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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2020

AUTORIDADES

Governador do Estado do Rio de Janeiro


Exmº Sr Cláudio Bonfim de Castro e Silva

Secretário de Estado de Polícia Militar


Exmº Sr Coronel Luiz Henrique Marinho Pires

Subsecretário de Estado de Polícia Militar


Ilmº Sr Coronel Carlos Eduardo Sarmento da Costa

Diretor-Geral de Ensino e Instrução

Ilmº Sr Coronel PM Ari Jorge Alves dos Santos

Comandante do CFAP 31 de Voluntários


Ilmº Sr Coronel Marcelo André Teixeira da Silva

Comandante do Centro de Educação a Distância da Polícia Militar


Ilmº Sr Tenente-Coronel PM Alexandre Moreira Soares

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2020

APRESENTAÇÃO

Estamos vivendo a era da tecnologia, na qual a informação está cada dia mais
latente e veloz em nossa rotina diária. Este curso tem por objetivo aperfeiçoar os 2º
Sargentos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Para tal, o Curso ocorrerá
na modalidade a distância, disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem, por
intermédio da Escola Virtual, no Centro de Educação a Distância da Polícia Militar
(CEADPM).
É fundamental o seu empenho no curso, pois você terá autonomia de estudos e
de horários, mas também é necessário disciplina e dedição para o êxito dessa
jornada, pois depende do esforço coletivo e também individual para que tenhamos
policiais cada vez mais qualificados, bem treinados e aperfeiçoados para cumprirmos
nossa missão, buscando cada vez mais a excelência de nossas ações.
O bom treinamento envolve aspectos físicos e cognitivos, na era da informação e
da tecnologia, precisamos nos aprimorar cada vez mais a fim de garantir uma tropa
consciente, respeitosa, pautada em valores morais e institucionais, garantindo assim
o cumprimento de suas funções com dignidade e excelência.
Esperamos que você aproveite ao máximo os conhecimentos adquiridos através
deste curso e busque uma reflexão acerca de suas funções perante a sociedade,
seus companheiros de profissão. Que seja um momento de repensar as práticas e
fortelecer seu vínculo profissional, ampliando cada vez mais seus conhecimentos
para lidar com as particularidades de ser um Policial Militar no Estado do Rio de
Janeiro.

Desejamos a todos bons estudos!

Ari Jorge Alves dos Santos - Coronel PM


Diretor-Geral de Ensino e Instrução
Marcelo André Teixeira da Silva– Coronel PM
Comandante do CFAP

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Desenvolvedores
CFAP
Coordenação Geral Pedagógica
CAP PM Ped Patrícia Kalife Paiva

Equipe Técnica
CB PM Juliana Pereira de Carvalho

Conteudista
Divisão de Ensino CFAP 31 Vol

Coautor
1º TEN PM Luana Pedrina Oliveira dos Santos

CEADPM
Supervisão Geral EAD
CAP PM Ped Vania Pereira Matos da Silva

Equipe Técnica
SUBTEN PM Willian Jardim de Souza
2º SGT PM Edson dos Santos Vasconcelos
SD PM Lucas Almeida de Oliveira
SD PM Diogo Ramalho Pereira
SD PM Jorge Pereira Victorino
SD PM Daniel Moreira de Azevedo Júnior
SD PM Alexandre Leite da Silva

Diagramação
2º SGT PM Alan dos Santos Oliveira
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira

Design Instrucional
3º SGT PM Michele Pereira da Silva de Oliveira

Filmagem e Edição de Vídeo


CB PM Renan Campos Barbosa
SD PM Alexandre dos Reis Bispo

Designer Gráfico
SD PM Leonardo da Silva Ramos

Suporte ao Aluno
1º SGT PM Anderson Inácio de Oliveira
CB PM Tainá Pereira de Pereira

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..........................................................................6
AVERIGUAÇÃO .........................................................................8
INQUÉRITO POLICIAL MILITAR .............................................11
RELATÓRIO ...........................................................................24
CONCLUSÃO...........................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................30
EXERCÍCIOS ..........................................................................32
GABARITO .............................................................................34

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INTRODUÇÃO

Esta disciplina tem por objetivo ensinar o conjunto de


procedimentos a serem adotados, em conformidade com as
formalidades previstas no Código de Processo Penal Militar (CPPM),
bem como nos demais regulamentos e normas vigentes que tratam
do assunto, que tenham por finalidade servir de suporte básico para a
confecção dos procedimentos apuratórios elaborados no âmbito da
Corporação.
Nosso foco serão o Inquérito Policial Militar (IPM) e
Averiguação, sendo o primeiro instrutivo da Ação Penal Militar, e o
segundo de apuração de fatos meramente administrativos ou reunir
elementos mínimos que possam servir de base à instauração do IPM,
pois servirão de embasamento ao Ministério Público para
oferecimento de denúncia à Autoridade Judiciária Militar competente,
dando início à Ação Penal Militar.
Insta salientar que a disciplina de Prática Processual é muito
importante, porque possibilita o uso de ferramentas processuais por
parte do Investigador, no que se refere à elaboração de Averiguação
e IPM. Assim, surge da imperiosa necessidade do Comandante, Chefe
ou Diretor de OPM apurar, em seus mínimos detalhes, o
cometimento, em tese, de uma transgressão disciplinar, fatos de
natureza meramente administrativa ou crime militar. Para tal,
dependendo da gravidade da irregularidade, o Comandante escolhe a
espécie de apuração dos fatos. Desde o IPM, que é a mais formal de
todas, passando pela Averiguação, que é a menos formal.
Na Averiguação, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem
ser nomeados na condição de Averiguador pelo Comandante, Chefe
ou Diretor, obedecendo-se sempre a hierarquia.
Daí a grande importância desta disciplina para vocês!!!
No IPM, apenas o Oficial pode ser nomeado na condição de
Encarregado, também em fiel observância ao princípio da hierarquia;

