Você está na página 1de 25

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR D. JOÃO VI


CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS

Biane Dantas de Jesus Lima

Pedro Henrique Carmo Ferreira da Costa

Misael Alves Pessanha

Competência Legal da Polícia Militar


do Estado do Rio de Janeiro
O que respalda a ação do Policial Militar

RIO DE JANEIRO
2014
Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro
Academia de Polícia Militar D. João VI
Curso de Formação de Oficiais

Biane Dantas de Jesus Lima

Pedro Henrique Carmo Ferreira da Costa

Misael Alves Pessanha

Competência Legal da Polícia Militar do


Estado do Rio de Janeiro
O que respalda a ação do Policial Militar

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Oficiais da
Academia de Polícia Militar do Estado
do Rio de Janeiro como requisito parcial
para a obtenção do grau de Aspirante a
Oficial da Polícia Militar.

Orientador: Luís Alberto Grisolia Gonçalves – Major PM

RIO DE JANEIRO
2014
LIMA, Biane.
Competência da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro: O
que respalda a ação do Policial Militar / Biane Dantas de Jesus LIMA,
Pedro Henrique COSTA, Misael Alves PESSANHA. – APMDJVI:
2014.
25f.
Orientador: Luíz Alberto Grisolia Gonçalves – Major PM
Trabalho de Conclusão do Curso de Oficiais da Polícia Militar.
Academia Da Polícia Militar do Estado Do Rio de Janeiro.

1. Segurança Pública. Atribuições. Competência legal. I. LIMA,


Biane. II COSTA, Pedro. III. PESSANHA, Misael. IV. Academia de
Polícia Militar Dom João VI . V. O que respalda a ação do policial
militar.

Trabalho de Conclusão de Curso


Al. Of. PM Biane Dantas de Jesus Lima
Al. Of. PM Pedro Henrique Carmo Ferreira da Costa
Al. Of. PM Misael Alves Pessanha

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Oficiais da
Academia de Polícia Militar Dom João
VI como requisito parcial para a
obtenção do grau de Aspirante a Oficial
da Polícia Militar.

Aprovado em .............................

BANCA EXAMINADORA
...............................................................................

...............................................................................
Profª Mestre Patrycia de Resende Cardoso
(Academia da Polícia Militar D. João VI)
.............................................................................

(Oficial da APM)

Rio de Janeiro
Outubro de 2014
SUMÁRIO

1 Introdução...............................................................................................................9

2 Desenvolvimento..................................................................................................10

2.1 Contexto histórico..............................................................................................10

2.1.1 Divisão Militar da Guarda Real de Polícia ....................................................10

2.1.2 A revolta do vintém e a origem das unidades de choque................................11

2.2 Competência Legal ...........................................................................................12

2.2.1 Preservação da Ordem Pública ......................................................................18

2.2.2 A competência de Polícia Judiciária Militar ..................................................19

2.2.3 Competência para atividade de Inteligência...................................................21

2.2.4 Competência subsidiária.................................................................................22


3 Conclusão..............................................................................................................23
4 Bibliografia ..........................................................................................................24
6

ARTIGO CIENTÍFICO - NBR 6022 - ABNT


7

Resumo
A Polícia Militar é responsável pelo policiamento ostensivo e preventivo, e pela
manutenção da ordem pública nos diversos Estados da Federação. Os integrantes das
polícias militares do Estado do Rio de Janeiro de acordo com a Lei nº 443, de 1º de
julho de 1981 – Estatuto dos Policiais Militares do Rio de janeiro – em seu artigo
3º são, em razão de sua destinação constitucional, uma categoria de servidores do
Estado e são denominados policiais militares. Como afirma Jorge César de Assis em
“Considerações sobre Aspectos Essenciais do Direito Militar” esses integrantes são
uma categoria especial de servidores dos Estados e do Distrito Federal, com regime
jurídico próprio, no qual se exige dedicação exclusiva, restrição a alguns direitos
sociais e sob permanente risco de vida. O presente trabalho teve por objetivo
identificar as funções dessa categoria e onde reside sua justificativa legal, sendo
assim, a pesquisa pretendeu demonstrar as competências legais da Polícia Militar do
Estado do Rio de Janeiro, uma vez que o policial militar não pode agir por sua
própria vontade, mas nos limites impostos pelo estado democrático de direito, com
vistas ao interesse público, que pauta a conduta do Estado e de todos os seus agentes.
Assim, a ausência de proibição em lei não é suficiente para que o policial possa agir,
é preciso uma determinação legal que autorize ou determine tal conduta.

Palavras-chave: Segurança Pública. Atribuições. Competência legal.


8

Abstract
The Military Police is responsible for overt and preventive policing, and the
maintenance of public order in many states. The members of the Military Police of the
State of Rio de Janeiro according to Law No. 443 of 1st July 1981 - Statute of the
Military Police of Rio de Janeiro - in its Article 3, because of their constitutional
allocation, form a category of civil servants and are called military police. According to
Jorge César Assis in “The Consideration of the Military Law Apects”, these are a
special category of the states and the Distrito Federal, with their own legal system, in
which demands absolute dedication, some social rights restriction, and under constant
risk of life. This study aimed to identify this category function and where its legal
justification lies. Therefore, the research aimed to demonstrate the legal powers of
PMERJ, once the military police can not act on their own volition, but within the limits
imposed by the democratic state of law, with a view to the public interest, that guides
the conduct of the State and all its agents. Thus, the absence of prohibition by law is not
enough that the police can act; it takes a legal determination that authorizes or
determines such conduct.
Keywords: Public Security. Assignments. Legal competence.
9

