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UNIDADE I

POLICIAIS MILITARES NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988


E CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DE 1989

Serão objetos de estudo os seguintes dispositivos da Constituição


Federal de 1988:
- art. 22, inciso XXI;
- art. 42;
- art. 14 § 8º;
- art. 142 §§ 2º e 3º; e
- art. 144.

Sobre a Constituição Estadual de 1989:


- arts. 45 ao 49;
- arts. 193, 198 e 199.
- arts. 249, 315, 338 e 323

I – DA ORGANIZAÇÃO DAS POLÍCIAS MILITARES

No que concerne ao estudo de nossa Constituição Federal de


1988, destaca-se a Emenda Constitucional nº 103/19, promulgada
recentemente, que ampliou a competência privativa da União para legislar sobre
normas gerais referentes à inatividade e pensões dos militares estaduais,
conforme abaixo.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e
pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros
militares; (grifamos)

Nesse sentido, o art. 22, inciso XXI, estabelece competência


privativa para União legislar sobre normas gerais de organização relacionadas

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ao efetivo, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e


pensões das polícias militares e corpos de bombeiros militares.

A norma geral que disciplina essas matérias é o Decreto-Lei nº 667,


de 02 de julho de 1969, regulamentado pelo Decreto Federal nº 88.777, de 30
de setembro de 1983.

Vale ressaltar que recentemente a Lei Federal nº 13.954, de 16 de


dezembro de 2019, que trata da proteção social dos militares, inseriu dispositivos
no Decreto-Lei 667/69, versando sobre vedações, direitos, deveres,
remuneração, prerrogativas, inatividade e pensão dos militares estaduais, que
veremos mais adiante.

II - DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS


TERRITÓRIOS

O art. 42 da Constituição Federal de 1988 trata dos militares


estaduais e estabelece que “os membros das Polícias Militares e Corpos de
Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e
disciplina, são Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios”

Além disso, o § 1º do art. 42 dispõe sobre a aplicação aos militares


dos Estados das disposições contidas no art. 14, § 8º e do art. 142, §§ 2º e 3º,
sendo as patentes dos oficiais conferidas pelos respectivos governadores.
Vejamos o que dispõe o art. 14 § 8º e o art. 142 §§ 2º e 3º a seguir:

Primeiramente, o art. 14 § 8º normatiza a possibilidade do militar se


candidatar, possibilidade esta que se aplica aos militares estaduais na forma do
§ 1ª do art. 42 citado acima. Da mesma forma, o art. 142 §§ 2º e 3º, que são
dispositivos das Forças Armadas, também se aplicam aos militares dos Estados.

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Vejamos o que dispõe o art. 14 § 8º da CF/88:

§ 8º O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes


condições:
I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-
se da atividade;
II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado
pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.

Pois bem, no caso do inciso I, ressalta-se que o Tribunal Superior


Eleitoral - TSE já se manifestou sobre o afastamento do militar que conta com
menos de dez anos de serviço, entendendo que se trata de afastamento
definitivo, por intermédio de demissão ou licenciamento, vejamos manifestações
nesse sentido:

Acórdão TSE Nº 20.318, de 19 de setembro de 2002:


I - A transferência para a inatividade do militar que conta
menos de dez anos de serviço é definitiva, mas só exigível
após deferido o registro da candidatura".
II A filiação partidária de um ano da eleição não é condição
de elegibilidade do militar, donde ser irrelevante a
indagação sobre a nulidade da filiação do militar ainda na
ativa, arguida com base no art. 142, § 3º, V da Constituição.

Resolução TSE Nº 20.598, de 13 de abril de 2000:


Consulta. Senador. À luz do art. 14, § 8º, I, da Constituição
Federal, que diz: "O militar alistável é elegível, atendidas
as seguintes condições I – Se contar menos de dez anos
de serviço deverá afastar-se da atividade;" Indaga: afastar-
se da atividade, o que significa?, respondida nos seguintes
termos: O Afastamento do militar, de sua atividade,
previsto no art. 14, § 8º, I, da Constituição, deverá se
processar mediante demissão ou licenciamento ex-officio,
na forma da legislação que trata do serviço militar e dos
regulamentos específicos de cada Força Armada"

Com isso, o militar que possui menos de dez anos de serviço


deverá se afastar da atividade, ou seja, deverá ser licenciado (no caso das
praças) ou demitido (no caso dos oficiais), para se candidatar.

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Pergunta-se, caso o policial militar não seja eleito poderá solicitar


seu retorno para as fileiras da Corporação? A resposta é negativa, vez que com
o licenciamento ou demissão se corta o vínculo com a Corporação.

Já com relação ao inciso II, se o militar contar mais de dez anos de


serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade.

Pergunta-se, o militar é eleito, é diplomado, passa para a


inatividade e toma posse como deputado estadual, após cumprido o seu
mandato eletivo, na situação de reserva remunerada, terá direito de retornar ao
serviço ativo? A resposta é negativa, vez que sua situação jurídica está definida
pela norma constitucional, ou seja, inatividade.

No âmbito da Constituição do Estado do Pará de 1989, o art. 47


estabelece, pelo princípio da simetria, que o militar alistável é elegível,
respeitadas as condições previstas no art. 14, § 8º, da Constituição Federal de
1988.

Outro importante artigo citado no § 1º do art. 42 da Constituição


Federal é o 142 §§ 2º e 3º que se aplicam aos militares estaduais, vejamos:

Art. 142..............................................................................
(...)
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições
disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados
militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas
inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e
asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva
ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos
militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos
uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou
emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese
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prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", será transferido


para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 77, de 2014)
III - o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse
em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não
eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea "c", ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas
para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a reserva, nos termos da
lei; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 77,
de 2014)
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a
greve; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18, de
1998)
V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar
filiado a partidos políticos; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado
indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão
de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz,
ou de tribunal especial, em tempo de guerra; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento
previsto no inciso anterior; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 18, de 1998)
VIII - aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos
VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII,
XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da
atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea
"c"; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
77, de 2014)
IX - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 41, de
19.12.2003)
X - a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os
limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os
deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras
situações especiais dos militares, consideradas as
peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas
cumpridas por força de compromissos internacionais e de
guerra. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 18,
de 1998)
(...)

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O § 2º do Art. 142, que se aplica aos militares estaduais por foça


do art. 42 § 1º da CF/88, estabelece que não caberá habeas corpus em relação
a punições disciplinares militares, contudo, a doutrina e jurisprudência entendem
que, não cabe habeas corpus no que tange ao mérito das punições disciplinares.
Portanto, entende-se que, o Poder Judiciário pode examinar os
pressupostos de legalidade da punição, cabendo neste caso, a interposição de
habeas corpus, no entanto, não para a análise do mérito.

Vejamos abaixo entendimento do Supremo Tribunal Federal no


julgamento do RE 338840:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL.


PUNIÇÃO DISCIPLINAR MILITAR. Não há que se falar
em violação ao art. 142, § 2º, da CF, se a concessão de
habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar
militar, volta-se tão-somente para os pressupostos de sua
legalidade, excluindo a apreciação de questões
referentes ao mérito. Concessão de ordem que se pautou
pela apreciação dos aspectos fáticos da medida punitiva
militar, invadindo seu mérito. A punição disciplinar
militar atendeu aos pressupostos de legalidade, quais
sejam, a hierarquia, o poder disciplinar, o ato ligado à
função e a pena susceptível de ser aplicada
disciplinarmente, tornando, portanto, incabível a
apreciação do habeas corpus. Recurso conhecido e
provido. (STF; RE 338840/RS; Rel. Min. ELLEN GRACIE;
data do julgamento: 19/08/2003; Segunda
Turma) (grifamos)

Salienta-se que deve ser conjugada a restrição de liberdade de ir


e vir com a violação aos pressupostos de validade do ato jurídico, porquanto,
não há que se falar na oportunidade e conveniência da punição, ou seja, no
seu mérito, mas na sua ilegalidade, violando, assim, os pressupostos de
validade do ato.

Cabe destacar que, a administração pública é regida e deve


obedecer aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade
e eficiência, nos termos do art. 37 da CF/88:

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Art. 37. A administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência e, também, ao seguinte

Com isso, a prisão disciplinar que não observa aos requisitos de


validade dos atos administrativos, quais sejam, legalidade (ex.: a prova foi
obtida por meios ilegais), competência (ex.: autoridade que puniu não possuía
competência para aplicar a sanção), previsão legal ou ausência total de justa
causa (ex.: não há previsão da transgressão ou justa causa, de modo que se
observa mera perseguição para punir), observância das formalidades legais
(ex.: não foi ofertada ampla defesa e contraditório) e aos prazos de fixação
das medidas restritivas de liberdade (ex.: foi aplicado 30 dias de prisão e o
militar está 35 dias preso), e se impõe restrição à liberdade do militar, nestas
hipóteses, poderá ser lançado mão do remédio constitucional habeas corpus.

Por outro lado, no que tange aos incisos II e III do § 3º do art. 142
da CF/88, estes fazem ressalva a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea
"c", no entanto, o art. 42 § 3º da CF/88 estendeu aos militares estaduais a
aplicação das alíneas “a”, “b” e “c” do inciso XVI do art. 37 da CF/88.

Ressalta-se, realizando a leitura dos dispositivos acima, é permitida


para o militar das Forças Armadas somente a acumulação de cargos prevista no
art. 37, inciso XVI, alínea “c” da CF/88, ou seja, cargos ou empregos privativos
de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas. Já para os militares
estaduais foi prevista a totalidade do inciso XVI do art. 37, logo, permite ao militar
estadual acumular também o cargo de professor, desde que haja
compatibilidade de horário e com a prevalência da atividade militar.

Nesse sentido, para melhor explicar, vamos observar a redação do


§§ 3º e 4º do art. 45 da Constituição Estadual, que ressalva a totalidade do
inciso XIV do art. 37 da CF/88:

Art. 45 ...............................................................................

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...........................................................................................
§ 3º O militar em atividade que tomar posse em cargo,
emprego ou função público civil permanente, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, da Constituição
Federal, com prevalência da atividade militar, será
transferido para a reserva, nos termos da lei. (Parágrafo 3º
com redação dada pela Emenda Constitucional nº 75, de
09.10.2019)
§ 4º O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse
em cargo, emprego ou função público civil temporária, não
eletiva, ainda que da Administração Pública indireta,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, da
Constituição Federal, com prevalência da atividade militar,
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se lhe o tempo de serviço apenas
para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a reserva, nos termos da lei.
(Parágrafo 4º com redação dada pela Emenda
Constitucional nº 75, de 09.10.2019)

Observa-se que a redação do § 3º acima estabelece ao militar que


tomar posse em cargo, emprego ou função pública permanente, salvo os casos
previstos no art. 37, inciso XVI (dispõe sobre a exceção para acúmulo de cargo
público), serão transferidos para a reserva nos termos da lei, no nosso caso,
para a reserva remunerada.

Vejamos o que disciplina o art. 37, inciso XVI da CF/88:

Art. 37 .................................................................................
(...)
XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos
públicos, exceto, quando houver compatibilidade de
horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso
XI: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19,
de 1998)
a) a de dois cargos de professor; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou
científico; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais
de saúde, com profissões regulamentadas; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 34, de 2001)

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Pois bem, a regra supramencionada traduz no sentido de ser


vedada a acumulação de cargos públicos, exceto nos casos previstos no inciso
XVI do art. 37 da CF/88.

Nesse sentido, o militar que toma posse em cargo, emprego ou


função pública civil permanente (§ 3º do art. 45 da CE), será transferido para a
reserva, salvo nos casos excepcionados acima, ou seja, previstos no inciso XVI
do art. 37 da CF/88.

Nestes termos, exemplificando, é possível o militar estadual


acumular seu cargo com um cargo de professor, da mesma forma o militar da
área de saúde (somente este) poderá acumular com outro cargo na sua área
(saúde), em ambos os casos desde que haja compatibilidade de horário e com
a prevalência da atividade militar.

Contudo, valem mencionar, como exemplo, que não é possível


acumular cargo de militar combatente com outro cargo de saúde, mas tão
somente com o cargo de professor, nos termos da Constituição Estadual de 1989
combinado com a Constituição Federal de 1988, desde que haja compatibilidade
de horário e com a prevalência da atividade militar.

Noutro perceptivo, o § 4º do art. 45 estabelece que o militar da ativa


que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da Administração Pública indireta, ressalvada
a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal, com
prevalência da atividade militar, ficará agregado ao respectivo quadro e somente
poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade,
contando-se lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e
transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento,
contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei.

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Ao contrário do § 3º, a redação do § 4º do art. 45 da CE estabelece


a possibilidade do militar assumir cargo, emprego ou função pública civil, desde
que temporária. No entanto, há algumas situações previstas para este militar que
assume cargo, emprego ou função pública civil temporária, vejamos:
a) ficará agregado ao seu respectivo quadro, ou seja, não conta vaga na
Corporação, nos termos do art. 88 do Estatuto Policial Militar (Lei Estadual
nº 5.251, de 31 de julho de 1985);
b) Enquanto permanecer agregado na função poderá concorrer somente
pelo critério de antiguidade, devendo ser revertido com pelo menos 30
(trinta) dias, antes da promoção, para poder concorrer pelo critério de
merecimento, nos termos das leis de promoções de oficiais e praças da
Corporação.
c) O militar poderá permanecer até o limite temporal de 02 (dois) anos no
cargo, emprego ou função pública civil temporária, contínuos ou não, ou
seja, durante toda carreira poderá exercer o período máximo dois anos
ininterruptos ou parcelados.

De mais a mais, o previsto no § 4º do art. 45 da CE, também há a


ressalva da hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, da Constituição Federal, com
prevalência da atividade militar, em consonância com o previsto no § 3º do art.
42 da CF/88, que foi incluído pela Emenda Constitucional nº 101/2019.

III – DA SEGURANÇA PÚBLICA

Outro dispositivo que merece atenção é o art. 144 da Constituição


Federal de 1988, que trata da segurança pública, nele incluído as Polícias
Militares:
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;

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IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e
distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 104, de 2019)
§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão
permanente, organizado e mantido pela União e
estruturado em carreira, destina-se a: (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social
ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas,
assim como outras infrações cuja prática tenha
repercussão interestadual ou internacional e exija
repressão uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo
da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e
de fronteiras; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia
judiciária da União.
§ 2º A polícia rodoviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 3º A polícia ferroviária federal, órgão permanente,
organizado e mantido pela União e estruturado em carreira,
destina-se, na forma da lei, ao patrulhamento ostensivo das
ferrovias federais. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de
carreira, incumbem, ressalvada a competência da União,
as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a
preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros
militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a
execução de atividades de defesa civil.
§ 5º-A. Às polícias penais, vinculadas ao órgão
administrador do sistema penal da unidade federativa a
que pertencem, cabe a segurança dos estabelecimentos
penais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019)
§ 6º As polícias militares e os corpos de bombeiros
militares, forças auxiliares e reserva do Exército

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subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as


polícias penais estaduais e distrital, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 104, de 2019)
§ 7º A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos
órgãos responsáveis pela segurança pública, de maneira a
garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais
destinadas à proteção de seus bens, serviços e
instalações, conforme dispuser a lei.
§ 9º A remuneração dos servidores policiais integrantes
dos órgãos relacionados neste artigo será fixada na forma
do § 4º do art. 39. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)
§ 10. A segurança viária, exercida para a preservação da
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do seu
patrimônio nas vias públicas: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)
I - compreende a educação, engenharia e fiscalização de
trânsito, além de outras atividades previstas em lei, que
assegurem ao cidadão o direito à mobilidade urbana
eficiente; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº
82, de 2014)
II - compete, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, aos respectivos órgãos ou entidades
executivos e seus agentes de trânsito, estruturados em
Carreira, na forma da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 82, de 2014)

O art. 144 da CF/88 trouxe o rol dos órgãos responsáveis pela


segurança pública, que é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos,
a ser exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio.

Nestes termos, dentre os órgãos de segurança pública, o § 5º do


art. 144 define a competência constitucional das polícias militares, ou seja,
polícia ostensiva e a preservação da ordem pública. Outras competências
inerentes à Polícia Militar do Pará são tratadas na Constituição Estadual de 1989,
no Decreto-Lei nº 667/69 e na Lei Orgânica Básica da Corporação (Lei
Complementar nº 053/06).

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Além disso, o § 6º do Art. 144 estabelece que as polícias militares


e os corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército
subordinam-se, juntamente com as polícias civis e as polícias penais estaduais
e distrital, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios.

Vale ressaltar que, o § 9º do art. 144 prevê a remuneração dos


servidores policiais integrantes dos órgãos relacionados neste artigo será fixada
na forma do § 4º do art. 39, ou seja, por subsídio fixado em parcela única, vedado
o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de
representação ou outra espécie remuneratória. No entanto, nem todas as
polícias militares, incluindo a PMPA, estão adequadas a este dispositivo
constitucional.

Respeitando o princípio da simetria, o art. 193 da Constituição do


Estado do Pará de 1989, prevê redação tratando da segurança pública
englobando os órgãos estaduais Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de
Bombeiros Militar (previstos no art. 144 da CF/88), devendo brevemente ser
emendada no sentido de incluir a Polícia Penal no rol do art. 193.

Art. 193. A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos, subordinados ao
Governador do Estado:
I - Polícia Civil;
II - Polícia Militar;
III - Corpo de Bombeiros Militar.

IV – OS MILITARES ESTADUAIS E A POLÍCIA MILITAR NA CONSTITUIÇÃO


ESTADUAL

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No mais, seguem para leitura as disposições previstas nos arts. 45,


46, 47, 48, 49, 193, 198, 199, 249, 315, 338 da Constituição Estadual de 1989,
que tratam dos militares estaduais e da Polícia Militar do Pará:

Art. 45. Os integrantes da Polícia Militar e do Corpo de


Bombeiros Militar são militares do Estado.
§ 1º As patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a
elas inerentes, são asseguradas em plenitude aos oficiais
da ativa, da reserva ou reformados da Polícia Militar e do
Corpo de Bombeiros Militar, sendo-lhes privativos os
títulos, postos e uniformes militares.
§ 2º As patentes dos oficiais da Polícia Militar e do Corpo
de Bombeiros Militar são conferidas pelo Governador do
Estado.
§ 3º O militar em atividade que tomar posse em cargo,
emprego ou função público civil permanente, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, da Constituição
Federal, com prevalência da atividade militar, será
transferido para a reserva, nos termos da lei.
§ 4º O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse
em cargo, emprego ou função público civil temporária, não
eletiva, ainda que da Administração Pública indireta,
ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, da
Constituição Federal, com prevalência da atividade militar,
ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá,
enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por
antiguidade, contando-se lhe o tempo de serviço apenas
para aquela promoção e transferência para a reserva,
sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou
não, transferido para a reserva, nos termos da lei.
§ 5º Ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.
§ 6º O militar, enquanto em efetivo serviço, não pode estar
filiado a partido político.
§ 7º O oficial da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros
Militar só perderá o posto e a patente se for julgado indigno
do oficialato ou com ele incompatível, por decisão do
Tribunal competente, em tempo de paz, ou de Tribunal
especial, em tempo de guerra.
§ 8º O oficial condenado na justiça comum ou militar a pena
privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença
transitada em julgado, será submetido ao julgamento
previsto no parágrafo anterior.

14
______________________________________________________________________

§ 9º A transferência voluntária do servidor militar estadual


para a inatividade remunerada será concedida aos trinta
anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco anos de
serviço se mulher, com os proventos definidos em lei.
§ 10. Aplica-se aos militares referidos neste artigo, e a seus
pensionistas, o disposto no art. 40, §§ 7º e 8º, da
Constituição Federal, e no art. 33, §§ 7º e 8º desta
Constituição.

Art. 46. Para acesso à carreira do oficialato, será condição


básica a posse de curso de formação de oficial realizado
na Corporação ou em outra Polícia Militar ou Corpo de
Bombeiros Militar, conforme o disposto em legislação
específica.

Art. 47. O militar alistável é elegível, respeitadas as


condições previstas no art. 14, § 8º, da Constituição
Federal. Art. 48. Aplica-se aos militares o disposto no art.
7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV e no art. 37,
incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com
prevalência da atividade militar, o disposto no art. 37, inciso
XVI, da Constituição Federal, além de outros direitos
previstos em lei, que visem à melhoria de sua condição
social e os seguintes:
I - irredutibilidade de vencimentos, e a remuneração
observará o disposto nos §§ 2º e 3º do art. 39 desta
Constituição, e nos arts. 150, II, 153, III e 153, § 2º, I, da
Constituição Federal;
II - gratificação de risco de vida, correspondente, pelo
menos, a 50% do vencimento base;
III - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do Estado,
na forma da lei; IV - adicional de interiorização, na forma da
lei.
V - licença maternidade ou licença adotante, sem prejuízo
da remuneração e de vantagens, com duração de cento e
oitenta dias. (Inciso V acrescido pela Emenda
Constitucional nº 75, de 09.10.2019, DOE de 31.10.2019),

Art. 49. Aplicam-se, mais, aos militares as seguintes


disposições:
I - investidura, através de concurso público, respeitados a
ordem de classificação e o aproveitamento em curso ou
estágio de formação e adaptação;
II - prazo de validade do concurso público de dois anos,
prorrogável uma vez, por igual período;
III - promoção, por merecimento e antiguidade, de acordo
com a proporcionalidade estabelecida na legislação
própria.

15
______________________________________________________________________

Art. 193. A segurança pública, dever do Estado, direito e


responsabilidade de todos, é exercida para a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos, subordinados ao
Governador do Estado:
I - Polícia Civil;
II - Polícia Militar;
III - Corpo de Bombeiros Militar.

Art. 198. A Polícia Militar é instituição permanente, força


auxiliar e reserva do Exército, organizada com base na
hierarquia e disciplina militares, subordinando-se ao
Governador do Estado e competindo-lhe, dentre outras
atribuições prevista em lei:
I - o policiamento ostensivo fardado;
II - a preservação da ordem pública;
III - a segurança interna do Estado;
IV - a colaboração na fiscalização das florestas, rios,
estuários e em tudo que for relacionado com a preservação
do meio ambiente;
V - a proteção do patrimônio histórico, artístico, turístico e
cultural.

Art. 199. O Comandante-Geral da Polícia Militar será


nomeado pelo Governador do Estado, escolhido dentre
oficiais da ativa da corporação, do último posto do quadro
de combatentes, observado o disposto na legislação
federal.

Art. 249. Os sistemas viários e os meios de transporte


atenderão, prioritariamente, as necessidades de
deslocamento da pessoa humana no exercício do direito de
ir e vir, e, no seu planejamento, implantação e operação
serão observados os seguintes princípios: (...) VI - isenção
tarifária nos transportes coletivos, rodoviários e
aquaviários, municipais e intermunicipais, para: (...) c)
policiais civis e militares e carteiros, quando em serviço.

Art. 315. É assegurada, nos termos da lei, a prestação de


assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva.
§ 1°. Nos atos de recrutamento e seleção de capelães civis
e militares, será mantido o princípio da proporcionalidade,
e o número de capelães das diversas religiões professadas
equivalerá ao número dos respectivos adeptos, apurado
em censo religioso anual.
§ 2°. O concurso público de capelão será específico para
cada credo que tenha alcançado o quociente religioso, o

16
______________________________________________________________________

qual é obtido dividindose o efetivo geral pelo número das


vagas fixadas em lei.
§ 3°. Os candidatos a capelão devem ser apresentados
pela autoridade religiosa do credo selecionado.
§ 4°. Nos atos de recrutamento e seleção de capelães civis
e militares, será assegurada a participação da
denominação religiosa que, sem ter alcançado o quociente
religioso, conte com, no mínimo, um décimo de adeptos na
entidade, isolada ou cumulativamente com denominações
afins na sua doutrina, tendo a mesma direito a um capelão.

Art. 338. O Chefe da Casa Civil, o Chefe da Casa Militar, o


Comandante Geral da Polícia Militar, o Comandante Geral
do Corpo de Bombeiros Militar e o Delegado Geral de
Policial Civil, nos crimes comuns e nos de
responsabilidade, serão processados e julgados pelo
Tribunal de Justiça do Estado e, nos de responsabilidade
conexos com os do Governador, pela Assembleia
Legislativa.