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

na condição de Escrivão, o Oficial, o Subtenente e o Sargento podem


exercer esta função. Deste modo, estude com atenção, zelo e
dedicação.
Além do conteúdo em si, deixaremos a disposição o material
complementar que oferecerá modelos e exemplos que o auxiliarão
nesta nova fase da carreira.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

AVERIGUAÇÃO

Você sabe o que é uma Averiguação?

Então vamos começar pelo conceito? Averiguação é


uma espécie do gênero Procedimento Apuratório, que tem
como finalidade apurar fatos, sejam de natureza
meramente administrativa, sejam de natureza criminal.

Vamos observar agora alguns exemplos de Averiguação de


natureza administrativa e de natureza criminal, para que você possa
entender a diferença:

 Natureza administrativa: FUSPOM, extravio de


documentos, LTSPF, etc.

 Natureza criminal: PM vítima de roubo ou furto,


denúncia contra PM sem autoria e materialidade
definidas etc.

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Espécies de Averiguação

Na PMERJ, temos três espécies de


Averiguação. Você sabe quais são? Então
vamos lá:

 Averiguação Ordinária: É a mais


utilizada na rotina militar, ou seja, é a mais comum. Este tipo de
Averiguação serve para apurar tanto os fatos de natureza criminal
quanto os fatos de natureza administrativa.
 Averiguação Sumária: É uma exceção, pois ela só é
instaurada quando é preciso apurar fatos no menor prazo possível.
 Averiguação Sumaríssima: Utilizamos esse tipo de
averiguação para apurar se o falecimento de um PM da ativa foi em
decorrência de ato de serviço. Esta averiguação é realizada pelo
Oficial Supervisor da área onde ocorreu o falecimento, conforme
publicação no Bol da PM n.º 006, de 09 Jan 17.

Personagens

Vamos agora conhecer todos os envolvidos em


uma Averiguação e como serão tecnicamente
declarados nos autos:

Em regra, o prazo para conclusão de uma


Averiguação é de trinta dias corridos.O
Averiguador pode ser um Oficial, Subtenente ou
Sargento. Ele será o responsável pela
investigação. O Averiguador é selecionado por
uma Autoridade de Polícia Judiciária Militar. Já o
Averiguado, este é o alvo da investigação.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Prazo

Quando uma Averiguação é instaurada, é muito importante ter


atenção aos prazos. Essa missão cabe ao Averiguador.

Parecer

Ao final da investigação, o
Averiguador elaborará um
circunstanciado Parecer relatando
todos os fatos apurados.

Solução

A Autoridade de Polícia Judiciária Militar que delegou ao


Averiguador competência para apuração dos fatos solucionará a
Averiguação. A Autoridade de Polícia Judiciária Militar poderá
concordar ou não com o Parecer emitido pelo Averiguador,
com base nos fatos apurados.

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INQUÉRITO POLICIAL MILITAR

Conceito e Finalidade do IPM

Para iniciarmos, vamos conhecer a definição expressa no Art.


9º, do CPPM, que define o que é o IPM.

O Inquérito Policial Militar é a apuração sumária de fato,


que, nos termos legais, configure crime militar, e de sua
autoria. Tem o caráter de instrução provisória, cuja finalidade
precípua é a de ministrar elementos necessários à propositura
da ação penal.

Desta forma, podemos entender que o


IPM, instituído pelo CPPM, é um procedimento
administrativo de Polícia Judiciária Militar
inquisitorial, investigatório, sigiloso,
desenvolvido unilateralmente pela
administração militar.

Instauração de IPM

Instaurar o IPM significa iniciar oficialmente a sua elaboração. O


início da contagem do prazo se dá com o recebimento da Portaria de
Instauração, baixada pelo Encarregado do IPM. A Portaria de
Instauração será sempre a folha n.º 4 dos autos de um IPM.

Encarregado do IPM e Escrivão

De acordo com o Art. 15, do CPPM, o Encarregado do IPM será,


sempre que possível, Oficial de posto não inferior ao de Capitão.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

A designação de Escrivão para o IPM caberá ao respectivo


Encarregado. Geralmente recai em Segundo-Tenente ou Primeiro-
Tenente, se o indiciado for Oficial. Já nos demais casos, o escrivão
pode ser um Subtenente ou Sargento.

O Oficial Encarregado do IPM deverá, desde


logo, nos primeiros atos do IPM, quando
avaliar as provas que imprescindivelmente
terá de produzir, requerer as provas periciais,
pois estas são as mais demoradas, devendo
ouvir o Ofendido, as Testemunhas e o
Indiciado, proceder reconhecimento de
pessoas e coisas, acareações, exame de
corpo de delito (não pode ser dispensado e
nem suprido por atestado ou relatório
médico), laudos de avaliação de coisa, de
servibilidade de arma de fogo ou outro
instrumento do crime, exame de balística,
reconstituição dos fatos, proceder as buscas e
apreensões pertinentes, enfim o Encarregado
deve preocupar-se em realizar e anexar todas
provas cabíveis.

Prazo para Elaboração do IPM

O prazo inicial para conclusão do IPM é de vinte dias, estando o


indiciado preso, ou de quarenta dias, caso o mesmo esteja em
liberdade ou não tenha sido identificado. Em situações de absoluta
necessidade e devidamente justificado, existindo exames e perícias a
serem realizadas ou diligências julgadas indispensáveis, este prazo
poderá ser prorrogado por até vinte dias.
A primeira prorrogação é autorizada pela autoridade de polícia judiciária militar.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Caso sejam necessárias novas prorrogações, estas deverão ser solicitadas


diretamente ao Ministério Público Militar, sendo os autos encaminhados junto com
a solicitação para apreciação do pleito. Todas as prorrogações de prazo devem ser
informadas à Corregedoria.

 Se o prazo do IPM já tiver transcorrido dez dias, momento


em que se efetiva a prisão do indiciado, qual será o prazo final para a
sua conclusão?
O IPM encerrar-se-á em trinta dias: dez dias de prazo com o
indiciado solto e vinte dias com o indiciado preso, não se
ultrapassando o prazo inicial de quarenta dias.
 Se o prazo do IPM já tiver transcorrido trinta dias?
O IPM encerrar-se-á em dez dias, para não ultrapassar o prazo
de quarenta dias.
 Se o prazo do IPM, incluída a prorrogação, já tiver
transcorrido cinquenta dias, momento em que se efetiva a prisão do
Indiciado, qual será o prazo final para a sua conclusão?

De acordo com o espírito da norma castrense supra, o prazo


máximo para a conclusão do IPM é o de sessenta dias. Neste caso, se
ocorrer a prisão durante o período de prorrogação do prazo, o prazo
final deste é que deverá indicar o dia do encerramento do IPM; logo,
o Encarregado terá dez dias para encerrar o IPM.

CLIQUE AQUI PARA


ATENTAR NA DIFERENÇA!

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Prisão Provisória do Indiciado

Agora vamos entender


como a lei trata a questão
da prisão.

Segundo o Art. 18, do CPPM


Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar
detido, durante as investigações policiais, até trinta dias,
comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse
prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo Comandante
da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação
fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica.

Segundo o Art. 5º, LXI, da CRFB/88


Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo
nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar,
definidos em lei.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Em sua doutrina1, o Mestre Célio Lobão tem o entendimento de


que:
A medida coercitiva deverá ser comunicada ao Juiz (Juiz de
Direito do Juízo Militar – AJMERJ), que após ouvir o MP, relaxará a
prisão se considerá-la ilegal. Havendo necessidade do recolhimento
por mais tempo, além dos 50 dias, compete ao Juiz decretar a prisão
preventiva, mediante representação do encarregado do inquérito ou a
requerimento do MP, desde que atendidos os requisitos exigidos para
a medida cautelar. (DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça
Militar FEDERAL / Justiça Militar ESTADUAL, 2009)
Pelo que está regrado nesse dispositivo, o Encarregado, em
tese, tem o poder de expedir ordem de prisão ao indiciado,
independente de flagrante delito, bastando, para sua formalização,
simples comunicação à autoridade competente, que no caso
subentende-se, pela regra de prorrogação, ser a autoridade
delegante.
Há vários autores que defendem que esse artigo ainda está em
vigor, podendo a detenção ser determinada nos crimes militares
próprios, em virtude do que dispõe o inciso LXI, do art. 5º da
Constituição Federal, citado acima.

Ninguém será preso senão em


VAMOS
flagrante Rd
ELeElM
itBoRAoR!u por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de
transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em
lei.

1
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR - Justiça Militar FEDERAL / Justiça Militar
ESTADUAL, Editora Método, pág. 63, 2009.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

O Encarregado do IPM, caso seja necessário e justificável,


poderá representar ao Juiz de Direito do Juízo Militar pela prisão
preventiva, no curso do IPM.

A prisão preventiva está prevista no CPPM. De acordo com o


art. 254, a prisão preventiva pode ser decretada pelo Juiz de Direito
do Juízo Militar ou pelo Conselho de Justiça, de ofício, a requerimento
do Ministério Público ou mediante representação da autoridade
encarregada do inquérito policial-militar, em qualquer fase deste ou
do processo, concorrendo os requisitos seguintes:

Prova do fato Indícios suficiente de


delituoso autoria

Entretanto, de acordo com o art. 255, a prisão preventiva, além


dos requisitos já citados, deverá fundar-se em um dos seguintes
casos:

Ofendido

Você saberá definir quem é o Ofendido em um IPM?

O Ofendido é, na verdade, a própria


vítima da ação delituosa, o sujeito passivo
secundário, ou seja, o titular do direito
lesado pela ação ou omissão do agente ativo.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

No CPPM, os procedimentos aplicáveis ao Ofendido estão


inseridos nos artigos 311 a 313. Sempre que possível, o Ofendido
deverá ser inquirido e, por determinação do art. 13, deverá ser o
primeiro, embora isto não possa ser entendido como uma regra
impositiva e inflexível, pelo menos no IPM. Esta regra não pode ser
absoluta, até porque muitas vezes o Ofendido fica gravemente ferido,
só podendo ser ouvido algum tempo depois de instaurado o
procedimento inquisitorial, ou perdendo a própria vida.
Ao Ofendido deverá ser perguntado sobre as circunstâncias da
infração penal, do tipo: quem seria ou se presume ser o autor e as
provas que possam indicar. Suas declarações devem ser reduzidas a
termo, chamado de “Termo de Depoimento”.

Testemunha

A definição de
Testemunha você já deve
conhecer, não é? Mais
vale a pena conferir:

Testemunha é a pessoa que atesta a


veracidade de um ato ou de um fato. Logo,
é quem viu ou soube das circunstâncias
em que uma determinada situação
aconteceu.

No CPPM os procedimentos sobre testemunhas estão inseridos


nos artigos 347 a 364.
Para que compareçam em dia, hora e local, a fim de serem
inquiridas, as Testemunhas serão notificadas diretamente pela

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

autoridade. O termo próprio é esse mesmo – notificação, pois não se


trata de um pedido, e sim da comunicação de uma
imposição.
O comparecimento da testemunha é
obrigatório, não podendo ela eximir-se, salvo
impedimento devidamente comprovado, nos casos
de força maior ou outra circunstância por ela
apresentada que possa ser entendida como causa
que de fato impediu-a de comparecer.
Quando se tratar de servidores públicos ou de militares, deverá
ser dirigida requisição (solicitação) ao seu chefe imediato, pedindo o
seu comparecimento. No caso de militar de patente superior a do
Encarregado do IPM, mesmo assim o comparecimento será
obrigatório, em função de que todo militar quando participa de atos
desta natureza está cumprindo uma determinação superior, ou seja,
a ordem expressa no ofício de apresentação.
No curso do IPM, quando uma testemunha se recusa a atender
à notificação do Encarregado, costumeiramente se deve repetir a
notificação por mais duas vezes, com a finalidade de tentar
convencer a testemunha a comparecer, principalmente mostrando-
lhe a importância de suas declarações para a formação da prova.
No IPM não há um número
mínimo ou máximo de testemunhas
a serem inquiridas. O encarregado
deverá inquirir todas as pessoas que
souberem ou tiverem informações
importantes sobre a infração penal
militar investigada.
Em princípio, qualquer pessoa
poderá ser testemunha, independente de idade, sexo, cor, religião.
Entretanto, o ascendente, o descendente, o afim em linha reta, o
cônjuge, ainda que desquitado, e o irmão do Acusado, bem como

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

pessoa que com ele tenha vínculo de adoção, salvo quando não for
possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e
de suas circunstâncias, estão dispensados da obrigação legal de
depor, conforme aponta o art. 354, do CPPM.
Também são proibidas de depor as pessoas que em razão de
função, ministério, ofício ou profissão devam guardar segredo do que
souberem, salvo se desobrigadas pela parte interessada.
 O Presidente e o Vice-Presidente da República, os
Governadores e Interventores dos Estados, os Ministros de Estado, os
Senadores, os Deputados Federais e Estaduais, os membros do Poder
Judiciário e do Ministério Público, o Prefeito do Distrito Federal e dos
Municípios, os Secretários dos Estados, os membros dos Tribunais de
Contas da União e dos Estados, o Presidente do Instituto dos
Advogados Brasileiros e os Presidentes do Conselho Federal e dos
Conselhos Secionais da Ordem dos Advogados do Brasil;
 As pessoas impossibilitadas por enfermidade ou por
velhice, que serão inquiridas onde estiverem.
Sob a ótica do art. 352, do
Numerária – é o CPPM, no Termo de Depoimento de
quantitativo de
Testemunha, a Testemunha deve
testemunhas previsto
no Código de declarar seu nome,
Processo Penal Militar idade, estado civil, filiação, Identidade,
(tem um quantitativo
residência, profissão e lugar onde exerce
máximo).
Referida– pessoas atividade, telefone, se é parente (e em que
mencionadas nos grau do acusado e do ofendido), quais as
depoimentos das suas relações com qualquer deles, e relatar
testemunhas
o que sabe ou tem razão de saber, a
numerárias.
respeito do fato delituoso narrado na
denúncia e circunstâncias que com o mesmo tenham pertinência,
não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de
que confirma o que prestou no inquérito. Sendo numerária ou

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

referida, prestará o compromisso de dizer a verdade sobre o que


souber e lhe for perguntado.
Antes de prestar seu depoimento, a Testemunha deverá prestar
o Compromisso Legal. Compromissada, a Testemunha será obrigada
a responder as perguntas que lhe forem
feitas pelo Encarregado do IPM.
Compromisso legal – é o juramento
solene prestado antes do seu depoimento,
em juízo ou no curso do IPM.
O direito constitucional de ficar em silêncio aplica-se somente
ao acusado. Não pratica o crime de perjúrio somente a Testemunha
que mente, mas aquela que também omite detalhes do que sabe ou
se recusa a falar o que sabe sobre a infração penal.
A critério do Encarregado do IPM, a Testemunha poderá
responder as perguntas formuladas pelo advogado do indiciado.
Todas as perguntas à Testemunha serão sempre feitas pelo
Encarregado. O advogado não pode se dirigir diretamente à
Testemunha ou ao Ofendido, para indagações e perguntas.

As Testemunhas deverão ser inquiridas separadamente, de


modo que uma não possa presenciar ou ouvir o que outra está
declarando, ou tomar conhecimento do que já foi declarado. Pelo que
regra o art. 19, do CPPM, tanto a Testemunha quanto as demais
pessoas a serem ouvidas no IPM, devem ser inquiridas durante o dia,
em período que medeie entre as sete e dezoito horas, exceto em
casos de urgência.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

A Testemunha também não


deverá ser inquirida por mais de
quatro horas consecutivas, sendo
lhe facultado descanso de meia hora,
caso o tempo de inquirição seja
superior àquele. As inquirições não
concluídas até às dezoito horas, como regra, devem ser transferidas
para o dia seguinte.
Quando a Testemunha não residir na sede dos trabalhos do
IPM, não existindo forma do deslocamento até o local mais
apropriado, tanto por parte da Testemunha quanto do Escrivão e
Encarregado, aquela poderá ser inquirida através de Carta Precatória.
De acordo com o art.

361, do CPPM, no curso do


Carta precatória – é o
IPM, o seu Encarregado poderá
instrumento através do qual
expedir Carta Precatória à
se obtém depoimento de
autoridade militar superior do local
Ofendido ou Testemunha que
onde a testemunha estiver servindo
resida fora da circunscrição
ou residindo, a fim de notificá-la e
da autoridade de Polícia
inquiri-la, ou designar Oficial que a
Judiciária Militar.
inquira, tendo em atenção as
normas de hierarquia, se a Testemunha for militar.
Com a Carta Precatória, o Encarregado
Deprecata – é
enviará cópias da parte que deu origem ao
sinônimo de carta
IPM e da Portaria que lhe determinou a
precatória
instauração e os quesitos formulados para
serem respondidos pela Testemunha, além de
outros dados que julgar necessários ao esclarecimento do fato.
Quando se tratar de Carta Precatória a ser expedida à Autoridade
Policial Judiciária Militar de Co-irmã, o Encarregado poderá fazer a
Deprecata diretamente a ela, através da CIntPM.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Indiciado/Investigado

Até o presente momento você já é


capaz de intuir a definição de Indiciado,
não é? Indiciado é a denominação que
se dá ao militar alvo de investigação no
IPM.
Não existe no CPPM um procedimento próprio para o
interrogatório do Indiciado, devendo-se aplicar a este os
procedimentos, no que couber, relativos ao Acusado, previsto nos
artigos 302 a 306, observando-se o art. 301

Indiciado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando há


evidentes indícios da prática de crime militar.
Investigado – é a qualidade do Policial Militar, no IPM, quando
não há indícios suficientes da prática de crime militar, apenas a
materialidade delitiva (aconteceu o delito, mas a autoria ainda é
desconhecida).

De acordo com o art. 306, do CPPM, o


Indiciado será perguntado sobre o seu nome,
naturalidade, estado, idade, filiação,
residência, profissão ou meios de vida e lugar
onde exerce a sua atividade, além disso, se
sabe ler e escrever. Respondidas essas
perguntas, poderão ainda, caso necessário, o
interrogatório ser dirigido com as seguintes questões, além
das elencadas pelo Encarregado do IPM:
 Onde estava ao tempo em que foi cometida a infração? Teve
notícia desta e de que forma?
 Conhece a pessoa ofendida e as testemunhas? (Desde quando e
se tem alguma coisa a alegar contra elas)

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

 Conhece as provas (contra ele) apuradas? Tem alguma coisa a


alegar a respeito das mesmas?
 Conhece o instrumento com que foi praticada a infração ou
qualquer dos objetos com ela relacionados e que tenham sido
apreendidos?
 É verdadeira a imputação que lhe é feita?
 Não sendo verdadeira a imputação, sabe de algum motivo
particular a que deva atribuí-la ou conhece a pessoa ou pessoas a
que deva ser imputada a prática do crime? Esteve com elas antes
ou depois desse fato?
 Está sendo ou já foi processado pela prática de outra infração?
Em caso afirmativo, em que juízo, se foi condenado, qual a pena
imposta e se a cumpriu?
 Tem quaisquer outras declarações a fazer?