1. Introdução

O presente artigo pretende apontar quais são as atribuições legais da Polícia


Militar do Estado do Rio de Janeiro e definir sua matriz de competência. Assim, a
pesquisa deve esclarecer quais as bases normativas que asseguram tais competências.
A pesquisa considerou importante abordar a formação história da polícia militar
e assim analisar como surgiram as primeiras competências públicas da corporação para
assim entender qual foi o contexto social que deu origem a algumas atribuições
contemporâneas.
As competências da Polícia Militar se originam da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988, de maneira que o presente trabalho abarca como foi
inserida as mesmas à PMERJ e em seguida é esboçada a norma que garante tal
atribuição para a corporação, concluindo-se com a comprovação de que a instituição
realiza o que lhe compete.
10

2. Desenvolvimento

2.1 Contexto Histórico da construção das competências da PMERJ

Para se entender qual o papel da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é


preciso conhecer sua história que se confunde com a própria história do Brasil em seu
desenvolvimento enquanto nação. No livro de comemoração dos 200 anos da PMERJ,
consta que os primeiros registros de policiamento no Brasil acontecem na Vila de São
Vicente, na figura dos Quadrilheiros, com criação em 1626 pelo ouvidor geral Luiz
Nogueira de Brito. O serviço se iniciava ao anoitecer, quando os quadrilheiros deveriam
se dirigir à casa do juiz a fim de receberem as ordens do dia. Suas principais missões
eram cumprir mandados de prisão e reprimir vadios, bêbados, capoeiristas e prostitutas.

2.1.1 Divisão Militar da Guarda Real de Polícia

Com a transferência da corte portuguesa para o Brasil transformando toda a


estrutura da cidade do Rio de Janeiro, o tipo de policiamento executado pelos
Quadrilheiros seria ineficaz devido a nova realidade social.

Para dar segurança a corte e trazer a paz social, o príncipe regente D. João em 13
de maio de 1809, dia de seu aniversário, através de decreto cria a DMGRP (Divisão
Militar da Guarda Real de Polícia) aos moldes da DMGRP de Lisboa que por sua vez
foi desenvolvida a semelhança de outros sistemas policiais da Europa, principalmente o
francês.

A Divisão Militar da Guarda Real de Polícia tinha como missão fazer rondas
noturnas na cidade. Nesses patrulhamentos deveria desfazer qualquer tipo de
ajuntamento a noite, e quem não obedecesse seria preso. Estava a serviço do Estado a
fim de manter a ordem e a civilidade, de forma a intervir em quaisquer tipos de conflito
entre os moradores e desordens causados por capoeiras negros. Controlava inclusive o
trânsito de charrete nas ruas.

Em 1831 D. Pedro I abdica ao trono brasileiro para retornar a Portugal, deixando


no Brasil uma regência trina para governar. Sua partida causa grande instabilidade
político-social e nesse contexto de manifestações Regente Feijó decide dissolver a
Guarda Real de polícia e cria o Corpo de Guardas Municipais Permanentes.

O novo Corpo de Guardas Municipais Permanentes tinha como competência,


dentre outras, reprimir ajuntamentos ilícitos, controlar multidões em eventos públicos e
11

coibir o porte de armas. Foi sob o comando de Luís Alves de Lima e Silva, futuro
Duque de Caxias, que essa polícia consolidou o status de unidade militar fazendo o
patrulhamento diário das ruas e a constituir uma tradição corporativa. Mesmo com o
aumento do efetivo da Polícia Militar este ainda era pequeno diante das competências
que lhe foram conferidas, pois além do patrulhamento diário 24 horas por dia, devia
ainda vigiar o Aljube (Prisão escura, cárcere) e as galés (barcos a remo que se utiliza de
presos como remadores), manter o posto policial da área portuária, ter homens de
prontidão em caso de rompimento da ordem pública e, ainda fornecer 25 permanentes
para os juízes de paz da cidade.

Em 1833, após o novo código processual criminal de 1932, houve nova mudança
na estrutura policial com a criação do secretário de polícia na qual atribuía mais funções
a CGMP como controlar as massas, coibir os capoeiras e o entrudo (festa portuguesa
que deu origem ao nosso carnaval), proteger a Santa Casa de misericórdia para evitar a
fuga de escravos adoentados, manter a paz urbana em períodos eleitorais montando
guarda em locais de votação, e manter a ordem em fontes públicas, na cidade e etc.

2.1.2 A revolta do vintém e a origem das unidades de choque.

Em 1880 foi criado pelo governo o imposto do vintém que incidiria sobre as
tarifas dos bondes puxados a burro, e a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro em
2013 na campanha das manifestações intitulada “não é por 20 centavos, é por direitos”,
a população na época, com a cidade já bem mais populosa, se revoltou e foram às ruas
para protestar. Os manifestantes, cerca de cinco mil, tentaram invadir o Palácio na
Quinta da Boa Vista sendo impedidos pela polícia militar, que em 1866 recebera o
nome de Corpo Militar de Polícia da Corte, a multidão inflamada começa a atacar
viaturas e bondes, a agredir condutores e burros, arrancando trilhos e pedras no
calçamento para utilizarem como armas. A polícia teve de pedir reforços ao exército e a
marinha. Foi declarado estado de sítio com toque de recolher. O gabinete caiu, o
aumento cancelado. Após esse acontecimento, a polícia organizou unidades especiais
para controlar multidões, dando origem aos batalhões de choque dos dias atuais.