V – DESOBRIGAÇÃO DE COMPARECER AO TRABALHO

Outro importante dispositivo em nossa Constituição Estadual trata


do art. 323, que estabelece o direito ao servidor civil e militar no sentido de
assegurar o direito de não comparecer ao trabalho a partir do 91º dia
subsequente à data do protocolo do requerimento de reserva remunerada a
pedido, sem prejuízo de sua remuneração, caso não seja cientificado
anteriormente do indeferimento do seu pedido. Abaixo a redação do art. 323 da
CE:

Art. 323. Aos servidores civis e militares fica assegurado o


direito de não comparecer ao trabalho a partir do
nonagésimo primeiro dia subsequente ao do protocolo do
requerimento de aposentadoria ou de transferência para a
reserva, sem prejuízo da percepção de sua remuneração,
caso não sejam antes cientificados do indeferimento, na
forma da lei.

17
______________________________________________________________________

UNIDADE II
SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL DOS MILITARES ESTADUAIS

Neste material de apoio, trataremos de um assunto relevante para


os militares estaduais: o novo SISTEMA DE PROTEÇÃO SOCIAL DOS
MILITARES ESTADUAIS.

Dada a especificidade da missão dos militares, podemos afirmar


que, tecnicamente, o militar não se aposenta, ingressam na reserva remunerada
e continuam à disposição de suas Instituições, sendo definitivamente desligados
apenas quando são reformados. Com isso, o legislador, acertadamente,
estabeleceu que os militares não possuem previdência, mas um Sistema de
Proteção Social.

Vale mencionar que, conforme estudado na Unidade I, a Emenda


Constitucional nº 103/19, promulgada recentemente, ampliou a competência
privativa da União (inciso XXI do art. 22 da CF/88) no sentido de legislar sobre
normas gerais referentes à inatividade e pensões dos militares estaduais.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


(...)
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material
bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e
pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros
militares; (grifamos)

Desse modo, a Lei Federal nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019,


que reestrutura a carreira militar e trata da proteção social dos militares, alterou
o Decreto-Lei nº 667, de 02 de julho de 1969 (norma geral), que reorganiza as
Polícias Militares e os Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito
Federal, estabelecendo um capitulo específico que trata de vedações, direitos,
deveres, remuneração, prerrogativas, inatividade e pensão dos militares
estaduais, que estudaremos a seguir.

1
______________________________________________________________________

Neste diapasão, passamos para a leitura dos dispositivos


inseridos/alterados no Decreto-Lei nº 667/69 pela Lei Federal nº 13.954/2019,
com breves comentários. Ao final, faremos um resumo das principais alterações:

CAPÍTULO VII
DAS VEDAÇÕES, DOS DIREITOS, DOS DEVERES, DA
REMUNERAÇÃO, DAS PRERROGATIVAS, DA
INATIVIDADE E DA PENSÃO (Redação dada pela Lei nº
13.954, de 2019)
(...)
Art. 24. Os direitos, os deveres, a remuneração, as
prerrogativas e outras situações especiais dos militares dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios são
estabelecidos em leis específicas dos entes federativos,
nos termos do § 1º do art. 42, combinado com o inciso X
do § 3º do art. 142 da Constituição
Federal. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de
2019)
Art. 24-A. Observado o disposto nos arts. 24-F e 24-G
deste Decreto-Lei, aplicam-se aos militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios as seguintes normas
gerais relativas à inatividade: (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)

Com o advento da alteração do inciso XXI do art. 22 da Constituição


Federal de 1988, que trata das normas gerais para as Polícias Militares e Corpos
de Bombeiros Militares, o Decreto-Lei 667/69 passou a disciplinar normas gerais
sobre inatividade e pensão dos militares estaduais, devendo, assim, os Estados
Membros seguirem os dispositivos gerais, não podendo, deste modo, legislar de
forma contrária.

I - a remuneração na inatividade, calculada com base na


remuneração do posto ou da graduação que o militar
possuir por ocasião da transferência para a inatividade
remunerada, a pedido, pode ser: (Incluído pela Lei
nº 13.954, de 2019)
a) integral, desde que cumprido o tempo mínimo de 35
(trinta e cinco) anos de serviço, dos quais no mínimo 30
(trinta) anos de exercício de atividade de natureza militar;
ou (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) proporcional, com base em tantas quotas de
remuneração do posto ou da graduação quantos forem os
anos de serviço, se transferido para a inatividade sem

2
______________________________________________________________________

atingir o referido tempo mínimo; (Incluído pela Lei


nº 13.954, de 2019)
II - a remuneração do militar reformado por invalidez
decorrente do exercício da função ou em razão dela é
integral, calculada com base na remuneração do posto ou
da graduação que possuir por ocasião da transferência
para a inatividade remunerada; (Incluído pela Lei
nº 13.954, de 2019)
III - a remuneração na inatividade é irredutível e deve ser
revista automaticamente na mesma data da revisão da
remuneração dos militares da ativa, para preservar o valor
equivalente à remuneração do militar da ativa do
correspondente posto ou graduação; e (Incluído pela
Lei nº 13.954, de 2019)
IV - a transferência para a reserva remunerada, de ofício,
por atingimento da idade-limite do posto ou graduação, se
prevista, deve ser disciplinada por lei específica do ente
federativo, observada como parâmetro mínimo a idade-
limite estabelecida para os militares das Forças Armadas
do correspondente posto ou graduação. (Incluído
pela Lei nº 13.954, de 2019)
Parágrafo único. A transferência para a reserva
remunerada, de ofício, por inclusão em quota compulsória,
se prevista, deve ser disciplinada por lei do ente
federativo. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)

O disposto acima revela a integralidade e paridade relativas aos


militares que são transferidos para inatividade com o tempo mínimo, agora, de
35 anos (estudaremos as regras de transição adiante), bem como para as
reformas por invalidez decorrentes do serviço. Além disso, disciplina as cotas de
soldo para aqueles que não possuem o tempo mínimo e estabelece como
parâmetro mínimo para compulsória de idade o previsto para as Forças
Armadas, cabendo ao ente federativo regulamentar a matéria em Lei.

Ressalta-se que, no parágrafo único do art. 24-A foi utilizada a


expressão “se prevista”, pois a transferência ex officio para a inatividade, por
atingimento de quotas compulsórias, não é prevista na legislação de todos os
Estados (a exemplo do nosso).

Art. 24-B. Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito


Federal e dos Territórios as seguintes normas gerais

3
______________________________________________________________________

relativas à pensão militar: (Incluído pela Lei nº


13.954, de 2019)
I - o benefício da pensão militar é igual ao valor da
remuneração do militar da ativa ou em
inatividade; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
II - o benefício da pensão militar é irredutível e deve ser
revisto automaticamente, na mesma data da revisão das
remunerações dos militares da ativa, para preservar o valor
equivalente à remuneração do militar da ativa do posto ou
graduação que lhe deu origem; e (Incluído pela Lei
nº 13.954, de 2019)
III - a relação de beneficiários dos militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios, para fins de recebimento
da pensão militar, é a mesma estabelecida para os
militares das Forças Armadas. (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)

Estes dispositivos trouxeram importantes institutos como regra


geral que devem ser observados pelos entes estaduais da Federação, como a
paridade e integralidade à pensão militar. Registra-se que na Lei Complementar
nº 039/2002, estabelecia para os militares estaduais como pensão por morte o
valor da totalidade dos proventos percebidos pelo inativo na data anterior à do
óbito, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do Regime Geral de
Previdência Social, acrescido de 70% (setenta por cento) da parcela excedente
a esse limite.

A redação do trecho final do inciso III do art. 24-B previne eventual


estabelecimento de critérios mais gravosos, sendo estabelecida a simetria com
os militares das Forças Armadas, em relação aos beneficiários dos militares
estaduais.

Art. 24-C. Incide contribuição sobre a totalidade da


remuneração dos militares dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios, ativos ou inativos, e de seus pensionistas,
com alíquota igual à aplicável às Forças Armadas, cuja
receita é destinada ao custeio das pensões militares e da
inatividade dos militares. (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
§ 1º Compete ao ente federativo a cobertura de eventuais
insuficiências financeiras decorrentes do pagamento das
pensões militares e da remuneração da inatividade, que

4
______________________________________________________________________

não tem natureza contributiva. (Incluído pela Lei nº


13.954, de 2019)

Este artigo unificou as alíquotas de contribuição, passando a


aplicação das mesmas aplicáveis às Forças Armadas, ou seja, 9,5% (nove e
meio por cento) em 2020 e 10,5% (dez e meio por cento) à partir do ano de 2021
sem faixa de isenção.

O § 1º do art. 24-C visa a esclarecer que os Estados deverão arcar


com as insuficiências financeiras, quando as receitas não suportarem o
pagamento da inatividade e das pensões. Não altera a situação atual dos
Estados.

§ 2º Somente a partir de 1º de janeiro de 2025 os entes


federativos poderão alterar, por lei ordinária, as alíquotas
da contribuição de que trata este artigo, nos termos e
limites definidos em lei federal. (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
Art. 24-D. Lei específica do ente federativo deve dispor
sobre outros aspectos relacionados à inatividade e à
pensão militar dos militares e respectivos pensionistas dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios que não
conflitem com as normas gerais estabelecidas nos arts. 24-
A, 24-B e 24-C, vedada a ampliação dos direitos e
garantias nelas previstos e observado o disposto no art. 24-
F deste Decreto-Lei. (Incluído pela Lei nº 13.954,
de 2019)
Parágrafo único. Compete à União, na forma de
regulamento, verificar o cumprimento das normas gerais a
que se refere o caput deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 13.954, de 2019)

O parágrafo único do art. 24-D atribui competência à União para


verificar o cumprimento das normas gerais por ela estabelecidas para a
inatividade e pensão militar dos militares estaduais. Para tanto, foi editado
recentemente o Decreto Federal nº 10.418, de 07 de julho de 2020, nesse
sentido.

Art. 24-E. O Sistema de Proteção Social dos Militares dos


Estados, do Distrito Federal e dos Territórios deve ser
regulado por lei específica do ente federativo, que

5
______________________________________________________________________

estabelecerá seu modelo de gestão e poderá prever outros


direitos, como saúde e assistência, e sua forma de
custeio. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Parágrafo único. Não se aplica ao Sistema de Proteção
Social dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios a legislação dos regimes próprios de previdência
social dos servidores públicos. (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
Art. 24-F. É assegurado o direito adquirido na concessão
de inatividade remunerada aos militares dos Estados, do
Distrito Federal e dos Territórios, e de pensão militar aos
seus beneficiários, a qualquer tempo, desde que tenham
sido cumpridos, até 31 de dezembro de 2019, os requisitos
exigidos pela lei vigente do ente federativo para obtenção
desses benefícios, observados os critérios de concessão e
de cálculo em vigor na data de atendimento dos
requisitos. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)

Neste dispositivo se preservou o direito adquirido aos militares que


completaram os requisitos à inatividade com as atuais regras, ainda que o
requerimento seja no futuro e que mudem as regras. Destaca-se que o Decreto
nº 500/2020, que veremos adiante, prorroga o prazo este prazo para 31 de
dezembro de 2021.

Art. 24-G. Os militares dos Estados, do Distrito Federal e


dos Territórios que não houverem completado, até 31 de
dezembro de 2019, o tempo mínimo exigido pela legislação
do ente federativo para fins de inatividade com
remuneração integral do correspondente posto ou
graduação devem: (Incluído pela Lei nº 13.954, de
2019)
I - se o tempo mínimo atualmente exigido pela legislação
for de 30 (trinta) anos ou menos, cumprir o tempo de
serviço faltante para atingir o exigido na legislação do ente
federativo, acrescido de 17% (dezessete por cento);
e (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
II - se o tempo mínimo atualmente exigido pela legislação
for de 35 (trinta e cinco) anos, cumprir o tempo de serviço
exigido na legislação do ente federativo. (Incluído
pela Lei nº 13.954, de 2019)
Parágrafo único. Além do disposto nos incisos I e II do
caput deste artigo, o militar deve contar no mínimo 25
(vinte e cinco) anos de exercício de atividade de natureza
militar, acrescidos de 4 (quatro) meses a cada ano faltante
para atingir o tempo mínimo exigido pela legislação do ente
federativo, a partir de 1º de janeiro de 2022, limitado a 5

6
______________________________________________________________________

(cinco) anos de acréscimo. (Incluído pela Lei nº 13.954,


de 2019)

Os dispostos nos arts. 24-F e 24-G acima, foram prorrogados por


2 (dois) anos, conforme previsão do Decreto nº 500, de 13 de janeiro de 2020.
Nesse sentido, o tempo de serviço e o pedágio previstos na alteração começarão
a vigorar a partir do ano de 2022.

Outro ponto a ser destacado, refere-se que os direitos adquiridos


para fins de inatividade permanecem para os policiais militares e bombeiros
militares que contemplarem tempo até o dia 31 de dezembro de 2021, na
hipótese de algum direito ser retirado nesse período.

Vale esclarecer que, no caso de direitos não serem retirados, ou


seja, serem preservados nesse período (até 31 de dezembro de 2021), estes
deverão permanecer sem alteração, devendo ser aplicado após a data
mencionada o pedágio referente ao tempo de serviço.

Frisa-se que a questão da prorrogação do prazo do art. 24-F


referente ao direito adquirido trata se houver supressão de direito no período
alongado (dois anos) pelo Decreto nº 500/2020, conforme abaixo transcrito.

Portanto, repisa-se, caso não haja supressão, devem ser mantidos


todos os direitos do militar até então estabelecidos.

DECRETO Nº 500, DE 13 DE JANEIRO DE 2020


Autoriza, em relação aos militares do Estado em atividade
na data da promulgação da Lei Federal nº 13.954, de 16 de
dezembro de 2019, a extensão de prazo, na forma do art.
26 da Lei Federal nº 13.954, de 16 de dezembro de 2019.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ, no uso das
atribuições que lhe são conferidas pelo art. 135, inciso V,
da Constituição Estadual, e
Considerando os termos do art. 26 da Lei Federal nº
13.954, de 16 de dezembro de 2019, que autoriza o Poder
Executivo do ente federativo a estender os prazos a que se
referem o art. 24-F e o caput do art. 24-G do Decreto-Lei n°

7
______________________________________________________________________

667, de 2 de julho de 1969, em relação aos militares


estaduais em atividade,

D E C R E T A:

Art. 1º Ficam estendidos para 31 de dezembro de 2021 os


prazos a que se referem o art. 24-F e o caput do art. 24-G
do Decreto-Lei n° 667, de 2 de julho de 1969, em relação
aos militares estaduais em atividade na data de publicação
da Lei Federal n° 13.954, de 16 de dezembro de 2019, nos
termos do seu art. 26,
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua
publicação, retroagindo seus efeitos ao dia 17 de dezembro
de 2019.
PALÁCIO DO GOVERNO, 13 de janeiro de 2020.
HELDER BARBALHO
Governador do Estado

Oportuno asseverar que, o art. 24-G revela cálculo da regra de


transição de duas formas:

1) se o tempo mínimo para a inatividade com proventos integrais for de


trinta anos, vale a mesma regra aplicável às Forças Armadas, isto é, 'pedágio'
de 17% (dezessete por cento);

2) se o tempo mínimo for menor que trinta anos, é exigido o mínimo de


vinte e cinco anos de atividade de natureza militar, sendo que esse tempo
mínimo é acrescido de quatro meses a cada ano, a partir de 1º de janeiro de
2022, até atingir trinta anos.

O percentual de 17% (dezessete por cento), que é a diferença entre


30 e 35 anos, é aplicável nos entes federativos que exigem o tempo mínimo de
30 anos de serviço para a inatividade. O percentual de 40% corresponderia à
diferença entre 25 e 35 anos para os militares dos entes federativos que exigem
tempo mínimo de 25 anos de serviço para a inatividade com remuneração
integral.

8
______________________________________________________________________

Contudo, para fins de paridade entre a diferença a ser cumprida


pelos homens (30 para 35 anos) e as mulheres (25 para 30 anos), foi reformulado
o pedágio, para 20%, mas, com a previsão de tempo mínimo de atividade militar,
esse pedágio de 20% estava sendo absorvido pela exigência de tempo mínimo
de atividade militar.

Em consequência, foi adotado o pedágio de 17% para os que


deviam cumprir trinta anos de serviço e, quanto aos que deviam cumprir menos
tempo, a exigência do tempo mínimo de vinte e cinco anos de atividade militar,
progredindo à razão de quatro meses por ano, durante quinze anos, até atingir
trinta anos.

Tal diferenciação de tempo de serviço não existe nas Forças


Armadas porque o tempo mínimo atualmente previsto é único, de 30 anos.

O tempo diferenciado exige maior parcela de sacrifício daqueles


militares hoje beneficiados por tempo menor, além do que significa simetria com
a regra das Forças Armadas e atende à equalização do tempo exigível tanto de
homens quanto de mulheres, prática comum em outros países.

Assim, homens e mulheres passam a cumprir o mesmo tempo,


considerada a modulação proposta.

A equalização do tempo de serviço para homens e mulheres, se


por um lado representa sacrifício para as mulheres, por outro constitui
oportunidade de ascensão na carreira, visto que o acesso aos postos de
comando seria dificultado se adotado tempo de serviço menor.

A título de exemplificação, segue abaixo tabela com o pedágio


necessário a ser cumprido, conforme ano de ingresso. Lembrando que esse
pedágio passará a ser exigido na PMPA a partir de 1º de janeiro de 2022,
conforme teor do Decreto nº 500/2020.

9
______________________________________________________________________

Abaixo, segue o pedágio relativo ao tempo de serviço necessário


para os policiais cumprirem o requisito de atividade militar, que também será
exigido a partir de 1º de janeiro de 2022, conforme Decreto nº 500/2020.
Ressalta-se que esta fórmula pode servir como parâmetro nas Polícias Militares
que ainda possuem tempo de 25 anos de serviço, incluindo as policiais militares.

10
______________________________________________________________________

Ressalta-se que, algumas Polícias Militares estabelecem o tempo


de 25 anos de serviço para fins de inatividade (policiais militares do sexo
feminino, mas também masculino em alguns casos).

Assim, para as Polícias Militares a regra é conforme tabela acima,


ou seja, o tempo eleva 4 meses a cada ano, até chegar a 30 anos, que é o limite
máximo.

Nesse sentido, realizando um cálculo rápido, a policial militar que


precise de 5 anos para ingressar na inatividade a pedido, precisará trabalhar 5 x
4 meses = 20 meses a mais para poder solicitar a reserva.

A partir de 2022, as policiais militares do sexo feminino que


ingressarem em nossa Corporação terão, obrigatoriamente, que cumprir o tempo
mínimo de 35 anos, além de 30 anos de efetivo serviço militar (PM, BM e Forças
Armadas).

Art. 24-H. Sempre que houver alteração nas regras dos


militares das Forças Armadas, as normas gerais de
inatividade e pensão militar dos militares dos Estados, do

11
______________________________________________________________________

Distrito Federal e dos Territórios, estabelecidas nos arts.


24-A, 24-B e 24-C deste Decreto-Lei, devem ser ajustadas
para manutenção da simetria, vedada a instituição de
disposições divergentes que tenham repercussão na
inatividade ou na pensão militar. (Incluído pela Lei
nº 13.954, de 2019)
Art. 24-I. Lei específica do ente federativo pode
estabelecer: (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - regras para permitir que o militar transferido para a
reserva exerça atividades civis em qualquer órgão do ente
federativo mediante o pagamento de adicional, o qual não
será incorporado ou contabilizado para revisão do
benefício na inatividade, não servirá de base de cálculo
para outros benefícios ou vantagens e não integrará a base
de contribuição do militar; e (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)

II - requisitos para o ingresso de militares temporários,


mediante processo seletivo, cujo prazo máximo de
permanência no serviço ativo será de 8 (oito) anos,
observado percentual máximo de 50% (cinquenta por
cento) do efetivo do respectivo posto ou
graduação. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)

A possibilidade de contratação dos militares temporários é


amplamente apoiada pelos Estados e também pelos Comandos Militares.
Entende-se que com a previsão em lei federal, cujo fundamento encontra-se na
competência de estabelecer normas gerais de 'organização' e 'efetivos', na forma
do inciso XXI do art. 22, as leis estaduais terão respaldo constitucional para
prevê militares temporários em nas Corporações Militares Estaduais.

§ 1º O militar temporário de que trata o inciso II do caput


deste artigo contribuirá de acordo com o disposto no art.
24-C deste Decreto-Lei e fará jus aos benefícios de
inatividade por invalidez e pensão militar durante a
permanência no serviço ativo. (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
§ 2º Cessada a vinculação do militar temporário à
respectiva corporação, o tempo de serviço militar será
objeto de contagem recíproca para fins de aposentadoria
no Regime Geral de Previdência Social ou em regime
próprio de previdência social, sendo devida a
compensação financeira entre os regimes. (Incluído
pela Lei nº 13.954, de 2019)

12
______________________________________________________________________

Foram acrescentados os §§ 1º e 2º ao art. 24-I para esclarecer a


situação do vínculo contributivo-previdenciário dos militares temporários:
enquanto estiverem vinculados à Corporação contribuirão para a pensão militar
e se falecerem ou ficarem inválidos terão direito aos benefícios na condição de
militar; depois do desligamento terão direito a fazer a contagem recíproca desse
tempo com o regime no qual vierem a se aposentar e este poderá receber a
compensação financeira (de acordo com o novo § 9º-A do art. 201, previsto na
PEC nº 6/2019).

Art. 24-J. O tempo de serviço militar e o tempo de


contribuição ao Regime Geral de Previdência Social ou a
regime próprio de previdência social terão contagem
recíproca para fins de inativação militar ou aposentadoria,
e a compensação financeira será devida entre as receitas
de contribuição referentes aos militares e as receitas de
contribuição referentes aos demais regimes.
(...)

O art. 24-J esclarece acerca da compensação financeira entre as


contribuições do militar e os regimes previdenciários, que é complementado pelo
parágrafo único, em que essa garantia é estendida aos oficiais que perderem
posto e patente e às praças que forem excluídas a bem da disciplina.

A título de conhecimento, recentemente foi publicado o Decreto nº


10.418, de 07 de julho de 2020, que trata da verificação do cumprimento de
dispositivos previstos no Decreto-Lei nº 667/69, que tratam da proteção social
dos militares estaduais, abaixo transcrito.

DECRETO Nº 10.418, DE 7 DE JULHO DE 2020


Regulamenta a verificação do cumprimento das normas
gerais de inatividade e pensões do Sistema de Proteção
Social dos Militares dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios, de que tratam os art. 24-A, art. 24-B e art. 24-C
do Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969, nos termos
do disposto no parágrafo único do art. 24-D do referido
Decreto-Lei.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição
que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da Constituição,
e tendo em vista o disposto no parágrafo único do art. 24-
D do Decreto-Lei nº 667, de 2 de julho de 1969,

13
______________________________________________________________________

DECRETA:

Art. 1º Este Decreto regulamenta a verificação do


cumprimento das normas gerais de inatividade e pensões
do Sistema de Proteção Social dos Militares dos Estados,
do Distrito Federal e dos Territórios de que tratam os art.
24-A, art. 24-B e art. 24-C do Decreto-Lei nº 667, de 2 de
julho de 1969, nos termos do disposto no parágrafo único
do art. 24-D do referido Decreto-Lei.
Art. 2º Compete à União, por meio da Secretaria Especial
de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
verificar o cumprimento das normas gerais de que tratam
os art. 24-A, art. 24-B e art. 24-C do Decreto-Lei nº 667, de
1969, pelo ente federativo ou pelo órgão ou entidade
gestora do Sistema de Proteção Social dos Militares dos
Estados ou do Distrito Federal e Territórios, sem prejuízo
das atribuições dos órgãos de controle interno e externo a
que se sujeitam os entes federativos.
§ 1º Para fins de verificação do cumprimento das normas
gerais, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios
encaminharão à Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia, na forma estabelecida
pela referida Secretaria, em relação ao respectivo Sistema
de Proteção Social dos Militares, sem prejuízo de outros
dados e informações que vierem a ser solicitados:
I - a legislação específica do respectivo ente federativo
sobre o Sistema de Proteção Social dos Militares, as
condições de transferência do militar para a inatividade, a
pensão militar e respectivos pensionistas, seu modelo de
gestão e, se for o caso, outros direitos, tais como saúde e
assistência, e sua forma de custeio, de que tratam os art.
24-D e art. 24-E do Decreto-Lei nº 667, de 1969; e
II - os dados referentes às inatividades e pensões militares
e de seu custeio, sem prejuízo dos dados encaminhados
ao órgão central de contabilidade da União em decorrência
do disposto na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de
2000.
§ 2º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia disponibilizará sistemas para
operacionalização do envio dos dados de que trata o § 1º,
de modo a assegurar a transparência das informações
gerais relativas ao Sistema de Proteção Social dos
Militares.
Art. 3º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, ao verificar o descumprimento das
normas gerais de que tratam os art. 24-A, art. 24-B e art.
24-C do Decreto-Lei nº 667, de 1969, ou o não atendimento
do disposto no § 1º do art. 2º, pelo Estado, pelo Distrito
Federal ou pelos Territórios, comunicará o fato aos órgãos

14
______________________________________________________________________

de controle interno e externo a que esteja sujeito o ente


federativo.
Art. 4º Este Decreto entra em vigor no primeiro dia do mês
subsequente ao de sua publicação.
Brasília, 7 de julho de 2020; 199º da Independência e 132º
da República.
JAIR MESSIAS BOLSONARO
Paulo Guedes

Por fim, da leitura dos dispositivos relacionados ao Sistema de


Proteção Social dos Militares Estaduais nesta Unidade, segue abaixo um resumo
elaborado pela FENEME com nossas adaptações, sobre as alterações aqui
estudadas relativas ao novo Sistema:

a) Assegurou a integralidade da remuneração na reserva e da pensão


militar.

b) Assegurou a paridade entre ativos e inativos.

c) Preservou o direito adquirido dos militares que já completaram os


requisitos à inatividade com as atuais regras, ainda que o requerimento
seja no futuro e que mudem as regras.

d) Unificou as alíquotas de contribuição, passando a aplicação das mesmas


aplicáveis às FFAA – 9,5% 2020 – 10,5% à partir de 2021 sem faixa de
isenção.

e) Aumentou para 35 anos o tempo de serviço exigível para passagem à


reserva, sendo ao menos 30 de efetivo serviço em atividade militar, como
regra aplicável aos NOVOS militares.

f) Garantiu regra de transição quanto ao tempo de serviço aos atuais


militares, inclusive respeitando o tempo de serviço menor (25 anos) em
Estados que possuem em suas legislações tal previsão, como é o caso
das militares mulheres sendo necessário pelo menos 25 anos de serviço
em atividade militar.

g) Estabeleceu que o Ente Federado não pode estabelecer idade


compulsória inferior ao das Forças Armadas, mantendo, porém, as
demais regras compulsórias para a inatividade.

h) Vedou a incidência das regras do Regimes Próprios de Previdência (art.


