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MANUAL POLICIAL-MILITAR
2018
M-10-PM
4ª edição
PORTARIA Nº PM1-011/02/18
CAPÍTULO I -
DAS GENERALIDADES
Seção I -
Da Finalidade e Conceitos
2. Para os fins a que se destina este Manual, as palavras “estádio”, “ginásio”, “local de
evento”, “arena” e “praças desportivas” serão consideradas sinônimas.
3. Também, para os fins a que se destina este Manual, as palavras “espetáculo”, “jogo”,
“show”, “corrida”, “disputa”, “competição” e “partida” serão consideradas sinônimas.
Seção II -
3. Por essa razão, o preparo do homem para esse tipo de serviço exige que suas
qualidades policial-militares, como a disciplina, o senso de cooperação, o espírito de
sacrifício, a abnegação, a iniciativa e a tolerância, sejam desenvolvidas, juntamente
com as instruções de escopo técnico-profissional.
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4. É preciso que, no decorrer desses treinamentos, o homem adquira confiança no seu
Comandante (Cmt) e nos seus companheiros, considerando tratar-se de uma atividade
que demanda contato direto com multidões de pessoas.
5. O objetivo mencionado no item anterior só poderá ser atingido se o policial militar for
bem instruído na diferenciação do infrator da lei com o espectador, pois este somente
apresenta alterações de conduta quando provocado, seja pela ação de outro
espectador, seja por motivos diversos: diante de um erro do árbitro (no caso de
partidas desportivas), da má atuação do protagonista, ou ainda por outras razões
especiais do momento.
CAPÍTULO II -
DO PÚBLICO
Seção I -
1. Conhecer o público é fator fundamental para o sucesso da operação, uma vez que
as decisões acerca da quantificação e distribuição de efetivo, tipo de tropa empregada,
definição de horários, preparação do efetivo policial, postura operacional e outras
circunstâncias elementares dependerão, dentre outros aspectos, das características do
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grupo de pessoas que se fará presente no evento.
2. Nesse contexto, pode-se definir público como o conjunto de pessoas reunidas num
determinado local com o objetivo principal de assistir a um evento e, secundariamente,
de organizar, administrar, transmitir imagens, dar segurança, protagonizar o evento,
entre outras atividades necessárias a sua operacionalização.
Seção II -
Subseção I -
Dos Protagonistas
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Subseção II -
Dos Espectadores
3. Nas espécies de espectadores há, também, aquele tipo de público que possui direito
à meia entrada, bem como os não pagantes (em virtude de determinação legal ou por
concessão do promotor de evento), condições essas que também podem influenciar
comportamentos.
Subseção III -
Da Organização
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Seção III -
Do Comportamento do Público
Subseção I -
Das Generalidades
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de agir ou de adotar qualquer postura mais incisiva;
6.1.2. aceita passivamente as situações do dia a dia: diante de alguma situação que
não lhe agrada ou que não lhe seja favorável o indivíduo dificilmente se altera ou toma
uma atitude mais drástica para ver seu problema resolvido. Pode aceitar a má sorte ou
buscar as vias legais para resolução de seu problema;
6.1.3. preocupa-se com a imagem pessoal: o indivíduo não quer se expor, pois isso
pode lhe custar rechaços sociais e penalizações formais;
6.1.4. raciocina antes de tomar decisões: pelo exposto acima, suas condutas são
pensadas e a adoção de um ou outro comportamento passará por um crivo pessoal de
acordo com a personalidade do indivíduo;
6.1.5. preocupa-se com as consequências das atitudes: o resultado de uma decisão
pode trazer sérias consequências sociais ao indivíduo que, muitas vezes, prefere
abster-se de agir de forma impulsiva.
6.2. Em grupo:
6.2.1. liberam-se os sentimentos, comportando-se de forma não convencional:
aproveitando-se da presença de outras pessoas, o indivíduo vê a oportunidade de
extravasar seus sentimentos e agonias, adotando uma postura mais extrovertida, mais
falante e, em certos momentos, sendo considerado irreconhecível aos olhos dos
outros. Consequentemente, assume comportamentos que lhe são estranhos no dia a
dia;
6.2.2. superam-se os limites sociais: ao engajar-se em um grupo o indivíduo pode
buscar outras formas de resolver seus problemas. Assim, os limites sociais das boas
maneiras, da educação, e até mesmo os legais são ultrapassados, para o alcance
rápido de suas pretensões;
6.2.3. prevalece a imagem do grupo: partindo deste raciocínio, o indivíduo pouco se
preocupa com as consequências de suas ações, afinal a imagem não será a dele, mas
a de um grupo, de uma torcida, de um fã clube etc.;
6.2.4. age-se e reage-se conforme a massa: por fazer parte de um todo, dificilmente
sua conduta será diferente daquela adotada pela massa e, neste contexto, o indivíduo
não raciocina, age e reage de acordo com o que a coletividade lhe impõe ou lhe
sugere.
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Subseção II -
2. Tal comportamento de massa pode atingir qualquer grupo social, raça ou gênero,
basta que haja alguns estímulos, no entanto, é obvio que a atitude varia de acordo com
o tipo de público predominante naquele meio, pois um grupo de fã clube, em regra, não
terá as mesmas reações que torcedores organizados.
3. Naturalmente, o ser humano tende a ser influenciado por fatores externos, os quais
atuam muito fortemente na adoção de comportamentos diferentes daqueles habituais.
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desejos insatisfeitos, normalmente contidos, concorrendo como perigoso incentivo à
prática de atos contrários à ordem pública. É a oportunidade que têm os indivíduos de
realizarem atos que sempre almejaram, mas nunca fizeram.
6.2. Fatores Exógenos:
6.2.1. são aqueles meios externos que influenciam o comportamento do público, como
a bebida alcoólica, drogas, fome, sede etc. A influência dos meios exógenos causa
reações extremas no público, desde a insatisfação, raiva, inconformismo até a euforia,
o contentamento, o prazer etc. Essa “gangorra” de emoções dificulta o trabalho policial,
pois uma pessoa, fora de sua condição mental normal, pode gerar situações de
confronto entre os espectadores, ou ainda problemas de saúde, como desmaios e mal
súbito;
6.2.2. dentre esses fatores, vale destacar a influência do álcool. Um público que possui
acesso livre a bebidas alcoólicas passa a se comportar gradualmente fora das
condições psíquicas normais, gerando um conjunto de pessoas potencialmente
propensas a causar brigas e desordens, mesmo que inicialmente seja um público
meramente eventual.
6.3. Fatores Ambientais:
6.3.1. são aqueles relacionados à infraestrutura física e de prestação de serviço do
local. Ambientes limpos, modernos, controlados, com tratamento adequado às pessoas
e com atividades de entretenimento incentivam o cumprimento das normas vigentes;
6.3.2. por outro lado, a falta de saneamento básico, de alimentação adequada, de
coleta de lixo, a presença de paredes sujas e pichadas, e o atendimento ao público por
profissionais despreparados podem criar um comportamento hostil à ordem, e as
pessoas passam a ter uma forte tendência de agir em desconformidade com as regras
de convívio social ou mesmo com a legislação vigente.
6.4. Fatores Naturais:
6.4.1. são aqueles relacionados aos fenômenos da natureza que geram consequências
físico-corporais nos indivíduos. O sol intenso, as chuvas torrenciais, o frio excessivo, as
trovoadas, fazem com que o público sofra com a ação das intempéries demandando,
por vezes, atendimento médico;
6.4.2. além disso, os Fatores Naturais influenciam no horário de chegada do público, na
sua saída e até mesmo nos locais de aglomeração de pessoas nos setores. Há, por
exemplo, eventos em que maioria das pessoas chegam para assistir ao espetáculo
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faltando apenas minutos para o seu início, em virtude de uma tempestade que assolou
a cidade.
Seção IV -
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2.3. imprensa: participando ativamente na cobertura dos eventos, a imprensa é uma
excelente ferramenta de divulgação de informações ao público (horários, itinerários,
materiais proibidos, meios de transporte etc.), bem como para a veiculação de notícias
positivas;
2.4. protagonistas: ainda que haja dificuldade em se estabelecer contato direto com
os protagonistas, é de fundamental importância que sua postura não influencie
negativamente o comportamento do público. Diante disso, a organização deve
acautelar-se de que o protagonista esteja orientado no sentido de que atitudes
indevidas podem ser danosas à ordem pública, pois influenciam milhares de
seguidores;
2.5. outros órgãos de interesse: a Polícia Militar deve fazer contato com outros
órgãos que também possuem grande importância à organização do evento, de acordo
com as peculiaridades de cada região, tais como, Federações e Administrador do Local
de Evento.
CAPÍTULO III -
Seção I -
Das Generalidades
2. Além disso, o conhecimento das estruturas físicas dos locais de eventos auxilia a
redução do tempo resposta de atuação do policiamento, propicia a adequada
distribuição de recursos humanos e auxilia no planejamento da missão, que resultará
num policiamento eficiente do ponto de vista técnico-operacional.
3. Todo local de espetáculo público deve ser policiado nos mínimos detalhes, devendo
a tropa fazê-lo com objetividade, policiando seus postos prioritários e normais e
mantendo-se atenta e em condições de se reunir com rapidez, a fim de fazer frente a
distúrbios parciais ou generalizados em um só setor ou em vários locais distintos, o que
demanda, portanto, instruções específicas.
7. Nos casos em que o efetivo policial empregado não conheça detalhadamente o local
do evento, é prudente que esses policiais militares sejam deslocados com
antecedência suficiente para fazer o reconhecimento da área de trabalho e familiarizar-
se com as estruturas.
Seção II -
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1.5.3. de 3 (três) ou mais pavimentos.
1.6. classificação dos locais de evento quanto à propriedade:
1.6.1. públicos;
1.6.2. privados.
1.7. classificação dos locais de evento quanto ao acesso do público:
1.7.1. acesso gratuito, com controle por bilhetes;
1.7.2. acesso pago;
1.7.3. acesso misto, com ingressos gratuitos em parte;
1.7.4. acesso gratuito, sem controle por bilhetes.
1.8. classificação dos locais de evento quanto à finalidade de uso:
1.8.1. específicos para o uso a que se destinam;
1.8.2. adaptados para outros tipos de uso;
1.8.3. improvisados (locais onde são implantadas estruturas para receber determinado
espetáculo, tais como praças públicas, quando se instalam palcos e arquibancadas ou,
ainda, área criada para um fim e que será utilizada para outro, sem a devida
adaptação).
1.9. classificação dos locais de evento quanto ao perímetro:
1.9.1. local aberto: é aquele em que o perímetro do evento não é cercado por
estruturas físicas, seja de alvenaria ou não, e que não possuem, como regra, portões
de acesso ao seu interior (exemplo: festividades de virada de ano em ruas e avenidas);
1.9.2. local fechado: é aquele em que o perímetro é cercado por estrutura física, seja
ela de alvenaria, de tapumes metálicos, de madeira e que possuem, como regra,
portões de acesso ao seu interior (exemplo: estádios e ginásios).
Seção III -
1. Cada local de evento tem características próprias que devem ser previamente
conhecidas e catalogadas junto à OPM responsável pelo policiamento ostensivo.
