico militar 60
Uso diferenciado da força 60
32%
Operativas Bastão perseguidor (BP-60) 40
Defesa pessoal 40
Técnicas em baixa luminosidade 30
Telecomunicações PM. 20
Fonte: Elaborado pelo Grupo de Estudos Estratégicos em Segurança Pública da Policia
Militar de Alagoas (GEESP).
Dessa forma, fica evidente que a competência cognitiva é a que se faz mais
presente dentro do conteúdo proposto para o Curso de Formação de Praças, com
56%, em 12 disciplinas no total de 22. Por sua vez, a competência atitudinal é a
que menos se apresenta, com apenas 11%, em 3 disciplinas, como se vê no gráfico
abaixo:
11%
33%
56% Atitudinais
Cognitivas
Operativas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIA