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M-10-PM

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO

MANUAL POLICIAL-MILITAR

MANUAL DE POLICIAMENTO EM EVENTOS

2018
M-10-PM

MANUAL DE POLICIAMENTO EM EVENTOS

4ª edição

Publicada anexa ao Bol G PM 132, de 18 de julho de 2018


ESTADO DE SÃO PAULO
SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA
POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMANDO GERAL

PORTARIA Nº PM1-011/02/18

1. O Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nos


termos do artigo 19, inciso I, do Regulamento Geral da Polícia Militar, aprovado
pelo Decreto nº 7.290, de 15 de dezembro de 1975, e dos artigos 22 e 41 das
Instruções para as Publicações da Polícia Militar (I-1-PM - 3ª edição), aprova e
manda pôr em execução a 4ª edição do M-10-PM, doravante denominado
Manual de Policiamento em Eventos, e autoriza sua publicação em anexo ao
Boletim Geral PM e sua divulgação pela Intranet da Instituição.

2. Este Manual entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se


as disposições em contrário, em especial o M-10-PM - 3ª edição, publicado em
anexo ao Bol G PM 210, de 06NOV98.

São Paulo, 12 de julho de 2018.

MARCELO VIEIRA SALLES


Cel PM Comandante-Geral
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Gestão de Riscos, conforme a Norma ISO 31000:2009. ....................................... - 40 -
Figura 2: Imagem do balizamento de acesso ao portão do local de evento. ........................ - 55 -
Figura 3: Imagem do balizamento e sinalização de acesso. ................................................ - 55 -
Figura 4: Visão interna dos corredores do balizamento. ...................................................... - 56 -
Figura 5: Imagem do balizamento de acesso ao portão do local de evento. ........................ - 56 -
Figura 6: Imagem dos espectadores dentro do balizamento. ............................................... - 57 -
Figura 7: Imagem da dinâmica do balizamento para o acesso de pessoas ao portão do
local de evento..................................................................................................................... - 57 -
Figura 8: Imagem do balizamento utilizado para organização de fila em uma bilheteria. ..... - 58 -
Figura 9: Vista aérea da dinâmica do balizamento (sistema de monitoramento). ................. - 58 -
Figura 10: Imagem do Sistema de Válvulas. ........................................................................ - 59 -
Figura 11: Sistema de Válvula utilizado na organização de fila de acesso ao portão. .......... - 59 -
Figura 12: Ilustração do Sistema de Válvulas (dois pontos de contenção). .......................... - 60 -
Figura 13: Imagem do controle de acesso à área externa imediata dos locais de
evento. ................................................................................................................................. - 61 -
Figura 14: Imagem da contenção de público para a chegada de delegação. ....................... - 63 -
Figura 15: Contenção de público por meio de patrulhas. ..................................................... - 63 -
Figura 16: Contenção de público por meio de estruturas físicas. ......................................... - 64 -
Figura 17: Imagem de policiais militares fazendo varredura no setor do local de evento. .... - 69 -
Figura 18: Imagem da patrulha. ........................................................................................... - 72 -
Figura 19: Representação gráfica das funções da ROCA .................................................... - 74 -
Figura 20: Formação Básica por Três .................................................................................. - 74 -
Figura 21: Formação Básica por Dois para Deslocamento. ................................................. - 75 -
Figura 22: Formação Básica por Dois para Intervenção. ..................................................... - 75 -
Figura 23: Formação Em Coluna para Deslocamento.......................................................... - 76 -
Figura 24: Formação Em Coluna para Intervenção. ............................................................. - 77 -
Figura 25: Formação Em Linha em Situação de Espera. ..................................................... - 78 -
Figura 26: Formação Em Linha para Intervenção. ............................................................... - 78 -
Figura 27: ROCA posicionada próximo ao portão de acesso de público. ............................. - 81 -
Figura 28: Imagem da Escolta de Árbitros. .......................................................................... - 83 -
Figura 29: Imagem da Escolta de Árbitros acompanhando a saída dos árbitros. ................. - 83 -
Figura 30: Imagem do Policial Filmador. .............................................................................. - 84 -
Figura 31: Imagem do Policial Filmador. .............................................................................. - 84 -
Figura 32: Imagem de policiais militares realizando revista pessoal preventiva de
segurança. ........................................................................................................................... - 86 -
Figura 33: Imagem da revista pessoal preventiva de segurança. ......................................... - 87 -
Figura 34: Imagem da Divisão de Torcidas. ......................................................................... - 88 -
Figura 35: Imagem da Divisão de Torcidas com destaque à patrulha de apoio ao lado. ...... - 88 -
Figura 36: Imagem do Policial Militar na função de “Pinça”. ................................................. - 92 -
Figura 37: Imagem do posicionamento dos Pinças ao término da partida. ........................... - 92 -
Figura 38: Patrulha de Cavalaria em apoio à contenção de público. .................................. - 102 -
Figura 39: Patrulhas de Cavalaria auxiliando na contenção de público. ............................. - 103 -
Figura 40: Patrulha de Cavalaria posicionada em local estratégico com vistas à
prevenção. ......................................................................................................................... - 103 -
Figura 41: Posição do Policial com o cão no isolamento de gramado. ............................... - 104 -
Figura 42: Imagem do Pel Canil no isolamento de gramado. ............................................. - 104 -
Figura 43: Imagem do posicionamento da patrulha com o cão no isolamento de
gramado. ........................................................................................................................... - 105 -
Figura 44: Imagem do posicionamento da patrulha com o cão no isolamento de
gramado. ........................................................................................................................... - 105 -
Figura 45: Acompanhamento/Escolta de torcida a pé. ....................................................... - 116 -
Figura 46: Equipe de Batedores durante escolta de torcedores a pé. ................................ - 116 -
Figura 47: Procedimento de revista nos torcedores antes do embarque no ônibus. .......... - 118 -
Figura 48: Deslocamento do comboio durante o acompanhamento/escolta. ..................... - 118 -
Figura 49: Escolta de delegação realizada pelo Policiamento com Motocicletas. .............. - 119 -
Figura 50: Formação do policiamento para atuação em caso de invasão generalizada
de gramado. ...................................................................................................................... - 132 -
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURA/SIGLA SIGNIFICADO POR EXTENSO


AVCB Atestado de Vistoria do Corpo de Bombeiros
CCCO Centro de Comando e Controle Operacional
CB Corpo de Bombeiros
Chq Choque
Cia Companhia
Cmt Comandante
Coord Op Coordenador Operacional
DP Distrito Policial
EPC Equipamentos de Proteção Coletiva
EPI Equipamentos de Proteção Individual
EM Estado-Maior
GATE Grupo de Ações Táticas Especiais
OPM Organização Policial-Militar
P/1 Seção de Pessoal
P/2 Seção de Informações
P/3 Seção de Operações
P/4 Seção de Logística
P/5 Seção de Assuntos Civis
PC Posto de Comando
Pel Pelotão
Pol Policiamento
PM Polícia Militar
ROCA Rondas Ostensivas Com Apoio
SAMU Serviço de Atendimento Médico de Urgência
Sgt Sargento
Subten Subtenente
Ten Tenente
VIP Very Important Person
Vtr Viatura
SUMÁRIO
CAPÍTULO I - DAS GENERALIDADES .........................................................................- 10 -
Seção I - Da Finalidade e Conceitos...........................................................................- 10 -
Seção II - Das Peculiaridades do Policiamento em Eventos .......................................- 11 -
CAPÍTULO II - DO PÚBLICO .........................................................................................- 12 -
Seção I - Das Generalidades e Conceitos ..................................................................- 12 -
Seção II - Das Espécies de Público ............................................................................- 13 -
Subseção I - Dos Protagonistas ..............................................................................- 13 -
Subseção II - Dos Espectadores .............................................................................- 14 -
Subseção III - Da Organização ................................................................................- 14 -
Seção III - Do Comportamento do Público ..................................................................- 15 -
Subseção I - Das Generalidades .............................................................................- 15 -
Subseção II - Dos Fatores que Influenciam o Comportamento dos Indivíduos ........- 17 -
Seção IV - Do Relacionamento com o Público............................................................- 20 -
CAPÍTULO III - DOS LOCAIS DE EVENTOS ................................................................- 21 -
Seção I - Das Generalidades ......................................................................................- 21 -
Seção II - Da Classificação dos Locais Destinados a Eventos....................................- 22 -
Seção III - Das Características dos Locais de Eventos ...............................................- 24 -
Seção IV - Dos Setores ..............................................................................................- 25 -
Seção V - Dos Pontos Sensíveis ................................................................................- 26 -
Seção VI - Da Avaliação de Segurança dos Locais de Eventos .................................- 27 -
Subseção I - Dos Laudos Técnicos .........................................................................- 27 -
Subseção II - Da Vistoria Prévia de Segurança .......................................................- 27 -
Seção VII - Das Pastas de Local de Evento ...............................................................- 29 -
CAPÍTULO IV - DO PLANEJAMENTO DO POLICIAMENTO EM EVENTOS.................- 29 -
Seção I - Do Planejamento Administrativo ..................................................................- 29 -
Subseção I - Do Requerimento de Policiamento .....................................................- 29 -
Subseção II - Da Reunião Preparatória de Segurança ............................................- 30 -
Subseção III - Da Reunião de Estado-Maior ............................................................- 33 -
Subseção IV - Das Atribuições Específicas .............................................................- 33 -
Seção II - Do Planejamento Operacional ....................................................................- 39 -
Subseção I - Das Generalidades .............................................................................- 39 -
Subseção II - Da Gestão de Riscos .........................................................................- 39 -
Subseção III - Da Quantificação de Efetivo .............................................................- 49 -
CAPÍTULO V - DA GESTÃO DE MULTIDÕES ..............................................................- 50 -
Seção I - Dos Conceitos .............................................................................................- 50 -
Seção II - Da Administração de Multidões ..................................................................- 51 -
Subseção I - Do Planejamento ................................................................................- 52 -
Subseção II - Da Execução Operacional .................................................................- 53 -
Seção III - Do Controle de Multidões ..........................................................................- 64 -
Subseção I - Da Ação de Repelir ............................................................................- 64 -
Subseção II - Da Dispersão .....................................................................................- 65 -
CAPÍTULO VI - DAS FASES OPERACIONAIS DO POLICIAMENTO EM EVENTOS....- 65 -
Seção I - Da 1ª Fase Operacional ..............................................................................- 65 -
Subseção I - Da Equipe Precursora ........................................................................- 65 -
Subseção II - Da Revista e Preleção à Tropa ..........................................................- 66 -
Subseção III - Do Deslocamento da Tropa ao Local de Evento ...............................- 67 -
Subseção IV - Da Chegada ao Local de Evento ......................................................- 67 -
Subseção V - Da Varredura no Local de Evento .....................................................- 68 -
Subseção VI - Da Assunção dos Postos e Funções e Abertura dos Portões...........- 69 -
Subseção VII - Dos Principais Postos e Funções Internas ......................................- 70 -
Subseção VIII - Dos Principais Postos e Funções Externas (imediatas) ..................- 93 -
Subseção IX - Dos Principais Postos e Funções Externas (mediatos) ....................- 94 -
Subseção X - Dos Principais Postos e Funções para Grandes Eventos ..................- 94 -
Seção II - Da 2ª Fase Operacional .............................................................................- 95 -
Seção III - Da 3ª Fase Operacional ............................................................................- 97 -
CAPÍTULO VII - DAS TROPAS EMPREGADAS NO POLICIAMENTO EM EVENTOS..- 99 -
Seção I - Das Generalidades e Tipos .........................................................................- 99 -
Seção II - Da Preparação dos Efetivos .......................................................................- 99 -
Seção III - Das Missões das Tropas de Apoio ..........................................................- 100 -
Subseção I - Do Policiamento Montado .................................................................- 100 -
Subseção II - Do Policiamento com Cães..............................................................- 103 -
Subseção III - Do Batalhão de Ações e Operações Táticas Especiais ..................- 107 -
Subseção IV - Do Policiamento de Trânsito ..........................................................- 107 -
Subseção V - Do Corpo de Bombeiros ..................................................................- 108 -
Subseção VI - Do Policiamento com Motocicletas .................................................- 109 -
CAPÍTULO VIII - DOS ACOMPANHAMENTOS/ESCOLTAS .......................................- 109 -
Seção I - Das Generalidades e Conceitos ................................................................- 109 -
Seção II - Dos Atos Preparatórios para Acompanhamentos/Escoltas .......................- 110 -
Subseção I - Da Solicitação de Acompanhamentos/Escoltas ................................- 110 -
Subseção II - Do Planejamento dos Acompanhamentos/Escoltas .........................- 112 -
Subseção III - Das Medidas Preventivas ...............................................................- 113 -
Seção III - Do Desenvolvimento da Operação de Acompanhamento/Escolta ............- 115 -
Subseção I - Do Acompanhamento/Escolta de Torcidas .......................................- 115 -
Subseção II - Do Acompanhamento/Escolta de Protagonistas ..............................- 119 -
Subseção III - Da Atuação Conjunta com o Policiamento Interno e Outros Órgãos . - 119
-
Seção IV - Das Considerações Complementares .....................................................- 120 -
CAPÍTULO IX - DAS OCORRÊNCIAS .........................................................................- 121 -
Seção I - Das Ocorrências Simples ..........................................................................- 121 -
Seção II - Das Crises ................................................................................................- 123 -
Subseção I - Dos Aspectos Conceituais ................................................................- 123 -
Subseção II - Das Origens das Crises em Eventos ...............................................- 125 -
Subseção III - Das Ações de Prestação de Socorro ..............................................- 126 -
Subseção IV - Das Ações de Abandono de Área ..................................................- 126 -
Subseção V - Das Ações de Controle de Multidões ..............................................- 127 -
Subseção VI - Da Atuação em Caso de Pânico.....................................................- 130 -
Subseção VII - Das Invasões Generalizadas de Campo .......................................- 131 -
Subseção VIII - Da Ocorrência com Explosivos.....................................................- 132 -
Subseção IX - Das Ocorrências com Atiradores Ativos .........................................- 134 -
Subseção X - Da Gestão de Crise de Imagem ......................................................- 136 -
MANUAL DE POLICIAMENTO EM EVENTOS

CAPÍTULO I -

DAS GENERALIDADES

Seção I -

Da Finalidade e Conceitos

1. O Manual de Policiamento em Eventos orienta o planejamento e a execução do


policiamento ostensivo em espetáculos artísticos, culturais, religiosos, esportivos e
outros, bem como trata de assuntos a estes diretamente relacionados, de modo a
fornecer subsídios a quem, direta ou indiretamente, tenha participação na realização
dessa modalidade de policiamento.

2. Para os fins a que se destina este Manual, as palavras “estádio”, “ginásio”, “local de
evento”, “arena” e “praças desportivas” serão consideradas sinônimas.

3. Também, para os fins a que se destina este Manual, as palavras “espetáculo”, “jogo”,
“show”, “corrida”, “disputa”, “competição” e “partida” serão consideradas sinônimas.

4. Define-se como evento as atividades de lazer ou acontecimentos que geram


multidões, por qualquer meio e para fins esportivos, sociais, cívicos, políticos ou
religiosos, os quais são realizados em vias públicas ou em áreas internas, públicas ou
privadas, e causam reflexos na mobilidade urbana, na segurança do sistema viário e na
ordem pública.

5. Os Grandes Eventos são caracterizados por possuírem locais, horários de


ocorrência e características operacionais conhecidas, fatores estes que os diferenciam
dos eventos emergenciais e catastróficos.
5.1. os Grandes Eventos podem estar relacionados a atividades esportivas, shows,
festivais e convenções, cuja realização ocorre em arenas, estádios, autódromos,
anfiteatros, centros de convenção etc. (Barbosa, 2003);
5.2. os Grandes Eventos também se caracterizam:
5.2.1. pelos impactos urbanos, pois alteram o cenário arquitetônico, a infraestrutura, o
sistema de transporte e trânsito, os fluxos, a mobilidade e a acessibilidade (Carvalho et
al., 2012);
5.2.2. pelo significado histórico, político e de popularidade;
5.2.3. pela ampla cobertura dos meios de divulgação e/ou presença de meios
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internacionais de divulgação;
5.2.4. pela participação de cidadãos de diferentes países e/ou grupos-alvo;
5.2.5. pela participação de VIP e dignitários;
5.2.6. pelo elevado número de pessoas;
5.2.7. por possuir um potencial de ameaças, podendo exigir cooperação e assistência
internacionais (EU SEC, 2008).

6. Os Eventos Médios são aqueles cuja quantidade de público e a relevância trazem


impactos consideráveis à rotina local e ao trabalho da Organização Policial-Militar
(OPM).

7. Eventos Pequenos são aqueles cuja quantidade de público e a relevância trazem


poucos impactos à rotina local e ao trabalho da OPM.

8. As operações policial-militares em manifestações públicas serão regidas por norma


própria da Instituição, no entanto, para os casos que couber, poderão ser aproveitados
conceitos e procedimentos previstos neste Manual.

Seção II -

Das Peculiaridades do Policiamento em Eventos

1. Para o planejamento e execução do policiamento em eventos é fundamental que os


responsáveis, em todos os escalões, entendam que evento é uma forma de lazer e que
o cidadão, cercado de problemas de toda natureza, seja na vida particular ou
profissional, tem, com fundamento nesse direito constitucional, a possibilidade de se
distrair e de usar o tempo de descanso como bem lhe aprouver.

2. Sozinho, o indivíduo nem sempre consegue desinibir-se para manifestar certos


sentimentos reprimidos que o dia a dia impõe, mas, em meio à massa, tais sentimentos
podem ser liberados, uma vez que nessas condições certas limitações impostas pela
sociedade são mais facilmente superadas. Daí a existência do evento concentrando
multidões e a presença da Polícia Militar, zelando pela preservação da ordem, durante
a sua realização.

3. Por essa razão, o preparo do homem para esse tipo de serviço exige que suas
qualidades policial-militares, como a disciplina, o senso de cooperação, o espírito de
sacrifício, a abnegação, a iniciativa e a tolerância, sejam desenvolvidas, juntamente
com as instruções de escopo técnico-profissional.
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4. É preciso que, no decorrer desses treinamentos, o homem adquira confiança no seu
Comandante (Cmt) e nos seus companheiros, considerando tratar-se de uma atividade
que demanda contato direto com multidões de pessoas.

5. O objetivo mencionado no item anterior só poderá ser atingido se o policial militar for
bem instruído na diferenciação do infrator da lei com o espectador, pois este somente
apresenta alterações de conduta quando provocado, seja pela ação de outro
espectador, seja por motivos diversos: diante de um erro do árbitro (no caso de
partidas desportivas), da má atuação do protagonista, ou ainda por outras razões
especiais do momento.

6. O policial militar deve, ainda, diferenciar em suas ações, os protagonistas do evento


e as pessoas envolvidas na organização.

7. As multidões geram condições propícias para que indivíduos mal intencionados e


criminosos infrinjam a lei. Diante desse cenário, o policial militar necessita estar em
condições de tomar decisões rápidas e acertadas, tendo em vista a missão a cumprir e
o contexto em que se encontra. Em síntese, uma ação equivocada coloca em perigo
milhares de vidas.

8. A segurança em eventos depende de posturas adequadas por parte da organização,


a qual também deve se preocupar com os detalhes da operação e com as condições
estruturais do local, não mantendo seu foco exclusivamente no lucro. Aliado a isso,
tem-se o grau de profissionalismo das pessoas envolvidas nessa organização e o
comportamento do público como fatores fundamentais para assegurar um ambiente
seguro e que atenda aos anseios de todas as partes envolvidas.

CAPÍTULO II -

DO PÚBLICO

Seção I -

Das Generalidades e Conceitos

1. Conhecer o público é fator fundamental para o sucesso da operação, uma vez que
as decisões acerca da quantificação e distribuição de efetivo, tipo de tropa empregada,
definição de horários, preparação do efetivo policial, postura operacional e outras
circunstâncias elementares dependerão, dentre outros aspectos, das características do

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grupo de pessoas que se fará presente no evento.

2. Nesse contexto, pode-se definir público como o conjunto de pessoas reunidas num
determinado local com o objetivo principal de assistir a um evento e, secundariamente,
de organizar, administrar, transmitir imagens, dar segurança, protagonizar o evento,
entre outras atividades necessárias a sua operacionalização.

3. Embora a maioria dos espectadores tenha por objetivo assistir a um determinado


evento, percebe-se frequentemente a prática de condutas não relacionadas a essa
finalidade, que geram brigas, desentendimentos e confusões. Tais fatos podem ocorrer
entre os próprios espectadores, entre espectadores e artistas ou, ainda, entre os
espectadores e a Polícia.

Seção II -

Das Espécies de Público

Subseção I -

Dos Protagonistas

1. Os protagonistas são a razão de existir do evento, sendo que a conceituação dos


tipos de protagonistas é essencial para a definição de suas responsabilidades, sendo
eles:
1.1. Protagonistas Diretos: são os responsáveis pela apresentação artística, cultural,
religiosa ou esportiva, ou seja, são os atletas, cantores, músicos, atores etc., motivo
principal da presença de espectadores no local de evento. Além desses, há os artistas
secundários que promoverão apresentações secundárias (preliminares ou aberturas),
tais como: bandas de abertura de shows ou apresentações num jogo de futebol. Para
que não ocorram conflitos de interesse ou entre tipos diferentes de público, é
importante que as características da apresentação principal e secundária sejam
semelhantes;
1.2. Protagonistas Indiretos: são os responsáveis pelas ações que viabilizarão a
apresentação artística, cultural, esportiva ou religiosa. Nesse grupo estão os árbitros,
auxiliares, mesários etc.

- 13 -
Subseção II -

Dos Espectadores

1. Os espectadores são as pessoas que adquiriram o direito de assistir ao espetáculo.

2. Os espectadores são classificados em:


2.1. Fanáticos: são espectadores de comportamento radical e excessivo, com grande
apreço por seu ídolo, sendo, portanto, motivo de preocupação para a segurança do
evento. Podem ser divididos em fanáticos pacíficos e fanáticos violentos:
2.1.1. Fanáticos Pacíficos: são aqueles espectadores que, apesar do comportamento
extremo, não praticam atos contrários à ordem pública, mantendo-se fiéis a seus
ideais, sem, no entanto, extrapolar os limites sociais;
2.1.2. Fanáticos Violentos: são aqueles espectadores que extrapolam os limites
sociais, danificando o patrimônio e/ou usando de violência verbal, ou física, contra
outras pessoas, inclusive autoridades, gerando sérios prejuízos.
2.2. Não Fanáticos ou Eventuais: são espectadores com apreço normal ou até
mesmo sem qualquer sentimento pelo protagonista do espetáculo e que tem presença
inconstante nos eventos, podendo até ser a primeira vez que participam. Em regra são
pacíficos, porém, podem se envolver em problemas sem muita gravidade,
questionarem procedimentos e podem ser vítimas da ação de aproveitadores, como
punguistas e cambistas.

3. Nas espécies de espectadores há, também, aquele tipo de público que possui direito
à meia entrada, bem como os não pagantes (em virtude de determinação legal ou por
concessão do promotor de evento), condições essas que também podem influenciar
comportamentos.

Subseção III -

Da Organização

1. A organização é composta por pessoas que têm a atribuição de planejar e executar


as ações de preparação do ambiente, da segurança, de contratos, de divulgação e
demais questões necessárias para que o evento ocorra.

2. Nesse grupo estão o promotor do evento, o administrador do local, os funcionários,


os orientadores, a segurança privada, as autoridades públicas etc.

- 14 -
Seção III -

Do Comportamento do Público

Subseção I -

Das Generalidades

1. Conhecer o comportamento do público é indispensável ao adequado planejamento e


execução do policiamento em eventos, pois dependendo do caso será necessário um
dimensionamento maior ou menor do efetivo empregado.

2. Além disso, tal medida proporciona identificar as melhores ações preventivas,


possibilitando estruturar os planos contingenciais, tendo em vista a capacidade que a
multidão tem de promover fatos que necessitam de intervenção policial.

3. A definição do comportamento do público em um evento depende de muitas


variantes, como o tipo de evento (religioso, esportivo, cultural ou artístico), o horário, o
valor do ingresso, o contexto de determinado campeonato ou show artístico, o grau de
rivalidade entre as equipes competidoras.

4. É indispensável que o policiamento tenha conhecimento de todas essas variantes a


fim de prever e, consequentemente, prevenir as possíveis ações que afetem a
manutenção da ordem pública.

5. Há diferença de comportamento quando se analisa um indivíduo que se encontra


isolado, sozinho e quando faz parte de um grupo, ou seja, quando está inserido na
massa:
5.1. de maneira geral, quando sozinho, o indivíduo apresenta maior cautela em suas
atitudes pelo fato de ser facilmente identificável e pela grande possibilidade de se
estabelecer um nexo entre sua conduta e um resultado;
5.2. quando em grupo, o indivíduo tem a sensação de ser mais um em meio às
pessoas e de que suas atitudes passarão despercebidas, de modo que esse
comportamento irracional se deve essencialmente à sensação de anonimato e,
consequentemente, de impunidade pelo acobertamento do grupo.

6. Diante disso, algumas características podem ser identificadas quando o indivíduo


está sozinho e quando está em grupo:
6.1. Sozinho:
6.1.1. prevalece a inibição: a pessoa é mais discreta e introvertida, pensa mais antes

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de agir ou de adotar qualquer postura mais incisiva;
6.1.2. aceita passivamente as situações do dia a dia: diante de alguma situação que
não lhe agrada ou que não lhe seja favorável o indivíduo dificilmente se altera ou toma
uma atitude mais drástica para ver seu problema resolvido. Pode aceitar a má sorte ou
buscar as vias legais para resolução de seu problema;
6.1.3. preocupa-se com a imagem pessoal: o indivíduo não quer se expor, pois isso
pode lhe custar rechaços sociais e penalizações formais;
6.1.4. raciocina antes de tomar decisões: pelo exposto acima, suas condutas são
pensadas e a adoção de um ou outro comportamento passará por um crivo pessoal de
acordo com a personalidade do indivíduo;
6.1.5. preocupa-se com as consequências das atitudes: o resultado de uma decisão
pode trazer sérias consequências sociais ao indivíduo que, muitas vezes, prefere
abster-se de agir de forma impulsiva.
6.2. Em grupo:
6.2.1. liberam-se os sentimentos, comportando-se de forma não convencional:
aproveitando-se da presença de outras pessoas, o indivíduo vê a oportunidade de
extravasar seus sentimentos e agonias, adotando uma postura mais extrovertida, mais
falante e, em certos momentos, sendo considerado irreconhecível aos olhos dos
outros. Consequentemente, assume comportamentos que lhe são estranhos no dia a
dia;
6.2.2. superam-se os limites sociais: ao engajar-se em um grupo o indivíduo pode
buscar outras formas de resolver seus problemas. Assim, os limites sociais das boas
maneiras, da educação, e até mesmo os legais são ultrapassados, para o alcance
rápido de suas pretensões;
6.2.3. prevalece a imagem do grupo: partindo deste raciocínio, o indivíduo pouco se
preocupa com as consequências de suas ações, afinal a imagem não será a dele, mas
a de um grupo, de uma torcida, de um fã clube etc.;
6.2.4. age-se e reage-se conforme a massa: por fazer parte de um todo, dificilmente
sua conduta será diferente daquela adotada pela massa e, neste contexto, o indivíduo
não raciocina, age e reage de acordo com o que a coletividade lhe impõe ou lhe
sugere.

- 16 -
Subseção II -

Dos Fatores que Influenciam o Comportamento dos Indivíduos

1. Um grande número de pessoas reunidas em um determinado local traz a sensação


de força psicológica aos integrantes daquele grupo, fazendo com que ajam por
impulso, sem que se sintam responsáveis por seus atos.

2. Tal comportamento de massa pode atingir qualquer grupo social, raça ou gênero,
basta que haja alguns estímulos, no entanto, é obvio que a atitude varia de acordo com
o tipo de público predominante naquele meio, pois um grupo de fã clube, em regra, não
terá as mesmas reações que torcedores organizados.

3. Naturalmente, o ser humano tende a ser influenciado por fatores externos, os quais
atuam muito fortemente na adoção de comportamentos diferentes daqueles habituais.

4. O indivíduo, nesse contexto, tem grande dificuldade em manter-se inabalável com as


influências que estão ao seu redor e pode vir a cometer atos com consequências,
muitas vezes, maléficas, principalmente quando se encontra inserido em uma multidão.

5. Há diversos tipos de fatores que explicam esse fenômeno e, a seguir, seguem


alguns deles que proporcionarão melhor entendimento sobre o assunto.

6. Espécies de fatores que influenciam o comportamento do público:


6.1. Fatores Psicológicos: são aqueles relacionados ao estado emocional das
pessoas, podendo ser compreendidos a partir do estudo dos seguintes tópicos:
6.1.1. Número: relativo à quantidade de pessoas que fazem parte de um determinado
agrupamento; quanto maior essa quantidade, maior a sensação de poder e de
segurança. A fim de diminuir a influência do Fator Psicológico Número, deve-se
setorizar o local de evento em espaços com capacidade menor que o todo, criando
áreas de circulação para o público e para a organização, e aumentar a quantidade de
saídas, portões e vomitórios (ou embocaduras, que nas arenas consistem nas
aberturas que possibilitam a passagem do público das partes internas dos setores para
as arquibancadas e vice-versa). Outra situação a ser citada, a fim de diminuir a
influência desse fator psicológico, é a utilização de grades de balizamento para
direcionar e dividir o público nos acessos do Local do Evento;
6.1.2. Sugestão: é o surgimento de ideias, a partir de algum integrante do grupo, o
qual sugere determinada postura, que para muitos nem será discutida se é certa ou
errada, restando apenas a sua aceitação de forma passiva. As ideias se propagam de
- 17 -
maneira despercebida, ganhando maior relevância quando partem de alguma
liderança. O Fator Psicológico Sugestão pode possuir efeito positivo quando a
sugestão transmitida no grupo respeitar a ordem pública, ou uma solicitação do
policiamento, daí a necessidade de aproximação do público com a Polícia;
6.1.3. Contágio: é a difusão de ideias e condutas, as quais se transmitem de indivíduo
a indivíduo nas multidões, havendo uma tendência de atrair novos manifestantes;
6.1.4. Imitação: é o comportamento humano relacionado ao desejo irresistível de
observar e copiar condutas. O Fator Psicológico Imitação também pode ser utilizado de
forma favorável pelo policiamento, quando uma ação positiva é imitada por um
torcedor, sendo retransmitida a outros, até se tornar contagiante;
6.1.5. Anonimato: é o sentimento de não ser identificado devido ao fato de estar
acobertado pela massa. Ciente disso, o indivíduo poderá perder os freios morais e,
consequentemente, sentir-se-á irresponsável por seus atos, quaisquer que sejam. Esse
é o principal Fator Psicológico a ser combatido em virtude de seus efeitos danosos à
ordem pública, não somente por ações do policiamento, mas também pelo promotor do
evento. Dentre as formas de combate ao anonimato estão as ferramentas que fazem o
espectador sentir-se vigiado e fiscalizado, como: o monitoramento por câmeras de
vídeos e fotografia, o patrulhamento ostensivo e o uso de facho de luz para
identificação individual;
6.1.6. Sensação de Impunidade: é o sentimento de que não haverá punição ou, se
esta ocorrer, será branda e não causará grandes prejuízos; propicia ao indivíduo
encorajamento para agir contrariamente às leis ou às determinações das autoridades
públicas constituídas, buscando, muitas vezes, reconhecimento perante a opinião
pública e seus pares. A sensação de impunidade será diminuída quando os crimes ou
contravenções cometidas no grupo forem identificadas e punidas. Exemplo: a detenção
de usuários de drogas ilícitas no local de evento;
6.1.7. Novidade: é o aguçamento da vontade de experimentar circunstâncias novas e
desconhecidas, fazendo com que o indivíduo aja em desconformidade com normas de
ação habituais. Não encontrando estímulos específicos, que ordinariamente controlam
seus atos, o indivíduo deixará de aplicar sua experiência anterior, que costumava guiá-
lo na solução dos problemas cotidianos. Seu subconsciente aceita a quebra de rotina
normal e acolhe, com satisfação, as novas circunstâncias;
6.1.8. Expansão das Emoções Reprimidas: é o extravasamento de preconceitos e

- 18 -
desejos insatisfeitos, normalmente contidos, concorrendo como perigoso incentivo à
prática de atos contrários à ordem pública. É a oportunidade que têm os indivíduos de
realizarem atos que sempre almejaram, mas nunca fizeram.
6.2. Fatores Exógenos:
6.2.1. são aqueles meios externos que influenciam o comportamento do público, como
a bebida alcoólica, drogas, fome, sede etc. A influência dos meios exógenos causa
reações extremas no público, desde a insatisfação, raiva, inconformismo até a euforia,
o contentamento, o prazer etc. Essa “gangorra” de emoções dificulta o trabalho policial,
pois uma pessoa, fora de sua condição mental normal, pode gerar situações de
confronto entre os espectadores, ou ainda problemas de saúde, como desmaios e mal
súbito;
6.2.2. dentre esses fatores, vale destacar a influência do álcool. Um público que possui
acesso livre a bebidas alcoólicas passa a se comportar gradualmente fora das
condições psíquicas normais, gerando um conjunto de pessoas potencialmente
propensas a causar brigas e desordens, mesmo que inicialmente seja um público
meramente eventual.
6.3. Fatores Ambientais:
6.3.1. são aqueles relacionados à infraestrutura física e de prestação de serviço do
local. Ambientes limpos, modernos, controlados, com tratamento adequado às pessoas
e com atividades de entretenimento incentivam o cumprimento das normas vigentes;
6.3.2. por outro lado, a falta de saneamento básico, de alimentação adequada, de
coleta de lixo, a presença de paredes sujas e pichadas, e o atendimento ao público por
profissionais despreparados podem criar um comportamento hostil à ordem, e as
pessoas passam a ter uma forte tendência de agir em desconformidade com as regras
de convívio social ou mesmo com a legislação vigente.
6.4. Fatores Naturais:
6.4.1. são aqueles relacionados aos fenômenos da natureza que geram consequências
físico-corporais nos indivíduos. O sol intenso, as chuvas torrenciais, o frio excessivo, as
trovoadas, fazem com que o público sofra com a ação das intempéries demandando,
por vezes, atendimento médico;
6.4.2. além disso, os Fatores Naturais influenciam no horário de chegada do público, na
sua saída e até mesmo nos locais de aglomeração de pessoas nos setores. Há, por
exemplo, eventos em que maioria das pessoas chegam para assistir ao espetáculo

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faltando apenas minutos para o seu início, em virtude de uma tempestade que assolou
a cidade.

Seção IV -

Do Relacionamento com o Público

1. É essencial que haja bom relacionamento entre a Polícia Militar e o público do


evento, com a finalidade de se elaborar um planejamento mais abrangente, alinhar as
ações, definir papéis e estabelecer uma rede de contatos a ser utilizada, inclusive, no
dia da operação.

2. Dentre os principais componentes do público que a Polícia Militar deve se relacionar,


estão:
2.1. organizador do evento: é o principal responsável por criar condições de
operacionalização das ações voltadas ao acontecimento do evento. Esse
relacionamento permite que o policiamento conheça o contexto do evento, seu
cronograma e, desta forma, realize um planejamento antecipado quanto à segurança,
minimizando, sobremaneira, os riscos relacionados à operação. Cabe lembrar que o
promotor/organizador do evento é responsável, entre outras funções, por:
2.1.1. comunicar aos órgãos públicos o dia e horário da realização do evento;
2.1.2. contratar seguranças privados, orientadores de público, brigadistas e socorristas;
2.1.3. solicitar, formalmente, agentes públicos de segurança;
2.1.4. realizar a venda ou a distribuição de ingressos;
2.1.5. disponibilizar médicos e enfermeiros;
2.1.6. elaborar os Planos de Ação para o Evento;
2.1.7. controlar a ocupação dos espaços dentro do local do evento;
2.1.8. solicitar a emissão de alvarás;
2.1.9. auxiliar no controle do comportamento dos protagonistas.
2.2. órgãos públicos: considerando os impactos que um evento gera no local de
realização, no seu entorno, na cidade e nos acessos, é imprescindível a coparticipação
dos órgãos públicos envolvidos direta ou indiretamente na operação. Nesse contexto
estão: o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Polícia Civil, a Polícia Federal, a
Polícia Rodoviária Federal, as Forças Armadas, as prefeituras municipais, os órgãos de
trânsito, os órgãos de transporte, os órgãos de saúde, entre outros;

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2.3. imprensa: participando ativamente na cobertura dos eventos, a imprensa é uma
excelente ferramenta de divulgação de informações ao público (horários, itinerários,
materiais proibidos, meios de transporte etc.), bem como para a veiculação de notícias
positivas;
2.4. protagonistas: ainda que haja dificuldade em se estabelecer contato direto com
os protagonistas, é de fundamental importância que sua postura não influencie
negativamente o comportamento do público. Diante disso, a organização deve
acautelar-se de que o protagonista esteja orientado no sentido de que atitudes
indevidas podem ser danosas à ordem pública, pois influenciam milhares de
seguidores;
2.5. outros órgãos de interesse: a Polícia Militar deve fazer contato com outros
órgãos que também possuem grande importância à organização do evento, de acordo
com as peculiaridades de cada região, tais como, Federações e Administrador do Local
de Evento.

CAPÍTULO III -

DOS LOCAIS DE EVENTOS

Seção I -

Das Generalidades

1. O conhecimento do local de eventos é imprescindível aos policiais militares, qualquer


que seja a função a desempenhar, pois propicia a familiarização com o ambiente, algo
indispensável para que o policiamento tenha a qualidade esperada.

2. Além disso, o conhecimento das estruturas físicas dos locais de eventos auxilia a
redução do tempo resposta de atuação do policiamento, propicia a adequada
distribuição de recursos humanos e auxilia no planejamento da missão, que resultará
num policiamento eficiente do ponto de vista técnico-operacional.

3. Todo local de espetáculo público deve ser policiado nos mínimos detalhes, devendo
a tropa fazê-lo com objetividade, policiando seus postos prioritários e normais e
mantendo-se atenta e em condições de se reunir com rapidez, a fim de fazer frente a
distúrbios parciais ou generalizados em um só setor ou em vários locais distintos, o que
demanda, portanto, instruções específicas.

4. Durante toda a operação de policiamento em eventos o Cmt Policiamento (Cmt Pol)


- 21 -
deverá gerenciar as informações e exercer sua ação de comando sobre os policiais
militares distribuídos nos setores e postos de serviços estabelecidos.

5. Deverão ser priorizados os pontos sensíveis e de interesse da segurança pública,


com o intuito de preservar a ordem pública.

6. Deverão ser utilizados equipamentos de comunicação que possibilitem o


deslocamento do efetivo em tempo real, auxiliando na dissolução de tumultos e no
atendimento de emergências em toda a área de realização da operação.

7. Nos casos em que o efetivo policial empregado não conheça detalhadamente o local
do evento, é prudente que esses policiais militares sejam deslocados com
antecedência suficiente para fazer o reconhecimento da área de trabalho e familiarizar-
se com as estruturas.

Seção II -

Da Classificação dos Locais Destinados a Eventos

1. Os critérios para classificar um local destinado à realização de um evento não são


rígidos, uma vez que é possível realizar diversas combinações, considerando-se,
inclusive, aspectos diferentes dos expostos a seguir:
1.1. classificação dos locais de evento quanto à atividade principal a que se
destinam:
1.1.1. futebol;
1.1.2. basquete, futebol de salão, voleibol e handebol;
1.1.3. hóquei e beisebol;
1.1.4. shows artísticos, religiosos e culturais;
1.1.5. tênis;
1.1.6. show-ball;
1.1.7. boxe, jiu jitsu;
1.1.8. artes marciais;
1.1.9. demonstrações e ginástica;
1.1.10. corridas de cavalos;
1.1.11. corridas de automóveis e motocicletas;
1.1.12. corrida de bicicletas;
1.1.13. pedestrianismo;
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1.1.14. provas aquáticas;
1.1.15. futebol americano;
1.1.16. rúgbi;
1.1.17. futebol de areia;
1.1.18. rodeios;
1.1.19. exposições agropecuárias;
1.1.20. desfiles de escola de samba (carnaval);
1.1.21. competições especiais e shows diversos.
1.2. classificação dos locais de evento quanto à cobertura:
1.2.1. cobertos (contam com proteção total do público contra intempéries, tais como
raios solares, chuva, sereno etc.);
1.2.2. descobertos (sem proteção, deixando o público exposto às intempéries);
1.2.3. cobertos em parte (relativo à proteção parcial do público contra as intempéries).
1.3. classificação dos locais de evento quanto à estrutura:
1.3.1. de concreto (estrutura de concreto armado, pedra, areia, cimento e metal);
1.3.2. de madeira (estrutura constituída por armação de madeira);
1.3.3. de pedra (estrutura de material mineral sólido);
1.3.4. de alvenaria (estrutura constituída pelo conjunto de elementos utilizados na
construção de paredes, muros ou alicerces, pedras, tijolos, mista etc.);
1.3.5. metálicos (estrutura de metal, aço, alumínio etc.);
1.3.6. de outros materiais.
1.4. classificação dos locais de evento quanto ao acesso ao ambiente específico
do espetáculo:
1.4.1. com ou sem túneis de acesso (o acesso do protagonista aos vestiários, camarins
e afins é feito com ou sem o contato visual com o público);
1.4.2. com ou sem alambrados (barreira física, cerca de fios de arame entre o público e
a área restrita de atuação do protagonista, artista, jogador etc.);
1.4.3. com ou sem fosso (área aberta e rebaixada para servir de defesa, disposta em
volta de partes restritas à atuação do protagonista, artista, jogador etc.);
1.4.4. com ou sem entradas especiais (acessos diferenciados).
1.5. classificação dos locais de evento quanto aos planos de pavimentos:
1.5.1. de 1 (um) único pavimento;
1.5.2. de 2 (dois) pavimentos;

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1.5.3. de 3 (três) ou mais pavimentos.
1.6. classificação dos locais de evento quanto à propriedade:
1.6.1. públicos;
1.6.2. privados.
1.7. classificação dos locais de evento quanto ao acesso do público:
1.7.1. acesso gratuito, com controle por bilhetes;
1.7.2. acesso pago;
1.7.3. acesso misto, com ingressos gratuitos em parte;
1.7.4. acesso gratuito, sem controle por bilhetes.
1.8. classificação dos locais de evento quanto à finalidade de uso:
1.8.1. específicos para o uso a que se destinam;
1.8.2. adaptados para outros tipos de uso;
1.8.3. improvisados (locais onde são implantadas estruturas para receber determinado
espetáculo, tais como praças públicas, quando se instalam palcos e arquibancadas ou,
ainda, área criada para um fim e que será utilizada para outro, sem a devida
adaptação).
1.9. classificação dos locais de evento quanto ao perímetro:
1.9.1. local aberto: é aquele em que o perímetro do evento não é cercado por
estruturas físicas, seja de alvenaria ou não, e que não possuem, como regra, portões
de acesso ao seu interior (exemplo: festividades de virada de ano em ruas e avenidas);
1.9.2. local fechado: é aquele em que o perímetro é cercado por estrutura física, seja
ela de alvenaria, de tapumes metálicos, de madeira e que possuem, como regra,
portões de acesso ao seu interior (exemplo: estádios e ginásios).

2. O somatório das características elencadas acima subsidiará o planejamento


administrativo e operacional do policiamento ostensivo em eventos.

Seção III -

Das Características dos Locais de Eventos

1. Cada local de evento tem características próprias que devem ser previamente
conhecidas e catalogadas junto à OPM responsável pelo policiamento ostensivo.

2. Essas características influenciam o planejamento e o desenvolvimento da operação,


pois servirão de base para a distribuição de efetivo e alocação da logística, além de

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demonstrar pontos sensíveis que requeiram especial atenção.

3. Além de suas características próprias, em ocasiões distintas um mesmo local poderá


sofrer adaptações, como ocorre nos estádios, inicialmente projetados para receber
jogos de futebol, mas que podem ser adaptados para a realização de shows artísticos.

4. Sendo assim, existe uma série de características comuns a todos os locais de


eventos, tais como:
4.1. Posto de Comando (PC);
4.2. área de apresentação do protagonista (palco, campo, quadra, picadeiro, arena,
piscina, pista etc.);
4.3. vestiários e camarins;
4.4. área de acomodação do público (arquibancada, cadeiras, camarotes, pista etc.);
4.5. balizamento nos portões de acesso ao local do evento e nas bilheterias;
4.6. área de concentração e dispersão de público;
4.7. praça de alimentação e lanchonetes;
4.8. posto médico e enfermarias;
4.9. estacionamento de ambulâncias;
4.10. estacionamento de viaturas;
4.11. central de monitoramento;
4.12. centro de controle e comando operacional;
4.13. bilheterias.

Seção IV -

Dos Setores

1. Todos os locais de evento, em variadas ocasiões e para fins de policiamento


ostensivo, devem ser divididos por setores.

2. Os setores serão determinados no planejamento pelo Estado-Maior (EM) da OPM e


terão Cmt específicos.

3. Um setor abrangerá vários postos, reunidos por critérios de proximidade física ou por
missões afins.

4. A classificação dos setores deve ser objetiva e, preferencialmente, respeitar as


nomenclaturas já existentes para o local de evento, o que facilita a comunicação com a

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organização e com o público.

5. A utilização de referências comuns facilita o rápido reconhecimento do setor e


melhora o tempo resposta da ação, razão pela qual se apresentam as seguintes
sugestões:
5.1. pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste): “Setor Leste Superior”, “Setor Sul
Inferior”, “Setor Oeste”;
5.2. letras do alfabeto: “Setor A”, “Setor B Superior”, “Setor C Inferior”;
5.3. números ordinais: “Setor 1”, “Setor 2 Superior”, “Setor 3 Inferior”;
5.4. números cardinais: “1º Setor”, “2º Setor”, “3º Setor”; esse tipo de classificação é
mais usual em locais que apresentam mais de um pavimento;
5.5. cores: “Setor Vermelho”, “Setor Azul Inferior”, “Setor Verde Superior”.

6. É possível a combinação de referências para se nomear um setor: “Setor A


Vermelho”, “4º Setor Sul”, “Setor B Verde”.

Seção V -

Dos Pontos Sensíveis

1. Ponto sensível é o local que requer atenção e/ou proteção especial para impedir que
o público não credenciado, ou tecnicamente incapacitado, possa acessá-lo e praticar
atos, ou omitir-se de suas atribuições, comprometendo a segurança do evento.

2. São exemplos de pontos sensíveis: torres de iluminação, casa de som (house mix),
casa de força, palco, tribunas, geradores de energia, central de monitoramento, cabine
de som e área de divisão de torcidas.

3. Por se tratarem de pontos críticos, devem estar devidamente isolados, sinalizados e,


nos casos que requeiram tal cuidado, guardados por pessoal da segurança para evitar
o acesso de pessoas não autorizadas.

4. É prudente lembrar que os pontos sensíveis são locais propícios aos atos de
sabotagem, os quais podem interferir no bom andamento do evento e trazer sérios
problemas à segurança das pessoas.

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Seção VI -

Da Avaliação de Segurança dos Locais de Eventos

Subseção I -

Dos Laudos Técnicos

1. Laudos Técnicos são licenças expedidas com base em parâmetros previstos nas
legislações vigentes e objetivam atestar as condições de segurança, bem como avaliar
a real capacidade de público do local do evento.

2. O Laudo Técnico deverá ser elaborado por Oficiais da Polícia Militar habilitados
legalmente para este fim.

3. Os Laudos Técnicos são considerados perícia técnica de segurança.

4. Caberá ao organizador do evento, ou ao administrador do local, sanar as


irregularidades apontadas nos Laudos Técnicos, caso existam, ou cumprir as
recomendações exaradas pelo Ministério Público Estadual.

5. Os aspectos relacionados à validade, quesitos e destinação obedecerão a legislação


em vigor.

Subseção II -

Da Vistoria Prévia de Segurança

1. A Vistoria Prévia é uma avaliação do local do evento realizada pela Polícia Militar
para verificar as condições de segurança do ambiente, em seus aspectos físico e
documental.

2. Essa vistoria, se possível, deverá ser realizada antes da Reunião Preparatória, de


forma a viabilizar o conhecimento e o saneamento de possíveis inconformidades
identificadas.

3. A Vistoria Prévia no local do evento deverá ser realizada por Oficial da Polícia Militar
habilitado para tal fim, ser registrada em impresso próprio (padrão PM) e estar em
conformidade com a legislação vigente.

4. A vistoria deverá ser acompanhada por representante da organização do evento, por


engenheiro ou por responsável legal pelo local.

5. Deverá ser emitido parecer sobre as condições de segurança do local.


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6. Se o parecer for desfavorável, as medidas saneadoras indicadas deverão ser
realizadas antes da data do espetáculo ou, quando inviável, deve ser encaminhado
expediente ao Ministério Público, com proposta de interdição do recinto ou de embargo
da realização do evento.

7. O parecer de segurança terá validade para o evento para o qual foi emitido.

8. O Oficial vistoriador deve, obrigatoriamente, verificar e responder todos os quesitos


previstos em relatório específico, além de:
8.1. efetuar levantamento do local do evento, principalmente quanto à identificação de
pontos sensíveis e que possam causar problemas para a realização do policiamento;
8.2. verificar a falta de documentos ou se quaisquer deles estão com prazo de validade
vencido;
8.3. registrar os fatores que ofereçam riscos à segurança e agendar nova vistoria, para
constatar se as irregularidades apontadas foram corrigidas. Caso, nessa nova vistoria,
seja atestada a persistência das falhas, o Oficial vistoriador deverá reprovar o local
para a realização do evento e adotar as demais medidas previstas na legislação.

9. Durante a vistoria, o Oficial responsável deverá certificar-se de que o organizador do


evento ou o administrador do local assegure que:
9.1. as estruturas estejam em perfeito estado de conservação e livres de corrosão ou
deformação que possam representar perigo potencial para o público;
9.2. os portões de entrada e as saídas de emergência estejam desobstruídas e em
adequado funcionamento;
9.3. o sistema de controle de acesso e de monitoração estejam em adequado
funcionamento;
9.4. não haja acúmulo de lixo em áreas vulneráveis ao fogo e em áreas de acesso do
público;
9.5. os receptáculos usados para armazenar lixo sejam seguros e estejam colocados
em locais apropriados;
9.6. os materiais perigosos sejam removidos ou isolados adequadamente;
9.7. as placas indicativas estejam devidamente instaladas;
9.8. as placas temporárias estejam posicionadas em local seguro.

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Seção VII -

Das Pastas de Local de Evento

1. As Pastas de Local de Evento são arquivos físicos ou virtuais que contêm os planos
de ação, os despachos do Cmt da OPM responsável pelo policiamento, o mapa do
local, o documento de Estado-Maior que regula o emprego do efetivo policial-militar na
operação, bem como outros documentos que subsidiem o Cmt Pol, tais como: cópias
de legislação, de diretrizes, das Normas Gerais de Ação, identificação do Distrito
Policial (DP) da área, itinerário principal e secundário dos prontos-socorros e hospitais.

2. As pastas serão organizadas e mantidas atualizadas pela Seção P/3 da OPM e


devem ser colocadas à disposição do Cmt Pol.

3. Essas pastas deverão ser mantidas no PC para eventuais consultas.

CAPÍTULO IV -

DO PLANEJAMENTO DO POLICIAMENTO EM EVENTOS

Seção I -

Do Planejamento Administrativo

Subseção I -

Do Requerimento de Policiamento

1. O Requerimento (ou solicitação) de policiamento deve ser realizado de maneira


formal, sendo protocolado na OPM responsável pelo policiamento, de acordo com o
modelo padronizado na Instituição.

2. A OPM responsável deverá adotar as providências de instrução do processo de


evento, conforme a legislação vigente, atentando para:
2.1. a identificação e qualificação do requerente;
2.2. a documentação necessária, quanto aos alvarás, à regularização de empresas
prestadoras de serviço, às anotações de responsabilidade técnica, quando necessário.
Esses documentos são imprescindíveis para que o Cmt OPM possa conhecer as
condições de segurança do local do evento e decidir pelo envio ou não do
policiamento;
2.3. os procedimentos de cobrança de taxa, quando for o caso;
2.4. a existência e validade dos laudos técnicos, quando for o caso;
- 29 -
2.5. a realização de vistoria prévia de segurança;
2.6. a realização de reunião preparatória;
2.7. a solicitação de Plano de Ação Geral e/ou Especial de Segurança e Contingências.

Subseção II -

Da Reunião Preparatória de Segurança

1. A Reunião Preparatória de Segurança é de responsabilidade da OPM incumbida


pelo policiamento e tem como objetivos subsidiar o planejamento através da coleta de
informações detalhadas sobre o evento, no que tange aos aspectos de segurança e da
ordem pública, definir os papéis dos interessados, alinhar ações e estabelecer uma
rede de contato para resolução de problemas.

2. Para essa reunião, o Cmt da OPM responsável pelo policiamento do evento deverá
convidar formalmente:
2.1. outras OPM, para apoio ou reforço;
2.2. o organizador do evento ou o representante legal;
2.3. o administrador do local onde será realizado o evento;
2.4. representantes de espectadores (fã clubes, torcidas organizadas);
2.5. a imprensa, se for o caso;
2.6. autoridades (membros do Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Guarda
Municipal, Prefeitura, Órgãos de Trânsito etc.);
2.7. patrocinadores ligados ao evento, se for o caso;
2.8. empresas de transporte público (ônibus, metrô e trem);
2.9. terceiros ligados ao evento;
2.10. representantes da sociedade civil, se for o caso (associação de moradores do
bairro, Conselho Comunitário de Segurança etc.).

3. Na reunião preparatória deverão ser discutidos aspectos do planejamento da


segurança do evento, cujo resultado definirá o Plano de Ação, o qual contemplará
minimamente:
3.1. os horários de início e de término do espetáculo;
3.2. os horários de abertura dos portões e de funcionamento de bilheterias;
3.3. a previsão e as características do público;
3.4. os horários de chegada e de saída de protagonistas, diretos e indiretos;

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3.5. as rotinas divulgadas pelo organizador/promotor do evento para o desenvolvimento
da operação do evento;
3.6. especificação de quantos e quais portões serão abertos;
3.7. necessidade de fechamento de vias;
3.8. promoções realizadas pelo organizador do evento ou patrocinadores;
3.9. acesso de torcidas organizadas, quando houver;
3.10. acesso de torcida visitante, bem como quantidade de ingressos disponíveis;
3.11. demandas de transporte público.

4. A reunião preparatória poderá ser filmada e, obrigatoriamente, será lavrada uma ata
para o registro das discussões, das deliberações e das providências a serem adotadas
pelos envolvidos, direta e indiretamente, na organização do evento, com ênfase para
os seguintes aspectos:
4.1. horário de chegada e saída de protagonistas diretos e indiretos;
4.2. horário de funcionamento das bilheterias e o horário de encerramento das vendas
de ingressos;
4.3. as rotinas divulgadas pelo organizador do evento para o desenvolvimento da
operação;
4.4. horário de abertura dos portões de acesso do público ao local do evento;
4.5. especificação de quantos e quais portões serão abertos;
4.6. quantidade estimada de público;
4.7. previsão do horário de término do evento;
4.8. se há necessidade de fechamento de vias;
4.9. promoções pretendidas pelo organizador do evento ou patrocinadores;
4.10. em caso de eventos que envolvam torcidas organizadas, constar os portões de
acesso das referidas torcidas e a quantidade de ingressos disponíveis;
4.11. especificar, caso haja, o portão de entrada da torcida visitante e a quantidade de
ingressos disponíveis;
4.12. elencar as necessidades de cada órgão público ou privado presente na reunião,
bem como as tarefas, as responsabilidades e os compromissos assumidos para a
realização da operação;
4.13. outras necessidades julgadas pertinentes.

5. Todos os presentes deverão assinar a Ata de Reunião e receberão uma cópia


impressa, ou digitalizada, desse documento.
- 31 -
6. Atribuições específicas para as reuniões preparatórias que tratem sobre eventos de
futebol:
6.1. essas reuniões podem ser demandadas do Plano de Ação Geral de Segurança ou
dos Planos de Ação Especial e devem ser realizadas com antecedência à realização
de cada partida;
6.2. o Plano de Ação Especial é o documento que contém o planejamento das ações
de segurança pública excepcionais e específicas para o evento, dele devendo constar,
dentre outras exigências:
6.2.1. o local, data, hora e o público estimado para o evento;
6.2.2. os nomes das equipes, mandante e visitante;
6.2.3. os horários de abertura e de fechamento dos portões;
6.2.4. a descrição da quantidade e a disposição dos agentes de segurança privada e
de orientadores, conforme o evento;
6.2.5. descrição da quantidade e disposição dos agentes de segurança pública,
conforme o evento;
6.2.6. formas de acompanhamento e recepção das torcidas organizadas, visando sua
adequada acomodação no estádio;
6.2.7. os locais de venda de ingressos e a disposição das torcidas no estádio;
6.2.8. a relação de materiais cuja entrada no estádio é proibida;
6.2.9. identificação e análise dos riscos atinentes ao evento.
6.3. um extrato da ata da reunião será encaminhado à entidade responsável pela
realização do evento para divulgação das principais informações de segurança aos
torcedores, ressalvadas aquelas que possam comprometer a segurança do evento;
6.4. caso a participação de representantes de torcidas organizadas seja considerada
pertinente para o planejamento da operação, o Cmt da OPM responsável providenciará
o convite formal, com a antecedência necessária;
6.5. a presença de torcidas organizadas exige a identificação dos responsáveis, dos
locais e dos horários de reunião para deslocamento ao local da partida, do tipo de
transporte utilizado, da quantidade estimada de integrantes que se farão presentes, da
existência ou não de animosidade entre as torcidas participantes do evento, dos
trajetos pretendidos, dentre outras informações de relevância ao planejamento da
operação;
6.6. em caso de relevância estratégica, podem ser realizadas reuniões com cada

- 32 -
torcida, separadamente, a fim de se obter informações que viabilizem o planejamento
das escoltas e da chegada ao estádio;
6.7. a ausência de representantes das torcidas organizadas convidadas poderá ensejar
em proibições previstas na legislação em vigor ou decorrentes de determinações das
autoridades públicas e da entidade organizadora da competição.

Subseção III-

Da Reunião de Estado-Maior

1. A reunião do EM da OPM responsável pelo policiamento será presidida pelo


Coordenador Operacional (Coord Op) da Unidade, devendo ser sucinta e limitar-se aos
assuntos relacionados à operação para a qual foi convocada.

2. Após a abertura dos trabalhos, a palavra seguirá a seguinte ordem: Seção de


Operações (P/3), Seção de Informações (P/2), Seção de Pessoal (P/1), Cmt de
Companhia (Cmt Cia), Cmt do Policiamento, Seção de Logística (P/4), Seção de
Assuntos Civis (P/5) e demais oficiais ou praças que forem convocados.

Subseção IV -

Das Atribuições Específicas

1. Ao Cmt da Unidade responsável pelo policiamento compete:


1.1. manter-se a par de todas as operações em que a OPM, ou fração, estiver
empenhada;
1.2. decidir acerca da operação, com base no assessoramento do Coord Op da OPM,
das Seções do EM e demais oficiais e praças;
1.3. decidir sobre os apoios e reforços a serem empregados na operação;
1.4. conhecer e assinar a documentação de trâmite externo à Unidade, além das
previstas no processo de planejamento da operação.

2. Ao Coord Op da OPM responsável pelo policiamento compete:


2.1. conduzir os trabalhos do EM, referentes ao planejamento da operação;
2.2. atualizar o Cmt OPM sobre os trabalhos realizados, mediante a apresentação de
estudos para decisão final;
2.3. reunir-se com o EM, e demais oficiais e praças da OPM, sempre que necessário,
para discussões sobre operações já realizadas (Estudo de Caso), visando o
- 33 -
aperfeiçoamento de futuras operações.

3. À Seção P/1 (com tropa empenhada em nível de Batalhão PM) ou ao Cmt Cia (com
tropa empregada em âmbito de Cia Op), compete:
3.1. elaborar a escala nominal do pessoal que concorre ao policiamento no evento,
utilizando, sempre que possível, recursos mnemônicos que indiquem as missões do
pessoal escalado, como: (L) motorista de viatura (vtr) leve, (P) motorista de vtr pesada,
(II) intérprete inglês, (IF) intérprete francês etc.;
3.2. manter registro atualizado da participação de cada policial militar em operações de
policiamento em eventos;
3.3. estar em condições de providenciar substituições e reforços de efetivos em tempo
hábil.

4. À Seção P/2 compete:


4.1. subsidiar o Coord Op com as informações e informes sobre o evento, o local de
realização, a empresa que promoverá o evento ou equivalente, no que tange aos
assuntos pertinentes ao interesse do policiamento;
4.2. acompanhar na imprensa a publicação de matérias de interesse para a operação,
mantendo arquivo desse material para consultas futuras;
4.3. manter arquivos fotográficos, geoprocessados, dos locais de evento, das áreas do
entorno e de seu interior, contemplando os detalhes de interesse do policiamento
(alarmes, iluminação de emergência, para-raios, enfermarias, geradores de emergência
etc.);
4.4. empenhar seus recursos no levantamento de dados, referentes ao evento, quanto:
4.4.1. à possível atuação de terceiros que tenham a intenção de atrapalhar o bom
andamento do evento;
4.4.2. aos pontos sensíveis indispensáveis à continuidade do espetáculo;
4.4.3. às possibilidades de atuação de grupos extremistas, seus métodos e suas linhas
de ação mais prováveis;
4.4.4. à possibilidade de entrada e de utilização de explosivos, fogos de artifícios,
bebida alcoólica não autorizada, armas, materiais diversos, proibidos por lei, e outros
considerados inconvenientes;
4.4.5. às atividades ilícitas passíveis de ocorrer no interior do local do evento ou nas
suas imediações;
4.4.6. às atividades ilícitas ou atitudes suspeitas de policiais militares, com referência
- 34 -
ao evento ou a ele relacionados;
4.4.7. à orientação dos esquemas de segurança, ostensivos ou reservados,
isoladamente ou em conjunto com outros órgãos de segurança;
4.4.8. ao monitoramento das redes sociais ou sítios da rede mundial de computadores
à procura de assuntos relacionados ao confronto de torcidas ou eventuais ameaças à
ordem pública, provocadas por grupos de torcedores, formal ou informalmente,
organizados;
4.4.9. à manutenção de registros atualizados de torcedores proibidos ou impedidos de
comparecer aos eventos desportivos;
4.4.10. ao estabelecimento dos itinerários de deslocamentos das torcidas, das
respectivas sedes ou locais de concentração até os locais de eventos.

5. À Seção P/3 compete:


5.1. elaborar a documentação referente ao evento e dar continuidade à documentação
operacional dele resultante;
5.2. receber o protocolo da solicitação de policiamento do evento;
5.3. levar as demandas ao conhecimento do Cmt OPM;
5.4. assessorar o Cmt OPM na definição da data da reunião preparatória do evento;
5.5. preparar e enviar os convites aos participantes da reunião preparatória do evento;
5.6. manter contato com outras OPM e órgãos vinculados à operação;
5.7. adotar as providências necessárias à instrução específica de cada operação que
será realizada;
5.8. organizar a pasta de local de evento, reunindo todos os expedientes pertinentes à
operação;
5.9. apresentar a pasta de local de evento, e os demais documentos relacionados, na
reunião do EM;
5.10. instruir o processo de evento e juntar todos os expedientes pertinentes;
5.11. participar da reunião de EM, discutindo acerca da quantificação de efetivo policial-
militar a ser empregado;
5.12. confeccionar a ata da reunião do EM;
5.13. providenciar documento de Estado-Maior pertinente ao tipo de operação;
5.14. providenciar a realização de Vistoria Prévia no local do evento;
5.15. solicitar e receber as escalas do efetivo de outras OPM, empregado em apoio ou
em reforço;

- 35 -
5.16. realizar os procedimentos de cobrança de taxa, quando for o caso, conforme a
legislação vigente;
5.17. providenciar modelos dos relatórios operacionais que serão preenchidos pelo Cmt
Pol;
5.18. receber e processar as informações constantes nos relatórios operacionais para
fins de elaboração de estatísticas, avaliação dos problemas, elaboração de
representações aos órgãos públicos competentes para conhecerem as irregularidades
havidas na operação, dentre outras providências;
5.19. encerrar o processo com a juntada do relatório de serviço do Cmt Pol do evento
e/ou despachos do Cmt OPM;
5.20. arquivar o processo de evento, atentando para o prazo legal previsto antes de
propor sua destruição;
5.21. providenciar os contatos (canal técnico) com outras OPM e órgãos vinculados à
operação de policiamento em espetáculo/evento público;
5.22. em conjunto com a Seção P/2, manter atualizado banco de dados acerca de
espectadores, protagonistas, locais de evento, histórico de eventos, realizando, quando
necessário, contato com outras OPM, polícias de outros Estados e até mesmo
internacionais;
5.23. manter-se atualizada da legislação referente a esta modalidade de policiamento;
5.24. solicitar ao organizador do evento o plano de abandono de área, o mapa do local
de concentração de vítimas e postos de socorro emergencial;
5.25. apresentar avaliação dos problemas diagnosticados em eventos anteriores e as
soluções contingenciais aceitáveis.

6. À Seção P/4 compete:


6.1. providenciar, com a antecedência devida, os meios necessários à realização da
operação, como:
6.1.1. alimentação, quando for o caso;
6.1.2. transporte para o efetivo policial-militar empenhado na missão;
6.1.3. comunicações;
6.1.4. armamento, conforme previsto no planejamento;
6.1.5. equipamentos de proteção coletiva;
6.1.6. equipamentos de proteção individual;
6.1.7. equipamentos de controle de multidões, tais como granadas e artefatos próprios

- 36 -
de lançamento;
6.1.8. outros materiais necessários ao bom desenvolvimento da operação, tais como
binóculos, detectores de metais, câmeras fotográficas digitais e filmadoras digitais.
6.2. estar em condições de providenciar e fornecer meios supletivos à tropa
empenhada, em razão de possível evolução dos acontecimentos;
6.3. realizar testes para verificação do funcionamento dos rádios comunicadores no
local de evento, bem como a necessidade de instalação de estações repetidoras para
garantir uma comunicação adequada.

7. À Seção P/5 compete:


7.1. contatar os órgãos de imprensa para divulgação de informações de interesse do
público e importantes para a segurança do evento, tais como: horários, locais de venda
de ingressos, materiais cuja entrada no local do evento é proibida, itinerários, meios de
transporte;
7.2. no dia do evento, realizar contatos com a imprensa para informar dados relativos
ao evento, como: efetivo empregado, ocorrências, informações sobre procedimentos de
segurança do público, melhores itinerários de acesso etc.;
7.3. manter uma equipe policial-militar de filmagem à disposição do Cmt do Pol;
7.4. em caso de instalação de crise, providenciar as estruturas de apoio, conforme
normas vigentes na instituição, sobretudo no que se refere ao trabalho junto à mídia e à
função de porta-voz;
7.5. estabelecer as medidas para adoção dos procedimentos institucionais para gestão
de crise de imagem, sempre que necessário.

8. Ao Cmt Cia compete:


8.1. conhecer o contexto da operação e identificar suas demandas;
8.2. planejar a alocação de efetivo, conforme as necessidades da operação;
8.3. solicitar apoio, sempre que necessário;
8.4. acompanhar o desenvolvimento da operação, monitorando e analisando os
impactos na sua área de atribuição.

9. Ao Cmt Pol compete:


9.1. participar da reunião preparatória e da reunião de EM;
9.2. conhecer o local de evento, previamente, a fim de distribuir corretamente o efetivo;
9.3. realizar a vistoria prévia, sempre que possível, para se familiarizar com o local,
conhecendo suas deficiências;
- 37 -
9.4. confeccionar escala de evento, com a devida antecedência, considerando os
seguintes tópicos na sua elaboração:
9.4.1. o Plano de Ação do Evento, Nota de Serviço, dentre outros;
9.4.2. as características do local do evento;
9.4.3. as peculiaridades da tropa;
9.4.4. critérios para distribuição de efetivo;
9.4.5. postos que devem ser policiados (internos e externos);
9.4.6. pontos sensíveis;
9.4.7. tipo de missão e tempo de duração.
9.5. realizar a revista da tropa empregada no evento;
9.6. realizar a preleção da tropa, considerando os tópicos a seguir:
9.6.1. instruções sobre o tipo de policiamento;
9.6.2. informações sobre as circunstâncias específicas do evento;
9.6.3. exposição das características do local;
9.6.4. demonstração dos postos em croquis, mapas e fotografias;
9.6.5. apresentação das estruturas de emergência do local, principalmente as rotas de
fuga;
9.6.6. instruções sobre procedimentos operacionais;
9.6.7. transmissão de ordens gerais e específicas.
9.7. comandar a operação, atentando para os aspectos do planejamento, e fiscalizar o
fiel cumprimento dos procedimentos operacionais existentes;
9.8. realizar as adequações necessárias para o bom desenvolvimento da operação;
9.9. preencher adequadamente o relatório operacional e outros documentos
necessários;
9.10. fiscalizar a correta distribuição, recolha e controle dos materiais empregados na
operação;
9.11. manter o escalão superior informado das novidades havidas na operação.

- 38 -
Seção II -

Do Planejamento Operacional

Subseção I -

Das Generalidades

1. O planejamento operacional do policiamento em local de eventos é a etapa em que


se identificam as demandas, as estratégias e os recursos humanos e materiais a serem
empregados.

2. O planejamento operacional tem por objetivo prever e organizar o trabalho a ser


realizado, tendo por base o contexto operacional estabelecido.

3. Todas as fases da operação devem ser previstas, de modo que o escalão


executante não seja responsável por adotar providências administrativas, ficando,
portanto, com a sua atenção voltada, principalmente, à atividade operacional.

Subseção II -

Da Gestão de Riscos

1. Doutrinariamente, risco é o efeito da incerteza1, um evento ou condição incerta que,


se ocorrer, trará efeitos ou impactos nos objetivos.

2. A causa do risco pode ser interna ou externa à organização.

3. O risco pode ser estimado através da probabilidade de ocorrência e do impacto nos


objetivos.

4. Gestão de Risco é o conjunto de medidas voltadas à identificação, análise, avaliação


e tratamento do risco, visando subsidiar a tomada de decisão, melhorando sua
qualidade, na medida em que o processo é seguido e aplicado adequadamente.

1
ISO 31000:2009.
- 39 -
Figura 1: Gestão de Riscos, conforme a Norma ISO 31000:2009.

5. Para o planejamento do policiamento em eventos é necessária a limitação do


espectro de riscos, devendo ser considerados aqueles que afetam a vida, a integridade
física, o patrimônio, o meio ambiente, a imagem institucional e a continuidade do
evento.

6. Conjunto de Processo para a Gestão de Riscos2:


6.1. Comunicação e Consulta: é o inter-relacionamento entre as partes interessadas,
tanto internas quanto externas à organização;
6.2. Estabelecimento de Contexto: caracteriza-se pela verificação do ambiente, do
momento e das partes envolvidas, pela avaliação do alinhamento da gestão de riscos
com os objetivos estratégicos institucionais e pela análise de como as variáveis
externas não controláveis afetam os objetivos estratégicos e de como a política de
gerenciamento de riscos define as estruturas, os critérios e as metodologias. Exemplo:
onde ocorrerá o evento? Qual o horário? Quem são os envolvidos? Há interessados?
Há circunstâncias específicas a serem consideradas?

2
Tendo como referência a Norma ISO 31000:2009.
- 40 -
6.3. Processo de Avaliação de Riscos:
6.3.1. Identificação de Riscos: é o levantamento de fatos (problemas) que podem
impactar no alcance dos objetivos organizacionais, durante uma operação de
policiamento em eventos. Visita prévia ao local, entrevistas com pessoas (funcionários,
vizinhos do local, organizadores de eventos, autoridades), estudo de eventos anteriores
(através dos relatórios produzidos), discussões com a equipe (brain storm) e
refinamento da listagem pré-existente são exemplos de técnicas que possibilitam a
identificação de riscos;
6.3.2. a Identificação de Riscos traz importantes vantagens ao planejamento da
operação, tais como: a catalogação dos problemas, a observação da realidade do
evento, a visualização dos riscos, de maneira sistêmica, o suporte para uma análise
mais adequada das possibilidades de problema, visualização dos impactos negativos e
realização de planejamento mais acurado.
6.4. Categorização dos Riscos:
6.4.1. Riscos Internos: são aqueles afetos à Polícia Militar, podendo ser entendidos a
partir da tabela exemplificativa a seguir3:

Subcategoria Descrição
Pessoas Relativos aos policiais militares empregados na operação.

Relacionados aos riscos que afetam o desempenho das


Saúde pessoas que são atingidas de alguma forma em sua
saúde.

Ligados aos riscos que interferem no apoio de materiais


Finanças e Logística
para a operação.

Tecnologia da Situações que geram prejuízos ao desenvolvimento da


Informação e operação por atacarem sistemas tecnológicos e a
Comunicações comunicação.

Relacionados ao conhecimento sobre a função a


desempenhar. Atuar na atividade de policiamento em
Competências
eventos requer entendimento sobre como lidar com
público, como resolver problemas eclodidos no meio da

3
Cf.: Reynaldo Simões Rossi, “O gerenciamento de riscos como instrumento de melhoria do processo
decisório”, monografia CSP/PMESP-2011.

- 41 -
multidão, quais são as legislações afetas etc.

Voltados diretamente para o desenvolvimento da


operação propriamente dita. É a execução do
Operacional
planejamento em todos os seus aspectos e conforme os
protocolos existentes.

Riscos inerentes ao trabalho de relações públicas em que


Comunicação Social ações mal realizadas podem expor negativamente a
imagem institucional.

Exposição a que os policiais militares estarão submetidos


Legal haja vista a peculiaridade do serviço e das dificuldades
naturais decorrentes da própria atividade.

6.4.2. Riscos Externos: são aqueles relacionados a outras organizações e, embora,


não afetos diretamente à instituição, podem impactar na operação da Polícia Militar.

Subcategoria Descrição
Ambiente e Intimamente ligados ao local de realização do espetáculo
infraestrutura do evento e suas características físicas.

Características do O tipo de evento a ser realizado.


evento

Relacionados ao perfil das pessoas que se farão


Público e motivações presentes e a existência de motivações capazes de gerar
um estado de atenção.

Gerenciamento de Ligados à mobilidade, inclusive nas situações


tráfego emergenciais.

Quantidade e qualidade. Se serão aptos a atenderem as


Transportes públicos
demandas do evento.

Promotores e Desde a experiência, os interesses buscados e


organizadores do disponibilidades de recursos humanos e materiais
evento necessários.

Quem são, momento de sua presença, preocupações com


Protagonistas,
acesso e permanência, possibilidade de atrasos,
autoridades e VIPs
históricos de problemas.

Organizações Outros órgãos, competências e tarefas a serem

- 42 -
envolvidas desempenhadas, condições de alocação de recursos
humanos e materiais necessários.

Desde toda a documentação exigida até as demais


Legal ou regulamentar
peculiaridades dispostas em regulamentos diversos.

Trabalhistas Possibilidades de paralisação de profissionais.

Mídia Atenção e cobertura dada ao evento.

Serviços de saúde e Estrutura adequada para as demandas normais e


social emergenciais advindas do evento.

Terrorismo convencional Possibilidade de ações que impactam de maneira


ou criminal importante a realização do evento.

Fatores naturais e Fenômenos como chuva, calor, terremoto, maremoto que,


meteorológicos se efetivados, exigem posturas reativas.

6.5. Análise de Riscos: consiste no detalhamento e na verificação da possibilidade de


sua ocorrência. Nesta fase, os riscos devem ser classificados conforme o grau de
criticidade em: muito baixo, baixo, médio, alto e muito alto;
6.5.1. a análise da probabilidade da ocorrência dos riscos é feita com base em dois
critérios: a existência de histórico e a experiência adquirida;
6.5.2. para tanto, é imprescindível a existência de um banco de dados com informações
acerca de situações anteriores que permitam um mapeamento e, a partir disto, o
planejamento será constituído;
6.5.3. em não existindo esse histórico, a classificação será realizada com base na
experiência vivenciada em eventos anteriores, havendo, nesse caso, necessidade de
apoio de pessoas que participaram de outras operações;
6.5.4. a partir da avaliação da Probabilidade e do Impacto provocados pela ocorrência
de riscos, é possível estabelecer uma matriz que assegure mais condições de acerto
do que um mero exercício mental sobre o que pode vir a dar errado na realização da
segurança em um evento;
6.5.5. as diretrizes, padrões e métricas adotadas pela PMESP, para a análise de risco
nas operações de policiamento em eventos, são: vida, integridade física, patrimônio,
meio ambiente, imagem e continuidade do evento;

- 43 -
6.5.6. a sistemática a ser utilizada para a análise dos riscos é a seguinte:
6.5.6.1. referenciais para a Probabilidade:

Valor Numérico Classificação


0,1 Muito Baixo (MB)
0,3 Baixo (B)
0,5 Médio (M)
0,7 Alto (A)
0,9 Muito Alto (MA)

6.5.6.2. referenciais para o Impacto:

Valor Numérico Classificação


0,1 Muito Baixo (MB)
0,3 Baixo (B)
0,5 Médio (M)
0,7 Alto (A)
0,9 Muito Alto (MA)

6.5.6.3. referenciais para o resultado Probabilidade X Impacto:

Valores Grau de Risco

Menor que 0,15 Muito baixo

Maior ou igual a 0,15 e menor que 0,25 Baixo

Maior ou igual a 0,25 e menor que 0,45 Médio

Maior ou igual a 0,45 e menor que 0,63 Alto

Maior ou igual a 0,63 Muito Alto

- 44 -
6.5.6.4. indicativos para decisões acerca da postura, diante dos riscos analisados:

0,1 (MB) 0,3 (B) 0,5 (M) 0,7 (A) 0,9 (MA)

0,9 (MA) 0,09 0,27 0,45 0,63 0,81

0,7 (A) 0,07 0,21 0,35 0,49 0,63

0,5 (M) 0,05 0,15 0,25 0,35 0,45

0.3 (B) 0,03 0,09 0,15 0,21 0,27

0,1 (MB) 0,01 0,03 0,05 0,07 0,09

Probabilidade Impacto

Nota: A região destacada na tabela pode ser utilizada como um indicativo de quais
riscos devem ser considerados no planejamento. Assim, aqueles abaixo de 0,1 podem
ser aceitos e monitorados, sem que haja esforço no sentido de tratá-los. Da mesma
forma, pode ser decidido pelo não tratamento dos riscos com classificação final Muito
Baixa e Baixa. Portanto, é uma questão de política institucional;
6.5.6.5. matriz simplificada para análise de riscos:

Análise
Identificação Produto PXI Classificação
Probabilidade Impacto

6.6. Avaliação de Riscos: é a fase de cotejo entre os riscos identificados e analisados,


para a tomada de decisão acerca de prioridades nas respostas;
6.7. Tratamento de Riscos: relativo às respostas a serem apresentadas aos riscos
identificados e analisados, podendo ser estruturado por meio de planos para a
prevenção ou o contingenciamento. Visa atender ao objetivo, conforme a decisão
acerca do que fazer com o risco, o qual poderá ser eliminado ou mitigado, aceito,
transferido, explorado (para riscos positivos ou oportunidades) ou rejeitado;
6.7.1. nos eventos em que o grau de risco for igual ou superior a MÉDIO é
recomendável a adoção de medidas complementares de segurança, tais como:
6.7.1.1. definição de horário limite para a venda de ingressos;
6.7.1.2. definição de colocação de estruturas físicas de isolamento (gradis e tapumes) e

- 45 -
bolsões de segurança;
6.7.1.3. estabelecimento de novos perímetros de segurança;
6.7.1.4. realização de controle de acesso ao perímetro de segurança, estabelecido na
fase de planejamento;
6.7.1.5. restrição à circulação de veículos em vias adjacentes ao local de evento.
6.7.2. Planos Preventivos:
6.7.2.1. consistem em um conjunto de medidas voltadas para a eliminação ou redução
de problemas que tenham sido identificados previamente. Tem o condão de abarcar o
máximo de possibilidades de riscos e fazer com que elas não se efetivem
concretamente. Neles devem estar definidos: O que fazer? Quem? Quando? Por quê?
Onde? Como?
6.7.2.2. são de diversas naturezas e devem ser estruturados antecipadamente, com
base nas informações e nas experiências vivenciadas anteriormente. Assim, eles
podem ter como objeto as estruturas físicas, os recursos humanos, os equipamentos
tecnológicos e os convencionais, bem como as operações;
6.7.2.3. como exemplo, tem-se a Vistoria Prévia de Segurança ao local de evento, a
qual fornecerá informações que auxiliarão na adoção de posturas preventivas, voltadas
à antecipação de problemas.
6.7.3. Planos de Contingência:
6.7.3.1. consiste no conjunto de procedimentos a serem adotados quando da eclosão
do evento crítico e visa disciplinar a atuação dos profissionais envolvidos, facilitando o
gerenciamento da crise;
6.7.3.2. é imprescindível que esses procedimentos já estejam estabelecidos e que os
policiais militares (e outras pessoas) envolvidos tenham conhecimento de seu
conteúdo;
6.7.3.3. para maximizar os resultados visados pelos Planos de Contingência, é
importante levar ao público algumas informações de como proceder diante de
determinados tipos de situação, seja por meio de telões, com a indicação de saídas de
emergência, e/ou do sistema de som;
6.7.3.4. a realização de exercícios simulados, para o treinamento dos policiais militares,
dos profissionais da organização e dos espectadores, garante melhores resultados,
uma vez que condicionam a adoção de comportamentos adequados diante de uma
situação crítica;

- 46 -
6.7.3.5. considerando que qualquer incidente pode ocorrer em um local de evento,
como incêndios, falta de energia, ameaças de bomba, atrasos no início do jogo ou
tumultos na multidão, é necessário que existam planos de contingência preparados
com ações específicas a serem executadas nessas situações;
6.7.3.6. esses planos de contingência devem mostrar, em detalhes, as medidas a
serem tomadas em circunstâncias específicas;
6.7.3.7. todos os profissionais envolvidos na organização devem ter conhecimento
desse plano, o que contribui sobremaneira para a qualidade da resposta, em caso de
crises;
6.7.3.8. os planos variam de acordo com o tipo de local de evento, porém, em geral, as
seguintes situações exigem planos de contingência:
6.7.3.8.1. incêndio;
6.7.3.8.2. ameaças de bomba;
6.7.3.8.3. colapsos estruturais (queda de energia; vazamento de gás ou incidente
químico);
6.7.3.8.4. falha nos equipamentos de segurança (mecanismo de controle de público,
monitoramento, sistema de som, telões, sistema de rádio, sistema interno de telefonia,
sistema de TI);
6.7.3.8.5. controle da multidão;
6.7.3.8.6. desocupação emergencial;
6.7.3.8.7. casos de cancelamento do evento.
6.7.4. Planos de Emergência:
6.7.4.1. o Plano de Emergência é elaborado pelos serviços de emergência para lidar
com grandes incidentes, como explosões de grande escala, vazamentos tóxicos ou
grandes incêndios;
6.7.4.2. o plano de emergência deve ser compatível com o plano de contingência;
6.7.4.3. é essencial realizar reuniões de alinhamento envolvendo o organizador do
evento, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros (CB) e as autoridades médicas, a fim
de produzir um plano de emergência eficiente.
6.7.5. Plano de Abandono de Área:
6.7.5.1. conjunto de procedimentos para retirada de pessoas de um setor específico ou
de todo o local onde se realiza o evento, seja em razão de uma decisão preventiva ou
em decorrência de uma crise;

- 47 -
6.7.5.2. para a desocupação do local devem estar previstas as rotas convencionais e
as emergenciais para a saída das pessoas, as áreas de dispersão (internas e externas)
e as áreas de concentração de vítimas (triagem);
6.7.5.3. para que o Plano de Abandono de Área funcione de forma eficiente é
necessário que se faça uma vistoria no local, para identificar eventual alteração
estrutural que possa atrapalhar a saída das pessoas ou a acomodação nas áreas
previamente destinadas para esse fim. É comum a existência de veículos (inclusive de
órgãos públicos e da imprensa) na frente dos portões de saída, obstruindo a rota; da
mesma forma, a presença de materiais nos corredores de acesso às saídas;
6.7.5.4. outra situação que compromete o Plano de Abandono de Área é a
concomitância de entrada de pessoas com a saída de outras, o que deve ser evitado
por meio de portões independentes, sendo uns utilizados para o acesso ao interior e
outros destinados a saída em situação emergencial;
6.7.5.5. quando da utilização de estruturas de apoio, tais como grades para o
balizamento, é fundamental lembrar da possibilidade da saída urgente daqueles que já
se encontram no interior do local e que a presença dessas estruturas seria mais um
item a atrapalhar o fluxo para o lado externo. Para minimizar essa possibilidade, devem
existir rotas independentes ou a definição de procedimentos capazes de facilitar a
desmontagem das grades.
6.7.6. Plano de Atuação dos Órgãos:
6.7.6.1. cada órgão tem sua função definida na organização e operação do evento.
Para uma lidar com uma situação de emergência, em um primeiro momento, todos
devem envidar esforços para a orientação e o salvamento das pessoas;
6.7.6.2. estabilizada a crise, cada órgão deve voltar à sua atuação, conforme previsto
no planejamento, e somente devem se fazer presente no teatro de operações aqueles
que forem acionados e que serão úteis para a resolução do problema;
6.7.6.3. em regra, caberá aos órgãos envolvidos:
6.7.6.3.1. Polícia Militar: atuar na segurança e no apoio aos demais órgãos;
6.7.6.3.2. CB: atuar no trabalho de resgate, no atendimento às vítimas e em outras
atividades específicas;
6.7.6.3.3. equipes de segurança privada: cuidar das instalações, controlar os acessos e
seguir as orientações da polícia;
6.7.6.3.4. órgão de trânsito: proceder à organização do trânsito, visando minimizar os

- 48 -
impactos na região, providenciar corredores de acesso dos veículos de socorro e isolar
ruas, a fim de que sejam utilizadas como áreas avançadas para o gerenciamento da
crise;
6.7.6.3.5. brigada de incêndio: atuar em conjunto com o CB e seguir as orientações por
este transmitidas;
6.7.6.3.6. equipes de orientação: informar o público sobre as saídas, áreas de
atendimento, pontos de encontro etc.
6.8. Monitoramento e Análise Crítica:
6.8.1. identificadas, analisadas e tomadas as providências para o tratamento dos
riscos, é importante que se realize o seu monitoramento, ou seja, o acompanhamento
daquilo que foi levantado e planificado, para que haja condições de verificar se,
quando, como, e em que proporção o risco se efetivará;
6.8.2. esse acompanhamento poderá ocorrer por meio do trabalho da Seção de
Inteligência, da verificação das condições climáticas, do interesse pela procura de
ingressos, do fluxo de pessoas ao local, das vistorias ao local, de notícias junto à mídia,
dentre outras formas;
6.8.3. o Monitoramento possibilita a atualização constante das informações, para
subsidiar da melhor forma o planejamento das operações. Assim, as alterações, ou
novidades verificadas, devem ser registradas e levadas ao conhecimento dos
responsáveis, para os estudos e deliberações necessárias.

Subseção III -

Da Quantificação de Efetivo

1. Considerando-se a dificuldade em se estabelecer objetivamente a quantidade de


efetivo policial-militar a ser empregado nas operações de policiamento em eventos, em
razão do número de pessoas presentes no espetáculo, deverão ser consideradas as
seguintes variáveis:
1.1. quantidade de público previsto;
1.2. características do local (arquitetura, dispositivos tecnológicos de segurança);
1.3. tipo de evento;
1.4. características predominantes do público (radical, pacífico, com histórico de prática
de violência, organizado);
1.5. interesse da mídia;
- 49 -
1.6. histórico de incidentes ou de aspectos positivos;
1.7. circunstâncias específicas (final de campeonato; rebaixamento ou ascensão de
equipes; último show de determinada banda; encerramento de turnês);
1.8. condições climáticas e atmosféricas;
1.9. missões a serem desempenhadas (se haverá escolta; somente policiamento
interno; isolamentos);
1.10. interesse de terceiros;
1.11. tempo de emprego do efetivo;
1.12. outras julgadas pertinentes.

2. No planejamento da operação deverá ser considerada a necessidade de previsão de


efetivo reserva, para fazer frente às contingências surgidas e que seja capaz de:
2.1. reforçar os postos e funções;
2.2. ser empregado no controle de multidão;
2.3. ser empregado em operações especiais.

3. A determinação do efetivo é feita a partir da planificação da operação, considerando


as demandas normais e específicas, com base nos critérios estabelecidos no item 1
desta Subseção. Tal providência contribuirá para a conclusão acerca do número de
policiais militares que deverão ser empregados.

CAPÍTULO V -

DA GESTÃO DE MULTIDÕES

Seção I -

Dos Conceitos

1. Aglomeração: é o agrupamento temporário e aleatório de pessoas. Os membros de


uma aglomeração pensam e agem como elementos isolados e não organizados. A
aglomeração poderá resultar da reunião acidental e transitória de pessoas, tal como
acontece na área comercial da grande cidade, em seu horário de trabalho, ou nas
estações ferroviárias, em determinados momentos.

2. Multidão: é o agrupamento de pessoas psicologicamente unificadas por um


interesse comum. A formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do
pronome "nós" entre os seus membros. Assim, quando um membro de uma
aglomeração afirma: "nós estamos aqui por cultura", "nós estamos aqui para prestar
- 50 -
solidariedade" ou "nós estamos aqui para protestar", constitui-se a multidão. Vale
salientar que uma multidão pode surgir a partir de uma aglomeração.

3. Gestão de Multidões: conjunto de processos destinados à administração e controle


de multidões.

4. Administração de Multidões: consiste nas ações voltadas ao recebimento e análise


de informações, bem como em deliberações acerca das medidas preventivas voltadas
à atuação em multidões, subdividindo-se em:
4.1. Planejamento: conjunto de processos e procedimentos prévios destinados à
organização de ações estratégicas, táticas e operacionais, voltadas à prevenção da
quebra da ordem e à definição das ações a serem empregadas para a restauração da
ordem pública;
4.2. Execução Operacional: conjunto de procedimentos adotados no teatro de
operações, destinados à prevenção da quebra da ordem através da ação de presença
policial, acompanhamento e contenção.

5. Controle de Multidões4: é o conjunto de procedimentos destinados à restauração


da ordem pública, quebrada pela ação da turba, que se divide em:
5.1. Intervenção indireta: realizada através de ações de acompanhamento ou
contenção;
5.2. Intervenção direta: realizada através de táticas de repelir ou de dispersar.

Seção II-

Da Administração de Multidões

1. Aspectos principiológicos:
1.1. as autoridades públicas, os órgãos envolvidos e o organizador/promotor do evento
devem se manter integrados e cooperarem para garantir a segurança e o conforto dos
espectadores;
1.2. a segurança em locais de eventos não deve ser vista como um conjunto de regras
e condições impostas, mas sim como padrões estabelecidos, voltados à proteção da
integridade física dos espectadores, protagonistas e das pessoas envolvidas na
organização;
1.3. a Polícia Militar, na administração das multidões, deve assegurar que a política de

4
Vide a Seção III do Capítulo V.
- 51 -
segurança seja efetivamente observada e implementada com eficiência.

Subseção I -

Do Planejamento

1. Aspectos legais:
1.1. exigências de documentos que certificam a segurança do local:
1.1.1. legislação de segurança nas instalações e nas estruturas dos locais de eventos;
1.1.2. legislação de segurança em incêndios;
1.1.3. legislação relacionada às pessoas com deficiência;
1.1.4. outras legislações específicas que podem ser relevantes na segurança do evento
(Instruções Técnicas do CB e demais Manuais e Instruções da Polícia Militar).
1.2. atuação com observância à legislação vigente, não sendo complacente diante de
situações que, embora pareçam de menor importância, se não tratadas
adequadamente podem gerar riscos à operação.

2. Equipes de socorro e de segurança privada:


2.1. identificação das equipes de socorro e segurança privada responsáveis pelas
tarefas de segurança e prestação dos primeiros socorros;
2.2. conhecimento do Plano de Ação, da quantidade de profissionais capacitados e dos
postos de serviço.

3. Providências administrativas e operacionais:


3.1. administrativas:
3.1.1. receber e processar os requerimentos de policiamento, respeitando todas as
implicações legais;
3.1.2. verificar as demandas de logística e pessoal;
3.1.3. realizar reuniões com os órgãos envolvidos no evento, a fim de elaborar plano de
ações conjuntas;
3.1.4. elaborar planos de contingência para o policiamento no local do evento.
3.2. operacionais:
3.2.1. elaborar plano de emergência;
3.2.2. elaborar planos de controle viário;
3.2.3. determinar e distribuir adequadamente o efetivo policial.

- 52 -
Subseção II -

Da Execução Operacional

1. Controles e registros:
1.1. pesquisar todos os registros de incidentes e circunstâncias que causaram
acidentes ou impactos em eventos anteriores;
1.2. realizar as vistorias prévias e os laudos técnicos;
1.3. estabelecer relatório para os registros relativos ao próprio evento que contemple as
novidades verificadas na varredura sobre a condição estrutural e física do estádio ou
instalação, a quantidade de público, os espectadores conduzidos ao PC e/ou ao DP, a
descrição de ocorrências policiais, criminais ou não-criminais, os atendimentos médicos
e de primeiros socorros e a logística empregada para o atendimento do evento.

2. Gestão de Riscos:
2.1. tem por finalidade encorajar a formulação de planos de ação práticos, para
minimizar ou eliminar os impactos negativos nos objetivos operacionais do policiamento
em local de evento;
2.2. a gestão de riscos exige as seguintes providências:
2.2.1. identificação e listagem dos riscos internos e externos;
2.2.2. análise dos riscos identificados;
2.2.3. avaliação dos riscos identificados, com o objetivo de priorizar respostas;
2.2.4. combate dos riscos por meio de medidas preventivas;
2.2.5. monitoramento dos riscos identificados, para manter atualizado seu grau de
classificação.

3. Centro de Comando e Controle Operacional (CCCO):


3.1. a instalação do CCCO é essencial para que a política de segurança seja
implementada e observada;
3.2. devem compor o CCCO os representantes de órgãos públicos e privados com
participação direta na operação;
3.3. esses representantes devem possuir poder de decisão, a fim de garantir a
celeridade na resolução dos problemas. Além disso, devem reconhecer sua atribuição
dentro do contexto da operação e possuir entendimento claro do processo de tomada
de decisão em questões de segurança;
3.4. o CCCO deve monitorar a segurança do público em geral, em tempo real;
3.5. as ações conjuntas devem seguir procedimentos acordados na reunião
- 53 -
preparatória;
3.6. o monitoramento de ordem estrutural, ou de segurança, deve ser realizado de
forma constante e eficiente.

4. Montagem de balizamento:
4.1. o balizamento consiste na utilização de estruturas físicas móveis (tais como grades
e tapumes) que são montadas de acordo com estudos e planos elaborados
antecipadamente pelo organizador do evento, o qual deve ser aprovado pela
autoridade policial-militar responsável pela segurança no evento;
4.2. o balizamento tem por finalidade:
4.2.1. disciplinar o acesso do público aos portões;
4.2.2. auxiliar no controle do comportamento do público;
4.2.3. evitar aglomerações que tragam prejuízos à organização do evento;
4.2.4. assegurar que os espectadores sejam conduzidos para locais apropriados e
acomodados com segurança;
4.2.5. diminuir o emprego de efetivo policial em locais com deficiências estruturais;
4.2.6. dividir grupos antagônicos, evitando contato físico e/ou visual;
4.2.7. conter o público, conforme necessidade operacional (na chegada de protagonista
no local do evento).
4.3. quando da montagem, deve ser observada a arquitetura do local, os tipos de
acesso, a capacidade de público, a disposição dos mecanismos de controle de acesso
de público (catracas, leitores de código de barra) e outras demandas que se fizerem
necessárias.

- 54 -
Figura 2: Imagem do balizamento de acesso ao portão do local de evento.

Figura 3: Imagem do balizamento e sinalização de acesso.

- 55 -
Figura 4: Visão interna dos corredores do balizamento.

Figura 5: Imagem do balizamento de acesso ao portão do local de evento.

- 56 -
Figura 6: Imagem dos espectadores dentro do balizamento.

Figura 7: Imagem da dinâmica do balizamento para o acesso de pessoas ao portão do local de


evento.

- 57 -
Figura 8: Imagem do balizamento utilizado para organização de fila em uma bilheteria.

Figura 9: Vista aérea da dinâmica do balizamento (sistema de monitoramento).

5. Sistema de válvulas:
5.1. técnica utilizada para otimizar o emprego do balizamento na administração da
multidão;
5.2. consiste na interrupção temporária da entrada dos espectadores nos balizamentos,
por intervenção de efetivo policial, permanecendo essa providência até a diminuição do
fluxo das pessoas no local para onde estão sendo direcionadas;
- 58 -
5.3. assim que houver a diminuição do público no local o policiamento libera,
novamente, a entrada dos espectadores no balizamento ou permite a continuidade do
fluxo. Esse procedimento é realizado sempre que for necessário controlar o fluxo de
público;
5.4. pode ser empregada para disciplinar o acesso de espectadores aos portões, às
bilheterias ou a outros pontos que exijam controle no fluxo de pessoas, evitando
acúmulos e tumultos.

Figura 10: Imagem do Sistema de Válvulas.

Figura 11: Sistema de Válvula utilizado na organização de fila de acesso ao portão.

- 59 -
Figura 12: Ilustração do Sistema de Válvulas (dois pontos de contenção).

6. Controle de acesso à área externa imediata dos locais de evento:


6.1. trata-se de uma medida de segurança e controle aplicada na área externa imediata
do local de evento (ou seja, nas vias públicas específicas que dão acesso imediato aos
portões de acesso), com o objetivo de evitar a aglomeração de pessoas alheias ao
evento;
6.2. a formação de aglomeração na área externa imediata do local do evento impede o
fluxo de pessoas, propicia tumultos e favorece a prática de ações delituosas;
6.3. essa medida é o resultado da coordenação de esforços entre a Polícia Militar
(unidade de Policiamento Territorial, Policiamento de Choque e Policiamento de
Trânsito), a Prefeitura Municipal (responsável pela fiscalização da venda irregular de
produtos por vendedores ambulantes), os órgãos de trânsito e Guardas Municipais,
bem como as empresas privadas que prestam serviços específicos ao organizador do
evento (segurança/controlador de acesso, orientadores, fiscais).

- 60 -
Figura 13: Imagem do controle de acesso à área externa imediata dos locais de evento.

7. Comércio, distribuição e consumo de bebidas alcoólicas:


7.1. deve-se exigir do organizador do evento que todas as bebidas sejam servidas em
recipientes flexíveis. Recipientes rígidos, como copos de vidro, garrafas ou latas,
podem ser usados como instrumentos de arremesso pelos espectadores;
7.2. da mesma forma, deve-se exigir que seja realizado o recolhimento dos recipientes
em locais adequados para viabilizar a coleta do lixo, de modo a assegurar que as áreas
de circulação fiquem livres e que se minimize o risco de incêndio, bem como do uso
indevido desses materiais (arremesso);
7.3. a venda, distribuição e o consumo de bebidas alcoólicas nos locais de evento
deverá respeitar a legislação vigente, entretanto, os registros indicam que o consumo
desse tipo de bebida potencializa o número de ocorrências policiais.

8. Cuidados com a superlotação:


8.1. superlotação é o excesso de público no local do evento ou em determinados
setores;
8.2. ocorre em razão de ocupação desordenada e da falta de controle do acesso de
público, tais como: entradas furtivas no local do evento; falta de estruturas físicas
adequadas; falta de mecanismos de controle; emissão de ingressos acima da
capacidade;
- 61 -
8.3. nos mecanismos de controle, como as catracas, é imprescindível a presença de
profissionais qualificados e comprometidos e ações de fiscalização por parte do
policiamento;
8.4. em nenhuma circunstância a admissão de público ao interior do local de evento
deve ocorrer sem o devido controle;
8.5. os indicativos para superlotação são: lotação de todos os locais de acomodação
dos espectadores; escadas tomadas; vomitórios cheios e corredores de acesso sem
possibilidade de trânsito das pessoas.

9. Medidas antiterrorismo:
9.1. o terrorismo se apresenta de muitas formas e tem por alvo pessoas, instituições,
instalações, sistemas de informações ou de comunicações vitais, causando severos
danos e instabilidades;
9.2. se identificado o risco de atividade terrorista em um determinado local de evento,
será necessária a adoção de cautelas extraordinárias, tais como revista minuciosa do
público, varreduras nas instalações e veículos, atuação mais contundente do serviço de
inteligência, previsão de tropas especiais, estrutura de socorro médico diferenciado,
além do trabalho coordenado com diversos órgãos das esferas municipal, estadual,
federal e internacional;
9.3. as medidas destinadas a combater o terrorismo devem ser integradas, sempre que
possível, aos planos de contingência e de emergência existentes.

10. Técnica da contenção:


10.1. é a ação utilizada para impedir o acesso temporário ou definitivo da multidão a
um ponto específico do local de evento ou à sua área externa imediata;
10.2. a contenção pode ser realizada com barreiras físicas e/ou efetivo policial para
impedir que torcidas organizadas acessem um ponto sensível no estádio ou que os
espectadores se aproximem dos veículos que transportam os protagonistas.

- 62 -
Figura 14: Imagem da contenção de público para a chegada de delegação.

Figura 15: Contenção de público por meio de patrulhas.

- 63 -
Figura 16: Contenção de público por meio de estruturas físicas.

Seção III -

Do Controle de Multidões

1. O controle de multidões é realizado nos casos de quebra da ordem, mediante o


emprego de meios e técnicas próprios, visando restabelecer o estado de normalidade
com o mínimo dispêndio possível.

2. O controle de multidões requer o uso da força física, todavia, no contexto do


policiamento em eventos, deve-se observar as limitações de atuação em razão das
características do local e de suas imediações.

3. Uma ação repressiva, se mal planejada e/ou executada, pode gerar efeitos danosos
irreversíveis.

4. As ações de controle de multidão são repelir e dispersar.

5. O controle de multidões é regulado pelo Manual de Controle de Multidões da Polícia


Militar (M-8-PM).

Subseção I -

Da Ação de Repelir

1. É a ação utilizada para recuar a massa a uma direção determinada, até um limite
pré-definido.

- 64 -
2. Não tem o objetivo de retirar a massa definitivamente do local, mas de afastá-la
temporariamente para o restabelecimento da ordem pública.

3. Portanto, trata-se de um tipo de ação pontual, visando à dissolução de focos


menores de tumultos.

4. Pode ser empregada para dissolver uma briga na fila de uma bilheteria, na
arquibancada ou para conter um tumulto no portão de acesso.

Subseção II -

Da Dispersão

1. É a ação utilizada para deslocar uma massa, dividindo-a, desagregando-a,


enfraquecendo-a e, com isso, impedindo-a de se reagrupar.

2. Tem por objetivo a retirada definitiva da multidão do local.

3. Pode ser empregada para retirar espectadores sem ingresso que desejam invadir o
local de evento ou grupos de torcedores que aguardam a saída de pessoas para
agredi-las.

CAPÍTULO VI -

DAS FASES OPERACIONAIS DO POLICIAMENTO EM EVENTOS

Seção I -

Da 1ª Fase Operacional

É a fase compreendida entre o começo do trabalho da equipe precursora até o início do


espetáculo propriamente dito.

Subseção I -

Da Equipe Precursora

1. A equipe precursora será composta por efetivo condizente com as peculiaridades da


missão e deslocar-se-á para o local do evento antes da tropa que efetivamente atuará
na operação, com a antecedência necessária para preparar o local, conforme o
planejamento ou as circunstâncias imprevistas.

2. No local, a equipe realiza contato com o promotor do evento e inicia as medidas


- 65 -
preliminares da operação, tais como: coordenação da montagem do balizamento e de
divisão de torcidas (eventos futebolísticos); coordenação da revista em funcionários
que trabalharão no evento; organização das filas; verificação da quantidade de
ingressos vendidos até o momento; e verificação de novidades que possam direta, ou
indiretamente, impactar na segurança do evento.

Subseção II -

Da Revista e Preleção à Tropa

1. A revista da tropa consiste na conferência numérica do efetivo e na verificação das


condições humanas e materiais de trabalho.

2. O sucesso da missão depende do preparo de quem a cumpre, portanto, é salutar


que o policial militar empregado nesta modalidade de policiamento seja informado e
instruído sobre todos os aspectos relacionados à operação, além das questões legais e
técnicas para a execução de procedimentos específicos.

3. Nesse tipo de operação o efetivo empregado deve, obrigatoriamente, ser


prelecionado e informado de todas as etapas do policiamento para que, além de
conhecer exatamente suas atribuições, também tenha noção do trabalho como um
todo.

4. A preleção e a revista da tropa deverão ser realizadas em uma Unidade policial-


militar ou em local que proporcione segurança à tropa, pois essa medida colaborará
para a prestação de um serviço mais eficiente, aliado ao fato de que:
4.1. o policial militar retirará o material necessário para a operação na Seção P/4 da
Unidade ou em estrutura montada especificamente para a operação;
4.2. as informações de cunho operacional poderão ser divulgadas sem que outras
pessoas alheias ao serviço tomem conhecimento;
4.3. o policial militar escalado para o serviço poderá deixar seu veículo particular
estacionado em local seguro, evitando danos ou represálias relacionadas a
procedimentos operacionais realizados durante a ação do policiamento na área
externa.

- 66 -
Subseção III -

Do Deslocamento da Tropa ao Local de Evento

1. O deslocamento para o local do evento ocorrerá nos casos em que a revista e a


preleção ocorrerem em lugares diferentes daquele onde acontecerá o espetáculo.

2. Terminada a preleção, os policiais militares deverão se dirigir aos meios de


transporte existentes na OPM, para deslocamento ao local do evento.

3. Deve ser montado um comboio com as viaturas para a realização do deslocamento


com disciplina e organização. Se as circunstâncias permitirem, as equipes poderão
realizar procedimentos de escolta/acompanhamento visando à segurança e evitar
acidentes.

4. Entende-se que a melhor forma de deslocamento é por meio de viaturas de


transporte coletivo (ônibus), cedidas pelo Setor de Transportes da Polícia Militar ou
próprios da OPM, pois assim o policial militar não terá a atenção voltada para dirigir
viatura, atender a rede rádio ou para cuidar de seu veículo particular, gerando maior
empenho e concentração para a execução do policiamento.

Subseção IV -

Da Chegada ao Local de Evento

1. Ao chegar ao local do evento, os policiais escalados no PC têm como missão inicial


alocar todo o material logístico e montar a estrutura para o atendimento das demandas
exigidas para a operação.

2. Concomitantemente, os motoristas das viaturas deverão estacionar os veículos


oficiais em um local seguro, onde permanecerá efetivo adequado para realizar a
segurança do patrimônio estatal.

3. Os demais policiais militares se deslocarão para as dependências do local do


evento, para realização de varredura interna e verificação das suas condições
estruturais.

- 67 -
Subseção V -

Da Varredura no Local de Evento

1. Este procedimento não se confunde com a vistoria realizada pelo Oficial da PMESP
dias antes da realização do evento, porém, a complementa.

2. Após a montagem do PC, todos os policiais militares escalados deverão se dirigir


para as arquibancadas, corredores, camarotes, banheiros ou a qualquer outro lugar a
que o público espectador terá acesso, a fim de verificar as condições de segurança
desses locais.

3. Na verificação do local do evento será verificado:


3.1. se há restos de materiais, entulhos, cadeiras soltas, objetos que possam causar
ferimentos;
3.2. a existência de obstrução de saídas de emergência ou dos corredores de
circulação, tapumes, corrimões, guarda corpos, comércio irregular ou danos em
estrutura física;
3.3. se há equipe médica e ambulâncias, se o ambulatório médico está em condições
de recebimento de feridos e se os socorristas e os controladores de acesso estão
postados entre os setores;
3.4. se há pessoas estranhas ao evento no interior do local, antes da abertura dos
portões (aquelas que não possuem identificação aparente);
3.5. se as catracas, ou outro meio de controle de acesso ao local, estão em
funcionamento e se a central de monitoramento está operante;
3.6. outros pontos que o Cmt julgar conveniente.

4. Estes procedimentos condicionam a abertura dos portões, ou seja, os portões serão


abertos apenas se não forem verificadas possíveis novidades relacionadas ao disposto
no item 3. Dependendo do tipo de irregularidade constatada os portões podem ser
abertos parcialmente, até a regularização da situação.

5. Para a varredura em arquibancadas, pistas ou outros setores abertos, devem ser


montadas linhas de policiais militares, as quais avançam de forma organizada
objetivando verificar minuciosamente todos os pontos.

6. Caso sejam verificadas irregularidades, o Cmt Pol deverá ser imediatamente


informado para adotar as providências necessárias.

- 68 -
7. Caso sejam encontrados artefatos explosivos, deverão ser adotados os
procedimentos operacionais padrão previstos na instituição, de modo a evitar
acidentes, sendo imprescindível o correto isolamento do local.

Figura 17: Imagem de policiais militares fazendo varredura no setor do local de evento.

Subseção VI -

Da Assunção dos Postos e Funções e Abertura dos Portões

1. De forma rápida e objetiva, os policiais militares devem assumir seus postos e


funções para que seja viabilizada a abertura dos portões e a entrada do público.

2. Cada policial desempenhará suas funções primárias (posto efetivo), podendo ser
deslocado para funções secundárias (postos de momento), dependendo da demanda
do policiamento.

3. Os postos e funções serão definidos no planejamento da operação e serão


contemplados pelo Cmt Pol quando da elaboração da escala de evento, sendo que os
policiais militares serão cientificados previamente.

4. Para fins de policiamento em eventos:


4.1. Posto é a localização geográfica no local de evento, seja ela na parte interna ou
externa imediata e mediata, onde o efetivo policial exercerá determinada função;
4.2. Função é o conjunto de atribuições delineadas no planejamento operacional ou
conforme a demanda operacional surgida no momento da operação;
- 69 -
4.3. Postos e Funções Efetivos são aqueles fixados a partir do estudo do EM da
OPM, bem como da análise de riscos, sendo são válidos para todos os eventos;
4.4. Postos e Funções de Momento são aqueles não previstos para determinado
espetáculo, mas que, devido às demandas operacionais surgidas, o Cmt Pol deve
estabelecê-los, mediante deslocamento de efetivo e de acordo com a disponibilidade.

5. A abertura dos portões ocorrerá por determinação do Cmt Pol, somente após essa
autoridade tomar conhecimento das condições de segurança do local e do
posicionamento de funcionários nos seus devidos locais, observando ainda que:
5.1. em havendo irregularidades, o administrador do local ou o promotor do evento
deverão ser acionados para solucionar o problema;
5.2. o Cmt Pol poderá determinar a abertura dos portões cujos setores estejam em
condições de receber o público e poderá manter fechados aqueles que ainda
apresentam algum problema;
5.3. embora o horário de abertura dos portões já esteja determinado no planejamento,
poderá haver alterações, conforme necessidade operacional plenamente justificada,
mediante o devido registro em relatório.

Subseção VII -

Dos Principais Postos e Funções Internas

1. PC:
1.1. o PC é o suporte administrativo para a operação e nele serão processadas todas
as informações acerca do policiamento, servindo de base para a alocação dos
materiais, confecção de documentos, alimentação da tropa, destino de pessoas detidas
e para triagem de ocorrências;
1.2. o Cmt do PC poderá ser um Oficial, Subtenente (Subten) PM ou Sargento (Sgt)
PM, sendo neste último caso, preferencialmente, o graduado mais antigo ou mais
experiente escalado no evento.