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demonstrar pontos sensíveis que requeiram especial atenção.
Seção IV -
Dos Setores
3. Um setor abrangerá vários postos, reunidos por critérios de proximidade física ou por
missões afins.
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organização e com o público.
Seção V -
1. Ponto sensível é o local que requer atenção e/ou proteção especial para impedir que
o público não credenciado, ou tecnicamente incapacitado, possa acessá-lo e praticar
atos, ou omitir-se de suas atribuições, comprometendo a segurança do evento.
2. São exemplos de pontos sensíveis: torres de iluminação, casa de som (house mix),
casa de força, palco, tribunas, geradores de energia, central de monitoramento, cabine
de som e área de divisão de torcidas.
4. É prudente lembrar que os pontos sensíveis são locais propícios aos atos de
sabotagem, os quais podem interferir no bom andamento do evento e trazer sérios
problemas à segurança das pessoas.
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Seção VI -
Subseção I -
1. Laudos Técnicos são licenças expedidas com base em parâmetros previstos nas
legislações vigentes e objetivam atestar as condições de segurança, bem como avaliar
a real capacidade de público do local do evento.
2. O Laudo Técnico deverá ser elaborado por Oficiais da Polícia Militar habilitados
legalmente para este fim.
Subseção II -
1. A Vistoria Prévia é uma avaliação do local do evento realizada pela Polícia Militar
para verificar as condições de segurança do ambiente, em seus aspectos físico e
documental.
3. A Vistoria Prévia no local do evento deverá ser realizada por Oficial da Polícia Militar
habilitado para tal fim, ser registrada em impresso próprio (padrão PM) e estar em
conformidade com a legislação vigente.
7. O parecer de segurança terá validade para o evento para o qual foi emitido.
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Seção VII -
1. As Pastas de Local de Evento são arquivos físicos ou virtuais que contêm os planos
de ação, os despachos do Cmt da OPM responsável pelo policiamento, o mapa do
local, o documento de Estado-Maior que regula o emprego do efetivo policial-militar na
operação, bem como outros documentos que subsidiem o Cmt Pol, tais como: cópias
de legislação, de diretrizes, das Normas Gerais de Ação, identificação do Distrito
Policial (DP) da área, itinerário principal e secundário dos prontos-socorros e hospitais.
CAPÍTULO IV -
Seção I -
Do Planejamento Administrativo
Subseção I -
Do Requerimento de Policiamento
Subseção II -
2. Para essa reunião, o Cmt da OPM responsável pelo policiamento do evento deverá
convidar formalmente:
2.1. outras OPM, para apoio ou reforço;
2.2. o organizador do evento ou o representante legal;
2.3. o administrador do local onde será realizado o evento;
2.4. representantes de espectadores (fã clubes, torcidas organizadas);
2.5. a imprensa, se for o caso;
2.6. autoridades (membros do Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Guarda
Municipal, Prefeitura, Órgãos de Trânsito etc.);
2.7. patrocinadores ligados ao evento, se for o caso;
2.8. empresas de transporte público (ônibus, metrô e trem);
2.9. terceiros ligados ao evento;
2.10. representantes da sociedade civil, se for o caso (associação de moradores do
bairro, Conselho Comunitário de Segurança etc.).
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3.5. as rotinas divulgadas pelo organizador/promotor do evento para o desenvolvimento
da operação do evento;
3.6. especificação de quantos e quais portões serão abertos;
3.7. necessidade de fechamento de vias;
3.8. promoções realizadas pelo organizador do evento ou patrocinadores;
3.9. acesso de torcidas organizadas, quando houver;
3.10. acesso de torcida visitante, bem como quantidade de ingressos disponíveis;
3.11. demandas de transporte público.
4. A reunião preparatória poderá ser filmada e, obrigatoriamente, será lavrada uma ata
para o registro das discussões, das deliberações e das providências a serem adotadas
pelos envolvidos, direta e indiretamente, na organização do evento, com ênfase para
os seguintes aspectos:
4.1. horário de chegada e saída de protagonistas diretos e indiretos;
4.2. horário de funcionamento das bilheterias e o horário de encerramento das vendas
de ingressos;
4.3. as rotinas divulgadas pelo organizador do evento para o desenvolvimento da
operação;
4.4. horário de abertura dos portões de acesso do público ao local do evento;
4.5. especificação de quantos e quais portões serão abertos;
4.6. quantidade estimada de público;
4.7. previsão do horário de término do evento;
4.8. se há necessidade de fechamento de vias;
4.9. promoções pretendidas pelo organizador do evento ou patrocinadores;
4.10. em caso de eventos que envolvam torcidas organizadas, constar os portões de
acesso das referidas torcidas e a quantidade de ingressos disponíveis;
4.11. especificar, caso haja, o portão de entrada da torcida visitante e a quantidade de
ingressos disponíveis;
4.12. elencar as necessidades de cada órgão público ou privado presente na reunião,
bem como as tarefas, as responsabilidades e os compromissos assumidos para a
realização da operação;
4.13. outras necessidades julgadas pertinentes.
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torcida, separadamente, a fim de se obter informações que viabilizem o planejamento
das escoltas e da chegada ao estádio;
6.7. a ausência de representantes das torcidas organizadas convidadas poderá ensejar
em proibições previstas na legislação em vigor ou decorrentes de determinações das
autoridades públicas e da entidade organizadora da competição.
Subseção III-
Da Reunião de Estado-Maior
Subseção IV -
3. À Seção P/1 (com tropa empenhada em nível de Batalhão PM) ou ao Cmt Cia (com
tropa empregada em âmbito de Cia Op), compete:
3.1. elaborar a escala nominal do pessoal que concorre ao policiamento no evento,
utilizando, sempre que possível, recursos mnemônicos que indiquem as missões do
pessoal escalado, como: (L) motorista de viatura (vtr) leve, (P) motorista de vtr pesada,
(II) intérprete inglês, (IF) intérprete francês etc.;
3.2. manter registro atualizado da participação de cada policial militar em operações de
policiamento em eventos;
3.3. estar em condições de providenciar substituições e reforços de efetivos em tempo
hábil.
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5.16. realizar os procedimentos de cobrança de taxa, quando for o caso, conforme a
legislação vigente;
5.17. providenciar modelos dos relatórios operacionais que serão preenchidos pelo Cmt
Pol;
5.18. receber e processar as informações constantes nos relatórios operacionais para
fins de elaboração de estatísticas, avaliação dos problemas, elaboração de
representações aos órgãos públicos competentes para conhecerem as irregularidades
havidas na operação, dentre outras providências;
5.19. encerrar o processo com a juntada do relatório de serviço do Cmt Pol do evento
e/ou despachos do Cmt OPM;
5.20. arquivar o processo de evento, atentando para o prazo legal previsto antes de
propor sua destruição;
5.21. providenciar os contatos (canal técnico) com outras OPM e órgãos vinculados à
operação de policiamento em espetáculo/evento público;
5.22. em conjunto com a Seção P/2, manter atualizado banco de dados acerca de
espectadores, protagonistas, locais de evento, histórico de eventos, realizando, quando
necessário, contato com outras OPM, polícias de outros Estados e até mesmo
internacionais;
5.23. manter-se atualizada da legislação referente a esta modalidade de policiamento;
5.24. solicitar ao organizador do evento o plano de abandono de área, o mapa do local
de concentração de vítimas e postos de socorro emergencial;
5.25. apresentar avaliação dos problemas diagnosticados em eventos anteriores e as
soluções contingenciais aceitáveis.
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de lançamento;
6.1.8. outros materiais necessários ao bom desenvolvimento da operação, tais como
binóculos, detectores de metais, câmeras fotográficas digitais e filmadoras digitais.
6.2. estar em condições de providenciar e fornecer meios supletivos à tropa
empenhada, em razão de possível evolução dos acontecimentos;
6.3. realizar testes para verificação do funcionamento dos rádios comunicadores no
local de evento, bem como a necessidade de instalação de estações repetidoras para
garantir uma comunicação adequada.
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Seção II -
Do Planejamento Operacional
Subseção I -
Das Generalidades
Subseção II -
Da Gestão de Riscos
1
ISO 31000:2009.
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Figura 1: Gestão de Riscos, conforme a Norma ISO 31000:2009.
2
Tendo como referência a Norma ISO 31000:2009.
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6.3. Processo de Avaliação de Riscos:
6.3.1. Identificação de Riscos: é o levantamento de fatos (problemas) que podem
impactar no alcance dos objetivos organizacionais, durante uma operação de
policiamento em eventos. Visita prévia ao local, entrevistas com pessoas (funcionários,
vizinhos do local, organizadores de eventos, autoridades), estudo de eventos anteriores
(através dos relatórios produzidos), discussões com a equipe (brain storm) e
refinamento da listagem pré-existente são exemplos de técnicas que possibilitam a
identificação de riscos;
6.3.2. a Identificação de Riscos traz importantes vantagens ao planejamento da
operação, tais como: a catalogação dos problemas, a observação da realidade do
evento, a visualização dos riscos, de maneira sistêmica, o suporte para uma análise
mais adequada das possibilidades de problema, visualização dos impactos negativos e
realização de planejamento mais acurado.
6.4. Categorização dos Riscos:
6.4.1. Riscos Internos: são aqueles afetos à Polícia Militar, podendo ser entendidos a
partir da tabela exemplificativa a seguir3:
Subcategoria Descrição
Pessoas Relativos aos policiais militares empregados na operação.
3
Cf.: Reynaldo Simões Rossi, “O gerenciamento de riscos como instrumento de melhoria do processo
decisório”, monografia CSP/PMESP-2011.
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multidão, quais são as legislações afetas etc.
Subcategoria Descrição
Ambiente e Intimamente ligados ao local de realização do espetáculo
infraestrutura do evento e suas características físicas.
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envolvidas desempenhadas, condições de alocação de recursos
humanos e materiais necessários.
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6.5.6. a sistemática a ser utilizada para a análise dos riscos é a seguinte:
6.5.6.1. referenciais para a Probabilidade:
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6.5.6.4. indicativos para decisões acerca da postura, diante dos riscos analisados:
0,1 (MB) 0,3 (B) 0,5 (M) 0,7 (A) 0,9 (MA)
Probabilidade Impacto
Nota: A região destacada na tabela pode ser utilizada como um indicativo de quais
riscos devem ser considerados no planejamento. Assim, aqueles abaixo de 0,1 podem
ser aceitos e monitorados, sem que haja esforço no sentido de tratá-los. Da mesma
forma, pode ser decidido pelo não tratamento dos riscos com classificação final Muito
Baixa e Baixa. Portanto, é uma questão de política institucional;
6.5.6.5. matriz simplificada para análise de riscos:
Análise
Identificação Produto PXI Classificação
Probabilidade Impacto
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bolsões de segurança;
6.7.1.3. estabelecimento de novos perímetros de segurança;
6.7.1.4. realização de controle de acesso ao perímetro de segurança, estabelecido na
fase de planejamento;
6.7.1.5. restrição à circulação de veículos em vias adjacentes ao local de evento.