A Polícia Militar chega então ao período Republicano com uma instituição mais
profissionalizada e em 1920 é criada a Escola Profissional para formar os oficiais da
corporação. Nesse período com a criação de uma Guarda Civil para realizar o
policiamento ostensivo, a Polícia Militar é aquartelada agindo somente em casos de
conflitos sociais, políticos, manifestações, eleições e etc. Em 1948 é criada pela Guarda
12

Civil a radiopatrulha que dá maior dinamicidade ao patrulhamento pela agilidade no


atendimento das chamadas de emergência e um alcance maior de área patrulhada.

O governo militar que assumiu a direção do país em 1964 sentiu a necessidade


de ter maior capilaridade nas ruas e de ter maior controle sobre a oposição que se
tornava mais radical, com isso decide extinguir a Guarda Civil e transferir suas
competências para a Polícia Militar por meio do Decreto-Lei nº 1.072/69. O seguinte
decreto dá nova redação ao art. 3º, letra “a” do Decreto-lei nº 667/69 que organiza as
polícias militares da seguinte maneira:

a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das


Forças Armadas, o policiamento ostensivo, fardado, planejado pelas
autoridades policiais competentes a fim de assegurar o cumprimento da lei, a
manutenção da ordem pública e o exercício dos poderes constituídos.

2.2 Competência Legal


De acordo com o artigo 144, da Constituição Federal:

“A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é


exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio”.

Sendo assim, pode-se observar que a segurança pública tem como missão
constitucional a preservação da ordem pública, e conta com os seguintes órgãos: Polícia
Federal; Polícia Rodoviária Federal; Polícia Ferroviária Federal; Polícias Civis; e
Polícias Militares e Corpo de Bombeiros Militares. E no parágrafo 5º, do mesmo artigo,
a constituição confere à Polícia Militar a Polícia Ostensiva e, novamente, a preservação
da ordem pública.

A Constituição do Estado do Rio de Janeiro de 1989 também trata da segurança


pública em seu artigo 183 e, afirma que também é sua responsabilidade “a vigilância
intramuros nos estabelecimentos penais” tratando-se de um “dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio” tendo como instituições responsáveis pela
segurança os seguintes órgãos estaduais: Polícia Civil; Polícia Penitenciária; Polícia
Militar; e Corpo de Bombeiros Militar.

Para Lazzarini, a competência das polícias militares pode ser agrupada em três
atividades distintas: missões explícitas, implícitas e residuais.
13

As missões explícitas são aquelas decorrentes da forma expressa na redação


do artigo 144, § 5º da CF, ou seja, Polícia Ostensiva de preservação da ordem
pública. As missões implícitas são as decorrentes de texto de lei autorizada
pela Constituição Federal, como casos do Decreto-lei nº 667/69 e do Código
de Processo Penal, bem como as atividades de Polícia Judiciária Militar, nos
crimes cometidos pelos seus integrantes, em face da restrição ou
impedimento constitucional das polícias civis para apurarem as infrações
penais de caráter militar, sendo aplicável, o Código Penal Militar. Por fim, as
missões residuais como a exemplo da atuação das polícias militares como
forças auxiliares nos casos da ocorrência de Estado de Sítio ou Estado de
Defesa o que também constitui missão implícita.

Em sua dissertação A competência essencial do BOPE – Uma análise


exploratória, Pinheiro Neto afirma que fica clara à preferência à ação preventiva, à
eventualidade da ação repressiva, uma vez que “ambas as constituições mencionam a
preservação da ordem pública”. Uma vez que “a repressão é uma atividade que exige
que já tenha ocorrido um fato que cause a ruptura da ordem pública” e a “preservação
da ordem pública implica em medidas dissuasórias”.

Segundo Pinheiro Neto, o termo Polícia Ostensiva, é muito mais abrangente que
policiamento ostensivo, o que amplia o conceito, “indo além do procedimento de
fiscalização, que constitui apenas uma fase da atividade de polícia”. Para o autor, no
exercício do seu poder de polícia, a Polícia Ostensiva apresenta o seguinte perfil:

a. atua preventivamente para garantir a ordem pública;


b. atua repressivamente para restabelecer a ordem pública;
c. possui natureza jurídico-militar;
d. exerce a função jurídico-militar estadual sobre seus
componentes;
e. integra-se ao sistema de defesa territorial da Nação como força
auxiliar e reserva do Exército.

O Decreto-lei nº 667, de 2 de julho de 1969 (alterado pelos Decretos-lei nº


1.072/69, 1.406/75, 2.010/83 e 2.106/84), afirma em seu artigo 3º, que a Polícia Militar
foi instituída “para a manutenção da ordem pública e segurança interna dos Estados, nos
Territórios e no Distrito Federal” e que a ela compete no âmbito de suas respectivas
jurisdições, principalmente:

a) executar com exclusividade, ressalvadas as missões peculiares das Forças


Armadas, o policiamento ostensivo fardado, planejado pela autoridade
competente, a fim de assegurar o cumprimento da Lei, a manutenção da
ordem pública e o exercício dos poderes constituídos;
14

b) atuar de maneira preventiva, como força de dissuasão, em locais ou áreas


específicas, onde se presuma ser possível a perturbação da ordem pública;
c) atuar de maneira repressiva, em casos de perturbação da ordem,
precedendo o eventual emprego das Forças Armadas;
d) atender a convocação, inclusive mobilização, do Governo Federal em
caso de guerra externa ou para prevenção ou reprimir grave perturbação da
ordem ou ameaça de sua irrupção, subordinando-se à Força Terrestre para
emprego em suas atribuições específicas de Polícia Militar e como
participante da Defesa Interna e da Defesa Territorial;
e) além dos casos previstos na letra anterior, a Polícia Militar poderá ser
convocada, em seu conjunto, a fim de assegurar à Corporação o nível
necessário de adestramento e disciplina ou ainda para garantir o
cumprimento deste Decreto-lei, na forma que dispuser o regulamento
específico.