40 da CF/88) aos militares e pensionistas militares, bem como veda
15
______________________________________________________________________

submissão à institutos de previdência. Ressalta-se que no Estado do Pará


se aplicava a Lei Complementar nº 039/02, que trata do regime de
previdência dos servidores públicos civis e militares, que deixou de ser
aplicada aos militares estaduais.

i) Deixou claro que os policiais militares e bombeiros militares tem garantida


a simetria com militares das FFAA em relação a inatividade e pensões
possuindo Sistema de Proteção Social e não regime previdenciário.

j) Estabeleceu que o Tesouro do Estado é o responsável de cobrir eventuais


déficits para pagamento de remuneração de militares inativos ou pensões
militares. O sistema deixa de ser contributivo para ser retributivo.

k) Estabeleceu que ficará à cargo da União a fiscalização para que os entes


federados cumpram a legislação federal quanto ao Sistema de Proteção
Social dos Militares. Foi editado recentemente o Decreto Federal nº 10.
418/2020 estabelecendo essa fiscalização.

l) Autorizou o Estado a incluir no Sistema de Proteção Social dos Militares


outros direitos como a saúde e assistência.

m) Mantém em vigor os atuais institutos existentes nos estatutos estaduais,


como a promoção ao posto/graduação imediata por exemplo, vedada a
implementação de novos institutos diversos dos existentes nas Forças
Armadas; além de outras regras gerais.

Obs.1: Utilizamos como fontes para o desenvolvimento desta Unidade


documentos relativos ao Projeto de Lei nº 1.645/2019 e de Entidades Militares
como a FENEME - Federação Nacional de Entidades de Oficiais Militares
Estaduais, além dos sites do planalto e do Diário Oficial do Estado.

Obs.2.: O assunto é novo e muitas dúvidas podem surgir, portanto, estamos


abertos para discussões no Fórum desta Unidade.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

UNIDADE III
LEI ORGÂNICA BÁSICA DA PMPA

I – CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Nesta Unidade III, faremos uma pequena síntese da Lei


Complementar nº 053, de 07 de fevereiro de 2006 (LC 053/06), que dispõe sobre
a organização básica e fixa o efetivo da Polícia Militar do Pará - PMPA, e dá
outras providências, com leitura de dispositivos e breves comentários.
Nossa Lei Orgânica Básica – LOB, foi alterada pelas Leis
Complementares nº 093/2014, 104/2016 e, recentemente, 126/2020.
Noutro perceptivo, o Decreto nº 1.625, de 18 de outubro de 2016,
dispõe sobre a regulamentação da Lei Complementar nº 053/06 – LOB PMPA,
de modo que estão detalhadas as atribuições dos órgãos da PMPA.
Para fins de conhecimento nossa Lei Orgânica Básica anterior era
disciplinada pela Lei nº 4.521, de 20 de junho de 1974.
Conforme estudos das Unidades anteriores, observamos que as
Polícias Militares possuem uma norma geral de organização – o Decreto Lei nº
667/69 e seu regulamento o Decreto Federal nº 88.777/83 (R-200). Nesse
sentido, o contido em nossa Lei Orgânica Básica deve estar, obrigatoriamente,
em consonância com o disposto nos referidos diplomas legais.
Em virtude da carga horária do nosso curso, elegemos o assunto
concernente ao Sistema de Proteção Social dos Militares Estaduais – objeto de
estudo da Unidade anterior – previsto no Decreto-Lei nº 667/69. Contudo,
recomendo a leitura do mesmo, incluindo o seu regulamento (R-200), que tratam
de normas gerais que devem ser seguidas por todas as Corporações Militares
Estaduais.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

II – ALTERAÇÕES DA LOB PMPA OCORRIDAS EM 2020

Neste tópico faremos um breve resumo das principais


alterações que ocorreram no início deste ano, por intermédio da justificativa da
Lei Complementar nº 126, de 13 de janeiro de 2020, que alterou dispositivos da
Lei Complementar nº 053, de 7 de fevereiro de 2006, que dispõe sobre a
Organização Básica e fixa o efetivo da Polícia Militar do Pará.
As alterações ocorridas na Lei de Organização Básica (LOB) da
Polícia Militar do Pará decorreram da necessidade de reestruturar a organização
institucional, em seus três níveis, a saber: direção (geral, intermediária e
setorial), execução e apoio, com seus respectivos órgãos.
Neste diapasão, dentre as alterações, destacamos no campo
operacional a transformação da Companhia Independente de Operações
Especiais em Batalhão de Operações Policiais Especiais – BOPE e da
Companhia Independente de Policiamento com Cães em Batalhão de Ações
com Cães – BAC, ambos com atuação em todo o território paraense.
No mais, salientamos, o fortalecimento da Corregedoria-Geral da
PMPA, com a criação da Divisão de Polícia Judiciária Militar, Divisão de PM
Vítima, Divisão de Inteligência e Divisão de Análise de Provas Técnicas, a
fim de viabilizar a qualidade e excelência dos serviços prestados pelo órgão
correcional da PMPA à sociedade paraense, fortalecendo a hierarquia e a
disciplina e, por conseguinte, o serviço público prestado: segurança pública.
Outra importante transformação foi a seção de patrimônio da DAL
em Centro de Patrimônio, com a missão de gerenciar o patrimônio da
Corporação, por intermédio da Direção, e o controle dos bens móveis, imóveis e
semoventes, obras, materiais bélicos e veículos pertencentes à Corporação,
que, diga-se de passagem, está presente nos 144 (cento e quarenta e quatro)
municípios de nosso Estado do Pará.
Importa sobrelevar a transformação da Diretoria de Ensino e
Instrução em Departamento Geral de Educação e Cultura, como o órgão
responsável pela direção e controle do sistema de educação policial militar e das
atividades desportivas, relacionados à formação, à capacitação, ao

2
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

aperfeiçoamento, à especialização e ao adestramento de oficiais e praças, bem


como à promoção da cultura.
Vale mencionar que estão subordinados ao Departamento Geral
de Educação e Cultura a Academia de Polícia Militar o Centro de Formação
e Aperfeiçoamento de Praças, o Centro de Treinamento da Polícia Militar e
os Colégios da Polícia Militar, que serão instituídos no formato de gestão
compartilhada com as Secretarias de Estado e Municipais e, por último, o Centro
de Memória que abriga o Arquivo-Geral, a Biblioteca e o Museu da
Corporação.
Além disso, a Diretoria de Pessoal foi transformada em
Departamento Geral de Pessoal, visando a ofertar uma melhor gestão de
pessoas dos policiais militares ativos, inativos e pensionistas, abrigando em sua
estrutura o Centro de Atenção Psicossocial, a Capelania, o Centro de
Inativos e Pensionistas e o Corpo Militar de Saúde.
Outrossim, surgiu e nossa estrutura o Escritório de Projetos da
Polícia Militar, com o objetivo de viabilizar a captação de recursos externos para
a Corporação, desonerando, nesse sentido, a aplicação de recursos do
orçamento estadual.
Ademais, foi estabelecida competência para a PMPA realizar
vistorias de segurança preventiva e preservação da ordem pública para
averiguar condições de funcionamento ou segurança pública em locais abertos
ou fechados de eventos culturais, artísticos, desportivos e similares, com a
incidência de taxa de segurança nos termos da lei.
Com isso, estas e outras alterações tiveram por escopo melhorar
a direção, a organização, o planejamento e o controle da Polícia Militar, que
representa o pilar da ordem pública em nosso Estado do Pará.
De mais a mais, outra alteração tornou obrigatória a exigência do
bacharelado em direito para ingresso no Curso de Formação das Carreiras de
Oficiais Combatentes da PMPA (vale ressaltar que esta mudança já ocorre em
mais de 15 Polícias Militares do Brasil, outras estão em processo de alteração),
bem como manteve, ainda, a exigência do nível médio para ingresso nas
Carreiras das Praças, mas com previsão de elevação do nível do Curso de

3
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

Formação de Praças, que passará a ter titulação de graduação superior


tecnológica, após providências a serem adotadas pela Corporação.

III – DA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ

De início, os arts. 1º e 2º da LC 053/06 traz a definição da Polícia


Militar do Pará, conforme ditames constitucionais (CF/88 e CE/89) e legais
(Decreto-Lei 667/69), estudados anteriormente.
Além disso, o art. 2º especificamente estabelece que a PMPA
compõe o Sistema de Segurança Pública do Estado e é vinculada à Secretaria
Especial de Estado de Defesa Social, atual Secretaria de Estado de Segurança
Pública e Defesa Social (SEGUP), atua de forma integrada com os demais
órgãos de defesa social do Estado e em parceria com os demais órgãos públicos,
privados e a comunidade, bem como possui dotação orçamentária própria.
Observa-se que a PMPA é subordinada ao Governador do Estado,
Comandante Supremo da Corporação, e é vinculada à SEGUP. Portanto, não
há subordinação entre PMPA e SEGUP, mas vinculação operacional, vez que a
Corporação é integrante do Sistema de Segurança Pública.

Art. 1º. A Polícia Militar do Pará - PMPA é instituição


permanente, força auxiliar e reserva do Exército,
organizada com base na hierarquia e disciplina militares,
subordinada ao Governador do Estado, cabendo-lhe a
polícia ostensiva e a preservação da ordem pública,
atividade-fim da corporação, para a incolumidade das
pessoas e do patrimônio.
Art. 2º. A Polícia Militar do Pará compõe o Sistema de
Segurança Pública do Estado, é vinculada à Secretaria
Especial de Estado de Defesa Social, nos termos da
legislação estadual em vigor, atua de forma integrada com
os demais órgãos de defesa social do Estado, em parceria
com os demais órgãos públicos, privados e a comunidade,
de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
Parágrafo único. A PMPA é órgão da administração direta
do Estado, com dotação orçamentária própria, autonomia
administrativa e funcional.

4
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

IV – DA COMPETÊNCIA DA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ

O art. 4º elenca o rol das competências da Polícia Militar do Pará,


conforme abaixo transcrito:

Art. 4º. Compete à PMPA, dentre outras atribuições


previstas em lei:

I - planejar, organizar, dirigir, supervisionar, coordenar,


controlar e executar as ações de polícia ostensiva e de
preservação da ordem pública, que devem ser
desenvolvidas prioritariamente para assegurar a
incolumidade das pessoas e do patrimônio, o cumprimento
da lei e o exercício dos poderes constituídos;

II - executar, com exclusividade, ressalvadas as missões


peculiares às Forças Armadas, o policiamento ostensivo
fardado para prevenção e repressão dos ilícitos penais e
infrações definidas em lei, bem como as ações necessárias
ao pronto restabelecimento da ordem pública;

III - atender à convocação do governo federal em caso de


guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave
subversão da ordem ou ameaça de sua irrupção,
subordinando-se ao Comando do Exército no Estado do
Pará, em suas atribuições específicas de polícia militar e
como participante da defesa territorial, para emprego
nesses casos;

IV - atuar de maneira preventiva ou dissuasiva em locais


ou áreas específicas em que se presuma ser possível e/ou
ocorra perturbação da ordem pública ou pânico;

V - atuar de maneira repressiva em caso de perturbação da


ordem, precedendo eventual emprego das Forças
Armadas;

VI - exercer a polícia ostensiva e a fiscalização de trânsito


nas rodovias estaduais, além de outras ações destinadas
ao cumprimento da legislação de trânsito, e nas vias
urbanas e rurais, quando assim se dispuser;

VII - exercer a polícia administrativa do meio ambiente, nos


termos de sua competência, na constatação de infrações
ambientais, na apuração, autuação, perícia, e outras ações
legais pertinentes, quando assim se dispuser,
conjuntamente com os demais órgãos ambientais,
5
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

colaborando na fiscalização das florestas, rios, estuários e


em tudo que for relacionado com a fiscalização do meio
ambiente;

VIII - participar, quando convocada ou mobilizada pela


União, do planejamento e das ações destinadas à garantia
dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e à defesa
territorial;

IX - proceder, nos termos da lei, à apuração das infrações


penais de competência da polícia judiciária militar;

X - planejar e realizar ações de inteligência destinadas à


prevenção criminal e ao exercício da polícia ostensiva e da
preservação da ordem pública na esfera de sua
competência, observados os direitos e garantias
individuais;

XI - realizar correições e inspeções, em caráter


permanente ou extraordinário, na esfera de sua
competência;

XII - autorizar, mediante prévio conhecimento, a realização


de reuniões ou eventos de caráter público ou privado, em
locais públicos que envolvam grande concentração de
pessoas, para fins de planejamento e execução das ações
de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública;

XIII - emitir, com exclusividade, pareceres e relatórios


técnicos relativos à polícia ostensiva, à preservação da
ordem pública e às situações de conflitos e de pânico no
âmbito de sua competência;

XIV - fiscalizar o cumprimento dos dispositivos legais e


normativos pertinentes à polícia ostensiva e à preservação
da ordem pública, aplicando as sanções previstas na
legislação específica;

XV - realizar pesquisas técnico-científicas, estatísticas e


exames técnicos relacionados às atividades de polícia
ostensiva, de preservação da ordem pública, de polícia
judiciária militar e de situações de pânico, e outras
pertinentes;

XVI - acessar os bancos de dados existentes nos órgãos


de segurança pública e defesa social do Estado do Pará e,
quando assim se dispuser, da União, relativos à
identificação civil e criminal, de armas, veículos, objetos e

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

outros, observado o disposto no inciso X do art. 5° da


Constituição Federal;

XVII - realizar a segurança interna do Estado;

XVIII - proteger os patrimônios histórico, artístico, turístico


e cultural;

XIX - realizar o policiamento assistencial de proteção às


crianças, aos adolescentes e aos idosos, o patrulhamento
aéreo e fluvial, a guarda externa de estabelecimentos
penais e as missões de segurança de dignitários em
conformidade com a lei;

XX - gerenciar as situações de crise que envolva reféns;

XXI - apoiar, quando requisitada, o Poder Judiciário


Estadual no cumprimento de suas decisões;

XXII - apoiar, quando requisitada, as atividades do


Ministério Público Estadual;

XXIII - realizar, em situações especiais, o policiamento


velado para garantir a eficiência das ações de polícia
ostensiva e de preservação da ordem pública.

XXIV – realizar vistorias de segurança preventiva e


preservação da ordem pública para averiguar condições de
funcionamento ou segurança pública em locais abertos ou
fechados de eventos culturais, artísticos, desportivos e
similares, com a incidência de taxa de segurança nos
termos da lei. (NR) (Incluído pela LC n° 126 de 13 de
janeiro de 2020.)

Parágrafo único. Para o desempenho das funções a que se


refere o inciso IX deste artigo, a Polícia Militar requisitará
exames periciais e adotará providências cautelares
destinadas a colher e resguardar indícios ou provas da
ocorrência de infrações penais no âmbito de suas
atribuições, sem prejuízo da competência dos demais
órgãos policiais.

Observa-se que todas as nossas competências decorrem de nossa


missão constitucional: polícia ostensiva e preservação da ordem pública. Em
regra, podemos dizer que, as competências que não estão listadas nos outros
órgãos de segurança pública, cabem à Polícia Militar exercer, a chamada
competência residual.
7
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

Chamo a atenção para o inciso XXIV que foi incluído na última


alteração de nossa LOB, que estabelece a competência para a PMPA realizar
vistorias de segurança preventiva e preservação da ordem pública para
averiguar condições de funcionamento ou segurança pública em locais abertos
ou fechados de eventos culturais, artísticos, desportivos e similares, com a
incidência de taxa de segurança nos termos da lei.
Nestes termos, conforme regulamentação legal deste dispositivo, a
PMPA poderá recolher taxas de vistorias de segurança preventiva e preservação
de segurança pública relacionadas com a sua missão constitucional, qual seja,
polícia ostensiva e preservação da ordem pública.

V – DA ORGANIZAÇÃO DA POLÍCIA MILITAR DO PARÁ

O art. 5º trata da organização da PMPA, que está organizada em


Órgãos de Direção (geral, setorial e intermediária), Execução e Apoio.
Os órgãos de direção geral, compõem o Comando-Geral da
Polícia Militar e realizam o comando, a gestão, o planejamento e pesquisa
estratégicos, e a correição, visando à organização e emprego da Corporação
para o cumprimento de suas missões, acionando, por meio de diretrizes e
ordens, os órgãos de direção intermediária ou setorial, apoio e os de execução.
Desta forma, os órgãos de direção geral dirigem e controlam a atuação dos
demais órgãos.
Os órgãos de direção intermediária ou setorial estão no mesmo
nível hierárquico e se destinam à realização das atividades de gestão setorizada
de polícia ostensiva, de logística, de finanças, de polícia comunitária, de direitos
humanos e de saúde, dirigindo e controlando, por meio de diretrizes e ordens
emanadas dos órgãos de direção geral, a atuação dos órgãos de apoio e
execução subordinados.
Os órgãos de apoio destinam-se ao atendimento das
necessidades de pessoal, logística, educação, cultura, patrimônio, informática,
polícia comunitária e saúde, executando, por meio de diretrizes e ordens, as
atividades-meio da Corporação para cumprimento de suas missões e de sua
destinação

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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Os órgãos de execução são as unidades operacionais de polícia


ostensiva, que executam, por meio de diretrizes e ordens, a atividade-fim da
corporação para cumprimento de suas missões e destinação.
Os órgãos de direção, de apoio e de execução são subordinados
ao Comandante-Geral da Corporação e as funções dos órgãos de direção, de
apoio e de execução são inerentes ao pessoal da ativa da corporação.
Vejamos o quadro abaixo que exemplifica a estrutura
organizacional da PMPA:

Quem são os ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL? São os órgãos


que integram o Comando-Geral da Corporação:

I - Comandante Geral;
II - Alto Comando da Polícia Militar;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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III - Estado Maior Geral;


IV - Corregedoria Geral;
V - Departamento Geral de Administração;
VI - Departamento Geral de Operações;
VII - Departamento-Geral de Pessoal;
VIII - Departamento-Geral de Educação e Cultura;
IX - Centro de Inteligência;
X - Gabinete do Comandante-Geral;
XI - Ajudância-Geral;
XII - Consultoria Jurídica;
XIII - Controladoria Interna;
XIV - Comissão Permanente de Licitação; e
XV - Escritório de Projetos da Polícia Militar.

Obs.: As atribuições dos órgãos estão no texto da LOB e em seu regulamento,


que deixamos para leitura complementar.

Quem são os ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL? Diretorias e


Corpo Militar de Saúde.

I - Diretorias de Apoio Logístico;


II – Diretoria de Finanças;
III – Diretoria de Polícia Comunitária e Direitos Humanos
IV - Corpo Militar de Saúde.

Obs.: As atribuições dos órgãos estão no texto da LOB e em seu regulamento,


que deixamos para leitura complementar.

Quem são os ÓRGÃOS DE DIREÇÃO INTERMEDIÁRIA? São os


Comandos Operacionais Intermediários

I – Comando de Policiamento da Capital I


II – Comando de Policiamento da Capital II
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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

III – Comando de Policiamento da Região Metropolitana


IV – Comando de Missões Especiais
V – Comando de Policiamento Especializado
VI - Comando de Policiamento Ambiental
VII – Comando de Policiamento Regional I ao XIII

Obs.: As atribuições dos órgãos estão no texto da LOB e em seu regulamento,


que deixamos para leitura complementar.

Quem são os ÓRGÃOS DE EXECUÇÃO? São as Unidades


Operacionais de Polícia Ostensiva, essencialmente atividade fim:

I – Batalhões
II – Companhias Independentes

Obs.: As atribuições dos órgãos estão no texto da LOB e em seu regulamento,


que deixamos para leitura complementar.

Quem são os ÓRGÃOS DE APOIO? São os órgãos que apoiam


os Departamentos, Diretorias e o Corpo Militar de Saúde, essencialmente
atividade meio:

I – São órgãos de apoio do DGEC:


a) Academia de Polícia Militar “Cel Fontoura”;
b) Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças;
c) Centro de Treinamento da Polícia Militar;
d) Centro de Memória.

II – São órgãos de apoio da DAL:


a) Almoxarifado Central;
b) Centro de Compras e Contratos.

III – São órgãos de apoio do DGA:


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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

a) Centro de Informática e Telecomunicações

IV – São órgãos de apoio do DGP:


a) Capelania;
b) Centro de Veteranos e Pensionistas;
c) Centro Integrado de Atenção Psicossocial.

V – São órgãos de apoio do CMS:


a) Hospital da Polícia Militar;
b) Ambulatório Médico Central;
c) Laboratório de Análise Clínicas;
d) Clínica Médica-Veterinária;
e) Centro de Reabilitação;
f) Unidade de Perícias Médicas;
g) Centro de Abastecimento Farmacêutico;
h) Odontoclínica;
i) Policlínicas Regionais;
j) Unidades Sanitária de Área.

VI – É órgão de apoio da DPCDH:


a) Centro de Capacitação Primária.

Obs.: As atribuições dos órgãos estão no texto da LOB e em seu regulamento,


que deixamos para leitura complementar.

Os órgãos de direção subdividem-se em órgãos de direção geral e


órgãos de direção intermediária e setorial.

O Comando Geral da Polícia Militar, constituído pelos órgãos de


direção geral, realiza o comando, a gestão, o planejamento estratégico e a
correição, visando à organização e o emprego da corporação para o
cumprimento de suas missões, acionando, por meio de diretrizes e ordens, os
órgãos de direção intermediária ou setorial, de apoio e de execução,

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

supervisionando, coordenando, controlando e fiscalizando a atuação desses


órgãos.

Os órgãos de direção intermediária são os Comandos


Operacionais Intermediários e os órgãos de direção setorial são as Diretorias e
o Corpo Militar de Saúde.

VI – DO COMANDANTE-GERAL

Nos termos do art. 7° O Comandante-Geral é equiparado a


Secretário de Estado, fazendo jus às prerrogativas e honras de cargo de
Secretário de Estado, sendo nomeado pelo Governador do Estado dentre os
oficiais da ativa da Corporação, do último posto do Quadro de Oficiais Policiais
Militares Combatentes, não convocado da reserva, possuidor do Curso Superior
de Polícia, nos termos da legislação vigente.

Sempre que a escolha não recair no oficial mais antigo da


Corporação, terá o Comandante-Geral precedência hierárquica e funcional sobre
os demais oficiais.

Compete ao Comandante-Geral o comando, a gestão, o emprego,


a supervisão e a coordenação geral das atividades da Corporação, assessorado
pelos órgãos de direção e de execução, incorporar praças e praças especiais,
promover praças e declarar aspirantes-a-oficial, dentre outras atribuições
previstas no art. 8º.