Quando se tratar de confissão, esta deverá:

 Ser feita perante o Encarregado do IPM;


 Ser feita na presença de Testemunhas;
 Ser livre, espontânea e expressa;
 Versar sobre o fato principal;
 Ser verossímil;
 Ter compatibilidade e concordância com as demais provas do
IPM.

Testemunhas do Interrogatório

Segundo o Manual de Inquérito Policial Militar e Prisão em


Flagrante Delito (M5), público no Bol PM n.º163, de 14OUT83, é de
boa técnica arrolar duas Testemunhas presenciais do interrogatório
do Investigado/Indiciado, sendo superiores hierárquicas do mesmo
ou mais antigo.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

RELATÓRIO

O IPM deve ter suas diligências encerradas mediante a


elaboração de um Relatório pelo Encarregado. Esse
Vamos entender
Relatório normalmente é dividido em quatro partes: cada uma delas?

Da Origem, Das Providências, Da Análise e,


finalmente, a Conclusão.

Introdução
O Encarregado citará:
 Quem determinou a instauração do IPM?
 Qual o documento que delegou as atribuições de Polícia
Judiciária Militar?
 Quem é o Investigado/Indiciado?
 Qual o fato sob apuração?

Diligências Realizadas
Devem ser relacionadas todas as medidas instrutórias adotadas
pelo Encarregado. É feito, na verdade, um resumo dos despachos, de
forma cronológica, com a citação de cada providência contida neles.

Da Análise!! Tem 2 etapas: dos documentos e dos depoimentos


São a narração de como se deram os fatos sob a ótica do
Encarregado. Essa narrativa deve ser feita unicamente com base no
que consta dos autos e deve apontar o dia, hora, local, meios
empregados, modo de execução e quem é o responsável por cada
fase do delito.

Conclusão
O Encarregado dirá se há indícios de Infração Penal Militar e de
quem é a autoria. Será analisado se há Transgressão Disciplinar.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Nesse caso, se for de natureza grave, a indicativa de CRD, CD ou CJ,


tendo como peças exordiais cópia de todo IPM.
Abertura de outro (s) volume

De acordo com o previsto no M5, recomenda-se que cada


duzentas folhas um novo volume deve ser aberto, e que para cada
novo volume deverá ser lavrado na CAPA: “TERMO DE
ABERTURA DO II, ou III ou IV VOLUME”. Na hipótese de
haver dois ou mais volumes no IPM, o Encarregado deverá colocar
na capa do 1º: “I VOLUME”. Para que não haja quebra na sequência
lógica do processo, é permitido que haja um desvio de até 15 folhas
para a abertura de um novo volume.

Solução do IPM

É prevista nos termos do art. 22, §1º, do CPPM: a autoridade


delegante pode concordar ou não com o Encarregado. Se discordar,
terá que haver motivação.

Remessa do IPM a AJMERJ, via Corregedoria Interna da Polícia


Militar (CIntPM)

Autoridade de Solucionado o IPM pela Autoridade de Polícia


Polícia Judiciária Judiciária Militar, os autos serão encaminhados
Militar – a uma das Promotorias de Justiça vinculadas a
Comandantes,
AJMERJ, nos termos do art. 23, do CPPM, e
Chefes e
Diretores baseado no art. 4º, 1ª Parte, das IRRR GPGJ,
n.º 971, de 31JAN01.

Observações importantes:
Na hipótese de se concluir pela
Central de Inquéritos
Estado do Rio de Janeiro. existência de indícios
– é o órgão pertencente de infração penal comum, os autos do IPM
à estrutura funcional do deverão ser enviados diretamente a 1ª, 2ª e

Ministério Público do

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

Central de Inquéritos, conforme a atribuição de cada uma delas.


 Na hipótese supra, a autoridade delegante deverá enviar
cópia do Relatório e da Solução à CIntPM.
 As orientações acima estão previstas nas Instruções
Reguladoras relacionadas à Resolução GPGJ, n.º 971, de 31 jan.
2001, da Procuradoria-Geral de Justiça e ao Ofício n.º 030/MP-
AJMERJ/2001, que estabelecem medidas sobre procedimentos
investigatórios (Bol. da PM n.º 083, de 07 maio 2001).

Erros mais comuns na confecção de IPM

Até aqui, nós vimos todo o caminho


necessário para a elaboração de um IPM. Vamos
agora atentar para os erros mais comuns, e
não deixar mais que eles ocorram, né!