O Decreto nº 667 deixa claro na letra „a‟ em seu artigo 3º, que o policiamento
ostensivo fardado cabe à Polícia Militar com a finalidade de assegurar o cumprimento
da lei e a manutenção da ordem pública. Nas letras „b‟ e „c‟, as competências se
desdobram em dois eixos específicos:

1. A prevenção, a fim de se evitar a perturbação da ordem


2. A repressão, a fim de restabelecer a ordem, uma vez que já tenha havido perturbação
da mesma.

O artigo 2º do Decreto nº 88.777 conceitua Policiamento Ostensivo como sendo


a: “Ação policial, exclusiva das Polícias Militares, em cujo emprego o homem ou a
fração de tropa engajados sejam identificados de relance, quer pela farda, quer pelo
equipamento, ou viatura, objetivando a manutenção da ordem pública”.

O mesmo Decreto define também o que é Ordem Pública:

Conjunto de regras formais, que emanam do ordenamento jurídico da


Nação, tendo por escopo regular as relações sociais de todos os níveis, do
interesse público, estabelecendo um clima de convivência harmoniosa e
pacífica, fiscalizado pelo poder de polícia, e constituindo uma situação ou
condição que conduza ao bem comum.

O poder de polícia é exercido pelos integrantes da Administração Pública como


uma "faculdade de que dispõe o Estado para condicionar e restringir o uso, o gozo de
bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio
Estado", na definição de Hely Lopes Meireles.

Para respaldar legalmente o uso da força, o Código de Processo Penal Militar em


seu artigo 234 afirma que:
15

O emprego de força só é permitido quando indispensável, no caso de


desobediência, resistência ou tentativa de fuga. Se houver resistência da
parte de terceiros, poderão ser usados os meios necessários para vencê-la ou
para defesa do executor e auxiliares seus, inclusive a prisão do ofensor. De
tudo se lavrará auto subscrito pelo executor e por duas testemunhas.

Sendo Assim, quando o policial militar, no cenário do conflito, “desencadeia


ações repressivas para a manutenção da ordem pública, usando dos meios logísticos e
humanos necessários ao cumprimento da missão”, estará sob a égide das excludentes de
ilicitude, “desde que as suas ações sejam respaldadas pela legalidade e legitimidade”.

Em seu artigo 2º “Da conceituação e competência” no item 27 o Decreto nº


88.777 versa sobre os tipos de policiamento a cargo da Polícia Militar, que são:

- Ostensivo Geral, Urbano e Rural

Na PMERJ, é observado pela NGP (Normas Gerais de Policiamento) que a


mesma exerce sua competência no tocante ao policiamento urbano com os tipos de
policiamento:

1) Patrulhamento Tático Motorizado (PATAMO).O qual tem seu conceito


descrito como:
Forma de patrulhamento, executado dentro dos Setores de Patrulhamento,
(StPtr), em toda área da Unidade Operacional (UOp), em roteiros
previamente elaborados, tomando por base os logradouros do setor. Exerce
ação preventiva-repressiva. É controlado pela UOp PM.

2) Patrulhamento Motorizado Especial (PMESP). O qual tem seu conceito


descrito como: Patrulhamento de caráter eventual, destinado a atender necessidades
temporárias, em épocas, dias e horas críticas, a critério do Comando da UOp PM.
3) Policiamento Ostensivo Geral (POG). O qual tem seu conceito descrito como:
É a ação do patrulhamento a pé, isolado, em duplas ou em patrulhas,
comandados, diretamente ou não, em locais preestabelecidos, ou
percorrendo determinados itinerários, dentro dos subsetores de
patrulhamento, em área urbana, suburbana ou urbanizada.

4) Policiamento Ostensivo Normal Montado (PON MONT), ou como


comumente é chamado “POG MONTADO”. O qual tem seu conceito descrito como:

É o policiamento executado por uma patrulha montada (PtrMont) no âmbito


de um ou mais Subsetores de Patrulhamento (SStPtr), de maneira ostensiva,
destinada à prevenção e/ou repressão a todos os tipos de infração, pela
aplicação de características e propriedades ao emprego montado.
16

- De Trânsito

A Constituição Federal de 1988 em seu artigo 144 parágrafo 10º versa sobre a
segurança viária e a quem compete a mesma;

§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da ordem pública e


da incolumidade das pessoas e do seu patrimônio nas vias públicas:
(Incluído pela EC 82/2014);
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
aos respectivos órgãos ou entidades executivas e seus agentes de trânsito,
estruturados em Carreira, na forma da lei. (Incluído pela EC 82/2014)

O Código de Trânsito versa da seguinte maneira:

“Art. 7º - Compõe o Sistema Nacional de Trânsito os seguintes órgãos e entidades:

VI – as Polícias Militares dos Estado se do Distrito Federal”;

Art. 23 – Compete às Policias Militares dos Estados e do Distrito Federal:


III – Executar a fiscalização de trânsito, quando conforme convênio firmado,
como agente do órgão ou entidade executivos de trânsito ou executivos
rodoviários, concomitantemente com os demais agentes credenciados.