6.7.2. Planos Preventivos:
6.7.2.1. consistem em um conjunto de medidas voltadas para a eliminação ou redução
de problemas que tenham sido identificados previamente. Tem o condão de abarcar o
máximo de possibilidades de riscos e fazer com que elas não se efetivem
concretamente. Neles devem estar definidos: O que fazer? Quem? Quando? Por quê?
Onde? Como?
6.7.2.2. são de diversas naturezas e devem ser estruturados antecipadamente, com
base nas informações e nas experiências vivenciadas anteriormente. Assim, eles
podem ter como objeto as estruturas físicas, os recursos humanos, os equipamentos
tecnológicos e os convencionais, bem como as operações;
6.7.2.3. como exemplo, tem-se a Vistoria Prévia de Segurança ao local de evento, a
qual fornecerá informações que auxiliarão na adoção de posturas preventivas, voltadas
à antecipação de problemas.
6.7.3. Planos de Contingência:
6.7.3.1. consiste no conjunto de procedimentos a serem adotados quando da eclosão
do evento crítico e visa disciplinar a atuação dos profissionais envolvidos, facilitando o
gerenciamento da crise;
6.7.3.2. é imprescindível que esses procedimentos já estejam estabelecidos e que os
policiais militares (e outras pessoas) envolvidos tenham conhecimento de seu
conteúdo;
6.7.3.3. para maximizar os resultados visados pelos Planos de Contingência, é
importante levar ao público algumas informações de como proceder diante de
determinados tipos de situação, seja por meio de telões, com a indicação de saídas de
emergência, e/ou do sistema de som;
6.7.3.4. a realização de exercícios simulados, para o treinamento dos policiais militares,
dos profissionais da organização e dos espectadores, garante melhores resultados,
uma vez que condicionam a adoção de comportamentos adequados diante de uma
situação crítica;
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6.7.3.5. considerando que qualquer incidente pode ocorrer em um local de evento,
como incêndios, falta de energia, ameaças de bomba, atrasos no início do jogo ou
tumultos na multidão, é necessário que existam planos de contingência preparados
com ações específicas a serem executadas nessas situações;
6.7.3.6. esses planos de contingência devem mostrar, em detalhes, as medidas a
serem tomadas em circunstâncias específicas;
6.7.3.7. todos os profissionais envolvidos na organização devem ter conhecimento
desse plano, o que contribui sobremaneira para a qualidade da resposta, em caso de
crises;
6.7.3.8. os planos variam de acordo com o tipo de local de evento, porém, em geral, as
seguintes situações exigem planos de contingência:
6.7.3.8.1. incêndio;
6.7.3.8.2. ameaças de bomba;
6.7.3.8.3. colapsos estruturais (queda de energia; vazamento de gás ou incidente
químico);
6.7.3.8.4. falha nos equipamentos de segurança (mecanismo de controle de público,
monitoramento, sistema de som, telões, sistema de rádio, sistema interno de telefonia,
sistema de TI);
6.7.3.8.5. controle da multidão;
6.7.3.8.6. desocupação emergencial;
6.7.3.8.7. casos de cancelamento do evento.
6.7.4. Planos de Emergência:
6.7.4.1. o Plano de Emergência é elaborado pelos serviços de emergência para lidar
com grandes incidentes, como explosões de grande escala, vazamentos tóxicos ou
grandes incêndios;
6.7.4.2. o plano de emergência deve ser compatível com o plano de contingência;
6.7.4.3. é essencial realizar reuniões de alinhamento envolvendo o organizador do
evento, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros (CB) e as autoridades médicas, a fim
de produzir um plano de emergência eficiente.
6.7.5. Plano de Abandono de Área:
6.7.5.1. conjunto de procedimentos para retirada de pessoas de um setor específico ou
de todo o local onde se realiza o evento, seja em razão de uma decisão preventiva ou
em decorrência de uma crise;
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6.7.5.2. para a desocupação do local devem estar previstas as rotas convencionais e
as emergenciais para a saída das pessoas, as áreas de dispersão (internas e externas)
e as áreas de concentração de vítimas (triagem);
6.7.5.3. para que o Plano de Abandono de Área funcione de forma eficiente é
necessário que se faça uma vistoria no local, para identificar eventual alteração
estrutural que possa atrapalhar a saída das pessoas ou a acomodação nas áreas
previamente destinadas para esse fim. É comum a existência de veículos (inclusive de
órgãos públicos e da imprensa) na frente dos portões de saída, obstruindo a rota; da
mesma forma, a presença de materiais nos corredores de acesso às saídas;
6.7.5.4. outra situação que compromete o Plano de Abandono de Área é a
concomitância de entrada de pessoas com a saída de outras, o que deve ser evitado
por meio de portões independentes, sendo uns utilizados para o acesso ao interior e
outros destinados a saída em situação emergencial;
6.7.5.5. quando da utilização de estruturas de apoio, tais como grades para o
balizamento, é fundamental lembrar da possibilidade da saída urgente daqueles que já
se encontram no interior do local e que a presença dessas estruturas seria mais um
item a atrapalhar o fluxo para o lado externo. Para minimizar essa possibilidade, devem
existir rotas independentes ou a definição de procedimentos capazes de facilitar a
desmontagem das grades.
6.7.6. Plano de Atuação dos Órgãos:
6.7.6.1. cada órgão tem sua função definida na organização e operação do evento.
Para uma lidar com uma situação de emergência, em um primeiro momento, todos
devem envidar esforços para a orientação e o salvamento das pessoas;
6.7.6.2. estabilizada a crise, cada órgão deve voltar à sua atuação, conforme previsto
no planejamento, e somente devem se fazer presente no teatro de operações aqueles
que forem acionados e que serão úteis para a resolução do problema;
6.7.6.3. em regra, caberá aos órgãos envolvidos:
6.7.6.3.1. Polícia Militar: atuar na segurança e no apoio aos demais órgãos;
6.7.6.3.2. CB: atuar no trabalho de resgate, no atendimento às vítimas e em outras
atividades específicas;
6.7.6.3.3. equipes de segurança privada: cuidar das instalações, controlar os acessos e
seguir as orientações da polícia;
6.7.6.3.4. órgão de trânsito: proceder à organização do trânsito, visando minimizar os
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impactos na região, providenciar corredores de acesso dos veículos de socorro e isolar
ruas, a fim de que sejam utilizadas como áreas avançadas para o gerenciamento da
crise;
6.7.6.3.5. brigada de incêndio: atuar em conjunto com o CB e seguir as orientações por
este transmitidas;
6.7.6.3.6. equipes de orientação: informar o público sobre as saídas, áreas de
atendimento, pontos de encontro etc.
6.8. Monitoramento e Análise Crítica:
6.8.1. identificadas, analisadas e tomadas as providências para o tratamento dos
riscos, é importante que se realize o seu monitoramento, ou seja, o acompanhamento
daquilo que foi levantado e planificado, para que haja condições de verificar se,
quando, como, e em que proporção o risco se efetivará;
6.8.2. esse acompanhamento poderá ocorrer por meio do trabalho da Seção de
Inteligência, da verificação das condições climáticas, do interesse pela procura de
ingressos, do fluxo de pessoas ao local, das vistorias ao local, de notícias junto à mídia,
dentre outras formas;
6.8.3. o Monitoramento possibilita a atualização constante das informações, para
subsidiar da melhor forma o planejamento das operações. Assim, as alterações, ou
novidades verificadas, devem ser registradas e levadas ao conhecimento dos
responsáveis, para os estudos e deliberações necessárias.
Subseção III -
Da Quantificação de Efetivo
CAPÍTULO V -
DA GESTÃO DE MULTIDÕES
Seção I -
Dos Conceitos
Seção II-
Da Administração de Multidões
1. Aspectos principiológicos:
1.1. as autoridades públicas, os órgãos envolvidos e o organizador/promotor do evento
devem se manter integrados e cooperarem para garantir a segurança e o conforto dos
espectadores;
1.2. a segurança em locais de eventos não deve ser vista como um conjunto de regras
e condições impostas, mas sim como padrões estabelecidos, voltados à proteção da
integridade física dos espectadores, protagonistas e das pessoas envolvidas na
organização;
1.3. a Polícia Militar, na administração das multidões, deve assegurar que a política de
4
Vide a Seção III do Capítulo V.
- 51 -
segurança seja efetivamente observada e implementada com eficiência.
Subseção I -
Do Planejamento
1. Aspectos legais:
1.1. exigências de documentos que certificam a segurança do local:
1.1.1. legislação de segurança nas instalações e nas estruturas dos locais de eventos;
1.1.2. legislação de segurança em incêndios;
1.1.3. legislação relacionada às pessoas com deficiência;
1.1.4. outras legislações específicas que podem ser relevantes na segurança do evento
(Instruções Técnicas do CB e demais Manuais e Instruções da Polícia Militar).
1.2. atuação com observância à legislação vigente, não sendo complacente diante de
situações que, embora pareçam de menor importância, se não tratadas
adequadamente podem gerar riscos à operação.
- 52 -
Subseção II -
Da Execução Operacional
1. Controles e registros:
1.1. pesquisar todos os registros de incidentes e circunstâncias que causaram
acidentes ou impactos em eventos anteriores;
1.2. realizar as vistorias prévias e os laudos técnicos;
1.3. estabelecer relatório para os registros relativos ao próprio evento que contemple as
novidades verificadas na varredura sobre a condição estrutural e física do estádio ou
instalação, a quantidade de público, os espectadores conduzidos ao PC e/ou ao DP, a
descrição de ocorrências policiais, criminais ou não-criminais, os atendimentos médicos
e de primeiros socorros e a logística empregada para o atendimento do evento.
2. Gestão de Riscos:
2.1. tem por finalidade encorajar a formulação de planos de ação práticos, para
minimizar ou eliminar os impactos negativos nos objetivos operacionais do policiamento
em local de evento;
2.2. a gestão de riscos exige as seguintes providências:
2.2.1. identificação e listagem dos riscos internos e externos;
2.2.2. análise dos riscos identificados;
2.2.3. avaliação dos riscos identificados, com o objetivo de priorizar respostas;
2.2.4. combate dos riscos por meio de medidas preventivas;
2.2.5. monitoramento dos riscos identificados, para manter atualizado seu grau de
classificação.
4. Montagem de balizamento:
4.1. o balizamento consiste na utilização de estruturas físicas móveis (tais como grades
e tapumes) que são montadas de acordo com estudos e planos elaborados
antecipadamente pelo organizador do evento, o qual deve ser aprovado pela
autoridade policial-militar responsável pela segurança no evento;
4.2. o balizamento tem por finalidade:
4.2.1. disciplinar o acesso do público aos portões;
4.2.2. auxiliar no controle do comportamento do público;
4.2.3. evitar aglomerações que tragam prejuízos à organização do evento;
4.2.4. assegurar que os espectadores sejam conduzidos para locais apropriados e
acomodados com segurança;
4.2.5. diminuir o emprego de efetivo policial em locais com deficiências estruturais;
4.2.6. dividir grupos antagônicos, evitando contato físico e/ou visual;
4.2.7. conter o público, conforme necessidade operacional (na chegada de protagonista
no local do evento).