 Ausência de numeração, carimbo e rubrica do Escrivão no


canto superior direito;
 Termos: Conclusão, Despacho, Recebimento, Certidão e
Juntada - usados de forma incorreta; CONCLUSÃO E
CERTIDÃO AGORA SÃO CARIMBOS NO VERSO DAS PÁGINAS
E NÃO SE USA MAIS O RECEBIMENTO
 Utilização indevida do Termo de Juntada para documentos
expedidos pelo Encarregado de IPM (deverá ser Certidão),
quando somente é utilizado o Termo em Comento por ocasião
de documentos recebidos, ou seja, que vem de fora; ALGUNS
DOCUMENTOS RECEBIDOS TB ENTRAM NO APENSO
 Termo de Inquirição superficial, deixando de aprofundar
questões relevantes como, por exemplo, procedência de
veículo, armamento, telefone celular, além da não utilização

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

do termo de acareação por ocasião de depoimentos


contraditórios;
 Falta de auditoria via GPS, quando necessário;
 Falta de ficha(s) disciplinar(es) dos Investigados/Indiciados;
 Utilização do termo ‘Convite’ ao invés de ‘Notificação’ (CPPM,
art. 347);
 Relatório bastante sucinto, não descrevendo de forma
detalhada o que foi apurado, conforme prevê o M-5 (Objetivo
do IPM, Diligências Realizadas, Resultados Obtidos e
Conclusão);
 Falta de comunicação a CIntPM, quando concedida
prorrogação de prazo pela Promotoria em exercício junto a
AJMERJ;
 Quando da confecção do Relatório, não mencionar se houve
Transgressão da Disciplina, por parte dos envolvidos no
procedimento, além de Infração Penal Militar;
 Falta de perícia nos crimes que deixam vestígios, tais como:
lesão corporal, homicídio, etc. (CPPM, Art. 328);

 Não observação das medidas preliminares a serem adotadas


(CPPM, art. 12),
 Denominação incorreta ou qualificação incompleta das
pessoas ouvidas no procedimento, tais como: declarante,
envolvido, depoente, falta do CPF, do endereço ou telefone
da testemunha. No IPM, o sujeito é ouvido como
“Investigado/Indiciado, Testemunha e Ofendido”,
dependendo de cada situação;
 Atraso na remessa dos autos a CIntPM para posterior Solução
do Comandante Geral;
 Termo de Encerramento de Volume (o Termo de
Encerramento só se usa na fase judicial, por ordem da
autoridade judiciária competente).

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

 Ausência de comunicação à autoridade delegante de


prorrogação de prazo pelo Ministério Público.

Ordem das peças iniciais dos autos de IPM

Fl. 01 – Capa com autuação;


Fl. 02 – Portaria do Encarregado do IPM;
Fl. 03 – Nomeação do Escrivão;
Fl. 04 – Termo de Compromisso do Escrivão;
Fl. 05 – Portaria determinando a instauração de IPM;
Fl. ... – Demais documentos anexos à Portaria da autoridade
delegante.
Fl. ... – Conclusão;
Fl. ... – Despacho;
Fl. ...- Recebimento;
Fl.... – Certidão; etc.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

CONCLUSÃO

A disciplina de Prática Processual possibilita a seus operadores


a noção de como desempenhar a atividade de polícia judiciária
militar, que é de suma importância à vida militar, mantendo-se os
princípios da hierarquia e da disciplina.
Neste contexto, há o exercício da polícia judiciária militar nas
Forças Auxiliares pelos Oficiais, e Subtenentes e Sargentos.
Por fim, cabe registrar que a eficiência da atividade de polícia
judiciária militar passa a ser uma ferramenta muito eficaz para que
não sejam violados os pilares básicos da estrutura castrense, quais
sejam, a hierarquia e a disciplina, e, na hipótese de violação,
funciona como instrumento de restabelecimento aos prefalados
princípios, como também serve como caráter inibidor a condutas
contrárias ao ordenamento jurídico.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSIS, Jorge Cesar de. Comentários ao Código Penal Militar.


Comentários – Doutrina – Jurisprudência dos Tribunais
Militares e Tribunais Superiores. 6ª Edição – Revista e Atualizada.
Juruá Editora. 2009.

ASSIS, Jorge Cesar de. Curso de Direito Disciplinar Militar – Da


Simples Transgressão ao Processo Administrativo. 4ª Edição –
Revista, Ampliada e Atualizada. Juruá Editora. 2013.

Boletim da PMERJ, n.º 163, de 14 de Outubro de 1983. Manual de


IPM - M5.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05


de Outubro de 1988.

Decreto Estadual n.º 6.579, de 05 de Março 1983. Poder


Executivo Estadual, Rio de Janeiro, 1983.

Decreto-Lei n° 1.001, de 21 de Outubro de 1969.

Decreto-Lei n° 1.002, de 21 de Outubro de 1969.

Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de Dezembro de 1940.

Decreto-Lei n° 3.689, de 03 de Outubro de 1941.

Lei Estadual n.º 443, de 01 de Julho 1981. Poder Executivo


Estadual, Rio de Janeiro, 1981.

LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3ª Edição Atualizada. Brasília


Jurídica. 2006.

LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3º Edição, Editora Brasília


Jurídica, 2006.

LOBÃO, Célio. Direito Processual Penal Militar. 3ª Edição


Atualizada. Editora Método. 2009.

NEVES, Cícero Robson Coimbra e STREIFINGER, Marcelllo. Manual


de Direito Penal Militar. 4ª Edição. Saraiva. 2014.

NEVES, Cícero Robson Coimbra. Manual de Direito Processual


Penal Militar, em Tempo de Paz. 4ª Edição. Saraiva. 2014.

30
PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

PMERJ. Boletim da PMERJ, n.º 154, de 16 de Agosto de 2001.