É observado pela NGP (Normas Gerais de Policiamento) que a PMERJ exerce sua
competência no tocante ao policiamento de trânsito com o tipo de policiamento:
Policiamento Ostensivo de Trânsito (PO TRAN). O qual tem seu conceito descrito
como: “Policiamento especial, executado com vistas a problemas especiais de trânsito
na Zona Urbana, com a finalidade precípua de:”

1) - evitar congestionamento;
2) - facilitar a circulação;
3) - fazer cumprir a legislação de trânsito; e
4) - orientar condutores e pedestres.
- Florestal e de Mananciais;

A execução dessa competência existe através do Comando de Policiamento


Ambiental (CPAM).Criado pelo Decreto Estadual n° 9520, de 15 de dezembro de 1986,
com a denominação de23° Batalhão de Polícia Militar que foi alterada pelo Decreto
Estadual n° 10376, de 25 de setembro de 1987, deixando assim de ter numeração e
passando a denominar-se Batalhão de Polícia Florestal e de Meio Ambiente abrangendo
sua área de competência toda a extensão do Estado e logo após tendo sido alterado pelo
Decreto Nº 43.641 de 15 de Junho de 2012 que altera para Comando de Policiamento
Ambiental (CPAm) e cria as Unidades de Policiamento Ambiental (UPAm). O qual tem
seu conceito:“Unidades de Policiamento Ambiental, destinadas a execução de ações
17

concernentes à prevenção do meio ambiente e da ordem pública, bem como a propagação da


filosofia de polícia ambiental nas áreas designadas para sua atuação.”

- Rodoviário e Ferroviário, nas Estradas Estaduais

O Policiamento Rodoviário é realizado através do Batalhão de Polícia


Rodoviária (BPRv), o qual, tem suas origens no Decreto Estadual n.º1.463, de 11 de
novembro de 1964, que regulamentou as atividades de Polícia Rodoviária de Divisão de
Tráfego do DER (Departamento de Estradas de Rodagem) do antigo Estado do Rio de
Janeiro.

- Portuário

Na PMERJ é observado pela DGO (Diretriz Geral de Operações) que a mesma


exerce sua competência no tocante ao policiamento portuária definido como: “Ação de
policiamento ostensivo no interior das instalações portuárias estaduais. Não deve ser
confundido com o policiamento marítimo, missão da Polícia Federal, prevista na
Constituição”.

No entanto o então Ministro Néri da Silveira versa de maneira contrária a


respeito do policiamento marítimo no HC 68.928.

Sendo o policiamento naval atribuição, não obstante privativa da Marinha


de Guerra, de caráter subsidiário, por força de lei, não é possível, por sua
índole, caracterizar essa atividade como função de natureza militar, podendo
seu exercício ser cometido, também, a servidores não militares da Marinha
de Guerra. A atividade de policiamento, em princípio, se enquadra no âmbito
da segurança pública. Esta, de acordo com o art. 144, da Constituição de
1988, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, por intermédio dos órgãos policiais federais e
estaduais, estes últimos, civis ou militares. Não se compreende, por igual, o
policiamento naval na última parte da letra d, III, do art. 9º, do CPM, pois o
serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,
administrativa ou judiciária, aí previsto, de caráter nitidamente policial,
pressupõe desempenho específico, legalmente requisitado para aquele fim,
ou em obediência a determinação legal superior.” (HC 68.928, Rel.
Min. Néri da Silveira, julgamento em 5-11-1991, Segunda Turma, DJ de 19-
12-1991.)

Portando, é também uma atribuição da polícia militar de uma maneira


subsidiária, o Policiamento Marítimo, o qual, é realizado pelo Grupamento Marítimo
Fluvial (GMF) criado pela Resolução da Secretaria de Segurança Pública nº 544 de 29
de março de 2012. O mesmo também exerce a próxima atribuição a ser abordada.

- Fluvial e Lacustre;
18

Como foi supracitado a atribuição do policiamento fluvial e lacustre pela PMERJ é


realiza da pelo Grupamento Marítimo Fluvial.

-De radiopatrulha terrestre e aérea

A PMERJ realiza este tipo de policiamento, o qual versa a Normas Gerais de


Policiamento da seguinte maneira:

- Forma básica de policiamento da Corporação em torno da qual todas as


demais gravitam, executada dentro do Setor de Patrulhamento (StPtr), em
roteiros previamente elaborados, tomando por base os logradouros do setor;
- Exerce ação preventiva. É controlada pelo COPOM dos Comandos de
Policiamento, ou, eventualmente, pelos Centros de Operações das UOp PM;
- Seu objetivo é atuar preventivamente contra os tipo de infração, em
coordenação com as demais formas de policiamento.

No tocante a radiopatrulha aérea ou policiamento aéreo é exercido na PMERJ


pelo Grupamento Aeromovel criado pelo decreto 35.146 de 07 de abril de 2004 onde
versa que compete ao mesmo planejar, coordenar, executar e fiscalizar o
radiopatrulhamento aéreo no âmbito do Estado, ressalvando o disposto no Decreto nº
34.739. Além disso segundo o Ministro Sepúlveda em parecer de constitucionalidade
frente a uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade), versa da seguinte maneira:

Polícia Militar: atribuição de „radiopatrulha aérea‟: constitucionalidade. O


âmbito material da polícia aeroportuária, privativa da União, não se
confunde com o do policiamento ostensivo do espaço aéreo, que –
respeitados os limites das áreas constitucionais das Polícias Federal e
Aeronáutica Militar – se inclui no poder residual da Polícia dos Estados.”
(ADI 132, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 30-4-2003,
Plenário, DJ de 30-5-2003).