4.3. quando da montagem, deve ser observada a arquitetura do local, os tipos de
acesso, a capacidade de público, a disposição dos mecanismos de controle de acesso
de público (catracas, leitores de código de barra) e outras demandas que se fizerem
necessárias.
- 54 -
Figura 2: Imagem do balizamento de acesso ao portão do local de evento.
- 55 -
Figura 4: Visão interna dos corredores do balizamento.
- 56 -
Figura 6: Imagem dos espectadores dentro do balizamento.
- 57 -
Figura 8: Imagem do balizamento utilizado para organização de fila em uma bilheteria.
5. Sistema de válvulas:
5.1. técnica utilizada para otimizar o emprego do balizamento na administração da
multidão;
5.2. consiste na interrupção temporária da entrada dos espectadores nos balizamentos,
por intervenção de efetivo policial, permanecendo essa providência até a diminuição do
fluxo das pessoas no local para onde estão sendo direcionadas;
- 58 -
5.3. assim que houver a diminuição do público no local o policiamento libera,
novamente, a entrada dos espectadores no balizamento ou permite a continuidade do
fluxo. Esse procedimento é realizado sempre que for necessário controlar o fluxo de
público;
5.4. pode ser empregada para disciplinar o acesso de espectadores aos portões, às
bilheterias ou a outros pontos que exijam controle no fluxo de pessoas, evitando
acúmulos e tumultos.
- 59 -
Figura 12: Ilustração do Sistema de Válvulas (dois pontos de contenção).
- 60 -
Figura 13: Imagem do controle de acesso à área externa imediata dos locais de evento.
9. Medidas antiterrorismo:
9.1. o terrorismo se apresenta de muitas formas e tem por alvo pessoas, instituições,
instalações, sistemas de informações ou de comunicações vitais, causando severos
danos e instabilidades;
9.2. se identificado o risco de atividade terrorista em um determinado local de evento,
será necessária a adoção de cautelas extraordinárias, tais como revista minuciosa do
público, varreduras nas instalações e veículos, atuação mais contundente do serviço de
inteligência, previsão de tropas especiais, estrutura de socorro médico diferenciado,
além do trabalho coordenado com diversos órgãos das esferas municipal, estadual,
federal e internacional;
9.3. as medidas destinadas a combater o terrorismo devem ser integradas, sempre que
possível, aos planos de contingência e de emergência existentes.
- 62 -
Figura 14: Imagem da contenção de público para a chegada de delegação.
- 63 -
Figura 16: Contenção de público por meio de estruturas físicas.
Seção III -
Do Controle de Multidões
3. Uma ação repressiva, se mal planejada e/ou executada, pode gerar efeitos danosos
irreversíveis.
Subseção I -
Da Ação de Repelir
1. É a ação utilizada para recuar a massa a uma direção determinada, até um limite
pré-definido.
- 64 -
2. Não tem o objetivo de retirar a massa definitivamente do local, mas de afastá-la
temporariamente para o restabelecimento da ordem pública.
4. Pode ser empregada para dissolver uma briga na fila de uma bilheteria, na
arquibancada ou para conter um tumulto no portão de acesso.
Subseção II -
Da Dispersão
3. Pode ser empregada para retirar espectadores sem ingresso que desejam invadir o
local de evento ou grupos de torcedores que aguardam a saída de pessoas para
agredi-las.
CAPÍTULO VI -
Seção I -
Da 1ª Fase Operacional
Subseção I -
Da Equipe Precursora
Subseção II -
- 66 -
Subseção III -
Subseção IV -
- 67 -
Subseção V -
1. Este procedimento não se confunde com a vistoria realizada pelo Oficial da PMESP
dias antes da realização do evento, porém, a complementa.
- 68 -
7. Caso sejam encontrados artefatos explosivos, deverão ser adotados os
procedimentos operacionais padrão previstos na instituição, de modo a evitar
acidentes, sendo imprescindível o correto isolamento do local.
Figura 17: Imagem de policiais militares fazendo varredura no setor do local de evento.
Subseção VI -
2. Cada policial desempenhará suas funções primárias (posto efetivo), podendo ser
deslocado para funções secundárias (postos de momento), dependendo da demanda
do policiamento.
5. A abertura dos portões ocorrerá por determinação do Cmt Pol, somente após essa
autoridade tomar conhecimento das condições de segurança do local e do
posicionamento de funcionários nos seus devidos locais, observando ainda que:
5.1. em havendo irregularidades, o administrador do local ou o promotor do evento
deverão ser acionados para solucionar o problema;
5.2. o Cmt Pol poderá determinar a abertura dos portões cujos setores estejam em
condições de receber o público e poderá manter fechados aqueles que ainda
apresentam algum problema;
5.3. embora o horário de abertura dos portões já esteja determinado no planejamento,
poderá haver alterações, conforme necessidade operacional plenamente justificada,
mediante o devido registro em relatório.
Subseção VII -
1. PC:
1.1. o PC é o suporte administrativo para a operação e nele serão processadas todas
as informações acerca do policiamento, servindo de base para a alocação dos
materiais, confecção de documentos, alimentação da tropa, destino de pessoas detidas
e para triagem de ocorrências;
1.2. o Cmt do PC poderá ser um Oficial, Subtenente (Subten) PM ou Sargento (Sgt)
PM, sendo neste último caso, preferencialmente, o graduado mais antigo ou mais
experiente escalado no evento.
2. Patrulhas:
2.1. as patrulhas geralmente são compostas por 3 (três) policiais, os quais serão
comandados por um Sgt PM ou Cabo (Cb) PM, dependendo da disponibilidade de
efetivo;
2.2. conforme as características do evento, esse número pode ser aumentado ou
- 70 -
diminuído, devendo ser observado, sempre, o critério da segurança ao efetivo policial;
2.3. os policiais militares deverão contar com Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) adequados, bem como portar
cassetete/tonfa e outros equipamentos de menor potencial ofensivo;
2.4. a critério do Cmt Pol, o Cmt da patrulha poderá portar arma de fogo;
2.5. cada componente da patrulha exercerá uma função especifica, sendo:
2.5.1. 1º integrante: Cmt da patrulha, função que pode ser exercida por Sgt PM ou
pelo policial militar mais antigo da fração de tropa;
2.5.2. 2º integrante: imobilizador, exercida por Cb PM ou Soldado (Sd) PM;
2.5.3. 3º integrante: segurança, exercida por Cb PM ou Sd PM.
2.6. a patrulha somente sacará o cassetete/tonfa com ordem expressa do Cmt ou nas
situações emergenciais que exijam o uso da força;
2.7. serão posicionadas nos acessos de públicos (balizamentos), após as catracas, nos
diversos setores de arquibancadas, nos corredores de circulação, nas bilheterias, nos
locais onde permanecerão os protagonistas, nas pistas ou em qualquer lugar em que o
Cmt Pol considere necessário;
2.8. terão como atribuição atuar de maneira preventiva, preservando a ordem e,
quando necessário, realizar intervenções para o restabelecimento da normalidade, o
que pode ocorrer por determinação do Cmt Pol ou conforme a necessidade de
momento;
2.9. todo deslocamento de patrulha deve ser precedido de solicitação de autorização
ou de ciência ao Cmt Pol;
2.10. em caso de quebra da ordem, a patrulha utilizar-se-á de técnicas de controle de
multidões, devendo, se necessário, reunir-se com outro efetivo;
2.11. uma patrulha poderá se agrupar com outra(s) patrulha(s) e sempre que o efetivo
ultrapassar 7 (sete) policiais militares ter-se-á a formação de uma Ronda Ostensiva
Com Apoio (ROCA);
2.12. uma patrulha poderá se agrupar a outras patrulhas ou à ROCA, podendo formar 1
(um) Pelotão (Pel) de (Chq), o qual, neste caso, deve estar sob comando de Oficial;
2.13. para evitar problemas no momento do agrupamento das patrulhas, o Cmt Pol
deverá determinar previamente os procedimentos a serem observados;
2.14. quando o motivo ensejador do agrupamento for cessado as patrulhas devem
retornar à sua atividade normal;
- 71 -
2.15. o posicionamento das patrulhas deve observar os critérios da segurança do
efetivo policial, da garantia de visão ampla e privilegiada do setor e da ostensividade,
através da visualização por parte da multidão;
2.16. todo deslocamento em meio à multidão deve ocorrer após determinação ou
ciência ao Cmt Pol;
2.17. a todo momento, as patrulhas deverão atentar para mudanças de cenário e das
estruturas (com atenção especial àquelas relacionadas às vias de fuga), informando,
de imediato, o Cmt Pol para as providências necessárias;
2.18. conforme a necessidade operacional, poderão ser previstas Patrulhas de Pronta
Resposta com as seguintes particularidades:
2.18.1. a elas não deverá ser atribuída responsabilidade ou setor específico para toda a
operação;
2.18.2. deverão ser acionadas para as situações contingenciais;
2.18.3. permanecerão de prontidão em local determinado pelo Cmt Pol (PC, próximo a
portões de acesso, no interior de viaturas).
- 73 -
3.2.5. Imobilizador:
3.2.5.1. função exercida por Cb PM ou Sd PM;
3.2.5.2. responsável pela imobilização e condução de pessoas detidas;
3.2.5.3. deve possuir conhecimento em técnicas de imobilização e condução.
3.3. as funções da ROCA serão representadas conforme a figura a seguir:
3.4. para melhor desempenho das missões e organização do efetivo, a ROCA deve
assumir as seguintes formações, conforme a necessidade operacional:
3.4.1. Formações Básicas:
3.4.1.1. Formação por Três:
- 75 -
3.4.2. Por Coluna:
3.4.2.1. Para Deslocamento:
- 76 -
3.4.2.2. Para Intervenção:
- 77 -
3.4.3. Em Linha:
3.4.3.1. Situação de Espera:
- 79 -
3.10. cabe ao Cmt ROCA reforçar as determinações do Cmt Pol e instruir o efetivo
sobre procedimentos próprios a serem adotados, bem como informá-lo do contexto da
operação;
3.11. o Cmt e o Subcmt ROCA devem manter rígido controle do efetivo e dos
equipamentos utilizados durante a operação;
3.12. a atuação da ROCA deve ser precedida de determinação, exceto nos casos
emergenciais, situações em que o Cmt Pol deverá ser cientificado da intervenção
prestes a ocorrer e dos resultados obtidos;
3.13. sempre que possível a ROCA deverá realizar detenções, utilizando, para tanto,
o(s) policial(is) na função de imobilizador(es), o(s) qual(is) deverá(ão) estar com as
mãos livres;
3.14. quando das conduções de detidos, o Cmt ROCA deverá avaliar a necessidade de
emprego de todo o efetivo, a fim de não prejudicar o desenvolvimento da missão;
3.15. a ROCA não deve ser o agente causador de problemas, mas o responsável por
sua resolução e não pode se influenciar por questões políticas ou afetas a outro
escalão de decisão;
3.16. os deslocamentos em situação de normalidade devem ser realizados na
formação Básica por Dois, estando o Cmt à frente, demonstrando organização e
disciplina da tropa;
3.17. atuará interna ou externamente, de acordo com a conveniência do Cmt Pol, no
apoio às patrulhas, nas missões de chegadas de delegações/protagonistas, de torcidas
e de autoridades, dentre outras;
3.17.1. atuação na área interna:
3.17.1.1. a ROCA não portará escudos, exceto nas situações em que houver prévia
determinação;
3.17.1.2. a atuação deverá ser realizada sempre observando o terreno, sendo
imprescindível que este esteja favorável à ação policial e não aos agressores; em
arquibancadas, deve-se priorizar atuações da região mais alta para a mais baixa ou,
pelo menos, no mesmo nível; em fossos e no gramado, observar a melhor via de fuga
aos agressores;
3.17.1.3. sempre que necessário e possível, adentrar em meio à multidão na formação
Em Coluna, observando a segurança dos policiais e em seguida tomar a melhor
formação para atuação;
- 80 -
3.17.1.4. no meio da multidão a ROCA deverá ocupar o terreno, atentando para a
segurança e à atuação em 360º, evitando ser atingida pelos agressores.