Nos impedimentos ou ausências do Comandante Geral,


responderá pelo Comando Geral o Chefe do Estado-Maior Geral e, no
impedimento ou ausência deste, seguirá a seguinte ordem de prioridade: o
Corregedor Geral, o Chefe do Departamento Geral de Administração, o Chefe
do Departamento Geral de Operações e o Comandante de Policiamento
Regional mais antigo na Região Metropolitana de Belém.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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VII – DO ALTO-COMANDO

O Alto-Comando da Polícia Militar é o órgão colegiado, com


atribuições deliberativas e consultivas relacionados à alta gestão da Corporação,
possuindo a seguinte estrutura:

I - Presidente: Comandante Geral;


II - Membros Natos:
a) Chefe do Estado-Maior Geral;
b) Corregedor Geral;
c) Chefe do Departamento Geral de Administração;
d) Chefe do Departamento Geral de Operações;
III - Membros Efetivos: dez oficiais do último posto da Corporação, designados
pelo Comandante Geral.

VIII – DO ESTADO-MAIOR GERAL

O Estado-Maior Geral é o órgão de direção geral responsável,


perante o Comandante-Geral, pelo planejamento, pela organização, pela direção
e pelo controle das atividades da Corporação, elaborando diretrizes e ordens de
Comando em consonância com a missão institucional e a política de segurança
pública do Estado.
O Estado-Maior é composto basicamente pelo Chefe do Estado-
Maior Geral, pelo Subchefe do EMG e por 7 (sete) seções, cada uma com
temáticas diferentes relacionadas com o planejamento estratégico da
Corporação. São seções do EMG:
I - 1ª Seção (PM/1): Política de Gestão de Pessoas;
II - 2ª Seção (PM/2): Política e Planejamento de Inteligência;
III - 3ª Seção (PM/3): Política e Planejamento de Preservação da Ordem Pública;
IV - 4ª Seção (PM/4): Política e planejamento de Logística;
V - 5ª Seção (PM/5): Comunicação Organizacional;
VI - 6ª Seção (PM/6): Planejamento e Orçamento;
VII - 7ª Seção (PM/7) Seção de Gestão pela Qualidade.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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Ressalta-se que, as atribuições dos órgãos de nossa LOB estão


previstas no Decreto nº 1.625, de 18 de outubro de 2016.

IX – DA CORREGEDORIA-GERAL

A Corregedoria-Geral, diretamente vinculada ao Comandante-


Geral, é o órgão correcional da Polícia Militar responsável pelo assessoramento
disciplinar, pela orientação, prevenção e fiscalização das atividades funcionais e
da conduta profissional, visando ao aprimoramento da ética, da disciplina e da
hierarquia entre os integrantes da Corporação, com sede na capital do Estado,
em imóvel distante e isolado de outras unidades policiais-militares e de fácil
acesso ao público.
A Corregedoria-Geral é chefiada por um Oficial do último posto do
Quadro de Oficiais Policiais Militares, bacharel em Direito, designado pelo
Comandante-Geral e submetido à aprovação do Conselho Estadual de
Segurança Pública, que terá precedência funcional e hierárquica sobre os
Oficiais de mesmo posto, ressalvando-se o Comandante-Geral, o Chefe da Casa
Militar e o Chefe do Estado-Maior Geral.
A Corregedoria-Geral tem a seguinte estrutura:
I - Corregedor-Geral;
II - Subcorregedor-Geral;
III - Comissão de Correição Geral;
IV - Comissões de Correição dos Comandos Operacionais Intermediários;
V - Divisão de Inteligência.
a) Subdivisão de Operações de Inteligência;
b) Subdivisão de Análise de Inteligência;
VI - Divisão PM Vítima;
a) Subdivisão de Acolhimento e Atendimento;
b) Subdivisão de Análise de Risco;
VII - Divisão de Polícia Judiciária Militar;
VIII - Divisão de Análises de Provas Técnicas;
IX - Seção de Logística;
X - Seção de Recursos Humanos;
XI - Seção de Planejamento, Instrução e Prevenção;
XII - Seção de Cartório e Arquivo Correcional;
XIII - Seção de Registro Geral; e
XIV - Seção de Expediente e Protocolo Geral.
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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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X – DOS DEPARTAMENTOS

Atualmente a Polícia Militar está estruturada como 4 (quatro)


grandes Departamentos com temáticas estratégicas para a Corporação:

I – Departamento Geral de Operações: é o órgão de direção geral responsável


pela direção e pelo controle dos órgãos de direção intermediária (COINT) e de
execução (BTL e CIPM) da atividade-fim da Corporação, bem como do órgão de
direção setorial de polícia comunitária e direitos humanos (DPCDH).
Lembrado que os dos órgãos de direção intermediária são os
Comandos Operacionais Intermediários e os órgãos de execução são as
Unidades Operacionais de Polícia Ostensiva (Batalhões e Companhias
Independentes)

II – Departamento Geral de Administração: é o órgão de direção geral


responsável pela direção e pelo controle dos órgãos de direção setorial de
finanças (DF) e apoio logístico (DAL) e do órgão de apoio de informática e
telecomunicações, (CITEL) que realizam a atividade-meio da Corporação.

III – Departamento Geral de Pessoal: é o órgão de direção geral responsável


pela direção e pelo controle das atividades de pessoal da Corporação
relacionadas ao ingresso, à identificação, à classificação e à movimentação, aos
cadastros e às avaliações, ao recadastramento, às promoções, aos direitos, aos
deveres e aos incentivos, à assistência psicológica, social (CIAP) e religiosa
(CAPELANIA), ao acompanhamento e ao controle de veteranos e pensionistas
(CVP), bem como ao sistema de saúde (CMS).

IV – Departamento Geral de Educação e Cultura: é o órgão de direção geral


responsável pela direção e pelo controle do sistema de educação policial-militar
e das atividades desportivas, relacionados à formação (APM e CFAP), à
capacitação ao aperfeiçoamento, à especialização e ao adestramento de Oficiais
e Praças (CTPM), bem como pela promoção da cultura (CMEMÓRIA).

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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XI – CENTRO DE INTELIGÊNCIA:

Nos termos do art. 18-A, o Centro de Inteligência é órgão de direção


geral, subordinado ao Comandante Geral, é responsável pelo exercício
permanente de ações especializadas no âmbito da Corporação, orientadas para
a produção e proteção do conhecimento, com vistas a assessorar o Comando
da Corporação na tomada de decisão, concernentes à atividade-fim.
O Centro de Inteligência teve sua estrutura alterada pela Lei COmp

XII – DOS FUNDOS VINCULADOS

Além dos órgãos acima mencionados, temos como órgãos


vinculados ao Comandante-Geral da PMPA o Fundo de Saúde da PMPA –
FUNSAU e o Fundo de Assistência Social da PMPA – FASCESO.
Vale ressaltar que os referidos fundos estão previstos em nossa
estrutura organizacional, no entanto, a regulamentação está prevista na Lei de
Remuneração da PMPA – Lei Estadual nº 4.491/73 (que será objeto de estudo
em Unidade desta disciplina), bem como em decretos e regimentos internos.

XIII – DO PESSOAL

• Nos termos do art. 42, o pessoal da Polícia Militar compõe-se de


PESSOAL MILITAR DA ATIVA e PESSOAL MILITAR INATIVO.
- DO PESSOA MILITAR DA ATIVA é assim distribuído:
a) oficiais, constituindo os seguintes quadros:

▪ Quadro de Oficiais Policiais Militares (QOPM), constituído


de Oficiais com o Curso de Formação de Oficiais PM
Combatentes, sendo um dos requisitos para o ingresso na
Corporação ser possuidor do diploma de curso superior de
Direito, expedido por instituição de ensino reconhecida pelo
Ministério da Educação;

▪ Quadro de Oficiais de Saúde (QOSPM), constituído de


Oficiais médicos, dentistas, farmacêuticos, veterinários,

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos


e terapeutas ocupacionais;

▪ Quadro Complementar de Oficiais (QCOPM), constituído de


oficiais com graduação superior nas áreas da psicologia,
assistência social, comunicação social, pedagogia,
contabilidade, estatística, terapia ocupacional e informática;

▪ Quadro de Oficiais de Administração (QOAPM), constituído


por pessoal oriundo das graduações de Subtenente a 3º
Sargento, possuidores do Curso de Habilitação de Oficiais
(CHO);

▪ Quadro de Oficiais Especialistas (QOEPM), constituído por


pessoal oriundo das graduações de Subtenente a 3º
Sargento, possuidores do Curso de Habilitação de Oficiais
(CHO).

▪ Quadro de Oficiais Capelães Policiais Militares (QOCPM),


constituído de oficiais, portador de diploma de curso
superior em Teologia, expedido por instituição de ensino
reconhecida pelo Ministério da Educação;
b) Praças, integrantes do Quadro de Praças Policiais Militares
(QPPM), constituído de Praças com o Curso de Formação de
Praças, com qualificação combatente e especialista, sendo um dos
requisitos para ingresso na Corporação o ensino médio completo,
assim definidos:
▪ Qualificação Policial-Militar Particular de Praças
Combatentes (QPMP-0), constituído por Praças com o
Curso de Formação de Praças, com a qualificação
combatente.

▪ Qualificação Policial-Militar Particular de Praças


Especialistas em Música (QPMP-1), constituído por Praças
com Curso de Formação de Praças, com a qualificação
especialista músico.

▪ Qualificação Policial-Militar Particular de Praças


Especialistas Auxiliares de Saúde (QPMP-2), compostos
por Praças com Curso de Formação de Praças, com a
qualificação especialista auxiliar de saúde.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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- DO PESSOAL MILITAR INATIVO é assim distribuído:


a) pessoal da reserva remunerada: oficiais e praças transferidos
para a reserva remunerada;
b) pessoal reformado: oficiais e praças reformados.
• Os integrantes do Quadro de Oficiais Policiais-Militares (QOPM) terão
precedência hierárquica sobre os integrantes dos demais quadros.

• Os militares pertencentes a carreira do quadro único de praças, que na


data da publicação desta Lei (31 de janeiro de 2019) estiverem exercendo
a função de músico, poderão optar, conforme disponibilidade de vaga,
respeitada a antiguidade e modernidade, serem lotados na categoria de
qualificação de praças músicos, desde que atestem qualificação para o
exercício da referida função (inserido pela lei complementar n° 104, de 18
de janeiro de 2016, publicado em boletim geral n° 022 – 31 janeiro 2019)

• A Polícia Militar adotará as providências necessárias para que o Curso de


Formação de Oficiais e o Curso de Formação de Praças de que trata este
artigo tenham a titulação de pós-graduação e graduação superior
tecnológica, respectivamente. (inserido pela lei complementar n° 126, de
13 de janeiro de 2020)

• O Oficial de Polícia Militar do Pará é autoridade para investigar, com


exclusividade, as infrações penais militares, nos termos da legislação
vigente. (inserido pela lei complementar n° 126, de 13 de janeiro de 2020)

• A Polícia Militar do Estado do Pará poderá dispor, através de Lei


Ordinária, de Quadro Civil, com cargo de provimento efetivo, cujo o regime
jurídico será o da Lei nº 5.810, de 24 de janeiro de 1994, para execução
de atividades exclusivamente administrativas, excluídas as funções de
Comando, Direção e Chefia previstas nos Quadros da Organização
Básica da Corporação.

XIV – DO EFETIVO

• Nos termos do art. 43, o efetivo da Polícia Militar do Pará é fixado em


31.757 (trinta e um mil setecentos e cinquenta e sete) policiais militares,
distribuídos nos quadros, categorias, postos e graduações constantes no
Anexo I da LOB, que ficará para estudo complementar.

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XV – DOS ÓRGÃOS - ANEXO

Segue abaixo o Anexo III da Lei Complementar nº 053, que


contempla todos os órgãos da Polícia Militar do Pará

ÓRGÃOS DE DIREÇÃO GERAL


COMANDANTE-GERAL
ALTO-COMANDO
ESTADO-MAIOR SEÇÕES
GERAL
SEÇÕES
CORREGEDORIA- COMISSÃO DE CORREIÇÃO-GERAL
GERAL COMISSÕES DE CORREIÇÃO
DIVISÕES
SEÇÕES
DEPARTAMENTO COMANDOS OPERACIONAIS
GERAL DE INTERMEDIÁRIOS
OPERAÇÕES
DIRETORIA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA
SEÇÕES
DEPARTAMENTO DIRETORIA DE APOIO LOGÍSTICO
GERAL DE DIRETORIA DE FINANÇAS
ADMINISTRAÇÃO CENTRO DE INFORMÁTICA E
TELECOMUNICAÇÕES
SEÇÕES
CORPO MILITAR DE SAÚDE
DEPARTAMENTO
CENTRO DE VETERANOS E PENSIONISTAS
COMANDO- GERAL DE PESSOAL
GERAL (CG) CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL
CAPELANIA
SEÇÕES
ACADEMIA DE POLÍCIA MILITAR “CEL
FONTOURA”
DEPARTAMENTO
CENTRO DE FORMAÇÃO E
GERAL DE
APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS
EDUCAÇÃO E
CENTRO DE TREINAMENTO DA POLÍCIA
CULTURA
MILITAR
CENTRO DE MEMÓRIA
COLÉGIOS DA POLÍCIA MILITAR
CENTRO DE SEÇÕES
INTELIGÊNCIA NÚCLEOS DE INTELIGÊNCIA
GABINETE DO COMANDANTE-GERAL
COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE OFICIAIS
COMISSÃO DE PROMOÇÃO DE PRAÇAS
AJUDÂNCIA-GERAL
CONSULTORIA JURÍDICA
CONTROLADORIA INTERNA
COMISSÃO PERMANENTE DE LICITAÇÃO
ESCRITÓRIO DE PROJETOS DA POLÍCIA MILITAR

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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ÓRGÃOS DE DIREÇÃO INTERMEDIÁRIA


ESTADO-MAIOR
BATALHÃO DE POLÍCIA DE CHOQUE
REGIMENTO DE POLÍCIA MONTADA
BATALHÃO DE RONDAS OSTENSIVAS TÁTICAS MOTORIZADAS
COMANDO DE
BATALHÃO DE OPERAÇÕES POLICIAIS ESPECIAIS
MISSÕES
BATALHÃO DE AÇÕES COM CÃES
ESPECIAIS (CME)
COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / MARABÁ
COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / SANTARÉM
COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / CASTANHAL
COMPANHIA INDEPENDENTE DE MISSÕES ESPECIAIS / ALTAMIRA
ESTADO-MAIOR
BATALHÃO DE POLÍCIA DE GUARDAS
COMANDO DE BATALHÃO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA
POLICIAMENTO BATALHÃO DE POLÍCIA PENITENCIÁRIA
ESPECIALIZADO BATALHÃO DE POLÍCIA DE EVENTOS
(CPE) COMPANHIA INDEPENDENTE ESPECIAL DE POLÍCIA ASSISTENCIAL
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA ESCOLAR
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA TURÍSTICA
ESTADO-MAIOR
BATALHÃO DE POLÍCIA AMBIENTAL
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA FLUVIAL
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL / SANTARÉM
COMANDO DE
POLICIAMENTO COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL /
AMBIENTAL (CPA) PARAGOMINAS
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL /
PARAUAPEBAS
COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA AMBIENTAL / S. FÉLIX DO
XINGU
ESTADO-MAIOR
COMANDO DE 1º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
POLICIAMENTO 2º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
DA CAPITAL I 20º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
(CPC I) 27º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
28º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
ESTADO-MAIOR
COMANDO DE
10º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM (ICOARACI)
POLICIAMENTO
24º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM
DA CAPITAL II
25º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM (MOSQUEIRO)
(CPC II)
26º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BELÉM (OUTEIRO)
ESTADO-MAIOR
COMANDO DE
6 º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ANANINDEUA
POLICIAMENTO
21º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MARITUBA
DA REGIÃO
29º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ANANINDEUA
METROPOLITANA
30º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ANANINDEUA
(CPRM)
2ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / BENEVIDES

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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ESTADO-MAIOR
3º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SANTARÉM
COMANDO DE 18º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MONTE ALEGRE
POLICIAMENTO I 35º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SANTARÉM
/ SANTARÉM 12ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ORIXIMINÁ
(CPR I) 26ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ALENQUER
27ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ALMEIRIM
28ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / JURUTI
29ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ÓBIDOS
ESTADO-MAIOR
4º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MARABÁ
23º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / PARAUAPEBAS
COMANDO DE
34º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / MARABÁ
POLICIAMENTO II
11ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / RONDON DO
/ MARABÁ (CPR
PARÁ
II)
24ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ITUPIRANGA
25ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ELDORADO
DOS CARAJÁS
ESTADO-MAIOR
5º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CASTANHAL
COMANDO DE
12º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SANTA ISABEL DO PARÁ
POLICIAMENTO
3ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / VIGIA
III / CASTANHAL
9ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / SÃO MIGUEL
(CPR III)
DO GUAMÁ
14ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / TOMÉ-AÇU
ESTADO-MAIOR
COMANDO DE 13º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / TUCURUÍ
POLICIAMENTO 6ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / TAILÂNDIA
IV / TUCURUÍ 18ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / JACUNDÁ
(CPR IV) 23ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / NOVO
REPARTIMENTO
ESTADO-MAIOR
COMANDO DE
7º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / REDENÇÃO
POLICIAMENTO V
22º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA
/ REDENÇÃO
30ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / SANTANA DO
(CPR V)
ARAGUAIA
COMANDO DE ESTADO-MAIOR
POLICIAMENTO 19º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / PARAGOMINAS
VI / 21ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / DOM ELISEU
PARAGOMINAS
(CPR VI)
ESTADO-MAIOR
11º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CAPANEMA
33º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BRAGANÇA
COMANDO DE
1ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / SALINÓPOLIS
POLICIAMENTO
10ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / CAPITÃO
VII / CAPANEMA
POÇO
(CPR VII)
15ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / AUGUSTO
CORRÊA
19ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / VISEU

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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COMANDO DE ESTADO-MAIOR
POLICIAMENTO 16º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ALTAMIRA
VIII / ALTAMIRA 13ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / URUARÁ
(CPR VIII) 16ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ANAPU
ESTADO-MAIOR
14º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BARCARENA
COMANDO DE
31º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ABAETETUBA
POLICIAMENTO
32º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / CAMETÁ
IX / ABAETETUBA
4ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / ACARÁ
(CPR IX)
5ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / BAIÃO
8ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / MOJU
ESTADO-MAIOR
COMANDO DE
15º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / ITAITUBA
POLICIAMENTO X
7ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / NOVO
/ ITAITUBA (CPR
PROGRESSO
X)
17ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / RURÓPOLIS
COMANDO DE ESTADO-MAIOR
POLICIAMENTO 8º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SOURE
XI / SOURE (CPR 20ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / MUANÁ
XI)
COMANDO DE ESTADO-MAIOR
POLICIAMENTO 9º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / BREVES
XII / BREVES 22ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / PORTEL
(CPR XII) 32ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / AFUÁ
COMANDO DE ESTADO-MAIOR
POLICIAMENTO 17º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / XINGUARA
XIII / SÃO FELIX 36º BATALHÃO DE POLÍCIA MILITAR / SÃO FÉLIX DO XINGU
DO XINGU (CPR 31ª COMPANHIA INDEPENDENTE DE POLÍCIA MILITAR / OURILÂNDIA
XIII) DO NORTE
ÓRGÃOS DE DIREÇÃO SETORIAL
SEÇÕES
DIRETORIA DE APOIO ALMOXARIFADO CENTRAL
LOGÍSTICO CENTRO DE COMPRAS E CONTRATOS
CENTRO DE PATRIMÔNIO
DIRETORIA DE FINANÇAS SEÇÕES
DIRETORIA DE POLÍCIA SEÇÕES
COMUNITÁRIA CENTRO DE CAPACITAÇÃO E PREVENÇÃO
SEÇÕES
HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR
AMBULATÓRIO MÉDICO CENTRAL
ODONTOCLÍNICA
LABORATÓRIO DE ANÁLISES E DIAGNOSES
CENTRO DE ABASTECIMENTO FARMACÊUTICO
CORPO MILITAR DE SAÚDE
CENTRO DE PERÍCIAS MÉDICAS
CLÍNICA MÉDICO-VETERINÁRIA
CENTRO DE REABILITAÇÃO
POLICLÍNICAS REGIONAIS
UNIDADES SANITÁRIAS DE ÁREA
SERVIÇOS DE ATENDIMENTO DE SAÚDE

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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UNIDADE IV
ESTATUTO POLICIAL MILITAR

Neste material de apoio, trataremos do Estatuto Policial Militar – Lei


Estadual nº 5.251, de 31 de julho de 1985, que regula a situação, obrigações,
deveres, direitos e prerrogativas dos Policiais-Militares do Pará.

Convém esclarecer que os militares, conforme disposto na


Constituição Federal e Estadual, possuem tratamento diferenciado, devendo ser
regido por lei específica. Com isso, o regime jurídico dos militares estaduais do
Estado do Pará está disciplinado na Lei Estadual nº 5.251, de 31 de julho de
1985 – Estatuto dos Policiais Militares da Polícia Militar do Pará.

Ressalta-se que o Corpo de Bombeiros Militar do Pará também


utiliza o Estatuto da PMPA como seu regime jurídico, ou seja, temos um estatuto
para ambas Corporações Militares Estaduais.

I – DA SITUAÇÃO DO POLICIAL MILITAR

De acordo com o nosso Estatuto, o Policial Militar pode estar em


uma das seguintes situações: NA ATIVIDADE ou NA INATIVIDADE.

Consideram-se ATIVOS:

• os policiais militares de carreira;


o oficiais e praças que realizaram concurso público para este fim);
• os incluídos na Polícia Militar, voluntariamente, durante os prazos que se
obrigam a servir;
o esta redação será apropriada para os militares temporários que
ingressarão na Corporação, conforme previsão no Decreto-Lei nº
667/69 – conforme estudo realizado na Unidade II;
• os componentes da reserva remunerada da Polícia Militar, quando
convocados para o serviço ativo;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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o são os policiais militares convocados conforme disposto no art.


105, que estudaremos adiante.
• Os alunos de órgão de formação de Policiais-Militares da ativa.
o são os alunos matriculados nos órgãos de formação, em especial,
APM e CFAP.

Consideram-se INATIVOS:

• Na reserva remunerada, quando pertencem à Reserva da Corporação e


percebem remuneração do Estado, estando sujeitos, ainda, à prestação
de serviços na atividade, mediante convocação;
o aqui se incluem os militares na reserva remunerada e os
convocados por força do art. 105-A, que estudaremos adiante.
• Os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores,
estiverem dispensados definitivamente da prestação de serviço na ativa,
continuando, entretanto, a perceber remuneração do Estado.
o a reforma é a dispensa definitiva do serviço ativo. De acordo com
nossa legislação temos reformas por incapacidade física, por idade
e por sanção disciplinar.

II – DA HIERARQUIA E DISCIPLINA

• A hierarquia e a disciplina são a base institucional da Polícia Militar,


crescendo a autoridade e responsabilidade com a elevação do grau
hierárquico.
• A hierarquia Policial-Militar é a ordenação da autoridade, em níveis
diferentes, dentro da estrutura da Polícia Militar, por postos ou
graduações (do soldado ao coronel).
• Dentro de um mesmo posto ou graduação, a ordenação faz-se pela
antiguidade nestes, sendo o respeito à hierarquia consubstanciado no
espírito de acatamento à sequência da autoridade.

2
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
______________________________________________________________________

III – DOS CÍRCULOS HIERÁRQUICOS

• Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os Policiais-


Militares da mesma categoria e tem a finalidade de desenvolver o espírito
de camaradagem, em ambiente de estima e confiança sem prejuízo do
respeito mútuo.
• Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Governador do
Estado e confirmando em Carta Patente.
• Graduação é o grau hierárquico da praça, conferido pelo Comandante
Geral da Polícia Militar.
• Os Aspirantes a Oficial PM e alunos da Escola de Formação de Policial-
Militar são denominados praças especiais.
• Com as últimas alterações ocorridas em nossas legislações, os círculos
hierárquicos se resumem da seguinte forma, com nossas adaptações:

CÍRCULO POSTOS E GRADUAÇÕES

CORONEL PM

DE OFICIAIS SUPERIORES TENENTE-CORONEL PM

MAJOR PM

DE OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS CAPITÃO PM

1° TENENTE PM
DE OFICIAIS SUBALTERNOS
2° TENENTE PM

PODEM FREQUENTAR O CÍRCULO DE ASPIRANTE A OFICIAL PM


OFICIAIS SUBALTERNOS ALUNO OFICIAL PM

SUBTENENTE PM

1° SARGENTO PM
DE SUBTENENTES E SARGENTOS
2° SARGENTO PM

3° SARGENTO PM

CABO PM
DE CABOS E SOLDADOS
SOLDADO PM

PODEM FREQUENTAR O CÍRCULO DE


ALUNO DO CFP PM
CABOS E SOLDADOS

3
CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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• Ressalta-se que a situação jurídica dos Alunos do Curso de Habilitação


de Oficiais - CHO ainda é conforme a sua graduação atual, ou seja, 3º
SGT, 2º SGT, 1º SGT ou Subtenente, somente após o término do curso
com aproveitamento e que serão promovidos a 2º TEN do Quadro de
Oficias de Administração ou Especialista.
• Vale mencionar que a Lei nº 6.827, de 07 de fevereiro de 2006, constituiu
em uma única classe os Soldados (nosso estatuto faz alusão à 1º, 2º, 3º
e classe simples, revogadas pela lei citada).