2.2.1 Preservação da Ordem Pública


Uma das atribuições mais características do órgão responsável pela preservação
da ordem pública é o Gerenciamento de Crise, com o objetivo final de reestabelecer a
ordem pública que por algum conflito social fez com que essa ordem saísse de sua
normalidade e necessite de uma intervenção policial para trazer a ordem a sua
normalidade. O exemplo de como a PM realiza tal atribuição, podemos citar as
radiopatrulhas que em seu serviço diuturno de patrulhamento ostensivo para
preservação da ordem pública são chamadas a intervir nesses conflitos sociais típicos do
viver em sociedade, com esse atendimento emergencial rotineiro a radiopatrulha
reestabelece a ordem e volta ao seu patrulhamento normal para preserva-la até que seja
necessário nova intervenção. Quando algum desses eventos fogem da rotina da
radiopatrulha mostrando-se um problema complexo e necessitando de uma intervenção
especializada a PMERJ conta com Unidades Especiais para tal intervenção, como
19

exemplo o Batalhão de Ações com Cães (BAC), o Grupamento Aero Maritimo (GAM),
o Batalhão de Choque (BPChq) e também o Batalhão de Operações Especiais (BOPE),
esses podem agir em conjunto ou separadamente; tomemos como exemplo o BOPE que
é acionado para o Gerenciamento de Crise em caso de resgate com refém e conta com a
seção UIT (Unidade de Intervenção Tática) que se subdivide em 3 grupos distintos,
porém com o mesmo objetivo: o reestabelecimento da ordem pública no gerenciamento
de crises, seriam esses grupos o GAP (Grupo de Atiradores de Precisão), GRR (Grupo
de Retomada e Resgate) e o GNA (Grupo de Negociação e Análise) que atuam de
maneira categórica naquilo que foram designados para atuar de maneira pontual. O
BOPE foi criado pelo Decreto n°16.374 de 01 de Mar 91 com o objetivo maior de
constituir uma Unidade Especializada no Gerenciamento de Crises.

De acordo com o Manual de Controle de Distúrbios Civis da Polícia Militar (1997), os


distúrbios civis podem ser desencadeados por causas sociais, econômicas, políticas, em
consequência de calamidades públicas ou omissão/falência da autoridade constituída.
Os distúrbios civis aparecem nas formas de: aglomeração, multidão, turba,
manifestação, tumulto, distúrbio interno ou civil, calamidade pública e perturbação da
ordem pública. Para Alves, em seu artigo sobre distúrbios civis, a tropa especializada “a
missão precípua de restaurar a Ordem Pública nos casos em que houver a grave
perturbação da ordem”.

O Decreto 88.777, define em seu artigo 2º, o conceito de Manutenção da Ordem


Pública como sendo: “o exercício dinâmico do poder de polícia, no campo da segurança
pública, manifestado por atuações predominantemente ostensivas, visando a prevenir,
dissuadir, coibir ou reprimir eventos que violem a ordem pública” e Perturbação da
Ordem abrangendo todos os tipos de ação, inclusive as decorrentes de calamidade pública que,
por sua natureza, origem, amplitude e potencial possam vir a comprometer, na esfera estadual, o
exercício dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a manutenção da ordem pública,
ameaçando a população e propriedades públicas e privadas.

2.2.2 A competência de Polícia Judiciária Militar


A Constituição Federal de 1988, carta magna de nossa nação, versa em seu
artigo 144 § 4º “às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a
apuração de infrações penais, exceto as militares.”
20

Segundo o Código de Processo Penal Militar as funções de polícia judiciária


militar e a apuração de infrações penais militares cabem aos seus respectivos órgãos.
Como o mesmo versa em seu artigo 7º em consonância com seu artigo 6º.
Art. 7º. A polícia judiciária militar é exercida nos termos do art. 8º, pelas
seguintes autoridades, conforme as respectivas jurisdições:
g) pelos diretores e chefes de órgãos, repartições, estabelecimentos ou
serviços previstos nas leis de organização básica da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica;
h) pelos comandantes de forças, unidades ou navios.

Art. 6º. Obedecerão as normas processuais previstas neste Código, no que


forem aplicáveis, salvo quanto à organização de Justiça, aos recursos e à
execução de sentença, os processos da Justiça Militar Estadual, nos crimes
previstos na Lei Penal Militar a que responderem os oficiais e praças das
Polícias e dos Corpos de Bombeiros, Militares.

Tornando-se, portanto, clara a competência da Polícia Militar de atuar como


Polícia Judiciária Militar, e com isso o art. 8º também do Código de Processo Penal
Militar versa sobre o que compete a mesma:

Art. 8º. Compete à polícia judiciária militar:


a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei especial ,estão
sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria;
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos membros do
Ministério Público as informações necessárias à instrução e julgamento dos
processos, bem como realizar as diligências que por eles lhe forem
requisitadas;
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça Militar;
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca da prisão
preventiva e da insanidade mental do indiciado;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas aos presos sob sua
guarda e responsabilidade, bem como as demais prescrições deste Código,
nesse sentido;
f) solicitar das autoridades civis as informações e medidas que julgar úteis à
elucidação das infrações penais, que esteja a seu cargo;
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas civis as pesquisas e
exames necessários ao complemento e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares, a pedido de
apresentação de militar ou funcionário de repartição militar à autoridade
civil competente, desde que legal e fundamentado o pedido.