3.17.2. atuação na área externa:
3.17.2.1. a ROCA portará escudos, munições explosivas e de impacto controlado e
armamentos para uso de munições de emprego não letal;
3.17.2.2. deverá se posicionar em locais onde possa ser visualizada pelo público,
favorecendo o princípio da demonstração de força;
3.17.2.3. permanecerá em formação de Espera ou de Pronto Emprego, de maneira
organizada e atenta aos comandos emanados pelo Cmt ROCA;
- 81 -
3.21. em casos de jogos de futebol, a ROCA permanecerá próxima dos locais onde se
encontram torcidas organizadas ou dos locais com alta probabilidade de ocorrência de
tumultos;
3.22. nos casos em que houver necessidade, poderão ser previstas mais de uma
ROCA para fazer frente às demandas operacionais, sobretudo em razão da presença
de torcidas organizadas;
3.23. a ROCA não deve estar vinculada a um setor previamente definido, pois precisa
estar apta a apoiar o efetivo policial em qualquer ponto do local de evento, seja ele
interno ou externo;
3.24. a ROCA deve ser posicionada em local estratégico que possibilite uma visão
privilegiada e que possa ser visualizada pela multidão.
4. Escolta de Árbitros:
4.1. a Escolta de Árbitros é geralmente empregada em partidas de futebol e tem por
atribuição promover segurança aos árbitros e seus auxiliares;
4.2. é composta por, no mínimo, 3 (três) policiais militares;
4.3. todos os integrantes da escolta deverão portar escudos de policarbonato,
cassetete/tonfa e estar desarmados;
4.4. o Cmt Escolta de Árbitros portará rádio comunicador;
4.5. a Escolta de Árbitros permanecerá em local especificamente reservado para a
função, com os integrantes sentados e atentos ao andamento da partida e ao
comportamento dos protagonistas;
4.6. a Escolta de Árbitros adentrará no campo de jogo nas seguintes situações:
4.6.1. quando o árbitro solicitar;
4.6.2. quando a integridade física do árbitro e/ou de seus auxiliares estiver em sério
risco;
4.6.3. quando houver quebra generalizada da ordem.
4.7. ao término da partida, a Escolta de Árbitros se posicionará ao lado do árbitro e de
seus auxiliares e os acompanhará até o vestiário;
4.8. a proteção deve se estender até que o árbitro esteja seguro e dispense a escolta
expressamente;
4.9. em sendo observado que a não liberação da escolta por parte do árbitro é
infundada tecnicamente, com base na segurança, o Cmt Escolta informará ao Cmt Pol,
o qual, por sua vez, determinará o recolhimento do efetivo, registrando o fato em
- 82 -
relatório.
5. Filmador/Fotógrafo:
5.1. é o policial militar com a função de registrar imagens de interesse para a operação,
através de filmadora e/ou máquina fotográfica;
- 83 -
5.2. essa função possibilita a coleta de provas e auxilia na quebra do anonimato, além
de servir de material para estudos posteriores sobre a atuação do policiamento;
5.3. essa função deve ser exercida por policial militar fardado, para que o público tenha
pleno conhecimento de que seu comportamento está sendo fiscalizado;
5.4. poderão ser determinados tantos Filmadores/Fotógrafos quantos forem
necessários.
- 84 -
6. Segurança de viaturas:
6.1. policial militar destacado para realizar a segurança das viaturas estacionadas em
local específico, visando coibir ações criminosas contra o patrimônio do Estado e
outros atos que possam denegrir a imagem da instituição;
6.2. a quantidade de policiais militares escalados nesta função poderá variar, conforme
o número de viaturas e a necessidade demandada para uma segurança efetiva dos
veículos oficiais;
6.3. em havendo viaturas pesadas, deve ser destacado pelo menos 1 (um) policial
militar habilitado para esta categoria;
6.4. todas as chaves das viaturas estacionadas deverão ficar na posse dos militares
escalados nesta função, pois poderão manobrar as viaturas, quando da necessário.
- 85 -
sacolas, bonés, chapéus etc.);
7.6. a revista pessoal em público feminino deverá ser feita por policiais femininas ou, no
impedimento dessas, por profissionais da segurança privada do sexo feminino, sendo o
ato fiscalizado por patrulha policial-militar;
7.7. a proibição de entrada de materiais deverá obedecer à legislação vigente, bem
como o rol de materiais não autorizados pelo promotor do evento;
7.8. nessa última hipótese, é recomendável que o promotor do evento divulgue
previamente a relação de materiais não permitidos e que afixe cartazes nos acessos ao
local de evento;
7.9. a revista pessoal deverá ser realizada antes da chegada do espectador nas
catracas, a fim de se evitar transtornos nos casos em que o bilhete já foi validado mas
a pessoa porta material proibido e/ou não permitido.
Figura 32: Imagem de policiais militares realizando revista pessoal preventiva de segurança.
- 86 -
Figura 33: Imagem da revista pessoal preventiva de segurança.
8. Divisão de Torcidas:
8.1. função que consiste na disposição de policiais militares em linha, com a frente
voltada para a torcida, tendo por objetivo impedir que torcedores de times antagônicos,
localizados próximos uns dos outros, ultrapassem os limites impostos (seja por barreira
física ou não), garantindo distanciamento de segurança entre esses grupos;
8.2. é composta por, no mínimo, 3 (três) policiais militares;
8.3. deve ser postada de maneira que o policial militar permaneça a uma distância
mínima de 2 (dois) metros da barreira física ou da corda que separa os torcedores;
8.4. além do EPI e do cassetete/tonfa, os policiais militares portarão escudo de
policarbonato ou similar;
8.5. na falta de escudos para todos os componentes da Divisão de Torcidas, deve ser
realizada uma intercalação entre aqueles que portam e os que não possuem;
8.6. a Divisão de Torcidas será comandada por Oficial ou Graduado, dependendo do
efetivo empregado e/ou das circunstâncias específicas;
8.7. em caso de quebra da ordem pública nas proximidades, o efetivo da Divisão de
Torcidas não fará a transposição da corda ou da barreira física, a fim de evitar
desguarnecimento do local, o que permitiria que torcedores ultrapassassem os limites
de segurança pré-estabelecidos, gerando confrontos com torcedores do time rival;
- 87 -
8.8. caso haja necessidade de intervenção ou de detenção de algum torcedor fora das
proximidades da Divisão de Torcidas, deverá ser designado outro efetivo para essa
missão;
8.9. próximo à Divisão de Torcidas deverá estar posicionado efetivo (patrulha, ROCA)
para atender ao disposto no item anterior.
Figura 35: Imagem da Divisão de Torcidas com destaque à patrulha de apoio ao lado.
- 88 -
local de realização do espetáculo propriamente dito, para coibir atos que comprometam
o bom andamento da apresentação;
9.2. em partidas de futebol de campo os policiais militares se posicionarão no entorno
do campo de jogo (com ou sem escudos de policarbonato ou similar) e permanecerão
com a frente voltada para o público; nesses casos, pretende-se inibir invasões de
campo, realizar o monitoramento do comportamento do público (quebra do anonimato)
e identificar condutas ilícitas ou irregulares de pessoas em meio ao público;
9.3. a distância entre os policiais destacados para essa função variará de acordo com a
extensão do campo, a quantidade de policiais disponíveis, o grau de rivalidade das
torcidas, a situação dos times no campeonato, a fase do campeonato (fases finais ou
eliminatórias), o tempo de partida, a presença de torcidas organizadas, as
características do local de evento (com ou sem fosso, com ou sem alambrados ou
redes de proteção);
9.4. para a distribuição do efetivo devem ser priorizados os pontos de maior risco de
quebra da ordem;
9.5. poderão ser designadas patrulhas para reforçar o isolamento, principalmente nos
locais de maior vulnerabilidade;
9.6. alguns policiais poderão portar binóculos para melhor observação do público,
devendo, nesse caso, não portar escudos;
9.7. o momento de posicionamento do efetivo depende do tipo de evento, do grau de
risco de quebra da ordem e de circunstâncias que influenciem no comportamento do
público. É admissível o recolhimento do efetivo durante o desenvolvimento da partida,
sempre que a situação permitir, devendo os policiais militares estar agrupados nos
flancos do gramado, em local seguro, facilitando o acionamento e posicionamento;
9.8. em eventos esportivos realizados em ginásios, há que se considerar a estrutura do
local, pois em muitos casos não há espaço adequado para o posicionamento do
efetivo; nessas hipóteses, o isolamento deverá ser realizado somente nos momentos
necessários, visando garantir a segurança dos policiais militares e evitar transtornos ao
andamento do espetáculo;
9.9. o isolamento de palcos deve ser realizado, a princípio, por efetivo da segurança
particular, restando ao policiamento realizar essa função nos casos em que aquele
grupo de profissionais for insuficiente, apresentar falhas operacionais ou diante de
situação de iminente ou efetiva quebra da ordem.
- 89 -
10. Monitoramento:
10.1. função que consiste no acompanhamento e gravação de situações de interesse à
segurança do evento (tais como: comportamentos ilícitos ou irregulares de
espectadores, invasões, fluxo de pessoas nos acessos), utilizando-se de equipamentos
tecnológicos adequados para esse fim;
10.2. há que se observar a previsão normativa para a cobrança dessa estrutura junto
ao promotor do evento;
10.3. deve ser escalado um policial militar experiente e com conhecimento técnico para
a missão, o qual orientará os profissionais da área de Tecnologia da Informação para
monitorar os fatos de interesse à segurança do evento;
10.4. o policial militar determinado para essa função deve manter o Cmt Pol atualizado
dos acontecimentos constatados por meio do sistema de monitoramento;
10.5. deve ser realizada gestão prévia para que as imagens de interesse à segurança
do evento sejam disponibilizadas ao policiamento no mesmo dia (o mais rápido
possível), principalmente nos casos em que houver necessidade de subsidiar
procedimentos apuratórios;
10.6. as novidades e providências tomadas devem ser registradas em relatório próprio
para o monitoramento.