2. Patrulhas:
2.1. as patrulhas geralmente são compostas por 3 (três) policiais, os quais serão
comandados por um Sgt PM ou Cabo (Cb) PM, dependendo da disponibilidade de
efetivo;
2.2. conforme as características do evento, esse número pode ser aumentado ou

- 70 -
diminuído, devendo ser observado, sempre, o critério da segurança ao efetivo policial;
2.3. os policiais militares deverão contar com Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) e Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) adequados, bem como portar
cassetete/tonfa e outros equipamentos de menor potencial ofensivo;
2.4. a critério do Cmt Pol, o Cmt da patrulha poderá portar arma de fogo;
2.5. cada componente da patrulha exercerá uma função especifica, sendo:
2.5.1. 1º integrante: Cmt da patrulha, função que pode ser exercida por Sgt PM ou
pelo policial militar mais antigo da fração de tropa;
2.5.2. 2º integrante: imobilizador, exercida por Cb PM ou Soldado (Sd) PM;
2.5.3. 3º integrante: segurança, exercida por Cb PM ou Sd PM.
2.6. a patrulha somente sacará o cassetete/tonfa com ordem expressa do Cmt ou nas
situações emergenciais que exijam o uso da força;
2.7. serão posicionadas nos acessos de públicos (balizamentos), após as catracas, nos
diversos setores de arquibancadas, nos corredores de circulação, nas bilheterias, nos
locais onde permanecerão os protagonistas, nas pistas ou em qualquer lugar em que o
Cmt Pol considere necessário;
2.8. terão como atribuição atuar de maneira preventiva, preservando a ordem e,
quando necessário, realizar intervenções para o restabelecimento da normalidade, o
que pode ocorrer por determinação do Cmt Pol ou conforme a necessidade de
momento;
2.9. todo deslocamento de patrulha deve ser precedido de solicitação de autorização
ou de ciência ao Cmt Pol;
2.10. em caso de quebra da ordem, a patrulha utilizar-se-á de técnicas de controle de
multidões, devendo, se necessário, reunir-se com outro efetivo;
2.11. uma patrulha poderá se agrupar com outra(s) patrulha(s) e sempre que o efetivo
ultrapassar 7 (sete) policiais militares ter-se-á a formação de uma Ronda Ostensiva
Com Apoio (ROCA);
2.12. uma patrulha poderá se agrupar a outras patrulhas ou à ROCA, podendo formar 1
(um) Pelotão (Pel) de (Chq), o qual, neste caso, deve estar sob comando de Oficial;
2.13. para evitar problemas no momento do agrupamento das patrulhas, o Cmt Pol
deverá determinar previamente os procedimentos a serem observados;
2.14. quando o motivo ensejador do agrupamento for cessado as patrulhas devem
retornar à sua atividade normal;

- 71 -
2.15. o posicionamento das patrulhas deve observar os critérios da segurança do
efetivo policial, da garantia de visão ampla e privilegiada do setor e da ostensividade,
através da visualização por parte da multidão;
2.16. todo deslocamento em meio à multidão deve ocorrer após determinação ou
ciência ao Cmt Pol;
2.17. a todo momento, as patrulhas deverão atentar para mudanças de cenário e das
estruturas (com atenção especial àquelas relacionadas às vias de fuga), informando,
de imediato, o Cmt Pol para as providências necessárias;
2.18. conforme a necessidade operacional, poderão ser previstas Patrulhas de Pronta
Resposta com as seguintes particularidades:
2.18.1. a elas não deverá ser atribuída responsabilidade ou setor específico para toda a
operação;
2.18.2. deverão ser acionadas para as situações contingenciais;
2.18.3. permanecerão de prontidão em local determinado pelo Cmt Pol (PC, próximo a
portões de acesso, no interior de viaturas).

Figura 18: Imagem da patrulha.

3. Rondas Ostensivas com Apoio (ROCA):


3.1. nas operações em que forem identificados riscos de quebra da ordem, por atos de
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violência, deve ser prevista patrulha com efetivo superior ao geralmente estabelecido,
formando as Rondas Ostensivas com Apoio (ROCA);
3.2. a ROCA é uma patrulha, considerada tropa reserva do Cmt Pol, com efetivo entre
7 (sete) e 15 (quinze) policiais militares, selecionados por sua compleição física e
disciplina técnico-operacional, tendo a seguinte composição:
3.2.1. Cmt:
3.2.1.1. essa função recairá sobre Tenente PM (Ten PM), Subten PM ou Sgt PM;
3.2.1.2. o PM nessa função deve possuir vasta experiência operacional e distinta
capacidade de controle da tropa;
3.2.1.3. subordina-se diretamente ao Cmt Pol;
3.2.1.4. deve repassar os planos de ação, bem como proceder à conferência do efetivo
e das missões de cada integrante;
3.2.1.5. independentemente das orientações e determinações do Cmt Pol, deve realizar
preleção ao efetivo, sobretudo nos casos em que houver algum tipo de missão
específica;
3.2.1.6. deve realizar estudos de caso sempre que houver fatos que mereçam ser
comentados;
3.2.1.7. deve controlar o emprego de granadas e de outras munições utilizadas.
3.2.2. Subcomandante (Subcmt)/Atirador:
3.2.2.1. essa função recairá sobre Subten PM, Sgt PM ou Cb/Sd PM;
3.2.2.2. assessora diretamente o Cmt ROCA;
3.2.2.3. assume o comando quando da impossibilidade do Cmt;
3.2.2.4. acumula a função de atirador, devendo ser habilitado para esse fim.
3.2.3. Lançador:
3.2.3.1. função exercida por Cb/Sd PM;
3.2.3.2. responsável pelo lançamento de granadas, conforme determinação do Cmt
ROCA;
3.2.3.3. deve ser um policial com conhecimento técnico e experiência na atividade de
policiamento em eventos e de controle de multidões.
3.2.4. Escudeiro:
3.2.4.1. função exercida por Cb/Sd PM;
3.2.4.2. responsável pela proteção do efetivo e outras tarefas, conforme o tipo de
missão.

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3.2.5. Imobilizador:
3.2.5.1. função exercida por Cb PM ou Sd PM;
3.2.5.2. responsável pela imobilização e condução de pessoas detidas;
3.2.5.3. deve possuir conhecimento em técnicas de imobilização e condução.
3.3. as funções da ROCA serão representadas conforme a figura a seguir:

Figura 19: Representação gráfica das funções da ROCA

3.4. para melhor desempenho das missões e organização do efetivo, a ROCA deve
assumir as seguintes formações, conforme a necessidade operacional:
3.4.1. Formações Básicas:
3.4.1.1. Formação por Três:

Figura 20: Formação Básica por Três


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3.4.1.2. Formação por Dois:
3.4.1.2.1. Para Deslocamento:

Figura 21: Formação Básica por Dois para Deslocamento.

3.4.1.2.2. Para Intervenção:

Figura 22: Formação Básica por Dois para Intervenção.

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3.4.2. Por Coluna:
3.4.2.1. Para Deslocamento:

Figura 23: Formação Em Coluna para Deslocamento.

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3.4.2.2. Para Intervenção:

Figura 24: Formação Em Coluna para Intervenção.

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3.4.3. Em Linha:
3.4.3.1. Situação de Espera:

Figura 25: Formação Em Linha em Situação de Espera.

3.4.3.2. Para Intervenção:

Figura 26: Formação Em Linha para Intervenção.

3.5. de acordo com o número de policiais militares integrantes, as funções da ROCA


seguirão a seguinte forma:
3.5.1. 7 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 1 Imobilizador e 3
Escudeiros;
3.5.2. 8 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 1 Imobilizador e 4
Escudeiros;
3.5.3. 9 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 2 Imobilizadores e 4
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Escudeiros;
3.5.4. 10 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 2 Imobilizadores e 5
Escudeiros;
3.5.5. 11 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 2 Imobilizadores e 6
Escudeiros;
3.5.6. 12 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 2 Imobilizadores e 7
Escudeiros;
3.5.7. 13 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 2 Imobilizadores e 8
Escudeiros;
3.5.8. 14 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Atirador, 3 Imobilizadores e 8
Escudeiros;
3.5.9. 15 policiais militares: 1 Cmt, 1 Subcmt/Lançador, 1 Lançador, 1 Atirador, 3
Imobilizadores e 8 Escudeiros.
3.6. o efetivo da ROCA portará os seguintes equipamentos, conforme as necessidades
operacionais:
3.6.1. EPI;
3.6.2. EPC;
3.6.3. cassetete/tonfa;
3.6.4. pistola para Oficiais, Subten PM e Sgt PM (Cb/Sd PM poderão portar desde que
haja determinação expressa do Cmt Pol);
3.6.5. espingarda cal. 12 ou armamento equivalente para uso de munições de menor
potencial ofensivo;
3.6.6. artefatos próprios de lançamento de granada;
3.6.7. granadas e munições de impacto controlado, para emprego nas situações
necessárias e justificadas;
3.6.8. rádio comunicador para o Cmt e Subcmt.
3.7. subordina-se diretamente ao Cmt Pol, sendo considerada força reserva a ser
empregada nos pontos e momentos mais críticos;
3.8. tem por missão policiar os locais de maior aglomeração de público, realizar
intervenções pontuais em meio à multidão e atuar de forma repressiva para dissuadir
atos de violência;
3.9. a ROCA, dada sua constituição, apresenta maior impacto psicológico e possibilita
maior poder de atuação;

- 79 -
3.10. cabe ao Cmt ROCA reforçar as determinações do Cmt Pol e instruir o efetivo
sobre procedimentos próprios a serem adotados, bem como informá-lo do contexto da
operação;
3.11. o Cmt e o Subcmt ROCA devem manter rígido controle do efetivo e dos
equipamentos utilizados durante a operação;
3.12. a atuação da ROCA deve ser precedida de determinação, exceto nos casos
emergenciais, situações em que o Cmt Pol deverá ser cientificado da intervenção
prestes a ocorrer e dos resultados obtidos;
3.13. sempre que possível a ROCA deverá realizar detenções, utilizando, para tanto,
o(s) policial(is) na função de imobilizador(es), o(s) qual(is) deverá(ão) estar com as
mãos livres;
3.14. quando das conduções de detidos, o Cmt ROCA deverá avaliar a necessidade de
emprego de todo o efetivo, a fim de não prejudicar o desenvolvimento da missão;
3.15. a ROCA não deve ser o agente causador de problemas, mas o responsável por
sua resolução e não pode se influenciar por questões políticas ou afetas a outro
escalão de decisão;
3.16. os deslocamentos em situação de normalidade devem ser realizados na
formação Básica por Dois, estando o Cmt à frente, demonstrando organização e
disciplina da tropa;
3.17. atuará interna ou externamente, de acordo com a conveniência do Cmt Pol, no
apoio às patrulhas, nas missões de chegadas de delegações/protagonistas, de torcidas
e de autoridades, dentre outras;
3.17.1. atuação na área interna:
3.17.1.1. a ROCA não portará escudos, exceto nas situações em que houver prévia
determinação;
3.17.1.2. a atuação deverá ser realizada sempre observando o terreno, sendo
imprescindível que este esteja favorável à ação policial e não aos agressores; em
arquibancadas, deve-se priorizar atuações da região mais alta para a mais baixa ou,
pelo menos, no mesmo nível; em fossos e no gramado, observar a melhor via de fuga
aos agressores;
3.17.1.3. sempre que necessário e possível, adentrar em meio à multidão na formação
Em Coluna, observando a segurança dos policiais e em seguida tomar a melhor
formação para atuação;

- 80 -
3.17.1.4. no meio da multidão a ROCA deverá ocupar o terreno, atentando para a
segurança e à atuação em 360º, evitando ser atingida pelos agressores.
3.17.2. atuação na área externa:
3.17.2.1. a ROCA portará escudos, munições explosivas e de impacto controlado e
armamentos para uso de munições de emprego não letal;
3.17.2.2. deverá se posicionar em locais onde possa ser visualizada pelo público,
favorecendo o princípio da demonstração de força;
3.17.2.3. permanecerá em formação de Espera ou de Pronto Emprego, de maneira
organizada e atenta aos comandos emanados pelo Cmt ROCA;

Figura 27: ROCA posicionada próximo ao portão de acesso de público.

3.17.2.4. quando houver determinação para atuação em locais afastados da praça de


evento, a ROCA deverá atuar como Pel Chq, por meio do emprego de instrumentos e
técnicas de controle multidão.
3.18. nas intervenções devem ser observados os princípios da legalidade,
necessidade, validade do risco, aceitabilidade, proporcionalidade e oportunidade;
3.19. os equipamentos adequados às intervenções poderão estar com os policiais
militares ou alocados em pontos estratégicos e de fácil acesso (PC e viaturas);
3.20. se necessário, o efetivo da ROCA deslocar-se-á em viaturas próprias, onde
levará os equipamentos e EPI adequados para atuação de controle de multidões, o que
viabiliza seu rápido emprego nas diversas situações operacionais;

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3.21. em casos de jogos de futebol, a ROCA permanecerá próxima dos locais onde se
encontram torcidas organizadas ou dos locais com alta probabilidade de ocorrência de
tumultos;
3.22. nos casos em que houver necessidade, poderão ser previstas mais de uma
ROCA para fazer frente às demandas operacionais, sobretudo em razão da presença
de torcidas organizadas;
3.23. a ROCA não deve estar vinculada a um setor previamente definido, pois precisa
estar apta a apoiar o efetivo policial em qualquer ponto do local de evento, seja ele
interno ou externo;
3.24. a ROCA deve ser posicionada em local estratégico que possibilite uma visão
privilegiada e que possa ser visualizada pela multidão.

4. Escolta de Árbitros:
4.1. a Escolta de Árbitros é geralmente empregada em partidas de futebol e tem por
atribuição promover segurança aos árbitros e seus auxiliares;
4.2. é composta por, no mínimo, 3 (três) policiais militares;
4.3. todos os integrantes da escolta deverão portar escudos de policarbonato,
cassetete/tonfa e estar desarmados;
4.4. o Cmt Escolta de Árbitros portará rádio comunicador;
4.5. a Escolta de Árbitros permanecerá em local especificamente reservado para a
função, com os integrantes sentados e atentos ao andamento da partida e ao
comportamento dos protagonistas;
4.6. a Escolta de Árbitros adentrará no campo de jogo nas seguintes situações:
4.6.1. quando o árbitro solicitar;
4.6.2. quando a integridade física do árbitro e/ou de seus auxiliares estiver em sério
risco;
4.6.3. quando houver quebra generalizada da ordem.
4.7. ao término da partida, a Escolta de Árbitros se posicionará ao lado do árbitro e de
seus auxiliares e os acompanhará até o vestiário;
4.8. a proteção deve se estender até que o árbitro esteja seguro e dispense a escolta
expressamente;
4.9. em sendo observado que a não liberação da escolta por parte do árbitro é
infundada tecnicamente, com base na segurança, o Cmt Escolta informará ao Cmt Pol,
o qual, por sua vez, determinará o recolhimento do efetivo, registrando o fato em

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relatório.

Figura 28: Imagem da Escolta de Árbitros.

Figura 29: Imagem da Escolta de Árbitros acompanhando a saída dos árbitros.

5. Filmador/Fotógrafo:
5.1. é o policial militar com a função de registrar imagens de interesse para a operação,
através de filmadora e/ou máquina fotográfica;
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5.2. essa função possibilita a coleta de provas e auxilia na quebra do anonimato, além
de servir de material para estudos posteriores sobre a atuação do policiamento;
5.3. essa função deve ser exercida por policial militar fardado, para que o público tenha
pleno conhecimento de que seu comportamento está sendo fiscalizado;
5.4. poderão ser determinados tantos Filmadores/Fotógrafos quantos forem
necessários.

Figura 30: Imagem do Policial Filmador.

Figura 31: Imagem do Policial Filmador.

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6. Segurança de viaturas:
6.1. policial militar destacado para realizar a segurança das viaturas estacionadas em
local específico, visando coibir ações criminosas contra o patrimônio do Estado e
outros atos que possam denegrir a imagem da instituição;
6.2. a quantidade de policiais militares escalados nesta função poderá variar, conforme
o número de viaturas e a necessidade demandada para uma segurança efetiva dos
veículos oficiais;
6.3. em havendo viaturas pesadas, deve ser destacado pelo menos 1 (um) policial
militar habilitado para esta categoria;
6.4. todas as chaves das viaturas estacionadas deverão ficar na posse dos militares
escalados nesta função, pois poderão manobrar as viaturas, quando da necessário.

7. Controle de acessos (revista pessoal):


7.1. para garantir a segurança do evento é imprescindível que todos os espectadores
sejam submetidos à revista pessoal de prevenção;
7.2. os policiais militares responsáveis por essa função devem ser dispostos em linha,
sendo analisado o melhor posicionamento do efetivo feminino, o qual pode ser
escalado nas laterais ou à retaguarda;
7.2.1. quando as policiais militares femininas forem posicionadas nas laterais da linha,
deverá ser providenciada orientação no início das filas;
7.2.2. a utilização de policiais militares femininas à retaguarda da linha ocorre nos
casos em que esse efetivo estiver reduzido e/ou em partidas de futebol, pois
culturalmente homens e mulheres (casais, pais e filhas, irmãos) apresentam resistência
em se separar antes da chegada no local de revista.
7.3. o Cmt do efetivo escalado na revista pessoal poderá ser Oficial ou Praça, conforme
a quantidade de policiais militares e a complexidade da missão;
7.4. a quantidade de policiais militares para a revista pessoal de segurança preventiva
dependerá do número de espectadores que adentrarão pelo portão, podendo ser
utilizadas as seguintes referências:
7.4.1. 1 (um) policial militar para cada 1.000 (mil) espectadores, nos eventos cujo
público apresente características comportamentais pacíficas;
7.4.2. 1 (um) policial militar para cada 800 (oitocentos) espectadores, nos eventos cujo
público apresente características comportamentais violentas.
7.5. a revista será realizada nas pessoas e nos seus pertences (bolsas, mochilas,

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sacolas, bonés, chapéus etc.);
7.6. a revista pessoal em público feminino deverá ser feita por policiais femininas ou, no
impedimento dessas, por profissionais da segurança privada do sexo feminino, sendo o
ato fiscalizado por patrulha policial-militar;
7.7. a proibição de entrada de materiais deverá obedecer à legislação vigente, bem
como o rol de materiais não autorizados pelo promotor do evento;
7.8. nessa última hipótese, é recomendável que o promotor do evento divulgue
previamente a relação de materiais não permitidos e que afixe cartazes nos acessos ao
local de evento;
7.9. a revista pessoal deverá ser realizada antes da chegada do espectador nas
catracas, a fim de se evitar transtornos nos casos em que o bilhete já foi validado mas
a pessoa porta material proibido e/ou não permitido.

Figura 32: Imagem de policiais militares realizando revista pessoal preventiva de segurança.

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Figura 33: Imagem da revista pessoal preventiva de segurança.

8. Divisão de Torcidas:
8.1. função que consiste na disposição de policiais militares em linha, com a frente
voltada para a torcida, tendo por objetivo impedir que torcedores de times antagônicos,
localizados próximos uns dos outros, ultrapassem os limites impostos (seja por barreira
física ou não), garantindo distanciamento de segurança entre esses grupos;
8.2. é composta por, no mínimo, 3 (três) policiais militares;
8.3. deve ser postada de maneira que o policial militar permaneça a uma distância
mínima de 2 (dois) metros da barreira física ou da corda que separa os torcedores;
8.4. além do EPI e do cassetete/tonfa, os policiais militares portarão escudo de
policarbonato ou similar;
8.5. na falta de escudos para todos os componentes da Divisão de Torcidas, deve ser
realizada uma intercalação entre aqueles que portam e os que não possuem;
8.6. a Divisão de Torcidas será comandada por Oficial ou Graduado, dependendo do
efetivo empregado e/ou das circunstâncias específicas;
8.7. em caso de quebra da ordem pública nas proximidades, o efetivo da Divisão de
Torcidas não fará a transposição da corda ou da barreira física, a fim de evitar
desguarnecimento do local, o que permitiria que torcedores ultrapassassem os limites
de segurança pré-estabelecidos, gerando confrontos com torcedores do time rival;

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8.8. caso haja necessidade de intervenção ou de detenção de algum torcedor fora das
proximidades da Divisão de Torcidas, deverá ser designado outro efetivo para essa
missão;
8.9. próximo à Divisão de Torcidas deverá estar posicionado efetivo (patrulha, ROCA)
para atender ao disposto no item anterior.

Figura 34: Imagem da Divisão de Torcidas.

Figura 35: Imagem da Divisão de Torcidas com destaque à patrulha de apoio ao lado.

9. Isolamento do local do espetáculo propriamente dito (campo, quadra do jogo,


palco):
9.1. função que consiste no posicionamento de policiais militares nas proximidades do

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local de realização do espetáculo propriamente dito, para coibir atos que comprometam
o bom andamento da apresentação;
9.2. em partidas de futebol de campo os policiais militares se posicionarão no entorno
do campo de jogo (com ou sem escudos de policarbonato ou similar) e permanecerão
com a frente voltada para o público; nesses casos, pretende-se inibir invasões de
campo, realizar o monitoramento do comportamento do público (quebra do anonimato)
e identificar condutas ilícitas ou irregulares de pessoas em meio ao público;
9.3. a distância entre os policiais destacados para essa função variará de acordo com a
extensão do campo, a quantidade de policiais disponíveis, o grau de rivalidade das
torcidas, a situação dos times no campeonato, a fase do campeonato (fases finais ou
eliminatórias), o tempo de partida, a presença de torcidas organizadas, as
características do local de evento (com ou sem fosso, com ou sem alambrados ou
redes de proteção);
9.4. para a distribuição do efetivo devem ser priorizados os pontos de maior risco de
quebra da ordem;
9.5. poderão ser designadas patrulhas para reforçar o isolamento, principalmente nos
locais de maior vulnerabilidade;
9.6. alguns policiais poderão portar binóculos para melhor observação do público,
devendo, nesse caso, não portar escudos;
9.7. o momento de posicionamento do efetivo depende do tipo de evento, do grau de
risco de quebra da ordem e de circunstâncias que influenciem no comportamento do
público. É admissível o recolhimento do efetivo durante o desenvolvimento da partida,
sempre que a situação permitir, devendo os policiais militares estar agrupados nos
flancos do gramado, em local seguro, facilitando o acionamento e posicionamento;
9.8. em eventos esportivos realizados em ginásios, há que se considerar a estrutura do
local, pois em muitos casos não há espaço adequado para o posicionamento do
efetivo; nessas hipóteses, o isolamento deverá ser realizado somente nos momentos
necessários, visando garantir a segurança dos policiais militares e evitar transtornos ao
andamento do espetáculo;
9.9. o isolamento de palcos deve ser realizado, a princípio, por efetivo da segurança
particular, restando ao policiamento realizar essa função nos casos em que aquele
grupo de profissionais for insuficiente, apresentar falhas operacionais ou diante de
situação de iminente ou efetiva quebra da ordem.

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10. Monitoramento:
10.1. função que consiste no acompanhamento e gravação de situações de interesse à
segurança do evento (tais como: comportamentos ilícitos ou irregulares de
espectadores, invasões, fluxo de pessoas nos acessos), utilizando-se de equipamentos
tecnológicos adequados para esse fim;
10.2. há que se observar a previsão normativa para a cobrança dessa estrutura junto
ao promotor do evento;
10.3. deve ser escalado um policial militar experiente e com conhecimento técnico para
a missão, o qual orientará os profissionais da área de Tecnologia da Informação para
monitorar os fatos de interesse à segurança do evento;
10.4. o policial militar determinado para essa função deve manter o Cmt Pol atualizado
dos acontecimentos constatados por meio do sistema de monitoramento;
10.5. deve ser realizada gestão prévia para que as imagens de interesse à segurança
do evento sejam disponibilizadas ao policiamento no mesmo dia (o mais rápido
possível), principalmente nos casos em que houver necessidade de subsidiar
procedimentos apuratórios;
10.6. as novidades e providências tomadas devem ser registradas em relatório próprio
para o monitoramento.

11. Centro de Controle e Comando Operacional:


11.1. é o local destinado ao gerenciamento operacional, o qual é feito em conjunto
pelos representantes dos órgãos envolvidos na realização do evento;
11.2. sua localização deve possibilitar visão privilegiada da parte interna do evento e,
se possível, da área externa, por meio de anteparos de vidro;
11.3. nesse Centro é imprescindível a existência de telas de vídeo com imagens
captadas pelo sistema de monitoramento, para que as autoridades possam analisar os
fatos e tomar as decisões necessárias;
11.4. os representantes dos órgãos designados para o CCCO devem possuir poder de
decisão, para que a maioria dos problemas seja resolvida de forma objetiva e no menor
tempo possível;
11.5. o Cmt Pol deve permanecer no CCCO, pois terá contato com outros órgãos e
com as informações acerca do desenvolvimento da operação;
11.6. nos locais de evento em que não existir CCCO deve ser convencionado lugar
para reunião e discussão de problemas, principalmente nas situações de crise.

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12. “Pinças”:
12.1. são policiais militares com a função de retirar torcedores que invadem o campo
de jogo e, subsidiariamente, de apoiar a Escolta de Árbitro nas situações que assim
exigirem;
12.2. os policiais militares nessa função deverão trajar:
12.2.1. agasalho, preferencialmente de cor escura, para permitir uma camuflagem nas
transmissões de imagens e, também, para os eventuais invasores;
12.2.2. chuteiras, para que tenham condições de se deslocar no gramado, aproximar-
se do invasor e realizar sua imobilização e retirada.
12.3. os “pinças” possuem autonomia de ação, ou seja, independem de determinação
expressa para atuação;
12.4. quando ocorrer uma invasão do campo de jogo deverão ser adotados os
seguintes procedimentos:
12.4.1. identificação do invasor;
12.4.2. deslocamento até o seu encontro;
12.4.3. imobilização, com uso de técnicas próprias;
12.4.4. entrega do invasor a uma patrulha de policiais militares fardados para condução
ao PC e adoção das providências cabíveis;
12.4.5. imediatamente após essa entrega, o “pinça” deve retornar ao seu posto e
permanecer pronto para nova atuação.
12.5. para a função de “pinça” deverão ser selecionados policiais com o seguinte perfil:
12.5.1. ter adequado preparo físico que permita ao policial realizar explosões em
corridas curtas, evitando-se lesões;
12.5.2. ser experiente nesse tipo serviço;
12.5.3. possuir maturidade emocional;
12.5.4. possuir discernimento da importância da função;
12.5.5. possuir conhecimento básico sobre técnicas de imobilização e condução de
detidos.
12.6. é importante salientar que a atuação dos “pinças” é acompanhada pela imprensa
e por todo o público presente e que ações indevidas por parte dos policiais podem
gerar revolta nas pessoas e causar grave quebra da ordem.

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Figura 36: Imagem do Policial Militar na função de “Pinça”.

Figura 37: Imagem do posicionamento dos Pinças ao término da partida.

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Subseção VIII -

Dos Principais Postos e Funções Externas (imediatas)

1. Bilheterias: nesses locais o efetivo policial-militar auxiliará na organização de filas,


fará intervenções quando da eclosão de tumultos e atuará de forma preventiva,
evitando ações criminosas.

2. Estacionamento de viaturas: na área externa do evento o contato com o público é


maior, exigindo efetivo policial para cuidar do patrimônio público.

3. Estacionamento de veículos de interesse para a segurança do evento: nesse


contexto estão os ônibus de caravanas de torcidas organizadas, de torcidas visitantes,
os veículos de imprensa.

4. Vias de acesso de espectadores: efetivo distribuído nas ruas de acesso e


calçadas, visando coibir ações criminosas contra o público que se desloca para o
evento.

5. Locais de chegada de delegações/protagonistas: em determinados locais de


evento a área externa não permite a chegada de delegações/protagonistas com
segurança, exigindo posicionamento policial para isolar o público e garantir o acesso ao
interior da praça de evento sem que haja transtornos ou agressões, o que pode gerar,
inclusive, cancelamento do espetáculo.

6. Locais de concentração de público: muitas vezes o público se concentra em


bares, praças ou em outros pontos, exigindo monitoramento policial para prevenir
problemas.

7. Locais de controle de acesso à área imediata do evento:


7.1. o controle de acesso à área imediata do evento consiste na restrição de entrada
nesse perímetro somente de pessoas portadores de ingresso válido, credenciais ou
que estejam envolvidas na organização/cobertura do evento;
7.2. trata-se de providência de suma importância para evitar o acúmulo desnecessário
de pessoas nas imediações do local de evento, evitando sérios transtornos, como
tumultos, tentativas de invasão, ações de punguistas e de cambistas etc.;
7.3. para garantir a efetividade na conferência dos requisitos descritos no subitem 7.1,
por parte de profissionais da organização e segurança ao trabalho realizado, é
necessário o apoio de efetivo policial-militar.

- 93 -
Subseção IX -

Dos Principais Postos e Funções Externas (mediatos)

1. Vias de acesso de espectadores: a presença policial é importante para evitar a


ação de criminosos, tumultos e garantir a fluidez do tráfego. Esse policiamento pode
ser feito por meio de patrulhas a pé, viaturas 4 (quatro) rodas ou por motocicletas,
sendo que essa última opção traz maior amplitude para o policiamento, dada a
versatilidade daquele tipo de veículo.

2. Terminais e estações do sistema de transporte público: locais de grande


aglomeração de pessoas em que as demandas de segurança aumentam, em razão da
presença das pessoas que se dirigirão ao evento.

3. Locais de concentração de público: demanda monitoramento e posicionamento


de efetivo, quando necessário, nas imediações de bares, praças, ruas e avenidas.

4. Pontos de encontro: são locais destinados à reunião das pessoas após o término
do espetáculo, devendo ser objeto de atenção por parte do policiamento para evitar
transtornos e a ação de criminosos.

5. Itinerários de grupos antagônicos.

6. Itinerários de protagonistas.

7. Vias de acesso adjacentes ao local do evento, com vistas à atuação contra


guardadores (irregulares) de veículos, cambistas, punguistas e outros infratores da lei.

Subseção X -

Dos Principais Postos e Funções para Grandes Eventos

1. Para os Grandes Eventos faz-se necessária maior estrutura gerencial e operacional,


devendo ser utilizadas ferramentas que auxiliem no comando da operação.

2. Nesses eventos, é imprescindível o contato com outros órgãos e pessoas para a


realização de um trabalho coordenado e capaz de atender às demandas surgidas.

3. Sendo assim, a definição de algumas funções, comumente não utilizadas em


eventos rotineiros, pode auxiliar no alcance de melhores resultados:
3.1. Oficial de Ligação: é o responsável pelo contato com representantes das
instituições que estejam trabalhando na operação ou que possam ser convocadas. Isso

- 94 -
inclui organismos de primeira resposta, saúde, obras públicas, órgãos de trânsito,
organizador do evento, administrador do local do evento, polícia judiciária, entre outros;
3.2. Oficial de Segurança: tem a função de vigilância e avaliação de situações
perigosas e inseguras, bem como de desenvolver medidas para a segurança do
pessoal, como fiscalizar o uso adequado de EPI, EPC. São exemplos de atribuições
dessa função: avaliar a entrada de materiais, a distância de segurança da divisão de
torcidas, as formas de confecção do balizamento, a montagem de filas, as falhas nas
catracas, câmeras de monitoramento e, também, as práticas operacionais dos policiais
empregados no policiamento que comprometam o bom andamento do evento;
3.3. Oficial de Relações Públicas:
3.3.1. é o ponto de contato com os meios de comunicação ou outras organizações que
busquem informações diretas sobre o evento;
3.3.2. é o responsável pela divulgação de notas de imprensa, confeccionadas
previamente pela Seção de Assuntos Civis do Batalhão;
3.3.3. é o porta-voz do policiamento para a divulgação de informações positivas e
negativas (conforme a política Institucional de comunicação social);
3.3.4. é o elo do policiamento com o Centro de Comunicação Social da PMESP;
3.3.5. acompanha, junto à imprensa, as informações acerca do policiamento e
eventuais incidentes.

Seção II -

Da 2ª Fase Operacional

1. É a fase compreendida entre o início do espetáculo propriamente dito e o seu


término.

2. Geralmente os espectadores já ingressaram no local do evento e haverá demandas


de segurança a serem observadas na área interna.

3. Visando à otimização do emprego policial, a técnica de remanejamento de efetivo


consiste em realocar policiais em postos e funções diferentes, em razão da mudança
de cenários e das demandas operacionais.

4. Nessa fase o policiamento deve ser postado conforme a movimentação dos


espectadores:
4.1. em um primeiro momento, os espectadores estarão concentrados na parte externa
- 95 -
do local, nas filas de bilheterias, nos portões e nos controles de acesso, o que
demanda a maior parcela do policiamento para fazer a revista nas pessoas, em
patrulhas de balizamento e para a recepção de delegações/protagonistas e de
caravanas de espectadores (ônibus de torcidas organizadas);
4.2. em seguida, boa parte do público já estará na área interna e outra ainda
permanecerá do lado de fora, exigindo posicionamento do policiamento nesses dois
locais;
4.3. por fim, estando o público na área interna, o policiamento deve estar, em sua
maioria, no interior do local do evento, não devendo desguarnecer portões e outros
locais de risco, para evitar invasões ou tumultos. Assim, patrulhas de balizamento são
deslocadas para setores na área interna, bem como parte do efetivo de policiais
militares que realizavam a revista pessoal são remanejados para outros postos e
funções.

5. O efetivo do policiamento externo deve ser direcionado ao patrulhamento com vistas


a criminosos que possam atentar contra o patrimônio dos espectadores (furto de
veículos), bem como permanecer com vistas a grupos de pessoas que permaneceram
nas imediações do local.

6. Esse procedimento de remanejamento do efetivo é normal, em se tratando de


Policiamento em Eventos, pois o policial empregado deve conhecer as missões e
conseguir desempenhar todas as funções correlatas, seja na revista, no balizamento,
na divisão de torcidas, no isolamento do campo, nas patrulhas etc.

7. Realizado o remanejamento do efetivo, os policiais militares deverão permanecer


postados de forma ostensiva, conforme a distribuição do Cmt Pol, nos diversos postos
e funções, monitorando e fiscalizando comportamentos e, diante de qualquer novidade
ou incidente, informarão de imediato o escalão superior.

8. Durante o(s) intervalo(s) do espetáculo é comum o público se deslocar dos seus


respectivos locais de acomodação para lanchonetes, banheiros ou outros espaços, o
que exige reposicionamento do efetivo policial, caracterizando remanejamento
momentâneo, voltado à preservação da ordem.

9. O policial militar escalado no monitoramento deve acompanhar essa movimentação


pelas câmeras, ficando atento a qualquer alteração dos ânimos dos espectadores e
mantendo o Cmt do Pol informado de qualquer novidade.
- 96 -
10. Terminado(s) o(s) intervalo(s) do espetáculo o público retorna aos seus locais de
origem, bem como os policiais retornam aos seus postos, conforme determinação do
Cmt Pol.

11. Durante essa fase o trabalho policial-militar deve estar voltado ao acompanhamento
do comportamento do público e pronto para realizar as intervenções necessárias.

Seção III-

Da 3ª Fase Operacional

1. Essa fase se inicia com o término do espetáculo, momento em que o público começa
a desocupar o interior do local, demandando providências do policiamento para
acompanhar esse deslocamento.

2. Próximo ao horário de término do evento, algumas patrulhas deverão ser novamente


remanejadas para corredores de circulação internos, para os portões e vias públicas
adjacentes, prevenindo e intervindo nos atos de quebra da ordem.

3. Antes do encerramento da apresentação é obrigatória a verificação das condições


de todos os corredores e portões, os quais devem estar devidamente desobstruídos
para garantir a fluidez do público.

4. Nos eventos com a presença de grupos antagônicos, o Cmt Pol deverá avaliar a
necessidade de retenção temporária de um deles no interior do estádio, observando
que:
4.1. nas partidas de futebol, em não sendo viável a saída de ambas as torcidas ao
mesmo tempo, a torcida visitante deve permanecer no setor que lhe foi destinado,
aguardando deliberação do policiamento;
4.2. para tanto, o Cmt Setor deve realizar contato com os responsáveis pela torcida
para comunicar essa providência e transmitir orientações gerais sobre os
procedimentos que serão adotados;
4.3. há partidas em que a torcida visitante deverá deixar o local antes da torcida do
time mandante. Isso ocorre em partidas de final de campeonato em que o time
mandante se consagra campeão e a torcida permanece no interior do estádio
comemorando, situação que favorece a ação de retirada da torcida visitante;
4.4. nesses casos, o policiamento deve providenciar a retirada dos torcedores
visitantes o mais rápido possível, realizando interdições de ruas e o isolamento das
- 97 -
imediações da saída para que não haja risco de agressão aos espectadores.

5. Após análise criteriosa do Cmt Pol, com base em informações fidedignas acerca das
condições do lado externo, o público retido será autorizado a deixar o local.

6. As patrulhas acompanham a saída total dos espectadores e apoiam os orientadores


de público no rescaldo dos remanescentes, atentando para não gerar ocorrências
desnecessárias.

7. Quando o local do evento estiver completamente desocupado e as imediações sem


aglomeração de pessoas, o Cmt Pol deve:
7.1. determinar o recolhimento do efetivo do policiamento interno;
7.2. realizar contato com o promotor do evento e demais órgãos para a verificação de
novidades que não tenham chegado ao conhecimento do policiamento;
7.3. providenciar a documentação pertinente ao evento.

8. O policiamento externo realiza o acompanhamento e monitoramento do público,


prevenindo ocorrências de delitos e intervindo sempre que necessário.

9. É fundamental que o Cmt Pol informe o policiamento externo sobre a saída do


público para que seja providenciado o correto posicionamento do efetivo nos locais
estratégicos.

10. Também devem ser comunicados os demais órgãos envolvidos para adoção das
providências afetas à sua respectiva área de atribuição, principalmente os
responsáveis pelo controle de tráfego e transporte público.

11. Finalizados todos os procedimentos, o Cmt Pol deve se reunir com os Cmt Setores
para receber informações acerca da operação e identificar pontos que precisam ser
melhorados.

12. Após desmobilização do PC, o Cmt Pol determina a retirada do local e o


deslocamento da tropa para o quartel ou outro local de liberação.

- 98 -
CAPÍTULO VII -

DAS TROPAS EMPREGADAS NO POLICIAMENTO EM EVENTOS

Seção I -

Das Generalidades e Tipos

1. O policiamento em eventos deve ser realizado por escalão de tropa especializada


nesta modalidade de policiamento.

2. Quando da impossibilidade de emprego de tropa especializada, deverá ser


providenciado, com antecedência, efetivo em quantidade adequada, bem como todos
os apoios e/ou reforços necessários.

3. Além da tropa empenhada diretamente nas atividades específicas do policiamento


em eventos, poderão ser empregados outros efetivos, tais como:
3.1. CB;
3.2. policiamento montado;
3.3. policiamento com cães;
3.4. policiais femininas;
3.5. policiamento de trânsito;
3.6. policiais intérpretes;
3.7. policiamento motorizado e a pé para as imediações;
3.8. policiais militares da área de inteligência;
3.9. policiamento com motocicletas.

4. Deverão ser envidados os esforços necessários para que haja entrosamento entre
as frações de tropa empenhadas, de modo que se tenha continuidade operacional.

5. Para tanto, é imprescindível que haja comunicação constante, clara e objetiva entre
os escalões envolvidos.

6. As atividades específicas do policiamento em eventos deverão ser desempenhadas


pelo escalão especializado empregado na operação, ficando as demais funções a
cargo do efetivo escalado como reforço ou apoio.

Seção II -

Da Preparação dos Efetivos

1. As Unidades Especializadas, ou que atuem constantemente na atividade de


- 99 -
policiamento em eventos, devem manter atualizados seus conhecimentos sobre os
procedimentos aplicáveis (conforme a realidade legislativa), os locais, a natureza do
espetáculo, boas práticas existentes, dentre outras peculiaridades julgadas
importantes.

2. As Unidades empregadas de forma esporádica neste tipo de atividade devem ter


preocupação especial quanto:
2.1. à seleção do efetivo;
2.2. à preparação do efetivo, através de instruções gerais e pontuais;
2.3. à capacitação do escalão de comando para conduzir as missões, conforme
doutrina, táticas e técnicas próprias.

3. Análises pós-evento são essenciais para o aprendizado de lições e,


consequentemente, o aprimoramento das operações.

Seção III -

Das Missões das Tropas de Apoio

Subseção I -

Do Policiamento Montado

1. Principais características de emprego:


1.1. ostensividade: a tropa hipo, por sua natureza, é facilmente visualizável, o que
aumenta a sensação da presença policial, vindo a inibir a atuação de infratores da lei;
1.2. efeito psicológico: a atuação do solípede, animal de grande porte, com todos os
equipamentos enseja níveis de inibição e desestímulo ao confronto direto;
1.3. eficaz prevenção: pela presença ostensiva obtém-se a redução de ocorrências
criminais na área onde se situa o policiamento montado, além do desencorajamento à
quebra da ordem por atos violentos;
1.4. poder repressivo: o emprego do cavalo na atuação para o controle de multidões
possibilita excelentes resultados, tendo em vista a capacidade de intimidação e
eficiência decorrentes da força e compleição do animal;
1.5. mobilidade: por suas características, o solípede pode se locomover nos mais
variados terrenos. Ao passo pode-se percorrer, com rapidez, uma grande área e, em
havendo necessidade, pode-se utilizar as andaduras trote ou galope, caso o terreno
permita ou as circunstâncias exijam;
- 100 -
1.6. flexibilidade: o Policiamento Montado pode ser empregado em ações preventivas
e em ações repressivas. Por não depender de vias de acesso padrão para se deslocar,
pode ser utilizado em terrenos variados, principalmente naqueles onde é difícil o
deslocamento de viaturas e do homem a pé. Além disso, pode se dirigir a qualquer
ponto, não ficando retido em congestionamentos ou no meio de grandes multidões;
1.7. extenso campo de visão: quando montado, o policial aumenta o campo de visão,
haja vista encontrar-se em um plano superior em relação ao público;
1.8. economia de efetivo: devido à ostensividade, ao efeito psicológico e à
mobilidade, o Policiamento Montado reduz a necessidade de efetivo nos locais de
espetáculos públicos, por seu extenso campo de visão e, consequente, poder de
fiscalização, bem como pela possibilidade de ser visto por muitas pessoas ao mesmo
tempo. Além disso, há a facilidade de chegar ao local necessário, com grande rapidez
e desembaraço. Uma patrulha hipo poderá cumprir, sozinha, a tarefa que, de outra
forma, exigiria um número maior de policiais a pé.

2. Funções do Policiamento Montado em espetáculos públicos:


2.1. a principal função do Policiamento Montado em espetáculos públicos será a de
prestar o devido apoio ao policiamento ostensivo, garantindo a preservação da ordem
pública na área externa do local de evento e podendo atuar de maneira preventiva ou
repressiva, conforme os procedimentos operacionais existentes;
2.2. subsidiariamente ao Controle de Multidões, o Policiamento Montado atuará no
policiamento ostensivo, de modo preventivo e externamente ao local de evento.

3. A determinação do efetivo e a disposição das frações de tropa no local de


policiamento, além de equipamentos de proteção individual, serão determinadas de
acordo com o planejamento da operação, observando-se que:
3.1. nesse planejamento, permite-se que o Policiamento Montado esteja, inicialmente,
voltado para o policiamento ostensivo preventivo, desde que as características do local,
o tipo de público, o momento psicológico, dentre outros fatores, assim o permitam;
3.2. a menor fração de tropa será a patrulha hipo, formada por, no mínimo, 4 (quatro)
policiais militares montados e que deve ser comandada, preferencialmente, por um
Graduado;
3.3. no entanto, deve-se ressaltar que será de inteira responsabilidade do Cmt Pol
Montado, de acordo com a análise da situação, a decisão de modificar o planejamento
inicial, passando a atuar, imediatamente, dentro do teatro de operações como Controle
- 101 -
de Multidões, mediante comunicação ao Cmt Pol;
3.4. também será de competência do Cmt Pol Montado determinar os parâmetros de
auto horário, visando atender às necessidades fisiológicas e materiais dos solípedes e
dos policiais empregados;
3.5. tendo em vista a característica de “tropa de apoio”, o Cmt Pol Montado deve
participar da fase de planejamento da operação, principalmente se fazendo presente na
reunião preparatória, a fim de ajustar seu apoio às demandas do Cmt Pol;
3.6. o planejamento e a disposição das patrulhas hipo devem ser informados ao Cmt
Pol para que haja otimização dos recursos humanos, evitando sobreposição de
patrulhas de diversas OPM dispostas em um mesmo local;
3.7. caberá ao Cmt Pol Montado cientificar o Cmt Pol toda vez que fizer alteração do
planejamento previamente estabelecido, principalmente no que tange à distribuição das
patrulhas hipo no perímetro do evento.

Figura 38: Patrulha de Cavalaria em apoio à contenção de público.

- 102 -
Figura 39: Patrulhas de Cavalaria auxiliando na contenção de público.

Figura 40: Patrulha de Cavalaria posicionada em local estratégico com vistas à prevenção.

Subseção II -

Do Policiamento com Cães

1. O emprego de efetivo policial com cães em operações de policiamento em eventos


ocorre no apoio à segurança interna, nas varreduras de setores (quando solicitado) e
na verificação de materiais de torcidas ou de outros espectadores, por meio do
emprego de cães de faro.

2. A segurança interna é realizada, geralmente, em estádios para partidas de futebol,


- 103 -
ocasiões em que os cães são utilizados no isolamento da área de competição (campo),
visando prevenir invasões por parte dos torcedores, sempre que o terreno permitir.

3. Nesse caso, o efetivo será distribuído uniformemente ao longo do perímetro do


campo, em distâncias equivalentes, de modo a ocupar todo o terreno, em posições
fixas ou em patrulhas de dois policiais e dois cães, com liberdade de locomoção nos
setores previamente determinados, segundo a divisão em quadrantes.

Figura 41: Posição do Policial com o cão no isolamento de gramado.

Figura 42: Imagem do Pel Canil no isolamento de gramado.

- 104 -
Figura 43: Imagem do posicionamento da patrulha com o cão no isolamento de gramado.

Figura 44: Imagem do posicionamento da patrulha com o cão no isolamento de gramado.

4. Quando há o emprego do efetivo de Canil em ações de controle de multidões


deverão ser observados os seguintes procedimentos:
4.1. nos casos de tentativa de invasão do campo de jogo, em sendo necessária a
atuação, o emprego do cão ocorrerá para dissuadir o invasor, reprimindo-o
psicologicamente e fazendo-o retroceder;
4.2. as ações do efetivo com cães seguirão as mesmas diretrizes e formações quando

- 105 -
do seu emprego no controle de multidões, junto com o Pel Chq, excetuando-se o uso
de granadas e de munição de impacto controlado, as quais não são portadas nem
empregadas pelo Pel Canil nesse tipo de missão;
4.3. caso o efetivo de Canil seja deslocado para apoiar outros efetivos na área externa,
seu emprego e atuação seguirão os mesmos procedimentos previstos para o emprego
do Pel Canil em ações de controle de multidões;
4.4. o cão deverá ser empregado com guia de 1,5 metro atrelada ao colar de elos,
através do mosquetão, preferencialmente travado;
4.5. o cão também deverá usar colar tático para melhor maleabilidade, quando da
necessidade do seu emprego, podendo-se usar o colar destravado quando for
necessário ter um maior controle do cão;
4.6. os policiais militares deverão se manter voltados para a torcida com o cão na
posição de sit ou stay, caso o efetivo tenha sido distribuído ao longo do perímetro;
porém, se o efetivo for distribuído em patrulhas de dois policiais e dois cães, poderá ser
adotado o posicionamento em que um policial permanece com a atenção voltada aos
torcedores e o outro ao interior, atento à segurança da equipe e das pessoas que
transitam no interior do campo, como o pessoal da imprensa;
4.7. não permitir que o cão se deite;
4.8. nunca soltar o cão, mesmo nos casos de invasão;
4.9. não segurar o cão pelo mosquetão da guia;
4.10. em caso de tentativa de invasão do campo, as patrulhas devem se deslocar de
modo a apoiar a patrulha mais próxima ao local do problema, reforçando sua
segurança e auxiliando na contenção, sem, no entanto, descuidar da segurança das
demais áreas do campo que possam se tornar pontos de invasão;
4.11. se não for possível conter o público ou se a tentativa de invasão ocorrer por
pontos diversos, as patrulhas deverão se reunir em local determinado pelo Cmt Pol
para que, em conjunto com o restante da tropa, procedam à retirada das pessoas do
gramado. Para tanto, o efetivo de canil poderá fazer uso das mesmas formações
empregadas nas ações de controle de multidões;
4.12. a presença do cão no isolamento do campo de jogo gera forte impacto
psicológico, dada a ostensividade e postura, o que auxilia na prevenção de invasões;
4.13. o policial militar com cão não atuará isolado, nem utilizará cassetete;
4.14. para evitar acidentes, não se deve permitir a passagem de pessoas entre os

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cães, inclusive policiais ou profissionais ligados à organização do evento.

Subseção III -

Do Batalhão de Ações e Operações Táticas Especiais

1. O Batalhão de Ações e Operações Táticas Especiais da Polícia Militar poderá ser


empregado nos grandes eventos ou naqueles em que existirem demandas específicas.

2. O efetivo do Batalhão de Ações e Operações Táticas Especiais poderá ser


empregado, observando protocolos próprios, nas seguintes missões:
2.1. varreduras antibomba;
2.2. ações contra e antibomba;
2.3. ocorrências com explosivos detonados;
2.4. ocorrências com reféns localizados;
2.5. ocorrências com atiradores ativos;
2.6. posicionamento de atiradores de elite;
2.7. posicionamento estratégico de equipe tática de pronta resposta;
2.8. segurança de autoridades;
2.9. ocorrências envolvendo ações terroristas.

Subseção IV -

Do Policiamento de Trânsito

1. O Policiamento de Trânsito urbano tem fundamental importância nas operações de


policiamento em eventos, pois uma das grandes preocupações e dificuldades na
manutenção da ordem pública é justamente o impacto causado nos acessos ao local
de evento e no seu entorno, em virtude do intenso e concentrado tráfego de veículos e
da circulação de pessoas.

2. Diante disso, é indispensável que sejam realizadas ações coordenadas entre o


policiamento interno, o policiamento externo, o Policiamento de Trânsito e o órgão
municipal responsável pelo tráfego urbano.

3. Nas situações de normalidade o Policiamento de Trânsito deverá:


3.1. planejar, em conjunto com o órgão de tráfego municipal, operações, desvios e
bloqueios necessários para a realização do evento;

- 107 -
3.2. atuar, de forma coordenada com os agentes de trânsito do órgão municipal, na
execução das ações previstas no planejamento;
3.3. atuar, em todos os casos, de forma a garantir a segurança dos participantes do
evento, bem como dos demais usuários das vias, para evitar acidentes e minimizar os
impactos causados no sistema viário;
3.4. atuar, subsidiariamente, em apoio ao policiamento externo do evento, coibindo
ilícitos.

4. Nas situações de quebra da ordem pública (ou em emergências) o Policiamento de


Trânsito deverá:
4.1. elaborar, em conjunto com a OPM responsável pelo policiamento do evento,
Planos de Ação com vistas à possível quebra da ordem pública;
4.2. garantir o isolamento do teatro de operações, estabelecendo perímetro de
segurança para a ação das tropas empenhadas na resolução da crise;
4.3. providenciar os desvios necessários para mitigar os impactos causados aos
demais usuários das vias.

Subseção V -

Do Corpo de Bombeiros

1. O CB é responsável pela emissão do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros


(AVCB), relativo às condições de segurança das instalações, conforme as normas
legais em vigor.

2. Sempre que necessário poderão ser realizadas verificações dos locais de eventos
que já possuem AVCB, antes da realização do espetáculo.

3. O CB deve conhecer os Planos de Emergência elaborados para o evento.

4. No local do evento, a presença e o posicionamento das equipes do CB dependerá


de avaliação de demandas e da natureza do espetáculo.

5. As equipes escaladas para a missão deverão conhecer as estruturas, a localização


dos equipamentos de combate a incêndio, os acessos, as saídas de emergência e os
pontos sensíveis do local do evento, de forma a garantir a melhor resposta quando do
acionamento.

6. O CB deverá conhecer a dimensão e as características do espetáculo para que

- 108 -
tenha condições de atuar em qualquer tipo de emergência, sobretudo em incêndios, no
resgate de múltiplas vítimas e em ocorrências com produtos perigosos.

Subseção VI -

Do Policiamento com Motocicletas

1. O Policiamento com Motocicletas apresenta excelentes resultados em uma operação


de policiamento em eventos em razão de sua ostensividade, capacidade de adaptação
em diversos tipos de terreno e da rapidez no deslocamento.

2. Sendo assim, o emprego desse tipo de policiamento deve atender aos critérios
técnicos Motocicletas X Público/Motocicletas X Missão.

3. O emprego do Policiamento com Motocicletas deve priorizar locais em que não haja
grande concentração de pessoas, como nas vias de acesso, em cruzamentos e no
entorno do local de evento, visando à prevenção de pequenos delitos.

4. Quando ocorrer a quebra da ordem, com a necessidade de realização de ações de


controle de multidões, o Policiamento com Motocicletas deve se afastar do ponto de
intervenção da tropa a pé para evitar incidentes com os policiais militares e suas
respectivas motocicletas.

5. Nesse caso, o Policiamento com Motocicletas atuará em focos menores de turba


visando dispersão e, se possível, realizar a detenção de pessoas que estejam
cometendo delitos.

6. Sempre que necessário e possível, o efetivo do Policiamento com Motocicletas se


reunirá para formar um Pel Chq e atuar no controle de multidões.

CAPÍTULO VIII -

DOS ACOMPANHAMENTOS/ESCOLTAS

Seção I -

Das Generalidades e Conceitos

1. O acompanhamento/escolta de torcidas e protagonistas até os locais de evento


caracteriza-se pela ação preventiva da Polícia Militar, desenvolvida com o objetivo de
conduzir essas comitivas, em segurança, do local de concentração até o local onde

- 109 -
será realizado o evento, bem como o seu retorno.

2. O acompanhamento/escolta de torcidas e protagonistas até o local do evento tem


caráter preventivo e visa preservar a integridade física das pessoas que compõem a
comitiva, a ordem pública, durante todo o itinerário, e garantir que o evento ocorra, com
a chegada dos protagonistas no horário estabelecido.

3. A Polícia Militar, em regra, poderá atuar de duas formas na condução de torcidas e


protagonistas:
3.1. Acompanhamento: consiste na condução da comitiva do local de concentração
até o local do evento (e seu retorno), por meio do emprego de viaturas, com o objetivo
de preservar a integridade física das pessoas e preservar a ordem pública, cujo
deslocamento não tem prioridade no trânsito, salvo quando necessário (como nos
casos de trânsito intenso, saída de hotel, chegada no local de evento, pontos de
concentração de torcedores rivais e demais situações sob análise do Cmt da equipe);
3.2. Escolta: consiste na custódia da comitiva do local de concentração até o local do
evento (e seu retorno), por meio do emprego de viaturas, com o objetivo de preservar a
integridade física das pessoas e a ordem pública, cujo deslocamento sempre terá
prioridade no trânsito, justificado pela existência de riscos.

4. As torcidas e delegações, preferencialmente, serão conduzidas até o local do evento


(e no seu retorno) por meio de acompanhamento.

Seção II -

Dos Atos Preparatórios para Acompanhamentos/Escoltas

Subseção I -

Da Solicitação de Acompanhamentos/Escoltas

1. As solicitações de acompanhamentos/escoltas serão protocoladas na OPM


responsável pelo policiamento no local do evento, juntamente com o Requerimento do
Policiamento, em tempo hábil para análise e deliberação.

2. Na solicitação deverão estar presentes os fundamentos que justifiquem a atividade


policial de acompanhamento/escolta, sobretudo os afetos à segurança pública.

3. A impessoalidade deve pautar a análise, o deferimento ou indeferimento das


solicitações, bem como a montagem do comboio, do qual deverão fazer parte somente
- 110 -
os veículos envolvidos no transporte dos integrantes da comitiva.

4. Cabe ao solicitante informar apenas o local e o início do acompanhamento/escolta,


sendo privativo à equipe policial-militar a definição e alteração de itinerários, tanto na
ida quanto na volta.

5. O horário de início do acompanhamento/escolta deverá ser avaliado pela equipe


policial-militar a fim de se verificar o tempo necessário ao exato cumprimento da
missão; caso não adequado, o solicitante deverá ser informado da necessidade de
alteração.

6. Quando o local de concentração da comitiva estiver situado em área de atribuição de


OPM diversa daquela responsável pela realização do policiamento no local do evento,
a solicitação deverá ser encaminhada à primeira e o solicitante orientado a apresentar
cópia do pedido também à OPM responsável pelo policiamento no evento.

7. Na situação descrita no item 6, a OPM responsável pelo acompanhamento/escolta


inicial da comitiva comunicará às demais OPM evolvidas no prosseguimento da
missão, a partir de determinado ponto, se necessário, respeitando as determinações e
procedimentos previstos nas normas da Instituição.

8. As solicitações de acompanhamentos/escoltas serão analisadas em reunião de EM,


ocasião em que será verificada a legalidade, o interesse público, a necessidade e
conveniência de atendimento do pedido, a existência de riscos à integridade física das
pessoas a serem escoltadas pela Polícia Militar, bem como indicadores de possível
quebra da ordem pública durante o itinerário a ser percorrido.

9. No documento de solicitação de escolta deverão constar as informações


imprescindíveis para a realização do planejamento e execução da atividade pela
Polícia Militar, tais como, data do evento, número de veículos que farão parte do
comboio, endereço do local de concentração, horário previsto para a saída desse local
e o nome e contato do responsável pela comitiva.

10. Caberá ao Coord Op da OPM responsável pelo policiamento no local do evento


decidir pelo atendimento da solicitação de escolta, com base nos critérios técnicos e
legais apresentados.

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Subseção II -

Do Planejamento dos Acompanhamentos/Escoltas

1. Após ser autorizada a realização de acompanhamento/escolta, na reunião


preparatória do evento serão colhidas e confirmadas as informações necessárias junto
ao solicitante, aos órgãos e OPM envolvidas.

2. Disso, será confeccionado Plano de Ação constando as seguintes informações:


2.1. local de início;
2.2. horário de início;
2.3. quantidade de veículos que serão acompanhados/escoltados;
2.4. informações sobre a posse, ou não, de ingressos para os casos de
acompanhamento/escolta de torcidas;
2.5. possíveis itinerários;
2.6. pontos de riscos no itinerário, para planejamento do posicionamento preventivo do
policiamento externo;
2.7. ponto de desembarque no local do evento;
2.8. local de estacionamento dos veículos;
2.9. pontos de fechamento de vias, principalmente próximos ao local do evento;
2.10. outras informações que possam contribuir para a garantia da ordem pública,
conforme o contexto do evento.

3. Após a reunião preparatória, o Oficial responsável pela coordenação dos


acompanhamentos/escoltas e o Cmt Pol definirão as ações conjuntas de fechamento
de vias e posicionamento de efetivo responsável pela atuação preventiva, durante a
chegada das comitivas de protagonistas e espectadores no local do evento.

4. De posse das informações, o responsável pela coordenação do


acompanhamento/escolta definirá o Cmt da equipe de batedores e o efetivo a ser
empregado, respeitando, se possível, o limite mínimo de 3 (três) batedores para os
protagonistas e 5 (cinco) para as torcidas, quando empregadas viaturas do tipo
motocicleta, porém, sem deixar de analisar a necessidade e viabilidade do emprego de
efetivo em viatura 4 (quatro) rodas;
4.1. a quantidade de viaturas 4 (quatro) rodas e de motocicletas será definida pelo Cmt
Pel, juntamente com o Cmt da equipe de batedores, levando-se em consideração
diversos fatores, dentre eles a quantidade de veículos que farão parte do comboio, o

- 112 -
grau de risco da operação, bem como aqueles previstos no item 2 desta Subseção;
4.2. definida a equipe de batedores responsáveis pelo acompanhamento/escolta, o
respectivo Cmt definirá a função de cada policial e os procedimentos a serem
realizados, conforme os protocolos existentes na instituição.

5. A equipe encarregada do acompanhamento/escolta deverá, juntamente com o


responsável pela coordenação, realizar a gestão de risco da operação, considerando:
5.1. a quantidade de veículos que serão acompanhados/escoltados;
5.2. os pontos de riscos presentes no itinerário (viadutos, estações de metrô, terminais
de ônibus, sedes de torcidas rivais, bares, locais de grande concentração de pessoas);
5.3. as características da torcida;
5.4. o itinerário utilizado por torcidas rivais/protagonistas;
5.5. os itinerários alternativos;
5.6. o grau de rivalidade entre as torcidas;
5.7. a importância do jogo no contexto da competição;
5.8. a popularidade e influência do protagonista do evento sobre o público;
5.9. a disponibilidade do efetivo;
5.10. a quantidade de ônibus;
5.11. o histórico de violência;
5.12. outros fatores que possam contribuir para um resultado indesejado.

6. Como medida preventiva, para evitar possíveis ações violentas de grupos rivais ou
contrários aos torcedores ou protagonistas que fazem parte da comitiva, o Cmt OPM,
por meio da Seção P/3, poderá solicitar apoio às Unidades Territoriais, caso considere
necessário, no intuito de que posicionem viaturas e efetivo policial em pontos de risco
da respectiva área, definidos no planejamento.

7. Para o planejamento e execução das operações de acompanhamento/escolta


deverão ser observados os protocolos e normas vigentes na instituição, sobretudo
quando do envolvimento de diversas OPM.

Subseção III -

Das Medidas Preventivas

1. De posse da solicitação, a equipe de batedores deverá realizar o reconhecimento do


itinerário a ser percorrido, com o objetivo de verificar possíveis alterações nas vias
- 113 -
(obras, feira livre, manifestações, mão de direção, entre outros), e do local de destino, a
fim de analisar o acesso, o local de desembarque e o portão de entrada.

2. Antes do início do acompanhamento/escolta a equipe responsável deverá verificar


as condições de segurança dos veículos, bem como se o seu estado de conservação e
a documentação estão de acordo com a legislação vigente.

3. Os veículos e os respectivos motoristas serão qualificados, inclusive sendo


fiscalizado se esse último possui habilitação para a condução do veículo, na categoria
a que este pertencer.

4. A equipe de escolta deverá atentar para a capacidade de lotação dos veículos,


impedindo o transporte que exceder a capacidade legalmente determinada.

5. Os motoristas deverão ser orientados sobre o significado dos gestos utilizados pelos
batedores durante o acompanhamento/escolta.

6. Os motoristas deverão ser orientados a observar e a acatar as sinalizações e


determinações dos batedores, a conduzir o veículo com cautela e a seguir estritamente
o itinerário indicado pelos policiais militares.

7. Durante o acompanhamento/escolta de torcidas e de protagonistas até o local de


evento é importante que a equipe de batedores tenha efetivo designado para exercer a
função de precursor, com a missão de se deslocar bem à frente da comitiva, a fim de
verificar as condições de trânsito e de segurança do itinerário (possíveis aglomerações
de torcedores rivais e emboscadas).

8. Também poderá ser solicitado apoio ao efetivo da Seção P/2 para monitorar o
itinerário, os pontos de concentração de torcedores, as sedes de torcidas, o
deslocamento de torcedores pelas vias e no transporte público etc.

9. Poderá ser realizado contato com as organizações e instituições responsáveis pelo


transporte público (metrô, trem, ônibus), a fim de colher informações sobre o
deslocamento de torcedores.

10. Caso não esteja empenhado no acompanhamento das comitivas, o responsável


pela coordenação dos acompanhamentos/escoltas (ou outra equipe determinada por
ele) deverá permanecer no local do evento, a fim de, juntamente com o Cmt Pol
interno, adotar as medidas necessárias para garantir a chegada das comitivas em
segurança, bem como avaliar a necessidade de encaminhar apoio à equipe de
- 114 -
batedores, sobretudo nas proximidades da praça de evento.

Seção III -

Do Desenvolvimento da Operação de Acompanhamento/Escolta

1. Realizadas todas as medidas de planejamento e prevenção anteriormente


mencionadas, deverá ser realizado contato com o responsável pela comitiva para
confirmação do horário de início do acompanhamento/escolta e transmissão de
orientações de segurança e deslocamento, com ênfase nos seguintes aspectos:
1.1. a comitiva deve sempre acompanhar a viatura que estiver à frente do primeiro
veículo do comboio, respeitando a sinalização de trânsito e outras determinações dos
batedores;
1.2. os motoristas dos veículos do comboio devem ser orientados a não realizarem
paradas e nem diminuir a velocidade sem autorização ou solicitação de um batedor;
1.3. o deslocamento deve ser feito sempre em coluna por um.

2. O acompanhamento/escolta de torcidas e dos protagonistas é uma operação que


deve ser planejada com antecedência e que exige um trabalho conjunto e coordenado
entre a equipe de batedores e o policiamento interno, sendo imprescindível uma
constante e eficiente comunicação entre os envolvidos.

Subseção I -

Do Acompanhamento/Escolta de Torcidas

1. O acompanhamento/escolta de torcidas, principalmente das organizadas, apresenta-


se como uma operação de risco, face à rivalidade existente entre esses grupos dentro
do Estado de São Paulo e, também, ao estabelecimento de “alianças” com torcidas
organizadas de clubes de outros Estados da Federação.

2. A grande rivalidade entre esses grupos paulistas, que transcende às torcidas de


outros Estados, é, por vezes, motivo de graves atos de violência em diversos pontos da
cidade e, principalmente, no itinerário até o local do evento (inclusive rodovias).

3. Esse risco potencial de grave perturbação da ordem gera a necessidade de


monitoramento desses grupos, principalmente nos deslocamentos em dias de jogos.

4. Nesse sentido, o deslocamento desses grupos de torcedores pode ocorrer de três


- 115 -
maneiras:
4.1. deslocamento a pé: a torcida será acompanhada por equipes em deslocamentos
curtos até o local do evento, de forma segura e sem causar prejuízos ao torcedor
eventual e aos demais cidadãos que transitam pelas vias adjacentes; além disso, esse
modelo tem como finalidade evitar confrontos entre torcedores, atos de vandalismos na
via pública e saques a estabelecimentos comerciais;

Figura 45: Acompanhamento/Escolta de torcida a pé.

Figura 46: Equipe de Batedores durante escolta de torcedores a pé.

- 116 -
4.2. deslocamento por meio de transporte público: neste caso, é imprescindível a
coordenação e sincronia com outros órgãos envolvidos, tanto no planejamento como
na execução da missão, de forma que:
4.2.1. essa coordenação e sincronia são importantes para que não ocorram atrasos na
saída, nas transições e na chegada dos grupos;
4.2.2. durante o deslocamento o Cmt Pol deverá ser cientificado sobre a localização do
acompanhamento/escolta e inconformidades ocorridas durante o deslocamento, uma
vez que isso pode impactar no policiamento interno.
4.3. deslocamento por meio de transporte particular: são os casos em que os
torcedores apresentam a intenção de se deslocar ao local do evento em grupo e
utilizando-se de veículos particulares, como ônibus e vans contratados;
4.3.1. os veículos particulares de pequeno porte, cujo interesse por escolta seja
individual, não serão autorizados a fazer parte do comboio, uma vez que essa atividade
policial visa a atingir o interesse público, justificado por meio de acompanhamento do
coletivo;
4.3.2. as situações excepcionais serão avaliadas e decididas pelo Cmt da equipe, que
constará em relatório as novidades a respeito.

5. Ao chegar ao local de início do acompanhamento/escolta, deverá ser realizado


contato com a liderança da torcida, no qual serão adotados os seguintes
procedimentos:
5.1. qualificação do responsável;
5.2. apresentação de orientações sobre os procedimentos a serem realizados, bem
como o comportamento esperado dos torcedores;
5.3. vistoria nos veículos, com vistas a localizar objetos ilícitos, proibidos ou que
possam ser utilizados para arremesso ou à prática de violência;
5.4. revista nos torcedores, com vistas a localizar objetos ilícitos, proibidos ou que
possam ser utilizados para arremesso ou à prática de violência;
5.5. atentar para que torcedores embarcados não recebam objetos de outras pessoas
que estejam do lado de fora do veículo.

6. Após o embarque, a comitiva será formada em coluna por um, em local apropriado
que proporcione segurança e fluidez no trânsito.

7. O retorno das comitivas ao seu local de origem será realizado nos mesmos moldes
do deslocamento inicial, no entanto:
- 117 -
7.1. o Cmt da equipe de batedores avaliará a viabilidade de atender possível solicitação
de retorno da comitiva de torcedores e protagonistas para local diferente ao da
concentração inicial, mediante a análise de fatores de segurança envolvidos, do
interesse público e da compatibilidade do novo local de destino pleiteado, com base
nos princípios que regem a Administração Pública;
7.2. na hipótese de atendimento do pedido, o responsável pela coordenação do
acompanhamento/escolta deverá ser cientificado.

Figura 47: Procedimento de revista nos torcedores antes do embarque no ônibus.

Figura 48: Deslocamento do comboio durante o acompanhamento/escolta.

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Subseção II -

Do Acompanhamento/Escolta de Protagonistas

1. Após a realização de todas as medidas de planejamento e prevenção anteriormente


mencionadas, deverá ser feito contato com o responsável pela comitiva para
confirmação do local e do horário de início do acompanhamento/escolta, transmissão
das orientações de segurança e de deslocamento e adoção dos procedimentos
descritos no item 1 desta Seção.

2. É fundamental atenção especial quanto ao cumprimento dos horários previstos, pois


há casos em que os protagonistas atrasam a saída, circunstância que causa impactos
na decisão acerca de itinerário e demais procedimentos.

Figura 49: Escolta de delegação realizada pelo Policiamento com Motocicletas.

Subseção III -

Da Atuação Conjunta com o Policiamento Interno e Outros Órgãos

1. É imprescindível para o sucesso da missão que o Cmt Pol interno mantenha contato
constante com o responsável pela coordenação dos acompanhamentos/escoltas dos
protagonistas e torcedores, de forma que haja frequente compartilhamento de
informações, garantindo que a aproximação e a chegada das comitivas no local do
evento ocorram em segurança.

- 119 -
2. Dessa forma, o responsável pelos acompanhamentos/escoltas manterá o Cmt Pol
interno informando sobre:
2.1. os protagonistas e torcedores que serão escoltados;
2.2. a quantidade de veículos existentes em cada comboio;
2.3. o itinerário principal e o alternativo de chegada no local do evento;
2.4. o horário de saída do local de concentração e o local de chegada e desembarque;
2.5. necessidade de eventuais fechamentos de vias;
2.6. qualquer outra informação relevante para a manutenção da ordem pública.

3. No mesmo sentido, caberá ao Cmt Pol interno posicionar o efetivo para recepcionar
e direcionar os protagonistas e os torcedores que fazem parte da comitiva, bem como
realizar os fechamentos de vias e acessos necessários à segurança, de forma a
restringir, temporariamente, a aproximação de veículos e torcedores, com o objetivo de
evitar a prática de possíveis atos de violência.

Seção IV -

Das Considerações Complementares

1. A realização de acompanhamento/escolta de torcidas, sobretudo das organizadas,


até o local da partida em dias de evento, ainda que sem a devida solicitação prévia por
parte dos responsáveis, pode ser necessária, considerando o interesse público, a
preservação da ordem pública e a garantia da integridade física das pessoas.

2. Nesses casos, a autoridade policial-militar competente deverá realizar o


acompanhamento/escolta, cumprindo as medidas elencadas neste Capítulo, para
garantir a preservação da ordem pública.

3. Sendo constatada qualquer infração penal durante a vistoria dos veículos, na revista
aos torcedores que fazem parte da comitiva ou durante o deslocamento, o veículo e os
responsáveis pela prática delituosa deverão ser conduzidos ao DP.

4. Diante da constatação de situações descritas no item 3, também deverá ser


confeccionado documento circunstanciado para subsidiar possível representação ao
Ministério Público, Poder Judiciário, organizadores do evento e escalão superior, a fim
de que sejam tomadas as medidas pertinentes.

5. Outras novidades de natureza não criminal ocorridas durante o

- 120 -
acompanhamento/escolta também devem ser descritas em relatório de serviço, para
adoção das providências posteriores.

6. Sendo constatada a existência de elevado grau de risco durante o


acompanhamento/escolta, poderão ser empregadas viaturas 4 (quatro) rodas
equipadas com escudos e equipamento de menor potencial ofensivo, para utilização
em apoio às viaturas tipo motocicleta, em situações de emboscadas e grave quebra da
ordem pública.

7. O Cmt da equipe de batedores avaliará a viabilidade de atender uma possível


solicitação de alteração do local para o retorno das comitivas de torcedores e
protagonistas, ocasião em que o responsável pela coordenação do
acompanhamento/escolta será cientificado.

8. O atendimento desse tipo de solicitação de alteração depende da análise de fatores


de segurança envolvidos, do interesse público e da compatibilidade do novo local de
destino pleiteado, com base nos princípios que regem a Administração Pública.

9. O responsável pela coordenação dos acompanhamentos/escoltas de torcidas e


protagonistas deverá elaborar o planejamento e tomar as medidas necessárias para
que sejam evitados encontros das comitivas de torcidas e protagonistas antagônicos
durante o itinerário, na chegada ao local do evento e no seu retorno, evitando-se
possíveis confrontos e atos de violência.

CAPÍTULO IX -

DAS OCORRÊNCIAS

Seção I -

Das Ocorrências Simples

1. Brigas simples:
1.1. as brigas simples são resolvidas com intervenção pontual, identificando-se os
envolvidos, separando-os e retirando-os do setor;
1.2. após a resolução do conflito, o efetivo policial pode permanecer nas proximidades
para garantir que não haja novos desentendimentos;
1.3. os envolvidos nas brigas simples devem ser conduzidos ao PC para fins de
qualificação e, posteriormente, ao DP, para adoção das medidas de polícia judiciária,

- 121 -
ou ao Juizado Especial Criminal, quando presente;
1.4. pelo PC devem ser realizadas as pesquisas de antecedentes criminais para
verificação da vida pregressa dos conduzidos;
1.5. o emprego da força, nesses casos, deve ser criteriosamente analisado, sob pena
de piorar a situação quando, muitas vezes, a mera presença policial já é suficiente para
dissuadir os envolvidos.

2. Desordens localizadas:
2.1. em local de evento é comum que haja desentendimentos entre as pessoas ou
atitudes que possam comprometer a segurança, situações que demandam rápida
intervenção para evitar um tumulto generalizado;
2.2. são exemplos de desordens localizadas: as tentativas de invasão do palco, dos
camarins, dos vestiários, as discussões em filas e pessoas desrespeitando a
organização das filas;
2.3. em regra, a mera presença policial já é suficiente para resolver o problema,
evitando-se, assim, o emprego de força.

3. Invasão do palco, ou local de apresentação, por um ou poucos espectadores:


3.1. nos casos de invasão do palco por poucos espectadores deve ser acionada a
segurança privada para a retirada daquelas pessoas e caso a atuação não seja
adequada ou suficiente o efetivo policial-militar intervirá;
3.2. os invasores devem ser conduzidos ao PC para qualificação e verificação de
antecedentes e, posteriormente, ao DP ou Juizado Especial Criminal, quando presente;
3.3. nesses casos, a ação policial-militar deve considerar a possível interferência dos
protagonistas, no intuito de evitar a retirada do invasor, devendo o policiamento atuar
com cautela e moderação para não agravar a situação.

4. Invasão do campo de jogo por um ou poucos torcedores:


4.1. a intervenção deverá ser realizada pelos policiais militares escalados na função de
“pinças”;
4.2. após a imobilização, o invasor deve ser entregue a uma patrulha para condução ao
PC e adoção das providências cabíveis;
4.3. após a intervenção os policiais militares na função de “pinças” não devem se
afastar do posto, para que não haja prejuízos, caso ocorra(m) nova(s) invasão(ões).

- 122 -
Seção II -

Das Crises

Subseção I -

Dos Aspectos Conceituais

1. Crise é um episódio grave, desgastante, conflituoso e de elevado risco, em que a


perturbação da ordem social venha a ameaçar ou a causar danos a indivíduos ou a
grupos integrados na coletividade, exigindo, para tanto, atuação célere e racional dos
organismos policiais para impedir ou minimizar a perda de vidas ou danos à
propriedade e/ou ao meio ambiente.

2. São características da crise:


2.1. imprevisibilidade;
2.2. compressão de tempo;
2.3. ameaça de vida;
2.4. necessidade de postura organizacional não rotineira;
2.5. necessidade de planejamento analítico especial e capacidade de
implementação; e
2.6. necessidade de considerações legais especiais.

3. Nas crises eclodidas em locais de evento devem ser acrescentadas outras 2 (duas)
características, quais sejam:
3.1. alta densidade demográfica, ou seja, uma grande concentração de pessoas em
um local restrito e com vias de fuga limitadas; e
3.2. dinamismo do evento, isto é, as mudanças de cenários implicam em
acompanhamento do comportamento do público, o qual pode se alterar por diversas
causas, bem como da eclosão de problemas que demandam intervenção rápida pelo
policiamento.

4. Institucionalmente, são objetivos do gerenciamento de crises:


4.1. preservar vidas; e
4.2. aplicar a lei.

5. As crises eclodidas nos locais de evento, em sua grande maioria, são consideradas
“crises dinâmicas” e requerem ações rápidas e diretas, buscando neutralizar situações
de grande agressividade e que podem gerar múltiplas vítimas.

- 123 -
6. As medidas de controle e condução que integram o “Sistema de Gerenciamento de
Crises Dinâmicas” devem ser tomadas de acordo com o cenário apresentado, de forma
que o interventor deverá:
6.1. identificar: analisar exatamente o que ocorre, onde, qual a proporção e quem são
os envolvidos;
6.2. decidir: com base no fato identificado, pode tomar a melhor decisão acerca da
ação a ser implementada. Nessa etapa, deve considerar:
6.2.1. a necessidade: toda e qualquer ação do policiamento somente deve ser
deflagrada quando for indispensável;
6.2.2. a validade do risco: para a tomada de toda e qualquer decisão deve-se
observar e avaliar se os riscos advindos da ação são compensados pelos resultados
esperados;
6.2.3. aceitabilidade: toda ação deve ser aceitável sob os pontos de vista legal, moral
e ético.
6.3. agir: adotar os procedimentos operacionais conforme o tipo de crise instalada.

7. Dada a dinâmica dos fatos, possivelmente aparecerão diversos tipos de problemas


que requererão ações pontuais e rápidas, até que toda a crise seja debelada.

8. Por outro lado, as “crises estáticas” requerem medidas de contenção e isolamento


do ponto crítico e, em seguida, contatos com os causadores, visando diminuir o ímpeto
agressivo e aguardar a chegada de tropa especializada. Tem-se, portanto, o “Sistema
de Gerenciamento de Crises Estático”.

9. Doutrinariamente, o gerenciamento de crises é dividido em 5 (cinco) fases:


9.1. pré-confrontação: pode ser definida como o planejamento preventivo, no qual são
definidos os planos de contingência, de emergência, de treinamento etc.;
9.2. resposta imediata: é o conjunto de medidas tomadas após o conhecimento da
eclosão da crise, geralmente baseadas em protocolos predeterminados, como os
Procedimentos Operacionais Padrão;
9.3. planejamento deliberado: é a análise das possíveis alternativas para a resolução
da crise;
9.4. resolução: realização efetiva do plano escolhido para a solução da crise;
9.5. pós evento: realização da análise das ações, buscando erros e acertos, para criar
melhorias para as próximas ações, através das lições aprendidas;
9.5.1. nessa fase pode ser elaborado um relatório próprio, contendo os principais erros
- 124 -
e acertos, bem como as medidas de correção para outras ocorrências;
9.5.2. o relatório deve permanecer acessível aos policiais militares envolvidos na
ocorrência e a outros que podem vir a se envolver, gerando conhecimento para as
futuras gerações e evitando o cometimento de erros do passado.

10. As Fontes de Informação devem ser consideradas para o processo de


gerenciamento de crises, pois são definidas como meios capazes de gerar
conhecimento acerca do fato. Nessa categoria estão os sobreviventes de um desastre,
os reféns liberados, outros causadores da crise, os policiais, o monitoramento do local
de evento, entre outros que permitem observar e conhecer o ambiente da crise e suas
variáveis.

11. Para um eficiente trabalho no gerenciamento de determinadas crises eclodidas em


locais de evento, consideradas complexas e duradouras, é importante a adoção de
ferramentas de gestão capazes de minimizar o dispêndio de tempo, de recursos
humanos e materiais e de maximizar os resultados.

12. Considerando a participação de diversos órgãos públicos e privados, de pessoas


ligadas direta e indiretamente na organização de eventos, a complexa rede de
relacionamento entre as partes envolvidas e as tarefas a serem executadas, conforme
as responsabilidades, a ausência de uma metodologia capaz de direcionar os esforços,
organizar a atuação de cada um e possibilitar a correta forma de comunicação, trará
sérias dificuldades para o processo de resolução de situações críticas.

Subseção II -

Das Origens das Crises em Eventos

1. Em locais de eventos as crises podem advir de comportamentos ou fenômenos, cujo


conhecimento antecipado propicia prevenção ou preparo adequado para o
enfrentamento. Assim, as origens das crises em evento podem ser:
1.1. decorrentes da ação humana;
1.2. decorrentes de problemas estruturais;
1.3. decorrentes de desastres naturais;
1.4. decorrentes de motivação externa.

2. Evidentemente que uma crise pode eclodir da combinação dos diversos fatores
acima descritos, bem como do agravamento de um que pode impactar em outro(s).
- 125 -
Subseção III -

Das Ações de Prestação de Socorro

1. São realizadas diante de fatos que requeiram intervenções para socorrer pessoas
que estejam feridas ou na iminência.

2. Deve ser realizada a identificação do grau de criticidade de cada vítima para


posterior separação e atendimento (triagem).

3. É bem provável que deverão ser realizados procedimentos de primeiros socorros,


motivo pelo qual o efetivo policial deverá estar preparado e treinado para esse fim, uma
vez que a quantidade de socorristas e bombeiros dificilmente será suficiente.

4. Proceder à identificação de vítimas, se possível, bem como dos hospitais para onde
foram socorridas e quem realizou a remoção.

5. O Cmt Pol deverá realizar os remanejamentos necessários para fazer frente aos
fatos mais críticos sem, no entanto, desguarnecer outros postos importantes para a
continuidade da operação.

6. Nos casos de múltiplas vítimas, o trabalho de prestação de socorro deverá ser


coordenado pelo órgão mais qualificado para esse tipo de atendimento, devendo o
policiamento realizar isolamentos e manutenção de pontos sensíveis e estar à
disposição para os apoios necessários.

Subseção IV -

Das Ações de Abandono de Área

1. O abandono de área, ou desocupação do local de evento, pode ser total ou parcial e


ocorrerá sempre que forem identificados riscos à vida e à integridade física do público.

2. O abandono de área será realizado de forma preventiva quando houver informações


ou indicações da ocorrência de fato que esteja na iminência de acontecer, como:
ameaça de bomba, aparecimento de rachaduras em arquibancadas ou de sinais de
queda de alguma estrutura.

3. Por outro lado, sempre que ocorrer um fato que torne o ambiente perigoso para a
presença de pessoas, o setor ou todo o local de evento deverá ser esvaziado, como
nas situações de queda de palco, de arquibancadas, de tetos.

- 126 -
4. Para as ações de abandono de área é imprescindível um trabalho em conjunto e
coordenado entre os vários órgãos envolvidos na operação.

5. A comunicação deverá ser rápida e objetiva e os participantes devem:


5.1. certificar-se de que os corredores e as saídas estão devidamente desobstruídos;
5.2. utilizar o sistema de som e imagem do local, bem como de megafones para
informar o público sobre a necessidade de saída do local, no entanto, sem causar
alarde;
5.3. não permanecer na frente do público que deseja sair do local;
5.4. possibilitar o acesso do público a locais onde os riscos sejam diminuídos ou
eliminados;
5.5. orientar, objetivamente, o público sobre o caminho que deve ser seguido, através
de gestos, comunicação verbal, sinalizadores luminosos etc.;
5.6. preparar a área externa para receber o público, sendo necessário o fechamento de
vias para que se forme um espaço seguro; em seguida, as pessoas devem ser
orientadas a se afastarem das imediações do local;
5.7. destacar a necessidade de se manterem vias de circulação livres para a chegada e
saída de veículos de emergência.