IV - PRECEDÊNCIA HIERÁRQUICA NO MESMO GRAU HIERÁQUICO

• A precedência entre Policiais-Militares da ativa, do mesmo grau


hierárquico, é assegurada pela antiguidade no posto ou graduação, salvo
nos casos de precedência funcional estabelecida em Lei ou Regulamento.
• A antiguidade em cada posto ou graduação é contada a partir da data da
assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, declaração ou
inclusão, salvo quando estiver taxativamente fixada a outra data.
• Em igualdade de posto ou graduação, os Policiais-Militares em atividade,
têm precedência sobre os da inatividade.
• Em igualdade de posto ou graduação, a precedência entre os Policiais-
Militares de carreira na ativa e os da reserva remunerada, quando
estiverem convocados, é definida pelo tempo de efetivo serviço no posto
ou graduação.

V – DOS DIREITOS DOS POLICIAIS MILITARES

Nos termos do art. 52, são direitos dos Policiais-Militares:

I - A garantia da patente quando oficial, em toda a sua plenitude, com


as vantagens, prerrogativas e deveres a ela inerentes;

II - A percepção de remuneração correspondente ao grau hierárquico


superior ou melhoria da mesma quando, ao ser transferido para a
inatividade, contar mais de 30 (trinta) anos de serviço;

III - A remuneração calculada com base no soldo integral do posto ou


graduação, quando, não contando 30 (trinta) anos de serviço, for

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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transferido para a reserva remunerada, ex-offício, por ter sido atingido


pela compulsória de qualquer natureza;

IV - Nas condições ou nas limitações impostas na legislação ou


regulamentação específica:

a) - A estabilidade, quando praça com 10 (dez) ou mais anos de tempo


de efetivo serviço;

b) - O uso das designações hierárquicas;

c) - A ocupação de cargos e funções correspondentes ao posto e de


atribuições correspondentes à graduação;

d) - A percepção de Remuneração;

e) - Outros direitos previstos em leis específicas que tratam de


remuneração dos Policiais-Militares;

f) - A assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim


entendida como conjunto de atividades relacionadas com a
conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços
profissionais médicos, farmacêuticos e odontológicos, bem como o
fornecimento, a aplicação de meios, os cuidados e demais atos
médicos e paramédicos necessários;

g) - O funeral para si e seus dependentes, constituindo-se no conjunto


de medidas tomadas pelo Estado, quando solicitado, desde o óbito até
o sepultamento condigno;

h) - A alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos


Policiais-Militares em atividade;

i) - O fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa


branca e roupa de cama, fornecido ao Policial-Militar, na ativa, de
graduação inferior a 3° Sargento e, em casos especiais, a outros
Policiais-Militares;

j) - A moradia, para o Policial-Militar em atividade compreendendo:

1 - Alojamento em Organização Policial-Militar;

2 - Habitação para si e seus dependentes, em imóvel sob a


responsabilidade da Corporação, de acordo com as disponibilidades
existentes.

l) - O transporte, assim entendido como meios fornecidos ao Policial-


Militar, para seu deslocamento por interesse do serviço; quando o
deslocamento implicar em mundança de sede ou de moradia,
compreende também as passagens para seus dependentes e a
translação das respectivas bagagens, de residência a residência;

m) - A constituição de Pensão Policial-Militar;

n) - A promoção;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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o) - As férias, os afastamentos temporários de serviço e as licenças;

p) - A transferência, a pedido, para a reserva remunerada;

q) - A demissão e o licenciamento voluntários;

r) - O porte de arma, quando oficial em serviço ativo ou na inatividade,


salvo aquelas em inatividade por alienação mental ou condenação por
crime contra a Segurança ou por atividade que desaconselham aquele
porte;

s) - O porte de arma, pelos praças, com as restrições reguladas pelo


Comandante Geral;

t) - Outros direitos previstos em legislação específica;

§ 1° - A percepção de remuneração ou melhoria da mesma de que trata


o inciso II, obedecerá ao seguinte:

a) - O Oficial que contar mais de 30 (trinta) nos de serviço, quando


transferido para a inatividade, terá seus proventos calculados sobre o
soldo correspondente ao posto imediato, se na Polícia Militar existir
posto superior ao seu, mesmo que de outro quadro; se ocupante do
último posto da Corporação, o Oficial terá os seus proventos calculados
tomando-se por base o soldo de seu próprio posto acrescido de
percentual fixado em legislação específica;

b) - Os Subtenentes, quando transferidos para a inatividade, terão os


proventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto de 2°
Tenente PM/BM, desde que contem mais 30 (trinta) anos de serviço;

c) - As demais praças que contem mais de 30 (trinta) anos de serviço,


ao serem transferidos para a inatividade terão os proventos calculados
sobre o soldo correspondente à graduação imediatamente superior.

• O § 2° do mesmo artigo nos traz um rol de dependentes dos policiais


militares.
• O § 3º do art. 53 estabelece que o Policial Militar só poderá recorrer ao
Judiciário, após esgotados todos os recursos administrativos e deverá
participar esta providência, antecipadamente, à autoridade a qual estiver
subordinado. Este dispositivo não foi recepcionado pela Constituição
Federal de 1988, consoante ao que prevê o 5º, inciso XXXV: a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
• Da mesma forma, a prescrição no direito de recorrer quanto ao Quadro
de Acesso está disciplinada na Lei de Promoção (Oficiais e Praças) que
são de 5 (cinco) dias. Nos demais casos, pode ser aplicada o quinquídio
prescricional previsto no Decreto nº 20.910/32.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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VI – DA REMUNERAÇÃO E PROMOÇÃO

• Nosso estatuto traz alguns dispositivos que tratam da remuneração e


promoção. No entanto, teremos Unidades de estudos específicas que
tratarão das referidas matérias.

VII - DAS FÉRIAS

• De acordo com art. 66, as Férias são afastamento totais do serviço anual
e obrigatoriamente concedidos aos Policiais Militares para descanso, a
partir do último mês do ano a que se referem, e durante todo o ano
seguinte. As férias serão de 30 (trinta) dias para todos os Policiais-
Militares.
• Nesse sentido, o policial militar que ingressa no mês de JULHO/2020 na
Corporação, terá direito às férias, após um ano do período aquisitivo, a
partir do mês JULHO/2021 (período concessivo) e durante todo o ano
seguinte.
• Isso influência inclusive para o pagamento do adicional de férias, vez que
com a parametrização do sistema da SEPLAD (Secretaria de Estado de
Planejamento e Administração) não é possível o pagamento nos meses
anteriores ao ingresso.
• Dessa forma, um policial militar que ingressa no mês de NOVEMBRO,
fará jus ao adicional de férias somente a partir deste mês, mesmo que
solicite retirar férias em meses anteriores ao do seu ingresso.
• Compete ao Comandante Geral da Polícia Militar a regulamentação da
concessão das férias anuais, e de outros afastamentos temporários.
• A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença
para tratamento de saúde, por punição anterior decorrente de
transgressão disciplinar, pelo estado de guerra ou para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como, não anula o direito àquelas
licenças.
• Somente em casos de interesse da Segurança Nacional, da manutenção
da ordem, de extrema necessidade do serviço ou de transferência para a

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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inatividade, para cumprimento de punição decorrente de transgressão


disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os Policiais-
Militares terão interrompido ou deixam de gozar, na época prevista, o
período de férias a que tiverem direito, registrando-se, então o fato em
seus assentamentos.
• Na impossibilidade do gozo de férias no ano seguinte ou no caso de sua
interrupção pelos motivos previstos, o período de férias não gozado será
computado dia a dia pelo dobro, no momento da passagem do Policial -
Militar para a inatividade e somente para esse fim, ressalvados os casos
de transgressão disciplinar.
• Com o advento da Lei Complementar nº 039/02, foi vedado cômputo de
tempo ficto mencionado acima.

VIII - DOS OUTROS AFASTAMENTOS TEMPORÁRIOS DO SERVIÇO.

• Nos termos do art. 67, os Policiais Militares têm direito aos seguintes
períodos de afastamento total do serviço:
I - Núpcias: 08 (oito) dias;
II - Luto: 08 (oito) dias;
III - Instalação: Até 10 (dez) dias;
IV - Trânsito: Até 30 (trinta) dias, quando designados para curso ou
transferidos para OPM sediadas fora da capital.
• As férias e os afastamentos mencionados nesta seção são concedidos
com remuneração prevista na legislação específica e computados como
tempo de efetivo serviço para todos os efeitos legais.
• O afastamento do serviço por motivo de núpcias ou luto será concedido,
no primeiro caso, se solicitado com antecipação à data do evento e, no
segundo caso, tão logo a autoridade a qual estiver subordinado o Policial
-Militar tenha conhecimento do óbito de seu ascendente, descendente,
cônjuge, sogro ou irmão.

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IX - DAS LICENÇAS

• Nos termos do art. 70, a Licença é a autorização para afastamento total


do serviço, em caráter temporário, concedida ao Policial Militar,
obedecidas as disposições legais e regulamentares.
• A licença pode ser:
a) – Especial, disciplinada no art. 71, abaixo transcrito:
ART. 71 - Licença especial é a autorização para afastamento total do
serviço, relativa a cada decênio de tempo de efetivo serviço prestado,
concedida ao Policial Militar que a requerer sem que implique em
qualquer restrição para sua carreira.
§ 1° - A licença especial tem a duração de 06 (seis) meses a ser gozada
de uma só vez, podendo ser parcelada em 02 (dois) ou 03 (três) meses
por ano civil, quando solicitada pelo interessado e julgado conveniente
pela autoridade competente.
§ 2° - O período de licença especial não interrompe a contagem do
tempo efetivo de serviço.
§ 3° - Os períodos de licença especial não gozados pelo Policial Militar
são computados em dobro para fins exclusivos de contagem de tempo
para a passagem para a inatividade e, nesta situação para todos os
efeitos legais.
§ 4° - A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de
qualquer licença para tratamento de saúde e para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como, não anula o direito àquelas
licenças.
§ 5° - Uma vez concedida a licença especial, o policial-Militar será
exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções que
exerce e ficará à disposição do órgão de pessoal da Polícia Militar a
que pertencer.

b) - Para tratar de interesse particular, prevista no art. 72, abaixo


transcrito:
ART. 72- A licença para tratamento de interesse particular é a
autorização para afastamento total do serviço, concedida ao Policial
Militar que contar mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço e que a
requerer com aquela finalidade.
PARÁGRAFO ÚNICO - A licença será sempre concedida com prejuízo
da remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço.

c) - Para tratamento de saúde de pessoa da família, esta licença


está regulada na Portaria nº 083/99;

d) - Para tratamento de saúde própria, esta licença está regulada


na Portaria nº 083/99;

e) maternidade; (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de


2020). A licença maternidade foi incluída neste ano de 2020 e está
disciplinada nos arts. 70-A e 70-B, abaixo:

Art. 70-A. Pelo nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda


judicial para fins de adoção será concedida à policial militar licença
maternidade, sem prejuízo da remuneração e vantagens, com duração

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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de 180 (cento e oitenta) dias. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de


janeiro de 2020)
§ 1° A licença-maternidade de que trata a alínea “e” do § 1º do art. 70,
poderá ter início no primeiro dia do 8º (oitavo) mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica. (inserido pela lei n° 8.974, de 13
de janeiro de 2020)
§ 2° No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do
parto. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 3° No caso de aborto, atestado por médico oficial, a militar terá direito
a 30 (trinta) dias de licença para tratamento de saúde própria. (inserido
pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 4º Findo o prazo da licença para tratamento de saúde estabelecido
no § 3°, a militar estadual será submetida à nova inspeção médica, que
concluirá pela volta ao serviço ou pela prorrogação da licença. (inserido
pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 5º No caso de natimorto, atestado por médico oficial, será concedida
licença prevista no caput do art. 70-A. (inserido pela lei n° 8.974, de 13
de janeiro de 2020)
§ 6° Ocorrido o parto, sem que tenha sido requerida a licença, poderá
esta ser concedida mediante apresentação da certidão de nascimento
e vigorará a partir da data do evento.
Art. 70-B. Ao militar cuja cônjuge ou convivente vier a falecer no
período de 180 (cento e oitenta) dias da data de nascimento da criança
será concedida licença, nos termos do caput do art. 70-A. (inserido pela
lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 1º O prazo da licença prevista no caput será contado a partir do óbito,
até o 180° (centésimo octogésimo) dia de vida da criança. (inserido
pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
§ 2º Na hipótese de inexistência de relação conjugal ou de convivência
com a mãe falecida, a concessão da licença prevista no caput poderá
ocorrer mediante a comprovação, pelo militar, da guarda da criança.
(inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

f) paternidade. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020),


disciplinada no art. 70-C, passando a ser de 20 (vinte dias),
conforme abaixo:

Art. 70-C. Pelo nascimento de filho, adoção ou obtenção de guarda


judicial para fins de adoção, será concedida ao policial militar a licença
paternidade de 20 (vinte) dias consecutivos, vedada a prorrogação.
Parágrafo único. A licença de que o caput será concedida mediante a
apresentação do registro civil ou do termo de guarda provisória para
fins de adoção, retroagindo à data do nascimento ou da obtenção da
guarda provisória para fins de adoção, conforme o caso. (inserido pela
lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

• A concessão de licença é regulada pelo Comandante Geral da


Corporação.
• É da competência do Comando Geral da Polícia Militar a concessão da
licença especial e da licença para tratamento de interesse particular.
• As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições
estabelecidas neste artigo.

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• A interrupção da licença especial e da licença para tratar de interesse


particular poderá ocorrer:
a) - Em caso de mobilização e estado de guerra;
b) - Em caso de decretação de estado de emergência ou
de sítio;
c) - Para cumprimento de punição disciplinar conforme o
regulado pelo Comandante Geral da Polícia Militar;
d) - Para cumprimento de sentença que importe em
restrição da liberdade individual;
e) - Em caso de denúncia, pronúncia em processo criminal
ou indicação em Inquérito Policial Militar, a Juízo da
autoridade que efetivou a pronúncia ou a indiciação.

• A interrupção de licença para tratar de interesse particular, será definitiva


quando o Policial Militar for reformado ou transferido ex-offício para a
reserva remunerada.
• A interrupção de licença para tratamento de saúde de pessoa da família,
para cumprimento de pena disciplinar que importe em restrição da
liberdade individual, será regulada na legislação específica.

Vejamos abaixo quadro resumido das licenças previstas na PMPA:

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X – DA PENSÃO

• A pensão militar está disciplinada no art. 75 ao art. 80 do nosso Estatuto,


no entanto, conforme estudo na Unidade II, acerca da proteção social dos
militares dos estados, observamos dispositivos relacionados à pensão
militar que devem ser observados pelos entes federados.
• Até a entrada em vigor da Lei nº 13.954/19, a pensão por morte era
estabelecida pela Lei Complementar nº 039/02 (que possui uma ADI
passível de julgamento no STF acerca da aplicação para os militares do
Estado do Pará), que não tem mais eficácia para os militares estaduais a
partir da vigência da Lei mencionada que alterou a redação do Decreto-
Lei nº 667/69.
• Nesse sentido, foi assegurada a integralidade e paridade da pensão
militar pela Lei acima, inclusive o rol de dependentes a ser seguido pelos
entes federados.
• Destaca-se neste tópico, a pensão especial prevista no art. 77 do no
Estatuto, abaixo transcrita:
ART. 77 - Os Policiais-Militares mortos em campanha ou ato de
serviço, ou em conseqüência de ferimentos ou moléstias decorrentes,
ou ainda, em conseqüência de acidente em serviço deixarão a seus
herdeiros pensão correspondente aos vencimentos integrais do posto
ou graduação imediatamente superior, conforme legislação específica.

• Vale mencionar que em função da pandemia que enfrentamos, o Estado


do Pará assegurou para os profissionais da área de segurança e saúde a

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pensão especial para os militares e servidores que vierem a óbito por


consequência do coronavírus (COVID-19).
• Com isso, considerou os óbitos com causa diagnóstico COVID-19
acidente de serviço para fins de pagamento da pensão especial,
conforme Decreto nº 674, de 08 de abril de 2020, abaixo transcrito:
DECRETO Nº 674, DE 8 DE ABRIL DE 2020
Reconhece o falecimento, em virtude da COVID-19 contraída por
servidor público civil ou militar estadual, no exercício de suas
atribuições, como acidente em serviço para fins de pagamento de
pensão especial.
O GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ, no uso das atribuições que
lhe confere o art. 135, inciso III, da Constituição Estadual, e
Considerando o reconhecimento, por parte da Organização Mundial da
Saúde, como pandemia o surto do COVID-19; Considerando o disposto
na Lei Federal n° 13.979, de 6 de fevereiro de 2020; Considerando o
disposto no Decreto Estadual nº 609, de 16 de março de 2020,
DECRETA:
Art. 1º O falecimento de servidor público civil ou militar estadual por
COVID-19, contraída no exercício de suas atribuições em órgão ou
entidade das áreas de saúde, segurança pública e assistência social,
é considerada como acidente de serviço para fins de pagamento de
pensão especial aos seus dependentes, na forma do art. 77 da Lei
Estadual n° 5.251, de 31 de julho de 1985, e da alínea “c” do inciso II
do art. 160 da Lei Estadual n° 5.810, de 24 de janeiro de 1994.
Art. 2° Para o reconhecimento da situação são meios de prova:
I - quanto à doença, diagnóstico do COVID-19 na forma estabelecida
em protocolo clínico previsto pelo Ministério da Saúde;
II - quanto à infecção no exercício das atribuições:
a) se servidor público civil, procedimento de apuração pelo órgão ou
entidade, na forma da Lei Estadual n° 8.972, de 13 de janeiro de 2020;
b) se militar, inquérito policial militar instaurado na forma do § 2° do art.
1° do Decreto Estadual n° 10.745, de 2 de agosto de 1978.
Art. 3° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO DO GOVERNO, 8 de abril de 2020.
HELDER BARBALHO
Governador do Estado

• Desta feita, o Decreto mencionado assegura ao policial militar, sem a


necessidade de comprovação se foi em serviço ou não, o pagamento da
pensão especial ao servidores da área de segurança pública e de saúde.

XI – DA AGREGAÇÃO E REVERSÃO

• O art. 88 trata da agregação, definindo como a situação na qual o Policial


Militar da ativa deixa de ocupar vaga na Escala Hierárquica do seu
Quadro, nela permanecendo sem número.

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o Vale lembrar que o policial militar agregado em função de natureza


policial militar concorre na promoção pelos dois critérios, ou seja,
por antiguidade ou merecimento, ao passo que o policial militar
agregado em função de natureza civil concorre a promoção
somente pelo critério de antiguidade.

• O Policial-Militar deve ser agregado quando:


I - For nomeado para cargo Policial-Militar ou considerado de natureza
Policial-Militar, estabelecido em Lei, não previstos nos Quadros de
Organização da Polícia Militar (QO);
o Vale aqui mencionar que as funções de natureza policial militar
estão previstas no Decreto-Lei nº 667/69 e seu regulamento (R-
200), bem como na Lei Estadual nº 5.278/85, que elenca um rol de
funções consideradas de natureza policial militar.
II - Aguardar transferência ex offício para reserva remunerada, por ter sido
enquadrado em quaisquer dos requisitos que a motivaram;
III - For afastado, temporariamente, do serviço ativo por motivo de:
a) - Ter sido julgado, temporariamente, após 01 (um) ano contínuo de
tratamento de saúde própria;
b) - Ter sido julgado incapaz, definitivamente, enquanto tramita o
processo de reforma;
c) - Haver ultrapassado 01 (um) ano contínuo de licença para
tratamento de saúde própria;
d) - Haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para
tratar de interesse particular;
e) - Haver ultrapassado 06 (seis) meses contínuos em licença para
tratar de saúde de pessoa da família;
f) - Ter sido considerado oficialmente extraviado;
g) - Haver sido esgotado o prazo que caracteriza o crime de deserção
previsto no Código Penal Militar, se Oficial ou Praça com estabilidade
assegurada;
h) Como desertor, ter-se apresentado voluntariamente ou ter sido
capturado e reincluído a fim de ser processar;
i) - Se ver processar, após ficar exclusivamente à disposição da Justiça
Comum;
j) - Ter sido condenado à pena restritiva da liberdade superior a 06
(seis) meses, em sentença passada em julgado, enquanto durar a
execução, excluído o período de sua suspensão condicional ou até ser
declarado indigno de pertencer à Polícia Militar ou com ela
incompatível;
l) - Ter passado à disposição de Secretaria de Estado ou de outro órgão
do Estado, da União, dos Estados ou dos Territórios para exercer
função de natureza civil;
m) - Ter sido nomeado para qualquer cargo público civil temporário,
não eletivo inclusive da administração indireta;

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n) - Ter se candidatado a cargo eletivo, deste que conte 05 (cinco) ou


mais anos de efetivo serviço;
o) - Ter sido condenado à pena de suspensão do exercício do posto,
graduação, cargo ou função, previsto no Código Penal Militar.

• O Policial Militar agregado ficará adido, para efeito de alterações e


remuneração, no Órgão de Pessoal da Polícia Militar que lhe for
designado, continuando a figurar no lugar que então ocupava no
Almanaque ou escala Numérica, com abreviatura "Ag" e anotações
esclarecedoras de sua situação.
o Extrai-se do disposto acima que o termo adido1 significa a
vinculação do policial militar à determinado órgão2 da Corporação,
mas sem integrar o efetivo deste. Exemplificando, um policial
militar pertencente ao efetivo do Batalhão “A” ao ser agregado,
ficará vinculado somente ao órgão de pessoal do Batalhão “A” para
fins de anotações em suas folhas de alterações3, podendo, todavia,
o policial militar ser designado para outro, para onde ficará na
condição de adido.

• A agregação se faz por ato do Governador do Estado para oficiais e do


Comandante Geral para os praças.
o O Governador do Estado é a autoridade competente para expedir,
por intermédio de Decreto Governamental o ato de agregação do
policial militar que esteja em alguma das situações previstas no art.
88 da Lei 5.251/85, sob pena de infringir o que determina a lei. Da
mesma forma, compete ao Comandante Geral, por intermédio de
Portaria, agregar as praças que figurem em alguma situação do
artigo mencionado.

1
Encontramos a definição do termo Adido no Decreto nº 2.400/82, especificamente no
item 3 do Art. 6º que estabelece: Adido como se efetivo fosse é a situação especial e
transitória do policial militar que, enquanto aguarda classificação, efetivação, solução de
requerimento de demissão de serviço ativo ou transferência para a reserva, é
movimentado para uma OPM ou nela permanece sem que haja a mesma vaga no seu
grau hierárquico ou qualificação. O Policial Militar, na situação de adido como se efetivo
fosse, é considerado, para todos os efeitos, como se integrante da OPM.
2 Órgão de direção, apoio ou Execução
3 Ficha funcional do policial militar.

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• A reversão é o ato pelo qual o Policial-Militar agregado retorna aos


respectivo Quadro, tão logo cesse o motivo que determinou a sua
agregação, voltando a ocupar o lugar que lhe competir no respectivo
Almanaque ou Escala Numérica, na primeira vaga que ocorrer.
o A autoridade competente para expedir o ato de agregação é a
mesma que promove o ato de reversão. Assim é próprio do
Governador do Estado, por intermédio de Decreto Governamental,
reverter o Oficial agregado, bem como é próprio do Comandante
Geral, por intermédio de Portaria, reverte a Praça agregada.

XII - DA TRANSFERÊNCIA PARA RESERVA REMUNERADA

• De acordo com o art. 101, passagem do Policial Militar à situação de


inatividade, mediante transferência para a reserva remunerada se efetua:
I - A Pedido;
II - Ex-Offício.