- 90 -
12. “Pinças”:
12.1. são policiais militares com a função de retirar torcedores que invadem o campo
de jogo e, subsidiariamente, de apoiar a Escolta de Árbitro nas situações que assim
exigirem;
12.2. os policiais militares nessa função deverão trajar:
12.2.1. agasalho, preferencialmente de cor escura, para permitir uma camuflagem nas
transmissões de imagens e, também, para os eventuais invasores;
12.2.2. chuteiras, para que tenham condições de se deslocar no gramado, aproximar-
se do invasor e realizar sua imobilização e retirada.
12.3. os “pinças” possuem autonomia de ação, ou seja, independem de determinação
expressa para atuação;
12.4. quando ocorrer uma invasão do campo de jogo deverão ser adotados os
seguintes procedimentos:
12.4.1. identificação do invasor;
12.4.2. deslocamento até o seu encontro;
12.4.3. imobilização, com uso de técnicas próprias;
12.4.4. entrega do invasor a uma patrulha de policiais militares fardados para condução
ao PC e adoção das providências cabíveis;
12.4.5. imediatamente após essa entrega, o “pinça” deve retornar ao seu posto e
permanecer pronto para nova atuação.
12.5. para a função de “pinça” deverão ser selecionados policiais com o seguinte perfil:
12.5.1. ter adequado preparo físico que permita ao policial realizar explosões em
corridas curtas, evitando-se lesões;
12.5.2. ser experiente nesse tipo serviço;
12.5.3. possuir maturidade emocional;
12.5.4. possuir discernimento da importância da função;
12.5.5. possuir conhecimento básico sobre técnicas de imobilização e condução de
detidos.
12.6. é importante salientar que a atuação dos “pinças” é acompanhada pela imprensa
e por todo o público presente e que ações indevidas por parte dos policiais podem
gerar revolta nas pessoas e causar grave quebra da ordem.
- 91 -
Figura 36: Imagem do Policial Militar na função de “Pinça”.
- 92 -
Subseção VIII -
- 93 -
Subseção IX -
4. Pontos de encontro: são locais destinados à reunião das pessoas após o término
do espetáculo, devendo ser objeto de atenção por parte do policiamento para evitar
transtornos e a ação de criminosos.
6. Itinerários de protagonistas.
Subseção X -
- 94 -
inclui organismos de primeira resposta, saúde, obras públicas, órgãos de trânsito,
organizador do evento, administrador do local do evento, polícia judiciária, entre outros;
3.2. Oficial de Segurança: tem a função de vigilância e avaliação de situações
perigosas e inseguras, bem como de desenvolver medidas para a segurança do
pessoal, como fiscalizar o uso adequado de EPI, EPC. São exemplos de atribuições
dessa função: avaliar a entrada de materiais, a distância de segurança da divisão de
torcidas, as formas de confecção do balizamento, a montagem de filas, as falhas nas
catracas, câmeras de monitoramento e, também, as práticas operacionais dos policiais
empregados no policiamento que comprometam o bom andamento do evento;
3.3. Oficial de Relações Públicas:
3.3.1. é o ponto de contato com os meios de comunicação ou outras organizações que
busquem informações diretas sobre o evento;
3.3.2. é o responsável pela divulgação de notas de imprensa, confeccionadas
previamente pela Seção de Assuntos Civis do Batalhão;
3.3.3. é o porta-voz do policiamento para a divulgação de informações positivas e
negativas (conforme a política Institucional de comunicação social);
3.3.4. é o elo do policiamento com o Centro de Comunicação Social da PMESP;
3.3.5. acompanha, junto à imprensa, as informações acerca do policiamento e
eventuais incidentes.
Seção II -
Da 2ª Fase Operacional
11. Durante essa fase o trabalho policial-militar deve estar voltado ao acompanhamento
do comportamento do público e pronto para realizar as intervenções necessárias.
Seção III-
Da 3ª Fase Operacional
1. Essa fase se inicia com o término do espetáculo, momento em que o público começa
a desocupar o interior do local, demandando providências do policiamento para
acompanhar esse deslocamento.
4. Nos eventos com a presença de grupos antagônicos, o Cmt Pol deverá avaliar a
necessidade de retenção temporária de um deles no interior do estádio, observando
que:
4.1. nas partidas de futebol, em não sendo viável a saída de ambas as torcidas ao
mesmo tempo, a torcida visitante deve permanecer no setor que lhe foi destinado,
aguardando deliberação do policiamento;
4.2. para tanto, o Cmt Setor deve realizar contato com os responsáveis pela torcida
para comunicar essa providência e transmitir orientações gerais sobre os
procedimentos que serão adotados;
4.3. há partidas em que a torcida visitante deverá deixar o local antes da torcida do
time mandante. Isso ocorre em partidas de final de campeonato em que o time
mandante se consagra campeão e a torcida permanece no interior do estádio
comemorando, situação que favorece a ação de retirada da torcida visitante;
4.4. nesses casos, o policiamento deve providenciar a retirada dos torcedores
visitantes o mais rápido possível, realizando interdições de ruas e o isolamento das
- 97 -
imediações da saída para que não haja risco de agressão aos espectadores.
5. Após análise criteriosa do Cmt Pol, com base em informações fidedignas acerca das
condições do lado externo, o público retido será autorizado a deixar o local.
10. Também devem ser comunicados os demais órgãos envolvidos para adoção das
providências afetas à sua respectiva área de atribuição, principalmente os
responsáveis pelo controle de tráfego e transporte público.
11. Finalizados todos os procedimentos, o Cmt Pol deve se reunir com os Cmt Setores
para receber informações acerca da operação e identificar pontos que precisam ser
melhorados.
- 98 -
CAPÍTULO VII -
Seção I -
4. Deverão ser envidados os esforços necessários para que haja entrosamento entre
as frações de tropa empenhadas, de modo que se tenha continuidade operacional.
5. Para tanto, é imprescindível que haja comunicação constante, clara e objetiva entre
os escalões envolvidos.
Seção II -
Seção III -
Subseção I -
Do Policiamento Montado
- 102 -
Figura 39: Patrulhas de Cavalaria auxiliando na contenção de público.
Figura 40: Patrulha de Cavalaria posicionada em local estratégico com vistas à prevenção.
Subseção II -
- 104 -
Figura 43: Imagem do posicionamento da patrulha com o cão no isolamento de gramado.
- 105 -
do seu emprego no controle de multidões, junto com o Pel Chq, excetuando-se o uso
de granadas e de munição de impacto controlado, as quais não são portadas nem
empregadas pelo Pel Canil nesse tipo de missão;
4.3. caso o efetivo de Canil seja deslocado para apoiar outros efetivos na área externa,
seu emprego e atuação seguirão os mesmos procedimentos previstos para o emprego
do Pel Canil em ações de controle de multidões;
4.4. o cão deverá ser empregado com guia de 1,5 metro atrelada ao colar de elos,
através do mosquetão, preferencialmente travado;
4.5. o cão também deverá usar colar tático para melhor maleabilidade, quando da
necessidade do seu emprego, podendo-se usar o colar destravado quando for
necessário ter um maior controle do cão;
4.6. os policiais militares deverão se manter voltados para a torcida com o cão na
posição de sit ou stay, caso o efetivo tenha sido distribuído ao longo do perímetro;
porém, se o efetivo for distribuído em patrulhas de dois policiais e dois cães, poderá ser
adotado o posicionamento em que um policial permanece com a atenção voltada aos
torcedores e o outro ao interior, atento à segurança da equipe e das pessoas que
transitam no interior do campo, como o pessoal da imprensa;
4.7. não permitir que o cão se deite;
4.8. nunca soltar o cão, mesmo nos casos de invasão;
4.9. não segurar o cão pelo mosquetão da guia;
4.10. em caso de tentativa de invasão do campo, as patrulhas devem se deslocar de
modo a apoiar a patrulha mais próxima ao local do problema, reforçando sua
segurança e auxiliando na contenção, sem, no entanto, descuidar da segurança das
demais áreas do campo que possam se tornar pontos de invasão;
4.11. se não for possível conter o público ou se a tentativa de invasão ocorrer por
pontos diversos, as patrulhas deverão se reunir em local determinado pelo Cmt Pol
para que, em conjunto com o restante da tropa, procedam à retirada das pessoas do
gramado. Para tanto, o efetivo de canil poderá fazer uso das mesmas formações
empregadas nas ações de controle de multidões;
4.12. a presença do cão no isolamento do campo de jogo gera forte impacto
psicológico, dada a ostensividade e postura, o que auxilia na prevenção de invasões;
4.13. o policial militar com cão não atuará isolado, nem utilizará cassetete;
4.14. para evitar acidentes, não se deve permitir a passagem de pessoas entre os
- 106 -
cães, inclusive policiais ou profissionais ligados à organização do evento.
Subseção III -
Subseção IV -
Do Policiamento de Trânsito
- 107 -
3.2. atuar, de forma coordenada com os agentes de trânsito do órgão municipal, na
execução das ações previstas no planejamento;
3.3. atuar, em todos os casos, de forma a garantir a segurança dos participantes do
evento, bem como dos demais usuários das vias, para evitar acidentes e minimizar os
impactos causados no sistema viário;
3.4. atuar, subsidiariamente, em apoio ao policiamento externo do evento, coibindo
ilícitos.
Subseção V -
Do Corpo de Bombeiros
2. Sempre que necessário poderão ser realizadas verificações dos locais de eventos
que já possuem AVCB, antes da realização do espetáculo.
- 108 -
tenha condições de atuar em qualquer tipo de emergência, sobretudo em incêndios, no
resgate de múltiplas vítimas e em ocorrências com produtos perigosos.
Subseção VI -
2. Sendo assim, o emprego desse tipo de policiamento deve atender aos critérios
técnicos Motocicletas X Público/Motocicletas X Missão.
3. O emprego do Policiamento com Motocicletas deve priorizar locais em que não haja
grande concentração de pessoas, como nas vias de acesso, em cruzamentos e no
entorno do local de evento, visando à prevenção de pequenos delitos.
CAPÍTULO VIII -
DOS ACOMPANHAMENTOS/ESCOLTAS
Seção I -
- 109 -
será realizado o evento, bem como o seu retorno.
Seção II -
Subseção I -
Da Solicitação de Acompanhamentos/Escoltas
- 111 -
Subseção II -
- 112 -
grau de risco da operação, bem como aqueles previstos no item 2 desta Subseção;
4.2. definida a equipe de batedores responsáveis pelo acompanhamento/escolta, o
respectivo Cmt definirá a função de cada policial e os procedimentos a serem
realizados, conforme os protocolos existentes na instituição.
6. Como medida preventiva, para evitar possíveis ações violentas de grupos rivais ou
contrários aos torcedores ou protagonistas que fazem parte da comitiva, o Cmt OPM,
por meio da Seção P/3, poderá solicitar apoio às Unidades Territoriais, caso considere
necessário, no intuito de que posicionem viaturas e efetivo policial em pontos de risco
da respectiva área, definidos no planejamento.
Subseção III -
5. Os motoristas deverão ser orientados sobre o significado dos gestos utilizados pelos
batedores durante o acompanhamento/escolta.