Instruções Reguladoras Relacionadas à Resolução GPGJ n.º 971, de
31jan2001, que estabelecem medidas sobre Procedimentos
Investigatórios.

RIO DE JANEIRO (Estado). Constituição Estadual do Rio de


Janeiro, 05 de Outubro de 1989.

ROSA, Paulo Tadeu Rodrigues. Código Penal Militar Comentado –


Artigo por Artigo – Parte Geral. Editora Líder, 2009.

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

EXERCÍCIOS

1) Cite os personagens no IPM e na Averiguação.

2) Qual o instrumento processual existente no CPPM para ouvir


pessoa (s), em outro Estado da Federação?

3) A função de escrivão no IPM será exercida por quem?

4) Após a Solução do IPM pelo Comandante, Chefe ou Diretor, para


onde os autos serão encaminhados?

5) Quais os prazos previstos no CPPM para a conclusão dos trabalhos


no IPM?

6) Quais são as cinco primeiras peças no IPM?

7) Quando se instauram AVE e IPM?

8) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar,


quando a Testemunha, muito embora tenha sido notificada por duas
vezes, não comparece para prestar depoimento?

9) Qual a providência que o Encarregado do IPM deve adotar,


quando se vê diante indícios de crime militar, em desfavor de
Superior Hierárquico?

10) Quais são as espécies de Averiguação?

11) Qual a peça final elaborada pelo Averiguador e onde são


inseridas suas conclusões sobre os fatos apurados?

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

12) Qual a peça final elaborada pela Autoridade de Polícia Judiciária


Militar, ao analisar os autos do IPM?

13) Na Averiguação, pode-se proceder a uma acareação?

14) Instaura-se Averiguação para apurar crime militar, já com


autoria e materialidade definidas?

15) Admite-se Perícia, na Averiguação?

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

GABARITO

1) Averiguação: Averiguador, Averiguado, Ofendido e


Testemunha.
IPM: Encarregado, Escrivão, Indiciado (Investigado), Ofendido e
Testemunha.

2) R: Carta Precatória – Art. 361 do CPPM.

3) A designação de escrivão para o inquérito caberá ao respectivo


encarregado, se não tiver sido feita pela autoridade que lhe deu
delegação para aquele fim, recaindo em 2º ou 1º tenente, se o
indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos
demais casos. (Art. 11 do CPPM).

4) Concluído o Inquérito Policial Militar, depois de solucionado pela


autoridade policial que determinou sua instauração, deverão os
Autos serem remetidos por ofício, através da Corregedoria Interna
da Polícia Militar, às 1ª, 2ª e 3ª Promotorias de Justiça, que atuam
perante a AJMERJ, de acordo com a correspondência territorial de
cada uma.

5) O inquérito deverá terminar dentro de vinte dias, se o indiciado


estiver preso, contado esse prazo a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão; ou no prazo de quarenta dias, quando
o indiciado estiver solto, contados a partir da data em que se
instaurar o inquérito. Este último prazo poderá ser prorrogado por
mais vinte dias pela autoridade militar superior, desde que não
estejam concluídos exames ou perícias já iniciados, ou haja
necessidade de diligência, indispensáveis à elucidação do fato. O
pedido de prorrogação deve ser feito em tempo oportuno (72

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PRÁTICA PROCESSUAL –CAS 2023

horas) antes do término do prazo, de modo a ser atendido antes da


terminação do prazo.

6) 1= Capa;
2= Portaria do Encarregado;
3= Nomeação do Escrivão;
4= Compromisso do Escrivão; e
5= Portaria determinando a instauração do IPM.

7) AVERIGUAÇÃO: Quando houver denúncia contra Policial Militar


sem autoria e/ou materialidade definida de prática de conduta
contrária a dispositivos penal militar ou penal comum e, ainda,
cumulada com violação ao RDPMERJ. Será instaurada também para
apuração de situações meramente administrativas (Ex.: FUSPOM,
Aluno-Aprendiz, Extravio da Cédula de Identidade Funcional). Se
na Averiguação forem coletados indícios da prática de crime militar,
com autoria e materialidade definidas, sem a necessidade de
outros elementos de provas, os autos serão encaminhados à
AJMERJ, sem instauração de IPM.
IPM: Quando houver indícios de crime militar. Pode ocorrer
materialidade sem autoria definida.

8) O Encarregado do IPM elaborará um Ofício ao Juiz de Direito da


AJMERJ, requerendo a expedição do competente Mandado de
Condução Coercitiva em desfavor da Testemunha recalcitrante.
Atualmente, a Juíza de Direito da AJMERJ nomeia o próprio
Encarregado como Oficial de Justiça ad hoc para cumprir a ordem
judicial.

9) Adotará as providências necessárias para que as suas funções


sejam delegadas a outro oficial, nos termos do §2º, do art.7º, do
CPPM, ou seja, será substituído por oficial mais antigo ou superior

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hierárquico ao indiciado/ investigado, com base no art. 10, §5º, do


CPPM.

10) a) Ordinária;
b) Sumária; e
c) Sumaríssima.

11) parecer
12) solução
13) sim
14) não. Instaura–se IPM
15) sim. Pode acionar o CCrim

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