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RIO DE JANEIRO
2014
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
Academia de Polícia Militar D. João VI
Curso de Formação de Oficiais
RIO DE JANEIRO
2014
LIMA, Biane.
Competência da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro: O
que respalda a ação do Policial Militar / Biane Dantas de Jesus LIMA,
Pedro Henrique COSTA, Misael Alves PESSANHA. – APMDJVI:
2014.
25f.
Orientador: Luíz Alberto Grisolia Gonçalves – Major PM
Trabalho de Conclusão do Curso de Oficiais da Polícia Militar.
Academia Da Polícia Militar do Estado Do Rio de Janeiro.
Aprovado em .............................
BANCA EXAMINADORA
...............................................................................
...............................................................................
Profª Mestre Patrycia de Resende Cardoso
(Academia da Polícia Militar D. João VI)
.............................................................................
(Oficial da APM)
Rio de Janeiro
Outubro de 2014
SUMÁRIO
1 Introdução...............................................................................................................9
2 Desenvolvimento..................................................................................................10
Resumo
A Polícia Militar é responsável pelo policiamento ostensivo e preventivo, e pela
manutenção da ordem pública nos diversos Estados da Federação. Os integrantes das
polícias militares do Estado do Rio de Janeiro de acordo com a Lei nº 443, de 1º de
julho de 1981 – Estatuto dos Policiais Militares do Rio de janeiro – em seu artigo
3º são, em razão de sua destinação constitucional, uma categoria de servidores do
Estado e são denominados policiais militares. Como afirma Jorge César de Assis em
“Considerações sobre Aspectos Essenciais do Direito Militar” esses integrantes são
uma categoria especial de servidores dos Estados e do Distrito Federal, com regime
jurídico próprio, no qual se exige dedicação exclusiva, restrição a alguns direitos
sociais e sob permanente risco de vida. O presente trabalho teve por objetivo
identificar as funções dessa categoria e onde reside sua justificativa legal, sendo
assim, a pesquisa pretendeu demonstrar as competências legais da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro, uma vez que o policial militar não pode agir por sua
própria vontade, mas nos limites impostos pelo estado democrático de direito, com
vistas ao interesse público, que pauta a conduta do Estado e de todos os seus agentes.
Assim, a ausência de proibição em lei não é suficiente para que o policial possa agir,
é preciso uma determinação legal que autorize ou determine tal conduta.
Abstract
The Military Police is responsible for overt and preventive policing, and the
maintenance of public order in many states. The members of the Military Police of the
State of Rio de Janeiro according to Law No. 443 of 1st July 1981 - Statute of the
Military Police of Rio de Janeiro - in its Article 3, because of their constitutional
allocation, form a category of civil servants and are called military police. According to
Jorge César Assis in “The Consideration of the Military Law Apects”, these are a
special category of the states and the Distrito Federal, with their own legal system, in
which demands absolute dedication, some social rights restriction, and under constant
risk of life. This study aimed to identify this category function and where its legal
justification lies. Therefore, the research aimed to demonstrate the legal powers of
PMERJ, once the military police can not act on their own volition, but within the limits
imposed by the democratic state of law, with a view to the public interest, that guides
the conduct of the State and all its agents. Thus, the absence of prohibition by law is not
enough that the police can act; it takes a legal determination that authorizes or
determines such conduct.
Keywords: Public Security. Assignments. Legal competence.
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1. Introdução
2. Desenvolvimento
Para dar segurança a corte e trazer a paz social, o príncipe regente D. João em 13
de maio de 1809, dia de seu aniversário, através de decreto cria a DMGRP (Divisão
Militar da Guarda Real de Polícia) aos moldes da DMGRP de Lisboa que por sua vez
foi desenvolvida a semelhança de outros sistemas policiais da Europa, principalmente o
francês.
A Divisão Militar da Guarda Real de Polícia tinha como missão fazer rondas
noturnas na cidade. Nesses patrulhamentos deveria desfazer qualquer tipo de
ajuntamento a noite, e quem não obedecesse seria preso. Estava a serviço do Estado a
fim de manter a ordem e a civilidade, de forma a intervir em quaisquer tipos de conflito
entre os moradores e desordens causados por capoeiras negros. Controlava inclusive o
trânsito de charrete nas ruas.
coibir o porte de armas. Foi sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, futuro
Duque de Caxias, que essa polícia consolidou o status de unidade militar fazendo o
patrulhamento diário das ruas e a constituir uma tradição corporativa. Mesmo com o
aumento do efetivo da Polícia Militar este ainda era pequeno diante das competências
que lhe foram conferidas, pois além do patrulhamento diário 24 horas por dia, devia
ainda vigiar o Aljube (Prisão escura, cárcere) e as galés (barcos a remo que se utiliza de
presos como remadores), manter o posto policial da área portuária, ter homens de
prontidão em caso de rompimento da ordem pública e, ainda fornecer 25 permanentes
para os juízes de paz da cidade.
Em 1833, após o novo código processual criminal de 1932, houve nova mudança
na estrutura policial com a criação do secretário de polícia na qual atribuía mais funções
a CGMP como controlar as massas, coibir os capoeiras e o entrudo (festa portuguesa
que deu origem ao nosso carnaval), proteger a Santa Casa de misericórdia para evitar a
fuga de escravos adoentados, manter a paz urbana em períodos eleitorais montando
guarda em locais de votação, e manter a ordem em fontes públicas, na cidade e etc.