8. Também poderá ser solicitado apoio ao efetivo da Seção P/2 para monitorar o
itinerário, os pontos de concentração de torcedores, as sedes de torcidas, o
deslocamento de torcedores pelas vias e no transporte público etc.
Seção III -
Subseção I -
Do Acompanhamento/Escolta de Torcidas
- 116 -
4.2. deslocamento por meio de transporte público: neste caso, é imprescindível a
coordenação e sincronia com outros órgãos envolvidos, tanto no planejamento como
na execução da missão, de forma que:
4.2.1. essa coordenação e sincronia são importantes para que não ocorram atrasos na
saída, nas transições e na chegada dos grupos;
4.2.2. durante o deslocamento o Cmt Pol deverá ser cientificado sobre a localização do
acompanhamento/escolta e inconformidades ocorridas durante o deslocamento, uma
vez que isso pode impactar no policiamento interno.
4.3. deslocamento por meio de transporte particular: são os casos em que os
torcedores apresentam a intenção de se deslocar ao local do evento em grupo e
utilizando-se de veículos particulares, como ônibus e vans contratados;
4.3.1. os veículos particulares de pequeno porte, cujo interesse por escolta seja
individual, não serão autorizados a fazer parte do comboio, uma vez que essa atividade
policial visa a atingir o interesse público, justificado por meio de acompanhamento do
coletivo;
4.3.2. as situações excepcionais serão avaliadas e decididas pelo Cmt da equipe, que
constará em relatório as novidades a respeito.
6. Após o embarque, a comitiva será formada em coluna por um, em local apropriado
que proporcione segurança e fluidez no trânsito.
7. O retorno das comitivas ao seu local de origem será realizado nos mesmos moldes
do deslocamento inicial, no entanto:
- 117 -
7.1. o Cmt da equipe de batedores avaliará a viabilidade de atender possível solicitação
de retorno da comitiva de torcedores e protagonistas para local diferente ao da
concentração inicial, mediante a análise de fatores de segurança envolvidos, do
interesse público e da compatibilidade do novo local de destino pleiteado, com base
nos princípios que regem a Administração Pública;
7.2. na hipótese de atendimento do pedido, o responsável pela coordenação do
acompanhamento/escolta deverá ser cientificado.
- 118 -
Subseção II -
Do Acompanhamento/Escolta de Protagonistas
Subseção III -
1. É imprescindível para o sucesso da missão que o Cmt Pol interno mantenha contato
constante com o responsável pela coordenação dos acompanhamentos/escoltas dos
protagonistas e torcedores, de forma que haja frequente compartilhamento de
informações, garantindo que a aproximação e a chegada das comitivas no local do
evento ocorram em segurança.
- 119 -
2. Dessa forma, o responsável pelos acompanhamentos/escoltas manterá o Cmt Pol
interno informando sobre:
2.1. os protagonistas e torcedores que serão escoltados;
2.2. a quantidade de veículos existentes em cada comboio;
2.3. o itinerário principal e o alternativo de chegada no local do evento;
2.4. o horário de saída do local de concentração e o local de chegada e desembarque;
2.5. necessidade de eventuais fechamentos de vias;
2.6. qualquer outra informação relevante para a manutenção da ordem pública.
3. No mesmo sentido, caberá ao Cmt Pol interno posicionar o efetivo para recepcionar
e direcionar os protagonistas e os torcedores que fazem parte da comitiva, bem como
realizar os fechamentos de vias e acessos necessários à segurança, de forma a
restringir, temporariamente, a aproximação de veículos e torcedores, com o objetivo de
evitar a prática de possíveis atos de violência.
Seção IV -
3. Sendo constatada qualquer infração penal durante a vistoria dos veículos, na revista
aos torcedores que fazem parte da comitiva ou durante o deslocamento, o veículo e os
responsáveis pela prática delituosa deverão ser conduzidos ao DP.
- 120 -
acompanhamento/escolta também devem ser descritas em relatório de serviço, para
adoção das providências posteriores.
CAPÍTULO IX -
DAS OCORRÊNCIAS
Seção I -
1. Brigas simples:
1.1. as brigas simples são resolvidas com intervenção pontual, identificando-se os
envolvidos, separando-os e retirando-os do setor;
1.2. após a resolução do conflito, o efetivo policial pode permanecer nas proximidades
para garantir que não haja novos desentendimentos;
1.3. os envolvidos nas brigas simples devem ser conduzidos ao PC para fins de
qualificação e, posteriormente, ao DP, para adoção das medidas de polícia judiciária,
- 121 -
ou ao Juizado Especial Criminal, quando presente;
1.4. pelo PC devem ser realizadas as pesquisas de antecedentes criminais para
verificação da vida pregressa dos conduzidos;
1.5. o emprego da força, nesses casos, deve ser criteriosamente analisado, sob pena
de piorar a situação quando, muitas vezes, a mera presença policial já é suficiente para
dissuadir os envolvidos.
2. Desordens localizadas:
2.1. em local de evento é comum que haja desentendimentos entre as pessoas ou
atitudes que possam comprometer a segurança, situações que demandam rápida
intervenção para evitar um tumulto generalizado;
2.2. são exemplos de desordens localizadas: as tentativas de invasão do palco, dos
camarins, dos vestiários, as discussões em filas e pessoas desrespeitando a
organização das filas;
2.3. em regra, a mera presença policial já é suficiente para resolver o problema,
evitando-se, assim, o emprego de força.
- 122 -
Seção II -
Das Crises
Subseção I -
3. Nas crises eclodidas em locais de evento devem ser acrescentadas outras 2 (duas)
características, quais sejam:
3.1. alta densidade demográfica, ou seja, uma grande concentração de pessoas em
um local restrito e com vias de fuga limitadas; e
3.2. dinamismo do evento, isto é, as mudanças de cenários implicam em
acompanhamento do comportamento do público, o qual pode se alterar por diversas
causas, bem como da eclosão de problemas que demandam intervenção rápida pelo
policiamento.
5. As crises eclodidas nos locais de evento, em sua grande maioria, são consideradas
“crises dinâmicas” e requerem ações rápidas e diretas, buscando neutralizar situações
de grande agressividade e que podem gerar múltiplas vítimas.
- 123 -
6. As medidas de controle e condução que integram o “Sistema de Gerenciamento de
Crises Dinâmicas” devem ser tomadas de acordo com o cenário apresentado, de forma
que o interventor deverá:
6.1. identificar: analisar exatamente o que ocorre, onde, qual a proporção e quem são
os envolvidos;
6.2. decidir: com base no fato identificado, pode tomar a melhor decisão acerca da
ação a ser implementada. Nessa etapa, deve considerar:
6.2.1. a necessidade: toda e qualquer ação do policiamento somente deve ser
deflagrada quando for indispensável;
6.2.2. a validade do risco: para a tomada de toda e qualquer decisão deve-se
observar e avaliar se os riscos advindos da ação são compensados pelos resultados
esperados;
6.2.3. aceitabilidade: toda ação deve ser aceitável sob os pontos de vista legal, moral
e ético.
6.3. agir: adotar os procedimentos operacionais conforme o tipo de crise instalada.
Subseção II -
2. Evidentemente que uma crise pode eclodir da combinação dos diversos fatores
acima descritos, bem como do agravamento de um que pode impactar em outro(s).
- 125 -
Subseção III -
1. São realizadas diante de fatos que requeiram intervenções para socorrer pessoas
que estejam feridas ou na iminência.
4. Proceder à identificação de vítimas, se possível, bem como dos hospitais para onde
foram socorridas e quem realizou a remoção.
5. O Cmt Pol deverá realizar os remanejamentos necessários para fazer frente aos
fatos mais críticos sem, no entanto, desguarnecer outros postos importantes para a
continuidade da operação.
Subseção IV -
3. Por outro lado, sempre que ocorrer um fato que torne o ambiente perigoso para a
presença de pessoas, o setor ou todo o local de evento deverá ser esvaziado, como
nas situações de queda de palco, de arquibancadas, de tetos.
- 126 -
4. Para as ações de abandono de área é imprescindível um trabalho em conjunto e
coordenado entre os vários órgãos envolvidos na operação.
Subseção V -
- 127 -
dificultam a adoção das formações de Chq e do emprego de demais equipamentos;
2.4. o Cmt Pol deverá traçar uma estratégia de atuação, de forma a dissuadir a
perturbação da ordem, levando em consideração:
2.4.1. a necessidade de dispor de visão privilegiada da situação;
2.4.2. a dispersão da massa para as rotas de fuga e saídas de emergência;
2.4.3. a facilidade de coleta de provas, por meio da produção de imagens da Central de
Monitoramento (se houver);
2.4.4. a priorização da atuação a partir da parte superior, para que os policiais militares
estejam em situação favorável para a ação; quando se tratar de arquibancadas, as
ações deverão ocorrer, preferencialmente, do patamar superior para o patamar inferior
ou, pelo menos, no mesmo nível; a ação de baixo pra cima poderá acontecer de forma
excepcional, pois o terreno desfavorável ao policiamento dificulta a intervenção e
incrementa sérios riscos aos policiais militares.
2.5. as intervenções serão realizadas, geralmente, através da força física dos próprios
policiais militares, os quais utilizarão cassetetes/tonfas para restabelecer a ordem,
dissuadindo agressores e afastando outras pessoas; geralmente o policiamento
realizará ações de repelir, ou seja, deve atuar para resolver o problema sem a retirada
total das pessoas do setor;
2.5.1. quando for necessário o emprego de carga de cassetete/tonfa, essa será
limitada, ou seja, o avanço dos policiais militares deverá ocorrer por poucos metros (no
máximo 5 metros);
2.5.2. durante a intervenção, o efetivo deverá estar atento para a segurança em 360º,
considerando-se a possibilidade de agressão por diversos lados.
2.6. a princípio, não se utilizam granadas no interior de locais de evento em ações de
Controle de Multidões;
2.6.1. isso ocorre devido à setorização do local, ao terreno irregular, à precariedade
das vias de fuga, além da falta de distância mínima de segurança entre a tropa e o
público;
2.6.2. os efeitos do emprego de granadas, seja por sua explosão, seja pela liberação
de agente químico, provocará uma fuga em massa e o confinamento do público em
locais inapropriados, além de uma superlotação das poucas vias de fuga existentes,
podendo resultar em lesões corporais e até mesmo em morte.
2.7. a utilização de granadas no interior de locais fechados será justificada diante da
- 128 -
existência de excludente de ilicitude, ou seja, legítima defesa, estado de necessidade,
estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. O emprego de
granadas nesses casos é considerado um dos últimos recursos, para evitar um mal
maior;
2.8. o emprego de munições de elastômero requer uma avaliação criteriosa, levando-se
em consideração que sua utilização é pontual e específica contra um agressor em
potencial e não contra a massa, com o objetivo de repeli-la ou de dispersá-la. Há que
se considerar o local no corpo do agressor a ser atingido, pois a irregularidade do
terreno e a falta de distância de segurança podem comprometer o resultado da ação;
2.9. o Controle de Multidões no interior de locais de evento deve seguir as seguintes
alternativas táticas:
2.9.1. demonstração de força;
2.9.2. ordem de dispersão;
2.9.3. carga de cassetete;
2.9.4. emprego de granadas policiais, munições de impacto controlado (vide itens 2.6,
2.7 e 2.8 desta Subseção);
2.9.5. emprego de arma de fogo com munição real.