Subseção V -

Das Ações de Controle de Multidões

1. As Ações de Controle de Multidões são atuações repressivas, consideradas


intervenções para o restabelecimento da ordem, sempre que for necessário o emprego
da força.

2. Procedimentos para intervenções no interior do local de evento:


2.1. esse tipo de intervenção é extremamente complicada e requer criteriosa análise,
em razão do confinamento em espaços limitados e da escassez de vias de fuga para
se repelir ou dispersar as pessoas;
2.2. outro aspecto a ser considerado é a cobertura ininterrupta dos meios de
comunicação e que uma atuação imprópria do efetivo policial pode ser um fator
agravante nos casos de quebra da ordem no interior de locais de evento; diante disso,
o Cmt Pol deve decidir seguindo rigorosamente os critérios de ação;
2.3. o terreno de atuação pode ser irregular, com diversos materiais e estruturas que

- 127 -
dificultam a adoção das formações de Chq e do emprego de demais equipamentos;
2.4. o Cmt Pol deverá traçar uma estratégia de atuação, de forma a dissuadir a
perturbação da ordem, levando em consideração:
2.4.1. a necessidade de dispor de visão privilegiada da situação;
2.4.2. a dispersão da massa para as rotas de fuga e saídas de emergência;
2.4.3. a facilidade de coleta de provas, por meio da produção de imagens da Central de
Monitoramento (se houver);
2.4.4. a priorização da atuação a partir da parte superior, para que os policiais militares
estejam em situação favorável para a ação; quando se tratar de arquibancadas, as
ações deverão ocorrer, preferencialmente, do patamar superior para o patamar inferior
ou, pelo menos, no mesmo nível; a ação de baixo pra cima poderá acontecer de forma
excepcional, pois o terreno desfavorável ao policiamento dificulta a intervenção e
incrementa sérios riscos aos policiais militares.
2.5. as intervenções serão realizadas, geralmente, através da força física dos próprios
policiais militares, os quais utilizarão cassetetes/tonfas para restabelecer a ordem,
dissuadindo agressores e afastando outras pessoas; geralmente o policiamento
realizará ações de repelir, ou seja, deve atuar para resolver o problema sem a retirada
total das pessoas do setor;
2.5.1. quando for necessário o emprego de carga de cassetete/tonfa, essa será
limitada, ou seja, o avanço dos policiais militares deverá ocorrer por poucos metros (no
máximo 5 metros);
2.5.2. durante a intervenção, o efetivo deverá estar atento para a segurança em 360º,
considerando-se a possibilidade de agressão por diversos lados.
2.6. a princípio, não se utilizam granadas no interior de locais de evento em ações de
Controle de Multidões;
2.6.1. isso ocorre devido à setorização do local, ao terreno irregular, à precariedade
das vias de fuga, além da falta de distância mínima de segurança entre a tropa e o
público;
2.6.2. os efeitos do emprego de granadas, seja por sua explosão, seja pela liberação
de agente químico, provocará uma fuga em massa e o confinamento do público em
locais inapropriados, além de uma superlotação das poucas vias de fuga existentes,
podendo resultar em lesões corporais e até mesmo em morte.
2.7. a utilização de granadas no interior de locais fechados será justificada diante da

- 128 -
existência de excludente de ilicitude, ou seja, legítima defesa, estado de necessidade,
estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito. O emprego de
granadas nesses casos é considerado um dos últimos recursos, para evitar um mal
maior;
2.8. o emprego de munições de elastômero requer uma avaliação criteriosa, levando-se
em consideração que sua utilização é pontual e específica contra um agressor em
potencial e não contra a massa, com o objetivo de repeli-la ou de dispersá-la. Há que
se considerar o local no corpo do agressor a ser atingido, pois a irregularidade do
terreno e a falta de distância de segurança podem comprometer o resultado da ação;
2.9. o Controle de Multidões no interior de locais de evento deve seguir as seguintes
alternativas táticas:
2.9.1. demonstração de força;
2.9.2. ordem de dispersão;
2.9.3. carga de cassetete;
2.9.4. emprego de granadas policiais, munições de impacto controlado (vide itens 2.6,
2.7 e 2.8 desta Subseção);
2.9.5. emprego de arma de fogo com munição real.
2.10. antes de empregar as Alternativas Táticas, devem ser observados e adotados os
requisitos de ação, que são procedimentos essenciais e primordiais para o bom
andamento da missão, suporte aos procedimentos de responsabilização e aplicação da
lei:
2.10.1. observação de vias de fuga;
2.10.2. coleta de provas;
2.10.3. detenção de infratores da lei.

3. Procedimentos para intervenções na área externa imediata ao local de evento:


3.1. as ações realizadas na área externa imediata ao local de evento podem impactar
na área interna, pois as pessoas buscarão saber o que está acontecendo e, por vezes,
tentarão sair do local para participar da ocorrência;
3.2. apesar de se tratar de área aberta, o Controle de Multidões deve seguir
procedimentos próprios para o emprego de granadas policiais:
3.2.1. o emprego de granadas contendo agentes químicos na área imediata poderá
gerar um efeito negativo na desocupação do seu interior, pois o público que procurava
a saída, ao sofrer a ação fisiológica dos gases, retornará para o seu interior,

- 129 -
provocando tumultos e desordens;
3.2.2. vale destacar também que a ação imprevisível dos ventos sobre os gases poderá
levar os agentes químicos para dentro do local de evento, gerando os mesmos efeitos;
3.2.3. portanto, a ação de repelir ou de dispersar deverá ocorrer através do emprego de
carga de cassetete/tonfa e de granadas explosivas sem carga de agente químico;
3.2.4. ressalte-se que o emprego de munição de impacto controlado não visa a repelir
ou dispersar a turba, mas neutralizar ameaças pontuais e identificadas, devendo o
disparo ser direcionado ao agressor e na região correta do corpo, conforme os
procedimentos previstos para esse tipo de equipamento de menor potencial ofensivo.
3.3. repise-se a importância da comunicação entre as tropas envolvidas na operação,
pois a falta de informação pode fazer com que o efetivo policial-militar seja
surpreendido pela correria da multidão e se torne vítima da ação de agressores.

Subseção VI -

Da Atuação em Caso de Pânico

1. Situações que geram pânico no público devem ser previstas, quando possível, de
modo a se evitar a sua ocorrência. Todavia, se o pânico se instalar devem ser abertas
todas as vias de acesso para permitir a saída das pessoas.

2. A tropa deve ter em mente que o público em pânico procurará, além das saídas, os
espaços vazios, havendo tendência de invasão do campo, de palcos e de outros locais
restritos, o que deverá ser facilitado.

3. Durante o transcorrer do serviço, os locais de acesso não devem estar obstruídos


por veículos, viaturas ou qualquer espécie de obstáculo que retardem ou dificultem a
rápida desocupação do local.

4. Os portões não devem estar trancados com cadeados, ou outro tipo de fechadura, e
é obrigatória a presença do responsável por sua abertura.

5. O pânico pode surgir de:


5.1. explosões, acidentais ou não;
5.2. descidas de aeronaves no interior do local;
5.3. abalos na estrutura do local;
5.4. fenômenos atmosféricos;
5.5. desabamentos;
- 130 -
5.6. acidentes coletivos;
5.7. incêndios;
5.8. falsos alarmes.

Subseção VII -

Das Invasões Generalizadas de Campo

1. Podem ocorrer para a realização de comemorações ou de ações violentas,


sobretudo naqueles casos em que os torcedores estejam inconformados com a
atuação da equipe.

2. As invasões generalizadas de campo serão resolvidas seguindo os seguintes


procedimentos:
2.1. proteção dos árbitros e dos auxiliares;
2.2. proteção dos jogadores e da comissão técnica;
2.3. proteção de profissionais da imprensa;
2.4. proteção do perímetro próximo aos vestiários e de outras instalações julgadas
necessárias;
2.5. remanejamento de efetivo para o interior do gramado em uma das extremidades,
onde os policiais militares serão posicionados;
2.6. formação de 2 (duas) linhas de policiais militares, uma atrás da outra (de forma
intercalada) e distantes aproximadamente 3 (três) metros, postadas do lado oposto e
de frente à maior saída;
2.6.1. os policiais militares das linhas deverão estar com os cassetetes/tonfas
desembainhados e mantidos abaixados;
2.6.2. o avanço dessas linhas se dará de forma calma, mediante a condução das
pessoas para a saída em velocidade compatível com a dos invasores, de tal forma que
não provoque correria, pisoteamentos, pânico etc.;
2.6.3. após a retirada do público invasor os portões deverão ser fechados;
2.6.4. o efetivo da ROCA deve ter seu emprego analisado, pois se trata de tropa
reserva, a qual pode ser deslocada para fazer frente a diversos distúrbios ocorridos
durante o processo de retirada dos invasores.
2.7. se possível, a detenção de pessoas para qualificação e condução ao DP ou ao
Juizado Especial Criminal, se este estiver presente.

- 131 -
Figura 50: Formação do policiamento para atuação em caso de invasão generalizada de gramado.

Subseção VIII -

Da Ocorrência com Explosivos

1. Diante de ocorrências com explosivos, o policial militar deverá:


1.1. adotar medidas para não provocar tumulto, pânico ou desocupações precipitadas;
1.2. contatar a pessoa ameaçada ou o responsável do local ameaçado e a pessoa que
especificamente recebeu a ameaça;
1.3. realizar entrevista e proceder sua análise, a fim de classificar a ameaça como falsa
ou real;
1.4. realizar os procedimentos de busca preventiva nos possíveis locais de existência
do artefato explosivo;
1.5. a busca deverá ser feita pelos funcionários e frequentadores do local ameaçado,
mediante orientação e acompanhamento dos policiais;
1.6. os policiais deverão orientar as pessoas quanto às técnicas de busca e para não
tocarem e não mexerem em nada que não seja de seu conhecimento.

2. Em caso de ameaça falsa:


2.1. não encontrando o objeto suspeito, o policiamento deve orientar o retorno às
atividades normais;
2.2. orientar o responsável pelo local quanto o comparecimento ao DP, caso deseje
registrar boletim de ocorrência a respeito.

- 132 -
3. Em caso de ameaça real:
3.1. providenciar a desocupação total ou parcial do local, após avaliação segura dos
danos que podem ser causados;
3.2. a desocupação total deverá ser feita quando houver a certeza da existência da
bomba e a avaliação de danos for elevada;
3.3. a desocupação parcial deverá ser feita quando houver a certeza do local exato
onde a bomba se encontra e a avaliação de danos for controlada.

4. Procedimentos após a localização:


4.1. ao ser localizado um objeto suspeito de ser bomba, quer seja após uma ameaça,
uma busca preventiva, ou mesmo da simples suspeição, devido as suas
características, bem como na localização de explosivos, acessórios e material bélico
explosivo, o policial militar, imediatamente, deverá:
4.1.1. NÃO mexer, NÃO tocar e NÃO remover o objeto suspeito;
4.1.2. ISOLAR o objeto suspeito;
4.1.3. DESOCUPAR o local e as proximidades em que se encontra o objeto. Manter a
área de isolamento e evacuação em um raio de 100 (cem) metros, sempre que
possível e se o local permitir;
4.1.4. acionar o Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), que realizará as ações
contra bomba.

5. Nos casos de ameaças em que não se sabe onde está a bomba ou mesmo se ela
existe, não deve ser realizada a desocupação do local, pois tal procedimento é
premeditado e:
5.1. inviabiliza a realização das ações antibomba, uma vez que só quem conhece
perfeitamente o local é que possui condições de identificar qual objeto é suspeito;
5.2. a presença das pessoas durante as buscas torna a ação mais eficiente e rápida;
5.3. a busca preventiva em um local evacuado, por mais competente que seja o
policial, é imperfeita e não garante a inexistência de bomba, pois tudo pode ser uma
bomba e o policial desconhece o ambiente a ser varrido; ao contrário de uma busca
feita pelos frequentadores do local, que poderão dar garantia da existência ou não de
objetos suspeitos;
5.4. sem uma análise e lucidez, há a possibilidade de geração de pânico e paralisação
das atividades, atingindo os intuitos do ameaçador.

6. Havendo a explosão de uma bomba, o policial militar deve adotar os seguintes


- 133 -
procedimentos:
6.1. acionar o CB;
6.2. socorrer os feridos;
6.3. isolar e desocupar o local da explosão, preservando-o de modo a garantir o
trabalho dos peritos, e não fazer coleta de materiais, resíduos da bomba, de explosivos
e de outros objetos de interesse probatório, nem permitir que outra pessoa o faça;
6.4. auxiliar nos procedimentos de contenção de maiores danos, seguindo as
orientações do CB;
6.5. acionar o GATE para rastreamento do local.

Subseção IX -

Das Ocorrências com Atiradores Ativos

1. Atirador Ativo é o indivíduo ativamente engajado em causar mortes ou ferimentos em


pessoas em áreas populosas ou espaços confinados, utilizando-se, na maioria das
vezes, de armas de fogo e não possuindo um padrão ou forma de seleção para suas
vítimas.

2. Situações envolvendo atiradores ativos são imprevisíveis e evoluem rapidamente,


havendo desdobramentos em edificações, construções ou em outras áreas até que
sejam parados por policiais, cometam suicídio ou que ocorra outra forma de
intervenção que lhes cause danos.

3. Nesse cenário, surge o Primeiro Interventor que é o primeiro responsável pela


aplicação da lei a chegar ao local, para resolução da crise ou sua gerência, e que
tomará as medidas iniciais, como acionamento de equipes especializadas, de
policiamento e de suporte à vida;
3.1. deve agir em conjunto e de forma imediata, sem a necessidade da chegada dos
apoios;
3.2. o Primeiro Interventor pode ser um policial militar escalado no próprio evento e que
se depara com a situação crítica.

4. A área de concentração de vítimas ou o ponto de triagem para recebimento das


vítimas do atirador ativo, bem como os hospitais para onde serão removidas, devem
ser previstos.

5. A atuação contra atiradores ativos deve ocorrer da forma mais célere e segura
- 134 -
possível, neutralizando a ameaça, sem esperar por tropas especializadas.

6. Com a chegada de tropas especializadas todas as informações deverão ser


transmitidas para o correto posicionamento no terreno.

7. Será realizado o controle do ambiente externo à crise, para auxiliar no ambiente


interno, evitando o conhecido “fogo amigo” e minimizando riscos aos respondentes
(profissionais envolvidos na operação).

8. A resolução dar-se-á com a cessação das agressões por parte do causador da crise,
quer seja por intervenção policial, por suicídio ou por rendição.

9. Para fazer a intervenção a equipe deve dispor de, no mínimo, 4 (quatro) policiais.
Esse número de policiais pode ser traduzido em 2 (duas) duplas, partindo-se do
princípio que os policiais não devem atuar sozinhos, logo, em cada deslocamento e
varredura haverá, no mínimo, outro policial na retaguarda, mantendo a unidade mínima
no visual.

10. A(s) equipe(s) de intervenção deve(m) contar com uma arma portátil, colete,
capacete balístico e equipamento de comunicação.

11. O foco principal é a eliminação da ameaça, seja por rendição, neutralização ou


suicídio do causador, logo, os primeiros policiais que adentrarem o ponto crítico não se
preocuparão com o resgate de feridos, mas sim com a busca, localização e parada do
atirador ativo, antes que o número de vítimas aumente.

12. O foco secundário será o resgate dos feridos. Essa medida não deve ser colocada
à frente da neutralização da ameaça maior, pois quanto mais tempo o atirador
permanecer ativo maior é a possibilidade do aumento do número de vítimas.

13. Após a ameaça ser neutralizada, as equipes de resgate deverão adentrar ao ponto
crítico, com foco no resgate dos feridos. Concomitantemente, o posto de triagem deve
ser montado, colhendo informações acerca do ponto crítico para transmissão destas às
equipes de campo (equipes de intervenção), bem como separando os feridos e aqueles
que fugiram do ponto crítico ou foram direcionados para fora pelos policiais militares
que entraram no local.

14. É possível que ocorra mudança de cenário e o atirador ativo mude o seu intento,
deixando de atirar em todos e tomando-os como reféns, ou ainda, ameaçando se
matar; nesses casos, há uma mudança da crise dinâmica para a crise estática, com
- 135 -
alterações na resposta imediata, no planejamento deliberado e na resolução, tratando-
se, portanto, de uma situação sensível.

15. Os indicativos dessa mudança de cenário são: cessação de disparos e mortes,


cessação de agressão contra terceiros, demonstração de intenção de conversar ou
estabelecer contatos e solicitação de algo às autoridades presentes.

16. As pessoas devem ser orientadas a deixar o local rapidamente, sem gritar,
mantendo as mãos erguidas e livres de qualquer objeto e sem realizar movimentos
bruscos ou tentar segurar ou impedir os policiais militares que estiverem realizando as
buscas e demais ações. Tais atitudes podem ser interpretadas como ameaças ou
mesmo retardar a ação dos policiais militares.

17. Devem ser obtidas informações junto às pessoas que deixarem o local.

18. O socorro e o resgate de feridos serão feitos a partir do trabalho em conjunto com
outros órgãos [CB, Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU), socorristas
do próprio evento].

19. É imprescindível que testemunhas e outras fontes de informação sejam


identificadas para auxiliar na análise da ocorrência, a qual é complexa e pode gerar
múltiplas vítimas e um desfecho negativo. Assim, os policiais militares que participaram
da ocorrência devem obter o máximo de informações, por meio de:
19.1. triagem e qualificação das pessoas que sofreram ferimentos não fatais,
relacionando-as também como testemunhas do acontecimento;
19.2. identificação e separação de armamentos e munições utilizadas, com total
atenção à legislação e aos procedimentos padrões relacionados à preservação de local
de crime;
19.3. verificação de filmagens e câmeras do sistema interno de segurança.

Subseção X -

Da Gestão de Crise de Imagem

1. Crise de Imagem é qualquer evento inesperado, urgente e indesejável que não


permita disponibilidade de tempo para pensar, organizar e planejar ações apropriadas
para a defesa da reputação, tendo como consequência uma ruptura significante de
confiabilidade que estimule grande cobertura da mídia, em que o resultado do exame

- 136 -
minucioso, feito pelo público, afetará as operações normais da Instituição e trará danos
à sua imagem.

2. Após a eclosão de uma crise no local de evento, podem ocorrer prejuízos à imagem
da Instituição, motivo pelo qual se faz necessária a adoção de procedimentos, ainda no
local, para minimizar os efeitos danosos.

3. Deve ser designado Oficial com a missão específica de gerenciar a crise de imagem,
o qual manterá contato com a Seção de Assuntos Civis e com os órgãos de imprensa.
Isso visa manter o Cmt Pol concentrado na adoção de medidas voltadas à resolução da
crise e na continuidade da operação.

4. O Oficial designado para a missão de gerenciar a crise de imagem deverá se


informar do fato, sua origem, sobre a existência de vítimas e as providências adotadas.

5. Devem ser adotados os protocolos previstos nas normas da instituição no contato


com a mídia, ocasião em que serão transmitidas as informações corretas, no momento
considerado adequado.

6. O escalão superior deverá ser informado sobre os fatos e mantido atualizado de sua
evolução, para que possa emitir as decisões julgadas necessárias.

- 137 -
ÍNDICE REMISSIVO -

A
Abandono de área ............................................................................................................... 126
Acompanhamento ............................................................................................................... 110
Ação de repelir ...................................................................................................................... 64
Ações de controle de multidões ........................................................................................... 127
Administração de multidões ................................................................................................... 51
Aglomeração ......................................................................................................................... 50
Alternativas táticas das ações de controle de multidões ...................................................... 129
Análise e avaliação de riscos......................................................................................... 43 e 45
Atribuições específicas .......................................................................................................... 33
B
Balizamento ........................................................................................................................... 54
C
Características do policiamento em eventos .......................................................................... 11
Centro de Comando e Controle Operacional (CCCO) ................................................... 53 e 90
Comportamento do público .................................................................................................... 15
Contenção do público ............................................................................................................ 62
Controle de acessos .............................................................................................................. 84
Controle de multidões ............................................................................................................ 64
Corpo de Bombeiros ............................................................................................................ 108
Crise .................................................................................................................................... 123
Crise de imagem ................................................................................................................. 136
D
Deslocamento do efetivo ....................................................................................................... 67
Dispersão .............................................................................................................................. 65
Divisão de torcidas ................................................................................................................ 87
E
Efetivo empregado ........................................................................................................ 49 e 99
Encerramento do evento ....................................................................................................... 97
Equipe precursora ................................................................................................................. 65
Escolta ................................................................................................................................ 110
Escolta de árbitros ................................................................................................................. 82
Espectadores ........................................................................................................................ 14
Evento ................................................................................................................................... 10
F
Fatores que influenciam o comportamento do público ........................................................... 17
Filmador/fotógrafo ................................................................................................................. 83
G
Gestão de multidões .............................................................................................................. 50
Gestão de riscos.................................................................................................................... 39
I
Invasão do campo de jogo ......................................................................................... 122 e 131
Invasão do palco ................................................................................................................. 122
Isolamento do local do evento ............................................................................................... 88

- 138 -
L
Laudos técnicos..................................................................................................................... 26
Locais de eventos.................................................................................................................. 21
M
Medidas antiterrorismo .......................................................................................................... 62
Monitoramento e análise crítica ............................................................................................. 49
Multidão ................................................................................................................................. 50
O
Ocorrências ......................................................................................................................... 121
Ocorrências com atiradores ativos....................................................................................... 134
Ocorrências com explosivos ................................................................................................ 132
Organização do evento.......................................................................................................... 14
P
Pasta de Local de Evento ...................................................................................................... 29
Patrulhas ............................................................................................................................... 70
Pinças ................................................................................................................................... 91
Planejamento administrativo .................................................................................................. 29
Planejamento operacional ..................................................................................................... 39
Plano de abandono de área................................................................................................... 47
Plano de ação........................................................................................................................ 30
Plano de atuação dos órgãos ................................................................................................ 48
Planos de contingência.......................................................................................................... 46
Planos de emergência ........................................................................................................... 47
Planos preventivos ................................................................................................................ 46
Pontos sensíveis ................................................................................................................... 26
Postos e funções ........................................................................................................... 69 e 93
Protagonistas ........................................................................................................................ 13
Público .................................................................................................................................. 12
R
Requerimento de policiamento .............................................................................................. 29
Relacionamento com as partes envolvidas no evento ........................................................... 20
Reunião de Estado-Maior ...................................................................................................... 33
Reunião preparatória de segurança....................................................................................... 30
Riscos externos ..................................................................................................................... 42
Riscos internos ...................................................................................................................... 41
Rondas Ostensivas com Apoio (ROCA) ................................................................................ 72
S
Saída do público .................................................................................................................... 98
Setores .................................................................................................................................. 25
Sistema de válvulas ............................................................................................................... 58
T
Tratamento de riscos ............................................................................................................. 45
Tropas de apoio................................................................................................................... 100
V
Varredura no local do evento ................................................................................................. 68
Vistoria prévia ........................................................................................................................ 27

139
OPM RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO

Comando de Policiamento de Choque


Rua Jorge Miranda, 789, Luz
CEP - 01.106-000 - São Paulo/SP
Fone: (11) 3311-9128 – (11) 3311-8568
Correio eletrônico: cpchq@policiamilitar.sp.gov.br

- 140 -
Apêndice - Referências

BARBOSA, L. G. M e Zouain, D. M (2003). Pan-American Games Rio 2007 - Towards


a Strategy to Maximize Tourism Benefits. In: World Sport Congress, Spain.
Barcelona.

BRASIL. Lei Federal nº 10.671, de 15 de maio de 2003. Dispõe sobre o Estatuto de


Defesa do Torcedor e dá outras providências. Brasília, 2003.

CARVALHO, C.A.; ROCHA, L.R.M.; TACO, P.W.G. Megaeventos Desportivos:


Ações Referentes à Mobilidade Urbana. Disponível em:
http://redpgv.coppe.ufrj.br/index.php/es/produccion/articulos-cientificos/2012-1/720-
megaeventos-desportivos-acoes-referentes-a-mobilidade-urbana-pluris-2012/file.
Consulta realizada em: 5 jan. 2017.

DE OLIVEIRA, Alexandre Vilariço Alves. Proposta de adequação dos requisitos do


Laudo Técnico de Segurança estabelecido pelo Estatuto do Torcedor e lavrado
pela Polícia Militar - Atuais problemas enfrentados e estudo de possíveis
soluções. Dissertação apresentada no Programa de Mestrado Profissional em
Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Centro de Altos Estudos de
Segurança da Polícia Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2013.

DE SOUZA, Luciano Luiz. Modelo de emprego do Corpo de Bombeiros em


estádios de futebol do Estado de São Paulo na Copa do Mundo de 2014.
Dissertação apresentada no Programa de mestrado Profissional em Ciências Policiais
de Segurança e Ordem Pública. Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia
Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2012.

FIORI, Luiz Renato. A atuação da tropa de operações especiais no plano de


contingências contra ameaças terroristas a ser elaborado em razão da Copa do
Mundo de futebol de 2014 - Cidade-sede São Paulo. Dissertação apresentada no
Programa de mestrado Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem
Pública. Centro de Altos Estudos de Segurança da Polícia Militar do Estado de São
Paulo. São Paulo, 2011.

GIOVANINNI, Adriano. Protocolo de atendimento de ocorrências envolvendo


bombas de dispersão de radiação ionizante (“bombas sujas”) pelo Grupo de
Ações Táticas da Polícia Militar do Estado de São Paulo e órgãos
corresponsáveis. Dissertação apresentada no Programa de mestrado Profissional em
Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Centro de Altos Estudos de
Segurança da Polícia Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2011.

Guia de Recomendações para Atuação das Forças de Segurança Pública em Praças


Desportivas, Brasília, 2016.

Guide to Safety at Sports Grounds, Fifth edition, 2008.

LOURENÇO, Carlos B.. Proposta de adequação do M-10-PM frente à publicação da


Diretriz Nº PM3-005/02/06 – Operação Futebol – Consolidação das técnicas

- 141 -
operacionais. São Paulo: PMESP/ CAES, CSP - 2007.

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Diretriz nº PM3-005/02/06.


Operação Futebol. PMESP, 2006a.

______. Diretriz nº PM3-007/02/14. Vistoria prévia em edificações e recintos


destinados à realização de eventos culturais, desportivos ou artísticos e
recolhimento de taxa de fiscalização e serviços diversos (TFSD). PMESP, 2014a.

______. Diretriz nº PM5-001/55/06. Relacionamento com a mídia e normatização do


serviço de Porta Voz. PMESP, 2006b.

______. Diretriz nº PM5-001/55/09. Comitê de Administração de Crise de Imagem.


PMESP, 2009.

______. I-P1-PM. Atendimento de ocorrências envolvendo artefatos explosivos


(ou bombas). PMESP, 1ª edição, 1996a.

______. Nota de Instrução nº PM5-001/55/07. Ocorrências positivas. PMESP, 2007.

______. NI nº PM3-001/02/96. Ocorrências de grande vulto e/ou com reféns.


PMESP, 1996b.

______. Portaria do Cmt G nº PM3-001/02/14, de 30JUN14. Instrução técnica que


disciplina a vistoria prévia visando ao fornecimento de policiamento ostensivo
para espetáculos públicos. PMESP, 2014b.

ROSSI, Reynaldo Simões. O gerenciamento de riscos como instrumento de


melhoria do processo decisório. Dissertação apresentada no Programa de mestrado
Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Centro de Altos
Estudos de Segurança da Polícia Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2011.

SILVA JÚNIOR, Elço Moreira da. A gestão de riscos como medida para auxiliar no
planejamento das operações policiais-militares de preservação da ordem pública
em espetáculos públicos. Dissertação apresentada no Programa de mestrado
Profissional em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública. Centro de Altos
Estudos de Segurança da Polícia Militar do Estado de São Paulo. São Paulo, 2015.

CAMILA Assinado de forma digital por CAMILA


MENDONCA MUNHOZ
MENDONCA DATI:33604594820
DN: c=BR, o=ICP-Brasil, ou=Secretaria

MUNHOZ da Receita Federal do Brasil - RFB,


ou=RFB e-CPF A3, ou=(EM BRANCO),
ou=AR IMPRENSA OFICIAL,
DATI:3360459482 cn=CAMILA MENDONCA MUNHOZ
DATI:33604594820
0 Dados: 2018.07.17 15:52:21 -03'00'

- 142 -

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