Utilizando como exemplo a PMERJ que exerce a Polícia Judiciária Militar


através de seus comandantes, chefes e diretores a mesma também exerce através de sua
corregedoria interna, tendo as atribuições desta, descrita na Portaria PMERJ Nº 0214, de
04 de abril de 2002.

A Corregedoria Interna da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro,


como Órgão de Direção Geral, subordinado diretamente ao Comandante-
Geral da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, observadas as
prescrições previstas no Inciso I, do Art. 9º e no Art. 10º do Decreto-Lei nº.
092, de 06 de maio de 1975, possui as seguintes atribuições:
21

- promover e coordenar a apuração das infrações penais militares e


transgressões disciplinares atribuídas a integrantes da PMERJ, quando
determinado pelo Comandante-Geral, ou quando avocadas por este, bem
como, por iniciativa própria, das que tomar conhecimento, aplicando, no que
for de sua competência, as respectivas penalidades;
- promover e coordenar as atividades de investigação e de perícia técnica,
em apoio às atividades de Polícia Judiciária Militar.

Como órgão operacional da Corregedoria Interna, o Centro de Criminalística


(CCRIM) constitui OPM e tem a missão principal de assessorar diretamente o
Corregedor da PMERJ, com estrutura e atribuições preconizadas na IR-11e na NI Nº
003/2008, publicada no Boletim da PM nº 186, de 03 de novembro de 2008, que regula
os procedimentos a serem adotados para a solicitação de Exames Periciais no CCRIM.

2.2.3 Competência para atividade de Inteligência


No Projeto de Gestão por Competências na Subsecretaria de Inteligência da
Secretaria de Estado de Segurança Pública do Rio de Janeiro, os autores fazem uma
explanação acerca da Atividade de Inteligência no Brasil, que era denominada
“Atividade de Informações”, e surgiu no ano de 1927, com a missão de produzir
informações vinculadas a interesses estratégicos de segurança do Estado.

Em 1946, é criado o Serviço Federal de Informações e Contra-Informações


(SFICI), para coordenar as atividades de interesse da Segurança Nacional e
permaneceu ativo até o Regime Militar. Assim, em 1964 foi criado o Serviço
Nacional de Informações (SNI), que passou a trabalhar também com poder de
decisão sobre a utilização do conhecimento produzido, o que deturpou o trabalho de
inteligência.

O governo de Fernando Collor de Melo extinguiu o SNI (1990) e criou a


Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). E em 1999, a Lei Federal nº 9.883, institui
o Sistema Brasileiro de Inteligência e cria a Agência Brasileira de Inteligência ( ABIN) .

O Subsistema de Inteligência de Segurança Pública – SISP – foi


regulamentado pela Resolução nº 01, de 15/07/2009 (relativa ao Decreto 3.695), da
Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, em consideração
à “manifestação favorável do Conselho Especial do Subsistema de Inteligência de
Segurança Pública”.
Em seu artigo 1º, o Decreto 3.695 cria:
22

[...]no âmbito do Sistema Brasileiro de Inteligência, instituído pela Lei


n.º 9.883, de 7 de dezembro de 1999, o Subsistema de Inteligência de
Segurança Pública, com a finalidade de coordenar e integrar as
atividades de inteligência de segurança pública em todo o País, bem
como suprir os governos federal e estaduais de informações que
subsidiem a tomada de decisões neste campo.
A Portaria nº 22, de 22 de julho de 2009 (DOU de 23/07/09) em seu artigo 1º
Aprova:
A Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública - DNISP, em
conformidade com o disposto no art. 3º do Decreto no- 3.695, de 21 de
dezembro de 2000, que dispõe sobre os atos do Conselho Especial do
Subsistema de Inteligência de Segurança Pública – SISP
.
No tocante a PMERJ, o que normatiza a atividade de inteligência é a Doutrina de
Inteligência de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (DISPERJ) criada
através do decreto nº 37.272, de 1º de abril de 2005. O Plano de Inteligência da Polícia
Militar do Estado do Rio de Janeiro – PIPMERJ, documento aprovado pelo Bol. Res. da
PM n° 030, de 4 de março de 1998, versa quais as missões do Sistema de Inteligência da
PMERJ.
2.2.4 Competência subsidiária
A competência subsidiária da polícia militar foi muito bem expressa pelo Parecer GM-
025 da Advocacia Geral da União publicado em Diário Oficial Nº 154-E, de 13 de
agosto de 2001. P.6.