Em 1880 foi criado pelo governo o imposto do vintém que incidiria sobre as
tarifas dos bondes puxados a burro, e a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro em
2013 na campanha das manifestações intitulada “não é por 20 centavos, é por direitos”,
a população na época, com a cidade já bem mais populosa, se revoltou e foram às ruas
para protestar. Os manifestantes, cerca de cinco mil, tentaram invadir o Palácio na
Quinta da Boa Vista sendo impedidos pela polícia militar, que em 1866 recebera o
nome de Corpo Militar de Polícia da Corte, a multidão inflamada começa a atacar
viaturas e bondes, a agredir condutores e burros, arrancando trilhos e pedras no
calçamento para utilizarem como armas. A polícia teve de pedir reforços ao exército e a
marinha. Foi declarado estado de sítio com toque de recolher. O gabinete caiu, o
aumento cancelado. Após esse acontecimento, a polícia organizou unidades especiais
para controlar multidões, dando origem aos batalhões de choque dos dias atuais.
A Polícia Militar chega então ao período Republicano com uma instituição mais
profissionalizada e em 1920 é criada a Escola Profissional para formar os oficiais da
corporação. Nesse período com a criação de uma Guarda Civil para realizar o
policiamento ostensivo, a Polícia Militar é aquartelada agindo somente em casos de
conflitos sociais, políticos, manifestações, eleições e etc. Em 1948 é criada pela Guarda
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Sendo assim, pode-se observar que a segurança pública tem como missão
constitucional a preservação da ordem pública, e conta com os seguintes órgãos: Polícia
Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Polícias Civis; e
Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares. E no parágrafo 5º, do mesmo artigo,
a constituição confere à Polícia Militar a Polícia Ostensiva e, novamente, a preservação
da ordem pública.
Para Lazzarini, a competência das polícias militares pode ser agrupada em três
atividades distintas: missões explícitas, implícitas e residuais.
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Segundo Pinheiro Neto, o termo Polícia Ostensiva, é muito mais abrangente que
policiamento ostensivo, o que amplia o conceito, “indo além do procedimento de
fiscalização, que constitui apenas uma fase da atividade de polícia”. Para o autor, no
exercício do seu poder de polícia, a Polícia Ostensiva apresenta o seguinte perfil:
O Decreto nº 667 deixa claro na letra „a‟ em seu artigo 3º, que o policiamento
ostensivo fardado cabe à Polícia Militar com a finalidade de assegurar o cumprimento
da lei e a manutenção da ordem pública. Nas letras „b‟ e „c‟, as competências se
desdobram em dois eixos específicos:
- De Trânsito
A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 144 parágrafo 10º versa sobre a
segurança viária e a quem compete a mesma;
É observado pela NGP (Normas Gerais de Policiamento) que a PMERJ exerce sua
competência no tocante ao policiamento de trânsito com o tipo de policiamento:
Policiamento Ostensivo de Trânsito (PO TRAN). O qual tem seu conceito descrito
como: “Policiamento especial, executado com vistas a problemas especiais de trânsito
na Zona Urbana, com a finalidade precípua de:”
1) - evitar congestionamento;
2) - facilitar a circulação;
3) - fazer cumprir a legislação de trânsito; e
4) - orientar condutores e pedestres.
- Florestal e de Mananciais;
- Portuário
- Fluvial e Lacustre;
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exemplo o Batalhão de Ações com Cães (BAC), o Grupamento Aero Maritimo (GAM),
o Batalhão de Choque (BPChq) e também o Batalhão de Operações Especiais (BOPE),
esses podem agir em conjunto ou separadamente; tomemos como exemplo o BOPE que
é acionado para o Gerenciamento de Crise em caso de resgate com refém e conta com a
seção UIT (Unidade de Intervenção Tática) que se subdivide em 3 grupos distintos,
porém com o mesmo objetivo: o reestabelecimento da ordem pública no gerenciamento
de crises, seriam esses grupos o GAP (Grupo de Atiradores de Precisão), GRR (Grupo
de Retomada e Resgate) e o GNA (Grupo de Negociação e Análise) que atuam de
maneira categórica naquilo que foram designados para atuar de maneira pontual. O
BOPE foi criado pelo Decreto n°16.374 de 01 de Mar 91 com o objetivo maior de
constituir uma Unidade Especializada no Gerenciamento de Crises.
Conclusão
Bibliografia
- Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF.
- ROMEU, Fabio de Sá. Controle da Atividade de Inteligência no Estado do Rio de
Janeiro. Fortaleza: Academia de Polícia Militar General Edgar Facó, (Monografia
apresentada no Curso de Pós-graduação da Polícia Militar do Ceará).(2005).
- Lei Federal nº 9.883, de dezembro de 1999. Diário oficial da União, Brasília, DF.
LEAL, Ana Beatriz; PEREIRA, Íbis; FILHO, Oswaldo. 200 anos Polícia Militar do
Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: PUC-Rio. (2010)
http://portaldoguardacivil.blogspot.com.br/2009/07/extincao-da-guarda-civil.html
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo
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http://www.pmerj.rj.gov.br/historia-da-pmerj/
http://auxiliopmerj.blogspot.com.br/2007/08/histria-e-organizao-policial.html