2.10. antes de empregar as Alternativas Táticas, devem ser observados e adotados os
requisitos de ação, que são procedimentos essenciais e primordiais para o bom
andamento da missão, suporte aos procedimentos de responsabilização e aplicação da
lei:
2.10.1. observação de vias de fuga;
2.10.2. coleta de provas;
2.10.3. detenção de infratores da lei.
- 129 -
provocando tumultos e desordens;
3.2.2. vale destacar também que a ação imprevisível dos ventos sobre os gases poderá
levar os agentes químicos para dentro do local de evento, gerando os mesmos efeitos;
3.2.3. portanto, a ação de repelir ou de dispersar deverá ocorrer através do emprego de
carga de cassetete/tonfa e de granadas explosivas sem carga de agente químico;
3.2.4. ressalte-se que o emprego de munição de impacto controlado não visa a repelir
ou dispersar a turba, mas neutralizar ameaças pontuais e identificadas, devendo o
disparo ser direcionado ao agressor e na região correta do corpo, conforme os
procedimentos previstos para esse tipo de equipamento de menor potencial ofensivo.
3.3. repise-se a importância da comunicação entre as tropas envolvidas na operação,
pois a falta de informação pode fazer com que o efetivo policial-militar seja
surpreendido pela correria da multidão e se torne vítima da ação de agressores.
Subseção VI -
1. Situações que geram pânico no público devem ser previstas, quando possível, de
modo a se evitar a sua ocorrência. Todavia, se o pânico se instalar devem ser abertas
todas as vias de acesso para permitir a saída das pessoas.
2. A tropa deve ter em mente que o público em pânico procurará, além das saídas, os
espaços vazios, havendo tendência de invasão do campo, de palcos e de outros locais
restritos, o que deverá ser facilitado.
4. Os portões não devem estar trancados com cadeados, ou outro tipo de fechadura, e
é obrigatória a presença do responsável por sua abertura.
Subseção VII -
- 131 -
Figura 50: Formação do policiamento para atuação em caso de invasão generalizada de gramado.
Subseção VIII -
- 132 -
3. Em caso de ameaça real:
3.1. providenciar a desocupação total ou parcial do local, após avaliação segura dos
danos que podem ser causados;
3.2. a desocupação total deverá ser feita quando houver a certeza da existência da
bomba e a avaliação de danos for elevada;
3.3. a desocupação parcial deverá ser feita quando houver a certeza do local exato
onde a bomba se encontra e a avaliação de danos for controlada.
5. Nos casos de ameaças em que não se sabe onde está a bomba ou mesmo se ela
existe, não deve ser realizada a desocupação do local, pois tal procedimento é
premeditado e:
5.1. inviabiliza a realização das ações antibomba, uma vez que só quem conhece
perfeitamente o local é que possui condições de identificar qual objeto é suspeito;
5.2. a presença das pessoas durante as buscas torna a ação mais eficiente e rápida;
5.3. a busca preventiva em um local evacuado, por mais competente que seja o
policial, é imperfeita e não garante a inexistência de bomba, pois tudo pode ser uma
bomba e o policial desconhece o ambiente a ser varrido; ao contrário de uma busca
feita pelos frequentadores do local, que poderão dar garantia da existência ou não de
objetos suspeitos;
5.4. sem uma análise e lucidez, há a possibilidade de geração de pânico e paralisação
das atividades, atingindo os intuitos do ameaçador.
Subseção IX -
5. A atuação contra atiradores ativos deve ocorrer da forma mais célere e segura
- 134 -
possível, neutralizando a ameaça, sem esperar por tropas especializadas.
8. A resolução dar-se-á com a cessação das agressões por parte do causador da crise,
quer seja por intervenção policial, por suicídio ou por rendição.
9. Para fazer a intervenção a equipe deve dispor de, no mínimo, 4 (quatro) policiais.
Esse número de policiais pode ser traduzido em 2 (duas) duplas, partindo-se do
princípio que os policiais não devem atuar sozinhos, logo, em cada deslocamento e
varredura haverá, no mínimo, outro policial na retaguarda, mantendo a unidade mínima
no visual.
10. A(s) equipe(s) de intervenção deve(m) contar com uma arma portátil, colete,
capacete balístico e equipamento de comunicação.
12. O foco secundário será o resgate dos feridos. Essa medida não deve ser colocada
à frente da neutralização da ameaça maior, pois quanto mais tempo o atirador
permanecer ativo maior é a possibilidade do aumento do número de vítimas.
13. Após a ameaça ser neutralizada, as equipes de resgate deverão adentrar ao ponto
crítico, com foco no resgate dos feridos. Concomitantemente, o posto de triagem deve
ser montado, colhendo informações acerca do ponto crítico para transmissão destas às
equipes de campo (equipes de intervenção), bem como separando os feridos e aqueles
que fugiram do ponto crítico ou foram direcionados para fora pelos policiais militares
que entraram no local.
14. É possível que ocorra mudança de cenário e o atirador ativo mude o seu intento,
deixando de atirar em todos e tomando-os como reféns, ou ainda, ameaçando se
matar; nesses casos, há uma mudança da crise dinâmica para a crise estática, com
- 135 -
alterações na resposta imediata, no planejamento deliberado e na resolução, tratando-
se, portanto, de uma situação sensível.
16. As pessoas devem ser orientadas a deixar o local rapidamente, sem gritar,
mantendo as mãos erguidas e livres de qualquer objeto e sem realizar movimentos
bruscos ou tentar segurar ou impedir os policiais militares que estiverem realizando as
buscas e demais ações. Tais atitudes podem ser interpretadas como ameaças ou
mesmo retardar a ação dos policiais militares.
17. Devem ser obtidas informações junto às pessoas que deixarem o local.
18. O socorro e o resgate de feridos serão feitos a partir do trabalho em conjunto com
outros órgãos [CB, Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), socorristas
do próprio evento].
Subseção X -
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minucioso, feito pelo público, afetará as operações normais da Instituição e trará danos
à sua imagem.
2. Após a eclosão de uma crise no local de evento, podem ocorrer prejuízos à imagem
da Instituição, motivo pelo qual se faz necessária a adoção de procedimentos, ainda no
local, para minimizar os efeitos danosos.
3. Deve ser designado Oficial com a missão específica de gerenciar a crise de imagem,
o qual manterá contato com a Seção de Assuntos Civis e com os órgãos de imprensa.
Isso visa manter o Cmt Pol concentrado na adoção de medidas voltadas à resolução da
crise e na continuidade da operação.
6. O escalão superior deverá ser informado sobre os fatos e mantido atualizado de sua
evolução, para que possa emitir as decisões julgadas necessárias.
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ÍNDICE REMISSIVO -
A
Abandono de área ............................................................................................................... 126
Acompanhamento ............................................................................................................... 110
Ação de repelir ...................................................................................................................... 64
Ações de controle de multidões ........................................................................................... 127
Administração de multidões ................................................................................................... 51
Aglomeração ......................................................................................................................... 50
Alternativas táticas das ações de controle de multidões ...................................................... 129
Análise e avaliação de riscos......................................................................................... 43 e 45
Atribuições específicas .......................................................................................................... 33
B
Balizamento ........................................................................................................................... 54
C
Características do policiamento em eventos .......................................................................... 11
Centro de Comando e Controle Operacional (CCCO) ................................................... 53 e 90
Comportamento do público .................................................................................................... 15
Contenção do público ............................................................................................................ 62
Controle de acessos .............................................................................................................. 84
Controle de multidões ............................................................................................................ 64
Corpo de Bombeiros ............................................................................................................ 108
Crise .................................................................................................................................... 123
Crise de imagem ................................................................................................................. 136
D
Deslocamento do efetivo ....................................................................................................... 67
Dispersão .............................................................................................................................. 65
Divisão de torcidas ................................................................................................................ 87
E
Efetivo empregado ........................................................................................................ 49 e 99
Encerramento do evento ....................................................................................................... 97
Equipe precursora ................................................................................................................. 65
Escolta ................................................................................................................................ 110
Escolta de árbitros ................................................................................................................. 82
Espectadores ........................................................................................................................ 14
Evento ................................................................................................................................... 10
F
Fatores que influenciam o comportamento do público ........................................................... 17
Filmador/fotógrafo ................................................................................................................. 83
G
Gestão de multidões .............................................................................................................. 50
Gestão de riscos.................................................................................................................... 39
I
Invasão do campo de jogo ......................................................................................... 122 e 131
Invasão do palco ................................................................................................................. 122
Isolamento do local do evento ............................................................................................... 88
- 138 -
L
Laudos técnicos..................................................................................................................... 26
Locais de eventos.................................................................................................................. 21
M
Medidas antiterrorismo .......................................................................................................... 62
Monitoramento e análise crítica ............................................................................................. 49
Multidão ................................................................................................................................. 50
O
Ocorrências ......................................................................................................................... 121
Ocorrências com atiradores ativos....................................................................................... 134
Ocorrências com explosivos ................................................................................................ 132
Organização do evento.......................................................................................................... 14
P
Pasta de Local de Evento ...................................................................................................... 29
Patrulhas ............................................................................................................................... 70
Pinças ................................................................................................................................... 91
Planejamento administrativo .................................................................................................. 29
Planejamento operacional ..................................................................................................... 39
Plano de abandono de área................................................................................................... 47
Plano de ação........................................................................................................................ 30
Plano de atuação dos órgãos ................................................................................................ 48
Planos de contingência.......................................................................................................... 46
Planos de emergência ........................................................................................................... 47
Planos preventivos ................................................................................................................ 46
Pontos sensíveis ................................................................................................................... 26
Postos e funções ........................................................................................................... 69 e 93
Protagonistas ........................................................................................................................ 13
Público .................................................................................................................................. 12
R
Requerimento de policiamento .............................................................................................. 29
Relacionamento com as partes envolvidas no evento ........................................................... 20
Reunião de Estado-Maior ...................................................................................................... 33
Reunião preparatória de segurança....................................................................................... 30
Riscos externos ..................................................................................................................... 42
Riscos internos ...................................................................................................................... 41
Rondas Ostensivas com Apoio (ROCA) ................................................................................ 72
S
Saída do público .................................................................................................................... 98
Setores .................................................................................................................................. 25
Sistema de válvulas ............................................................................................................... 58
T
Tratamento de riscos ............................................................................................................. 45
Tropas de apoio................................................................................................................... 100
V
Varredura no local do evento ................................................................................................. 68
Vistoria prévia ........................................................................................................................ 27
139
OPM RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO
- 140 -
Apêndice - Referências
- 141 -
operacionais. São Paulo: PMESP/ CAES, CSP - 2007.
SILVA JÚNIOR, Elço Moreira da. A gestão de riscos como medida para auxiliar no
planejamento das operações policiais-militares de preservação da ordem pública
em espetáculos públicos. Dissertação apresentada no Programa de mestrado
Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Centro de Altos
Estudos de Segurança da Polícia Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2015.
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