A competência ampla da Polícia Militar na preservação da ordem pública


engloba inclusive, a competência específica dos demais órgãos policiais, no
caso de falência operacional deles, a exemplo de greves ou outras causas, que
os tornem inoperantes ou ainda incapazes de dar conta de suas atribuições,
funcionando, então, a Polícia Militar como um verdadeiro exército da
sociedade. Bem por isso as Polícias Militares constituem os órgãos de
preservação da ordem pública para todo o universo da atividade policial em
tema da ordem pública e, especificamente, da segurança pública.
23

Conclusão

Diante do exposto pelo trabalho, conclui-se que são diversas as competências da


Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, desde o policiamento ostensivo até mesmo
a radiopatrulha aérea, a atividade de inteligência, a investigação ou ainda a perícia de
polícia judiciária militar, dentre outras competências. É importante ressaltar que mesmo
diante da diversidade de atividades tratadas, a Corporação Policial realiza todas as essas
atribuições.
Os autores puderam perceber no desenvolvimento do artigo, que existem
algumas bases normativas com difícil acesso e isso talvez dificulte o próprio policial
militar que deseja entender o que norteia suas atribuições.
Além disso, o artigo científico no seu desenvolver trouxe a tona o que acaba por
se tornar claro: A Polícia Militar é o órgão de segurança pública mais capacitado pra
realizar todo o ciclo de polícia que consiste em atribuições de polícia repressiva
judiciária e de polícia preventiva ostensiva, pois baseando-se no serviço de polícia
judiciária militar que a PMERJ realiza e todas as atribuições subsidiárias no caso de
falência ou greve de outros órgãos, além das que já são suas atribuições – todas
comprovadas pelo presente artigo científico - a Corporação Policial Militar é a única
com plena capacidade de realizar todos os serviços de segurança pública no tocante ao
ciclo de polícia. Outrossim a pesquisa não pretende encerrar o tema, mas sim ensejar
que o conhecimento referente as competências legais da PMERJ sejam difundidas a
todos os policiais militares.
24

Bibliografia

- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Promulgada em


05 de outubro de 1988, São Paulo: Saraiva, (1989).
- LAZZARINI, A.A Segurança Pública na Constituição de 1988. Revista O Alferes da
Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, jul 1989;
- PINHEIRO NETO, A. Treinamento da tropa policial militar para combate ao
narcotráfico nas favelas do Rio de Janeiro. São Paulo: Centro de Aperfeiçoamento e
Estudos Superiores, CAO.(1997).
-Advocacia-Geral da União. Parecer GM-25: Publicado no Diário Oficial de 13 ago.
2001. Disponível em: http://www.acors.org.br/admacors/download. php?arquivo/home/
acors/download/20competencia%20da%20policia%20militar.htm
- Decreto-lei nº 88.540, de 20 de julho de 1983;
- Decreto-lei nº 1.095 de 1977;
- Decreto-lei nº 92, de 6 de maio de 1975
- Constituição do Estado do Rio de Janeiro (1989);
- Diretriz Geral de Operações (DGO);
- Normas Gerais de Policiamento (NGP) BOL PMERJ Nº 25 de Fevereiro de 1983
- Decreto Estadual n° 9520, de 15 de dezembro de 1986;
- Decreto Estadual n° 10376, de 25 de setembro de 1987;
- Decreto Estadual nº 43.641 de 15 de Junho de 2012;
-Decreto n.º1.463, de 11 de novembro de 1964
- Decreto n°16.374 de 01 de Mar 1991
- Emenda Constitucional 82/2014
-HC 68.928, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 5-11-1991, Segunda
Turma, DJ de 19-12-1991.)

-Resolução Secretaria de Segurança Pública nº 544 de 29 de março de 2012

- ADI 132, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 30-4-2003, Plenário, DJ de


30-5-2003);

- Manual de Controle de Distúrbios Civis da Polícia Militar, 3ª Edição.(1997)


(Publicado no Bol PM 159/97);
- http://www.policiamilitar.sp.gov.br/unidades/2bpchq/artigos.aspx?cod=11;
- http://jus.com.br/artigos/19340/a-tropa-especializada-de-controle-de-disturbios-civis-
e-o-seu-emprego-operacional-em-razao-da-perturbacao-da-ordem-publica
25

PEIXOTO, Geraldo; FERREIRA, Marina; MARTIELO, Roberta - Projeto de


gestão por competências na Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da
Secretaria de Estado de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro
(SSP/RJ).(2004).
http://portal.crie.coppe.ufrj.br/portal/data/documents/storedDocuments/

- Lei nº 9.296, de 24 de julho de 1996. Diário Oficial [da] União, Brasília, DF.
- ROMEU, Fabio de Sá. Controle da Atividade de Inteligência no Estado do Rio de
Janeiro. Fortaleza: Academia de Polícia Militar General Edgar Facó, (Monografia
apresentada no Curso de Pós-graduação da Polícia Militar do Ceará).(2005).

- Lei Federal nº 9.883, de dezembro de 1999. Diário oficial da União, Brasília, DF.

PEREIRA, Vieira- A atividade de inteligência como instrumento de eficiência no


exercício do controle externo pelo tribunal de contas da união.
http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2054618.PDF

PEREIRA, Íbis - Revista Científica – Escola Superior de Polícia Militar.


http://espmpmerj.files.wordpress.com/2013/05/arquivo-final3008.pdf

LEAL, Ana Beatriz; PEREIRA, Íbis; FILHO, Oswaldo. 200 anos Polícia Militar do
Rio de Janeiro. 1. ed. Rio de Janeiro: PUC-Rio. (2010)

http://portaldoguardacivil.blogspot.com.br/2009/07/extincao-da-guarda-civil.html

http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo
_id=1440

http://www.pmerj.rj.gov.br/historia-da-pmerj/

http://auxiliopmerj.blogspot.com.br/2007/08/histria-e-organizao-policial.html

DUARTE, Teresa. “A possibilidade da investigação a 3: reflexões sobre a


triangulação ( metodológica).”.(2009)

HAGUETTE, Teresa Maria Frota. "Metodologia qualitativa na sociologia. 3ªedição."


Editora Vozes, Petrópolis. (1992).

Você também pode gostar