• A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida,


mediante requerimento, ao Policial-Militar que contar no mínimo 30 (trinta)
anos de serviço.
• De acordo com o art. 103, a transferência para a reserva remunerada,
"ex-offício", verificar-se-á nos seguintes casos:
I - Atingir o limite de idade de permanência no serviço ativo;
II - Alcançar o Cel PM/BM 08 (oito) anos de permanência neste posto;
III - Ter sido o tenente Coronel PM/BM constante do Quadro de Acesso,
preterido por 02 (duas) vezes para promoção ao posto de Coronel
PM/BM a partir da data em que completar 30 (trinta) anos de serviço,
desde que na oportunidade sejam promovidos oficiais mais modernos.
IV - Ultrapassar o oficial intermediário 06 (seis) anos de permanência
no posto, quando este for o último da hierarquia de seu Quadro, desde
que conte ou venha a contar 30 (trinta) ou mais anos de serviço;
V - Por oficial considerado não habilitado para o acesso em caráter
definitivo, no momento em que vier a ser objeto de apreciação para o
ingresso em Quadro de Acesso;
VI - Ultrapassar 02 (dois) anos contínuos ou não em licença para tratar
de interesse particular;
VII - Ultrapassar 02 (dois) anos contínuos em licença para tratamento
de saúde de pessoa de sua família;

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VIII - Ser empossado em cargo público permanente estranho a sua


carreira, cujas funções não sejam de magistério;
IX - Ultrapassar 02 (dois) anos de afastamento contínuos ou não,
agregado em virtude de ter passado a exercer cargo ou emprego
público civil temporário, não eletivo, inclusive da administração indireta;
X - Ser diplomado em cargo eletivo, na forma do inciso II do Parágrafo
único do artigo 54.

XIII – DA CONVOCAÇÃO

• O Estatuto da PMPA estabelece dois tipos de convocação do policial


militar:
I – Convocação em que o militar retorna para o serviço ativo,
prevista no art. 105;
II – Convocação em que o militar continua na reserva remunerada,
prevista no art. 105-A.
Ressalta-se que ambas as convocações o policial militar necessita
estar na reserva remunerada, são em regra mediante aceitação voluntária e
realizadas por ato do Governador do Estado.
• Na Convocação do art. 105 o policial militar retorna para o
serviço ativo com a finalidade de:
▪ compor Conselho de Justificação;
▪ ser encarregado de Inquérito Policial Militar;
▪ ser incumbido de outros procedimentos administrativos, na
falta de oficial da ativa em situação hierárquica compatível
com a do oficial envolvido;
▪ realizar tarefas, por prazo certo, hipótese essa que também
permitirá a convocação de praças da reserva remunerada;
• Em síntese, a convocação do art. 105 estabelece que:
▪ O policial militar convocado nos termos deste artigo terá os
direitos e deveres dos da ativa de igual situação hierárquica,
exceto quanto à promoção que não concorrerá, e contará
como acréscimo esse tempo de serviço.
▪ Vale ressaltar que na convocação do art. 105 não há direito
de percepção de valores, permanecendo a remuneração

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que o militar percebe na inatividade, dado o seu direito


adquirido.
▪ A convocação será por prazo certo, podendo ser renovada
até a idade limite para permanência no serviço ativo, bem
como ser dispensado ao término do prazo ou mesmo antes,
a pedido ou ex-officio a qualquer tempo ou por incapacidade
para o exercício da função, julgada pela Junta de Saúde.
▪ O policial militar da reserva remunerada convocado nos
termos deste artigo não sofrerá alteração de sua situação
jurídica e terá os mesmos direitos e deveres nos mesmos
moldes do serviço ativo, exceto, como dito anteriormente à
promoção.
• Na Convocação do art. 105-A, o policial militar continua na
reserva remunerada e é convocado para exercer atividades
em:
▪ assessoria militar e guarda nas sedes e órgãos dos poderes
da União, do Estado e dos Municípios. (inserido pela lei n°
8.974, de 13 de janeiro de 2020)
▪ assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas
do Estado;
▪ assessoria militar e guarda na sede do Tribunal de Contas
dos Municípios;
▪ assessoria militar e guarda na sede do Ministério Público;
▪ guarda e serviços referentes à atividade meio na Secretaria
de Estado de Segurança Púbica e na PMPA;
▪ guarda nos estabelecimentos penais;
▪ condução de veículos do Sistema de Segurança Pública,
em atividades meio.
• Em síntese, a convocação do art. 105-A estabelece que:
▪ É condição para a convocação tratada neste artigo que o
policial militar: I - tenha passado para a reserva
remunerada, no mínimo, no comportamento “bom”;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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II - tenha, no momento da convocação, as seguintes idades


limites:
a) para oficiais superiores: 58 anos;
b) para capitães e oficiais subalternos: 58 anos;
c) para praças: 56 anos.
III - seja considerado apto em inspeção de saúde pela Junta
Médica da Corporação;
IV - seja considerado apto em teste de aptidão física;
V - obtenha o parecer favorável do Comandante-Geral.
▪ O Policial Militar convocado nos termos deste artigo não
sofrerá alteração em sua situação jurídico-funcional e,
durante a designação, fará jus a(o):
I - auxílio mensal, de natureza jurídica indenizatória,
correspondente a dois soldos de seus respectivos postos
ou graduações;
II – auxílio fardamento, pago uma vez por ano;
III - armamento e equipamentos, quando for o caso;
IV - auxílio-alimentação;
V - diárias e transporte;
VI - férias remuneradas;
VII - 13º salário;
VIII - pensão especial.
▪ A convocação será por prazo certo, em período que não
exceda a dois anos, podendo ser renovada uma única vez
por igual período.
▪ A convocação sujeita o Policial Militar:
I - ao cumprimento das normas disciplinares em vigor na
Corporação;
II - às normas administrativas e de serviço em vigor nos
órgãos onde tiverem atuação.
▪ O Policial Militar convocado poderá ser dispensado:
I - a pedido;
II - ex ofício:

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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a) por conclusão do prazo de convocação;


b) por interesse ou conveniência da Administração;
c) por ter obtido dispensa de saúde por mais de sessenta
dias, contínuos ou não, no período de um ano;
d) por ter sido julgado incapaz para o desempenho da
designação, em inspeção realizada por junta médica,
anualmente ou extraordinariamente.
▪ O Decreto nº 892, de 11 de novembro de 2013, regulamenta
o art. 105-A da Lei Estadual nº 5.251, de 31 de julho de
1985, dispondo sobre a convocação de Policiais Militares
da reserva remunerada da Polícia Militar do Estado do Pará.

XIV - DA REFORMA

De acordo com o art. 106, a passagem do Policial Militar à situação


de inatividade, mediante reforma, será sempre "ex-offício" e ser-lhe-á aplicada
desde que:
I - Atinja limites de idade de permanência na reserva remunerada:
a) Para oficiais superiores: 64 anos;
b) Para Capitães e oficiais subalternos: 62 anos; (modificado pela lei nº
8.407/16)
c) Para Subtenentes, 1º Sargento e 2º Sargento: 64 anos; (introduzido
pela lei nº 8.407/16)
d) Para 3º Sargento, Cabo e Soldado: 62 anos; (introduzido pela lei nº
8.407/16)
II - Seja julgado incapaz definitivamente para o serviço da Polícia
Militar;
III - Esteja agregado há mais de 02 (dois) anos, por ter sido julgado
incapaz, temporariamente, mediante homologação da Junta Policial
Militar Superior de Saúde, ainda mesmo que se trate de moléstia
curável;
IV - Seja condenado à pena de reforma prevista no Código Penal
Militar, por sentença transitada em julgado;
V - Sendo oficial, a tiver determinada pelo Tribunal de Justiça do
Estado, em julgamento por ele efetuado, em consequência de
Conselho de Justificação a que foi submetido;
VI - Sendo Aspirante a Oficial PM/BM ou praça com estabilidade
assegurada, for para tal indicado, ao Comandante Geral da Polícia
Militar, em julgamento do Conselho de Disciplina.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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XV – DA READAPTAÇÃO

• O instituto da readaptação foi incluído no Estatuto Policial Militar neste


ano de 2020, por meio da Lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020, que
incluiu os §§ 2º ao 5º no art. 106, conforme redação abaixo:

• Mediante requerimento, é facultada ao policial militar que incorra em


situação de reforma por incapacidade física definitiva para atividadefim a
permanência no serviço ativo, com emprego na atividade-meio, no
mesmo posto ou graduação, hipótese em que será readaptado, na forma
estabelecida em Decreto. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de
2020).

• O policial militar deverá ser readaptado em função compatível com a sua


capacidade física, desde que seja julgado apto, por Junta Policial Militar
de Saúde, para o exercício da nova função, atendida a conveniência do
serviço. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020).

• O readaptado poderá ser reavaliado a qualquer tempo pela Junta Policial


Militar de Saúde, por solicitação do Diretor de Pessoal ou por
manifestação fundamentada do Comandante, Chefe ou Diretor do policial
militar. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020).

• Não sendo possível a manutenção da readaptação, o policial militar será


reformado, a qualquer tempo, por meio de avaliação da Junta Policial
Militar de Saúde. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)

• O policial militar, uma vez readaptado, ficará sujeito à reforma, caso


incorra em situação de inatividade, prevista nos incisos I, IV, V e VI deste
artigo. (inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020).

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• Os policiais militares reformados por incapacidade física definitiva para


atividade-fim, no período de até 1 (um) ano anterior à data de publicação
desta Lei, poderão requerer a readaptação. (inserido pela lei n° 8.974, de
13 de janeiro de 2020).

XVI – DA INCAPACIDADE DEFINITIVA

• Nos termos do art. 108, a incapacidade definitiva pode sobrevir em


consequência de:
I - Ferimento recebido em operações Policiais Militares ou manutenção
da ordem pública;
II - Enfermidade contraída em operações Policiais-Militares ou na
manutenção da ordem pública, ou enfermidade cuja causa eficiente
decorra de uma dessas situações;
III - Acidente em serviço;
IV - Doença, moléstia ou enfermidade adquirida em tempo de paz, com
relação de causa e efeito às condições inerentes ao serviço;
V - Tuberculose ativa, neoplastia malígna, cegueira, lepra, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, mal de Parkinson,
pênfigo, espodiloartrose, anquilosante, nefropatia grave, alienação
mental e outras moléstias que a lei indicar com base nas conclusões
da medicina especializada;
VI - Acidente ou doença, moléstia ou enfermidade, sem relação de
causa e efeito com o serviço.

• Os casos que tratam os incisos I, II, III e IV deste artigo, serão, provados
por Atestado de Origem, Inquérito Sanitário de Origem ou ficha de
evacuação, sendo os termos do acidente, baixa ao hospital, papeleta de
tratamento nas enfermarias e hospitais e os registros de baixa utilizados
como meios subsidiários para esclarecer a situação. Prescreve em 01
(um) e 120 (cento e vinte) dias respectivamente, o direito de participar o
acidente ou requerer a instauração de Inquérito Sanitário de Origem
(ISO).
• O Policiais Militares julgados incapazes por um dos motivos constantes
do item V deste artigo somente poderão ser reformados após a
homologação, por Junta Policial Militar Superior de Saúde, da inspeção
de saúde que conclui pela incapacidade definitiva, obedecida a
regulamentação específica ou peculiar.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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• Ressalta-se que, o Policial Militar da ativa julgado incapaz definitivamente


por um dos motivos constantes do inciso VI do artigo 108, será reformado:
a) - Com remuneração proporcional ao tempo de serviço, se oficial
ou praça com estabilidade assegurada;
b) - Com remuneração calculada com base no soldo integral do
posto ou graduação desde que, com qualquer tempo de serviço,
seja considerado inválido, isto é, impossibilitado total e
permanentemente para qualquer trabalho.
• Vale lembrar que estudamos na Unidade II, de acordo com o inciso II do
art. 24-A do Decreto-Lei nº 667/69, a remuneração do militar reformado
por invalidez decorrente do exercício da função ou em razão dela é
integral, calculada com base na remuneração do posto ou da graduação
que possuir por ocasião da transferência para a inatividade
remunerada. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)

XVII - REVERSÃO DA INCAPACIDADE DEFINITIVA

• Nossa legislação só prevê a possibilidade de reversão por incapacidade


definitiva ao militar incapaz por motivo físico (art. 111), não possuindo
previsão para a incapacidade por motivo de alienação mental (art. 112),
dada a especificidade da atividade policial militar.
Art. 111 - O Policial-Militar reformado por incapacidade física definitiva
e que ainda não atingiu a limite de idade estabelecido pelo artigo 103,
inciso I, será submetido anualmente à inspeção de saúde para fins de
avaliação de seu estado clínico. Quando julgado apto, será revertido
ao serviço ativo e empregado na atividade meio.
Art. 112 - O Policial Militar reformado por alienação mental, enquanto
não ocorrer a designação judicial do curador, terá remuneração paga
aos seus beneficiários, desde que estes, o tenham sob sua guarda e
responsabilidade e lhe dispensem tratamento humano e condigno.

XVIII - DO TEMPO DE SERVIÇO

• De acordo com o art. 130, os Policiais Militares começam a contar tempo


de serviço na Polícia Militar a partir da data de sua inclusão, matrícula em

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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órgãos de formação de Policial Militar ou nomeação para posto ou


graduação na Polícia Militar.
• Considera-se como data de inclusão, para fins deste artigo, a do ato de
inclusão em uma Organização Policial Militar; a de:
I - matrícula em qualquer órgão de formação de oficiais ou de praças; ou
II - de apresentação para o serviço, em caso de nomeação (casos dos
oficiais dos quadros de saúde, complementar e capelão).

• O Policial Militar reincluído recomeça a contar tempo de serviço na data


de sua reinclusão.

• Na apuração de tempo de serviço do Policial-Militar, será feita a distinção


entre:
I - Tempo de efetivo serviço;
II - Anos de serviço.
• Tempo efetivo de serviço é o espaço de tempo computado dia-a-dia entre
a data de inclusão e a data limite estabelecida para contagem ou a data
do desligamento em consequência da exclusão do serviço ativo, mesmo
que tal espaço de tempo seja parcelado.
• Será computado tempo de efetivo serviço:
I - O tempo de serviço prestado nas Forças Armadas ou em outras
Polícias Militares, e
II - O tempo passado dia-a-dia, nas Organizações Policiais - Militares,
pelo Policial-Militar da reserva da Corporação, convocado para o
exercício de funções Policiais-Militares.

• "Anos de Serviço" é a expressão que designa o tempo de efetivo serviço


a que se referem o artigo 133 e seus parágrafos, com os seguintes
acréscimos:
I - Tempo de serviço público federal, estadual ou municipal, prestados
pelo Policial-Militar, anteriormente à sua inclusão, matrícula, nomeação
ou reinclusão na Polícia Militar;
II - Tempo de serviço de atividade privada na forma da legislação
específica.
III - 01 (um) ano para cada 05 (cinco) anos de tempo de efetivo serviço
prestado pelo oficial do Quadro de Saúde que possuir curso
universitário, até que este acréscimo complete o total de anos de
duração normal correspondente ao referido curso, sem superposição a
qualquer tempo de serviço Policial-Militar, público ou de atividade

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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privada, eventualmente prestado durante realização deste mesmo


curso.
IV - Tempo relativo a cada licença especial não gozada, contando em
dobro;
V - Tempo relativo a férias não gozadas, contado em dobro.

• Conforme já tratado nesta disciplina, o tempo ficto na PMPA não é mais


computado a partir da Lei Complementar nº 039/02.

• Não é computável para efeito algum, o tempo:


I - Que ultrapassar de 01 (um) ano, contínuo ou não em licença para
tratamento de saúde de pessoa da família;
II - Passado em licença para tratar de interesse particular;
III - Passado como desertor; IV - Decorrido em cumprimento de pena
de suspensão do exercício do posto, graduação, cargo ou função por
sentença transitada em julgado;
V - Decorrido em cumprimento de pena restritiva da liberdade, por
sentença transitada em julgado, desde que não tenha sido concedida
suspensão condicional da pena, quando, então, o tempo que exceder
ao período da pena será computado para todos os efeitos, caso as
condições estipuladas na sentença não o impeçam.

• Nos termos do art. 134, o tempo em que o policial militar da ativa passou
ou vier a passar afastado do exercício de suas funções, em consequência
de ferimentos recebidos em acidente quando em serviço na manutenção
da ordem pública e em operações policiais-militares, ou de moléstia
adquirida no exercício de qualquer função Policial Militar, será computado
como se ele o tivesse passado no exercício efetivo daquelas funções.
• O cômputo do tempo previsto no caput do art. 134 se encerra no momento
da transferência do policial militar para a reforma ou reserva remunerada.
(inserido pela lei n° 8.974, de 13 de janeiro de 2020)
• O disposto acima, significa dizer que o policial militar na situação de
reserva ou reforma não computa tempo, somente voltando a computar
nas hipóteses de reversão ou convocação nos termos do art. 105 (a
convocação do art. 105-A também não computa como tempo de serviço.

Obs.: Encerramos aqui nosso estudo do estatuto, ficando abertas perguntas


acerca de dúvidas no fórum, inclusive acerca de artigos não abordados nessa
síntese de estudo.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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UNIDADE V
REMUNERAÇÃO NA PMPA

Neste material de apoio, trataremos REMUNERAÇÃO POLICIAL


MILITAR, prevista na Lei nº 4.491, de 28 de novembro de 1973 e demais
legislações extravagantes.

Da Lei Estadual nº 4.491, de 28 de novembro de 1973

A Lei Estadual nº 4.491/73 regula a remuneração dos policiais


militares da Polícia Militar do Pará, que compreende vencimentos ou proventos
e indenizações, bem como dispõe ainda sobre outros direitos.

Dos Conceitos:

O art. 2° da Lei nº 4.491 adota os seguintes conceitos para fins da


Lei:
1 - COMANDANTE - é o título genérico dado ao policial militar, correspondente
ao de Diretor, Chefe ou outra denominação que tenha ou venha a ter aquele que,
investido de autoridade decorrente de Leis e Regulamentos, for responsável pela
administração, emprego, instrução e disciplina de uma Organização policial-
militar;
2 - MISSÃO, TAREFA OU ATIVIDADES - é o dever emergente de uma ordem
específica de Comando, Direção ou Chefia;
3 - ORGANIZAÇÃO POLICIAL-MILITAR - é a denominação genérica dada ao
corpo de tropas, repartição, estabelecimento ou a qualquer outra unidade
administrativa ou operativa da Polícia Militar;
4 - CORPORAÇÃO - é a denominação dada, nesta Lei à Polícia Militar;
5 - SEDE - é todo o território do município e dos municípios vizinhos, quando
ligados por frequentes meios de transporte, dentro do qual se localizam as
instalações da organização policial militar considerada;
6 - NA ATIVA, DA ATIVA, EM SERVIÇO ATIVO, EM SERVIÇO NA ATIVA, EM
ATIVIDADE - é a situação do policial militar capacitado para o exercício de cargo,
comissão ou encargo;
7 - EFETIVO SERVIÇO - é o efetivo desempenho de cargo, comissão, encargo,
incumbência ou atividade policial militar, pelo policial-militar em serviço ativo;
8 - CARGO POLICIAL-MILITAR - é aquele que só pode ser exercido por policial-
militar em serviço ativo e que se encontre especificado nos Quadros de Efetivos,
ou previstos, caracterizados ou definidos como tal em outras disposições legais.
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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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A cada cargo policial-militar corresponde um conjunto de atribuições, deveres e


responsabilidades que se constituem em obrigações do respectivo titular;
9 - COMISSÃO, ENCARGO, INCUMBÊNCIA, SERVIÇO OU ATIVIDADES
POLICIAL-MILITAR - é o exercício das obrigações que pela generalidade,
peculiaridade, duração, vulto ou natureza das atribuições, não são catalogadas
como posições tituladas em Quadro de Efetivo, Quadro de Organização ou
dispositivo legal;
10 - FUNÇÃO POLICIAL-MILITAR - é o exercício das obrigações inerentes ao
cargo ou comissão.

Da Remuneração do Policial Militar na Ativa

O Art. 3º da Lei nº 4.491/73 define que a remuneração do policial


militar constitui em Vencimentos e Indenizações.
Os Vencimentos são quantitativos mensal em dinheiro devido ao
policial militar da ativa, compreendido em soldo e gratificações.
As Indenizações são quantitativos em dinheiro para ressarcimento
de despesas impostas pela atividade exercida.
Como indenizações, encontramos em nossa Lei Estadual nº 4.491,
ajuda de custo, transporte, representação e moradia.
Outras indenizações como diárias, indenização de tropa e outras
encontramos em legislações específicas, que trataremos adiante.

Do Soldo

O art. 4º da Lei nº 4.491/73 define soldo como sendo a parte básica


dos vencimentos, inerente ao posto ou graduação do policial-militar na ativa.
Em resumo, o art. 5º da mesma Lei estabelece que o policial militar
tem direito ao soldo a partir: do ato de promoção (oficiais e praças), declaração
para aspirante-a-oficial, inclusão (ingresso) na polícia militar, matrícula para
alunos oficiais e apresentação quando se tratar de nomeação inicial para
qualquer posto da Polícia Militar.
Atualmente, a lei de ingresso da PMPA – Lei nº 6.626/04,
estabelece que o ingresso dos policiais militares na Corporação ocorre por meio
da incorporação e matrícula nos cursos de formação de praças e formação de
oficiais (CFP e CFO), momento em que o policial militar terá direito ao soldo
correspondente, na qualidade de praça especial (aluno do CFP e aluno oficial do
CFO).
Já o ingresso na Polícia Militar dos oficiais dos Quadros de Saúde,
Capelão e Complementar ocorre por meio da nomeação, ato do Governador do
Estado, momento que ocorre concomitantemente a incorporação destes ao
curso de adaptação de oficiais (CADO).

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Os alunos do Curso de Habilitação de Praças (CHO) permanecem


na qualidade de praças da Corporação, em suas respectivas graduações.
Portanto o aluno CHO continua percebendo o soldo de sua graduação atual.
Quando da conclusão do CHO e mediante promoção ao posto de 2º Tenente
QOA/QOE, passam a perceber o soldo do respectivo posto.

Da Suspensão do Soldo

O art. 6º da Lei nº 4.491 estabelece as situações em que o soldo


deve ser suspenso, ou seja, perda temporária do direito ao soldo, dentre elas
temos quando o policial militar estiver em:
a) gozo de licença para tratar de interesse particular, licença esta regulada no
estatuto dos policiais militares da PMPA – Lei nº 5.251/85.
b) agregado para exercer atividades ou funções estranhas à Polícia Militar, em
efetivo exercício de cargo público civil temporário e não eletivo, ou em função de
natureza civil, inclusive de administração indireta, respeitado o direito de opção,
nestes casos entende-se pela nomeação em cargo público civil temporário, onde
há a possibilidade do policial militar optar por seu soldo ou pela remuneração do
cargo.
c) na situação de desertor, hipótese decorrente do tipo penal previsto no Código
Penal Militar.

Da Perda do Direito ao Soldo

O art. 7º da Lei nº 4.491/73, estabelece situações relativa à perda


definitiva do soldo aos policiais militares,
a) anulação de inclusão, licenciamento, demissão;
b) exclusão, expulsão ou perda de posto ou graduação;
c) transferência para reserva remunerada ou reforma;
d) falecimento.
Ressalta-se que as situações acima estão previstas no estatuto dos
policiais militares da PMPA e legislação disciplinar da PMPA, bem como
legislação penal militar.

Dos casos de Militar Desaparecido ou Extraviado

Nas situações de policial militar desaparecido ou extraviado


(previstas no estatuto dos policiais militares da PMPA), a art. 8º da Lei de
Remuneração estabelece que:
a) o soldo será pago aos seus beneficiários (dependentes);
b) decorrido 6 (seis) meses será feita a habilitação dos beneficiários (junto ao
órgão previdenciário), momento que cessará o pagamento do soldo;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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c) Em caso de reaparecimento do policial militar, após apuração das causas de


seu afastamento, caberá o pagamento da diferença entre soldo e a pensão
recebida pelos beneficiários.

Da Substituição de Soldo

O art. 9º da Lei de Remuneração prevê ao policial-militar que esteja


no exercício de cargo ou comissão, cujo desempenho seja privativo do posto ou
graduação superior ao seu, percebe o soldo daquele posto ou graduação.
Quando, na substituição, o cargo ou comissão, for atribuível a mais
de um posto ou graduação, ao substituto cabe o soldo correspondente ao menor
deles.
Para os efeitos do disposto, prevalecem os postos ou graduações,
correspondentes aos cargos ou comissões, estabelecidas em Quadro Efetivo,
Quadro de Organização, Tabela de Lotação ou dispositivo legal.
Não se aplica às substituições: a) por motivos de férias; b) por
motivo de núpcias, luto, dispensa do serviço ou licença para tratamento de saúde
até 30 (trinta) dias.
O art. 10 da Lei de Remuneração estabelece que o policial militar
receberá o soldo do posto ou graduação, quando exercer cargo ou comissão,
atribuídos indistintamente a 2 (dois) ou mais postos ou graduação e possuir
qualquer deles.
Já o art. 11 prevê que o policial militar continuará com direito ao
soldo do seu posto ou graduação, em todos os casos não previstos nos artigos
6º e 7º da Lei de Remuneração, que são os casos de suspensão e perda
(cessar).

Das Gratificações

A Le nº 4.491/73 estabelece que o Policial-militar, em efetivo


serviço, faz jus às seguintes gratificações:
- Gratificação de Tempo de Serviço;
- Gratificação de Habilitação Policial-Militar;
- Gratificação de Serviço Ativo;
- Gratificação de Localidade Especial.
Além dessas gratificações, a Constituição Estadual de 1989, prevê
a:
- Gratificação de Risco de Vida.

Da Gratificação de Risco de Vida


Encontramos a previsão da Gratificação de Risco de Vida no art.
48, inciso II da Constituição do Estado do Pará nos seguintes termos:

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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(...)
art. 48. aplica-se aos militares (...) os seguintes:
I - irredutibilidade de vencimentos (...);
II - gratificação de risco de vida, correspondente, pelo menos, a 50%
do vencimento base;
III - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do estado, na forma
da lei;
IV - adicional de interiorização, na forma da lei.

Observa-se, no texto constitucional acima, que a referida


gratificação possui previsão de valor não inferior ao percentual de 50%
(cinquenta por cento) do vencimento base, ou seja, do soldo do policial militar.

Com isso, no ano de 2012, por meio da Lei Estadual nº 7.617, de


11 de abril DE 2012, que dispõe sobre a fixação dos Soldos dos Militares das
Corporações Militares do Estado do Pará e dá outras providências, majorou a
Gratificação de Risco de Vida para o percentual de 70% do soldo, vejamos:

(...)
Art. 4º A Gratificação de Risco de Vida corresponderá a 70% (setenta
por cento) do valor do Soldo.
(...)

No ano de 2014, por meio da Lei Estadual nº 7.807, de 29 DE


ABRIL DE 2014, a Gratificação de Risco de Vida foi majorada para 80%,
vejamos:

(...)
Art. 2º-A O art. 4º da Lei nº 7.617, de 11 de abril de 2012, passa a
vigorar com a seguinte redação:
“Art. 4º A Gratificação de Risco de Vida corresponderá a 80%
(oitenta por cento) do valor do soldo”.
(...)

Atualmente, por intermédio da Lei Estadual n° 8.229, de 13 de julho


de 2015, disciplina os percentuais da Gratificação de Risco de Vida dos Militares
do Estado do Pará, fixando em 100% (cem por cento) o percentual da
Gratificação de Risco de Vida para os praças das Corporações Militares do
Estado do Pará.
Estabelecendo, ainda, a integralização do percentual fixado para
as praças a ser concedido aos oficiais no exercício de 2016.
Portanto, hodiernamente, Oficiais e Praças da PMPA têm direito,
previsto em Lei, ao percentual de 100% do soldo a título de Gratificação de Risco
de Vida.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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Da Gratificação de Tempo de Serviço (Quinquênio)

A Gratificação de Tempo de Serviço é devida ao policial militar por


quinquênio de tempo de efetivo serviço prestado, ou seja, a cada 5 (cinco) anos
de efetivo serviço que é o tempo militar onde se inclui o prestado às forças
armadas, polícias militares e bombeiros militar.
O valor da gratificação de Tempo de Serviço é no percentual de 5%
(cinco por cento) do soldo do seu posto ou graduação, acrescido do valor das
gratificações e indenizações incorporáveis, quantos forem os quinquênios.
O direito à gratificação inicia no dia seguinte em que o policial militar
completar cada quinquênio, computado na forma da legislação vigente e
reconhecido mediante publicação em boletim da corporação.
O pagamento da referida gratificação será efetuado mediante
despacho favorável, em requerimento do interessado.

Da Gratificação de Habilitação Policial Militar

O art. 21 da Lei nº 4.491/73 foi revogado pela Lei nº 5.022/82.


Assim, o art. 4º da Lei nº 5.022/82 estabelece que a gratificação de
Habilitação do Policial Militar é devida a partir da data de conclusão do respectivo
curso.
Somente serão considerados, para efeito de Habilitação Policial-
Militar, os cursos de extensão com duração igual ou superior a 5 (cinco) meses,
realizados no País ou no Exterior.
Na ocorrência de mais de 1 (um) curso será atribuída somente a
gratificação de maior valor percentual.
As condições, os cursos que assegurem direito à Gratificação de
Habilitação do Policial-Militar, bem como o valor da Gratificação serão
estabelecidas em Decreto do Poder Executivo.
Neste passo, o Decreto Estadual nº 2.940/83, prevê que a
Gratificação de Habilitação do Policial Militar, de que trata o artigo 4° da Lei nº
5.022, de 05 de abril de 1982 é devida ao policial militar nas condições
especificadas na referida Lei e no Decreto nº 2181, de 12 de abril de 1982, nos
percentuais abaixo indicados:
a) 50% (cinquenta por cento): Curso Superior de Polícia;
b) 40% (quarenta por cento): Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais, de
Sargentos ou equivalentes;
c) 30% (trinta por cento): Curso de Especialização de Oficiais, de Sargentos ou
equivalentes;
d) 20% (vinte por cento): CFO – CFS – CFC - CFSD;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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Da Gratificação de Serviço Ativo

Os arts. 22 a 25 da Lei nº 4.491/73 foram revogados pela Lei nº


5.022/82. Dessa forma, o art. 5º da Lei nº 5.022/82 dispõe que a Gratificação de
Serviço Ativo é devida ao Policial-Militar no efetivo desempenho de suas
obrigações, nas condições e valores estabelecidos em Decreto do Poder
Executivo.
Com isso, o Decreto Estadual nº 3.266/84 estabelece que a
Gratificação de Serviço Ativo, de que trata o artigo 5º da Lei nº 5022, de 05 de
abril de 1982 é devida aos policiais militares nas condições especificadas na
referida Lei e no Decreto nº 2.181, de 12 de abril de 1982, nas seguintes
percentagens:
a) trinta por cento (30%) a Gratificação de Serviço Ativo, Tipo I;
b) vinte por cento (20%) a Gratificação de Serviço Ativo, Tipo II;
Nos termos do Decreto nº 2.1981/82, estabelecia diferenciação
entre os tipos da referida gratificação, tratando o tipo I, devida aos policiais
militares servindo em Unidade de tropa da Polícia Militar do estado ou em função
do ensino em estabelecimento de Ensino ou de Instrução Policial Militar, e a do
tipo II, sendo devida aos policiais militares no desempenho de funções policiais
militares não enquadradas na gratificação de serviço ativo tipo I.
No entanto, hodiernamente, os policiais militares, indistintamente,
percebem o percentual de 30% (trinta por cento).

Da Gratificação de Localidade Especial

É devida ao policial-militar que servir em regiões inóspitas, seja


pelas condições precárias de vida, seja pela insalubridade.
Terão valores correspondentes às categorias em que serão
classificadas as regiões consideradas localidades especiais, de acordo com a
variação das condições de vida e salubridade.
Compete ao Poder Executivo, por proposta do Comando Geral,
regular as categorias.
Inicia no dia da chegada do policial-militar à sede da referida
localidade e termina na data de sua partida. (Art. 29)
É assegurado o direito do policial-militar à Gratificação de
Localidade Especial, nos seus afastamentos do local em que serve, por motivo
de serviço, férias, luto, núpcias, dispensa do serviço, hospitalização por motivo
de acidente em serviço ou de moléstia adquirida em serviço em conseqüência
da inospitalidade da região.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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O Decreto Estadual nº 1.461, de 05 de março de 1981, regula a


percepção pelo policial militar de Gratificação de Localidade Especial, instituída
pelo art. 26 da Lei n° 4.491/73.
As regiões ou localidades do Estado consideradas inóspitas ou
hostis, são classificadas em três (3) categorias denominadas "A", "B" e "C", as
quais são atribuídas, respectivamente, a remuneração de 40%, 30% e 20%,
sobre o soldo correspondente ao posto ou graduação do policial militar.
O referido Decreto autoriza o Comando Geral da Polícia Militar do
Estado a classificar, mediante estudo, para os efeitos do presente Decreto, as
localidades e regiões correspondentes a cada categoria, levando em conta as
dificuldades de vida e de hospitalidade, inclusive no tocante à saúde,
saneamento, educação, transporte, moradia, alimentação e utilidades
necessárias, encontradas em cada local ou região.
Nesse sentido, a Portaria nº 001/99-DRH/3, classificas as
localidades correspondentes às categorias A, B e C:

- Categoria – A............ 40% do Soldo


- Categoria – B ........... 30% do Soldo
- Categoria – C ........... 20% do Soldo

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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Das Indenizações

As Indenizações são quantitativos em dinheiro, insento de


tributação, devidos para ressarcimento de despesas impostas pelo exercício da
atividade.
Para fins de cálculo das indenizações, tem-se em regra o
referencial do valor do soldo.
Como já dito anteriormente, encontramos como indenizações em
nossa Lei Estadual nº 4.491, a ajuda de custo, o transporte, a representação e a
moradia.
Demais indenizações como diárias, indenização de tropa e outras
encontramos em legislações específicas, que trataremos mais a frente.

Diárias – Lei Estadual nº 5.119, de 16 de maio de 1984

Os arts. 31 a 37 da Lei nº 4.491/73 foram revogados pela Lei


Estadual nº 5.119/84, que fixa normas para pagamento de diárias ao pessoal da
Polícia Militar do Estado.
Além da lei mencionada, o Decreto nº 734, de 07 de abril de 1992,
fixa os valores e estabelece normas à concessão de diárias para viagem ao
território nacional e ao exterior do pessoal civil e militar da administração direta
e fundacional, portanto, sendo utilizado também pelos policiais militares.
De acordo com a Lei, as diárias são indenizações destinadas a
atender às despesas extraordinárias de alimentação e pousada e são devidas
aos policiais-militares durante seu afastamento de sua sede por motivo de
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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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serviço ou para a realização de cursos e ou estágios de interesse da Polícia


Militar do Estado.
As diárias compreendem a Diária de Alimentação e a Diária de
Pousada.
No que tange à contagem de tempo, a diária de alimentação é
devida, inclusive nos dias de partida e de chegada.
A Diária do Comandante Geral da Polícia Militar será igual a de
Secretário de Estado.
Compete ao Comandante da Organização Policial Militar
providenciar o pagamento das diárias a que fizer jus o policial-militar e, sempre
que for julgado necessário. Em regra, o pagamento de diárias deve ser efetuado
adiantadamente. Condiciona-se ao adiantamento à existência dos recursos
orçamentários próprios nos órgãos competentes.
Não serão atribuídas diárias ao policial-militar:
a) quando as despesas com alimentação e pousada forem asseguradas;
b) nos dias de viagem, quando no custo da passagem estiverem
compreendidas a alimentação ou a pousada ou ambas;
c) cumulativamente com a Ajuda de Custo, exceto nos dias de viagem em
que a alimentação ou a pousada ou ambas, não estejam compreendidas
no custo das passagens, devendo neste caso ser computado somente o
prazo estipulado para o meio de transporte efetivamente requisitados;
d) durante o afastamento da sede da Organização Policial-Militar por menos
de oito (08) horas consecutivas (O Decreto nº 734/92 prevê 06 horas,
conforme veremos mais adiante).
No caso de falecimento do policial-militar, seus herdeiros não
restituirão as diárias que ele haja recebido adiantadamente, segundo o artigo 3°
Lei de Remuneração.
Os art. 6º e 7º tratam de situações referentes à alimentação do
policial militar na unidade, no entanto atualmente as organizações policiais
militares não produzem o rancho para o seu pessoal, e quando for garantida a
pousada para o policial militar, o mesmo só fará jus ao saque de diária referente
à alimentação.
A Lei prevê que ao Comandante-Geral baixar instruções regulando
o valor e o destino das diárias, no entanto, temos os valores disciplinados por
meio de uma Portaria da Secretaria de Administração, conforme veremos mais
adiante.

Além do previsto na Lei nº 5.119/84, o art. 2º do Decreto Estadual


nº 734/92, estabelece que os valores das diárias, para o Território Nacional, fora
do Estado, serão acrescidos de um adicional de vinte por cento (20%), calculado
sobre o valor básico fixado para o item 3, do anexo I, do Grupo correspondente

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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a localidade de destino do servidor, destinado a cobrir despesas de


deslocamento até o local de embarque e desembarque e vice-versa.
O referido Decreto prevê, ainda, o período máximo para
pagamento, a título de diárias, com sendo de 30 (trinta) dias, tanto para
deslocamento no território nacional como para o exterior.
Nesse sentido, quando o período de viagem a serviço ou em
missão oficial ultrapassar o limite de 30 (trinta) dias, as despesas adicionais
serão pagas a título de ajuda de custo, calculadas nas mesmas bases da Diária.
Obs: Atente-se que a ajuda de custo para fins de deslocamento de viagem a
serviço ou missão tratado no Decreto acima não se confunde com a ajuda de
custo tratada no art. 38 e seguintes da Lei nº 4.491/73.
Noutro perceptivo o Decreto estabelece que quando o servidor
(inclui-se o militar estadual) for em viagem para o exterior, em companhia do
Chefe de Poder Executivo, será concedido ao mesmo diária no valor equivalente
ao de maior nível da Administração.
Ressaltando que a concessão das diárias para viagens ao Exterior,
a serviço ou em missão Oficial, é de competência do Chefe de Poder Executivo,
e será autorizada no mesmo ato de permissão da respectiva viagem.
Nos casos de deslocamento do servidor (inclui-se o militar
estadual) por tempo superior a seis (06) horas, fora do perímetro urbano do seu
local de trabalho, em que não haja necessidade de pousada, será concedia meia
(1/2) diária.
Não será concedida diária em casos de deslocamento por período
inferior a seis (6) horas, fora do perímetro urbano do seu local de trabalho.
Quando forem concedidas diárias, e a viagem não se concretizar
definitivamente, seja por qualquer motivo, ou concretizando-se, por período
inferior ao previsto inicialmente, deverá o servidor recolher aos cofres públicos,
no prazo máximo de cinco (5) dias, o valor integral das diárias, no primeiro caso,
e o excedente, no outro.
O Valor acima referido deve ser recolhido por meio de depósito
bancário em conta própria da Corporação, conta esta a ser indicada pela
Diretoria de Finanças da PMPA.
O Decreto prevê ainda a não concessão de diárias quando o
deslocamento constituir exigência permanente do cargo e durante o período de
trânsito.

Da Ajuda de Custo

A Lei nº 4.491/73 estabelece que a Ajuda de Custo é a indenização


para custeio de despesas de viagem, mudança e instalação, exceto as de
transporte, paga adiantadamente ao policial-militar, salvo interesse do mesmo
em recebê-la no destino.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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O policial militar terá direito à ajuda de custo quando movimentado


para cargo ou comissão cujo desempenho importe em mudança de sede
concomitantemente com desligamento da organização onde exerce suas
atividades policiais-militares.
A Lei estabelece em seu art. 2º o conceito de sede como sendo
todo o território do município e dos municípios vizinhos, quando ligados por
frequentes meios de transporte, dentro do qual se localizam as instalações da
organização policial militar considerada.
Quanto ao valor, a Ajuda de Custo devida ao policial-militar será
igual:
a) ao valor correspondente ao soldo do posto ou graduação quando não possuir
dependente;
b) a duas vezes o valor do soldo do posto ou graduação quando possuir
dependente expressamente declarado, que efetivamente o acompanhar ao novo
domicílio.
Não terá direito à Ajuda de Custo o policial-militar:
a) movimentado por interesse próprio ou em operações de manutenção de
ordem pública;
b) desligado de curso ou escola por falta de aproveitamento ou trancamento
voluntário de matrícula.
Restituirá a Ajuda de Custo o policial militar que houver recebido:
a) integralmente ou de uma só vez, quando deixar de seguir destino, a seu
pedido;
b) pela metade do valor recebido e de uma só vez, quando até seis (6) meses
após ter seguido para nova Organização policial-militar, for, a pedido,
dispensado, licenciado, demitido, transferido para a reserva, exonerado ou entrar
de licença; (LTSP Não se enquadra).
c) pela metade do valor, mediante desconto pela décima parte do soldo quando
não seguir destino por motivos independentes da sua vontade.
A Ajuda de Custo não será restituída pelo policial-militar ou os seus
beneficiários, quando:
a) após ter seguido destino, for mandado regressar;
b) ocorrer o falecimento do policial-militar antes mesmo de seguir destino.

Do Transporte

Nos termos da Lei nº 4.491/73, o policial militar tem direito ao


transporte nas movimentações à serviço, nele compreendidos a passagem e a
translação de sua bagagem, de residência a residência, se estendendo o direito
aos seus dependentes.
Possuindo dependente, o policial militar faz jus também ao
transporte de um empregado doméstico, se houver.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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O policial militar da ativa terá direito, ainda, a transporte por conta


do Estado, quando tiver que efetuar deslocamento fora da sede de sua
organização policial militar, nos seguintes casos:
a) interesse da Justiça ou da disciplina;
b) concurso para ingresso em Escolas Cursos ou Centros de Formação,
Especialização, Aperfeiçoamento ou Atualização de interesse da Corporação;
c) por motivo de serviço, decorrente do desempenho de sua atividade;
d) baixar à organização hospitalar ou ter alta da mesma, em virtude de prescrição
médica competente, ou ainda, realização de inspeção de saúde.
Quando o transporte não for realizado sob a responsabilidade do
Estado, o policial militar será indenizado da quantia correspondente às despesas
decorrentes dos direitos previstos.
O direito ao transporte aplica-se ao policial militar inativo, quando
convocado para o serviço ativo ou designado para exercer função na atividade.
Para efeito de concessão de transporte, consideram-se
dependentes do policial-militar os dispostos nos artigos 119 e 120 da Lei de
Remuneração
Os dependentes do policial-militar, com direito a transporte por
conta do Estado, que não puderem acompanha-lo na mesma viagem, por
qualquer motivo, poderão, fazê-lo, a contar de 30 (trinta) dias antes e até nove
(9) meses após o deslocamento do policial-militar.
Quando o policial-militar falecer em serviço ativo, seus
dependentes terão direito, até nove (9) meses após o falecimento, ao transporte
por conta do Estado, para a localidade do território estadual onde fixarem
residência.
O Poder Executivo, em Decreto, regulamentará os transportes dos
policiais-miliares e seus dependentes.

Da Representação (Representação por Graduação)

A indenização de representação prevista na Lei nº 4.491/73 tem


por finalidade atender as atender despesas extraordinárias, decorrentes de
compromissos de ordem social ou profissional, inerentes à apresentação e ao
bom desempenho da atividade.
O art. 6º da Lei nº 5.022 estabelece que a indenização de
representação de que tratam os artigos 48 da Lei nº 4.491/73, será devida ao
policial militar nas condições e valores fixados em Decreto do Poder Executivo.
Assim, o Decreto nº 4.490/86 estabelece os seguintes valores:
a) Comandante Geral - oitenta por cento (80%)
b) Oficial Superior - sessenta por cento (60%)
c) Oficial Intermediário - cinquenta por cento (50%)
d) Oficial Subalterno - quarenta e cinco por cento (45%)
e) Aspirante a Oficial - quarenta por cento (40%)
f) Subtenente e sargento - trinta e cinco por cento (35%)
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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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g) Aluno Oficial e Integrantes da Banda de Música - trinta por cento (30%)


h) Cabos e Soldados - trinta por cento (30%)

Da Moradia

A Lei nº 4.491/73 prevê que o policial-militar em atividade faz jus a:


a) alojamento em sua Organização policial-militar quando aquartelado;
b) moradia, para si e seus dependentes em imóvel sob a responsabilidade do
Estado ou Corporação, de acordo com a disponibilidade existente;
c) indenização mensal para Moradia, quando não houver imóvel disponível
conforme tratado acima.
Havendo disponibilidade de Moradia, não será sacado e pago o
auxílio de moradia de acordo com o previsto na Lei, quando o policial militar,
voluntariamente, não ocupar o imóvel a ele destinado.
Ficam dispensados da ocupação obrigatória dos imóveis da PM, e
portando excluídos da situação acima, os policiais militares que comprovarem
junto ao Comando Geral:
a) residirem em imóvel próprio ou de que sejam promitentes compradores,
localizados na sede da OPM a que pertencem;
b) residirem em imóvel alugado mediante contrato, até o seu término ou rescisão
não sendo considerados, para este efeito, as prorrogações automáticas.
Suspende-se, temporariamente, o direito do policial-militar à
Indenização para Moradia, enquanto se encontrar em uma das situações
previstas no art. 6 da Lei de Remuneração.
A Lei nº 5.022/82, estabelece no art. 6º que a indenização de
moradia de que trata o art. 53 da Lei nº 4.491/73, será devida ao policial militar
nas condições e valores fixados em Decreto do Poder Executivo.
Neste termos, o Decreto Estadual nº 2.940/83, fixa os seguintes
valores:
a) 30% - quando o policial militar possuir dependentes;
b)10% - quando o policial militar não possuir dependentes.

Dos Outros Direitos

A Lei nº 4.491/73 prevê como outros direitos: o salário família, a


assistência médico-hospitalar, a assistência social, o funeral, a alimentação e o
fardamento.

Do Salário Família

A lei estabelece como sendo auxílio em dinheiro pago ao policial


militar para custear, em parte, a educação e a assistência de seus filhos e outros

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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dependentes. É isento de tributação e não sofre desconto, bem como prevê o


valor em legislação específica.
A Lei nº 5.022/82, em seu art. 2º estabelece o valor do salário
família ainda na moeda cruzeiros e desde então não sofreu reajuste ao longo
dos anos, sendo atualmente deixado de ser pago aos policiais militares.

Da Assistência Médico Hospitalar

O Estado proporcionará ao policial militar e seus dependentes


assistência médico-hospitalar, através das organizações do Serviço de Saúde
da Polícia Militar e das organizações hospitalares do Estado, conforme
regulamentação. (Decreto nº 5.380, de 12 de julho de 2002, aprova o Estatuto
do Fundo de Saúde da Polícia Militar do Pará).
Para fins da assistência médico hospitalar são considerados
dependentes do policial militar aqueles definidos no arts. 119 e 120 da Lei nº
4.491/73
Nas localidades onde não houver organização de saúde do Estado,
ou quando a complexidade do caso exigir, os policiais militares poderão ser
internados ou realizar o tratamento necessário em organizações de saúde
particulares, de acordo com a regulamentação.
O policial militar da ativa, quando acidentado em serviço ou
portador de doença decorrente ou adquirida em serviço, terá tratamento e
hospitalização totalmente custeados pelo Estado.
O policial militar, da ativa ou na inatividade, não enquadrado no
acima mencionado terá tratamento e hospitalização custeados pelo Estado, de
acordo com a regulamentação.
Todas as despesas decorrentes dos serviços de assistência
médico-hospitalar prestados aos policiais militares e seus dependentes serão
providas pelo Fundo de Saúde da Polícia Militar, cujos recursos, provenientes do
Tesouro do Estado, de contribuições dos policiais militares na forma prevista no
art. 61 Lei de Remuneração, de transferências federais e de convênios, serão
alocados no Orçamento Geral do Estado, em unidade orçamentária criada
especificamente para esse fim.
Para a constituição do Fundo de Saúde da Polícia Militar, visando,
especialmente, à cobertura da assistência aos dependentes, cada policial militar
contribuirá com:
a) 6% (seis por cento) do valor do soldo, se for oficial superior;
b) 5% (cinco por cento) do valor do soldo, se for oficial intermediário ou
subalterno, inclusive aspirante; (NR)
c) 3% (três por cento) do valor do soldo, se for praça;
d) dotações orçamentárias provenientes do Tesouro Estadual.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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Para cada um dos dependentes previstos no art. 120 da Lei de


Remuneração, que vier a ser cadastrado no Fundo de Saúde, o policial militar
pagará um adicional de 20% (vinte por cento) da sua contribuição.
A participação no Fundo de Saúde da Polícia Militar é extensiva
aos bombeiros militares, obedecidas as condições previstas nesta Lei e nos atos
reguladores.
O policial militar contribuinte ficará isento de qualquer indenização
pelas despesas decorrentes da assistência médico-hospitalar prevista nesta Lei.
As normas, condições e limites de atendimento dos serviços
prestados pela assistência médico-hospitalar e a estruturação do Fundo de
Saúde da Polícia Militar serão reguladas por ato do Poder Executivo.

Da Assistência Social

O Estado proporcionará Assistência Social ao policial militar e aos


seus dependentes através de organizações de Assistência Social da Polícia
Militar e organizações congêneres do Estado, de acordo com regulamentação.
As despesas decorrentes dos serviços de assistência social
prestados aos policiais militares e seus dependentes serão providas pelo Fundo
de Assistência Social da Polícia Militar, cujos recursos, provenientes do Tesouro
do Estado, de contribuições dos policiais militares, de transferências federais e
de convênios, serão alocados no Orçamento Geral do Estado, em unidade
orçamentária criada especificamente para esse fim.
Fica estabelecida a contribuição mensal de 2% (dois por cento) do
soldo do policial militar para constituição do Fundo de Assistência Social.
O gozo dos benefícios instituídos com recursos do Fundo de
Assistência Social é exclusivo do policial militar que for contribuinte, excetuando-
se as ações de responsabilidade do Estado, previstas na Lei nº 5.251, de 31 de
julho de 1985, que venham a ser operacionalizadas através do Fundo, com
recursos do Tesouro.
Para efeito de aplicação deste artigo, são considerados
dependentes do policial militar os definidos nos arts. 119 e 120 da Lei de
Remuneração, sendo a assistência condicionada para os dependentes previstos
no art. 120, à contribuição adicional de 20% (vinte por cento) da própria
contribuição.
A participação no Fundo de Saúde da Polícia Militar é extensiva
aos bombeiros militares, obedecidas as condições previstas nesta Lei e nos atos
reguladores.
O montante dos recursos do Tesouro que constituírem receita do
Fundo de Assistência Social da Polícia Militar será definido pela lei orçamentária
de cada exercício.

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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As normas, condições de atendimento, os recursos e indenizações


referentes à presente Seção, serão regulados por ato do Poder Executivo.

Do Funeral

O Estado assegurará sepultamento condigno ao policial militar


falecido, através de recursos alocados com exclusividade no orçamento do
Fundo de Assistência Social da Polícia Militar, de acordo com o disposto no
artigo anterior.
O policial militar falecido em serviço terá todas as despesas com
os serviços funerários custeadas integralmente pelo Estado, inclusive as
referentes ao traslado do local do óbito para o local de sepultamento e as
decorrentes da necessidade de urna e serviços especiais. (NR)
Ao policial militar que vier a falecer fora da situação prevista no
artigo anterior, o Estado pagará, através do Fundo de Assistência Social da
Polícia Militar, um Auxílio Funeral correspondente a 2 (dois) soldos do posto de
capitão.
Na hipótese de falecimento de policial militar, o art. 69 estabelece
algumas providências a serem adotadas para a concessão do auxílio funeral.

Da Alimentação – Lei Estadual nº 7.197/08

A Lei 4.491/73 estabelece algumas situações referentes ao direito


à alimentação por conta do estado, no entanto, com o advento da Lei Estadual
nº 7.197/08, que institui o auxílio-alimentação no âmbito do serviço público da
Administração Direta, Autárquica e Fundacional, a alimentação do pessoal militar
passa a ser regulada também pela referida Lei.
Assim, a Lei nº 7.197/08 prevê o auxílio alimentação a ser
concedido em pecúnia, por dia trabalhado, mediante efetivo desempenho das
atribuições do servidor no órgão ou entidade de lotação
O afastamento em decorrência de participação em cursos,
treinamentos ou similares, por determinação ou indicação do titular do órgão ou
entidade de lotação, desde que não importe concessão de licença, é considerado
como dia trabalhado para fins de recebimento do auxílio-alimentação.
Os períodos de licenças ou afastamentos a qualquer título,
inclusive nas hipóteses consideradas por lei como de efetivo exercício, não serão
computados para fins de concessão do auxílio-alimentação, exceto nas
seguintes hipóteses:
a) gozo de férias;
b) faltas abonadas de que trata o inciso XVI, do art. 72, da Lei nº 5.810, de 24 de
janeiro de 1994;
c) deslocamentos no interesse do serviço, de que trata o § 1º, deste artigo;

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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d) licença para desempenho de mandato classista a teor do art. 95, da Lei nº


5.810, de 24 de janeiro de 1994;
e) licença saúde até o limite de noventa dias (redação alterada pela Lei nº 7.388,
de 30 de março de 2010)
f) licença maternidade e paternidade.
O servidor cedido poderá optar por receber o auxílio-alimentação
pelo órgão cedente ou cessionário.
O auxílio-alimentação tem caráter indenizatório e não será:
incorporado ao vencimento ou remuneração, para qualquer fim; configurado
como rendimento tributável, nem sofrerá incidência de contribuição
previdenciária; computado para efeito de cálculo de gratificação natalina ou
qualquer outra vantagem.
O Decreto nº 1.298, de 23 de set de 2008, estabelece que o valor
do auxílio-alimentação, de que trata a lei nº 7.197, de 9 de setembro de 2008,
será fixado através de portaria da Secretaria de Estado de Planejamento,
Orçamento e Finanças - SEPOF, que observará a disponibilidade orçamentária
específica de cada órgão ou entidade para fazer frente a essa despesa.
O auxílio-alimentação será pago em pecúnia e o valor respectivo
constará em contracheque.

Do Fardamento

A Lei nº 4.491/73 estabelece que o cabo e o soldado receberão


anualmente dois soldos correspondentes ao respectivo cargo no qual ele estiver
investido, a título de auxílio fardamento, para custear despesas com a aquisição
de uniformes e peças complementares a estes, observando-se o seguinte:
- o auxílio a que se refere o caput deste artigo será pago em duas parcelas, nos
seguintes termos:
a) um soldo junto aos vencimentos referentes ao mês de julho, ao policial militar
que no período de 1º de novembro a 30 de junho do ano seguinte, não esteve
em gozo de licença a qualquer título por período superior a sessenta dias
contínuos ou não;
b) um soldo junto aos vencimentos referentes ao mês de novembro, ao policial
militar que no período de 1º de julho a 30 de outubro, não esteve em gozo de
licença a qualquer título por período superior a sessenta dias contínuos ou não.
O Oficial que o requerer quando promovido, será concedido um
auxílio correspondente ao valor de um soldo do novo posto para aquisição de
uniforme. A concessão será feita mediante despacho em requerimento do Oficial
ao seu Comandante. O auxílio poderá ser requerido novamente se o policial
militar permanecer mais de quatro anos no mesmo posto.
Os 1º, 2º e 3º sargentos, o subtenente e o aluno de Escola de
Formação de Oficiais receberão anualmente um soldo de 3º sargento no mês de

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CAS/2020 – CEL RICARDO ANDRÉ
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julho de cada ano, a título de auxílio fardamento. O pagamento somente é devido


ao policial militar que no período de 1º de julho de um ano a 30 de junho do ano
seguinte não esteve em gozo de licença a qualquer título por período superior a
sessenta dias contínuos ou não.
Não receberá parcela do auxílio fardamento o policial militar que:
a) encontrar-se na inatividade;
b) encontrar-se na condição de desertor;
c) estiver agregado, aguardando o processamento de sua reforma, em razão de
ter sido julgado incapaz definitivamente para o serviço ativo policial militar;
d) estiver agregado, em razão de ter sido considerado extraviado;
Quando o policial militar estadual estiver iniciando curso de
formação policial militar, o pagamento de uma das parcelas previstas no art. 78
deverá ocorrer em até noventa dias após o início do referido curso.
O auxílio fardamento tem caráter indenizatório e não serve de base
de cálculo para o pagamento de qualquer vantagem pecuniária ou benefício,
bem como não será incorporado aos proventos de policial militar inativo.
O policial militar ao ser declarado Aspirante a Oficial, ou promovido
a terceiro (3°) sargento, faz jus a um auxílio para aquisição de uniforme no valor
de três (3) vezes o soldo de sua graduação. Idêntico direito assiste aos oficiais
nomeados e aos que ingressarem nos quadros da PMPA no posto de segundo
(2°) tenente.
O policial-militar que perder seu uniforme em qualquer sinistro
havido em Organização policial-militar ou militar ou em viagens a serviço,
receberá um auxílio correspondente ao valor de até três (3) vezes o valor do
soldo de seu posto ou graduação. Ao Comandante do policial-militar prejudicado,
por comunicação deste, cabe providenciar sindicância e em solução
determinação, se for o caso, o valor desse auxílio em função dos prejuízos
sofridos.

Da Remuneração do Policial Militar na Inatividade

Nos termos da Lei nº 4.491/73, a remuneração do policial militar na


inatividade, compreende:
a) proventos;
b) auxílio invalidez;
c) adicional de inatividade.
A remuneração dos policiais-militares na inatividade será revista
sempre que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se modificar
a remuneração dos policiais-militares da ativa.
O policial-militar ao ser transferido para a inatividade faz jus ao
transporte, nele compreendido a passagem e a translação da respectiva
bagagem para si e seus dependentes e um empregado doméstico, para o
domicilio onde fixará residência dentro do território estadual. O direito ao

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transporte prescreve após decorrido cento e vinte (120) dias da data da


publicação do ato de transferência para a inatividade no Boletim da Unidade a
que pertencia o policial-militar.
O policial-militar na inatividade faz jús ainda, no que lhe for
aplicável, aos direitos constantes das Seções I, II, III, IV e VII do Capítulo V do
Título II Lei de Remuneração.
Para fins de cálculo do valor do auxílio-funeral será considerado
como posto ou graduação do policial militar na inatividade, o correspondente ao
soldo que serviu de base para o cálculo de seus proventos.

Dos Proventos

Proventos são o quantitativo em dinheiro que o policial-militar


percebe na inatividade, quer na reserva remunerada, quer na situação de
reformado, constituídos pelas seguintes parcelas:
a) soldo ou cotas de soldo;
b) gratificações e indenizações incorporáveis.
Os proventos são devidos aos policiais-militares quando forem
desligados da ativa em virtude de:
a) Transferências para a reserva remunerada;
b) Reforma;
c) Retorno à inatividade após ter revertido ao serviço ativo, quando já se
encontrava na reserva remunerada.
O policial-militar de que trata este artigo continuará a perceber a
sua remuneração até a publicação de seu desligamento no Boletim Interno de
sua Organização policial-militar, o que não poderá exceder de quarenta e cinco
(45) dias à data da primeira publicação oficial do respectivo ato.
Suspende-se temporariamente o direito dos policiais-militares à
percepção dos proventos na data de sua apresentação à Organização policial-
militar competente quando, na forma da legislação em vigor, reverter ao serviço
ativo, para o desempenho de cargo ou comissão na Polícia Militar.
Cessa o direito à percepção dos proventos na data:
a) do falecimento;
b) para o oficial PM, do ato que o prive do posto ou patente; e, para a praça, do
ato de sua exclusão ou expulsão da Polícia Militar.
Na apostila de proventos será observado o disposto nos artigos 91
a 95 e 101 do parágrafo 2° da Lei de Remuneração.

Do Soldo e das Cotas de Soldo

O soldo constitui a parcela básica dos proventos a que faz jus o


policial-militar na inatividade, sendo o seu valor igual ao estabelecido para o
soldo do policial-militar da ativa do mesmo posto ou graduação.

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Para efeito de cálculo o soldo será dividido em cotas de soldo,


correspondendo cada uma a 1/30 (um trigésimo) de seu valor.
Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o policial-militar
tem direito a tantas cotas de soldo quantos forem os anos de serviço,
computáveis para a inatividade, até o máximo de trinta (30) anos.
Para efeito de contagem dessas cotas, a fração de tempo igual ou
superior a cento e oitenta (180) dias será considerada um (1) ano.
O art. 93 da Lei de Remuneração está tacitamente revogado pelo
previsto na Lei nº 5.681/91.
Art. 93. O oficial PM que contar mais de trinta e cinco (35) anos de
serviço, quando transferido para a inatividade, terá o cálculo de seus proventos
referidos ao soldo do posto imediatamente superior, de acordo com os artigos
92 e 96 desta Lei, se na Corporação existir posto superior ao seu.
O art. 1º da Lei nº 5.681/91 estabelece que a transferência
voluntária do servidor militar estadual para a inatividade remunerada, será
concedida aos trinta (30) anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco (25)
anos de serviço, se mulher. O art. 2° da mesma lei prevê que o servidor militar
estadual, transferido a inatividade na forma disposta no artigo anterior, terá o
cálculo dos seus proventos referidos ao soldo do posto ou graduação
imediatamente superior, mantidos os vencimentos e vantagens que percebia no
serviço ativo, sem prejuízo dos acréscimos legais da inatividade.
A Lei 4.491 estabelece que o oficial PM ocupante do último posto
da hierarquia de sua corporação, terá o cálculo dos proventos tomando-se por
base o soldo do seu próprio posto, acrescido de vinte por cento (20%).
O Subtenente, quando transferido para a inatividade, terá o cálculo
de seus proventos referidos ao soldo do posto de segundo (2°) tenente, desde
que conte mais de trinta (30) anos de serviço.
As demais praças que contém mais de trinta (30) anos de serviço,
ao serem transferidos para a inatividade, terão o cálculo de seus proventos
referidos ao soldo da graduação imediatamente superior a que possuíam no
serviço ativo.

Das Gratificações e Indenizações Incorporáveis

São consideradas Gratificações e Indenizações Incorporáveis:


a) Gratificação de Tempo de Serviço;
b) Gratificação de Habilitação Policial-Militar.
A "base de cálculo" para o pagamento das Gratificações acima
previstas, dos auxílios e de outros direitos dos policiais-militares na inatividade
remunerada, será o valor do soldo ou cotas de soldo a que o policial-militar fizer
jus na inatividade.

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Do Auxílio Invalidez
O policial-militar da ativa que foi ou venha a ser reformado por
incapacidade definitiva e considerado inválido, impossibilitado total e
permanentemente para qualquer trabalho, não podendo prover os meios de sua
subsistência, fará jus a um Auxílio-Invalidez, no valor de vinte e cinco por cento
(25%) da soma da "base de cálculo" com a Gratificação de Tempo de Serviço,
ambas previstas no artigo 96 da Lei de Remuneração, desde que satisfaça a
uma das condições abaixo especificadas, devidamente declarada por Junta de
Saúde: a) necessitar de assistência ou de cuidados permanentes de
enfermagem;
b) necessitar internação em instituição apropriada, policial-militar ou não.
Quando, por deficiência hospitalar ou prescrição médica
comprovada por Junta de Saúde, o policial-militar, nas condições acima, receber
tratamento na própria residência, também fará jus ao Auxílio-Invalidez.
Para a continuidade do direito ao recebimento do Auxílio-Invalidez,
o policial-militar ficará obrigado a apresentar anualmente declaração de que não
exerce nenhuma atividade remunerada, pública ou privada, e, a critério da
administração, será submetido, periodicamente, à inspeção de saúde de
controle, sendo que no caso de Oficial mentalmente enfermo ou de praça, aquela
declaração deverá ser firmada, por dois (2) Oficiais da ativa da Polícia Militar.
O Auxílio-Invalidez será suspenso automaticamente pela
autoridade competente, se for verificado que o policial-militar exerce ou tenha
exercido, após o recebimento do auxílio-invalidez, qualquer atividade
remunerada, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, bem como se, em
inspeção de saúde, for constatado não se encontrar nas condições previstas.
O policial-militar terá direito ao transporte dentro do Território
Estadual, se for obrigado a se afastar de seu domicílio para ser submetido à
inspeção de saúde de controle a título de continuidade do direito de receber o
auxílio-invalidez.
O Auxílio-Invalidez não poderá ser inferior ao soldo de um cabo
PM.

Do Adicional de Inatividade

O Adicional de Inatividade é calculado mensalmente sobre o


respectivo provento e em função da soma do tempo de serviço efetivamente
prestado, com os acréscimos assegurados na legislação em vigor, para esse fim.
O art. 9º da lei nº 5.022/82 estabelece que fica o poder executivo
autorizado a reduzir ou elevar o valor do adicional de inatividade, de que trata o
art. 100 da lei 4.491/73.
Assim, o Decreto nº 4.439/86, estabeleceu os percentuais do
adicional de inatividade:

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a) 45% - 40 anos
b) 35% - 30 anos
c) 20% - inferior a 30 anos

Do Desaquartelamento

O art. 323 da Constituição Estadual prevê aos servidores civis e


militares fica assegurado o direito de não comparecer ao trabalho a partir do
nonagésimo primeiro dia subseqüente ao do protocolo do requerimento de
aposentadoria ou de transferência para a reserva, sem prejuízo da percepção de
sua remuneração, caso não sejam antes cientificados do indeferimento, na forma
da lei.

Do Adicional de Interiorização

O adicional de interiorização está previsto no art. 48, inciso IV da


Constituição Estadual:
(...)
art. 48. aplica-se aos militares (...) os seguintes:
I - irredutibilidade de vencimentos (...);
II - gratificação de risco de vida, correspondente, pelo menos, a 50%
do vencimento base;
III - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do estado, na forma
da lei;
IV - adicional de interiorização, na forma da lei.

Tem direito ao referido adicional o militar que prestar serviço em


unidades sediadas no interior do estado do Pará, no valor percentual de 50%
(cinquenta) por cento do soldo.
Há também previsão de incorporação de 10% do valor (do
percentual de 50%) por ano de exercício, consecutivo ou não, até o limite de
100% (do percentual de 50%).
O Estado do Pará, por meio da Secretaria de Administração,
passou a ter entendimento que o adicional de interiorização possui o mesmo fato
gerador da gratificação de localidade especial, com isso suspendeu o
pagamento do referido adicional. No entanto, policiais militares ingressaram no
Poder Judiciário ante o não pagamento, obtendo êxito nas demandas judiciais,
conforme abaixo observamos decisão de 2º grau do TJE:
PROCESSO CIVIL APELAÇÃO ADMINISTRATIVO GRATIFICAÇÃO
DE LOCALIDADE ESPECIAL E ADICIONAL DE INTERIORIZAÇÃO
DIFERENCIAÇÃO. FATOS JURÍDICOS DIVERSOS. APELO
IMPROVIDO SENTENÇA MANTIDA. I - Há que se ressaltar que a
natureza do fato gerador dos adicionais não se confunde. O adicional
de interiorização tem como natureza jurídica a prestação de serviço no
interior do Estado, qualquer localidade, não se referindo a lei a regiões
inóspitas, ou a precárias condições de vida. II - Apelo improvido.

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(Apelação Cível n.º 20093006633-9, 1.ª Câmara Cível Isolada, Rel.


Des. LEONARDO DE NORONHA TAVARES, dju DE 20/01/2011)
Quanto a discussão acerca do prazo prescricional a ser aplicado ao
caso em comento, não pairam maiores dúvidas no sentido de que
aplica-se o prazo quinquenal, previsto no art.1º do Decreto 20.910/32,
que assim determina: Art.1º. As dívidas passivas da União, dos
Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato
do qual se originarem. No tocante aos honorários advocatícios, não
encontro motivos para minora-los da forma como requereu o Estado
do Pará, posto que sua fixação atendeu aos critérios estabelecidos
pelo art.20 do CPC. Ante o exposto, com fulcro no art.557, caput, do
CPC, NEGO SEGUIMENTO A AMBOS OS RECURSOS DE
APELAÇÃO, uma vez estarem em confronto com jurisprudência
uníssona deste Tribunal de Justiça, e em sede de Reexame
necessário, confirmo a sentença em todos os seus termos. Belém, de
de 2014 Desa. Gleide Pereira de Moura.

Do Auxílio Acidente e Auxílio Morte - Lei nº 6108/98

A Lei nº 6108/98, com alteração dada pela Lei n° 7.728, de 24 de


julho de 2013, prevê a percepção do auxílio acidente e auxílio morte,
regulamentando o disposto no art. 48, inciso III da Constituição Estadual:
(...)
art. 48. aplica-se aos militares (...) os seguintes:
I - irredutibilidade de vencimentos (...);
II - gratificação de risco de vida, correspondente, pelo menos, a 50%
do vencimento base;
III - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do estado, na forma
da lei;
IV - adicional de interiorização, na forma da lei.

A concessão decorre de morte acidental em serviço ou invalidez


permanente total decorrente de acidente em serviço.
O valor para morte acidental em serviço é de R$ 70.000,00 e para
invalidez permanente total por de acidente em serviço R$ 30.000,00 (com
alteração dada pela Lei n° 7.728, de 24 de julho de 2013)
A lei considera acidente de trabalho:
a) por fato relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo,
ainda que ocorrido em horário ou local diverso daquele determinado para o
exercício de suas funções;
b) em decorrência de agressão sofrida e não provocada pelo servidor, no
exercício regular de suas atribuições funcionais;
c) por situação ocorrida no percurso da residência para o trabalho e vice-versa,
desde que ligada diretamente à atividade exercida;
d) em treinamento;
e) em represália, por sua condição de policial.
Para concessão é necessária apuração dos fatos por intermédio de
processo administrativo instaurado no prazo de 15 dias contados do evento que
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provocou a morte ou acidente, bem como a realização de perícia médica para


avaliação da capacidade laborativa do servidor (auxílio-invalidez).
A Lei possui dispositivo que assegura ao policial militar e ao
bombeiro militar o atendimento emergencial em hospitais da rede particular mais
próxima do local da ocorrência do acidente em serviço, até a estabilização do
seu quadro clínico, na ausência de hospitais das redes estadual e municipal ou
de hospitais conveniados ao sistema único de saúde – sus. (l e i n° 7.728, de 24
de julho de 2013)
As despesas decorrentes do atendimento emergencial serão pagas
pela corporação do policial militar ou bombeiro militar ao hospital da rede
particular, após a apresentação de nota fiscal onde conste a discriminação do
gasto efetuado durante a internação no referido nosocômio.

Da Indenização de Tropa – Lei nº 5.022/82

O art. 7º da Lei nº 5.022/82 institui da indenização de tropa aos


policiais militares servindo em corpo de tropa na PMPA
O Decreto nº 2.696, de 20 de março de 1983 estabeleceu o
percentual de 10% (dez por cento) para os policiais militares.

Lei do Soldo de 2006 – Lei nº 6.827/06

A Lei Estadual nº 6.827, de 07 de fevereiro de 2006, que fixou os


soldos dos efetivos das Corporações Militares do Estado do Pará. Estabeleceu
valores dos soldos dos efetivos das Corporações Militares do Estado do Pará,
consoante os círculos de oficiais, de praças e de praças especiais em atividade,
na forma do Anexo da referida Lei.
A referida Lei revogou (em tese) tacitamente o escalonamento
vertical contido na Lei Estadual nº 5.022, que balizava a remuneração dos
militares estaduais de forma escalonada em percentuais, conforme posto e
graduação, a exemplo como ocorre nas forças armadas até os dias atuais.
Além disso, disciplinou a constituição de uma única classe para a
graduação de soldados, anteriormente dividida em três classes.
A partir desta Lei os alunos dos cursos de formação têm direito
apenas ao soldo do círculo a que pertencem, ficando assegurado o direito de
opção de remuneração aos alunos de curso de formação já integrantes de uma
das Corporações Militares do Estado do Pará.
A remuneração dos alunos oficiais da PMPA está disciplinada na
Lei nº 6.626/04, com redação dada pela Lei nº 8.342/16.

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Da Gratificação de Complementação de Jornada Operacional – Lei nº


6.830/06

Lei Estadual nº 6.830/06, alterada pela Lei nº 8.604/18, instituiu a


Gratificação de Complementação de Jornada Operacional, a qual tem como fato
gerador a realização de atividade pública policial de natureza operacional,
decorrente de antecipação ou prorrogação da jornada normal de trabalho do
policial civil e militar.
A vantagem pecuniária somente será atribuída para atender às
necessidades eventuais decorrentes de situações excepcionais e temporárias
de serviço das corporações.
Consideram-se como situações excepcionais e temporárias, para
fins de pagamento da GCJO, as que decorram de:
a) execução de programas de prevenção primária ou de caráter operacional, ou
operações especiais, ou de reforço à defesa social ou à segurança pública,
constituídos de planejamentos específicos, com tempo de duração
preestabelecido. b) ocorrências localizadas de anormal perturbação da ordem
pública reclamando ações programadas de prevenção ou repressão em caráter
ininterrupto;
c) serviços ou eventos inadiáveis para fazer face à necessidade da presença de
polícia ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto à proteção ou
defesa da sociedade ou à segurança pública.
- Valor atual: R$ 185, 40
- O policial poderá participar, durante o mês, de forma não consecutiva, de até 8
(oito) operações especiais,
- Não podendo ultrapassar a 10% (dez por cento) do total do efetivo das Polícias
Civil e Militar do Estado em exercício durante o mês.
- Com a nova redação dada pela Lei nº 8.604/18, a referida gratificação passou
a ter natureza indenizatória.

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